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Aula 03 Mandado de Segurança

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Júlia Coelho Travassos
Matrícula: 201301676331
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO XXX. 
		MARIA SOUZA, nacionalidade xxx, estado civil xxx, servidora pública, portadora da carteira de identidade nº xxx, inscrita no CPF sob o nº xxx, endereço eletrônico xxx, residente e domiciliada à Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx/Estado xxx, CEP: xxx, vem, por intermédio de seu advogado que a esta subscreve, com endereço profissional à Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx, Estado xxx, CEP: xxx, perante Vossa Excelência, impetrar:
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR
em face da UNIVERSIDADE FEDERAL, com sede à Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx/Estado xxx, CEP: xxx, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DOS FATOS
	A Impetrante é professora e, o aluno Marcos Silva da Universidade Federal ao receber sua nota em uma disciplina do curso de graduação ficou inconformado e abordou a Impetrante.
	Com um canivete em punho e, em meio a ameaças, exigiu que a Impetrante modificasse sua nota. Com isso, a professora, ora Impetrante, com o intuito de repelir a iminente agressão, conseguiu desarmar e derrubar o aluno, que na queda quebrou o braço.
	Diante do ocorrido, foi instaurado um Processo Administrativo Disciplinar para apurar eventual responsabilidade da professora. Ao mesmo tempo a Impetrante foi denunciada pelo crime de lesão corporal.
	Na esfera criminal, a Impetrante foi absolvida, uma vez que restou comprovado ter agido em legítima defesa, em decisão já transitada em julgado.
	Entretanto, o processo administrativo prosseguiu, sem a citação da Impetrante pois a comissão nomeada entendeu que a Impetrante já havia tomado ciência da instauração do procedimento por meio de imprensa e de outros servidores. Ao final, a comissão apresentou relatório pugnando pela condenação da Impetrante à pena de demissão.
	O Processo Administrativo Disciplinar foi encaminhado à autoridade competente para decisão final que, sob o fundamento da vinculação ao parecer emitido pela comissão, aplicou a pena de demissão à Impetrante afirmando, ainda, que a esfera administrativa é autônoma em relação à criminal.
	Em 11 de janeiro de 2017, a Impetrante foi cientificada de sua demissão por meio de publicação em Diário Oficial, ocasião em que foi afastada de suas funções.
	
	Ante todo o exposto, pode-se entender que a demissão da Impetrante é ilegal, o que justifica a impetração de Mandado de Segurança.
DO CABIMENTO
	É cabível a propositura da presente ação sob o rito ordinário com fulcro no artigo 319 c/c 300 do Código de Processo Civil, por se tratar de violação a direito da Autora.
DA LIMINAR	
	A lei 12.016/09, em seu artigo 7º, inciso III, estabelece como requisitos obrigatórios para a concessão de medida liminar o fundamento relevante do pedido e o perigo de ineficácia da medida.
	O perigo ou receio de dano irreparável (periculum in mora) resta demonstrado uma vez que a Impetrante não está percebendo proventos em razão da sua demissão e, por conta disso, passa por dificuldades financeiras.
	A probabilidade do direito/verossimilhança das alegações (fumus boni iuris) está consubstanciada na nulidade do Processo Administrativo Disciplinar por ausência de citação, com flagrante violação aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, capitulados no Art. 5º, LIV e LV da CRB/88 c/c Art. 143 da Lei nº 8.112/90, bem como pela inobservância do fato de que a sentença penal absolutória transitada em julgado necessariamente vinculará o conteúdo da decisão administrativa, nos termos do Art. 125 e 126 da Lei nº 8.112/90 c/c o Art. 65 do CPP.
	Logo, em razão dos vícios do Processo Administrativo Disciplinar, ora apresentados, e do prejuízo/lesão sofrido pela Impetrante em decorrência de sua demissão, imperiosa é a concessão da presente tutela de urgência, com a determinação da reintegração da Impetrante ao cargo público, sem prejuízo do direito ao pagamento dos salários atrasados e de todas as vantagens do cargo.
DOS FUNDAMENTOS
	O artigo 5º, inciso LV da CRFB/88 assegura aos litigantes em processo administrativo o direito à ampla defesa e o contraditório, que são direitos fundamentais garantidos na Carta Magna, como exposto acima.
	Ainda falando do artigo 5º da CRFB/88, o inciso LIV assegura, ainda, o direito ao devido processo legal. Sendo assim, é evidente que o direito da Impetrante foi ignorado, uma vez que não houve a sai devida citação no Processo Administrativo Disciplinar.
	Outrossim, na hipótese de absolvição penal com fundamento em excludente de ilicitude, como a legítima defesa, não há espaço para aplicação do resíduo administrativo (falta residual), vez que constitui uma das hipóteses de mitigação ao princípio da independência entre as instâncias, capitulado no artigo 2º da CRFB/88.
	Ademais, a decisão proferida na esfera penal necessariamente vinculará o conteúdo da decisão administrativa, nos termos do artigo 125 e 126 da Lei nº 8.112/90 c/c o artigo 65 do CPP.
	A lei 8.112/90 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos e o artigo 143 da referida lei estabelece que a autoridade que tiver ciência da irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua apuração imediata mediante sindicância de Processo Administrativo Disciplinar, assegurado ao acusado a ampla defesa.	
	Neste sentido, o entendimento do TJ-PR:
MANDADO DE SEGURANÇA - EXONERAÇÃO DA SERVIDORA E SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DOS VENCIMENTOS - CUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA E VENCIMENTOS - INOBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - VIOLAÇÃO DE DIREITO CONFIGURADA - ORDEM CONCEDIDA. 1. Não sendo observados os princípios da ampla defesa e do contraditório, com os meios e recursos a eles inerentes, é nulo o ato administrativo que exonera ex officio o servidor público, mesmo que em estágio probatório. 2. Segurança concedida.
	Assim, ante os vícios do Processo Administrativo Disciplinar, ora apresentados, imperioso é a anulação do ato demissional, bem como a determinação da reintegração da servidora ao cargo público, sem prejuízo do direito ao pagamento retroativo de todas as verbas e vantagens do cargo desde a suspensão da sua remuneração, em razão da lesão patrimonial sofrida pelo não recebimento dos vencimentos, na forma do Art. 28 da Lei nº 8.112/90.
 
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, vem requerer à Vossa Excelência:
 a concessão da liminar para que seja realizada a suspensão do ato demissional;
 	a notificação da autoridade coatora para prestar informações;
 que seja dada ciência ao órgão de responsabilidade judicial; 
 	a manifestação dos ilustres membros do Ministério Público, conforme o que está disposto no artigo 7º da lei 13.300/16;
 	a procedência do pedido de anulação do ato demissional, com a confirmação da liminar, e a consequente reintegração da Impetrante aos quadros funcionais da autarquia federal;
 	a condenação do Impetrado ao pagamento retroativo de todas as verbas a que faria jus a servidora, se em exercício estivesse;
 a condenação do Impetrante nas custas judiciais.
Atribui-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Nestes Termos,
 Pede-se deferimento.
 Local, data.
 Nome do Advogado
 			OAB/UF n° xxx

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