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Lesão Medular PROF. LUAN SIMÕES Medula espinal Prof. Luan Simões • Transmite informações motoras à periferia (vias descendentes) • Recebe informações sensoriais da periferia (vias ascendentes) •Coordenar reflexos Aspectos gerais Interrupção parcial ou total do sinal neurológico através da medula resultando em paralisia e ausência de sensibilidade do nível da lesão para baixo, assim como outras alterações nos sistemas: urinário, intestinal e autônomo. Prof. Luan Simões Homens (4:1) Jovens Atividade profissional Impacto socioeconômico Independência e qualidade de vida Etiologia da Lesão Medular Prof. Luan Simões TRAUMÁTICAS (79%) NÃO-TRAUMÁTICAS (21%) Mecanismos de lesão Forças diretas (menos comuns) ◦ Trauma direto na região da coluna Forças indiretas (mais comuns) ◦ Combinação de forças de flexão, hiperextensão, compressão e flexão- rotação. Prof. Luan Simões Alta frequência de lesão: C5 e C7 T12 e L2 Classificação funcional Quanto à sequela da lesão: Prof. Luan Simões Paraplegia/Paraparesia Tetraplegia/Tetraparesia Classificação funcional Quanto ao nível da lesão: Prof. Luan Simões • Nível neurológico: é o nível mais caudal da medula espinhal com função normal, motora e sensorial, em ambos os lados. • Nível motor: segmento mais caudal da medula com função motora normal bilateral. • Nível sensitivo: segmento mais caudal da medula com função sensitiva normal bilateral. • Protocolo de avaliação: ASIA Classificação funcional Quanto ao grau de lesão: Prof. Luan Simões Lesão Incompleta Lesão Completa • Perda total da função motora ou sensorial nos segmentos sacrais inferiores (S4 e S5). • Tipo raro de lesão. • Mantém função motora e/ou sensorial abaixo do nível neurológico, incluindo a função sensorial e/ou motora em S4 e S5. Zonas de preservação parcial: ausência de função em S4 e S5, porém com alguma função abaixo do nível neurológico. Prof. Luan Simões Prof. Luan Simões ESCALA DE DEFICIÊNCIA - ASIA A = Completa Nenhuma função motora ou sensorial está preservada nos segmentos sacrais S4 a S5. B = Incompleta A função sensorial está preservada, mas a função motora não, abaixo do nível neurológico, e inclui os segmentos sacrais S4 a S5. C = Incompleta A função motora está preservada abaixo do nível neurológico, e mais da metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico tem um grau muscular menor que 3. D= Incompleta A função motora está preservada abaixo do nível neurológico, e pelo menos metade dos músculos-chave abaixo do nível neurológico tem grau muscular 3 ou mais. E = Normal As funções motora e sensorial estão normais. Síndromes Clínicas S. Brown- Sequard S. Medular Anterior S. Medular Central S. Medular Posterior Lesões da cauda equina Prof. Luan Simões Prof. Luan Simões Prof. Luan Simões protopático Vias ascendentes Síndrome de Brown-Sequard •Hemissecção da medula espinal •Ferimentos cortantes •Características assimétricas Prof. Luan Simões IPSILATERAL (mesmo lado) oPerda da sensibilidade no dermátomo correspondente oRedução nos reflexos, ausência de reflexos superficiais, clônus e sinal de Babinski positivo oPerda de propriocepção, cinestesia e percepção vibratória (cordões posteriores) CONTRALATERAL (lado oposto) oPerda de sensação de dor e temperatura (trato ETL) Síndrome medular anterior •Lesões em flexão da região cervical •Compressão anterior da medula espinal devido à fratura, luxação ou protusão de disco cervical Prof. Luan Simões CARACTERÍSTICAS oPerda de função motora (trato corticoespinal) oPerda de sensação de dor e temperatura (trato espinotalâmico) oGeralmente propriocepção, cinestesia e percepção vibratória preservadas Síndrome medular central •Lesões por hiperextensão cervical •Estreitamento congênito ou degenerativo do canal vertebral •Forças compressivas dão origem a hemorragia e edema Prof. Luan Simões CARACTERÍSTICAS oEnvolvimento neurológico mais grave dos MMSS (tratos cervicais mais centralizados) oComprometimento sensorial variável (menos graves do que os motores) oPreservação da função sexual, intestinal e vesical oRecuperação da deambulação e alguma fraqueza distal no braço Síndrome medular posterior •Extremamente rara Prof. Luan Simões CARACTERÍSTICAS oPreservação da função motora e sensação de dor e toque leve oPerda de propriocepção e sensações epicríticas (ex: discriminação entre dois pontos, grafestesia, esterognosia) oMarcha com elevação excessiva de joelhos e base alargada oNo passado: tabes dorsalis (sífilis em estágio avançado) Lesões da cauda equina •Frequentemente incompletas em decorrência do tamanho da área •Consideradas lesões de nervos periféricos •Potencial de regeneração •Não é comum a recuperação completa Prof. Luan Simões Manifestações Clínicas Choque medular •Imediatamente após a lesão •Característica: Arreflexia, flacidez, perda de sensibilidade •Duração: De horas a semanas (24h) •Causa: Interrupção abrupta da conexão entre centros superiores e medula •Sinal de recuperação: reflexo bulbocavernoso (positivo) Prof. Luan Simões Comprometimento motor e sensorial Perda parcial ou completa das funções sensoriais ou motoras abaixo do nível da lesão A apresentação clínica vai depender de: • tipo da lesão • nível neurológico; • extensão da lesão; • simetria. Prof. Luan Simões Comprometimento respiratório •Diretamente ligado ao nível da lesão: • Entre C1 e C3: comprometimento do nervo frênico e respiração espontânea. • Lesões lombares: Preservação dos músculos respiratórios. • Condição que indica gravidade • Complicações: broncopneumonia e embolia pulmonar causas de morte nos estágios iniciais da tetraplegia. • Fraqueza da musculatura expiratória = tosse ineficaz e acúmulo de secreções • Lesões secundárias: fraturas, contusões pulmonares, problemas pré-mórbidos. Prof. Luan Simões Espasticidade •Após o choque medular •Abaixo do nível da lesão •Características: hipertonicidade, reflexos de estiramento hiperativos e clônus •Aumento gradual (6 meses) e estabiliza (1 ano) •Fatores desencadeantes: alterações na posição, estímulos cutâneos, temperaturas ambientais, roupas apertadas, cálculos vesicais ou renais, impactações intestinais, bloqueio de cateter, infecções do trato urinário, úlceras de decúbito e estresse emocional Prof. Luan Simões Leve a moderada Pode ser FUNCIONAL! Disfunção vesical Centro de integração medular para a micção: S2, S3 e S4 (cone medular). •Choque medular = bexiga flácida •Pós choque medular: • Bexiga flácida (não reflexa): lesões no cone medular. • Bexiga espástica (reflexa): lesões acima do cone medular. Prof. Luan Simões Infecções urinárias são muito comuns nos estágios iniciais da reabilitação Disfunção intestinal Evacuação mediada por: S2, S3 e S4 (cone medular). • Choque medular = intestino flácido • Pós choque medular: • Intestino flácido (não reflexo): lesões no cone medular. • Intestino espástico (reflexo): lesões acima do cone medular. Prof. Luan Simões Disreflexia autonômica Reflexo autonômico patológico que ocorre geralmente em lesões acima de T6 • Pode ocorrer em lesões T7 e T8. • Os episódios diminuem com o passar do tempo • Pode ocorrer em lesão completa ou incompleta. • Sintomas: hipertensão, bradicardia, dor de cabeça, sudorese profunda, aumento da espasticidade, vasoconstricção abaixo da lesão, vasodilatação acima da lesão, piloereção, congestão nasal, visão turva, inquietude. • Desencadeada por estímulos nocivos abaixo da lesão. Prof. Luan Simões Cuidado! EMERGÊNCIAMÉDICA! Hipotensão postural Perda da vasoconstricção simpática quando o indivíduo assume a posição vertical – reduz retorno venoso • Sintomas: vertigens, tonturas e desmaios. CUIDADOS: • Iniciar a verticalização gradativamente. • Mover lentamente • Monitorar os sinais vitais Prof. Luan Simões Comprometimentos secundários • Complicações respiratórias • Úlceras de pressão • Trombose Venosa Profunda • Contraturas • Dor • Osteoporose Prof. Luan Simões Prognóstico O potencial de recuperação está diretamente ligado à extensão do dano neurológico. Pode-se levar em consideração: • Grau de alterações patológicas impostas pelo trauma; • Precauções tomadas para prevenir dano adicional durante o resgate; • Prevenção do comprometimento adicional do tecido neural durante a intervenção na fase aguda. Prof. Luan Simões Pode-se gerar um prognóstico depois da fase de choque Avaliação frequente do estado motor e sensorial são importantes para observar a taxa de recuperação. Com apenas 23 anos, a jovem de São José do Rio Preto, Marcelle Mancuso, perdeu os movimentos do corpo por conta de um exercício feito na academia. Em 2016, ela realizou um abdominal invertido e fraturou a coluna ao cair durante a execução do movimento. Segundo Marcelle, o diagnóstico dos médicos foi de tetraplegia e eles não tinham certeza se ela voltaria a andar novamente um dia. Marcelle quebrou a quinta vértebra, desalinhou a quarta e a sexta e teve compressão medular. Ela ficou internada durante 13 dias e levou cerca de um ano para se recuperar, recebendo cuidados extremos. Depois de muito esforço e tratamento intensivo, ela conseguiu andar novamente e sua coluna possui uma placa de titânio e seis parafusos. “Hoje tenho uma vida normal graças a Deus e aprendi a valorizar as coisas mais simples da vida, como sair da cama e poder me escovar os dentes sem ajuda”. • Reabilitação física após LM precisa ir além do objetivo de maximizar a independência para se concentrar na manutenção do estado de saúde e fitness, bem como a manutenção da função do sistema alvo abaixo do nível de lesão. Exercitar os membros paralisados é um potente meio para alcançar esses objetivos. • Barreiras para o exercício, como a falta de acesso a instalações adequadas e equipamentos • Desenvolvimento e validação de medidas simples tais como classificações de IMC específicas para LM ou circunferência da cintura como uma medida de risco de risco de doença coronária facilitaria a monitoramento de mudanças na composição corporal. • Existe a necessidade de determinar a dosagem ideal de intervenções para atingir objetivos, por exemplo, prevenção da atrofia muscular e osteoporose e preservação da função neural. Prof. Luan Simões “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso” Ariano Suassuna