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1 2 Dietas Hospitalares - Classificação 1) QUANTO À CONSISTÊNCIA: 1.1. Geral 1.2. Branda 1.3. Pastosa 1.4. Semi-líquida 1.5. Líquida – completa e restrita 2) QUANTO AO AUMENTO E DIMINUIÇÃO DOS NUTRIENTES: 2.1. Proteína: hipo ou hiperprotêica 2.2. Gordura: hipogordurosa 2.3. Sódio: restrição leve, moderada e severa 2.4. Potássio : hipocalêmica ou hipercalêmica 2.5. Fibras : pobre ou rica 3 Consistência é determinada pela textura dos alimentos e preparações que a compõem são também chamadas de dietas de rotina podem estar associadas a uma ou mais modificações na composição de nutrientes são normalmente dietas de transição longos períodos – incluir suplementação – ESTADO NUTRICIONAL 4 1.1. DIETA GERAL (NORMAL) fornecer energia e demais nutrientes em quantidades adequadas para manutenção da saúde. INDICAÇÃO: Indicada para indivíduos em condições normais de alimentação, sem necessidade de restrição na consistência e na composição nutricional. Funcionamento normal do TGI. Características: - suficiente, completa, harmônica, adequada, sem restrição alguma. - normal em energia e nutrientes (leis da alimentação) - fracionamento: 5 refeições /dia - Para pacientes cuja condição clínica não exige modificações em nutrientes e consistência da dieta - inclui maior número de alimentos - normoglicídica, normolipídica e normoprotéica 5 1.2. DIETA BRANDA Facilita (mecanicamente) o consumo e/ou digestão de alimentos. Exemplos: infecções de garganta, falta de dentes, pós –operatório de cirurgias eletivas, esofagite, gastrite, úlcera. INDICAÇÃO: para indivíduos com problemas mecânicos de ingestão e digestão, que impeçam a utilização da dieta geral. Esta dieta é usada como transição p/ dieta geral. Características - suficiente, completa, harmônica, adequada e c/ consistência que facilita a mastigação e digestão - normoglicídica, normolipídica e normoprotéica - consistência: tecido conectivo e celulose abrandados por cocção ou ação mecânica. - fracionamento : 5 a 6 refeições/dia. 6 Dieta BRANDA RESTRIÇÕES – alimentos que devem ser excluídos especiarias e condimentos fortes (pimentas- vermelha, do reino, etc.) frituras doces concentrados (marmelada, goiabada, doce de leite, etc.) bebidas gaseificadas hortaliças cruas – alguns casos pode-se oferecer bem picadinha Frutas ácidas - preferir frutas de textura mais suave, sucos: mamão, pêra s/ casca, ...) embutidos e conservas OBS.: algumas UNDs servem apenas o caldo das leguminosas 7 1.3. DIETA PASTOSA - INDICAÇÃO: - indivíduos c/ dificuldade de mastigação e deglutição, alguns pós-operatórios e casos neurológicos, Insuf.Resp, diarréias e alguns preparos de exames. - Características: - suficiente, completa, harmônica, adequada e c/ consistência que exige pouca mastigação e facilita a deglutição. - normoglicídica, normoprotéica e normolipídica. - consistência: os alimentos na forma de purê, mingau, carnes trituradas. - fracionamento 5 a 6 refeições/dia 8 Dieta pastosa – continuação RESTRIÇÃO: alimentos crus (exceto sucos não ácidos), frituras, condimentos fortes, alimentos flatulentos, doces muito concentrados, bebidas gasosas e embutidos. 1.4 DIETA SEMI-LÍQUIDA INDICAÇÃO: Proporcionar um certo repouso digestivo ou nos casos de intolerância provisória a alimentos sólidos e indivíduos com problemas mecânicos na ingestão e digestão, dificuldade de deglutição e mastigação (Preparo de alguns exames, pré e pós- operatório). 9 1.4. DIETA SEMI-LÍQUIDA (LEVE, LÍQUIDA-PASTOSA) Características: normoprotéica, normoglicídica, normocalórica, com preparações líquidas e pastosas associadas, de fácil digestão, mastigação e deglutição. - dieta de pouco resíduo, podendo levar a obstipação - fracionamento: 5 a 6 refeições - INDICAÇÕES: - pacientes com problemas mecânicos de mastigação e deglutição; dificuldade de digestão; em determinados preparos de exames e cirurgias, pós-operatórios. 10 DIETA SEMI-LÍQUIDA – continuação CONSISTÊNCIA: A base da dieta é líquida, agregando alimentos sólidos abrandados com função de espessar a dieta. Exclui o processo de mastigação. Contém poucos resíduos. As preparações são em forma de sopas com alimentos sólidos, purês, mingaus). RESTRIÇÕES: alimentos crus (exceto sucos não ácidos) , frituras, temperos fortes, pão francês, alimentos flatulentos. 11 1.5. DIETA LÍQUIDA Características: calorias e princípios nutritivos o mais próximo da normalidade, c/ preparações liquidificadas e coadas. - alimentos de consistência líquida na temperatura ambiente, que produzam poucos resíduos e sejam de fácil digestão. - fracionamento : 6 a 7 refeições sucos na concentração de 40 a 50% (limão 3% e maracujá até 30%). - INDICAÇÕES: - pacientes com problemas de mastigação e deglutição; em casos de afecções do trato digestório; em determinados preparos de exames; em pré e pós-operatórios. - dieta de transição - evolução rápida - alcance VCT 12 1.5.1. DIETA LÍQUIDA “COMPLETA” INDICAÇÃO: -facilitar o trabalho digestivo (mastigação, deglutição e digestão). - normalmente utilizada em pacientes em readaptação após período de jejum. Também em casos de disfagia grave, úlceras orais, digestivas, pacientes altamente debilitados. FRACIONAMENTO: 6-10 refeições/dia - com volumes de aprox. 200 – 300/400 ml/refeição. CARACTERÍSTICAS:. Tende a ser hipoglicídica, hipolipídica e hipoprotéica. Utiliza todos os alimentos que na temperatura ambiente sejam líquidos, como no caso do sorvete e da gelatina CONSISTÊNCIA: Líquida. Pobres em resíduos RESTRIÇÕES: alimentos sólidos em geral 13 A DIETA LIQUIDA (A/J) DEVE CONTER: CEREAL (ex.:arroz, macarrão, fubá); LEGUMINOSA (ex.: feijao branco, ervilha, lentilha, grao de bico...); CARNE (vermelha, frango, peixe, ovo); VEGETAIS A – folhosos B – legumes em geral (cenoura, chuchu...) C - raízes, tubérculos 14 LISTA DE VEGETAIS : * VEGETAL A: Abóbora d’água, Acelga, Agrião, Aipo, Alface, Almeirão, Aspargo, Alcachofra, Berinjela, Bertalha, Brocólis, Caruru, Chicória, Couve, Couve-flor, Cebola, Espinafre, Escarola cozida, Maxixe, Palmito, Pepino, Pimentão verde, tomate – Até 5% de CHO VEGETAL B: Abóbora, Abobrinha, Abóbora moranga, Cenoura, Chuchu, Ervilha verde, Jiló, Nabo, Petit-pois, Pimentão vermelho, Quiabo, Vagem – Até 10% de CHO * VEGETAL C: Aipim, Batata-doce, Batata baroa, Batata Inglesa, Cará, Inhame- Acima de 10% de CHO. 15 1.5.2 DIETA LÍQUIDA RESTRITA INDICAÇÃO: HIDRATAÇÃO – fornece líquidos e eletrólitos para prevenir a desidratação, minimiza o trabalho gastrointestinal e evita a formação de resíduos no cólon. Pode ser utilizada no preparo e pós-operatório de cirurgias do trato gastrointestinal, diarréia aguda, primeira etapa da dieta por via oral. FRACIONAMENTO: 6-10 refeições (2/2h) com volumes de aproximadamente 200 - 300 ml. CARACTERISTICAS: Tende a ser hipoglicídica, hipolipídica e hipoprotéica. CONSISTÊNCIA: Líquida. Praticamente sem resíduos. Restritiva e nutricionalmente inadequada. Não deve ser utilizada por mais de 3 dias, pois fornece quantidade limitada de energia e nutrientes.CALDOS E SUCOS COADOS! RESTRIÇÃO: alimentos sólidos em geral e alimentos lácteos. 16 ALIMENTOS DIETA GERAL DIETAPASTOSA DIETA LÍQUIDA COMPLETA DIETA LÍQUIDA RESTRITA Leite incluído incluído incluído (enriquecido) Excluído Ovos incluídos Cozidos/pochê Em bebidas ou pochê Excluído Queijo incluídos Cremosos com pouca gordura excluído Excluído Gorduras incluídas Margarina, azeite, manteiga – quantidades moderadas Margarina, azeite, manteiga – quantidades moderadas Excluídas Carnes, aves e peixes incluídos Carne macia, moída, desfiados Caldos Caldos coados Vegetais incluídos Baixo conteúdo de fibras, cozidos, amassados, picados, purês, sucos, suflês. Sucos de vegetais e caldos Caldos coados Pães incluídos macios Excluídos Excluídos Cereais incluídos Arroz papa, macarrão, mingaus. Mingaus ralos Excluídos Bebidas Incluídas, Exceto gaseific. Idem, exceto gaseificadas Chá de ervas, café descafeínado, sucos industrializados Idem (diluição maior) Água adocicada com maltodextrina (ex.Nidex®) Sobremesas Todas Baixa concentração de gordura e açúcar. Vitaminas de frutas, mingaus ralos, sucos de frutas Suco frutas coados e ralos Leguminosa feijões,... Incluídas Bem cozido, batido, coado, caldo caldos Excluídas Frutas incluídas Maduras, sucos, polpas macias, cozidas, purê. Pref. não ácidos Sucos de frutas não ácidas Sucos coados e diluídos ao meio COMPOSIÇÃO DE DIETAS 17 ALIMENTOS QTD CH LIP PTN Leite integral 100ml 4,9 3 3,6 Queijo 30g - 8,5 9 Arroz 35g 15 - 1 Carnes 100g - 6 20 Ovos 50g - 5 6 Feijão 60g 8 - 2,5 Vegetal A 100g 3 - - Vegetal B 100g 10 - 1 Vegetal C 100g 20 - 5 Fruta 1 quota 10 - - Pão 50g 28 - 4 Margarina 10g - 8 - Óleo 10ml - 10 - Açúcar 10g 10 - - Mel 10g 7,8 - - TABELA SIMPLIFICADA PARA CÁLCULO DE DIETAS 18 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE REFEIÇÕES •Desjejum = 15% •Colação = 5% •Almoço = 30% •Lanche = 15% •Jantar = 30% •Ceia = 5% PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES Normoglicídica = 55 –60% Normolipídica = 25 – 30% Normoprotéica = 10 –15% (CONSIDERAR g/kg/dia) 19 PORTANTO... a nomenclatura das dietas hospitalares variam muito de entidade para entidade. Basicamente temos: DIETAS DE ROTINA - geral, branda pastosa, líquida DIETAS ESPECIAIS - com aumento e/ou diminuição de 1 ou + nutrientes: hiper/hipo - protêica, calórica, lipídica, etc... Outras nomenclaturas utilizadas - HCFMUSP(6.000 ref/dia ~ 2700 kcal/dia: Dietas Normais: geral, branda, leve, líquida, pastosa, papa I, papa II Dietas Modificadas: são as dietas acima descritas, restritas, pobres em resíduos: d. sem resíduos, d. hiperprotêicas, d. com restrição de sal. Dietas Especiais: necessitam de alteração substancial de alguns nutrientes ou em sua forma de preparo: hipogordurosa, hipoprotêica, “para diabético”. PUCPR-Santa Casa: Dietas Normais para adultos - Dietas Modificadas na Consistência - Dietas Modificadas em Nutrientes - Dietas para condíções especiais - Dietas para Pediatria. 20 PUCPR-Santa Casa: Dietas Normais para adultos: normal, lascto-ovovegetariana, lacto-vegetariana, ovo-vegetariana, vegan, d. normal em pedaços. Dietas Modificadas na Consistência: d. líquidos claros, d. líquida completa, d. pastosa, d. branda. Dietas Modificadas em Nutrientes: d. normocalórica e hiperprotéica, d. hipercalórica e hiperprotéica, d. hipocalórica e hiperprotéica, d. com rstrição de fibras e resíduos, d. rica em fibras, d. isenta de lactose, d. pobre em lipídios, d. pobre em TCL, com adição de TCM, d. rica em lipídios, d. isenta de glúten, d. pobre em purinas, d. pobre em tiramina, dopamina e feniletilamina, d. hipossódica. Dietas para condíções especiais: d. para úlcera péptica, d. para refluxo gastroesofágico, d. para diarréia, d. para obstipação intstinal, d. para ostomizados, d. para disfagia, d. para pós-gastrectomia, d. para pós gastroplastia, d. para infarto do miocárdio, d. para insuf. cardíaca congestiva, d. para pós transplante cardíaco, dieta para insuf. hepática, d. para pós transplante hepático, d. para hemodiálise e diálise peritoneal (intermitente e contínua), d. para pré-diálise , d. para síndrome nefrótica.... Dietas de prova, dietas para alergias alimentares, d. via sonda, d. via parenteral. Dietas para Pediatria: d. para bebês - 0 a 12 meses de idade, d. normal para crs. Em idade pré-escolar, d. normal para crs. em idade escolar, d. cetogênica, etc. 21 PRESCRIÇÃO DIETÉTICA envolve várias etapas: • início: entrevista ao paciente • anamnese • avaliação do estado nutricional • hipótese diagnóstica nutricional • determinação da conduta alimentar • avaliação do grau de envolvimento da dieta nos resultados • definição do nível de assistência • reabilitação nutricional 22 PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA COMPLETA: •Tipo de dieta; •Via de administração; •Tipo de administração; •Gotejamento; •Volume total; •Fracionamento; •Volume por tomada; •Horários; •Temperatura; •Características químicas da dieta; •Densidade Calórica (Kcal/ml); •Relação Kcal/ g N •Osmolaridade (mOsm/l) JUSTIFICATIVA DE CONDUTA: Cálculos Nutricionais; Prescrição da dieta. 23 Características da prescrição dietética Considerar a natureza da doença aceitação da dieta pelo paciente Deve ser concisa e específica clara e inequívoca intrinsecamente coerente Não deve ser, desnecessariamente, restrita ou complexa. 24 Dieta especial modificada com suplementação Dieta Enteral ou parenteral Dieta Geral PLANEJAMENTO DIETOTERÁPICO Identificação da doença de base Avaliação nutricional Cálculo dos requerimentos nutricionais Selecionar via de acesso Suporte nutricional necessário 25 TERAPIA NUTRICIONAL: Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção e/ou recuperação do EN do paciente por meio de nutrição oral, enteral e/ou parenteral. Para melhores resultados deve ser iniciada precocemente (até 72h após a internação e/ou estabilização hemodinâmica) FUNDAMENTOS DO SUPORTE NUTRICIONAL Nutrição enteral 26 Alimentação por via enteral: • Fonte de nutrientes de forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulado ou elaborado para o uso por sondas ou via oral. • Industrializado ou não, utilizado para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou hospitalar, visando a síntese e /ou manutenção dos tecidos, órgãos e sistemas. (Port. MS/SVS n.484, 15/06/1998) 27 Vias possíveis de administração de nutrientes: - oral - enteral - parenteral A “escolha” da via de acesso depende de uma invertigação clínico-nutricional minuciosa: - avaliação do estado nutricional - determinação dos requerimentos nutricionais - escolha da melhor via de acesso - aplicação do plano dietoterápico - acompanhamento nutricional 28 Via oral: - implica em consumo voluntário de alimentos; - é a via mais fisiológica, devendo ser preservada, sempre estimulada e, PRIORITARIAMENTE utilizada. Caso haja o consumo insatisfatório de alimentos ... pode-se programar suplementação oral de nutrientes. Fatores que podem influenciar, positiva ou negativamente o consumo e aceitação da alimentação: - aparência - odor - sabor - consistência e temperatura da refeição. O enfermo, geralmente apresenta alteração no paladar em conseqüência da doençae/ou estado nutricional. 29 ESQUEMA DE DECISÃO EM NUTRIÇÃO ENTERAL AVALIAÇÃO NUTRICIONAL MANUTENÇÃO REPOSIÇÃO TGI pode ser utilizado com segurança? SIM NÃO Nutrição Parenteral Absorção intestinal apropriada? SIM NÃO Dieta de fórmula definida Dieta de fórmula específica Alimentação por mais de 1 mês SIM OSTOMIA NÃO Risco de Aspiração SONDA SIM NÃO SNE SNG SNE – sonda nasoentérica SNG – sonda nasogástrica Legenda: 30 VIA ENTERAL ADMINISTRAÇÃO DE NUTRIENTES UTILIZANDO O TGI, POR MEIO DE SONDAS. INDICAÇÕES: nas situações onde a via oral é insuficiente para atender as necessidades nutricionais do indivíduo... As situações são, basicamente três- quando indivíduo: * não quer * não pode •não consegue ... ... se alimentar. 31 Estas situações estão geralmente acompanhadas de alguma doença ou distúrbio: - inconsciência, anorexia severa, lesões orais e de esôfago, traumas (queimaduras de 3º grau, acidentes), câncer, má absorção, pós operatórios do aparelho digestório. CONTRA-INDICAÇÕES PARA NUTRIÇÃO ENTERAL: - Íleo paralítico; - Obstruções intestinais completas; - Fístulas digestivas de alto débito; - Diarréia severa resistente à terapia convencional; - Pancreatite aguda grave; - Choque. 32 INDICAÇÕES PARA NUTRIÇÃO ENTERAL - Lesões do SNC (estado comatoso), anorexia nervosa, AVC, doença de Parkinson, depressão grave; - Neoplasias, quimioterapia e radioterapia em baixas dosagens; - Queimaduras, infecções graves, traumas, cirurgias; - Ingestão oral inadequada ( inferior a 60% das necessidades) por 7-10 dias; -Desnutrição moderada com ing.oral inadequada; - Pós-operatórios (cirurgias de grande porte); - Disfagia grave (para consistência líquida) ; - Estenoses esofagianas, neoplasias orofaríngeas, esofágicas e gástricas; - Fístulas digestivas de baixo débito; - Síndrome do intestino curto - SIC (< 100cm restante de jejuno ou < 150 cm íleo), , - Má absorção, pancreatite crônica, gastroparesia, doença de Crohn. 33 Histórico da Nutrição enteral • Há mais de 2300 anos os egípcios já percebiam que alguns de seus enfermos apresentavam deficiências nutricionais. Portanto, administravam a estes enemas e irrigações nutritivas. • Os gregos adotaram os mesmos costumes e administravam via retal, compostas por vinho, soro, leite, etc. •- 1671- 1ª descrição de “alimentação forçada”; - 1790 - 1º caso publicado: sonda feita com osso de baleia, coberta com pele de enguia, via orogástrica- prob. com a fórmula; - 1879- BLISS expôs os benefícios da alimentação via retal (sonda + seringa); •1895 - MORRISSON- tubo de borracha- posição gástrica; • 34 •1910 - EINHORN- sonda de borracha no duodeno, por orifício no estômago. adm. de 30 ml a cada 2 h, com fluídos em temperatura ambiente; 1918 - ANDRESEN- orifício com colocação de sonda no jejuno; 1944 - CO TUI & MULHOLLAND - benefícios de dietas hiper hiper (hidrolizados de caseína e dextrinas); 1952 - FALLIS &BARRON - alim. gástrica e duodenal com tubo de polietileno; 1957 - GREENSTEIN - elaborou diata quimicamente definida (óleo, glicose, aminoácidos); 1965 - WINITZ - elaborou dieta para uso na NASA; 1969 - STEPHENS & RANDALL - dietas espaciais por cateteres siliconizados (pacientes cirúrgicos); 1972 - LIFFMANN & RANDALL - tubos de fino calibre, flexíveis, para uso em NE, via jejunostomia. 35 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ENTERAL • colocação de sondas pela região nasal e posicionamento: • gástrico (nasogástrica) ou • intestinal - duodeno ou jejuno - (nasoduodenal ou nasojejunal) • abertura de um orifício (ostomia) para colocação de uma sonda, em posição gástrica (gastrostomia) ou duodenal ou jejunal (duodenostomia ou jejunostomia). 36 Nasogástrica/ Nasoenteral 37 VIAS DE ACESSO (ADMINISTRAÇÃO) Via de acesso Vantagens Desvantagens Gástrica (sondas naso ou orogástrica) Maior tolerância para sobrecargas osmóticas e variedades de fórmulas, volume, facilidade de posicionamento Maior risco de aspiração em pacientes com dificuldade neuro motora de deglutição, vômitos e tosse podem deslocar a sonda. Entérica (sondas nasoentéricas – duodenais ou jejunais) Sondas de pequeno calibre Menor risco de aspiração, maior dificuldade de saída acidental da sonda, indicada nos casos de refluxo grave, retardo no EG, gastroparesias. Requer dietas normo a hiposmolares, não tolera grandes volumes, maior dificuldade de posicionamento. Verificação do posicionamento da sonda – raio X 38 VIAS DE ACESSO (ADMINISTRAÇÃO) Via de acesso Vantagens Desvantagens Ostomias Gastrostomia Enterostomia (jejunostomia) Indicada para suporte nutricional prolongado; podem ser feitas pelo método endoscópico. O método endoscópico não pode ser utilizado nos casos de ascite maciça, hepatomegalia, úlceras gástrica, diálise peritoneal contínua, peritonite. 39 40 SONDAS ENTERAIS Acesso gástrico Acesso duodenal 41 SONDA DUODENAL Menor diâmetro Maior flexibilidade – maior facilidade de deslocamento 42 POSICIONAMENTO DE SONDAS: • nariz - estômago (naso- gástrica) •nariz - duodeno (naso- duodenal), •nariz - jejuno (naso - jejunal); •estômago (gastrostomia); •jejuno (jejunostomia). * posição do paciente para a administração da dieta: sentado ou, no leito - com a cabeceira elevada - 45º 43 TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO INTERMITENTE E CONTÍNUA INTERMITENTE “sistema aberto” • ADMINISTRADA EM PERÍODOS FRACIONADOS (INTERVALO DE 2 OU 3 OU 4 HORAS): • INTERMITENTE GRAVITACIONAL • INTERMITENTE EM “BOLO” 44 INTERMITENTE GRAVITACIONAL: • o frasco com a dieta é posicionado de forma a permitir que a dieta “escorra” pela sonda. • a entrada da dieta na sonda é controlada por uma pinça; • é o método mais utilizado na prática clínica. INTERMITENTE EM “BOLO” : • utiliza-se uma seringa ou funil para a infusão; • é indicada somente quando a sonda está posicionada no estômago; • Aspectos negativos: • desconforto abdominal, • risco de diarréia • vômitos. 45 CONTÍNUA “sistema fechado”: Geralmente, realizada com a utilização de bomba de infusão, mas não necessariamente. Vantagens: • permite o controle da quantidade a ser infundida durante todo o período de 12 a 24 horas; • facilita a absorção dos nutrientes; • diminui intercorrências. Desvantagens: • o paciente fica “preso” à bomba, tornando mais difícil os deslocamentos; • custo da bomba. LIMPEZA DA SONDA: • ao final de cada administração de dieta - injetar água filtrada e fervida - 20-100ml. 46 TÉCNICA Caracterização Indicações Intermitente Bolo: injeção com seringa, 100-350ml de dieta no estômago a cada 2-6h. Gravitacional: 100- 350 ml administrado por gotejamento. Pode ser utilizado bomba infusora. Pacientes com EG normal, NE domiciliar. Contínua Gravitacional ou por bomba infusora: 50-150ml/h em um período de 12-24h. Desnutridos graves (início da alimentação), retardo no EG. TÉCNICASDE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA ENTERAL 47 TÉCNICA Fisiologia Custo Intermitente similar à nutrição oral, a distensão gástrica estimula a secreção de sucos gástricos, aumento da contratilidade gástrica com aumento da velocidade de infusão ou do volume, pode haver retardo no EG e risco de aspiração. Baixo TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA ENTERAL 48 TÉCNICA Fisiologia Custo Contínua - Pode ocorrer distensão abdominal, hiperinsulinemia persistente com diminuição da lipólise , alcance mais rápido do VET desejado Alto TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA ENTERAL NE cíclica – 1- 12 h - contínua (período noturno) 49 CÁLCULO DO GOTEJAMENTO VOLUME TOTAL N° horas ( período de administração da dieta) 3 Exemplo: - Volume a ser administrado: 300ml - Período de administração: 50 min 1 ml = 20 gotas 300 ml = 6.000 gotas 50 min = 120 gotas/min Ou... 60 gotas/30seg; ou... 30 gotas/15seg IMPORTANTE Fase inicial: admite-se um gotejamento de 60 gotas/min Fase de adaptação: aumento progressivo até 120 gotas /min 50 POSICIONAMENTO DO PACIENTE na administração da dieta • Durante a administração da dieta o paciente pode permanecer sentado ou deitado, porém com a cama elevada, de forma que a cabeça e o tórax estejam, no mínimo, a 300 da horizontal. Ideal é que esteja a 450 • A manutenção desta posição até 30 min após a infusão da dieta reduz o risco de aspiração. 51 Como é colocada a sonda? É introduzida suavemente pelo nariz, descendo até o estômago. O procedimento é simples, realizado no ambulatório e que não requer anestesia pois não é doloroso. Depende apenas da colaboração do paciente para "engolir" a sonda, o que não é difícil. A sonda incomoda ou dificulta alguma atividade? Não. Qualquer tarefa ou atividade poderá ser realizada sem nenhuma dificuldade. A sonda não atrapalha porque é muito fina e macia. Há uma pequeno incômodo no nariz no dia em que ela é colocada, entretanto, essa sensação logo desaparecerá. Estando bem alimentado o paciente ficará bem disposto. 52 O paciente que usa sonda ficará dependente de alguém para se alimentar? Não. A sonda não impede as tarefas do dia a dia. O paciente poderá fazer sua própria comida assim como alimentar-se sozinho. É importante, sempre que possível, que a alimentação seja colocada pelo próprio paciente, pois ele aprenderá, com o tempo, o jeito certo de fazê-lo. Somente os pacientes que possuem algum tipo de limitação (deficiência visual ou dificuldade de movimentos dos braços e mãos) precisarão de ajuda. A sonda será necessária para sempre? Não. Ela é um recurso utilizado apenas enquanto o paciente estiver impossibilitado de se alimentar pela boca. A sonda poderá ser retirada assim que o problema for corrigido. Como cuidar da sonda alimentar? Quando a sonda for colocada, o paciente e seus familiares receberão instruções sobre como usá-la. A nutricionista indicará a dieta mais adequada e fornecerá instruções sobre os acessórios para a introdução dos alimentos de limpeza da sonda. 53 O que fazer caso surja algum problema com a sonda? A maioria dos problemas com a sonda alimentar tem soluções simples. As complicações mais freqüentes são: • Obstrução por meio de alimentos ou remédios. • Saída acidental da sonda: nestes casos, procure a equipe especializada no hospital onde você está se tratando. 54 Algumas recomendações importantes: • A solução da dieta deve ser dada com o paciente sentado ou com a cabeceira elevada, caso o paciente esteja acamado. • O frasco com a preparação da dieta deve ser colocado bem alto, acima da cabeça. Na dúvida, peça orientação sobre como pendurar o frasco. • O gotejamento deve ser no máximo de 60 gotas por minuto. Um fluxo muito rápido pode causar diarréias ou vômitos. • Antes de preparar a dieta, lave as mãos com água e sabão e seque, de preferência, com toalhas de papel. • Use água filtrada e fervida na preparação da solução. 55 • As soluções devem ser preparadas em quantidade suficiente para, no máximo, um dia. Os excessos podem estragar de um dia para o outro. • Liquidifique bem os alimentos e coe em peneiras finas. Se for necessário, coloque uma gaze na peneira. • Guarde a dieta na geladeira e retire 30 minutos antes de usá-la. • Nunca introduza a solução muito quente ou muito gelada. Ela pode ser aquecida em banho- maria, fora do fogo, até alcançar a temperatura ambiente. • 56 • O alimento pode ser oferecido pela boca se o paciente conseguir engolir. Se não conseguir engolir e desejar sentir o gosto do alimento, ele poderá mastigá-lo e cuspir em seguida. Limpeza do material Lave todo o material com sabão neutro e água, logo após o uso, enxaguando-o bem. No final do dia, deixe o material de molho por 30 minutos em solução contendo água comum e água sanitária (para cada cinco copos de água comum, acrescentar uma colher de sopa de água sanitária). Guarde o material em lugar bem limpo e seco. www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=117 57 Importante: não esquecer de fornecer água, sucos e chás nos intervalos das refeições para evitar desidratação. • O medicamento que não for líquido (comprimido ou drágeas) também pode ser colocado através da sonda, desde que triturado até virar pó e diluído em água. • Após passar a dieta ou a medicação, a sonda deve ser lavada com 30ml de água. • Se possível, todos os utensílios devem ser exclusivamente destinados à alimentação do paciente e lavados diariamente. • Mesmo que o paciente não esteja mastigando os alimentos, mantenha sua boca bem limpa e seus dentes escovados para evitar cáries e infecções. • Passe vaselina ou manteiga de cacau nos lábios para evitar rachaduras e ressecamento das mucosas 58 CÁLCULO DA NECESSIDADE HÍDRICA DO INDIVÍDUO 35- 40 ml/ Kg peso atual /dia Ou 1ml/kcal da dieta na ausência de doenças renais, hepáticas e cardíacas 59 CÁLCULO DA DENSIDADE CALÓRICA É a relação entre quantidade de calorias ofertadas e o volume da dieta. Expresso em kcal/ml. É recomendado que seja em torno de 1 kcal/ml. Valores superiores a 1,5 kcal/ml são compatíveis com dietas hiperosmolares. Pacientes desnutridos graves ou em jejum prolongado = recomenda-se iniciar com 1/3 -1/5 do GET no primeiro dia. Pacientes eutróficos ou moderadamente desnutridos = 1/3 do GET no primeiro dia. CÁLCULO DA NECESSIDADE HÍDRICA DO INDIVÍDUO 35- 40 ml/ Kg peso atual /dia Ou 1 ml/kcal da dieta, na ausência de doenças renais, hepáticas e cardíacas ADEQUAÇÃO E EVOLUÇÃO DO GET 60 COMPLICAÇÕES NO USO DA NUTRIÇÃO ENTERAL em relação ...à sonda - à dieta ... e a distúrbios metabólicos. Complicações quanto à sonda: • mau posicionamento (escolha do local; traquéia ao invés do esôfago); • mecânica (irritação/erosão nasofaríngea •entupimento • saída acidental ou proposital (todas estas são contornáveis) 61 Complicações quanto à dieta: • DIARRÉIA • distensão abdominal • náuseas • cólicas • regurgitação • aspiração pulmonar Estas situações podem ser contornadas: • trocando-se a formulação,• modificando-se a técnicas de administração, • associando-se algum medicamento, se indicado. 62 Complicações quanto aos desequilíbrios metabólicos : • hiperglicemia • hipercalemia • hipofosfatemia, entre outros. Estes problemas podem ser decorrentes da patologia de base. Pode-se modificar a dieta para colaborar com o tratamento. Complicação mais comum relacionada à dieta: DIARRÉIA possui causas multifatoriais: • velocidade de adm. da dieta (deve ser lenta); • medicamentos de alta osmolaridade; • uso prolongado de antibióticos, destruindo a flora intestinal; • hipoalbuminemia (podendo dificultar a absorção) ; •má absorção ou outros distúrbios gastrointestinais; 63 Quanto à fórmula da dieta: alta osmolalidade; • intolerância aos componentes da dieta (ex.: lactose); • contaminação; • intolerância ao volume administrado. CARACTERÍSTICAS DAS DIETAS - QUANTO AO/ A: • MODO DE PREPARO • VALOR NUTRICIONAL • VCT • COMPLEXIDADE DOS NUTRIENTES • ESPECIFICIDADE DA FÓRMULA • OSMOLALIDADE 64 QUANTO AO MODO DE PREPARO ARTESANAL: com ingredientes caseiros (leite, ovos, farinhas, carnes, etc.) INDUSTRIALIZADA: • em pó (para reconstituição), • líquida (pronta para uso), • mista (alimentos + produtos industrializados e/ou módulos) QUANTO AO VALOR NUTRICIONAL • nutricionalmente completas • nutricionalmente incompletas • suplementação alimentar 65 QUANTO AO VALOR CALÓRICO TOTAL: • Normo - 50-60%(HC), 25-35%(lip), 10-15% (prot) • Hiper - acima dos valores descritos • Hipo - abaixo dos valores descritos QUANTO A COMPLEXIDADE DE NUTRIENTES: POLIMÉRICA: alimentos “intactos” - proteínas, carboidratos e gorduras INTEIROS OLIGOMÉRICA: proteína/CHO hidrolisados; lipídios: TCL +TCM (+ vit/min) ELEMENTAR: aminoácidos, glicose TCL + TCM (+ vit/min) 66 QUANTO A ESPECIFICIDADE DA FÓRMULA: NÃO ESPECIALIZADA: • fórmulas poliméricas, para uso geral ESPECIALIZADA: • polimérica ou oligomérica ou elementar - com indicação para “poupar”determinados órgãos (intestino, pulmão, fígado, sist. imunológico ou uso em pediatria). QUANTO A OSMOLALIDADE ISOTÔNICA: 330 A 350 mOsm MODERADAMENTE HIPERTÔNICA: 350 a 550 mOsm HIPERTÔNICA: > 550 mOsm 67 FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DA FÓRMULA PARA ALIMENTAÇÃO ENTERAL: Integridade do TGI Tipo de PTN, LIP, CH na fórmula de acordo com a capacidade digestiva e absortiva do paciente Densidade calórica (Kcal/ml) e proporção Kcal:N Necessidades nutricionais do paciente Viscosidade da fórmula em relação ao tipo de equipamento para alimentação por sonda Conteúdo de sódio, potássio e fósforo da fórmula, especificamente nos pacientes com disfunção renal, hepática e/ou cardíaca. Custo da fórmula 68 Carboidratos Proteínas Lipídios Polissacarídeos Amido Amido modificado Cereais Vegetais Intacta Caseinato Proteína do leite Lactoalbumina Isolado protéico de soja Óleos de origem vegetal (milho, soja e girassol) Polímeros de Glicose Maltodextrina Xarope de milho Oligossacarídeos Proteína hidrolizada Redução da absorção protéica e Insuficiência pancreática Triglicerídeos de cadeia média (TCM) Dissacarídeos Sacarose – hidrólise do amido Lactose – hidrólise do leite Maltose – hidrólise de oligossacarídeos Aminoácidos Função renal e hepática alteradas Lecitina Ácidos graxos ômega-3 Monossacarídeos Glicose (dextrose) Frutose COMPOSIÇÃO DAS FÓRMULAS ENTERAIS 69 MONITORAÇÃO DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL •Peso ( pelo menos 3x/semana) •Sinais de edema ou desidratação (diariamente) •Ingestão e eliminação de fluído (diariamente) •Ingestão dietética de calorias, ptns, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras ( pelo menos 2x/semana) •Balanço nitrogenado (semanalmente) •Resíduos gástricos (diariamente a cada 4 horas) 70 •Verificação da função intestinal, incluindo consistência e freqüência ( diariamente) •Glicosúria (fase inicial- diariamente a cada 6h, diabéticos- diariamente) •Dosagem de eletrólitos como sódio, potássio e fósforo , hemograma, uréia e creatinina ( 2-3x/semana) •Dosagem de ptns séricas, cálcio, magnésio e teste de função hepática (semanalmente) MONITORAÇÃO DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL 71 SIM CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE DIETAS ENTERAIS Avaliação da alimentação via oral NÃO dieta via oral dieta enteral consistência normal SIM NÃO distúrbio metabólico? SIM NÃO dieta geral Dieta apropriada dieta enteral especialzada dieta enteral conven- cional 72 Na presença de algum distúrbio metábolico, consegue digerir ou absorver nutrientes intactos ? SIM: dieta especializada, podendo ser polimérica. Ex.: nefropatia NÃO: dieta especializada, de preferência, com hidrolizados ou módulos ex.: insuficiência hepática Se não apresenta distúrbio metábolico, consegue digerir ou absorver nutrientes intactos ? SIM: dieta convencional polimérica. Ex.: AVC NÃO: dieta especializada, com hidrolizados ou elementar ou módulos. ex.: diarréia 73 As dietas enterais utilizadas em condições especiais: • nas insuficiências: renal, respiratória e hepática; • na imunossupressão; • nas situações de estresse... ...serão abordadas quando estudadas individualmente. 74 ESCLARECIMENTOS: OSMOLALIDADE x OSMOLARIDADE Ambas são medidas de pressão osmótica exercida pela solução, ou seja, medem a concentração das partículas osmoticamente ativas nessa solução. A osmolaridade das dietas líquidas é muito importante. As dietas hipertônicas podem causar diarréia e desconforto em pacientes que estão sob dieta enteral. As fórmulas hiperosmolares, inicialmente, devem ser administradas de forma gradual. Osmolalidade baixa minimizam o risco de diarréia osmótica, proporcionando maior segurança na administração. Os solutos que devem ser excretados na urina são denominados carga de soluto renal. A carga de soluto renal determina o volume de água requerido para formar urina. As substâncias que contribuem para a carga de soluto renal são sódio, potássio, cloreto e uréia. Osmolaridade (OmOsm/l) Osmolalidade (mOsm/kg/H2O) 75 Albumina é a + abundante proteína circulante do plasma e dos líquidos extracelulares e tem iportância preponderante na determinação da pressão colóido-osmótica do plasma. Também exerce função de proteína de transporte (Ca, Cu, ác. graxos cad. longa, etc.). Existem dois pools de albumina em rápido equilíbrio: intravascular e extravascular, com fluxo nítido de albumina do primeiro ao segundo de + baixa concentração. A hipoalbuminemia depende de vários fatores. No trauma e sepse a síntese da albumina está reduzida, o seu catabolismo aumentado e, devido à permeabilidade alterada da membrana celular, verifica-se uma passagem transcapilar de albumina para o espaço extravascular. Este fato é responsável por “seqüestro”no espaço extravascular de Ca, Cu, ác. graxos cad. longa, aminoácidos, etc. Rotina Técnica - Terapia de nutrição parenteral/enteral: BRASIL. Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 272, de 08de abril de 1998. Regulamento técnico para a terapia de nutrição parenteral. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil. Brasília, n. 71-E, p. 78-91, 15 de abr 1999. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária, Resolução da Diretoria Colegiada – RCD n° 63, de 6 de julho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil Brasília, 6 jul. 2000. 76 Resolução da Diretoria Colegiada – RCD n° 63, de 6 de julho de 2000. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no uso da atribuição que lhe confere o art. 11 inciso IV do Regulamento da ANVISA aprovado pelo decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o § 1° do Art. 95 do Regimento Interno aprovado pela Resolução n° 1, de 26 de abril de 1999, em reunião realizada em 29 de junho de 2000, adota a seguinte resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação: Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral, constante do Anexo desta Portaria. 1. OBJETIVO 1.1. Este Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. 77 3. DEFINIÇÕES Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as seguintes definições: 3.1. Empresas Prestadoras de Bens e ou Serviços (EPBS): organização capacitada, de acordo com a Legislação vigente, para oferecer bens e ou serviços em Terapia Nutricional . 3.2. Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN): grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional de cada categoria, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico, podendo ainda incluir profissional de outras categorias, habilitados e com treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional-TN. 3.3.Farmácia: estabelecimento que atende à legislação sanitária vigente específica (Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal), com instalações para fornecimento e armazenamento de NE industrializada, quando se fizer necessário. 3.4. Nutrição Enteral (NE): alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. 3.5. Nutrição Enteral em Sistema Aberto: NE que requer manipulação prévia à sua administração, para uso imediato ou atendendo à orientação do fabricante. 3.6. Nutrição Enteral em Sistema Fechado: NE industrializada, estéril, acondicionada em recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conexão ao equipo de administração. 3.7. Prescrição dietética da NE: determinação de nutrientes ou da composição de nutrientes da NE, mais adequada às necessidades específicas do paciente, de acordo com a prescrição médica. 78 3.8. Prescrição médica da Terapia de Nutrição Enteral-TNE: determinação das diretrizes, prescrição e conduta necessárias para a prática da TNE, baseadas no estado clínico nutricional do paciente. 3.9.Sala de manipulação de NE: sala sanitizada, específica para a manipulação de nutrição enteral, atendendo às exigências das Boas Práticas de Preparação de Nutrição Enteral-BPPNE (Anexo II). 3.10. Terapia de Nutrição Enteral (TNE): conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de NE. 3.11. Terapia Nutricional (TN): conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Parenteral ou Enteral. 3.12. Unidade de Nutrição e Dietética (UND): unidade que seleciona, adquire, armazena e distribui insumos, produtos e NE industrializada ou não, produz bens e presta serviços, possuindo instalações e equipamentos específicos para a preparação da NE, atendendo às exigências das BPPNE, conforme Anexo II. 3.13. Unidade Hospitalar (UH): estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência à população na promoção da saúde e na recuperação e reabilitação de doentes 79 4. CONDIÇÕES GERAIS 4.1. As UH e as EPBS que realizem procedimentos de TNE devem possuir licença de funcionamento concedida pelo órgão sanitário competente 4.2. As UH e as EPBS interessadas em realizar procedimentos de TNE devem solicitar o seu cadastramento, conforme Anexo V, à autoridade sanitária local. 4.3. A complexidade da TNE exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe multiprofissional para garantir a sua eficácia e segurança para os pacientes. 4.4. A TNE deve abranger obrigatoriamente as seguintes etapas: 4.4.1. Indicação e prescrição médica 4.4.2. Prescrição dietética 4.4.3. Preparação, conservação e armazenamento 4.4.4. Transporte 4.4.5. Administração 4.4.6. Controle clínico laboratorial 4.4.7. Avaliação final 4.5. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a procedimentos escritos específicos e serem devidamente registradas, evidenciando as ocorrências na execução dos procedimentos. 4.6. As UH e as EPBS que queiram habilitar-se à prática da TNE devem contar com: 4.6.1. Sala de manipulação que atenda às recomendações da BPPNE, sempre que se optar pela utilização de NE em sistema aberto 4.6.2. EMTN - grupo formal e obrigatoriamente constituído de, pelo menos, um profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias a critério das UH e ou EPBS, com as respectivas atribuições descritas no Anexo I. 80 ..... 4.9. Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: indicar, prescrever e acompanhar os pacientes submetidos à TNE. 4.10. Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: realizar todas a operações inerentes à prescrição dietética, composição e preparação da NE, atendendo às recomendações das BPPNE, conforme Anexo II 4.11. Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, a NE industrializada, quando estas atribuições, por razões técnicas e ou operacionais, não forem de responsabilidade do nutricionista; 81 5. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS Na aplicação deste Regulamento são adotadas as seguintes condições específicas: 5.1. Indicação 5.1.1. O médico é responsável pela indicação da TNE. 5.1.2. A indicação da TNE deve ser precedida da avaliação nutricional do paciente que deve ser repetida, no máximo, a cada 10 dias. 5.1.3. São candidatos à TNE os pacientes que não satisfazem suas necessidades nutricionais com a alimentação convencional, mas que possuam a função do trato intestinal parcial ou totalmente íntegra. 5.2. Prescrição 5.2.1. O médico é responsável pela prescrição médica da TNE. 5.2.2. O nutricionista é responsável pela prescrição dietética da NE. 5.2.3. A prescrição dietética deve contemplar o tipo e a quantidade dos nutrientes requeridos pelo paciente, considerando seu estado mórbido, estado nutricional e necessidades nutricionais e condições do trato digestivo. 5.2.4. A TNE deve atender a objetivos de curto e longo prazos. 5.2.4.1. Entende-secomo curto prazo a interrupção ou redução da progressão das doenças, a cicatrização das feridas, a passagem para nutrição normal e a melhora do estado de desnutrição. 5.2.4.2. Entende-se por longo prazo a manutenção do estado nutricional normal e a reabilitação do paciente em termos de recuperação física e social. 5.2.4.3. Em casos excepcionais a TNE pode substituir definitivamente a nutrição oral. 82 5.3. Preparação 5.3.1. O nutricionista é responsável pela supervisão da preparação da NE. 5.3.2. A preparação da NE envolve a avaliação da prescrição dietética, a manipulação, o controle de qualidade, a conservação e o transporte da NE e exige a responsabilidade e a supervisão direta do nutricionista, devendo ser realizada, obrigatoriamente, na UH ou EPBS, de acordo com as recomendações das BPPNE, conforme Anexo II. 5.3.3. Os insumos e recipientes adquiridos industrialmente para o preparo da NE, devem ser registrados nos órgãos competentes, quando obrigatório, e acompanhados do Certificado de Análise emitido pelo fabricante, garantindo a sua pureza físico-química e microbiológica, bem como o atendimento às especificações estabelecidas. 5.3.4. A NE preparada na sala de manipulação da UH e ou EPBS deve atender às exigências das BPPNE (Anexo II). 5.3.5. A avaliação da prescrição dietética da NE quanto à sua adequação, concentração e compatibilidade físico-química de seus componentes e dosagem de administração, deve ser realizada pelo nutricionista antes do início da manipulação, compartilhada com o farmacêutico quando se fizer necessário. 5.3.5.1. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser discutida com o nutricionista responsável por esta, que se reportará ao médico sempre que envolver a prescrição médica. 5.3.5.2. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser registrada e comunicada à EMTN. 5.3.6. Os insumos, recipientes e correlatos para preparação da NE devem ser previamente tratados para garantir a sua assepsia e inspecionados visualmente, quanto à presença de partículas estranhas. 83 5.3.7. A manipulação da NE deve ser realizada em área específica para este fim, de acordo com as BPPNE 5.3.8. A manipulação da NE deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo procedimentos escritos e validados. 5.3.9. O nível de qualidade da manipulação da NE deve ser assegurado pelo controle em processo, conforme item 4.5. das BBPNE, Anexo II. 5.3.10. A NE deve ser acondicionada em recipiente atóxico, compatível físico- quimicamente com a composição do seu conteúdo. O recipiente deve manter a qualidade físico-química e microbiológica do seu conteúdo durante a conservação, transporte e administração. 5.3.11. A NE deve ser rotulada com identificação clara do nome do paciente, composição e demais informações legais e específicas, conforme item 4.5.4.2. do Anexo II, para a segurança de sua utilização e garantia do seu rastreamento. 5.3.12. Após a manipulação, a NE deve ser submetida à inspeção visual para garantir a ausência de partículas estranhas, bem como precipitações, separação de fases e alterações de cor não previstas, devendo ainda ser verificada a clareza e a exatidão das informações do rótulo. 5.3.13. De cada sessão de manipulacão de NE preparada devem ser reservadas amostras, conservadas sob refrigeração (2ºC a 8ºC), para avaliação microbiológica laboratorial, caso o processo de manipulação não esteja validado. 5.3.14. As amostras para avaliação microbiológica laboratorial devem ser estatisticamente representativas + 1 de uma sessão de manipulação, colhidas aleatoriamente durante o processo, caso o mesmo não esteja validado, sendo “n” o número de NE preparadas. 5.3.15. Recomenda-se reservar amostra de cada sessão de preparação para contraprova, devendo neste caso, ser conservada sob refrigeração (2ºC a 8ºC) durante 72 horas após o seu prazo de validade. 5.3.16. A garantia da qualidade da NE pode ser representada pelo resultado do controle em processo (Anexo II item 4.5) e do controle de qualidade da NE (Anexo II item 4.6.2) 5.3.17. Somente são válidas, para fins de avaliação microbiológica, as NE nas suas embalagens originais invioladas ou em suas correspondentes amostras. 84 5.4. Conservação 5.4.1. A NE não industrializada deve ser administrada imediatamente após a sua manipulação. 5.4.2. Para a NE industrializada devem ser consideradas as recomendações do fabricante. 5.5. Transporte 5.5.1. O transporte da NE deve obedecer a critérios estabelecidos nas normas de BPPNE, conforme Anexo II. 5.5.2. O nutricionista é responsável pela manutenção da qualidade da NE até a sua entrega ao profissional responsável pela administração e deve orientar e treinar os funcionários que realizam o seu transporte. 5.6. Administração 5.6.1. O enfermeiro é o responsável pela conservação após o recebimento da NE e pela sua administração. 5.6.2. A administração da NE deve ser executada de forma a garantir ao paciente uma terapia segura e que permita a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando materiais e técnicas padronizadas, de acordo com as recomendações das BPANE, conforme Anexo III. 5.6.3. A NE é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida para outro tipo de recipiente. A necessidade excepcional de sua transferência para viabilizar a administração só pode ser feita após aprovação formal da EMTN. 5.6.4. A via de administração da NE deve ser estabelecida pelo médico ou enfermeiro, por meio de técnica padronizada e conforme protocolo previamente estabelecido. 5.6.5. A utilização da sonda de administração da NE não é exclusiva, podendo ser empregada para medicamentos e outras soluções quando necessário. 85 5.7. Controle Clínico e Laboratorial 5.7.1. O paciente submetido à TNE deve ser controlado quanto à eficácia do tratamento, efeitos adversos e alterações clínicas que possam indicar modificações da TNE. 5.7.2. O controle do paciente em TNE deve ser realizado periodicamente e contemplar: ingressos de nutrientes, tratamentos farmacológicos concomitantes, sinais de intolerância à NE, alterações antropométricas, bioquímicas, hematológicas e hemodinâmicas, assim como modificações em órgãos, sistemas e suas funções. 5.7.3. Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as conseqüentes alterações na formulação ou via de administração da NE devem constar na história clínica do paciente. 5.8. Avaliação Final 5.8.1. Antes da interrupção da TNE o paciente deve ser avaliado em relação à: 5.8.1.1. capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por alimentação convencional; 5.8.1.2. presença de complicações que ponham o paciente em risco nutricional e ou de vida e 5.8.1.3. possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas médicas e legais. 86 5.9. Documentação Normativa e Registros 5.10. Inspeções Anexo I - Atribuições da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) Anexo II - Boas Práticas de Preparação de Nutrição Enteral (BPPNE) Anexo III - Boas Práticas de Administração da Nutrição Enteral (BPANE) Anexo IV - Roteiros de Inspeção A - Identificação da Empresa e Inspeção das Atividades da EMTN. B - Preparação de Nutrição Enteral C - Administração de Nutrição Enteral 87 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E TERAPIA NUTRICIONAL (EMTN) PARA A PRÁTICA DA TNE 1. OBJETIVO Esta recomendação estabelece as atribuições da EMTN, especificamente, para a prática da TNE. 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS 2.1. Para a execução, supervisão e avaliação permanentes, em todas as etapas da TNE, é condiçãoformal e obrigatória a constituição de uma equipe multiprofissional. 2.2. Por se tratar de procedimento realizado em paciente sob cuidados especiais e para garantir a vigilância constante do seu estado nutricional, a EMTN para TNE deve ser constituída de, pelo menos, 1 (um) profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias a critério das UH e ou EPBS. 2.3. No caso do uso eventual de TNE a não existência da EMTN deve ser justificada mediante a apresentação, pela UH, de alternativa de atuação para prévia avaliação da autoridade sanitária. 2.4. A EMTN deve ter um coordenador técnico-administrativo e um coordenador clínico, ambos membros integrantes da equipe e escolhidos pelos seus componentes. 88 3. ATRIBUIÇÕES GERAIS DA EMTN Compete a EMTN: 3.1. Estabelecer as diretrizes técnico-administrativas que devem nortear as atividades da equipe e suas relações com a instituição. 3.2. Criar mecanismos para o desenvolvimento das etapas de triagem e vigilância nutricional em regime hospitalar, ambulatorial e domiciliar, sistematizando uma metodologia capaz de identificar pacientes que necessitam de TN, a serem encaminhados aos cuidados da EMTN. 3.3. Atender às solicitações de avaliação do estado nutricional do paciente, indicando, acompanhando e modificando a TN, quando necessário, em comum acordo com o médico responsável pelo paciente, até que seja atingido os critérios de reabilitação nutricional pré- estabelecidos. 3.4. Assegurar condições adequadas de indicação, prescrição, preparação, conservação, transporte e administração, controle clínico e laboratorial e avaliação final da TNE, visando obter os benefícios máximos do procedimento e evitar riscos. 3.5. Capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a aplicação do procedimento, por meio de programas de educação continuada, devidamente registrados. 3.6. Estabelecer protocolos de avaliação nutricional, indicação, prescrição e acompanhamento da TNE. 3.7. Documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TNE visando a garantia de sua qualidade. 3.8. Estabelecer auditorias periódicas a serem realizadas por um dos membros da EMTN, para verificar o cuprimento e o registro dos controles e avaliação da TNE. 3.9. Analisar o custo e o benefício no processo de decisão que envolve a indicação, a manutenção ou a suspensão da TNE. 3.10. Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos aos pacientes e aos aspectos operacionais da TNE. 89 6. ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA Compete ao nutricionista: 6.1. Realizar a avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo pré-estabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional . 6.2. Elaborar a prescrição dietética com base nas diretrizes estabelecidas na prescrição médica. 6.3. Formular a NE estabelecendo a sua composição qualitativa e quantitativa, seu fracionamento segundo horários e formas de apresentação. 6.4. Acompanhar a evolução nutricional do paciente em TNE, independente da via de administração, até alta nutricional estabelecida pela EMTN. 6.5. Adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com base na evolução nutricional e tolerância digestiva apresentadas pelo paciente. 6.6. Garantir o registro claro e preciso de todas as informações relacionadas à evolução nutricional do paciente. 6.7. Orientar o paciente, a família ou o responsável legal, quanto à preparação e à utilização da NE prescrita para o período após a alta hospitalar. 6.8. Utilizar técnicas pré-estabelecidas de preparação da NE que assegurem a manutenção das características organolépticas e a garantia microbiológica e bromatológica dentro de padrões recomendados na BPPNE (anexo II). 6.9. Selecionar, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, os insumos necessários ao preparo da NE, bem como a NE industrializada. 90 6.10. Qualificar fornecedores e assegurar que a entrega dos insumos e NE industrializada seja acompanhada do certificado de análise emitido pelo fabricante. 6.11. Assegurar que os rótulos da NE apresentem, de maneira clara e precisa, todos os dizeres exigidos no item 4.5.4 - Rotulagem e Embalagem da BPPNE (Anexo II) . 6.12. Assegurar a correta amostragem da NE preparada para análise microbiológica, segundo as BPPNE. 6.13. Atender aos requisitos técnicos na manipulação da NE. 6.14. Participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações de NE. 6.15. Organizar e operacionalizar as áreas e atividades de preparação. 6.16. Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores, bem como para todos os profissionais envolvidos na preparação da NE. 6.17. Fazer o registro, que pode ser informatizado, onde conste, no mínimo: a) data e hora da manipulação da NE b) nome completo e registro do paciente c) número seqüencial da manipulação d) número de doses manipuladas por prescrição e) identificação (nome e registro) do médico e do manipulador f) prazo de validade da NE. 6.18. Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos aos aspectos operacionais da preparação da NE. 6.19. Supervisionar e promover auto-inspeção nas rotinas operacionais da preparação da NE 91 FUNDAMENTOS DO SUPORTE NUTRICIONAL parenteral Profª. Africa Isabel Cruz Perez - método de alimentação por meio de fluidos administrados por via parenteral, os quais contém os elementos nutricionais requeridos para a manutenção do metabolismo corporal normal. 92 NNUTRIÇÃO PARENTERAL 1CONCEITO: É o fornecimento de macronutrientes, micronutrientes e água por via intravenosa. 2OBJETIVO PRINCIPAL: Manter ou melhorar o E.N dos pacientes que apresentem impossibilidade total ou parcial de utilização do TGI para se alimentarem. 21 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS: Melhor resposta terapêutica da doença; aumento da sobrevida e diminuição do tempo de internação hospitalar, menor incidência de complicações advindas da doença. 93 EMTN – EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL ATUAÇÃO DA EMTN O propósito da atuação da EMTN é auxiliar os profissionais responsáveis pela assistência aos pacientes internados na avaliação e administração da terapia de nutrição parenteral e enteral. A EMTN está disponível para consultoria e assessoria e também realiza visitas periódicas de avaliação aos pacientes em terapia nutricional. A Terapia Nutricional e a atuação da ENTM estão regulamentadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde – Portarias 272 de 1998 e 63 de 2000 (www.anvisa.gov.br) 94 INDICAÇÕES DA NPT • SIC – SINDROME DO INTESTINO CURTO • fístulas enterocutâneas de alto débito (>500ml/dia) • íleo paralítico prolongado • jejum por via oral superior a uma semana durante tratamento clínico ou pré- operatório •desnutrição grave • anorexia - disfagia •transtornos da digestão e absorção; • outras situações (consumo de alimentos via oral é mal tolerado); • indicação de repouso intestinal completo; • coma hepático, insuficiência renal e outros distúrbios metabólicos (com preparação bem ajustada oferecerá benefícios terapêuticos); • pancreatite aguda e doenças inflamatórias intestinais (alimentos são mal tolerados);• câncer, malformações congênitas, • transtornos vasculares e neurológicos; • quadros hipermetabólicos • aporte exclusivo ou suplementação de nutrientes por via venosa 95 INDICAÇÕES RELATIVAS - fístulas enterocutâneas de baixo débito e desnutrição moderada. CCONTRA-INDICAÇÕES - TGI passível de ser utilizado, pacientes hemodinamicamente instáveis (hipovolêmicos, choque cardiogênico ou séptico e pacientes anúricos). NUTRIÇÃO PARENTERAL N P TOTAL (NPT) - TODOS OS NUTRIENTES são administrados por via parenteral N P “PARCIAL” são oferecidos 1 ou + nutrientes por via parenteral 96 VIAS DE ACESSO CENTRAL: Inserção de catéter venoso central: •subclávia infraclavicular, •subclávia supraclavicular, •jugular interna, basílica ou safena (dissecção) •Em crianças: jugular externa, facial, axilar, safena (dissecção) PERIFÉRICO: (NPP): administração em vasos sangüíneos menos calibrosos 97 . ACESSO VENOSO CENTRAL = Infusão por cateter em veias de grande diâmetro (VCS ou jugulares internas). Também chamada de Nutrição Parenteral Total (NPT). CARACTERISTICAS DA NPT -Geralmente fornecem o suporte nutricional total; -Veias de maior diâmetro e fluxo sangüíneo (Subclávia infra e supraclavicular, jugular interna) toleram soluções mais hiperosmolares devido a rápida diluição e distribuição dos nutrientes; - O cateter central deve ser utilizado apenas para administração de nutrientes e não para derivados de sangue ou medicamentos. - É capaz de suprir energia suficiente para o anabolismo, até 4000kcal/dia se for necessário VIAS DE ACESSO DA NUTRIÇÃO PARENTERAL 98 NUTRIÇÃO PARENTERAL PERIFÉRICA (NPP) (administração em veias de extremidades- menos calibrosas) Geralmente utilizada para a adm. de emulsões lipídicas- menor osmolaridade final. Indicações: pediatria; adultos - com duração moderada (1-3 semanas) Acesso simples:(butterfly e cânulas Complicações: oferta excessiva de fluidos, tromboflebite, intolerância a lipídios. 99 AACESSO VENOSO PERIFÉRICO Infusão por cateter em veias periféricas principalmente nos membros superiores. Também chamada de Nutrição parenteral periférica (NPP), normalmente funciona como adjunto da terapia nutricional, não oferecendo o suporte nutricional total. CCARACTERISTICAS DA NPP FFornece suporte calórico complementar, mantendo a osmolaridade da solução. A ingestão energética pode variar de 700-1800 Kcal/dia. -Soluções hiperosmolares (> 600mOsm/l) freqüentemente causam flebite em veias periféricas, limitando seu acesso e infiltração em tecidos subcutâneos. - Tem como objetivo principal preservar o EN de um paciente previamente nutrido submetido a um período curto de jejum por via oral. 100 101 102 103 Alimentação por veia central (NPT) 1. Incapacidade de tolerar a ingestão enteral durante mais de 7 dias 2. TMB moderada a gravemente aumentada 3. Desnutrição moderada à grave, não corrigível com a alimentação enteral 4. Insuficiência cardíaca, renal e/ou hepática, que requeiram restrição hídrica 5. Acesso limitado às veias periféricas, com possibilidade de acesso da veia central INDICAÇÕES PARA O USO DO ACESSO VENOSO CENTRAL 104 Alimentação por veia periférica (NPP) 1. Ingestão enteral interrompida, mas com previsão de recomeço em 5-7 dias 2. Suplementação à alimentação enteral ou como fase de transição 3. Desnutrição leve a moderada 4. TMB normal ou levemente elevada 5. Ausência de insuficiência orgânica que requeira restrição hídrica INDICAÇÕES PARA O USO DO ACESSO VENOSO PERIFÉRICO 105 Preparação das soluções de NP Confecção das misturas nutritivas: - ambiente e manuseio absolutamente assépticos; - as soluções não podem ser armazenadas por longo prazo, nem expostas a temperaturas elevadas (risco de contaminação e reação química entre glicose e aa - Maillard) - estocagem em geladeira - máximo 24 h. SISTEMA DE INFUSÃO - NP • Frascos de adm: vidro / bolsa plástica • Filtro esterilizante e bomba de infusão contínua • Equipo de NP: uso exclusivo; •Cuidados gerais com o curativo, equipo, etc. 106 107 108 PREPARO DA SOLUÇÃO DE NP 109 COMPOSIÇÃO DAS SOLUÇÕES GEB: equação HB / GET: GEB + FA + FI Fontes calóricas + utilizadas: - glicose hipertônica (concent. variam de 5-70%) (dextrose: glicose monohidratada - emulsões lipídicas (fonte de AGE- ômega 3 e 6 e energia - 20-30% do VCT ) (concent. variam de 10-30%) Fonte protéica: - aminoácidos: 0,8 - 1,0 g/kg/dia (pode chegar até 1,5 - 2,0 g/kg/dia) (concent. variam de 10-20%) Água + vitaminas + oligo elementos MISTURAS 2 EM 1: glicose + aminoácidos + vitaminas + minerais MISTURAS 3 EM 1: glicose + aminoácidos + lipídios vitaminas + minerais 110 A energia disponível nos alimentos é a seguinte: Carboidratos = 4,0 kcal/g Lipídeo = 9,0 kcal/g Proteína = 4,0 kcal/g Na NP considerar: Glicose = 3,4 kcal/g Lipídeo = 11,0 kcal/g Proteína = 4,0 kcal/g A administração pode ser: -contínua - durante 24 h (“menos fisiológica”) -cíclica – intermitente (“+ fisiológica) IMPORTANTE: 111 ASPECTO QUALITATIVO –TIPOS DE SOLUÇÕES PARA N.P CARBOIDRATOS: Glicose monoidratada em solução hipertônica. - Necessidades diárias = 4 – 5 mg /kg/ min. Concentração de glicose: 5 – 10 – 20 – 25 – 50 – 70%. Ex. Uma solução que contenha 500ml com glicose a 50% - oferece 250g de glicose, e portanto 1000 kcal. IMPORTANTE: Quanto maior a concentração de Glicose de uma solução, maior será a produção de CO2, o Q.R e o consumo de O2. PROTEINAS: Soluções de Aas cristalinos sintéticos essenciais e não essenciais. 112 Infusão máxima: 2,5g/kg/dia (Necessidade diária = 1-3 g/kg/dia) -Síndrome de sobrecarga de gordura = caracterizada por hepatomegalia, icterícia e trombocitopenia. -Contra-indicações: Alergia a ovos, hiperlipidemia MICRONUTRIENTES. VITAMINAS - Vitaminas A- D – E = Aderem aos frascos de plástico, diminuindo sua concentração em 24h em até 60%; - Vitaminas do complexo B = acima de 8h de exposição a luz, diminuem de 47 –100% a sua concentração; Idem para Vitamina C. LIPÍDIOS (Sol. Isotônicas). Concentrações: Soluções 10% = 1,1 kcal/ml - Soluções 20% = 2,1 kcal/ml - Fontes: óleos de soja e /ou açafrão 113 Complicações e sua prevenção - relacionadas ao cateter • trombose venosa, infecção/ contaminação, pneumotórax, hemotórax,outros acidentes de punção, embolia gasosa, infiltração no tecido subcutâneo, embolia do cateter, saída acidental do cateter. - complicações metabólicas • hiperglicemia, hipoglicemia, coma diabético, distúrbios eletrolíticos, desequilíbrios ácido-básicos, disfunção hepática e hepatomegalia, deficiência de ác. graxos essenciais, carência de oligoelementos, faltas e excessos de vitaminas, outras complicações assoc. à longa duração. 114 COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL ACESSO DA VEIA SUBCLÁVIA - Pneumotórax - Hemotórax - Hidrotórax - Quilotórax - Perfuração cardíaca - Endocardite - Hidromediastino - Embolia por fragmento do cateter- Lesão da artéria subclavia - Trombose venosa INFECÇÃO E SEPSE - Contaminação durante a inserção do cateter - Permanência a longo prazo do cateter - Contaminação da solução - Alguns sinais de contaminação são febre, calafrios, taquicardia e intolerância a glicose. 115 COMPLICAÇÕES METABÓLICAS COMPLICAÇÃO CAUSAS SINAIS E SINTOMAS Hiperglicemia Velocidade de infusão inadequada, hipercatabolismo, diabetes e medicamentos. Glicosúria, diurese osmótica e desidratação. Deficiência de oligoelementos Oferta insuficiente De acordo com o oligoelemento Hipoglicemia súbita no aporte de glicose Palidez, sudorese, coma Azotemia IR ou IH, aporte excessivo de nitrogênio Assintomática, ou vômitos, alter. mental e coma Acidose metabólica IR ou IH, septicemia, oferta excessiva de cloretos Hioerventilação e alteração do volume urinário 116 Hipocalemia Oferta insuficiente, diarréia, fístulas, anabolismo Fraqueza muscular, íleo adinâmico, alter. no ECG Hipomagnesemia Oferta insuficiente, diarréia, fístulas, anabolismo Parestesia de extremidades, alter. no ECG Hipocalcemia Oferta insuficiente Tetania, cólicas abdominais. Alter. ECG Hipofosfatemia Oferta insuficiente e anabolismo Parestesias Deficiência de AGE Oferta inadequada, desnutrição crônica Descamação cutânea, alópecia Hiperlipidemia Infusão excessiva Alter. bioquímica 117 CÁLCULO DA DIETA PARENTERAL NECESSIDADES QUANTITATIVAS NECESSIDADE HÍDRICA - 35-40 ml/kg/dia: quando houver acrescentar perdas por diarréia e fístulas. Perdas por febre: 100- 150 ml para cada grau de febre acima do normal (37ºC) NECESSIDADE ENERGÉTICA - Harris-Benedict (equação preditiva) - Outras Equações preditivas - Necessidade calórica de acordo com a injúria (estresse) Calorimetria indireta 118 CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE Nível de estresse N uréico urinário (g/dia) Nulo 0-5 Leve 5-10 Moderado 10-15 Grave 15 NECESSIDADE PROTÉICA Nível de estresse PTN (g/kg/dia) Nulo 0,8 Leve 0,8-1,0 Moderado 1,0-15 Grave 1,5-3,0 119 NECESSIDADE DE CHO 4 – 5 g/kg/dia Taxa de Infusão: 4 – 5 mg/kg/min (não exceder 7 mg/kg/dia) NECESSIDADE DE LIPÍDIOS 1 – 3 g/Kg/dia NECESSIDADE DE MICRONUTRIENTES TABELAS ESPECÍFICAS 120 MINERAIS - Sódio, cloro, potássio, cálcio, magnésio e fosfato: - Importantes para regulação do balanço hídrico, função cardíaca, mineralização óssea, sistema nervoso, síntese de tec. muscular e sistema nervoso. - De forma geral, devem ser oferecidos em quantidades superiores a 200mg/dia, contudo é de suma importância analisar cada caso especificamente. OLIGOELEMENTOS São metais inorgânicos que apresentam necessidades diárias inferiores a 100mg/dia, com reservas orgânicas inferiores a 4g. São essenciais na nutrição: Ferro, iodo, zinco, cobre, manganês, selênio, cobalto e molibdênio. São adicionados em frascos contendo multi-oligoelementos ADITIVOS Insulina = hiperglicemia, intolerância a glicose - Heparina = Flebite - Albumina = Edema por alteração de pressão oncótica (discutível) 121 PREPARO E ADMINISTRAÇÃO . TIPOS DE SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO . GLICÍDICO -GLICOSE = Fonte calórica exclusiva e se utilizam Aas cristalinos como fonte protéica. -SOLUÇÃO NUTRITIVA BÁSICA = É composta de Glicose + Aas + vitaminas e eletrólitos. - Infusão de lipídios = É realizada 2X/semana, em acesso periférico. Não ultrapassando 125ml/h. Recomenda-se de 80-100ml/h nas soluções a 10% e 60ml/h nas soluções a 20%. -DESVANTAGENS: intolerância a glicose, Insuficiência respiratória, deficiência de AGE, necessidade de cateter central. 122 SISTEMA LIPÍDICO OU 3 EM 1 - Associa Glicose, Aas, lipídios, vitaminas e eletrólitos em quantidades adequadas para administração diária. - VANTAGENS: metabolismo mais balanceado,. Diminui complicações relacionadas ao excesso de glicose, tem osmolaridade menor ( 600-950mOsm/l), pode ser utilizada em acesso periférico. - COMPLICAÇÕES: Flebite, hipercolesterolemia e trigliceridemia, hipersensibilidade a emulsão lipídica aguda ou por uso prolongado e embolia gordurosa. - CONTRA-INDICAÇÕES: pancreatite aguda, dislipidemias e insuf. Hepática. -COMPOSIÇÃO: Definido como um sistema heterogêneo estabilizado. Utiliza soluções de glicose com concentrações menores (10-20%) 123 CÁLCULO DA OSMOLARIDADE - ____kcal de GLICOSE x 1,5= _____mOsm ________ g de aa x 10 = _____mOsm _____kcal lipídeos x 0,15 = _____mOsm Eeletrólitos _______________ + 200 mOsm TTOTAL ______ mOsm/volume final mmOsm/litro = mOsm/volume final volume final (L) -GORDURA= Isotônica N.P.P. Normalmente utiliza soluções de glicose a 5 - 10%, com uma administração máxima de 100-150g/dia. - Osmolaridade final deve ser inferior a 600 mOsm/l - V.C.T= 700- 1800 kcal/dia - A administração deve ser com bomba infusora para melhor controle do gotejamento devido ao uso de soluções hipertônicas. 124 N.P.T Iniciar com 50ml/h- nas primeiras 24h e progredir até 100-120ml/h. - Introdução gradual – 25% da dose total prevista – após 24h – 50% - após 24h - 75% - após 24h –100%. A finalização da N.P.T no sistema glicídico não deve ser abrupta, deve-se administrar soluções de soro glicosado a 10% por 12h até a retirada do cateter. ADMINISTRAÇÃO DA NP Recomendações para a prescrição de nutrição parenteral A NP só deve ser iniciada em pacientes com estabilidade hemodinâmica. As soluções para NP periférica devem ter osmolaridade calculada igual ou menor a 900-1000 mOsm/kg para evitar flebite. A concentração final de glicose deve ser no máximo 10%. Limitar o acesso venoso a 72 horas em cada local para preservar as veias. 125 Rotina laboratorial antes de iniciar NP: - hemograma, glicose, uréia, creatinina, sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, albumina, globulina, colesterol, triglicerídeos, transaminases e fosfatase alcalina. No primeiro dia, deve-se prescrever 50% das necessidades calculadas. Administrar a solução numa velocidade constante com bomba de infusão. Se bem tolerada progredir para 100% do calculado no dia seguinte. Obs: para garantir melhores resultados e menor risco de intolerância iniciar com 25% e evoluir conforme a estabilidade do paciente. 126 • Realizar controle de glicemia capilar de 6/6 horas e administrar insulina regular subcutânea para manter níveis glicêmicos abaixo de 200-220 mg/dl. • Se os níveis se mantiverem abaixo de 200 mg/dl monitorar a glicemia de 24/24 horas. • As emulsões de lipídios são utilizadas para prevenir deficiência de ácidos graxos (administração 1-2 x por semana) e como fonte calórica (administração diária). • A administração diária é recomendada para pacientes com intolerância à glicose e pacientesgravemente enfermos com alto nível de estresse metabólico. • Limitar a oferta a 20-30% das calorias não protéicas. 127 •As emulsões lipídicas podem ser administradas isoladamente ou misturadas às soluções de glicose e aminoácidos (mistura 3 em 1). •Na administração isolada limitar o tempo máximo de infusão a 12 horas para diminuir o risco de contaminação. •Na administração conjunta na solução 3 em 1 o tempo máximo de infusão é de 24 horas. •A velocidade máxima de infusão da solução isolada de lipídeo, é de 10 g/hora (100 ml/hora da solução 10% e 50 ml/hora da solução 20%). IMPORTANTE Suspender a administração da emulsão lipídica se os níveis séricos de triglicerídeos estiverem acima de 350- 400 mg/dl. http://www.sbnpe.com.br/ Consulta sobre legislação/atualização 128 NUTRIÇÃO PARENTERAL – SOLUÇÕES DISPONÍVEIS NO MERCADO 1. Emulsões Lipídicas Nome comercial Fornecedor Concentração % Volume (ml) Intralipid Travenol Ind e Com. 10-20 500 – 100 Lipovenos Fresenius 10-20 500 - 100 Endolipid Darrow S.A 10-20 500 - 100 Lipofundin MCT/LCT Fresenius 10-20 500- 100 - As emulsões lipídicas são a base de fosfatídios de soja emulsificados pela lecitina. - Estas soluções contém: 75% de água e 25% de gordura. 129 Emulsão Lipidíca Solução cristalina de AAS 130 VALOR CALÓRICO: Soluções 10% = aproximadamente 1100 kcal Soluções 20% = aproximadamente 2000 kcal - São isotônicos em relação sangue, por isso podem ser utilizados em acesso venoso periférico. - Não são eliminados pelo rim o que implica na ausência de perda de energia; - Suprem as necessidades de ácidos graxos essenciais (Linoléico e Linolênico) 131 2. Soluções de Aminoácidos Cristalinos Nome comercial Fornecedor Concentração % Volume (ml) Aminoplasmal B.Braun. 10-5 500 – 100 Ls10aA B.Braun 10 associado a CH 500 - 100 L10A B.Braun 10 500 - 100 L5A B.Braun 5 500- 100 Aminosteril Fresenius 10-5 500-1000 Aminosteril 800 Fresenius 5 500 Aminosteril 10%E Fresenius 10 com Glicose – 500ml a 50% 1000 Aminosteril 10% Fresenius 10 com Glicose – 500ml a 50% 1000 132 - Estas soluções são contra-indicadas nos casos de Hepatopatias e Nefropatias graves, neste caso substituir por formulações especiais para NP; - Soluções contendo os 20 Aas (essenciais , não essenciais e semi - essenciais); - Garantem maior aproveitamento dos Aas na síntese de PTNs; - Monitorar os níveis de eletrólitos ( Sódio, Potássio, Cloro e Magnésio) Aas essenciais: Isoleucina, Leucina, Lisina,Metionina, Fenilalanina, Treonina, Triptofano e Valina. Aas não essenciais: Glicina, Alanina e Prolina Aas semi-essenciais: Arginina, Histidina e Glutamina. 133 - As soluções disponíveis de aminoácidos buscam também composições que tenham aminoacidograma semelhantes a proteína, de alto valor biológico, como a do ovo ou do leite materno. - Contudo, existem condições de ordem farmacotécnica que impedem a formulação completa de todos os aminoácidos em solução de NPT. (WAITZBERG et al, 2000). - Quanto aos lípides, as emulsões parenterais comercialmente disponíveis fornecem triglicérides de cadeia longa importantes por suas funções imunomoduladoras. - A formulação de solução de NPT é um procedimento que deve ser adaptado as necessidades individuais de cada paciente beneficiário, assim, a solução de NPT deverá sofrer alteração em sua composição na medida das variações das condições mórbidas do paciente. (WAITZBERG et al, 2000). 134 Composição da Nutrição Parenteral Na nutrição parenteral completa todos os nutrientes essenciais devem ser fornecidos em quantidades adequadas. O regime deve incluir carboidratos, gorduras, aminoácidos, eletrólitos, minerais, oligoelementos e vitaminas, cuja oferta deve respeitar a faixa de indicação. A solução de NPT pretende ministrar todos os nutrientes necessários para a completa manutenção da vida, crescimento celular e tecidual. Entretanto, obstáculos de ordem farmacotécnica, como solubilidade em meio aquoso, estabilidade térmica e de armazenamento, compatibilidade química e toxicidade, impedem que, na solução de NPT, sejam colocados os nutrientes necessários e conhecidos. Deve-se considerar também que, alguns requerimentos parenterais, como por exemplo, os de oligoelementos e elementos traço, ainda não são totalmente conhecidos, particularmente nos casos de longa duração de NPT. A presença de contaminantes nas embalagens de NPT pode causar, a longo prazo, acúmulo de certas substâncias, como alumínio. Fibras, pela sua própria natureza, não constam na formulação da NPT. (WAITZBERG, 2000) 135 BRASIL. Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 272, de 08 de abril de 1998. Regulamento técnico para a terapia de nutrição parenteral. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil. Brasília, n. 71-E, p. 78-91, 15 de abr 1999. 1. OBJETIVO: Este Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Parenteral. 2. REFERÊNCIAS. 136 3. DEFINIÇÕES: Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as seguintes definições; 3.1. Empresas Prestadoras de Bens e/ou Serviços (EPBS): Organização capacitada, de acordo com a Legislação vigente, para oferecer bens e/ou serviços em Terapia Nutricional . 3.2. Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional: grupo formal e obrigatoriamente constituído de, pelo menos um profissional médico, farmacêutico, enfermeiro, nutricionista, habilitados e com treinamento específico para a prática da TN. 3.3. Farmácia: estabelecimento que atenda à legislação sanitária vigente (Federal, Estadual, Municipal), com instalações e equipamentos específicos para a preparação da Nutrição Parenteral, em área asséptica, atendendo ainda às exigências das Boas Práticas de Preparação de Nutrição Parenteral (BPPNP), conforme Anexo II. 3.4. Nutrição Parenteral (NP): solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogê-nica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. 3.5. Produtos farmacêuticos: soluções parenterais de grande volume (SPGV) e soluções parenterais de pequeno volume (SPPV), empregadas como componentes para a manipulação da NP. 3.6. Terapia de Nutrição Parenteral (TNP): conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de NP. 3.7. Terapia Nutricional (TN): conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Parenteral e ou Enteral. 3.8. Unidade Hospitalar (UH): estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência à população na promoção da saúde e na recuperação e reabilita-ção de doentes. 137 4. CONDIÇÕESGERAIS: na execução dos procedimentos. 4.1. A complexidade da TNP exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe multiprofissional para garantia da sua eficácia e segurança para os pacientes. 4.2. A TNP deve abranger, obrigatoriamente, as seguintes etapas: 4.2.1. Indicação e prescrição médica. 4.2.2. Preparação: avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e transporte. 4.2.3. Administração. 4.2.4. Controle clínico e laboratorial. 4.2.5. Avaliação final. 4.3. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a procedimentos escritos específicos e serem devidamente registradas, evidenciando as ocorrências. ..... 4.7 Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: indicar, prescrever e acompanhar os pacientes submetidos à TNP. 4.8 Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: realizar todas as operações inerentes ao desenvolvimento, preparação (avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e transporte) da NP, atendendo às recomendações das BPPNP, conforme Anexo II. 4.9 Ao enfermeiro, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: administrar NP, observando as recomendações das BPANP, conforme Anexo IV. 4.10 Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: avaliar o estado nutricional dos pacientes, suas necessidades e requerimentos. 138 5. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS: Na aplicação deste regulamento são adotadas as seguintes condições específicas: 5.1. Indicação: 5.1.1 O médico é responsável pela indicação da NP. 5.1.2. A indicação da TNP deve ser precedida da avaliação nutricional periódica do paciente. 5.1.3. São candidatos à TNP os pacientes que não satisfazem suas necessidades nutricionais pela via digestiva, considerando-se também seu estado clínico e qualidade de vida. 5.2. Prescrição: 5.2.1.O médico é responsável pela a prescrição da TNP. 5.2.2. A prescrição da TNP deve contemplar o tipo e a quantidade dos nutrientes requeridos pelo paciente, de acordo com seu estado mórbido, estado nutricional e requerimentos nutricionais. 5.2.3.A TNP deve atender a objetivos de curto e longo prazos. 5.3. Preparação: 5.3.1. O farmacêutico é responsável pela a preparação da NP. 5.3.2. A preparação da NP, que envolve a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, o controle de qualidade, a conservação e o transporte da NP, exige a responsabilidade e a supervisão direta do farmacêutico, devendo ser realizada, obrigatoriamente, na farmácia habilitada para este fim e de acordo com as recomendações das BPPNP, conforme Anexo II. ..... 139 5.4 Conservação: 5.4.1 Imediatamente após o preparo e durante todo e qualquer transporte a NP deve ser mantida sob refrigeração (2ºC a 8ºC), exceto nos casos de admi-nistração imediata. 5.5 Transporte: 5.5.1 O transporte da NP deve obedecer a critérios estabelecidos nas normas de BPPNP, conforme Anexo II. 5.5.2 O farmacêutico é responsável pela manutenção da qualidade da NP até a sua entrega ao profissional responsável pela administração e deve orientar e treinar os funcionários que realizam o seu transporte. 5.6 Administração: 5.6.1. O Enfermeiro é responsável pela administração. 5.6.2. A administração da NP deve ser executada de forma a garantir ao paciente uma terapia segura e que permita a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando materiais e técnicas padronizadas 5.6.3 A NP é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida para outro tipo de recipiente. 5.6.4 O acesso venoso para infusão da NP deve ser estabelecido por médico, por meio de técnica padronizada e conforme protocolo previamente estabelecido. 5.6.5 A utilização da via de acesso da NP deve ser exclusiva. A necessidade excepcional da sua utilização para administração de qualquer outra solução injetável, só pode ser feita após consenso com a Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN). 140 5.7 Controle Clínico e Laboratorial: 5.7.1 O paciente submetido à TNP deve ser controlado quanto à eficácia do tratamento, efeitos adversos e modificações clínicas que possam influir na qualidade da TN. 5.7.2 O controle do paciente em TNP deve contemplar: ingressos de nutrientes, tratamentos farmacológicos concomitantes, sinais de intolerância à NP, alterações antropométricas, bioquímicas, hematológicas e hemodinâmicas, assim como modificações em órgãos e sistemas cujas funções devem ser verificadas periodicamente. 5.7.3 Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as conseqüentes alterações na formulação ou via de acesso da NP devem constar na história clínica do paciente. 5.8 Avaliação Final: 5.8.1 Antes da interrupção/suspensão da TNP o paciente deve ser avaliado em relação à: a) capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por via digestiva. b) presença de complicações que ponham o paciente em risco de vida. c) possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas médicas e legais. .... 141 5.11 Índice dos Anexos: Anexo I - Atribuições da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) Anexo II - Boas Práticas de Preparação de Nutrição Parenteral (BPPNP) Anexo III - Recipientes para Nutrição Parenteral Anexo IV - Boas Práticas de Administração da Nutrição Parenteral (BPANP) Anexo V - Roteiros de Inspeção A - Identificação da Empresa e Inspeção das Atividades da EMTN B - Farmácia de Preparação de Nutrição Parenteral C - Administração de Nutrição Parenteral- Anexo VI - Ficha Cadastral das UH e EPBS para a prática da TN. www.sbnpe.com.br/legislação Profª. Africa Isabel Cruz Perez DOENÇAS DO APARELHO DIGESTÓRIO 143 144 APARELHO DIGESTÓRIO deve prover o organismo continuamente de água, eletrólitos e nutrientes. Comunicações c/ o meio externo: boca e anus É composto por: a) boca: processo pelo qual o alimento é dilacerado p/ misturá- lo e facilitar a digestão - processo involuntário • saliva (glândulas parótida, submandibular e sublingual). Funções da boca: lubrificar o bolo alimentar, início digestão CHO, sede, limpeza dentes, ação solvente (melhora o paladar) b) faringe: segunda fase involuntária da deglutição c) esôfago: terceira fase involuntária da deglutição esfíncter cardio-esofagiano + localização - impedem a regurgitação 145 d) estômago- função: armazenamento, mistura e esvaziamento. Fases da secreção gástrica: psíquica: estímulo nervo vago gástrica: alimento no estômago: estímulo nervo vago - produção HCl intestinal: início - passagem alimento p/ intestino e) intestino delgado e grosso: término da digestão / absorção Função do aparelho digestório Transformar os alimentos p/ facilitar a absorção dos produtos da digestão. Doenças do TGI - ameaçam o ESTADO NUTRiCIONAL Avaliação nutricional - anamnese alimentar: revela modo de alimentação que refletem sintomas característicos de uma doença. 146 Doenças Gastrintestinais Orgânicas : alteração patológica definida nos tecidos estruturais . Ex.: câncer e úlcera péptica Reflexas ou Funcionais: distúrbio sensorial, motor, absortivo ou secretório original, s/ lesão ou outra causa patológica encontrada. componente emocional e/ou psicológico A MAIORIA DAS DOENÇAS ... OS 2 COMPONENTES DOENÇAS DO T.G.I. • Consistência • Fracionamento/volume • Aumento ou diminuição de fibras – solúveis/insolúveis • Lactose * • Aumento oudiminuição de nutrientes específicos, de acordo com o “local” da injúria • Fisiologia do T.G.I. 147 SINTOMA/DOENÇA SUGERIDA Ingestão de alimentos sólidos (mal-estar) - contração esofágica ou tumor dificuldade de deglutição - espasmo esofágico dor epigástrica - úlcera gástrica dor 2 a 5 horas após refeição - úlcera duodenal dor abdominal após refeição gordurosa - doença trato biliar cãibra,distensão,flatulência após tomar leite - deficiência de lactase queimação retroesternal após refeição c/ gordura - hérnia hiato / acalásia 148 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA CAVIDADE ORAL 149 BOCA (ESTOMA) = É a primeira porção do TGI, inclui o palato duro/mole, língua, gengiva, dentes, glândulas salivares e lábios. FUNÇÃO = Receber os alimentos para através da mastigação e trituração, diminuir o tamanho das partículas alimentares, misturando-as com a saliva e formando o bolo alimentar. PROCESSO DIGESTIVO = Inclui a mastigação, lubrificação do alimento e deglutição, na fase oral este é um processo voluntário. Destaca-se o inicio da digestão de carboidratos através da ação da amilase salivar ou ptialina que hidrolisa o amido em dextrinas e maltose. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA CAVIDADE ORAL 150 SALIVA = secreção do tipo mista, produzida nas glândulas salivares (parótida, submaxilares e sublinguais), a partir de estímulos tácteis e sensoriais. Sua composição é variável, mas normalmente se compõe de uma parte serosa (lizozima e ptialina) e outra mucosa (mucoptns), além de minerais, flora bacteriana e imunoglobulinas. O volume diário é em torno de 1,5L. 151 ENFERMIDADES ORAIS DOENÇAS DOS DENTES E TECIDOS PERIODONTAIS CÁRIE DENTAL É um problema de saúde pública no Brasil devido a sua alta incidência. Pode ser considerada como uma doença da civilização, uma vez que está relacionada a mudanças nos padrões alimentares. DEFINIÇÃO: É uma doença na qual o ácido produzido no metabolismo bacteriano promove a desmineralização do esmalte dentário e destrói a estrutura proteolítica do dente. 152 FISIOPATOLOGIA - CÁRIE DENTAL AÇÃO BACTERIANA (S. lactis e S. mutans) SUBSTRATO Ácido láctico Ação corrosiva do esmalte e da dentina CÁRIE DENTAL DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO CARIOSO: Inicia-se na superfície do dente (esmalte e dentina) e gradualmente progride até a polpa na parte interna do dente. Forma-se uma placa bacteriana que adere aos dentes e gengivas, com o tempo, esta placa se combina com o cálcio e endurece, originando o tártaro ou cálculo, neste estágio, a gengiva se torna hiperemiada e irritada, evoluindo para doença periodontal. 153 FATORES RELACIONADOS AO DESENVOLVIMENTO DA CÁRIE DENTAL: - SUSCETIBILIDADE DO HOSPEDEIRO: Composição do esmalte e dentina, localização dos dentes e composição da saliva. - COMPOSIÇÃO DO ESMALTE E DA DENTINA: No período pré- eruptivo o tecido dentário está sujeito a deficiências nutricionais que podem influenciar na composição destas estruturas e assim aumentar ou não a susceptibilidade a cárie dental. Nutrientes essenciais, proteína, vitamina C, vitamina D, cálcio, fósforo e flúor. COMPOSIÇÃO DA SALIVA: A saliva é de suma importância na prevenção da cárie, devido a 4 propriedades; (1) previne a agregação de bactérias na superfície dos dentes e acelera a retirada de resíduos alimentares da boca; (2) Ação das proteínas, bicarbonato e fosfatos que diluem e neutralizam o pH das placas bacterianas; (3) imunoglobulinas que diminuem o potencial bacteriano e (4) presença de íons cálcio, fósforo e flúor que promovem a remineralização do esmalte dentário. - SUBSTRATO: São principalmente os carboidratos fermentáveis, destacando-se a sacarose. 154 - FATORES RELACIONADOS À DIETA: Composição dos alimentos (teor de fibras, carboidratos, minerais e gordura); consistência ( maior viscosidade, maior dificuldade na remoção, maior aderência) e freqüência de ingestão. - COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS: é importante se conhecer o potencial cariogênico dos alimentos, ou seja, a capacidade que estes alimentos possuem de favorecer ao desenvolvimento da cárie dental. Está relacionado principalmente a sua composição. Assim, alimentos constituídos de açúcar, como mel, melado e açúcar mascavo apresentam alto potencial cariogênico. O xilitol e sorbitol (álcoois derivados de açúcar) apresentam baixo potencial e os adoçantes (aspartame, sacarose e ciclamato) não possuem este potencial. 155 - FATORES ANTI-CARIOGÊNICOS: As gorduras apresentam a capacidade de diminuir o potencial cariogênico dos alimentos que contenham carboidratos, pois formam uma membrana protetora na superfície do dente. Alguns alimentos com alto percentual de gordura (queijos) estimulam a produção de saliva prevenindo a diminuição do pH ao ponto crítico. Estes tipo de propriedade anti cariogênica seria característico em alimentos com alto teor protéico, moderado teor de gordura, com concentração mínima de CH fermentáveis, alto teor de cálcio e fósforo, alto teor de fibras, PH inferior a 6,0, com potencial de estimular o fluxo salivar. Ex. queijos, batata frita, amendoim, carne e ovos. 156 FLÚOR: É o mineral responsável pela resistência do dente a formação da cárie. Esta presente no esmalte juntamente com o cálcio e o fósforo, formando um composto chamado fluorapatita. Também se encontra na saliva, sendo responsável pela remineralização após a erosão causada pelos ácidos. Fontes: Chá preto, feijão, leguminosas e peixe. A forma mais efetiva de consumo seria a água fluoretada (contém 3x a quantidade de flúor qdo comparada aos alimentos). 157 CUIDADO NUTRICIONAL NA CÁRIE DENTAL •Preferência por alimentos “detergentes”, com o objetivo de remover os resíduos alimentares. •Devem ser oferecidos crus e ter alta quantidade de fibras. •Quando associados alimentos doces, aumentam o pH e portanto diminuem a susceptibilidade a cárie dental. •Além disso, exercem ação mecânica; 158 CUIDADOS: - Aumentar o aporte de água para estimular a salivação; - Dieta tende a ser normocalórica, normoglicidíca, com restrição de CHO simples, normoprotéica, normolipidíca, rica em fibras (20-30g/dia); - Quantidades satisfatórias (100% recomendação) para Vitamina D, a fim de aumentar a absorção de cálcio e fósforo importantes na composição do esmalte e da dentina; - A vitamina A teria efeito sobre a imunidade e aumento da resistência do tecido epitelial oral. - A vitamina C diminui a inflamação dos tecidos orais, sendo importante também na composição da dentina. - Os minerais cálcio, fósforo e flúor são importantes na formação do esmalte e da dentina e no processo de remineralização. 159 DOENÇA PERIODONTAL PERIODONTO: é responsável pela sustentação dos dentes, sendo constituído das gengivas, ligamento periodontal, cemento e osso alveolar. DEFINIÇÃO: A doença periodontal é uma enfermidade infecciosa do sulco gengival (gengivite) e/ou do osso subjacente (periodontite). 160 FISIOPATOLOGIA Agente etiológico primário PLACA BACTERIANA FORMAÇÃO DO TÁRTARO AGENTE IRRITANTE LOCAL DO PERIODONTO INFLAMAÇÃO (GENGIVAS SANGRANTES, HIPEREMIADAS E INFLAMADAS).CLASSIFICAÇÃO - Gengivite: Caracteriza-se pela resposta do hospedeiro a presença da placa bacteriana, quando não tratada evolui para periodontite. - Periodontite: Apresenta quadro patológico de inflamação do tecido conjuntivo, com ulceração no epitélio, exsudado purulento e mobilidade dos dentes. 161 FATORES RELACIONADOS: • Idade, restaurações imperfeitas alinhamento dentário inadequado • estado nutricional. Mecanismo de defesa do tecido gengival • Saliva ( composição e volume) • Barreira epitelial 162 CUIDADO NUTRICIONAL • Avaliação individualizada do paciente; • Aporte adequado de vitaminas C, A, folato, zinco e proteína; • Alteração de consistência, caso haja necessidade, para não agravar a lesão e diminuir a dor local, pode variar de pastosa a liquida; • Fracionamento aumentado e volume reduzido; • Evitar extremos de temperatura; • Evitar alimentos ácidos, amargos e condimentados (causam dor local). 163 ENFERMIDADES DA LINGUA TUMORES: É do tipo de carcinoma epidermóide. Fatores relacionados ao desenvolvimento do tumor: sexo masculino, idade avançada, uso do álcool. Alto índice de metástases (80%) e prognóstico ruim com sobrevida de 5 anos (80% de casos) e para os casos de metástases (45% dos casos). O início da doença se caracteriza pelo aparecimento de ulcerações indolores que evoluem para uma massa tumoral com dor local. O tratamento é radioterapia associada à cirurgia para ressecção do tumor. 164 C. N. NOS TUMORES DA CAVIDADE ORAL - Alterações na consistência de acordo com a gravidade; Avaliar a necessidade de terapia nutricional enteral – aceitação da dieta por via oral; - Necessidades Nutricionais: dietas hipercalóricas e hiperprotéicas (1,5 a 2g/kgpeso/dia), normo a hiperglicídicas e normo a hiperlipidicas; - Alterações na dieta para minimizar os efeitos colaterais da radioterapia ( náuseas, vômitos e inapetência); - Aumentar o fracionamento e diminuir o volume; - Evitar extremos de temperatura; 165 ESTOMATITE: Processo inflamatório nos tecidos moles da boca (mucosa labial, gengiva, língua e palato mole). ETIOLOGIA: -Viral (herpes simples) = Principalmente em crianças. Nos adultos, os fatores predisponentes são trauma, fadiga, menstruação, AIDS e alergia a exposição à luz solar. - Fungo (Cândida Albicans): é de ocorrência bastante comum. conhecida como candídiase ou monilíase. - Funciona como irritante local crônico e causa xerostomia. Pode estar associada à má higiene oral; - Tratamento radioterápico e quimioterápico; 166 FISIOPATOLOGIA DA ESTOMATITE Desenvolvimento da lesão vesículas rompimento das vesículas ulcerações (AFTAS) Aftas (ulcerações orais): são úlceras dolorosas com bordas avermelhadas isoladas ou em grupos, são crônicas de intervalos variáveis e têm cura espontânea. São bastante comuns na AIDS e na doença de Chron. Tem fatores predisponentes como traumas, hipersensibilidade alimentar, alteração hormonal e estresse. 167 C. N. NA ESTOMATITE - Alteração da consistência de acordo com a gravidade do caso; - Evitar extremos de temperatura; - Evitar alimentos ácidos, amargos, salgados, condimentados e com alta concentração de açúcar para minimizar a dor local. Identificar alimentos que podem desencadear a estomatite; - A dieta tende a ser normocalórica, normolipídica, normoprotéica e normoglicidíca; Se for necessário corrigir hipovitaminoses A, C, D, Tiamina (B1), Riboflavina (B2) e Ácido pantotênico (B5). 168 APTIALISMO OU XEROSTOMIA: é a diminuição na produção de saliva, prejudica a deglutição pela umidificação insuficiente do alimento (disfagia oral). Bastante associada à febre, doenças neurológicas, usuários de drogas (maconha), medicamentos anti- colinérgicos, diabetes, neoplasias das gl. Salivares e alcoolistas. CUIDADO NUTRICIONAL - Consistência alterada para pastosa até liquida; - Preparações de boa aparência para estimular a salivação; - Restringir preparações amargas e condimentadas; - Aumentar o fracionamento e diminuir o volume; - Oferecer maior aporte de líquidos. AFECÇÕES CAVIDADE ORAL Lábio Queilite actínica: irritação labial associada c/ escaras, crostas e fissuras causa: efeito cumulativo da exposição ao sol. Pode evoluir para câncer Herpes simples: vasículas isoladas ou aglomeradas; infecção oportunista causa: vírus herpes simples Cancro: lesão avermelhada que ulcera e forma crosta causa: lesão primária da sífilis Dermatite de contato: área avermelhada ou erupção causa: reação alérgica a batons, pomadas, pasta de dente Boca Leucoplasia pilosa: manchas brancas na língua causas: tabagismo; frequente em HIV+ Candidíase (monilíase, afta): placa tipo queijo, coágulo leite causas: fungo cândida albicans; fatores predisponantes: diabetes, imunodeprimidos, antibioticoterapia Estomatite aftosa (úlcera gangrenosa): úlcera rasa c/ centro esbranquiçado e borda avermelhada, parte interna do lábio e bochecha causas:associadas c/ stress emocional ou mental, fadiga ou fatores hormonais. Boca Leucoplasia bucal (mancha dos fumantes): -manchas espessas sobre membrana mucosa de língua e boca; pode descamar. - causas: tabaco; irritação crônica por dentes cariados e/ou mal reparados; alimentos condimentados; sífilis Sarcoma de Kaposi: lesão avermelhada púrpura ou azulada causas: infecção por HIV+ Gengivas Gengivite: inflamação dolorida nas gengivas; sangramento fácil ao menor contato. causa: higiene oral precária; pode levar a periodontite. Gengivas Periodontite: causas: gengivite não tratada; 90% pessoas + 40 anos afetadas Glândulas salivares Parotidite: inflamação gld. Parótida; caxumba infecção viral, inflamação gld salivar de crianças, contagiosa. Em idosos desidratados ou debilitados infecção por St. aureus Sialadenite: inflamação da gld. salivar submaxilar e sublingual causada por St. aureus, Sp. viridans, pneumococo Sialolitíase: pedras nas gld salivares constituído por fosfato de cálcio Câncer associado c/ álcool e fumo 75% dos casos > 60 anos; em +30 anos pelos hábitos álcool e fumo 2x + homens; aumento em mulheres 2% morte por câncer nos EUA distribuição por local de Ca oral: mortes lábios 1% língua 23% boca 29% faringe 47% 176 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ESÔFAGO É um órgão de anatomia simples de forma tubular, composto de musculatura lisa e estriada. Possui um esfíncter em cada extremidade a fim de mantê-lo vazio. O esfíncter esofagiano inferior (EEI) impede o fluxo retrógrado do conteúdo gástrico. Função básica: Transportar o bolo alimentar formado na boca até o estômago. EEI: Em situações fisiológicas normais, a passagem do conteúdo gástrico para o esôfago é impedida por uma barreira anti-refluxo, representada principalmente pelo tônus muscular do EEI. A abertura do EEI é estimulada pela distensão esofágica. 177 ESÔFAGO - ANATOMIA 178 179 Esôfago - Órgão membranoso de PH alcalino Função: passagem do bolo alimentar até o estômago Fisiologia da deglutição: 1a. Fase - Voluntária: alimentos empurrados p/ cimae p/ trás do palato mole fechamento vias áreas e alimento vai p/ a faringe 2a. Fase - Faringiana: involuntária - condução dos alimentos até o esôfago 3a. Fase - Esofagiana: involuntária - condução dos alimentos do esôfago p/ estômago 180 Esôfago DOENÇAS: obstrução, inflamação ou distúrbio do mecanismo de deglutição. Podem ser: parcial - devido a carcinomas - aceita alimentos semi-líquidos ou somente líquidos total = tanto os alimentos sólidos como os líquidos ficam retidos o esôfago (alimentação enteral) 181 Aerofagia - Excesso de deglutição de ar. Sintomas: -eructações freqüentes -transtornos dispépticos -flatulência intestinal Finalidades Do cuidado nutricional: -correção dos hábitos alimentares -evitar distensão gástrica -impedir a passagem do ar p/ o intestino. 182 Aerofagia Características da dieta: - consistência: branda - volume: reduzido - fracionamento: 5 a 6 refeições/dia alimentos proibidos: lactose, celulose, frutas cruas (produtores de gases), e alimentos que contenham ar (souflès) Recomendações: -mastigar corretamente - não ingerir líquidos c/ as refeições 183 Acalasia (Megaesôfago ou dissinergia esofágica) Definição: desordem da motilidade do esfíncter inferior. Baixa inervação - musculatura esofagiana Falência do esfíncter esofagiano inferior (EEI) alimento retido no esôfago dilatação do esôfago (hipertrofia) Sintomas: disfagia, dificuldade de deglutição, dor retroesternal, regurgitação do alimento retido no esôfago. Tratamento: dilatações mecânicas (sondas e balões infláveis), medicação espasmódica, cirurgia. 184 Acalasia Objetivos da terapia nutricional: - recuperar e/ou manter o estado nutricional do paciente; - Adaptar a dieta ao grau de disfagia; - facilitar a deglutição e a passagem do alimento através do esfíncter; - evitar espasmos da musculatura do esôfago; - adequar a dieta às condições do esôfago - proteger a mucosa esofagiana de inflamações - facilitar a recuperação do peso - aumentar a resistência do organismo a infecções 185 • Características da dieta (ACALASIA) • consistência: variável de acordo c/ a aceitação (líquida a branda) • temperatura: ambiente (evitar extremos) • condimentação: suave, não irritante • volume: preparações de pequeno volume • fracionamento: 5 a 6 refeições/dia • Se for necessária a recuperação nutricional: dieta hiperprotéica e hipercalórica • No caso de inflamação excluir: • - condimentos e especiarias picantes e irritantes • - condimentos, frutas e sucos ÁCIDOS • - temperaturas quentes • Orientar paciente a observar/identificar alimentos lhe causam mal estar (tomate? Melancia? Pimentão? Etc...) 186 Tipo de alimento Adicionar para enriquecimento Leite Leite em pó, mel, creme de leite, sorvete Sopas Azeite ou óleo, margarina, queijo ralado ou picado ou requeijão Carne ovos, queijo, molhos a base de leite Frutas Farinhas, leite condensado, mel, aveia, leite em pó, chocolate, sorvete, etc. Pães e cereais Geléias, mel, manteiga/margarina derretida,queijo Suplementos em pó ou líquidos Incluir nos intervalos entre as refeições Sugestões para aumentar a oferta energética e protéica Fonte: Cuppari, 2002 187 Esofagite de refluxo Definição: é o resultado do efeito irritante do conteúdo gástrico para o esôfago inferior. • Inflamação da mucosa esofágica, decorrente do refluxo do conteúdo ácido-péptico gástrico, decorrente de uma diminuição na pressão do EEI (esfíncter esofágico inferior), que não se contrai adequadamente após a passagem dos alimentos para o estômago, permitindo o retorno do conteúdo gástrico. Sintomas: “queimação” dolorosa epigástrica e retroesternal, regurgitação do conteúdo gástrico pela boca. Objetivos da terapia nutricional: •Prevenir a irritação da mucosa esofágica na fase aguda; •Auxiliar na prevenção do refluxo gastroesofágico; •Contribuir para o aumento da pressao do EEI; •Corrigir e manter o peso desejável. 188 Tratamento (ESOFAGITE): - antiácidos e prevenção do refluxo pela gravidade (posição ereta) - preferir alimentos que aumentam a pressão do esfíncter esofagiano inferior (P.E.E.I.): PROTEÍNAS (estimulam a gastrina-alcalinização do antro). - evitar as gorduras - liberam CCK (< pressão) Características da dieta: calorias: evitar a obesidade consistência: casos graves - líquida ou - leve- semil-líq/pastosa/branda fracionamento: 8 refeições/dia volume : pequenos temperatura : evitar os alimentos quentes 189 (ESOFAGITE): EXCLUIR alimentos que diminuem a pressão no esfíncter esofágico inferior (PEEI): álcool, café, mate (chá preto), chocolate, gorduras e preparações gordurosas; alimentos que irritam a mucosa inflamada: sucos e frutas ácidas, tomate; alimentos que estimulam a secreção ácida por conter alto teor de purinas. 190 Crianças: oferecer Papa de Epstein – 15 minutos antes da mamada (água/ açúcar e maisena - 250ml/1col.rasa/1 col. cheia) Recomendações (ESOFAGITE): Não comer antes de dormir comer em posição ereta não se recostar ou deitar após as refeições manter horários regulares (evitar grandes volumes) não usar roupas ou acessórios apertados manter cabeceira elevada. 191 AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM DOENÇA ESOFÁGICA HISTÓRIA CLÍNICA - sintomas DISFAGIA: é o principal sintoma observado nestes pacientes. Caracteriza-se pela dificuldade de deglutir. Pode ser orofaríngea (boca – faringe) ou esofágica (faringe – esôfago - estômago). A permanência do alimento na cavidade bucal após o esforço para deglutir, pode levar a tosse, aspiração e regurgitação nasal. Importante observar data e modo de início, alimentos relacionados ao sintoma, caráter intermitente ou progressivo e associação com outros sintomas. 192 ODINOFAGIA: é a dor provocada pela deglutição, associada ou não a disfagia. É uma dor descrita como “em punhalada” na região retroesternal. Está normalmente presente nos quadros de esofagite. PIROSE: é um dos principais sintomas do RGE. Ocorre com maior freqüência 1h após as refeições e pode ser precipitado por determinados alimentos (frituras, chocolate, frutas cítricas). DOR TORÁCICA REGURGITAÇÃO: definida como retorno do conteúdo esofágico ou gástrico para cavidade bucal, sem náuseas e sem participação da musculatura abdominal. AEROFAGIA: deglutição de ar em excesso, não tem necessariamente significado patológico. 193 ESÔFAGO NORMAL 194 ESOFAGITE GRAU II 195 PATOGÊNESE Refluxo gástrico Esofagite moderada Refluxo gastroduodenal Esofagite severa (a bile é responsável pelo agravamento do processo inflamatório). Importante se avaliar: tempo total do refluxo e pH do líquido refluído (0-2 = agravo severo). SINTOMAS variam de acordo com a gravidade. Pode haver simplesmente um aumento nas papilas do epitélio esofágico até a destruição completa da mucosa com infiltração de células inflamatórias e fibrose. 196 -FIBROSE: -se caracteriza pela cicatrização das ulcerações esofágicas, causam obstrução por estenose do esôfago. -Esôfago de BARRET : -também chamado de esôfago colunar . É uma respostada mucosa do esôfago ao RGE crônico. -Caracteriza-se pela metaplasia do epitélio inferior do esôfago. -Esta relacionada ao surgimento de neoplasias de esôfago e também freqüentemente associado à estenose esofágica. 197 ESÔFAGO DE BARRET 198 TRATAMENTO - Medicamentos (antiácidos, agentes bloqueadores do receptor H2 e agentes pró-cinéticos que aumentam pressão no EEI); Cirúrgico Fundoplicatura - NISSEN : é o procedimento cirúrgico mais aplicado, constrói uma barreira mecânica efetiva contra o RGE, posicionando o fundo do estômago atrás do esôfago. 199 FUNDOPLICATURA NISSEN 200 CUIDADO NUTRICIONAL: OBJETIVOS: 1) Evitar a irritação da mucosa esofágica na fase aguda, 2) Evitar o RGE, 3) Diminuir a capacidade irritativa ou acidez do suco gástrico 4) aumentar a pressão no EEI. EVITAR alimentos que diminuem a pressão do EEI: - Gorduras ( liberação de colecistoquinina = promove relaxamento do EEI) - Chocolate, café, chá, mate (substâncias irritantes cafeína e teobromina) - Álcool - Carminativos ( menta, hortelã, alho) - Condimentos - Fumo 201 EVITAR alimentos que promovam irritação da mucosa: - Alimentos ácidos - Sucos cítricos - Chocolate, café, chá, mate - Condimentos - Doces muito concentrados - Fracionamento aumentado – volume diminuído – horários regulares - Consistência branda – pastosa (fase aguda = Líquida) - Temperatura = evitar os extremos Necessidades Nutricionais: normocalórica, normoglicidíca, normo a hiperprotéica (1,2 –1,3 g/kg/dia) e hipolidíca. 202 MEDIDAS GERAIS - Evitar o aumento da pressão intra-abdominal : evitar constipação intestinal, emagrecimento em pacientes obesos e não usar roupas justas. - Evitar fumo - Mastigação lenta, em ambiente tranqüilo, não se deitar após as refeições, elevar a cabeceira da cama, não ingerir líquidos durante as refeições. 203 ESOFAGITE POR MICROORGANISMOS (herpes simples, bacilo de Koch, monilíase): Pode ocorrer por 1) queda na imunidade (AIDS, Leucemia, quimioterapia e radioterapia), 2) elevação da glicemia 3) estase esofágica. CUIDADO NUTRICIONAL · Pequenos volumes e fracionamento aumentado; . Evitar alimentos irritantes; · Consistência de acordo com a aceitação; · Temperatura baixa ou normal. 204 MONILIASE ESOFÁGICA 205 VARIZES ESOFÁGICAS 206 NEOPLASIA ESOFAGIANA 207 NEOPLASIAS PESCOÇO PARÓTIDA 208 Hérnia de Hiato Definição: é a herniação da porção cardíaca do estômago p/ a cavidade torácica. Sintomas: assintomático (às vezes), pirose retroesternal, refluxo dos conteúdos gástricos p/ o esôfago e esofagite, sangramento. Tratamento: antiácidos ou cirurgia Hérnia de hiato (HH) - continuação tipo I decúbito elevado pós alimentação (mín. 1h) alimentação freqüente, mas em porções pequenas tipo II: paraesofageanas ou rolantes são menos freqüentes todo ou parte do estômago abre caminho através do diafragma em geral não ocorre refluxo pela preservação do EEI habitual plenitude pós prandial hemorragia, obstrução e estrangulamento gastropexia = fixação do estômago em sua posição normal suturando-o à parede abdominal 210 Finalidades da dietoterapia: - recuperar e/ou manter o estado nutricional; - facilitar o esvaziamento gástrico; - minimizar os estímulos físicos e químicos da secreção gástrica Características da dieta: consistência: semi-líquida ou branda (tolerância individual) - temperatura: normal condimentação: suave - volume: pequenos fracionamento :5 a 6 refeições/dia Recomendações: - mastigação correta; - evitar líquidos na última refeição - não deitar após as refeições - atingir o peso ideal (obesos) - evitar alimentos gordurosos (retarda o esvaziamento gástrico) - “comer lentamente” 211 212 HÉRNIA DE HIATO 213 HERNIOPLASTIA 214 HÉRNIA DE HIATO É a mais freqüente das hérnias diafragmáticas, se caracteriza pela migração das vísceras abdominais para o tórax, normalmente ocorre através dos óstios diafragmáticos. No caso da hérnia hiatal o estômago assume a posição no mediastino. TRATAMENTO:Idem da esofagite de refluxo. DIVERTÍCULOS ESOFÁGICOS São protusões da mucosa ou de toda parede esofagiana para fora do seu lúmen. Pode ocasionar fístulas. Normalmente ocorrem devido ao aumento da pressão intraluminar, com rompimentos da camada muscular, forma-se uma “bolsa” no local onde houve o rompimento. CUIDADO NUTRICIONAL: - Consistência- Dieta líquida Prevenir ou minimizar o emagrecimento para o tratamento cirúrgico. 215 TUMORES ESOFAGIANOS = Podem ser benignos ou malignos, sendo que estes últimos constituem maioria dos casos. PATOGÊNESE - Esta relacionada aos hábitos Higienodietéticos dos indivíduos, sendo identificados alguns hábitos predisponentes: Uso continuado de álcool, fumo, ingestão de substâncias cancerígenas, temperaturas extremas altas em bebidas e alimentos, condimentos fortes em grande quantidade diariamente. - Além disso, há uma relação direta entre DOENÇAS CRÔNICAS ESOFÁGICAS (esôfago de BARRET, megaesôfago chagásico e esofagite corrosiva) NEOPLASIA DE ESÔFAGO. 216 QUADRO CLÍNICO · Disfagia – evolução progressiva; · Perda de peso; · Dor de garganta; · Sialorréia; · Halitose; · Náuseas e vômitos; · Linfonodos palpáveis. 217 TRATAMENTO - Cirúrgico = Esofagectomia e esofagoplastia, com uso de próteses. Normalmente tem mau prognóstico devido à alta incidência de metástases. CUIDADO NUTRICIONAL · Consistência de acordo com a aceitação do paciente; Em casos de déficit na ingestão alimentar, recomenda- se NE, com uso de cateter siliconizado ou gastrostomias. · Nutrientes: Hipercalórica, hiperprotéica, normo a hiperglicídica e normolipídica. · Pequenos volumes e fracionamento aumentado. · Evitar alimentos irritantes. Divertículos proeminência da mucosa e submucosa por protusão de porção enfraquecida da musculatura faringoesofageano = Zenker pessoas + 60 anos; 3x + homens retenção de alimentos = halitose, acidez bucal, pneumonia aspirativa remoção cirúrgica. epifrênicos = terço inferior funcionamento inadequado do EEI tratamento cirúrgico ou conservador com restrição de álcool, café, fumo; antiácidos, anticolinérgicos; decúbito elevado, posição vertical pós-prandial, pequenas mas freqüentes refeições, redução peso se necessário, postura e vestimentas. DIVERTÍCULO ZENKER Perfuração por feridas arma de fogo, punção acidental, episódios de vômitos, corpos estranhos drenagem gástrica; TN enteral pós pilórica ou parenteral. Queimaduras químicas ingestão de ácidos ou bases fortes, acidental ou proposital tratamento clínico ou cirúrgico TN enteral e/ou parenteral 221 Varizes esofageanas terço inferior do esôfago; complicação da cirrose hepática e hipertensão portal. Estômago 224 GASTRITE Definição: são estados inflamatórios da mucosa gástrica de difícil delimitação. GASTRITEAGUDA: é a inflamação repentina e, às vezes, violenta da mucosa gástrica (porção superficial) SEM SEQÜELAS Tipos de gastrite aguda: superficial, tóxica, erosiva, erosiva hemorrágica 225 Tipos de gastrite aguda: Superficiais : - excessos alimentares - fumo e álcool - comer depressa - comer após emoções fortes Tóxicas: - medicamentos - intoxicação alimentar Erosivas: - ingestão ácidos - Stress fisiológico: - queimaduras, cirurgias, choque, stress. Sintomas: inapetência, dor epigástrica, aerofagia, náuseas e vômitos 226 Tratamento: hemorragias lavagem gástrica / jejum 24 horas + hidratação endovenosa. Reiniciar dieta líquida após 24 horas (ver aceitação- dieta pouco excitante). Finalidades da dietoterapia: - proteger mucosa gástrica; -normalizar e favorecer o trabalho gástrico; -reduzir a secreção gástrica, suprimindo os excitantes; -evitar a anemia devido as perdas sanguíneas; 227 Características da dieta: consistência: branda (pouco excitante) temperatura: excluir quentes condimentação: suave, não irritante fracionamento: 5 a 6 refeições/dia volume: reduzido. OBS: gorduras pouco aumentadas (enterogastrona no intestino- neutraliza acidez estômago) proteínas (qtidade e qualidade adequadas) fase hemorrágica - jejum 228 GASTRITE ÚLCERA GÁSTRICA ESTÔMAGO 229 Gastrite Crônica Inflamação crônica, de etiologia desconhecida. Crônica e anemia perniciosa (doença auto-imune) Crônica: geralmente precede o desenvolvimento de lesões gástricas orgânicas como câncer e úlcera. Finalidades da dietoterapia: -evitar avanço da lesão da mucosa; -proteger a mucosa gástrica; -reduzir a secreção ácida; -favorecer o trabalho gástrico; -suprimir ou reduzir o stress psíquico; -suprimir excitanres gástricos -evitar anemia (perdas sanguíneas) Características da dieta: idem gastrite aguda. DIETA INDIVIDUALIZADA!!!! NÃO DEIXAR O ESTÔMAGO VAZIO 230 ÚLCERAS GÁSTRICAS E DUODENAIS Resultante de um desequilíbrio entre os fatores agressivos da mucosa e os fatores defensivos; Fatores agressivos: secreção gástrica. Principal fator defensivo: barreira mucosa. MUCO produção estimulada pela ação das prostaglandinas; contém bicarbonatos que neutralizam ácidos, protegendo a mucosa da ação proteolítica do suco gástrico e da invasão bacteriana secretado pelas glândulas do esôfago inferior e duodeno superior. 231 ÚLCERAS GÁSTRICAS E DUODENAIS ÁCIDO CLORÍDRICO secretado pelas células parietais em resposta a um estímulo pela acetilcolina, gastrina e histamina. DIGESTÃO GÁSTRICA pepsina HCl alimento ingerido QUIMO - altamente ácido 232 Ácidos no duodeno: estímulo da secreção pancreática ( bicarbonato), inibindo a secreção gástrica e a peristalse. ÚLCERAS - resultantes de anormalidades microbianas, neurais e hormonais - rompendo os fatores que mantém a integridade da mucosa e PERMITEM A EROSÃO PROTEOLÍTICA E ÁCIDA do tecido. Estas erosões podem chegar a perfurar a cavidade peritoneal ou penetrar em outros órgãos (ex. pâncreas) ou artérias: hemorragia ou infecção por H. pylori. TRATAMENTO: neutralização de ácidos - antiácidos e outros (hidróxido de alumínio, cimetidina, ranitidina); •antibióticos; •cessação do hábito de fumar; •evitação de drogas antiinflamatórias; •redução do estresse; ANTIÁCIDOS: 1-3 horas antes refeições e 1h antes dormir 233 Gastrite Crônica Geral/e afeta o antro; associada com Helicobacter pylori, bebidas quentes, temperos, álcool, fumo, medicamentos, refluxo intestinal; anorexia, azia pós refeição, gosto amargo na boca, náusea e vômitos avaliação diagnóstica: tipo A => acloridria ou hipocloridria tipo B => hipercloridria http://www.unifesp.br/comunicacao/jpta/ed165/pesq7.htm 234 235 236 237 238 239 CÂNCER GÁSTRICO http://escuela.med.puc.cl/paginas/Cursos/tercero/AnatomiaPatologica/Imagenes_AP/patologia481-485.html%7F http://www.murrasaca.com/Gastricarcinoma.htm 241 antropométricos clínicos bioquímicos Peso Aval. Nutric. subjetiva Albumina sérica Altura Exame físico Pré albumina sérica Prega cutânea do triceps Anamnese alimentar Hemograma Circunferência muscular do braço Balanço nitrogenado Transferrina sérica Indicadores para avaliação nutricional Fonte: adaptado de CERDA, 1993. In: Cuppari, 2002 242 Cuidado nutricional - ÚLCERAS- Objetivos: • redução e neutralização da secreção ácida do estômago; • manutenção da resistência ácida do tecido epitelial; • limitação do desconforto do paciente; • restauração do bom estado nutricional. FRACIONAMENTO: 5 OU + VEZES/DIA (distensão mecânica aumenta secreção) CONSISTÊNCIA: “BRANDA” - maior tolerância TEMPERATURA: “ambiente”, pois temperatura secreção ácida e retarda o esvaziamento gástrico. ÚLCERAS - tratamento: - neutralização de ácidos: antiácidos e outros (hidróxido de alumínio, cimetidina, ranitidina) 1 a 3 h antes das refeições e antes de dormir; - antibióticos - evitar drogas antiinflamatórias * PARAR DE FUMAR e estresse !!! 243 Recomendações dietéticas para gastrite e úlcera gastrintestinal características recomendação Alimentos a serem evitados Bebidas alcoólicas: potente irritante Café: aumenta produção ácida, irritando a mucosa Refrigerantes: à base de cola e sodas: irritantes. O gás distensão gástrica. Pimenta vermelha: possui capsaicin - irritante. Pimenta preta, mostarda e chili também. Frutas ácidas Respeitar tolerância do paciente. Ambiente durante a alimentação Tranqüilo, comendo devagar e mastigando bem os alimentos. 244 •O leite não é um alimento indicado para aliviar a dor ou queimação, sintoma comum nesses pacientes. Embora possa levar ao alívio instantâneo quando ingerido, por ser rico em cálcio e proteínas, resulta em rebote ácido: estimula a produção ácida gástrica e acaba intensificando a dor. Deve ser consumido como parte integrante da alimentação na quantidade recomendada nos guias alimentares. •As fibras alimentares (vegetais em geral) apresenta efeitos benéficos, agindo como “tampão”, reduzindo a concentração de ácidos biliares no estômago e diminuindo o tempo de trânsito intestinal, levando a menor distensão. •Quanto ao consumo de frutas ácidas, respeitar a tolerância do paciente. O pH do estômago (~2) é mais ácido que qualquer fruta (suco de laranja ~3). Por isso não seria necessário evitá- las. No entanto, alguns pacientes relatam dispepsia com cítricos. 245 FUMO GENÉTICA ESTRESSE DROGAS ANTIINFLAMATÓRIAS não esteróides H. pylori ÁCIDOS E PEPSINA Z- E DEFESA MUCOSA prejudicada hipersecreção ÚLCERA KRAUSE, 1998 - p.624 Z- E: Síndrome Zollinger-Ellison (hipersecreção de ác. Clorídrico) 246 Cirurgias Gástricas Gastrectomia parcial distal com B. I ressecção de ~50% da cavidade gástrica (centro e piloro): da secreção ácida em 80%; depleção do hormônio gastrina - predisposição; atrofia tardia das células parietais, produtoras do Fator Intrínseco (FI) - deficiência e má absorção de vit. B12; anemia ferropriva devido as perdas sangüínease por da produção de HCl que participa da conversão do ferro férrico (Fe 3++) para a forma ferrosa (Fe 2+). 247 Cirurgias Gástricas Gastrectomia parcial distal com B. II ressecção da porção distal do estômago (centro e piloro) e anastomose com o jejuno; velocidade de esvaziamento gástrico; menor estímulo para liberação de secretina e colecistoquinina; má absorção de: gorduras (esteatorréia) cálcio (pela absorção de vitamina D) ferro e vitamina B12 : anemias. 248 Tratamento da obesidade CIRÚRGICO -Consenso latino americano sobre obesidade http://www.abeso.org.br/ download -http://www.sbcbm.org.br/legislacao.asp?menu=2 • CRITÉRIOS: I.M.C. igual o maior de 40 kg/m2 I.M.C. igual o maior de 35 kg/m2, se houver outros fatores de risco (HAS, DM tipo 2, dislipidemias) 249 Cirurgias, cirurgias bariátrica, gastroplastia: -http://www.sbcb.org.br -http://www.obesidademorbida.med.br/ Remoção do tecido adiposo: retirada do tecido adiposo localizado. Ex: lipoaspiração (há perda de sangue e células) Derivação Jejunoileal * (obesidade mórbida) - só é feita c/ orientação médica. É feita uma “ponte” direta entre o jejuno e íleo, retirando-se a parte absortiva do intestino. Derivação Gástrica *(obesidade mórbida) - só c/ orientação médica. É “fechada” uma porção do estômago, ou faz-se uma ligação direta com o jejuno. * são cirurgias irreversíveis 250 Cirurgias da Perda de Peso http://www.obesidademorbida.med.br/ Existem várias opções de Cirurgia da Obesidade, mas há dois mecanismos básicos: Procedimentos Restritivos e Disabsortivos. A Sociedade Americana para Cirurgia Bariátrica descreve estas duas metodologias básicas que a cirurgia para perda de peso aplica para obter uma mudança. Cirurgias Restritivas: Banda Gástrica Ajustável Laparoscópica Cirurgias Disabsortivas: Derivação Biliopancreática (DBP) e Derivação Biliopancreática com Switch Duodenal Cirurgias Mistas ou Combinadas Bypass Gástrico em Y de Roux (Fobi-Capela) 251 Cirurgias Restritivas. Neste grupo se destaca a técnica que consiste em construir um pequeno reservatório no estômago (30 ml) que se comunica com o restante do órgão e que tem seu esvaziamento retardado por um anel, impedindo que se coma grandes volumes de comida. Esta cirurgia não impede a ingestão de líquidos, mesmo os hipercalóricos (que engordam) como sorvetes, refrigerantes, leite condensado etc. Neste caso é necessário grande colaboração do paciente para que os resultados sejam compensadores, por este motivo, esta técnica falha em 30% dos casos. Esta cirurgia apresenta mecanismo de ação e resultados semelhantes àquela para colocação de banda gástrica, uma espécie de balão inflável, adaptada próximo à junção do esôfago com o estômago. Descrição: A banda é colocada na parte superior do estômago separando-o em uma parte maior e outra menor. • A banda pode ser ajustada para diminuir ou aumentar a passagem do alimento. • A cirurgia pode ser revertida. • A digestão e absorção são normais. Resultados: Em estudos realizados na Suécia, a perda de peso média em 28 meses após a cirurgia foi de 68% do excesso de peso. 252 Riscos: Enquanto as principais cirurgias acarretam um certo nível de risco, os riscos e as considerações a seguir são específicos para este procedimento: • Perfuração gástrica ou lesão no estômago; • Vazamento ou torção do portal de acesso; • Pode não obter a sensação de ter corrido o "suficiente": • Náusea e Vômito; • Obstrução da saída; • Dilatação da bolsa; • Migração da banda / deslizamento. 253 Cirurgias Disabsortivas. Nestas operações um grande segmento do intestino delgado é excluído da passagem do alimento. O estômago pode ou não ser mantido intacto. Desta forma o alimento ingerido não é absorvido. Esta cirurgia permite grande perda de peso sem alterar muito a quantidade de comida ingerida. No entanto, esta técnica pode causar carências de ferro, vitaminas, proteínas e sais minerais, se não houver acompanhamento e reposição adequados. Acreditamos que este tipo de técnica tem excelente resultado na perda de peso de pacientes super obesos e pacientes com compulsão alimentar. Descrição: Aproximadamente 3/4 do estômago é removido; • Restringe a ingestão de alimento e reduz a acidez; • Divide o intestino delgado; • Uma extremidade é anexada à bolsa gástrica para criar um canal alimentar; • O alimento se move através do canal alimentar com pouca absorção do mesmo. Resultados: • Os pacientes estudados conseguiram perda do excesso de peso de 74% em um ano, 78% em dois anos, 81% em três anos, 84% em quatro anos e 91 % em cinco anos. • Oferece altos índices de má-absorção. • Os pacientes foram capazes de fazer mais refeições do que no procedimento restritivo. 254 Riscos: Enquanto as principais cirurgias acarretam um certo nível de risco, os riscos e as considerações a seguir são específicos para este procedimento: • Será necessário um período de adaptação às evacuações, que poderão ser muito líquidas e freqüentes, melhorando no decorrer do tempo, mas que podem permanecer para sempre; • Distensão abdominal e evacuações ou gases mal cheirosos; • Suplementação vitamínica por toda a vida; • Recomendável a monitoração por toda a vida para; cuidados com má nutrição protéica, anemia e doenças ósseas; • Aumento do risco de formação de cálculo biliar, aumento do risco de remoção de vesícula biliar; • Irritação intestinal e úlcera gástrica; • Suscetibilidade para Síndrome de Dumping com ingestão de doces, líquidos altamente calóricos ou produtos de laticínio. Derivação Biliopancreática (DBP) Técnica de Scopinaro 255 Descrição: Combina um nível de restrição menor com alto grau de disabsorção; o grampeamento é utilizado para criar uma bolsa gástrica, mantendo sua saída natural; • A maior parte do intestino delgado é desviada, causando um alto grau de má-absorção dos alimentos. Resultados: • Os pacientes estudados conseguiram perda do excesso de peso de 74% em um ano, 78% em dois anos, 81% em três anos, 84% em quatro anos e 91% em cinco anos; • Oferece menos restrição do alimento consumido do que outros procedimentos discutidos; • Oferece altos níveis de disabsorção. Riscos: Enquanto as principais cirurgias acarretam um certo nível de risco, os riscos e as considerações a seguir são específicos para este procedimento: • Será necessário um período de adaptação às evacuações, que poderão ser muito líquidas e freqüentes, melhorando no decorrer do tempo, mas que podem permanecer para sempre; • Distensão abdominal e evacuações ou gases mal cheirosos; • Suplementação vitamínica por toda a vida; • Recomendável a monitoração por toda a vida para cuidados com má nutrição protéica, anemia e doenças ósseas; • Aumento do risco de formação de cálculo biliar; • Aumento do risco de remoção de vesícula biliar; • Irritação intestinal e úlcera gástrica. 256 Derivação Biliopancreática com Switch Duodenal 257 Cirurgias Mistas ou Combinadas Combina Restritivo com Disabsortivo Nas técnicas mistas há construção do pequeno reservatório gástrico, com anel, assim como a exclusão de um pequeno segmento intestinal. Nesta técnica podemos obter as vantagens das duas anteriores, com menores índices de complicações metabólicas (carência de vitaminas, proteínas, ferro e sais minerais) uma vez que o segmento intestinal excluso é menor. Esta cirurgiaé a que adotamos na maioria dos casos. Quando a pessoa se alimenta, o reservatório do estômago se enche rapidamente, mandando um sinal ao cérebro que interpreta como saciedade, ou seja, come-se pouco, mas parece que comeu muito. O paciente deverá aprender a mastigar muito bem o alimento e ingeri-lo lentamente. Se comer rápido e pedaços grandes, o alimento não vai passar pelo anel e o paciente vai vomitar. Além disso, se a pessoa “abusar” dos alimentos calóricos líquidos sentirá mal-estar, tonturas e diarréia. Este quadro é chamado de Síndrome de Dumping sendo decorrente da passagem rápida de alimento rico em carboidratos para o intestino. A presença destas manifestações ajuda a inibir a ingestão destes alimentos. 258 Descrição: O grampeamento é utilizado para criar uma pequena bolsa na parte superior do estômago que restringe a quantidade de alimento capaz de ser consumido.• Uma parte do intestino delgado é desviada retardando a mistura do alimento com os sucos digestivos para evitar a absorção calórica completa. Resultados: Média de 77% da perda do excesso de peso um ano após a cirurgia; • Os estudos mostram que após 10 a 14 anos, os pacientes mantiveram 60% da perda do excesso de peso; • Estudo do ano 2000 mostrou que 96% de certas co-morbidades, tais como dor nas costas, apnéia do sono, aumento de pressão sanguínea, diabetes tipo II e de pressão diminuíram ou foram curadas; • Em muitos casos, os pacientes relataram uma sensação precoce de saciedade combinada com uma sensação de satisfação, que reduz a vontade de comer. Riscos: Enquanto as principais cirurgias acarretam um certo nível de risco, os riscos e as considerações a seguir são específicos para este procedimento: • Baixa absorção de ferro e cálcio; • Anemia crônica devido a deficiência de vitamina B12; • Ocorrência de Síndrome de Dumping quando consome-se muito açúcar ou grandes quantidades de comida; • Dilatação da bolsa gástrica; • A parte desviada do estômago, duodeno e segmentos do intestino delgado não podem ser facilmente visualizadas usando Raio X ou endoscopia. 259 Bypass Gástrico em Y de Roux Técnica de Capela Técnica de Fobi-Capela 260 •Complicações de cirurgias de derivação intestinal: morte cirúrgica, infecções e escape da anastomose. •Complicações em termos metabólicos: desidratação, osteosporose (diminui a absorção Ca): propensão a formação de cálculos renais e fraqueza. •Distúrbios Gastrointestinais: náusea e vômitos, diarréia persistente, distensão abdominal e desnutrição principalmente por hipovitaminose. •Outras complicações : queda de cabelo, artrite, anemia. •Os alimentos devem ser de fácil digestão, não flatulentos. •Em casos extremos há imobilização da mandíbula e se controla a alimentação por meio de sondas. •No quadro a seguir está demonstrada a evolução da alimentação após a cirurgia de gastroplastia. 261 Riscos da cirurgia no paciente obeso: - Anestesia: a maior parte delas é lipossolúvel, portanto a concentração dada ao obeso será maior, e consequentemente o risco cirúrgico também será >. - O fechamento e cicatrização são mais demorados. - Acesso intravenoso: é mais difícil de encontrar a via endovenosa. - Complicações circulatórias: maior propensão a doenças hipertensivas. - Maior incidência de diabetes: a célula adiposa não permite a absorção adequada da glicose. 262 Síndrome de Dumping resposta fisiológica à presença de alimento não digerido no jejuno (náuseas, cólicas, diarréia, tontura, fraqueza,...); deitar-se após a alimentação; conteúdos intestinais HIPERTÔNICOS; HIPOGLICEMIA alimentar: 1 a 2 horas após refeição - por ocorrer rápida digestão e absorção, há rápida absorção da glicose - provoca estímulo à produção de insulina. CUIDADO NUTRICIONAL restauração do bom estado nutricional e a qualidade de vida: proteínas / gorduras: melhor tolerados que CHO simples; evitar líquidos às refeições; fibras solúveis - PECTINA: absorção de CHO; leite: geralmente é mal tolerado; ... PORTANTO: gorduras: 30 - 40% do VCT (incluir TCM); CHO simples - restringir; proteínas: ~20% do VCT; fibras: pectina; FRACIONAMENTO ! 263 Tipo de Dieta Características Objetivos Dieta Líquida restrita ou líquida de prova Alimentos líquidos (transparentes) à temperatura ambiental. Incluem refrescos, chás (geralmente sem açúcar) e caldos de vegetais. Duração: 1 dia (em geral no terceiro dia pós-operatório). Fornecer alimentos fluidos, facilmente absorvidos, com mínimo de estímulo, praticamente não deixando resíduos no trato gastrintestinal. Avalíar a função digestiva após período de jejum pós-operatório. Dieta Líquida completa Alimentos líquidos à temperatura ambienta I, incluindo misturas à base de leite (mingaus e vitaminas), iogurtes e preparações mais elaboradas, como sopas liquidificadas. Duração: cerca de 1 mês. Dar alimentos fluidos. Evitar sobrecarga de volume e consistência e estímulos antes da adaptação completa das anastomoses. Dieta Semi Líquida ou líquida pastosa Todos os alimentos da dieta líquida completa, além de sopas não liquidificadas ou preparações mais consistentes como purês de legumes, arroz papa e carnes moídas ou desfiadas (liquidificados). Duração: variável. Dieta de transição. Fornecer alimentos que não necessitem de mastigação e sejam facilmente deglutidos e de fácil digestibilidade. Serve de transição para dietas de maior consistência (dietas pastosa e branda). Evolução da consistência da dieta após cirurgia de gastroplastia. 264 Dieta Pastosa Alimentos ou preparações na forma de purês, pastas ou cremes. Inclui suflês, arroz papa, feijão liquidificado, macarrão, carne moída, frango desfiado, fígado moído, almôndegas, ovo cozido, frutas cozidas, amassadas ou raspadas, biscoitos amolecidos. Duração: cerca de 1 mês. Oferecer alimentos que exijam o mínimo de mastigação e sejam de fácil trânsito e digestibilidade. Dieta Branda Alimentos de consistência normal. Contudo, mantém-se a restrição de fibras (vegetais crus são excluídos) e aumenta-se o tempo de cozimento. Não são incluídas as frituras. Duràção: indeterminada, dependendo da tolerância do paciente. Fornecer dieta com sua apresentação natural e de mais fácil digestão, pela restrição de fibras e gordura das preparações. Dieta Normal Dieta completa, sem restrições. Proporcionar dieta com todos os constituintes nutricionais para pacientes cuja condição clínica já não dependa de modificações dietéticas, mantendo apenas o controle de volume e balanceamento nutricional. Tipo de Dieta Características Objetivos Continuação quadro anterior 265 Câncer Gástrico 266 GASTROJEJUNOSTOMIA 267 Continuação: arquivo so intestino DOENÇAS DO APARELHO DIGESTÓRIO Intestino delgado e grosso 269 270 FIBRAS ALIMENTARES – RECORDAR...no material referente a CARBOIDRATOS 271 A dieta moderna, produto da intervenção humana, concentrou nutrientes de alta absorção (inclusive elementos “não naturais”, como o açúcar e a farinha de trigo refinados) e com quantidade cada vez menor de fibras e resíduos. Esses nutrientes processados, na verdade, sofreram uma “digestão externa” para serem produzidos. O calor do fogo e o cozimento quebram ligações estruturais e tornam o alimento mais facilmente digerível. O refinamento remove as fibras que revestem os nutrientes nos alimentos vegetais. •Podemos criar artificialmenteuma refeição que nossos instintos mais procuram: nutrientes livres de partes não nutritivas. • Esta refeição “pré-digerida” pode ser absorvida de modo eficaz nas porções mais iniciais do intestino, criando picos de absorção de nutrientes e também um “intestino distal vazio” 272 273 274 PREBIÓTICOS E PROBIOTICOS Ver material sobre o assunto em carboidratos 275 FLATULÊNCIA Pode ou não estar presente dentre as queixas destes pacientes. Normalmente está associada a um aumento da motilidade intestinal e absorção deficiente de gases pela mucosa intestinal. Em indivíduos mais suscetíveis deve-se evitar o consumo de alimentos flatulentos: Feijões Pimentão Ervilha Pepino Lentilha Cebola Brócolis Nabo Couve Soja Couve-flor Maçã Milho Abacate Rabanete Melancia Melão DIARRÉIA É um sinal-sintoma caracterizado pelo aumento da freqüência, volume e da fluidez das evacuações. A diarréia pode ser definida como a passagem de mais de 200g de fezes em 24 horas sob uma dieta ocidental média. Classificação: - secretora: causadas por infeção. Ex: cólera - exsudativa: inflamação da mucosa aumentando o volume o volume fecal c/ pus, sangramento, muco. Ex: colite ulcerativa - disabsortivas: atrofia das vilosidades. Ex: Espru - motoras: aumento do estímulo gastrocólico. Ex: diabético 276 Diarréia crônica: permanece por semanas ou meses. Ex: Doença de Chron, colite, intolerância lactose, doença celíaca. Objetivos dietoterápicos: - repor as perdas hidroeletrolíticas - moderar o peristaltismo - minimizar as perdas - manter e/ou recuperar o E.N 277 278 Características da dieta: - jejum 6 horas - reposição hidroeletrolítica - dieta líquida, pobre em fibras insolúveis - utilizar alimentos ricos em fibras solúveis - chás de erva doce, camomila são permitidos. - evitar chá preto (tanino) Alimentos formadores de gases: - feijões comuns / brócolos / couve de bruxelas / repolho / couve-flor/ milho / pepino/ alho-porró/ lentilhas/ cebolas/ pimentas verdes/ pimentões/ rabanetes/ chucrute/ cebollinhas/ feijào soja/ nabo - frutas: maçã (crua) / suco de maçã/ abacates/ melão/ melancia Dieta: deve conter pelo menos 25 g de fibra. Boa fonte: farelo de trigo Não devem ser usadas indiscriminadamente. 279 280 OBSTIPAÇÃO / CONSTIPAÇÃO INTESTINAL Caracteriza-se pela dificuldade de defecar, podendo ocorrer: -menos de 3 vezes por semana mesmo com dietas ricas em fibras ou - quando a quantidade de fezes eliminada tem volume reduzido. 281 ETIOLOGIA: SISTÊMICA GASTROINTESTINAL Efeito colateral de drogas Doenças do trato GI superior (úlcera duodenal, câncer gástrico e fibrose cística) Anormalidades metabólicas e endócrinas (hipotireodismo, uremia e hipercalcemia) Doenças do Intestino grosso que ocasionem insuficiência de propulsão do cólon e/ou obstrução de passagem das fezes Falta de atividade física Fissuras anais e hemorróidas Não atendimento a necessidade de defecar Abuso do uso de laxantes Doença vascular do intestino grosso Diminuição do tônus muscular intestinal Doença neurovascular Dieta pobre em fibras e baixo consumo de água Gravidez Efeito colateral de drogas 282 CUIDADO NUTRICIONAL obstipação/constipação - Dieta rica em fibras solúveis e insolúveis (mínimo de 30g/dia) a base de frutas, vegetais e grãos integrais. FIBRA Promove retenção de água volume fecal distensão do cólon Ação das bactérias intestinais Produção de AGCC efeito estimulante na defecação. Aumentar a ingestão hídrica ( mínimo de 2000ml/dia). 283 UTILIZAÇÃO DE FIBRAS EM DIETAS ENTERAIS Na obstipação, estudos clínicos com dietas enterais isentas de fibras, administradas a voluntários saudáveis mostraram uma produção de fezes úmidas na faixa de 40-70 g/dia, com uma freqüência de evacuação diária de 0,5-0,7/dia. A suplementação de uma dieta líquida isenta de fibra, através de gastrostomia, com 18-25 g/dia de fibra de soja, durante 1 ano, resultou em um aumento significativo do peso das fezes e da freqüência de evacuação. A necessidade de laxantes e dietas laxativas foi significativamente menor quando os pacientes receberam dieta contendo fibras. 284 Na diarréia, a administração a longo prazo de dieta enteral isenta de fibras pode estar associada à diarréia. Empregando-se tal definição, a diarréia ocorre em até 25% dos pacientes que estão recebendo nutrição enteral. Os fatores que foram identificados como tendo estado associados à diarréia durante a nutrição enteral incluem: intolerância à lactose, terapia antibiótica concomitante, uso de laxantes e hipoalbuminemia. Certamente, existem fortes evidências que sugerem que a diarréia relacionada com a dieta enteral pode ocorrer como uma conseqüência da produção prejudicada de AGCC do cólon. A suplementação de fibras solúveis pode ter um efeito benéfico. 285 ESTEATORRÉIA Conseqüência da malabsorção de gorduras – gorduras não absorvidas são eliminadas nas fezes. Causas: -Falha na digestão das gorduras (pancreatite, ressecção gástrica ou intestinal); - Deficiência de sais biliares; -Falha na absorção (dano na mucosa intestinal). Teste de gordura fecal: dá-se dieta contendo 100 g de gorduras durante 3 dias – coleta de todas as fezes produzidas a partir do início da dieta - análise Normal: até 10% da gordura consumida é eliminada elas fezes. Quantidades maiores nas fezes: sinal de malabsorção. Cuidado nutricional: -Restabelecer o E.N., pois geralmente há perda de peso; -TCM – tipo de gordura que entra direto no sangue por transporte direto para o fígado, sem necessitar ser emulsificado pela bile para ser absorvido. 286 DOENÇAS DO INTESTINO DELGADO DOENÇA CELÍACA - ENTEROPATIA SENSÍVEL AO GLÚTEN/ OU ESPRU NÃO TROPICAL FIBROSE CÍSTICA - MUCOVISCIDOSE INTOLERANCIA A LACTOSE - - DEFICIÊNCIA DE LACTASE 287 DOENÇA CELÍACA - reação a gliadina (componente do glúten), causando dano às vilosidades intestinais - má absorção potencial de todos os nutrientes. Etiologia desconhecida (componentes genético e imunológico envolvidos - geralmente no 1º ano de vida) Sintomas: depende da extensão do envolvimento do intestino delgado. Pode tornar-se aparente quando um bebê começa a comer cereais ou na idade média em situações como: estresse, gravidez, infeção viral, cirurgias intestinais. Sintomas entre 6 meses e 3 anos: diarréia, insuficiência de crescimento, vômito projetante, abdômen inchado, fezes anormais na aparência, odor e quantidade. Freqüência varia muito: até 10 vezes/dia. Adultos: apetite aumentado, perda de peso, fraqueza e fadiga,diarréia, distensão abdominal,anemia (má absorção) OBS : atualmente 50 a 60% dos celíacos tem pouco ou nenhum sintoma. 288 Objetivos do cuidado nutricional: - recuperar a mucosa intestinal - diminuir o peristaltismo - repor as perdas - recuperar o estado nutricional Características da dieta: FASE AGUDA: - retirar o glúten e as fibras insolúveis - aumentar a oferta fibras solúveis - consistência : individual FASE COMPENSADA: - dieta geral s/ glúten excluir: trigo centeio, aveia, cevada. Substituir pormilho e arroz - hipercalóricas - (p/ compensar as perdas fecais-geralmente 20% acima do normal) - hiperproteicas - hipolípidica: devido a absorção prejudicada - carboidratos: açucares simples - vitaminas; suplementação vit. B, A, e C - minerais: suplementação ferro - anemia 289 FIBROSE CÍSTICA Deficiência exocrinopatia de caráter evolutivo e hereditário Sintomas: - muco espesso nos pulmões (leva à DPOC) - insuficiência pancreática (leva ao DM) - má absorção dos nutrientes alimentares não digeridos e extensiva desnutrição e interrupção do crescimento - cirrose biliar - maior concentração de sal na transpiração Quadro Clínico: - pulmonar: tosse, pneumonia - gastrointestinal: esteatorréia (1 a 5 evacuações/dia); deficiência de vitaminas lipossolúveis; retardo no crescimento; desnutrição por má absorção. Tratamento: broncodilatoadores, antibióticos, enzimas pancreáticas. 290 Objetivos do cuidado nutricional: - facilitar a digestão e absorção dos nutrientes - diminuir a esteatorréia - propiciar condições p/ o crescimento e melhorar o E.N. - melhorar a imunidade Características da prescrição dietoterápica: - Fornecer quantidades adequadas de energia, proteínas, vitaminas e minerais; - Adicionar sal às refeições; - Incluir alimentos com alta densidade energética; - - lipídeos: c/ enzimas - normo s/ enzimas - hipo (20%) + TCM - suplementação de vitaminas lipossolúveis - aumentar a ingestão hídrica e de NaCl nos dias quentes - Descansar antes das refeições 291 DEFICIÊNCIA DE LACTASE - intolerância a lactose (comum) - lactose não é hidrolisada em galactose e glicose; - permanece no intestino agindo, osmoticamente, para retirar água de dentro deste (intestinos). - as bactérias fermentam a lactose não digerida: inchaço, flatulência, cólicas e diarréia - parada do crescimento - perda de peso - náuseas e vômitos Pode ser de causa secundária: lesão da mucosa intestinal (temporária ou permanente) 292 DEFICIÊNCIA DE LACTASE Tratamento dietético: - omissão do leite - melhora dos sintomas - a maioria dos adultos tolera um pouco a lactose (melhor, como parte de uma refeição do que isolada). OBS: queijos e iogurte (cuidado - tolerância individual) 293 INTESTINO GROSSO 294 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO INTESTINO GROSSO O intestino grosso é um tubo de grande capacidade que se estende do íleo terminal até o ânus. Anatomicamente compreende o ceco, o apêndice e os cólons ascendente, transverso, descendente e sigmóide. 295 FISIOLOGIA: os mecanismos de continência fecal e defecação são altamente complexos e interligados. Sendo mantidos pela interação de múltiplos mecanismos: - Consistência das fezes; - Motilidade colônica; - Capacidade e complacência retais; - Função do esfíncter anal, - Musculatura intestinal No intestino grosso, particularmente no cólon, ocorre a absorção de água, sódio e cloro e secreção de potássio e bicarbonato. 296 AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM ENFERMIDADES DO INTESTINO GROSSO colonoscopia Doenças do Intestino Grosso Diverticulose: coleção de hérnias da parede colônica. Sintomas: dor e sensibilidade lado esq inferior do abdomen+ náuseas, vômitos, distensão, diarréia. Etiologia: dieta pobre em fibras + força diminuída da musculatura do cólon Incidência : aumenta c/ o envelhecimento. Diverticulite: acúmulo de matéria fecal nas bolsas diverticulares resultando em infeção e inflamação (ulceração ou perfuração) 297 Cuidado nutricional: Diverticulose: dieta rica em fibras (fezes macias, volumosas, passam mais velozmente, são defecadas mais facilmente, menor pressão intracolônica) Tratamento: corrigir a constipação - 2 colheres de chá de farelo – auxiliam na Diverticulite: inflamação – “ repouso” - dieta com poucos resíduos e pobre em gorduras 298 299 Doenças do Intestino Grosso Espru Tropical seqüela de uma diarréia infecciosa aguda: contaminação do intestino: vilosidades intestinais são encurtadas. Etiologia: desconhecida; Sintomas: diarréia, anorexia, distensão abdominal + deficiência nutricional por deficiência de vitaminas e minerais. Cuidado nutricional: tetraciclinas + ácido fólico + vit. B12 (IM). 300 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO DOENÇA DE CHRON - distúrbio crônico progressivo Processo de inflamação crônica capaz de afetar qualquer segmento do canal alimentar, desde a boca até o ânus, que evolui por surtos de exacerbação e remissão imprevisíveis e com resposta à terapia medicamentosa ou cirúrgica igualmente inesperada. As lesões não respeitam a mucosa e podem produzir úlceras, estenoses e fístulas. 301 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO DOENÇA DE CHRON Etiologia indefinida. Atinge qualquer segmento do tubo digestivo, ocorrendo nítida preferência pela transição ileocólica. 10 a 20% dos pacientes podem apresentar longo período de remissão após a apresentação inicial. Epidemiologia Incidência maior em pacientes entre a terceira e a Sexta décadas, sendo bem menor em pacientes com menos de 20 anos. Incidência um pouco maior em mulheres. 10 a 20% dos pacientes podem apresentar longo período de remissão após a apresentação inicial. - Sintomas: fadiga, anorexia, perda de peso variável, dor ou cólica no quadrante inferior direito, diarréia e febre 302 DOENÇA DE CHRON Manifestações clínicas Uma das manifestações iniciais mais comum é a diarréia não sanguinolenta acompanhada de dor abdominal e emagrecimento. Pode apresentar-se como febre de origem indeterminada: a febre pode ser devido ao processo inflamatório ou a algumas das complicações da doença. Ileíte aguda com dor em FID, febre, náuseas, vômitos e leucocitose pode ser indistinguível da apendicite aguda. Sangramento digestivo é menos freqüente que na retocolite ulcerativa. 303 DOENÇA DE CHRON - Manifestações clínicas As manifestações tardias dependem da localização anatômica, extensão e tipo das lesões. Podem haver sintomas extra intestinais (independem do comprometimento intestinal), como artralgia de grandes articulações e lesões cutâneas, como o eritema nodoso, que reforçam o diagnóstico. Febrícula e retardo do crescimento (em crianças) podem estar presentes. Evolui com fibrose e quadros de semi-obstrução intestinal. A DC pode estar associada a doenças hepáticas como hepatite autoimune, colangite esclerosante e esteatose hepática. 304 Exame físico Os achados estão relacionados à localização anatômica das lesões, suas repercussões no estado geral do doente e à presença de complicações, podendo estar normal. A região perianal sempre deve ser examina, à procura de fístulas, fissuras e estenose retal ao toque. Diagnóstico Inicialmente baseado na história (diarréia -sem sangramento-, dor abdominal, emagrecimento e febre), e exame físico (pode estar normal). Complicações A mais freqüente é a formação de fístulas entre dois segmentos intestinais, entre o intestino e outro órgão (bexiga, por exemplo) ou pele. A estenose pode levar à um quadro semioclusivo e piora do estado geral. Diagnóstico Diferencial Fase aguda: apendicite aguda e infecções por E. coli, Salmonella, Helicobactere Yersinia Fase crônica: linfoma e isquemia mesentérica crônica. 305 Exames complementares: devem-se excluir infecções e parasitoses. Avaliar necessidade: Trânsito intestinal: diagnóstico e estadiamento da extensão da doença (essa deve ser sempre feita ao diagnóstico, associando transito e REED). Não detecta doença inicial, mas documenta lesões aftosas. US: detecta o espessamento das alças, suas dilatações, abscesso, perfurações e eventuais coleções líquidas, permite também acompanhar a evolução do processo em resposta ao tratamento. A colonoscopia com biópsia é mais sensível que a retossigmoidoscopia, faz diagnóstico em casos iniciais, quando o bário não pode fazê-lo. Deve-se fazer o estadiamento da anemia, disproteinemia, da atividade inflamatória e da extensão da doença. TC: principal método para avaliação da doença mural e extra- intestinal. DOENÇA DE CHRON 307 308 Tratamento O tratamento medicamentoso inclui antiinflamatórios e imunossupressores. O tratamento cirúrgico está indicado nas complicações (perfuração, obstrução), ausência de resposta ao tratamento clínico e comprometimento grave de crescimento. A freqüência de indicação cirúrgica aumenta com a duração da doença. Evitar múltiplas ressecções: síndrome do intestino curto. 309 Indicações do Tratamento Cirúrgico Falha/refratariedade ao tratamento clínico; Obstrução intestinal: ocorre principalmente no ID. Caso não haja melhora com tto clínico (repouso intestinal, hidratação EV e corticoterapia), operar; Crescimento retardado; Abscesso intra-abdominal: pode-se tentar drenagem percutânea guiada por US + ATB. No insucesso ou sepse incontrolável: cirurgia; Fístulas; Perfuração livre; Sangramento Maciço; Prevenção de câncer; Câncer: geralmente é agressivo; Manifestações extracolônicas: melhoram após colectomia (do segmento doente) Técnicas Operatórias Operações de By-Pass: usada quando a ressecção não é tecnicamente possível. Ressecções de Intestino Delgado: retirar somente segmento doente. Estricturoplastia: trata somente as complicações. Drenagem percutânea guiada por US. 310 Cuidado Nutricional Nutrição parenteral total - na fase aguda. Alimentação oral adequada aos sintomas. - é individualizado de acordo com as manifestações da doença em cada paciente. Como não há cura, o objetivo do tratamento é o controle dos sintomas e das complicações. Não há restrições alimentares que sejam feitas para todos os casos. Em algumas pessoas, observa-se intolerância a certos alimentos, freqüentemente, à lactose (do leite). Nesses casos, recomenda-se evitar o alimento capaz de provocar a diarréia ou a piora de outros sintomas. Indivíduos com doenças no intestino grosso podem ter benefícios com dieta rica em fibras (muitas verduras e frutas), enquanto que em indivíduos com obstrução intestinal pode ser indicada dieta sem fibras. 311 Cuidado Nutricional Além de adequações na dieta, medicamentos específicos podem ser usados para o controle da diarréia com razoável sucesso. O uso desses medicamentos deve sempre ser orientado pelo médico, já que há complicações graves relacionadas ao seu uso inadequado. 312 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO COLITE ULCERATIVA - inflamação crônica e ulceração da mucosa do intestino grosso que sempre começa no reto. - musculatura intestinal dilatada (megacólon) - Sintoma: diarréia sanguínea c/ dor e espamos, febre, desidratação, anorexia , desnutrição e anemia Geralmente, apresentam DESNUTRIÇÃO, medo de alimentar-se, dor, diarréia, intolerância a certos alimentos, sensação de paladar alterada, malabsorção esteatorréia, perda de proteína e sangue dentro do intestino, além do uso de medicamentos que inibem a absorção de folatos e promovem o BN negativo. Acomete a faixa etária de 20-50 anos É bastante relacionado com estados de depressão, instabilidade emocional e fatores genéticos. 313 RETOCOLITE ULCERATIVA (RCU) 314 COLITE ULCERATIVA 315 SINTOMATOLOGIA - Sangramento retal; - Febre; - Diarréia com dor abdominal; - Alterações eletrolíticas; - Desidratação; - Lesão ulcerada da mucosa do IG; - Anorexia CUIDADO NUTRICIONAL - Objetivo: Diminuir a pressão intracolônica e propiciar a formação de fezes mais volumosas que tenham facilidade de serem excretadas. - Dieta com alto teor de fibras e maior aporte hídrico. 316 CUIDADO NUTRICIONAL DESNUTRIÇÃO Dor abdominal, diarréia, intolerância a certos alimentos, paladar alterado, má absorção, esteatorréia e perda protéica nas fezes. ENERGIA: 40-45 kcal/kg/dia PROTEÍNA : 1,5 g/kg/dia CH: normoglicídica -50-60% VET LIPIDIOS: hipolipídica (20-25% VET – utilizar TCM). -Nas fases agudas: -isenta de lactose (leite e derivados) e controlar o consumo de mono e dissacarídeos. -Rica em fibras solúveis (favorece formação de ác gr cadeia curta – importante fonte de energia para céls intestinais) e pobre em fibras insolúveis. 317 Tratamento: - estágios agudos - manutenção do equilíbrio de líquidos e eletrólitos + agente antidiarreico - cirurgia: casos recidivantes Cuidado nutricional: - dieta hipercalórica (40 a 50 kcal/kg P Ideal/dia) - ou Fator Injuria: 1,75; - hiperprotéica (1,0 a 1,5 g/kg/PI ou até 2 g/kg peso/dia); - monitorar cálcio, magnésio e zinco (perdas intestinais) – suplementar, se necessário. 318 •Suplementar cálcio, magnésio, zinco e vitaminas lipossolúveis (esteatorréia); •Suplementar ácido fólico, vitamina B12 e ferro (perdas sangüíneas, má absorção e uso de antidiarréicos) •Avaliar intolerância a lactose •Consumo de fibras aumentar gradualmente e avaliar a resposta individual (fase aguda = dieta de resíduo mínimo); •Dieta de resíduo mínimo: Exclui alimentos ricos em fibras e também leite e derivados, carnes cartilaginosas e carboidratos simples (lactose) que contribuem para formação do resíduo fecal. Normalmente fornece 8-10 g/dia de fibra dietética. Dieta com restrição de fibras (transição): evita-se produtos a base de grãos integrais, cereais, frutas secas, sementes e legumes. O consumo de frutas e vegetais deve ser feito eliminado-se as sementes e cascas. Fornece de 10-15g/dia de fibra dietética. 319 Em todas as fases: •evitar alimentos fermentativos (formadores de gases): Alimentos formadores de gases: -feijões comuns / brócolos / couve de bruxelas / repolho / couve-flor/ milho / pepino/ alho-porró/ lentilhas/ cebolas/ pimentas verdes/ pimentões/ rabanetes/ chucrute/ cebollinhas/ feijào soja/ nab. •diminuição de gorduras (20%) + TCM • ingestão de fibra: individualizada (aumento gradativo) •correção da anemia: suplementação c/ ácido fólico, ferro e vitamina B12 320 SÍNDROME DO CÓLON IRRITÁVEL - Padrão evacuatório anormal – presença de diarréia, alternada com constipação, constipação crônica, flatulência, dor retal, sensação de evacuação incompleta e presença de muco nas fezes. MECANISMOS PROPOSTOS Reflexo gastrocólico exagerado; - Sensibilidade anormal do cólon à distensão; - Distúrbios psiquiátricos; - Intolerâncias dietéticas. CAUSAS CONTRIBUINTES - Distúrbio emocional e estresse; - Uso abusivode laxantes; - Doença GI prévia; - Alteração de motilidade intestinal. 321 CUIDADO NUTRICIONAL - Objetivo: restaurar o E.N - Dieta de alto teor de fibras solúveis e insolúveis - Avaliar intolerância alimentares - Evitar alimentos flatulentos 322 DOENÇA DIVERTICULAR A diverticulose é caracterizada pela formação de herniações na parede do cólon. É mais freqüente em pessoas acima de 50 anos devido a perda gradual da elasticidade da mucosa intestinal. A diverticulite ocorre por acúmulo de matéria fecal nas bolsas diverticulares resultando em Infecção e inflamação e podendo evoluir para ulceração e perfuração. 323 CIRURGIAS RETAIS O objetivo é manter um consumo alimentar que permita a recuperação cirúrgica. Primeiros 4 dias do pós operatório – dieta líquida com quantidade mínima de resíduos; 5 dia em diante – Dieta de resíduo mínimo; Evoluir para dieta de transição e após restauração pós operatória deve-se evoluir para dieta geral com alto conteúdo de fibras (30g/dia). HEMORROIDECTOMIA: Logo após o Pós Operatório (P.O.) dieta pobre em fibras Depois.... dieta rica em fibras. 324 hemorróida 325 ILEOSTOMIA Quando é retirado cólon, reto e ânus : fezes líquidas ( * sal e água) COLOSTOMIA retirada do reto e ânus - fezes moles/formadas. - Geralmente é uma abertura temporária para permitir a cicatrização de partes distais do TGI; 326 Cuidado nutricional: -boa mastigação e dieta pobre em fibras insolúveis. há grande preocupação com o odor, devido a esteatorréia, excesso de bactérias. Portanto, deve-se evitar milho, feijões, cebola, repolho, condimentos, peixe, antibióticos, suplementos de vitaminas e minerais. HIGIENE........FUNDAMENTAL 327 COLOSTOMIA Pré-operatório (dieta com o mínimo de resíduos e jejum operatório de 12 h). Pós-operatório: 1 dia de alimentação: líquida restrita (avaliar) 2 dia: Líquida completa (leite diluído ou isento de lactose) – avaliar; 3 dia: semilíquida (hipercalórica e hiperprotéica) 4 dia: pastosa – liberação gradativa até a dieta de consistência normal. Restringir alimentos condimentados, álcool, flatulentos - Restrição inicial de fibras; - Reposição hidroeletrolítica Avaliar deficiências específicas. 328 ILEOSTOMIA Nas ressecções extensas do íleo terminal deve-se: •suplementar vitamina B12. •reposição hídrica •dieta elementar (devido à diminuição da área absortiva) •Mecanismo de adaptação – hipertrofia da mucosa remanescente Dieta: • Hiperprotéica, hiperglicídica e hipolipídica (TCM – 30-50ml/dia) •Avaliar deficiências específicas 329 CUIDADO NUTRICIONAL -Evitar alimentos flatulentos (rompimento da bolsa); - Excluir alimentos condimentados; - Adaptação em relação ao conteúdo de fibras da dieta. 330 COLOSTOMIA 331 332 333 FÍSTULAS DIGESTIVAS São definidas como uma comunicação ANORMAL entre o tubo digestório e qualquer víscera intra- abdominal ou com a cavidade abdominal (fístulas internas) e com a superfície cutânea (fístula externa) através da qual ocorre drenagem de líquidos digestivos. Normalmente, são complicações graves que podem decorrer de doenças inflamatórias intestinais ou no pós-operatório de cirurgias intra-abdominais 334 FÍSTULAS... Ou seja... - passagem anormal entre 2 órgão internos ou de um órgão interno para uma superfície do corpo; pode ser devido a um erro de desenvolvimento pré natal; trauma ou processos de doença inflamatória ou maligna. No TGI grandes quantidades de líquidos e eletrólitos são perdidos (malabsorção e infecção) PORTANTO... há necessidade de restaurar líquidos e eletrólitos; controlar / tratar eventuais infecções 335 336 ETIOLOGIA -Doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn – retocolite ulcerativa) Complicações pós-operatórias de cirurgias intra-abdominais FATORES PREDISPONENTES DAS FÍSTULAS DIGESTIVAS -Desnutrição -Idade - Presença de doenças crônicas e de neoplasias -Uso de corticoterapia -Intervenção cirúrgica em órgãos com inflamação ou em órgãos com neoplasia -Deiscência da sutura intestinal -Deiscência da sutura da parede abdominal - Lesões viscerais -“Esquecimentos de corpos estranhos” 337 FISIOPATOLOGIA A gravidade depende: - Etiologia -Tipo de fístula (drenagem interna ou externa) -Localização -Débito da fístula (quantidade e qualidade do líquido perdido) DÉBITO DA FÍSTULA - Líquido proveniente do I.Delgado é alcalino e tem alto poder proteolítico – acrescido de secreção duodenal, biliar e pancreática a fístula do ID é muito agressiva para o peritônio e para a parede abdominal. 338 DÉBITO ALTO – Fístulas do trato digestório inferior (drenam mais De 500 ml/dia) – I.delgado (duodeno e jejuno) DÉBITO BAIXO – Fístulas do trato digestório superior MECANISMO DE DESNUTRIÇÃO – FÍSTULAS - Restrição alimentar; - Estado hipermetabólico (estresse grave) – - Doença de base – cirurgia - Infecção; - Perda de prots pela fístula. 339 TRATAMENTO – fistulas Jejum oral absoluto – suspensão da dieta por via oral - REPOUSO INTESTINAL Permite a redução na secreção de líquidos digestivos e redução do débito da fístula Aspiração da fístula – aspiração das secreções Reposição hidroeletrolítica Controle de infecções e tratamento das lesões cutâneas 340 NUTRIÇÃO PARENTERAL -Está indicada nas fístulas de alto débito -Promove o repouso intestinal -Reduz o débito da fístula (redução nas secreções digestivas) -Diminuição da espoliação de água, eletrólitos e proteínas -NUTRIÇÃO ENTERAL - Indicada nas fístulas de baixo débito (intestino grosso) -Se o débito aumentar – retornar para N.parenteral 341 CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS -Harris Benedict - Fator Injúria – Infecção grave/trauma: 1,30-1,55 ...OU - 40 –45 kcal/kg/dia -Hiperprotéica (1,2-1,5 g/kg/dia) -Normo a hiperglicidica -Normo a hiperlipidica 342 343 344 CIRURGIAS INTESTINAIS - Abertura cirúrgica de um canal que permita a eliminação das fezes. - Ileostomia (colón, reto e ânus removidos) – fezes líquidas e de odor ácido. -Colostomia (ânus e reto removidos) – - fezes de consistência pastosa até normal e odor variável de acordo com a alimentação. 345 CUIDADO NUTRICIONAL NAS CIRURGIAS INTESTINAIS Ressecção intestinal – Síndrome do Intestino Curto Etiologia, Indicações: câncer, diverticulite, fístulas, Crohn, etc. INTESTINO DELGADO: -diariamente de 7 a 9 litros de líquidos (c/ nutrientes); -fezes ~ 200 g Remoção maior que 2/3 do I.Delgado problemas metabólicos severos e desnutrição. 346 Ressecção intestinal Síndrome do Intestino Curto A severidade da síndrome depende da quantidade e seções do intestino que permanecem após a cirurgia. A princípio a absorção é diminuída, melhorando com o tempo.COLON conteúdo ascendente líquido transverso mole” descendente sólido Intestino Grosso: 347 CHO – glicose e outros: geralmente bem absorvidos; - lactose: frequentemente malabsorção Proteínas: geralmente sua absorção é eficiente; Gorduras: geralmente é malabsorvida – esteatorréia. Vitaminas lipossolúveis, ác. graxos “saponificam”Ca, Zn, Mg (sabões não absorvíveis). A perda do íleo é muito problemática – absorção de vitaminas B12 (reposição Nut. Parenteral/ intramuscular) e sais biliares. 348 OUTROS PROBLEMAS: DIARRÉIA ÁCIDA: hipersecreção de ácido gástrico (secreções inibitórias do intestino não estão presentes – ácido pode danificar a mucosa e absorção Motilidade gastrointestinal e peristaltismo - devido a perda de hormônios, colecistoquinina e secretina crescimento bacteriano cálculos renais por oxalato (sorção de oxalato e hiperoxalúria) cálculos biliares de colesterol ( sais biliares na circulação enteropática) 349 ADAPTAÇÃO DO I D RENANESCENTE NUTRIÇÃO ADEQUADA MANTIDA POR VIA PARENTERAL / ENTERAL Por várias semanas ou meses – INTESTINO REMANESCENTE SUA ÁREA DE SUPERFÍCIE ABSORTIVA: -HIPERPLASIA E VILOSIDADES ALTAS COM CRIPTAS PROFUNDAS 60 – 100 CM DE I D VIA ORAL < 60 CM DE I D Nut. parenteral permanente para suplementação 350 CUIDADO NUTRICIONAL 1º estágio: NPT por várias semanas 2º estágio: introdução gradativa de alimentos: - pequenos volumes / fracionamento - “desmame da NPT” -“diário alimentar” para correlacionar problemas digestivos com causas dietéticas 351 CUIDADO NUTRICIONAL NAS DOENÇAS HEPÁTICAS Prof. Africa Isabel Referências: Krause, 2010 OPS, publ.cient. 565, 7ª ed, 1997 Cuppari, 2007 Waitzberg 2001 http://www.hepcentro.com.br/Home.htm http://www.pro-figado.com.br/ 352 ANATOMIA E FISIOLOGIA HEPÁTICA O fígado é a maior víscera do organismo com peso de 1200g- 1500g no indivíduo adulto (cerca de 2% do peso corporal). Se localiza no QSD do abdômen. Na face visceral do fígado, se encontram a artéria hepática, veia porta e vias biliares. O lobo direito é seis vezes maior que o esquerdo. O órgão é totalmente recoberto pelo peritônio e é irrigado pela artéria hepática, recebendo sangue venoso do baço e intestinos pela veia porta. Abaixo do lobo direito situa-se a vesícula biliar, uma bolsa de 9 cm, aproximadamente, que tem a capacidade de coletar cerca de 50 ml de bile produzida pelo fígado. 353 ANATOMIA E FISIOLOGIA HEPÁTICA Recebe sangue venoso proveniente da circulação portal rico em nutrientes e sangue arterial (rico em oxigênio) proveniente da artéria hepática. 354 ANATOMIA E FISIOLOGIA HEPÁTICA Microscopicamente, o fígado pode ser dividido em subunidades funcionais denominadas lóbulos hepáticos. Cada lóbulo é constituído por agrupamentos de células hepáticas (hepatócitos) e são entrecortados pelas veias centrolobulares na parte central e pela tríade portal (artéria hepática, veia porta e veias biliares). 355 ANATOMIA E FISIOLOGIA HEPÁTICA 356 FISIOLOGIA O fígado apresenta uma pluralidade funcional, sendo essencial no metabolismo e armazenamento de vitaminas, carboidratos, proteínas e lipídios, bem como na metabolização e excreção de compostos endógenos e exógenos circulantes. - Formação e excreção da bile - solução aquosa composta de pigmentos biliares (bilirrubina conjugada), sais biliares, fosfolipídios (lecitina), colesterol, proteínas (albumina), mucina e água. 357 FISIOLOGIA As funções do fígado são as seguintes: - Integração entre os vários mecanismos energéticos do organismo. - Armazenar e metabolizar as vitaminas. - Fazer a síntese das proteínas plasmáticas. - Desintoxicação de toxinas químicas produzidas pelo organismo. - Desintoxicação de toxinas químicas externas ao organismo. - Filtragem mecânica de bactérias. - Controlar o equilibrio hidro-salínico normal. - Secreção da bile. 358 FISIOLOGIA Papel do fígado nos processos metabólicos Metabolismo de CARBOIDRATOS amido, sacarose, lactose ação enzimática no intestino glicose, frutose, galactose veia porta fígado circulação e hepatócitos Glícidios - glicogênese (depósito de glicogênio); - Glicogenólise (quebra do glicogênio); - gliconeogênese (conversão de prot. e gord. p/ glicose); 359 FISIOLOGIA Papel do fígado nos processos metabólicos Metabolismo dos lipídeos TG hidrólise parcial pelas lipases Glicerol Fígado Lípides - síntese de colesterol e conversão de 80% deste em sais biliares e o restante transformado em lipoproteínas; Minerais e Vitaminas - armazenamento de Ferro e Cobre; - armazenamento de vits. liposolúveis; - conversão do caroteno em vit. A; - conversão da vit. K a protombina; - armazenamento do ácido ascórbico; 360 FISIOLOGIA Papel do fígado nos processos metabólicos Metabolismo das proteínas Proteínas hidrólise pelas proteases aminoácidos - Desaminação de aa para formação de ácidos graxos e carboidratos - Transaminação (síntese de prots) - Detoxificação da amônia resultante da desaminação (amônia é convertida em uréia para ser eliminada) - Síntese de proteínas plasmáticas (transferrina, albumina e globulinas, fibrinogênio,protombina e heparina) - conversão de aae em aane (através da transaminação); - reserva de proteínas; - síntese de uréia 361 VITAMINAS E MINERAIS 1) Armazenamento de ferro e cobre (hematopoiese) 2) Armazenamento de vitaminas lipossolúveis e vitamina B12 3) Conversão do caroteno vitamina A 4) Formação de protrombina a partir da vitamina K 5) Ativação da vitamina D METABOLIZAÇÃO DE DROGAS E COMPOSTOS ENDÓGENOS CONVERSÃO DA URÉIA EM AMÔNIA (CICLO DA URÉIA) 362 FÍGADO • PAPEL CENTRAL NA MANIPULAÇÃO E METABOLIZAÇÃO DE NUTRIENTES, FORNECENDO-OS POSTERIORMENTE AOS DEMAIS SETORES DO ORGANISMO PARA DESEMPENHO DE FUNÇÕES ESPECÍFICAS. 363 PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS DAS HEPATOPATIAS VIRAIS:Tipo A: transmissão via oral-fecal Tipo B e C: transmissão por sangue, sêmen e saliva Tipos D, E, não-A, não-E - sob estudo. MEDICAMENTOS: acetaminofen, halotano. DISTÚRBIOS METABÓLICOS: Doença de Wilson, hemocromatose, galactosemia. QUÍMICO: álcool. DOENÇA SECUNDÁRIA: cirrose biliar, fibrose cística, etc. 364 ENFERMIDADES HEPÁTICAS HEPATITE É uma inflamação dos tecidos hepáticos caracterizada por necrose hepatocelular. Pode ter caráter agudo ou crônico. Pode ser causada por vírus, toxinas (aflatoxinas), parasitas (esquistossomose) ou drogas. INCIDÊNCIA: variável e depende do tipo de agente etiológico envolvido ETIOLOGIA: viral - agentes virais hepatotóxicos classificados de A – E - Todos causam hepatite aguda; - Os tipos B, C e D podem causar a doença crônica. 365 SINTOMATOLOGIA AGUDA Etiologia: viral (todos os vírus); medicamentos (halotano, acetoaminofen),Etilismo (15-20 anos de consumo de etanol) - Ictérica: icterícia (alterações de coloração de pele e mucosas), febre, vômitos, náuseas, artralgias, fadiga, anorexia, prurido, dor no QSD, colúria e acolia fecal. - Anictérica: Predomina mais em crianças, apresentando os mesmos sintomas acima, excetuando a icterícia com manifestação clínica menos severa. Tratamento: Repouso e medicamentos para controle da sintomatologia, alguns autores recomendam o uso de corticosteróides. 366 CRÔNICA - Se caracteriza pela inflamação contínua do fígado que se prolonga por mais de 6 meses. ETIOLOGIA: viral (principalmente vírus B e C), etilismo, cirrose SINTOMATOLOGIA: icterícia, astenia, alterações laboratoriais nos testes de função hepática. EVOLUÇÃO DA DOENÇA: - Cura após 2-4 anos de evolução com aparecimento de anticorpos anti-HBs, tornando-se portador sadio da doença. - Estabilização das lesões histológicas - Evolução para hepatite crônica ativa com desenvolvimento de cirrose em 50% dos casos. TRATAMENTO: - Medidas profiláticas (imunização) 367 DOENÇA HEPÁTICA ALCOÓLICA INCIDÊNCIA: Cerca de 2-3% na população mundial, com ingestão de 100g de etanol/dia nos homens e 50g de etanol/dia nas mulheres por um tempo superior a 8 anos. Consumo excessivo de álcool Excesso na produção de H2 e acetaldeído H2 = substitui os ác. graxos (AG) como combustível hepático gerando acúmulo de AG nos hepatócitos ESTEATOSE HEPÁTICA hiperlipidemia e cetose ACETALDEÍDO = Hepatotóxico Inflamação Necrose HEPATITE CIRROSE HEPÁTICA 368 Doença Hepática Alcoólica 3 estágios: esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose. Acetaldeído- subproduto tóxico do metabolismo do álcool, causa dano à estrutura e à função da membrana mitocondrial • infiltração gordurosa (esteatose): é reversível; •cirrose: estágio final da lesão hepática FATORES NUTRICIONAIS podem influenciar o efeito hepatotóxico do álcool, porém não conseguem proteger contra a degeneração hepática. DESNUTRIÇÃO deve ser evitada e a nutrição desempenha papel vital em seu tratamento. 369 CIRROSE HEPÁTICA -“ Kippós” – origem da palavra cirrose que significa “amarelo cor de palha”. - É a oitava causa de mortalidade mundial principalmente nas décadas mais produtivas da vida. - Acomete indivíduos na faixa etária 40 – 60 anos - É o estágio final da lesão hepática conceituada como doença crônica do fígado, na qual ocorreu destruição difusa e regeneração celular dos hepatócitos, com aumento excessivo de tecido conjuntivo que resulta em desorganização da arquitetura lobular e vascular. 370 Cirrose Hepática • Definição: estagio final da lesão hepática, caracterizada por repetidos episódios de necrose hepática seguidos por regeneração resultando na formação de tecido fibrose. • Tecido fibroso: desorganiza a estrutura normal dos lóbulos hepáticos. • Etiologia: obstrução biliar, necrose no fígado (hepatite viral) • Sintomas: perturbações gastrointestinais(náusea, vômito, perda de apetite, distensão e dor epigástrica. Icterícia, fraqueza, edema, ascite e anemia 371 Hipertensão Portal Aumento da pressão na veia porta devido a resistência ao fluxo normal de sangue devido a fibrose e compressão das vênulas hepáticas. Desenvolve-se “shunts” (pontes) - circulação colateral p/ desviar o fluxo sanguíneo da veia porta a fim de vencer a resistência da fibrose hepática. Encefalopatia hepática Repercussão cerebral de uma patologia hepática -há o acúmulo de substâncias tóxicas no sangue (devido a insuf. hepática), danificando a consciência e contribuindo p/ a perda de personalidade, tremores, letargia e coma. Patogenia: - acúmulo de neurotoxinas (amônia) -alteração neurotrasmissores (acúmulo de aminoácidos aromáticos) 372 AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM DOENÇA HEPÁTICA História clínica + Exame físico + Dados laboratoriais SINTOMATOLOGIA: A) Icterícia – colúria – acolia fecal (fezes sem pigmentação) B) Ascite / edema (pp nos MMII) C) Hemorragia digestiva alta (ruptura de varizes esofagogástricas, gastrite, úlcera péptica e sangramentos gengivais) D) Anorexia/ emagrecimento E) Astenia F) Encefalopatia hepática (coma) Avaliação do etilismo, antecedentes pessoais, uso de agulhas não descartáveis, transfusões de sangue, cirurgias e hospitalização prévias, tipo de profissão e história familiar. 373 EXAME FÍSICO a) Alteração de comportamento b) Coloração de pele e mucosas (icterícia moderada ou intensa) c) Xantelasmas/ xantomas d) Hematomas e) Aranhas vasculares (tórax, pescoço, face e membros superiores) – Cirrose f) Circulação colateral (veias abdominais dilatadas – ocorre na hipertensão portal e se associa com ascite) g) Ascite h) Hepatomegalia ou Fígado de tamanho reduzido i) Flapping ou asterixe j) Desnutrição (com perda intensa de massa muscular e tecido adiposo subcutâneo) 374 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE COM DOENÇA HEPÁTICA É dificultada devido a falta de dados que separem os efeitos dos processos patológicas dos efeitos dos processos patológicos dos efeitos da má nutrição sobre o organismo. • INDICADORES SÉRICOS SANGUÍNEOS e outros: prot totais e albumina, hemograma (VCM, hemoglobina, série branca), contagem linfócitos, tempo protrombina,bilirrubina total e direta, transaminases: AST, ALT, gama GT, fosfatase alcalina, glicemia, lipidograma, ácido urico, uréia, creatinina • peso: não é parâmetro confiável (edema, ascite); + confiáveis: PCT,CB, CM • ultra som abdominal; •Ressonância magnética; •Biópsia hepática. 375 Considerar: -Presença de insuficiência hepática; -Edema e ascite; -Deficiências vitamínicas e minerais específicas (ferro,magnésio,zinco,cálcio, vitamina B12 e folato). - ICA pode ser utilizado para avaliar a massa muscular; - BN também pode ser utilizado; -Dobras cutâneas não se alteram muito com a retenção hídrica; - CMB – também não se altera muito com a retenção hídrica; - Impedância bioelétrica – pode ser prejudicada pela ascite/edema 376 ICTERÍCIA COLÚRIA 377 XANTOMAS XANTELASMAS Excesso de lipídios sanguíneos Hipercolesterolemia 378 EDEMA ASCITE 379 ASCITE RETIRADA DO LÍQUIDO ASCÍTICO ANÁLISE LABORATORIAL ALIVIO DE SINTOMAS 380 Spiders ARANHAS VASCULARES ASCITE CIRCULAÇÃO COLATERAL 381 DEGENERAÇÃO GORDUROSA = ESTEATOSE HEPÁTICA Ocorre por acúmulo de triglicerídios no fígado principalmente Devido ao maior consumo de álcool (> 80 g etanol/dia). 382 CIRCULAÇÃO PORTAL 383 HIPERTENSÃO PORTAL VARIZES ESOFAGIANAS E GÁSTRICAS 384 Tecido hepático normal é destruído e substituído por fibras inativas de tecido conjuntivo Crescimento de nódulos anormais que limitam a função hepática por redução do fluxo sanguíneo Hipertensão Portal FÍGADO CIRRÓTICO 385 FÍGADO CIRRÓTICO 386 ASCITE Hipertensão Portal Falência cardíaca Dano hepático Hipoalbuminemia (redução na prod. de PTNS plasmáticas) Redução na produção de aldosterona resultando em retenção hídrica 387 EFEITOS DA HIPERTENSÃO PORTAL Ascite Esplenomegalia Alterações namedula óssea (anemia, leuco penia e trombocitopenia) Varizes esofagianas EFEITOS DA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA Coma Icterícia Aranhas vasculares (‘spiders”) Dano hepático Ascite Edema de membros inferiores Tendências hemorrágicas Anemia 388 Tratamento Nutricional da Doença Hepática manter ou melhorar o estado nutricional ou corrigir a subnutrição; prevenir lesão adicional das céls. hepáticas e aumentar a regeneração; prevenir ou aliviar a encefalopatia e outros distúrbios metabólicos. A desnutrição pode ter como causa, além do consumo inadequado de alimentos, má digestão e absorção. Direcionada para a doença desenvolvida 389 TRATAMENTO DIETOTERÁPICO NAS HEPATITES refeições balanceadas e fracionadas - atraentes e apetitosas OBJETIVO: Evitar sobrecarga no órgão lesado, estimular a regeneração do hepatócito e recuperar as funções comprometidas. Regeneração do hepatócito Síntese de DNA e RNA Nutrientes importantes: prot AVB, Vitamina B12, B6, Ácido fólico. VIA: oral ( na maioria dos casos) Consistência: de acordo com a aceitação IMPORTANTE: observar má absorção de tiamina, B12, ácido fólico, vitamina C, niacina e magnésio. Efeito hepatotóxico do etanol = diminui a ativação hepática das vitaminas A e D 390 ENERGIA: 30-45 Kcal/kg/dia CHO: Normo a hiperglicídica (tendência para hipoglicemia) = pela diminuição dos processos metabólicos de glicogênese, glicogenólise e gliconeogênese) - 60- 80% VET PTN: Normo- Hiper ( 1-1,5g/kg/dia) - PTN AVB - Evitar BN negativo - Relação kcal/N: 150 - Monitorizar sobrecarga protéica LIP: Normolipídica ( monitorizar hiperlipidemia, esteatose hepática, má absorção gordura e obstrução biliar). – 25 – 30% VET 391 Vitaminas e Minerais •Geralmente os pacientes apresentam deficiência de vitaminas lipossolúveis (suplementar com as formas hidrossolúveis) e hidrossolúveis - tiamina, piridoxina, cianocobalamina,folato e niacina – até endovenosamente/intramuscular. Cobre e manganês: podem estar em níveis elevados - restringir Cálcio, magnésio e zinco: se há esteatorréia - mal absorvidos- oferecer pelo menos, as recomendações; Potássio: grandes perdas urinárias - suplementar, se necessário; Sódio: retenção - restringir - 2 g/dia - restrições mais severas - cautela; Líquidos: usualmente restritas para 1 a 1,5 /dia, dependendo do edema/ascite Está indicado o uso de suplementos orais/ sonda enteral 392 ETIOLOGIA – CIRROSE HEPÁTICA - Álcool - Hepatite crônica - Drogas e toxinas - Fibrose cística (muscoviscidose) – crianças e adolescentes SINTOMATOLOGIA Relacionado as duas principais alterações funcionais: INSUFICIÊNCIA HEPATOCELULAR E HIPERTENSÃO PORTAL. - Anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, astenia, perda ponderal, colúria, hematêmese, melena, ascite, edema de MMII, febre, alterações psiquicas, icterícia e encefalopatia hepática. - EXAME FÍSICO: aranhas vasculares, alterações hemorrágicas (petéquias, epistaxes e sangramento gengival), varizes esofagianas, circulação colateral, flapping (asterixe). 393 FÍGADO NORMAL FÍGADO CIRRÓTICO 394 CLASSIFICAÇÃO – CHILD-PUGH Child A B C Albumina > 3,5 3-3,5 < 3 Bilirrubina total < 2 2-3 > 3 Comprometimento neurológico ausente mínimo Moderado/grave Ascite ausente controlada resistente Estado nutricional Bom Regular Ruim 395 GRAUS DE ENCEFALOPATIA HEPÁTICA G1- confusão mental, alteração de comportamento G2- Alteração na fala, asterixe, alter. Sono G3- Fala desarticulada, alter. Compreensão, asterixe G4- coma – responde a estímulos dolorosos asterixe 396 TRATAMENTO - Etiológico: Identificação e eliminação do fator causal. - Geral: Repouso (atividade física excessiva) e medicamentos (colchicina e penicilamina – interferem no metabolismo colágeno). Tratamento Medicamentoso -Neomicina : antibiótico Função: esterilizar a flora bacteriana do cólon para diminuir a formação de amônia -Diuréticos : para tentar controlar o edema (depende do caso) - Lavagens Intestinais : quanto maior for o tempo de permanência do bolo fecal no cólon, maior o tempo de amônia. 397 Tratamento nutricional na Encefalopatia hepática - sistêmica portal * Proteínas vegetais - baixa em metionina e outros aa amoniogênicos; aa aromáticos: tirosina, fenialanina, triptofano aa ramificados: valina, leucina, isoleucina Alimentos ricos em aa. ramificados (V.O.) -leite de cabra -peixe congelado -miúdos de carneiro -soja *Fibras insolúveis uso de lactulose - para aumentar o trânsito intestinal 398 OBJETIVOS DO CUIDADO NUTRICIONAL - reduzir a produção de amônia - corrigir o perfil dos aminoácidos plasmáticos - manter o equilíbrio de nitrogênio e energia - fornecer aporte calórico adequado p/ diminuir a neoglicogênese - favorecer a síntese proteica - contribuir p/ diminuir o edema - promover o bom estado nutricional 399 CARACTERÍSTICAS DA DIETA: CALORIAS: 30-40 cal/kg Pi/dia- distribuição entre HC (limite superior - 60%) LIPIDEOS: 25%- se tiver esteatorréia - 20% , c/ aumento de TCM) Avaliar hiperlipidemia, esteatose hepática e má absorção de gordura: - Utilizar TCM -Se for substituição total suplementar com 4-7g/dia de ácido linóleico. PROTEÍNAS: GRAU 3-4 - 0,5 g/kg PI/dia estabilizado - 1,0 g/kg/dia liberal - 1,0-1,2g/kg PI/dia (evitar o catabolismo protéico) composição protéica: fornecer aa ramificados e diminuir os aa aromáticos RELAÇÃO: 3:1 (ideal) 2:1 (boa) fibras: aumentar as fibras insolúveis p/ diminuir o tempo de trânsito intestinal e diminuir a absorção da amônia + excreção compostos nitrogenados 400 - aumentar o consumo de Aas ramificados ( para gliconeogênese muscular devido ao aumento de hormônios hiperglicemiantes circulantes – glucagon e hormônio de crescimento). - Diminuição dos Aas aromáticos (tirosina, fenilalanina e triptofano). - Dieta: deve fornecer Aas ramificados (valina, leucina e isoleucina) – para diminuir a degradação de PTN muscular, melhorar o balanço nitrogenado e têm assim efeito anti- catabólico. JUSTIFICATIVAS PARA USO DO AACR: - Em cirróticos desnutridos os AACR podem ser utilizados como fonte de e energia para prevenir catabolismo, sem sobrecarregar o fígao; - A oferta exógena de AACR permite que esses possam competir com os AACAromática prevenindo a entrada de aminas tóxicas no SNC; - Suplementos de AACR podem garantir a necessidade protéica 401 ALIMENTOS RICOS EM AA RAMIFICADOS E POBRES EM AA AROMÁTICOS: Cereais: arroz e milho Leguminosas: Grão de bico, soja, feijão, ervilha Legumes e verduras: palmito, tomate, espinafre, alface, berinjela, pepino, couve flor, brócolis, batata. Frutas: maçã, goiaba, manga,mamão,abacate, melancia,pêssego e morango. Carnes: peixes e miúdos de frango. Leite e derivados: de cabra, de soja Azeite, óleo, proteína de soja ALIMENTOS CONTRA-INDICADOS: - Queijos; - Carne de vaca, frango e suína - gema de ovo 402 TRANSPLANTE HEPÁTICO OBJETIVO DA TERAPIA NUTRICIONAL: Promover a adequada cicatrização e prevenir ou tratar as infecções e alteraçõesnutricionais dos pacientes. Pré-operatório = 1,20 –1,75 g/kg/dia 30-50 kcal/kg/dia CHO= 70-80% VET LIP= 20-30% VET Pós-operatório = 1 g/kg/dia 30-35 kcal/kg/dia CHO= > 70% VET LIP <= 30% VET ( TCL e TCM) 403 Vesícula Biliar • Função: concentrar, armazenar e excretar bile (produzida pelo fígado) • Constituintes da bile: colesterol, bilirrubina e sais biliares. - COLELITÍASE: formação de cálculos biliares - COLEDOCOLITÍASE: cálculo nos ductos biliares (obstrução e cólicas) - COLECISTITE: inflamação da vesícula biliar (cálculos biliares obstruem os ductos biliares) aguda - jejum, após crise: restringir gordura ~25% VCT crônica- paciente pode queixar-se de flatulência -restrição deve respeitar intolerância;suplementação de vit. lipossolúveis 404 Fatores de risco para a formação de cálculos biliares: sexo feminino, gestações, idade, história familiar, obesidade, DM, drogas ( estrógenos, “pílula”, etc.) Sintomas: dor no quadrante superior, náuseas, vômito, flatulencia, sensação de distensão após as refeições (principalmente gordurosas),icterícia, febre Tratamento: remoção da vesícula biliar (colecistectomia); dissolução químca com adm. de sais biliares (terapia litolítica) ou a dissolução por litotripsia. Cirurgia da vesícula biliar: após a remoção, iniciar alimentação V.º, conforme tolerância do paciente. A bile é excretada diretamente pelo fígado, dentro do intestino. Forma-se uma “bolsa” para permitir que a bile seja segura semelhantemente ã vesícula biliar original 405 Colescistite Crônica É o tipo mais comum da doença. Comumente associado c/ cálculos biliares. Conduta Dietoterápica -V.C.T. adequado ao peso ideal (corrigir a obesidade); - prots. e glicídeos = normo a hiper - lipídeos = 0,6 a 0,9/kg/PI (hipo) - corrigir a obstipação intestinal (muito frequente) - dieta tende a ser branda Alimentos que devem ser evitados- carne gorda de peixe, ave ou bovina; pele de galinha ou porco, bacon, frios, salsicha, pato, ganso, peixes enlatados em óleo; - gordura c/ exceção da manteiga, margarina . Chocolates, amendoim, creme, nozes, massas, bolos, tortas, frituras, alimentos altamente temperados, pickles e ricos em molhos. 406 Litíase Biliar é mais frequente nas mulheres do que nos homens, em idade acima dos 40 anos. Dietoterapia Crise Aguda Ocorre somente quando há obstrução por cálculo biliar-- - deve-se manter a vesícula inativa quanto possível. Retirar toda a gordura da dieta. Dores Intensas: dieta líquida de 2 -3 lts/dia e suplementação parenteral. Prots = 30-40g/dia (usar leite desnatado) Gord = hipo (50g/dia) até a remoção cirúrgica Glic = 200 a 300g/dia (suco de frutas, hortaliças e gelatina) * geralmente os pacientes tendem a obesidade 407 Crise Crônica Se o paciente apresenta excesso de peso-1a. conduta = DIETA HIPOCALÓRICA Gord = pobre em gorduras (0,6 a 0,9g/kg/PI) Glic. e Prots. = normais a hipercalóricos Líquidos = aumentados Colesterol = diminuído Corrigir a obstipação intestinal; Dietas Pós-Cirúrgicas Após a colecistectomia = dieta pobre em gorduras por 6 meses (evitar a reinfecção e p/ que a inflamação cesse). 408 Discinésia Vesicular I) Hipertônica : É uma alteração motora da vesícula biliar. Pode ser hipertônica, onde há uma falha no relaxamento do esfíncter de devido a uma concentração espasmódica desse enfíncter. A bile fica então retira no colédoco não chegando ao duodeno. Isso vai levar a hiperplasia da vesícula, estado de contração permanente da vesícula causando dores e cólicas, e o acúmulo da bile provoca irritação. Dieta: Hipogordurosa porque a gordura estimula a contração da vesícula. Atônica: A vesícula não se contrai suficientemente após a alimentação. Bile não chega ao duodeno (vesícula preguiçosa) Dieta : Hiperlipídica, p/ estimular a contração da vesícula (48% ) 409 FISIOPATOLOGIA DO PÂNCREAS e CUIDADO NUTRICIONAL nas DOENÇAS PANCREÁTICAS Profs. Africa Isabel Referências: Krause, 2007; Cuppari, 2007; Cardoso e Martins,2001; Augusto, 2002; Waisberg, 2001. Escott-Stump,2007. http://www.pancreas.org/ http://www.pancreas.com.br/pancreas_web_001. htttp://www.inca.gov.br 410 Pâncreas: glândula com funções endócrinas e exócrinas Localização: retroperitoneal (impalpável); Anatomicamente dividido em: cabeça – corpo – cauda; Pâncreas exócrino: formado pelos ácinos – produz e libera enzimas digestivas : amilase, lipase, quimiotripsina e tripsinogênio Pâncreas endócrino: formado pelas células das ilhotas de Langerhans – responsável pela produção hormonal de gastrina, somatostatina, glucagon e insulina. 411 Imagem: www.webciencia.com/11_17pancreas.htm O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino. 412 RECORDANDO... A grande maioria dos hormônios que controlam as funções do sistema digestivo são produzidas e liberadas pelas células da mucosa do estômago e intestino delgado. Estes hormônios são liberados na corrente sangüínea vão até o coração e retornam ao sistema digestivo onde estimulam a liberação de dos sucos digestivos e os movimentos dos órgãos. Os principais hormônios que controlam a digestão são a gastrina, a secretina e a colecistoquinina (CCK) : Gastrina : estimula a produção de ácido do estômago para dissolver e digerir alguns alimentos. É também fundamental para o crescimento da mucosa gástrica e intestinal. Secretina: estimula o pâncreas liberando o suco pancreático que é rico em bicarbonato . Estimula o estômago a produzir pepsina , uma enzima encarregada de digerir proteínas. Também estimula o fígado a produzir bile. CCK : estimula o crescimento celular do pâncreas e a produção de suco pancreático. Provoca o esvaziamento da vesícula biliar. 413 O suco pancreático é uma secreção produzida pelo pâncreas que atua no processo digestivo e, através do ducto pancreático (ou canal de Wirsung), é lançado na cavidade do duodeno. Contém água, enzimas (amilase pancreática, lipase pancreática, tripsinogênio, quimiotripsinogênio e nucleases) e grandes quantidades de íons bicarbonatos. O pH do suco pancreático oscila entre 8 e 8,3. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucléicos. A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lipase pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os ácidos nucléicos, separando seus nucleotídeos. O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimotripsinogênio, formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretadapelas células da mucosa intestinal, convertendo-se em tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimotripsinogênio em quimotripsina, enzima ativa. O suco pancreático é liberado através das ações dos hormônios secretina e colecistocinina a sua libertação é feita pela papila maior que está situada na porção descendente do duodeno (D2). O suco pancreático é rico em íons bicarbonato. Estes íons têm como função diminuir a acidez do quimo, que vem do estômago, tornando-o alcalino (pH 8.0). Os íons fazem que o pH passe de 2.0 (ácido) para 8.0 (alcalino). 414 Suco digestivo Enzima pH ótimo Substrato Produtos Saliva Ptialina neutro polissacarídeos maltose Suco gástrico Pepsina ácido proteínas oligopeptídeos Suco pancreático Quimiotripsina Tripsina Amilopepsina Rnase Dnase Lipase alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino proteínas proteínas polissacarídeos RNA DNA lipídeos peptídeos peptídeos maltose ribonucleotídeos Desoxirribonucleotí deos glicerol e ácidos graxos Suco intestinal ou entérico Carboxipeptidase Aminopeptidase Dipeptidase Maltase Sacarase Lactase alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino oligopeptídeos oligopeptídeos dipeptídeos maltose sacarose lactose aminoácidos aminoácidos aminoácidos glicose glicose e frutose glicose e galactose 415 RECORDANDO... A grande maioria dos hormônios que controlam as funções do sistema digestivo são produzidas e liberadas pelas células da mucosa do estômago e intestino delgado. Estes hormônios são liberados na corrente sangüínea vão até o coração e retornam ao sistema digestivo onde estimulam a liberação de dos sucos digestivos e os movimentos dos órgãos. Os principais hormônios que controlam a digestão são a gastrina, a secretina e a colecistoquinina (CCK) : Gastrina : estimula a produção de ácido do estômago para dissolver e digerir alguns alimentos. É também fundamental para o crescimento da mucosa gástrica e intestinal. Secretina: estimula o pâncreas liberando o suco pancreático que é rico em bicarbonato . Estimula o estômago a produzir pepsina , uma enzima encarregada de digerir proteínas. Também estimula o fígado a produzir bile. CCK : estimula o crescimento celular do pâncreas e a produção de suco pancreático. Provoca o esvaziamento da vesícula biliar. 416 Principais doenças pancreáticas: •processos inflamatórios agudos e/ou crônicos, neoplasias e lesões congênitas (fibrose cística, pâncreas ectópico/anular). Características da pancreatite: •edema, exsudação celular e necrose de gordura, podendo evoluir até autodigestão, necrose e hemorragia do tec. pancreático (indicação de cirurgia). Classificação: •aguda: episódio inflamatório sem sequelas funcionais. •crônica: destruição pancreática comprometendo as funções endócrinas e exócrinas, podendo resultar em má-digestão e diabetes. Etiologia: •desconhecida... possíveis causas: alcoolismo crônico (80-90%), doença do trato biliar (cálculos), drogas (diuréticos: tiazídicos, furosemida-”lasix”,...), trauma, hipertrigliceridemia, infecções, etc. 417 Fatores de Risco Entre os fatores de risco, destaca-se principalmente o uso de derivados do tabaco. Os fumantes possuem três vezes mais chances de desenvolver a doença do que os não fumantes. Dependendo da quantidade e do tempo de consumo, o risco fica ainda maior. Outro fator de risco é o consumo excessivo de gordura, de carnes e de bebidas alcoólicas, como também a exposição a compostos químicos, como o álcool, solventes e petróleo, durante longo tempo. Há um grupo de pessoas que possui maior chance de desenvolver a doença, e estas devem estar atentas aos sintomas. Pertencem a este grupo indivíduos que sofrem de pancreatite crônica ou de diabetes melitus, que foram submetidos a cirurgias de úlcera no estômago ou duodeno ou sofreram retirada da vesícula biliar. 418 Manifestações clínicas - PANCREATITE AGUDA Dor severa, acompanhada de náuseas e vômitos, distensão abdominal, ascite, íleo paralítico; podendo chegar a um quadro de insuficiência respiratória (SARA pela ativação da fosfolipase A2 que quebra o surfactante pulmonar), oligúria (Insuficiência renal pela desidratação) e outros distúrbios metabólicos(Depressão da função miocárdica pelo aumento do fator depressor miocádico; Sepse por translocação bacteriana a absorção sistêmica de endotoxina através do colo adjacente); Estes sintomas aparecem de forma súbita, ou seja, de um dia para o outro, o que na maioria das vezes requer internação por um período médio de 3 a 7 dias, no caso de inflamação leve . Esta inflamação é causada principalmente por pedras na vesícula que passam pelo canal da bile (colédoco) e chegam ao pâncreas, causando a inflamação. Outros problemas como ingestão alcoólica, alterações graves de triglicérides e medicações, entre outros, podem também causar pancreatite aguda. A pancreatite aguda pode se apresenta na forma leve em 80% das vezes, porém é considerada grave em cerca de 20% dos casos. Nestes casos graves existe risco de complicações como infecções, insuficiência renal, insuficiência respiratória, podendo levar até mesmo à morte. Nesta situação o paciente pode necessitar de uma Unidade de Terapia Intensiva para o tratamento mais adequado. 419 Manifestações clínicas PANCREATITE AGUDA O tratamento da pancreatite aguda é feito nos casos leves com: -jejum, soros e analgésicos. Nos casos graves o uso de medicações especiais, antibióticos e cuidados específicos podem ser necessários, de acordo com cada caso. É importante o tratamento da causa da pancreatite aguda, para que após a melhora do quadro o paciente não volte a ter novo surto. Por exemplo, no caso de cálculos na vesícula o tratamento é a remoção da vesícula 420 Manifestações clínicas PANCREATITE CRÔNICA A pancreatite crônica ocorre na grande maioria dos casos em pessoas que ingerem uma grande quantidade de álcool diariamente por pelo menos 10 anos consecutivos. O quadro clínico é caracterizado por dor moderadamente intensa no abdômen superior, podendo chegar até a desaparecer em alguns períodos. A dor é desencadeada pela ingestão alcoólica ou de alimentos gordurosos. •Na pancreatite crônica o pâncreas não retorna mais à normalidade, ou seja, ele apresenta calcificações, fibrose e outras alterações que são "cicatrizes" definitivas. A base do tratamento consiste na parada de ingestão de qualquer tipo de bebida alcoólica além da utilização de analgésicos. Alguns casos podem necessitar de tratamento mais específico e até mesmo de cirurgia.