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1 2 Dietas Hospitalares - Classificação 1) QUANTO À CONSISTÊNCIA: 1.1. Geral 1.2. Branda 1.3. Pastosa 1.4. Semi-líquida 1.5. Líquida – completa e restrita 2) QUANTO AO AUMENTO E DIMINUIÇÃO DOS NUTRIENTES: 2.1. Proteína: hipo ou hiperprotêica 2.2. Gordura: hipogordurosa 2.3. Sódio: restrição leve, moderada e severa 2.4. Potássio : hipocalêmica ou hipercalêmica 2.5. Fibras : pobre ou rica 3 Consistência é determinada pela textura dos alimentos e preparações que a compõem são também chamadas de dietas de rotina podem estar associadas a uma ou mais modificações na composição de nutrientes são normalmente dietas de transição longos períodos – incluir suplementação – ESTADO NUTRICIONAL 4 1.1. DIETA GERAL (NORMAL) fornecer energia e demais nutrientes em quantidades adequadas para manutenção da saúde. INDICAÇÃO: Indicada para indivíduos em condições normais de alimentação, sem necessidade de restrição na consistência e na composição nutricional. Funcionamento normal do TGI. Características: - suficiente, completa, harmônica, adequada, sem restrição alguma. - normal em energia e nutrientes (leis da alimentação) - fracionamento: 5 refeições /dia - Para pacientes cuja condição clínica não exige modificações em nutrientes e consistência da dieta - inclui maior número de alimentos - normoglicídica, normolipídica e normoprotéica 5 1.2. DIETA BRANDA Facilita (mecanicamente) o consumo e/ou digestão de alimentos. Exemplos: infecções de garganta, falta de dentes, pós –operatório de cirurgias eletivas, esofagite, gastrite, úlcera. INDICAÇÃO: para indivíduos com problemas mecânicos de ingestão e digestão, que impeçam a utilização da dieta geral. Esta dieta é usada como transição p/ dieta geral. Características - suficiente, completa, harmônica, adequada e c/ consistência que facilita a mastigação e digestão - normoglicídica, normolipídica e normoprotéica - consistência: tecido conectivo e celulose abrandados por cocção ou ação mecânica. - fracionamento : 5 a 6 refeições/dia. 6 Dieta BRANDA RESTRIÇÕES – alimentos que devem ser excluídos especiarias e condimentos fortes (pimentas- vermelha, do reino, etc.) frituras doces concentrados (marmelada, goiabada, doce de leite, etc.) bebidas gaseificadas hortaliças cruas – alguns casos pode-se oferecer bem picadinha Frutas ácidas - preferir frutas de textura mais suave, sucos: mamão, pêra s/ casca, ...) embutidos e conservas OBS.: algumas UNDs servem apenas o caldo das leguminosas 7 1.3. DIETA PASTOSA - INDICAÇÃO: - indivíduos c/ dificuldade de mastigação e deglutição, alguns pós-operatórios e casos neurológicos, Insuf.Resp, diarréias e alguns preparos de exames. - Características: - suficiente, completa, harmônica, adequada e c/ consistência que exige pouca mastigação e facilita a deglutição. - normoglicídica, normoprotéica e normolipídica. - consistência: os alimentos na forma de purê, mingau, carnes trituradas. - fracionamento 5 a 6 refeições/dia 8 Dieta pastosa – continuação RESTRIÇÃO: alimentos crus (exceto sucos não ácidos), frituras, condimentos fortes, alimentos flatulentos, doces muito concentrados, bebidas gasosas e embutidos. 1.4 DIETA SEMI-LÍQUIDA INDICAÇÃO: Proporcionar um certo repouso digestivo ou nos casos de intolerância provisória a alimentos sólidos e indivíduos com problemas mecânicos na ingestão e digestão, dificuldade de deglutição e mastigação (Preparo de alguns exames, pré e pós- operatório). 9 1.4. DIETA SEMI-LÍQUIDA (LEVE, LÍQUIDA-PASTOSA) Características: normoprotéica, normoglicídica, normocalórica, com preparações líquidas e pastosas associadas, de fácil digestão, mastigação e deglutição. - dieta de pouco resíduo, podendo levar a obstipação - fracionamento: 5 a 6 refeições - INDICAÇÕES: - pacientes com problemas mecânicos de mastigação e deglutição; dificuldade de digestão; em determinados preparos de exames e cirurgias, pós-operatórios. 10 DIETA SEMI-LÍQUIDA – continuação CONSISTÊNCIA: A base da dieta é líquida, agregando alimentos sólidos abrandados com função de espessar a dieta. Exclui o processo de mastigação. Contém poucos resíduos. As preparações são em forma de sopas com alimentos sólidos, purês, mingaus). RESTRIÇÕES: alimentos crus (exceto sucos não ácidos) , frituras, temperos fortes, pão francês, alimentos flatulentos. 11 1.5. DIETA LÍQUIDA Características: calorias e princípios nutritivos o mais próximo da normalidade, c/ preparações liquidificadas e coadas. - alimentos de consistência líquida na temperatura ambiente, que produzam poucos resíduos e sejam de fácil digestão. - fracionamento : 6 a 7 refeições sucos na concentração de 40 a 50% (limão 3% e maracujá até 30%). - INDICAÇÕES: - pacientes com problemas de mastigação e deglutição; em casos de afecções do trato digestório; em determinados preparos de exames; em pré e pós-operatórios. - dieta de transição - evolução rápida - alcance VCT 12 1.5.1. DIETA LÍQUIDA “COMPLETA” INDICAÇÃO: -facilitar o trabalho digestivo (mastigação, deglutição e digestão). - normalmente utilizada em pacientes em readaptação após período de jejum. Também em casos de disfagia grave, úlceras orais, digestivas, pacientes altamente debilitados. FRACIONAMENTO: 6-10 refeições/dia - com volumes de aprox. 200 – 300/400 ml/refeição. CARACTERÍSTICAS:. Tende a ser hipoglicídica, hipolipídica e hipoprotéica. Utiliza todos os alimentos que na temperatura ambiente sejam líquidos, como no caso do sorvete e da gelatina CONSISTÊNCIA: Líquida. Pobres em resíduos RESTRIÇÕES: alimentos sólidos em geral 13 A DIETA LIQUIDA (A/J) DEVE CONTER: CEREAL (ex.:arroz, macarrão, fubá); LEGUMINOSA (ex.: feijao branco, ervilha, lentilha, grao de bico...); CARNE (vermelha, frango, peixe, ovo); VEGETAIS A – folhosos B – legumes em geral (cenoura, chuchu...) C - raízes, tubérculos 14 LISTA DE VEGETAIS : * VEGETAL A: Abóbora d’água, Acelga, Agrião, Aipo, Alface, Almeirão, Aspargo, Alcachofra, Berinjela, Bertalha, Brocólis, Caruru, Chicória, Couve, Couve-flor, Cebola, Espinafre, Escarola cozida, Maxixe, Palmito, Pepino, Pimentão verde, tomate – Até 5% de CHO VEGETAL B: Abóbora, Abobrinha, Abóbora moranga, Cenoura, Chuchu, Ervilha verde, Jiló, Nabo, Petit-pois, Pimentão vermelho, Quiabo, Vagem – Até 10% de CHO * VEGETAL C: Aipim, Batata-doce, Batata baroa, Batata Inglesa, Cará, Inhame- Acima de 10% de CHO. 15 1.5.2 DIETA LÍQUIDA RESTRITA INDICAÇÃO: HIDRATAÇÃO – fornece líquidos e eletrólitos para prevenir a desidratação, minimiza o trabalho gastrointestinal e evita a formação de resíduos no cólon. Pode ser utilizada no preparo e pós-operatório de cirurgias do trato gastrointestinal, diarréia aguda, primeira etapa da dieta por via oral. FRACIONAMENTO: 6-10 refeições (2/2h) com volumes de aproximadamente 200 - 300 ml. CARACTERISTICAS: Tende a ser hipoglicídica, hipolipídica e hipoprotéica. CONSISTÊNCIA: Líquida. Praticamente sem resíduos. Restritiva e nutricionalmente inadequada. Não deve ser utilizada por mais de 3 dias, pois fornece quantidade limitada de energia e nutrientes.CALDOS E SUCOS COADOS! RESTRIÇÃO: alimentos sólidos em geral e alimentos lácteos. 16 ALIMENTOS DIETA GERAL DIETAPASTOSA DIETA LÍQUIDA COMPLETA DIETA LÍQUIDA RESTRITA Leite incluído incluído incluído (enriquecido) Excluído Ovos incluídos Cozidos/pochê Em bebidas ou pochê Excluído Queijo incluídos Cremosos com pouca gordura excluído Excluído Gorduras incluídas Margarina, azeite, manteiga – quantidades moderadas Margarina, azeite, manteiga – quantidades moderadas Excluídas Carnes, aves e peixes incluídos Carne macia, moída, desfiados Caldos Caldos coados Vegetais incluídos Baixo conteúdo de fibras, cozidos, amassados, picados, purês, sucos, suflês. Sucos de vegetais e caldos Caldos coados Pães incluídos macios Excluídos Excluídos Cereais incluídos Arroz papa, macarrão, mingaus. Mingaus ralos Excluídos Bebidas Incluídas, Exceto gaseific. Idem, exceto gaseificadas Chá de ervas, café descafeínado, sucos industrializados Idem (diluição maior) Água adocicada com maltodextrina (ex.Nidex®) Sobremesas Todas Baixa concentração de gordura e açúcar. Vitaminas de frutas, mingaus ralos, sucos de frutas Suco frutas coados e ralos Leguminosa feijões,... Incluídas Bem cozido, batido, coado, caldo caldos Excluídas Frutas incluídas Maduras, sucos, polpas macias, cozidas, purê. Pref. não ácidos Sucos de frutas não ácidas Sucos coados e diluídos ao meio COMPOSIÇÃO DE DIETAS 17 ALIMENTOS QTD CH LIP PTN Leite integral 100ml 4,9 3 3,6 Queijo 30g - 8,5 9 Arroz 35g 15 - 1 Carnes 100g - 6 20 Ovos 50g - 5 6 Feijão 60g 8 - 2,5 Vegetal A 100g 3 - - Vegetal B 100g 10 - 1 Vegetal C 100g 20 - 5 Fruta 1 quota 10 - - Pão 50g 28 - 4 Margarina 10g - 8 - Óleo 10ml - 10 - Açúcar 10g 10 - - Mel 10g 7,8 - - TABELA SIMPLIFICADA PARA CÁLCULO DE DIETAS 18 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE REFEIÇÕES •Desjejum = 15% •Colação = 5% •Almoço = 30% •Lanche = 15% •Jantar = 30% •Ceia = 5% PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES Normoglicídica = 55 –60% Normolipídica = 25 – 30% Normoprotéica = 10 –15% (CONSIDERAR g/kg/dia) 19 PORTANTO... a nomenclatura das dietas hospitalares variam muito de entidade para entidade. Basicamente temos: DIETAS DE ROTINA - geral, branda pastosa, líquida DIETAS ESPECIAIS - com aumento e/ou diminuição de 1 ou + nutrientes: hiper/hipo - protêica, calórica, lipídica, etc... Outras nomenclaturas utilizadas - HCFMUSP(6.000 ref/dia ~ 2700 kcal/dia: Dietas Normais: geral, branda, leve, líquida, pastosa, papa I, papa II Dietas Modificadas: são as dietas acima descritas, restritas, pobres em resíduos: d. sem resíduos, d. hiperprotêicas, d. com restrição de sal. Dietas Especiais: necessitam de alteração substancial de alguns nutrientes ou em sua forma de preparo: hipogordurosa, hipoprotêica, “para diabético”. PUCPR-Santa Casa: Dietas Normais para adultos - Dietas Modificadas na Consistência - Dietas Modificadas em Nutrientes - Dietas para condíções especiais - Dietas para Pediatria. 20 PUCPR-Santa Casa: Dietas Normais para adultos: normal, lascto-ovovegetariana, lacto-vegetariana, ovo-vegetariana, vegan, d. normal em pedaços. Dietas Modificadas na Consistência: d. líquidos claros, d. líquida completa, d. pastosa, d. branda. Dietas Modificadas em Nutrientes: d. normocalórica e hiperprotéica, d. hipercalórica e hiperprotéica, d. hipocalórica e hiperprotéica, d. com rstrição de fibras e resíduos, d. rica em fibras, d. isenta de lactose, d. pobre em lipídios, d. pobre em TCL, com adição de TCM, d. rica em lipídios, d. isenta de glúten, d. pobre em purinas, d. pobre em tiramina, dopamina e feniletilamina, d. hipossódica. Dietas para condíções especiais: d. para úlcera péptica, d. para refluxo gastroesofágico, d. para diarréia, d. para obstipação intstinal, d. para ostomizados, d. para disfagia, d. para pós-gastrectomia, d. para pós gastroplastia, d. para infarto do miocárdio, d. para insuf. cardíaca congestiva, d. para pós transplante cardíaco, dieta para insuf. hepática, d. para pós transplante hepático, d. para hemodiálise e diálise peritoneal (intermitente e contínua), d. para pré-diálise , d. para síndrome nefrótica.... Dietas de prova, dietas para alergias alimentares, d. via sonda, d. via parenteral. Dietas para Pediatria: d. para bebês - 0 a 12 meses de idade, d. normal para crs. Em idade pré-escolar, d. normal para crs. em idade escolar, d. cetogênica, etc. 21 PRESCRIÇÃO DIETÉTICA envolve várias etapas: • início: entrevista ao paciente • anamnese • avaliação do estado nutricional • hipótese diagnóstica nutricional • determinação da conduta alimentar • avaliação do grau de envolvimento da dieta nos resultados • definição do nível de assistência • reabilitação nutricional 22 PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA COMPLETA: •Tipo de dieta; •Via de administração; •Tipo de administração; •Gotejamento; •Volume total; •Fracionamento; •Volume por tomada; •Horários; •Temperatura; •Características químicas da dieta; •Densidade Calórica (Kcal/ml); •Relação Kcal/ g N •Osmolaridade (mOsm/l) JUSTIFICATIVA DE CONDUTA: Cálculos Nutricionais; Prescrição da dieta. 23 Características da prescrição dietética Considerar a natureza da doença aceitação da dieta pelo paciente Deve ser concisa e específica clara e inequívoca intrinsecamente coerente Não deve ser, desnecessariamente, restrita ou complexa. 24 Dieta especial modificada com suplementação Dieta Enteral ou parenteral Dieta Geral PLANEJAMENTO DIETOTERÁPICO Identificação da doença de base Avaliação nutricional Cálculo dos requerimentos nutricionais Selecionar via de acesso Suporte nutricional necessário 25 TERAPIA NUTRICIONAL: Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção e/ou recuperação do EN do paciente por meio de nutrição oral, enteral e/ou parenteral. Para melhores resultados deve ser iniciada precocemente (até 72h após a internação e/ou estabilização hemodinâmica) FUNDAMENTOS DO SUPORTE NUTRICIONAL Nutrição enteral 26 Alimentação por via enteral: • Fonte de nutrientes de forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulado ou elaborado para o uso por sondas ou via oral. • Industrializado ou não, utilizado para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou hospitalar, visando a síntese e /ou manutenção dos tecidos, órgãos e sistemas. (Port. MS/SVS n.484, 15/06/1998) 27 Vias possíveis de administração de nutrientes: - oral - enteral - parenteral A “escolha” da via de acesso depende de uma invertigação clínico-nutricional minuciosa: - avaliação do estado nutricional - determinação dos requerimentos nutricionais - escolha da melhor via de acesso - aplicação do plano dietoterápico - acompanhamento nutricional 28 Via oral: - implica em consumo voluntário de alimentos; - é a via mais fisiológica, devendo ser preservada, sempre estimulada e, PRIORITARIAMENTE utilizada. Caso haja o consumo insatisfatório de alimentos ... pode-se programar suplementação oral de nutrientes. Fatores que podem influenciar, positiva ou negativamente o consumo e aceitação da alimentação: - aparência - odor - sabor - consistência e temperatura da refeição. O enfermo, geralmente apresenta alteração no paladar em conseqüência da doençae/ou estado nutricional. 29 ESQUEMA DE DECISÃO EM NUTRIÇÃO ENTERAL AVALIAÇÃO NUTRICIONAL MANUTENÇÃO REPOSIÇÃO TGI pode ser utilizado com segurança? SIM NÃO Nutrição Parenteral Absorção intestinal apropriada? SIM NÃO Dieta de fórmula definida Dieta de fórmula específica Alimentação por mais de 1 mês SIM OSTOMIA NÃO Risco de Aspiração SONDA SIM NÃO SNE SNG SNE – sonda nasoentérica SNG – sonda nasogástrica Legenda: 30 VIA ENTERAL ADMINISTRAÇÃO DE NUTRIENTES UTILIZANDO O TGI, POR MEIO DE SONDAS. INDICAÇÕES: nas situações onde a via oral é insuficiente para atender as necessidades nutricionais do indivíduo... As situações são, basicamente três- quando indivíduo: * não quer * não pode •não consegue ... ... se alimentar. 31 Estas situações estão geralmente acompanhadas de alguma doença ou distúrbio: - inconsciência, anorexia severa, lesões orais e de esôfago, traumas (queimaduras de 3º grau, acidentes), câncer, má absorção, pós operatórios do aparelho digestório. CONTRA-INDICAÇÕES PARA NUTRIÇÃO ENTERAL: - Íleo paralítico; - Obstruções intestinais completas; - Fístulas digestivas de alto débito; - Diarréia severa resistente à terapia convencional; - Pancreatite aguda grave; - Choque. 32 INDICAÇÕES PARA NUTRIÇÃO ENTERAL - Lesões do SNC (estado comatoso), anorexia nervosa, AVC, doença de Parkinson, depressão grave; - Neoplasias, quimioterapia e radioterapia em baixas dosagens; - Queimaduras, infecções graves, traumas, cirurgias; - Ingestão oral inadequada ( inferior a 60% das necessidades) por 7-10 dias; -Desnutrição moderada com ing.oral inadequada; - Pós-operatórios (cirurgias de grande porte); - Disfagia grave (para consistência líquida) ; - Estenoses esofagianas, neoplasias orofaríngeas, esofágicas e gástricas; - Fístulas digestivas de baixo débito; - Síndrome do intestino curto - SIC (< 100cm restante de jejuno ou < 150 cm íleo), , - Má absorção, pancreatite crônica, gastroparesia, doença de Crohn. 33 Histórico da Nutrição enteral • Há mais de 2300 anos os egípcios já percebiam que alguns de seus enfermos apresentavam deficiências nutricionais. Portanto, administravam a estes enemas e irrigações nutritivas. • Os gregos adotaram os mesmos costumes e administravam via retal, compostas por vinho, soro, leite, etc. •- 1671- 1ª descrição de “alimentação forçada”; - 1790 - 1º caso publicado: sonda feita com osso de baleia, coberta com pele de enguia, via orogástrica- prob. com a fórmula; - 1879- BLISS expôs os benefícios da alimentação via retal (sonda + seringa); •1895 - MORRISSON- tubo de borracha- posição gástrica; • 34 •1910 - EINHORN- sonda de borracha no duodeno, por orifício no estômago. adm. de 30 ml a cada 2 h, com fluídos em temperatura ambiente; 1918 - ANDRESEN- orifício com colocação de sonda no jejuno; 1944 - CO TUI & MULHOLLAND - benefícios de dietas hiper hiper (hidrolizados de caseína e dextrinas); 1952 - FALLIS &BARRON - alim. gástrica e duodenal com tubo de polietileno; 1957 - GREENSTEIN - elaborou diata quimicamente definida (óleo, glicose, aminoácidos); 1965 - WINITZ - elaborou dieta para uso na NASA; 1969 - STEPHENS & RANDALL - dietas espaciais por cateteres siliconizados (pacientes cirúrgicos); 1972 - LIFFMANN & RANDALL - tubos de fino calibre, flexíveis, para uso em NE, via jejunostomia. 35 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ENTERAL • colocação de sondas pela região nasal e posicionamento: • gástrico (nasogástrica) ou • intestinal - duodeno ou jejuno - (nasoduodenal ou nasojejunal) • abertura de um orifício (ostomia) para colocação de uma sonda, em posição gástrica (gastrostomia) ou duodenal ou jejunal (duodenostomia ou jejunostomia). 36 Nasogástrica/ Nasoenteral 37 VIAS DE ACESSO (ADMINISTRAÇÃO) Via de acesso Vantagens Desvantagens Gástrica (sondas naso ou orogástrica) Maior tolerância para sobrecargas osmóticas e variedades de fórmulas, volume, facilidade de posicionamento Maior risco de aspiração em pacientes com dificuldade neuro motora de deglutição, vômitos e tosse podem deslocar a sonda. Entérica (sondas nasoentéricas – duodenais ou jejunais) Sondas de pequeno calibre Menor risco de aspiração, maior dificuldade de saída acidental da sonda, indicada nos casos de refluxo grave, retardo no EG, gastroparesias. Requer dietas normo a hiposmolares, não tolera grandes volumes, maior dificuldade de posicionamento. Verificação do posicionamento da sonda – raio X 38 VIAS DE ACESSO (ADMINISTRAÇÃO) Via de acesso Vantagens Desvantagens Ostomias Gastrostomia Enterostomia (jejunostomia) Indicada para suporte nutricional prolongado; podem ser feitas pelo método endoscópico. O método endoscópico não pode ser utilizado nos casos de ascite maciça, hepatomegalia, úlceras gástrica, diálise peritoneal contínua, peritonite. 39 40 SONDAS ENTERAIS Acesso gástrico Acesso duodenal 41 SONDA DUODENAL Menor diâmetro Maior flexibilidade – maior facilidade de deslocamento 42 POSICIONAMENTO DE SONDAS: • nariz - estômago (naso- gástrica) •nariz - duodeno (naso- duodenal), •nariz - jejuno (naso - jejunal); •estômago (gastrostomia); •jejuno (jejunostomia). * posição do paciente para a administração da dieta: sentado ou, no leito - com a cabeceira elevada - 45º 43 TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO INTERMITENTE E CONTÍNUA INTERMITENTE “sistema aberto” • ADMINISTRADA EM PERÍODOS FRACIONADOS (INTERVALO DE 2 OU 3 OU 4 HORAS): • INTERMITENTE GRAVITACIONAL • INTERMITENTE EM “BOLO” 44 INTERMITENTE GRAVITACIONAL: • o frasco com a dieta é posicionado de forma a permitir que a dieta “escorra” pela sonda. • a entrada da dieta na sonda é controlada por uma pinça; • é o método mais utilizado na prática clínica. INTERMITENTE EM “BOLO” : • utiliza-se uma seringa ou funil para a infusão; • é indicada somente quando a sonda está posicionada no estômago; • Aspectos negativos: • desconforto abdominal, • risco de diarréia • vômitos. 45 CONTÍNUA “sistema fechado”: Geralmente, realizada com a utilização de bomba de infusão, mas não necessariamente. Vantagens: • permite o controle da quantidade a ser infundida durante todo o período de 12 a 24 horas; • facilita a absorção dos nutrientes; • diminui intercorrências. Desvantagens: • o paciente fica “preso” à bomba, tornando mais difícil os deslocamentos; • custo da bomba. LIMPEZA DA SONDA: • ao final de cada administração de dieta - injetar água filtrada e fervida - 20-100ml. 46 TÉCNICA Caracterização Indicações Intermitente Bolo: injeção com seringa, 100-350ml de dieta no estômago a cada 2-6h. Gravitacional: 100- 350 ml administrado por gotejamento. Pode ser utilizado bomba infusora. Pacientes com EG normal, NE domiciliar. Contínua Gravitacional ou por bomba infusora: 50-150ml/h em um período de 12-24h. Desnutridos graves (início da alimentação), retardo no EG. TÉCNICASDE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA ENTERAL 47 TÉCNICA Fisiologia Custo Intermitente similar à nutrição oral, a distensão gástrica estimula a secreção de sucos gástricos, aumento da contratilidade gástrica com aumento da velocidade de infusão ou do volume, pode haver retardo no EG e risco de aspiração. Baixo TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA ENTERAL 48 TÉCNICA Fisiologia Custo Contínua - Pode ocorrer distensão abdominal, hiperinsulinemia persistente com diminuição da lipólise , alcance mais rápido do VET desejado Alto TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA ENTERAL NE cíclica – 1- 12 h - contínua (período noturno) 49 CÁLCULO DO GOTEJAMENTO VOLUME TOTAL N° horas ( período de administração da dieta) 3 Exemplo: - Volume a ser administrado: 300ml - Período de administração: 50 min 1 ml = 20 gotas 300 ml = 6.000 gotas 50 min = 120 gotas/min Ou... 60 gotas/30seg; ou... 30 gotas/15seg IMPORTANTE Fase inicial: admite-se um gotejamento de 60 gotas/min Fase de adaptação: aumento progressivo até 120 gotas /min 50 POSICIONAMENTO DO PACIENTE na administração da dieta • Durante a administração da dieta o paciente pode permanecer sentado ou deitado, porém com a cama elevada, de forma que a cabeça e o tórax estejam, no mínimo, a 300 da horizontal. Ideal é que esteja a 450 • A manutenção desta posição até 30 min após a infusão da dieta reduz o risco de aspiração. 51 Como é colocada a sonda? É introduzida suavemente pelo nariz, descendo até o estômago. O procedimento é simples, realizado no ambulatório e que não requer anestesia pois não é doloroso. Depende apenas da colaboração do paciente para "engolir" a sonda, o que não é difícil. A sonda incomoda ou dificulta alguma atividade? Não. Qualquer tarefa ou atividade poderá ser realizada sem nenhuma dificuldade. A sonda não atrapalha porque é muito fina e macia. Há uma pequeno incômodo no nariz no dia em que ela é colocada, entretanto, essa sensação logo desaparecerá. Estando bem alimentado o paciente ficará bem disposto. 52 O paciente que usa sonda ficará dependente de alguém para se alimentar? Não. A sonda não impede as tarefas do dia a dia. O paciente poderá fazer sua própria comida assim como alimentar-se sozinho. É importante, sempre que possível, que a alimentação seja colocada pelo próprio paciente, pois ele aprenderá, com o tempo, o jeito certo de fazê-lo. Somente os pacientes que possuem algum tipo de limitação (deficiência visual ou dificuldade de movimentos dos braços e mãos) precisarão de ajuda. A sonda será necessária para sempre? Não. Ela é um recurso utilizado apenas enquanto o paciente estiver impossibilitado de se alimentar pela boca. A sonda poderá ser retirada assim que o problema for corrigido. Como cuidar da sonda alimentar? Quando a sonda for colocada, o paciente e seus familiares receberão instruções sobre como usá-la. A nutricionista indicará a dieta mais adequada e fornecerá instruções sobre os acessórios para a introdução dos alimentos de limpeza da sonda. 53 O que fazer caso surja algum problema com a sonda? A maioria dos problemas com a sonda alimentar tem soluções simples. As complicações mais freqüentes são: • Obstrução por meio de alimentos ou remédios. • Saída acidental da sonda: nestes casos, procure a equipe especializada no hospital onde você está se tratando. 54 Algumas recomendações importantes: • A solução da dieta deve ser dada com o paciente sentado ou com a cabeceira elevada, caso o paciente esteja acamado. • O frasco com a preparação da dieta deve ser colocado bem alto, acima da cabeça. Na dúvida, peça orientação sobre como pendurar o frasco. • O gotejamento deve ser no máximo de 60 gotas por minuto. Um fluxo muito rápido pode causar diarréias ou vômitos. • Antes de preparar a dieta, lave as mãos com água e sabão e seque, de preferência, com toalhas de papel. • Use água filtrada e fervida na preparação da solução. 55 • As soluções devem ser preparadas em quantidade suficiente para, no máximo, um dia. Os excessos podem estragar de um dia para o outro. • Liquidifique bem os alimentos e coe em peneiras finas. Se for necessário, coloque uma gaze na peneira. • Guarde a dieta na geladeira e retire 30 minutos antes de usá-la. • Nunca introduza a solução muito quente ou muito gelada. Ela pode ser aquecida em banho- maria, fora do fogo, até alcançar a temperatura ambiente. • 56 • O alimento pode ser oferecido pela boca se o paciente conseguir engolir. Se não conseguir engolir e desejar sentir o gosto do alimento, ele poderá mastigá-lo e cuspir em seguida. Limpeza do material Lave todo o material com sabão neutro e água, logo após o uso, enxaguando-o bem. No final do dia, deixe o material de molho por 30 minutos em solução contendo água comum e água sanitária (para cada cinco copos de água comum, acrescentar uma colher de sopa de água sanitária). Guarde o material em lugar bem limpo e seco. www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=117 57 Importante: não esquecer de fornecer água, sucos e chás nos intervalos das refeições para evitar desidratação. • O medicamento que não for líquido (comprimido ou drágeas) também pode ser colocado através da sonda, desde que triturado até virar pó e diluído em água. • Após passar a dieta ou a medicação, a sonda deve ser lavada com 30ml de água. • Se possível, todos os utensílios devem ser exclusivamente destinados à alimentação do paciente e lavados diariamente. • Mesmo que o paciente não esteja mastigando os alimentos, mantenha sua boca bem limpa e seus dentes escovados para evitar cáries e infecções. • Passe vaselina ou manteiga de cacau nos lábios para evitar rachaduras e ressecamento das mucosas 58 CÁLCULO DA NECESSIDADE HÍDRICA DO INDIVÍDUO 35- 40 ml/ Kg peso atual /dia Ou 1ml/kcal da dieta na ausência de doenças renais, hepáticas e cardíacas 59 CÁLCULO DA DENSIDADE CALÓRICA É a relação entre quantidade de calorias ofertadas e o volume da dieta. Expresso em kcal/ml. É recomendado que seja em torno de 1 kcal/ml. Valores superiores a 1,5 kcal/ml são compatíveis com dietas hiperosmolares. Pacientes desnutridos graves ou em jejum prolongado = recomenda-se iniciar com 1/3 -1/5 do GET no primeiro dia. Pacientes eutróficos ou moderadamente desnutridos = 1/3 do GET no primeiro dia. CÁLCULO DA NECESSIDADE HÍDRICA DO INDIVÍDUO 35- 40 ml/ Kg peso atual /dia Ou 1 ml/kcal da dieta, na ausência de doenças renais, hepáticas e cardíacas ADEQUAÇÃO E EVOLUÇÃO DO GET 60 COMPLICAÇÕES NO USO DA NUTRIÇÃO ENTERAL em relação ...à sonda - à dieta ... e a distúrbios metabólicos. Complicações quanto à sonda: • mau posicionamento (escolha do local; traquéia ao invés do esôfago); • mecânica (irritação/erosão nasofaríngea •entupimento • saída acidental ou proposital (todas estas são contornáveis) 61 Complicações quanto à dieta: • DIARRÉIA • distensão abdominal • náuseas • cólicas • regurgitação • aspiração pulmonar Estas situações podem ser contornadas: • trocando-se a formulação,• modificando-se a técnicas de administração, • associando-se algum medicamento, se indicado. 62 Complicações quanto aos desequilíbrios metabólicos : • hiperglicemia • hipercalemia • hipofosfatemia, entre outros. Estes problemas podem ser decorrentes da patologia de base. Pode-se modificar a dieta para colaborar com o tratamento. Complicação mais comum relacionada à dieta: DIARRÉIA possui causas multifatoriais: • velocidade de adm. da dieta (deve ser lenta); • medicamentos de alta osmolaridade; • uso prolongado de antibióticos, destruindo a flora intestinal; • hipoalbuminemia (podendo dificultar a absorção) ; •má absorção ou outros distúrbios gastrointestinais; 63 Quanto à fórmula da dieta: alta osmolalidade; • intolerância aos componentes da dieta (ex.: lactose); • contaminação; • intolerância ao volume administrado. CARACTERÍSTICAS DAS DIETAS - QUANTO AO/ A: • MODO DE PREPARO • VALOR NUTRICIONAL • VCT • COMPLEXIDADE DOS NUTRIENTES • ESPECIFICIDADE DA FÓRMULA • OSMOLALIDADE 64 QUANTO AO MODO DE PREPARO ARTESANAL: com ingredientes caseiros (leite, ovos, farinhas, carnes, etc.) INDUSTRIALIZADA: • em pó (para reconstituição), • líquida (pronta para uso), • mista (alimentos + produtos industrializados e/ou módulos) QUANTO AO VALOR NUTRICIONAL • nutricionalmente completas • nutricionalmente incompletas • suplementação alimentar 65 QUANTO AO VALOR CALÓRICO TOTAL: • Normo - 50-60%(HC), 25-35%(lip), 10-15% (prot) • Hiper - acima dos valores descritos • Hipo - abaixo dos valores descritos QUANTO A COMPLEXIDADE DE NUTRIENTES: POLIMÉRICA: alimentos “intactos” - proteínas, carboidratos e gorduras INTEIROS OLIGOMÉRICA: proteína/CHO hidrolisados; lipídios: TCL +TCM (+ vit/min) ELEMENTAR: aminoácidos, glicose TCL + TCM (+ vit/min) 66 QUANTO A ESPECIFICIDADE DA FÓRMULA: NÃO ESPECIALIZADA: • fórmulas poliméricas, para uso geral ESPECIALIZADA: • polimérica ou oligomérica ou elementar - com indicação para “poupar”determinados órgãos (intestino, pulmão, fígado, sist. imunológico ou uso em pediatria). QUANTO A OSMOLALIDADE ISOTÔNICA: 330 A 350 mOsm MODERADAMENTE HIPERTÔNICA: 350 a 550 mOsm HIPERTÔNICA: > 550 mOsm 67 FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DA FÓRMULA PARA ALIMENTAÇÃO ENTERAL: Integridade do TGI Tipo de PTN, LIP, CH na fórmula de acordo com a capacidade digestiva e absortiva do paciente Densidade calórica (Kcal/ml) e proporção Kcal:N Necessidades nutricionais do paciente Viscosidade da fórmula em relação ao tipo de equipamento para alimentação por sonda Conteúdo de sódio, potássio e fósforo da fórmula, especificamente nos pacientes com disfunção renal, hepática e/ou cardíaca. Custo da fórmula 68 Carboidratos Proteínas Lipídios Polissacarídeos Amido Amido modificado Cereais Vegetais Intacta Caseinato Proteína do leite Lactoalbumina Isolado protéico de soja Óleos de origem vegetal (milho, soja e girassol) Polímeros de Glicose Maltodextrina Xarope de milho Oligossacarídeos Proteína hidrolizada Redução da absorção protéica e Insuficiência pancreática Triglicerídeos de cadeia média (TCM) Dissacarídeos Sacarose – hidrólise do amido Lactose – hidrólise do leite Maltose – hidrólise de oligossacarídeos Aminoácidos Função renal e hepática alteradas Lecitina Ácidos graxos ômega-3 Monossacarídeos Glicose (dextrose) Frutose COMPOSIÇÃO DAS FÓRMULAS ENTERAIS 69 MONITORAÇÃO DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL •Peso ( pelo menos 3x/semana) •Sinais de edema ou desidratação (diariamente) •Ingestão e eliminação de fluído (diariamente) •Ingestão dietética de calorias, ptns, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fibras ( pelo menos 2x/semana) •Balanço nitrogenado (semanalmente) •Resíduos gástricos (diariamente a cada 4 horas) 70 •Verificação da função intestinal, incluindo consistência e freqüência ( diariamente) •Glicosúria (fase inicial- diariamente a cada 6h, diabéticos- diariamente) •Dosagem de eletrólitos como sódio, potássio e fósforo , hemograma, uréia e creatinina ( 2-3x/semana) •Dosagem de ptns séricas, cálcio, magnésio e teste de função hepática (semanalmente) MONITORAÇÃO DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL 71 SIM CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE DIETAS ENTERAIS Avaliação da alimentação via oral NÃO dieta via oral dieta enteral consistência normal SIM NÃO distúrbio metabólico? SIM NÃO dieta geral Dieta apropriada dieta enteral especialzada dieta enteral conven- cional 72 Na presença de algum distúrbio metábolico, consegue digerir ou absorver nutrientes intactos ? SIM: dieta especializada, podendo ser polimérica. Ex.: nefropatia NÃO: dieta especializada, de preferência, com hidrolizados ou módulos ex.: insuficiência hepática Se não apresenta distúrbio metábolico, consegue digerir ou absorver nutrientes intactos ? SIM: dieta convencional polimérica. Ex.: AVC NÃO: dieta especializada, com hidrolizados ou elementar ou módulos. ex.: diarréia 73 As dietas enterais utilizadas em condições especiais: • nas insuficiências: renal, respiratória e hepática; • na imunossupressão; • nas situações de estresse... ...serão abordadas quando estudadas individualmente. 74 ESCLARECIMENTOS: OSMOLALIDADE x OSMOLARIDADE Ambas são medidas de pressão osmótica exercida pela solução, ou seja, medem a concentração das partículas osmoticamente ativas nessa solução. A osmolaridade das dietas líquidas é muito importante. As dietas hipertônicas podem causar diarréia e desconforto em pacientes que estão sob dieta enteral. As fórmulas hiperosmolares, inicialmente, devem ser administradas de forma gradual. Osmolalidade baixa minimizam o risco de diarréia osmótica, proporcionando maior segurança na administração. Os solutos que devem ser excretados na urina são denominados carga de soluto renal. A carga de soluto renal determina o volume de água requerido para formar urina. As substâncias que contribuem para a carga de soluto renal são sódio, potássio, cloreto e uréia. Osmolaridade (OmOsm/l) Osmolalidade (mOsm/kg/H2O) 75 Albumina é a + abundante proteína circulante do plasma e dos líquidos extracelulares e tem iportância preponderante na determinação da pressão colóido-osmótica do plasma. Também exerce função de proteína de transporte (Ca, Cu, ác. graxos cad. longa, etc.). Existem dois pools de albumina em rápido equilíbrio: intravascular e extravascular, com fluxo nítido de albumina do primeiro ao segundo de + baixa concentração. A hipoalbuminemia depende de vários fatores. No trauma e sepse a síntese da albumina está reduzida, o seu catabolismo aumentado e, devido à permeabilidade alterada da membrana celular, verifica-se uma passagem transcapilar de albumina para o espaço extravascular. Este fato é responsável por “seqüestro”no espaço extravascular de Ca, Cu, ác. graxos cad. longa, aminoácidos, etc. Rotina Técnica - Terapia de nutrição parenteral/enteral: BRASIL. Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 272, de 08de abril de 1998. Regulamento técnico para a terapia de nutrição parenteral. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil. Brasília, n. 71-E, p. 78-91, 15 de abr 1999. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária, Resolução da Diretoria Colegiada – RCD n° 63, de 6 de julho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil Brasília, 6 jul. 2000. 76 Resolução da Diretoria Colegiada – RCD n° 63, de 6 de julho de 2000. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no uso da atribuição que lhe confere o art. 11 inciso IV do Regulamento da ANVISA aprovado pelo decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o § 1° do Art. 95 do Regimento Interno aprovado pela Resolução n° 1, de 26 de abril de 1999, em reunião realizada em 29 de junho de 2000, adota a seguinte resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação: Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral, constante do Anexo desta Portaria. 1. OBJETIVO 1.1. Este Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. 77 3. DEFINIÇÕES Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as seguintes definições: 3.1. Empresas Prestadoras de Bens e ou Serviços (EPBS): organização capacitada, de acordo com a Legislação vigente, para oferecer bens e ou serviços em Terapia Nutricional . 3.2. Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN): grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional de cada categoria, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico, podendo ainda incluir profissional de outras categorias, habilitados e com treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional-TN. 3.3.Farmácia: estabelecimento que atende à legislação sanitária vigente específica (Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal), com instalações para fornecimento e armazenamento de NE industrializada, quando se fizer necessário. 3.4. Nutrição Enteral (NE): alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. 3.5. Nutrição Enteral em Sistema Aberto: NE que requer manipulação prévia à sua administração, para uso imediato ou atendendo à orientação do fabricante. 3.6. Nutrição Enteral em Sistema Fechado: NE industrializada, estéril, acondicionada em recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conexão ao equipo de administração. 3.7. Prescrição dietética da NE: determinação de nutrientes ou da composição de nutrientes da NE, mais adequada às necessidades específicas do paciente, de acordo com a prescrição médica. 78 3.8. Prescrição médica da Terapia de Nutrição Enteral-TNE: determinação das diretrizes, prescrição e conduta necessárias para a prática da TNE, baseadas no estado clínico nutricional do paciente. 3.9.Sala de manipulação de NE: sala sanitizada, específica para a manipulação de nutrição enteral, atendendo às exigências das Boas Práticas de Preparação de Nutrição Enteral-BPPNE (Anexo II). 3.10. Terapia de Nutrição Enteral (TNE): conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de NE. 3.11. Terapia Nutricional (TN): conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Parenteral ou Enteral. 3.12. Unidade de Nutrição e Dietética (UND): unidade que seleciona, adquire, armazena e distribui insumos, produtos e NE industrializada ou não, produz bens e presta serviços, possuindo instalações e equipamentos específicos para a preparação da NE, atendendo às exigências das BPPNE, conforme Anexo II. 3.13. Unidade Hospitalar (UH): estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência à população na promoção da saúde e na recuperação e reabilitação de doentes 79 4. CONDIÇÕES GERAIS 4.1. As UH e as EPBS que realizem procedimentos de TNE devem possuir licença de funcionamento concedida pelo órgão sanitário competente 4.2. As UH e as EPBS interessadas em realizar procedimentos de TNE devem solicitar o seu cadastramento, conforme Anexo V, à autoridade sanitária local. 4.3. A complexidade da TNE exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe multiprofissional para garantir a sua eficácia e segurança para os pacientes. 4.4. A TNE deve abranger obrigatoriamente as seguintes etapas: 4.4.1. Indicação e prescrição médica 4.4.2. Prescrição dietética 4.4.3. Preparação, conservação e armazenamento 4.4.4. Transporte 4.4.5. Administração 4.4.6. Controle clínico laboratorial 4.4.7. Avaliação final 4.5. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a procedimentos escritos específicos e serem devidamente registradas, evidenciando as ocorrências na execução dos procedimentos. 4.6. As UH e as EPBS que queiram habilitar-se à prática da TNE devem contar com: 4.6.1. Sala de manipulação que atenda às recomendações da BPPNE, sempre que se optar pela utilização de NE em sistema aberto 4.6.2. EMTN - grupo formal e obrigatoriamente constituído de, pelo menos, um profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias a critério das UH e ou EPBS, com as respectivas atribuições descritas no Anexo I. 80 ..... 4.9. Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: indicar, prescrever e acompanhar os pacientes submetidos à TNE. 4.10. Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: realizar todas a operações inerentes à prescrição dietética, composição e preparação da NE, atendendo às recomendações das BPPNE, conforme Anexo II 4.11. Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, a NE industrializada, quando estas atribuições, por razões técnicas e ou operacionais, não forem de responsabilidade do nutricionista; 81 5. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS Na aplicação deste Regulamento são adotadas as seguintes condições específicas: 5.1. Indicação 5.1.1. O médico é responsável pela indicação da TNE. 5.1.2. A indicação da TNE deve ser precedida da avaliação nutricional do paciente que deve ser repetida, no máximo, a cada 10 dias. 5.1.3. São candidatos à TNE os pacientes que não satisfazem suas necessidades nutricionais com a alimentação convencional, mas que possuam a função do trato intestinal parcial ou totalmente íntegra. 5.2. Prescrição 5.2.1. O médico é responsável pela prescrição médica da TNE. 5.2.2. O nutricionista é responsável pela prescrição dietética da NE. 5.2.3. A prescrição dietética deve contemplar o tipo e a quantidade dos nutrientes requeridos pelo paciente, considerando seu estado mórbido, estado nutricional e necessidades nutricionais e condições do trato digestivo. 5.2.4. A TNE deve atender a objetivos de curto e longo prazos. 5.2.4.1. Entende-secomo curto prazo a interrupção ou redução da progressão das doenças, a cicatrização das feridas, a passagem para nutrição normal e a melhora do estado de desnutrição. 5.2.4.2. Entende-se por longo prazo a manutenção do estado nutricional normal e a reabilitação do paciente em termos de recuperação física e social. 5.2.4.3. Em casos excepcionais a TNE pode substituir definitivamente a nutrição oral. 82 5.3. Preparação 5.3.1. O nutricionista é responsável pela supervisão da preparação da NE. 5.3.2. A preparação da NE envolve a avaliação da prescrição dietética, a manipulação, o controle de qualidade, a conservação e o transporte da NE e exige a responsabilidade e a supervisão direta do nutricionista, devendo ser realizada, obrigatoriamente, na UH ou EPBS, de acordo com as recomendações das BPPNE, conforme Anexo II. 5.3.3. Os insumos e recipientes adquiridos industrialmente para o preparo da NE, devem ser registrados nos órgãos competentes, quando obrigatório, e acompanhados do Certificado de Análise emitido pelo fabricante, garantindo a sua pureza físico-química e microbiológica, bem como o atendimento às especificações estabelecidas. 5.3.4. A NE preparada na sala de manipulação da UH e ou EPBS deve atender às exigências das BPPNE (Anexo II). 5.3.5. A avaliação da prescrição dietética da NE quanto à sua adequação, concentração e compatibilidade físico-química de seus componentes e dosagem de administração, deve ser realizada pelo nutricionista antes do início da manipulação, compartilhada com o farmacêutico quando se fizer necessário. 5.3.5.1. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser discutida com o nutricionista responsável por esta, que se reportará ao médico sempre que envolver a prescrição médica. 5.3.5.2. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser registrada e comunicada à EMTN. 5.3.6. Os insumos, recipientes e correlatos para preparação da NE devem ser previamente tratados para garantir a sua assepsia e inspecionados visualmente, quanto à presença de partículas estranhas. 83 5.3.7. A manipulação da NE deve ser realizada em área específica para este fim, de acordo com as BPPNE 5.3.8. A manipulação da NE deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo procedimentos escritos e validados. 5.3.9. O nível de qualidade da manipulação da NE deve ser assegurado pelo controle em processo, conforme item 4.5. das BBPNE, Anexo II. 5.3.10. A NE deve ser acondicionada em recipiente atóxico, compatível físico- quimicamente com a composição do seu conteúdo. O recipiente deve manter a qualidade físico-química e microbiológica do seu conteúdo durante a conservação, transporte e administração. 5.3.11. A NE deve ser rotulada com identificação clara do nome do paciente, composição e demais informações legais e específicas, conforme item 4.5.4.2. do Anexo II, para a segurança de sua utilização e garantia do seu rastreamento. 5.3.12. Após a manipulação, a NE deve ser submetida à inspeção visual para garantir a ausência de partículas estranhas, bem como precipitações, separação de fases e alterações de cor não previstas, devendo ainda ser verificada a clareza e a exatidão das informações do rótulo. 5.3.13. De cada sessão de manipulacão de NE preparada devem ser reservadas amostras, conservadas sob refrigeração (2ºC a 8ºC), para avaliação microbiológica laboratorial, caso o processo de manipulação não esteja validado. 5.3.14. As amostras para avaliação microbiológica laboratorial devem ser estatisticamente representativas + 1 de uma sessão de manipulação, colhidas aleatoriamente durante o processo, caso o mesmo não esteja validado, sendo “n” o número de NE preparadas. 5.3.15. Recomenda-se reservar amostra de cada sessão de preparação para contraprova, devendo neste caso, ser conservada sob refrigeração (2ºC a 8ºC) durante 72 horas após o seu prazo de validade. 5.3.16. A garantia da qualidade da NE pode ser representada pelo resultado do controle em processo (Anexo II item 4.5) e do controle de qualidade da NE (Anexo II item 4.6.2) 5.3.17. Somente são válidas, para fins de avaliação microbiológica, as NE nas suas embalagens originais invioladas ou em suas correspondentes amostras. 84 5.4. Conservação 5.4.1. A NE não industrializada deve ser administrada imediatamente após a sua manipulação. 5.4.2. Para a NE industrializada devem ser consideradas as recomendações do fabricante. 5.5. Transporte 5.5.1. O transporte da NE deve obedecer a critérios estabelecidos nas normas de BPPNE, conforme Anexo II. 5.5.2. O nutricionista é responsável pela manutenção da qualidade da NE até a sua entrega ao profissional responsável pela administração e deve orientar e treinar os funcionários que realizam o seu transporte. 5.6. Administração 5.6.1. O enfermeiro é o responsável pela conservação após o recebimento da NE e pela sua administração. 5.6.2. A administração da NE deve ser executada de forma a garantir ao paciente uma terapia segura e que permita a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando materiais e técnicas padronizadas, de acordo com as recomendações das BPANE, conforme Anexo III. 5.6.3. A NE é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida para outro tipo de recipiente. A necessidade excepcional de sua transferência para viabilizar a administração só pode ser feita após aprovação formal da EMTN. 5.6.4. A via de administração da NE deve ser estabelecida pelo médico ou enfermeiro, por meio de técnica padronizada e conforme protocolo previamente estabelecido. 5.6.5. A utilização da sonda de administração da NE não é exclusiva, podendo ser empregada para medicamentos e outras soluções quando necessário. 85 5.7. Controle Clínico e Laboratorial 5.7.1. O paciente submetido à TNE deve ser controlado quanto à eficácia do tratamento, efeitos adversos e alterações clínicas que possam indicar modificações da TNE. 5.7.2. O controle do paciente em TNE deve ser realizado periodicamente e contemplar: ingressos de nutrientes, tratamentos farmacológicos concomitantes, sinais de intolerância à NE, alterações antropométricas, bioquímicas, hematológicas e hemodinâmicas, assim como modificações em órgãos, sistemas e suas funções. 5.7.3. Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as conseqüentes alterações na formulação ou via de administração da NE devem constar na história clínica do paciente. 5.8. Avaliação Final 5.8.1. Antes da interrupção da TNE o paciente deve ser avaliado em relação à: 5.8.1.1. capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por alimentação convencional; 5.8.1.2. presença de complicações que ponham o paciente em risco nutricional e ou de vida e 5.8.1.3. possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas médicas e legais. 86 5.9. Documentação Normativa e Registros 5.10. Inspeções Anexo I - Atribuições da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) Anexo II - Boas Práticas de Preparação de Nutrição Enteral (BPPNE) Anexo III - Boas Práticas de Administração da Nutrição Enteral (BPANE) Anexo IV - Roteiros de Inspeção A - Identificação da Empresa e Inspeção das Atividades da EMTN. B - Preparação de Nutrição Enteral C - Administração de Nutrição Enteral 87 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E TERAPIA NUTRICIONAL (EMTN) PARA A PRÁTICA DA TNE 1. OBJETIVO Esta recomendação estabelece as atribuições da EMTN, especificamente, para a prática da TNE. 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS 2.1. Para a execução, supervisão e avaliação permanentes, em todas as etapas da TNE, é condiçãoformal e obrigatória a constituição de uma equipe multiprofissional. 2.2. Por se tratar de procedimento realizado em paciente sob cuidados especiais e para garantir a vigilância constante do seu estado nutricional, a EMTN para TNE deve ser constituída de, pelo menos, 1 (um) profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias a critério das UH e ou EPBS. 2.3. No caso do uso eventual de TNE a não existência da EMTN deve ser justificada mediante a apresentação, pela UH, de alternativa de atuação para prévia avaliação da autoridade sanitária. 2.4. A EMTN deve ter um coordenador técnico-administrativo e um coordenador clínico, ambos membros integrantes da equipe e escolhidos pelos seus componentes. 88 3. ATRIBUIÇÕES GERAIS DA EMTN Compete a EMTN: 3.1. Estabelecer as diretrizes técnico-administrativas que devem nortear as atividades da equipe e suas relações com a instituição. 3.2. Criar mecanismos para o desenvolvimento das etapas de triagem e vigilância nutricional em regime hospitalar, ambulatorial e domiciliar, sistematizando uma metodologia capaz de identificar pacientes que necessitam de TN, a serem encaminhados aos cuidados da EMTN. 3.3. Atender às solicitações de avaliação do estado nutricional do paciente, indicando, acompanhando e modificando a TN, quando necessário, em comum acordo com o médico responsável pelo paciente, até que seja atingido os critérios de reabilitação nutricional pré- estabelecidos. 3.4. Assegurar condições adequadas de indicação, prescrição, preparação, conservação, transporte e administração, controle clínico e laboratorial e avaliação final da TNE, visando obter os benefícios máximos do procedimento e evitar riscos. 3.5. Capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a aplicação do procedimento, por meio de programas de educação continuada, devidamente registrados. 3.6. Estabelecer protocolos de avaliação nutricional, indicação, prescrição e acompanhamento da TNE. 3.7. Documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TNE visando a garantia de sua qualidade. 3.8. Estabelecer auditorias periódicas a serem realizadas por um dos membros da EMTN, para verificar o cuprimento e o registro dos controles e avaliação da TNE. 3.9. Analisar o custo e o benefício no processo de decisão que envolve a indicação, a manutenção ou a suspensão da TNE. 3.10. Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos aos pacientes e aos aspectos operacionais da TNE. 89 6. ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA Compete ao nutricionista: 6.1. Realizar a avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo pré-estabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional . 6.2. Elaborar a prescrição dietética com base nas diretrizes estabelecidas na prescrição médica. 6.3. Formular a NE estabelecendo a sua composição qualitativa e quantitativa, seu fracionamento segundo horários e formas de apresentação. 6.4. Acompanhar a evolução nutricional do paciente em TNE, independente da via de administração, até alta nutricional estabelecida pela EMTN. 6.5. Adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com base na evolução nutricional e tolerância digestiva apresentadas pelo paciente. 6.6. Garantir o registro claro e preciso de todas as informações relacionadas à evolução nutricional do paciente. 6.7. Orientar o paciente, a família ou o responsável legal, quanto à preparação e à utilização da NE prescrita para o período após a alta hospitalar. 6.8. Utilizar técnicas pré-estabelecidas de preparação da NE que assegurem a manutenção das características organolépticas e a garantia microbiológica e bromatológica dentro de padrões recomendados na BPPNE (anexo II). 6.9. Selecionar, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, os insumos necessários ao preparo da NE, bem como a NE industrializada. 90 6.10. Qualificar fornecedores e assegurar que a entrega dos insumos e NE industrializada seja acompanhada do certificado de análise emitido pelo fabricante. 6.11. Assegurar que os rótulos da NE apresentem, de maneira clara e precisa, todos os dizeres exigidos no item 4.5.4 - Rotulagem e Embalagem da BPPNE (Anexo II) . 6.12. Assegurar a correta amostragem da NE preparada para análise microbiológica, segundo as BPPNE. 6.13. Atender aos requisitos técnicos na manipulação da NE. 6.14. Participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações de NE. 6.15. Organizar e operacionalizar as áreas e atividades de preparação. 6.16. Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores, bem como para todos os profissionais envolvidos na preparação da NE. 6.17. Fazer o registro, que pode ser informatizado, onde conste, no mínimo: a) data e hora da manipulação da NE b) nome completo e registro do paciente c) número seqüencial da manipulação d) número de doses manipuladas por prescrição e) identificação (nome e registro) do médico e do manipulador f) prazo de validade da NE. 6.18. Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos aos aspectos operacionais da preparação da NE. 6.19. Supervisionar e promover auto-inspeção nas rotinas operacionais da preparação da NE 91 FUNDAMENTOS DO SUPORTE NUTRICIONAL parenteral Profª. Africa Isabel Cruz Perez - método de alimentação por meio de fluidos administrados por via parenteral, os quais contém os elementos nutricionais requeridos para a manutenção do metabolismo corporal normal. 92 NNUTRIÇÃO PARENTERAL 1CONCEITO: É o fornecimento de macronutrientes, micronutrientes e água por via intravenosa. 2OBJETIVO PRINCIPAL: Manter ou melhorar o E.N dos pacientes que apresentem impossibilidade total ou parcial de utilização do TGI para se alimentarem. 21 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS: Melhor resposta terapêutica da doença; aumento da sobrevida e diminuição do tempo de internação hospitalar, menor incidência de complicações advindas da doença. 93 EMTN – EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL ATUAÇÃO DA EMTN O propósito da atuação da EMTN é auxiliar os profissionais responsáveis pela assistência aos pacientes internados na avaliação e administração da terapia de nutrição parenteral e enteral. A EMTN está disponível para consultoria e assessoria e também realiza visitas periódicas de avaliação aos pacientes em terapia nutricional. A Terapia Nutricional e a atuação da ENTM estão regulamentadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde – Portarias 272 de 1998 e 63 de 2000 (www.anvisa.gov.br) 94 INDICAÇÕES DA NPT • SIC – SINDROME DO INTESTINO CURTO • fístulas enterocutâneas de alto débito (>500ml/dia) • íleo paralítico prolongado • jejum por via oral superior a uma semana durante tratamento clínico ou pré- operatório •desnutrição grave • anorexia - disfagia •transtornos da digestão e absorção; • outras situações (consumo de alimentos via oral é mal tolerado); • indicação de repouso intestinal completo; • coma hepático, insuficiência renal e outros distúrbios metabólicos (com preparação bem ajustada oferecerá benefícios terapêuticos); • pancreatite aguda e doenças inflamatórias intestinais (alimentos são mal tolerados);• câncer, malformações congênitas, • transtornos vasculares e neurológicos; • quadros hipermetabólicos • aporte exclusivo ou suplementação de nutrientes por via venosa 95 INDICAÇÕES RELATIVAS - fístulas enterocutâneas de baixo débito e desnutrição moderada. CCONTRA-INDICAÇÕES - TGI passível de ser utilizado, pacientes hemodinamicamente instáveis (hipovolêmicos, choque cardiogênico ou séptico e pacientes anúricos). NUTRIÇÃO PARENTERAL N P TOTAL (NPT) - TODOS OS NUTRIENTES são administrados por via parenteral N P “PARCIAL” são oferecidos 1 ou + nutrientes por via parenteral 96 VIAS DE ACESSO CENTRAL: Inserção de catéter venoso central: •subclávia infraclavicular, •subclávia supraclavicular, •jugular interna, basílica ou safena (dissecção) •Em crianças: jugular externa, facial, axilar, safena (dissecção) PERIFÉRICO: (NPP): administração em vasos sangüíneos menos calibrosos 97 . ACESSO VENOSO CENTRAL = Infusão por cateter em veias de grande diâmetro (VCS ou jugulares internas). Também chamada de Nutrição Parenteral Total (NPT). CARACTERISTICAS DA NPT -Geralmente fornecem o suporte nutricional total; -Veias de maior diâmetro e fluxo sangüíneo (Subclávia infra e supraclavicular, jugular interna) toleram soluções mais hiperosmolares devido a rápida diluição e distribuição dos nutrientes; - O cateter central deve ser utilizado apenas para administração de nutrientes e não para derivados de sangue ou medicamentos. - É capaz de suprir energia suficiente para o anabolismo, até 4000kcal/dia se for necessário VIAS DE ACESSO DA NUTRIÇÃO PARENTERAL 98 NUTRIÇÃO PARENTERAL PERIFÉRICA (NPP) (administração em veias de extremidades- menos calibrosas) Geralmente utilizada para a adm. de emulsões lipídicas- menor osmolaridade final. Indicações: pediatria; adultos - com duração moderada (1-3 semanas) Acesso simples:(butterfly e cânulas Complicações: oferta excessiva de fluidos, tromboflebite, intolerância a lipídios. 99 AACESSO VENOSO PERIFÉRICO Infusão por cateter em veias periféricas principalmente nos membros superiores. Também chamada de Nutrição parenteral periférica (NPP), normalmente funciona como adjunto da terapia nutricional, não oferecendo o suporte nutricional total. CCARACTERISTICAS DA NPP FFornece suporte calórico complementar, mantendo a osmolaridade da solução. A ingestão energética pode variar de 700-1800 Kcal/dia. -Soluções hiperosmolares (> 600mOsm/l) freqüentemente causam flebite em veias periféricas, limitando seu acesso e infiltração em tecidos subcutâneos. - Tem como objetivo principal preservar o EN de um paciente previamente nutrido submetido a um período curto de jejum por via oral. 100 101 102 103 Alimentação por veia central (NPT) 1. Incapacidade de tolerar a ingestão enteral durante mais de 7 dias 2. TMB moderada a gravemente aumentada 3. Desnutrição moderada à grave, não corrigível com a alimentação enteral 4. Insuficiência cardíaca, renal e/ou hepática, que requeiram restrição hídrica 5. Acesso limitado às veias periféricas, com possibilidade de acesso da veia central INDICAÇÕES PARA O USO DO ACESSO VENOSO CENTRAL 104 Alimentação por veia periférica (NPP) 1. Ingestão enteral interrompida, mas com previsão de recomeço em 5-7 dias 2. Suplementação à alimentação enteral ou como fase de transição 3. Desnutrição leve a moderada 4. TMB normal ou levemente elevada 5. Ausência de insuficiência orgânica que requeira restrição hídrica INDICAÇÕES PARA O USO DO ACESSO VENOSO PERIFÉRICO 105 Preparação das soluções de NP Confecção das misturas nutritivas: - ambiente e manuseio absolutamente assépticos; - as soluções não podem ser armazenadas por longo prazo, nem expostas a temperaturas elevadas (risco de contaminação e reação química entre glicose e aa - Maillard) - estocagem em geladeira - máximo 24 h. SISTEMA DE INFUSÃO - NP • Frascos de adm: vidro / bolsa plástica • Filtro esterilizante e bomba de infusão contínua • Equipo de NP: uso exclusivo; •Cuidados gerais com o curativo, equipo, etc. 106 107 108 PREPARO DA SOLUÇÃO DE NP 109 COMPOSIÇÃO DAS SOLUÇÕES GEB: equação HB / GET: GEB + FA + FI Fontes calóricas + utilizadas: - glicose hipertônica (concent. variam de 5-70%) (dextrose: glicose monohidratada - emulsões lipídicas (fonte de AGE- ômega 3 e 6 e energia - 20-30% do VCT ) (concent. variam de 10-30%) Fonte protéica: - aminoácidos: 0,8 - 1,0 g/kg/dia (pode chegar até 1,5 - 2,0 g/kg/dia) (concent. variam de 10-20%) Água + vitaminas + oligo elementos MISTURAS 2 EM 1: glicose + aminoácidos + vitaminas + minerais MISTURAS 3 EM 1: glicose + aminoácidos + lipídios vitaminas + minerais 110 A energia disponível nos alimentos é a seguinte: Carboidratos = 4,0 kcal/g Lipídeo = 9,0 kcal/g Proteína = 4,0 kcal/g Na NP considerar: Glicose = 3,4 kcal/g Lipídeo = 11,0 kcal/g Proteína = 4,0 kcal/g A administração pode ser: -contínua - durante 24 h (“menos fisiológica”) -cíclica – intermitente (“+ fisiológica) IMPORTANTE: 111 ASPECTO QUALITATIVO –TIPOS DE SOLUÇÕES PARA N.P CARBOIDRATOS: Glicose monoidratada em solução hipertônica. - Necessidades diárias = 4 – 5 mg /kg/ min. Concentração de glicose: 5 – 10 – 20 – 25 – 50 – 70%. Ex. Uma solução que contenha 500ml com glicose a 50% - oferece 250g de glicose, e portanto 1000 kcal. IMPORTANTE: Quanto maior a concentração de Glicose de uma solução, maior será a produção de CO2, o Q.R e o consumo de O2. PROTEINAS: Soluções de Aas cristalinos sintéticos essenciais e não essenciais. 112 Infusão máxima: 2,5g/kg/dia (Necessidade diária = 1-3 g/kg/dia) -Síndrome de sobrecarga de gordura = caracterizada por hepatomegalia, icterícia e trombocitopenia. -Contra-indicações: Alergia a ovos, hiperlipidemia MICRONUTRIENTES. VITAMINAS - Vitaminas A- D – E = Aderem aos frascos de plástico, diminuindo sua concentração em 24h em até 60%; - Vitaminas do complexo B = acima de 8h de exposição a luz, diminuem de 47 –100% a sua concentração; Idem para Vitamina C. LIPÍDIOS (Sol. Isotônicas). Concentrações: Soluções 10% = 1,1 kcal/ml - Soluções 20% = 2,1 kcal/ml - Fontes: óleos de soja e /ou açafrão 113 Complicações e sua prevenção - relacionadas ao cateter • trombose venosa, infecção/ contaminação, pneumotórax, hemotórax,outros acidentes de punção, embolia gasosa, infiltração no tecido subcutâneo, embolia do cateter, saída acidental do cateter. - complicações metabólicas • hiperglicemia, hipoglicemia, coma diabético, distúrbios eletrolíticos, desequilíbrios ácido-básicos, disfunção hepática e hepatomegalia, deficiência de ác. graxos essenciais, carência de oligoelementos, faltas e excessos de vitaminas, outras complicações assoc. à longa duração. 114 COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL ACESSO DA VEIA SUBCLÁVIA - Pneumotórax - Hemotórax - Hidrotórax - Quilotórax - Perfuração cardíaca - Endocardite - Hidromediastino - Embolia por fragmento do cateter- Lesão da artéria subclavia - Trombose venosa INFECÇÃO E SEPSE - Contaminação durante a inserção do cateter - Permanência a longo prazo do cateter - Contaminação da solução - Alguns sinais de contaminação são febre, calafrios, taquicardia e intolerância a glicose. 115 COMPLICAÇÕES METABÓLICAS COMPLICAÇÃO CAUSAS SINAIS E SINTOMAS Hiperglicemia Velocidade de infusão inadequada, hipercatabolismo, diabetes e medicamentos. Glicosúria, diurese osmótica e desidratação. Deficiência de oligoelementos Oferta insuficiente De acordo com o oligoelemento Hipoglicemia súbita no aporte de glicose Palidez, sudorese, coma Azotemia IR ou IH, aporte excessivo de nitrogênio Assintomática, ou vômitos, alter. mental e coma Acidose metabólica IR ou IH, septicemia, oferta excessiva de cloretos Hioerventilação e alteração do volume urinário 116 Hipocalemia Oferta insuficiente, diarréia, fístulas, anabolismo Fraqueza muscular, íleo adinâmico, alter. no ECG Hipomagnesemia Oferta insuficiente, diarréia, fístulas, anabolismo Parestesia de extremidades, alter. no ECG Hipocalcemia Oferta insuficiente Tetania, cólicas abdominais. Alter. ECG Hipofosfatemia Oferta insuficiente e anabolismo Parestesias Deficiência de AGE Oferta inadequada, desnutrição crônica Descamação cutânea, alópecia Hiperlipidemia Infusão excessiva Alter. bioquímica 117 CÁLCULO DA DIETA PARENTERAL NECESSIDADES QUANTITATIVAS NECESSIDADE HÍDRICA - 35-40 ml/kg/dia: quando houver acrescentar perdas por diarréia e fístulas. Perdas por febre: 100- 150 ml para cada grau de febre acima do normal (37ºC) NECESSIDADE ENERGÉTICA - Harris-Benedict (equação preditiva) - Outras Equações preditivas - Necessidade calórica de acordo com a injúria (estresse) Calorimetria indireta 118 CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE Nível de estresse N uréico urinário (g/dia) Nulo 0-5 Leve 5-10 Moderado 10-15 Grave 15 NECESSIDADE PROTÉICA Nível de estresse PTN (g/kg/dia) Nulo 0,8 Leve 0,8-1,0 Moderado 1,0-15 Grave 1,5-3,0 119 NECESSIDADE DE CHO 4 – 5 g/kg/dia Taxa de Infusão: 4 – 5 mg/kg/min (não exceder 7 mg/kg/dia) NECESSIDADE DE LIPÍDIOS 1 – 3 g/Kg/dia NECESSIDADE DE MICRONUTRIENTES TABELAS ESPECÍFICAS 120 MINERAIS - Sódio, cloro, potássio, cálcio, magnésio e fosfato: - Importantes para regulação do balanço hídrico, função cardíaca, mineralização óssea, sistema nervoso, síntese de tec. muscular e sistema nervoso. - De forma geral, devem ser oferecidos em quantidades superiores a 200mg/dia, contudo é de suma importância analisar cada caso especificamente. OLIGOELEMENTOS São metais inorgânicos que apresentam necessidades diárias inferiores a 100mg/dia, com reservas orgânicas inferiores a 4g. São essenciais na nutrição: Ferro, iodo, zinco, cobre, manganês, selênio, cobalto e molibdênio. São adicionados em frascos contendo multi-oligoelementos ADITIVOS Insulina = hiperglicemia, intolerância a glicose - Heparina = Flebite - Albumina = Edema por alteração de pressão oncótica (discutível) 121 PREPARO E ADMINISTRAÇÃO . TIPOS DE SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO . GLICÍDICO -GLICOSE = Fonte calórica exclusiva e se utilizam Aas cristalinos como fonte protéica. -SOLUÇÃO NUTRITIVA BÁSICA = É composta de Glicose + Aas + vitaminas e eletrólitos. - Infusão de lipídios = É realizada 2X/semana, em acesso periférico. Não ultrapassando 125ml/h. Recomenda-se de 80-100ml/h nas soluções a 10% e 60ml/h nas soluções a 20%. -DESVANTAGENS: intolerância a glicose, Insuficiência respiratória, deficiência de AGE, necessidade de cateter central. 122 SISTEMA LIPÍDICO OU 3 EM 1 - Associa Glicose, Aas, lipídios, vitaminas e eletrólitos em quantidades adequadas para administração diária. - VANTAGENS: metabolismo mais balanceado,. Diminui complicações relacionadas ao excesso de glicose, tem osmolaridade menor ( 600-950mOsm/l), pode ser utilizada em acesso periférico. - COMPLICAÇÕES: Flebite, hipercolesterolemia e trigliceridemia, hipersensibilidade a emulsão lipídica aguda ou por uso prolongado e embolia gordurosa. - CONTRA-INDICAÇÕES: pancreatite aguda, dislipidemias e insuf. Hepática. -COMPOSIÇÃO: Definido como um sistema heterogêneo estabilizado. Utiliza soluções de glicose com concentrações menores (10-20%) 123 CÁLCULO DA OSMOLARIDADE - ____kcal de GLICOSE x 1,5= _____mOsm ________ g de aa x 10 = _____mOsm _____kcal lipídeos x 0,15 = _____mOsm Eeletrólitos _______________ + 200 mOsm TTOTAL ______ mOsm/volume final mmOsm/litro = mOsm/volume final volume final (L) -GORDURA= Isotônica N.P.P. Normalmente utiliza soluções de glicose a 5 - 10%, com uma administração máxima de 100-150g/dia. - Osmolaridade final deve ser inferior a 600 mOsm/l - V.C.T= 700- 1800 kcal/dia - A administração deve ser com bomba infusora para melhor controle do gotejamento devido ao uso de soluções hipertônicas. 124 N.P.T Iniciar com 50ml/h- nas primeiras 24h e progredir até 100-120ml/h. - Introdução gradual – 25% da dose total prevista – após 24h – 50% - após 24h - 75% - após 24h –100%. A finalização da N.P.T no sistema glicídico não deve ser abrupta, deve-se administrar soluções de soro glicosado a 10% por 12h até a retirada do cateter. ADMINISTRAÇÃO DA NP Recomendações para a prescrição de nutrição parenteral A NP só deve ser iniciada em pacientes com estabilidade hemodinâmica. As soluções para NP periférica devem ter osmolaridade calculada igual ou menor a 900-1000 mOsm/kg para evitar flebite. A concentração final de glicose deve ser no máximo 10%. Limitar o acesso venoso a 72 horas em cada local para preservar as veias. 125 Rotina laboratorial antes de iniciar NP: - hemograma, glicose, uréia, creatinina, sódio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio, albumina, globulina, colesterol, triglicerídeos, transaminases e fosfatase alcalina. No primeiro dia, deve-se prescrever 50% das necessidades calculadas. Administrar a solução numa velocidade constante com bomba de infusão. Se bem tolerada progredir para 100% do calculado no dia seguinte. Obs: para garantir melhores resultados e menor risco de intolerância iniciar com 25% e evoluir conforme a estabilidade do paciente. 126 • Realizar controle de glicemia capilar de 6/6 horas e administrar insulina regular subcutânea para manter níveis glicêmicos abaixo de 200-220 mg/dl. • Se os níveis se mantiverem abaixo de 200 mg/dl monitorar a glicemia de 24/24 horas. • As emulsões de lipídios são utilizadas para prevenir deficiência de ácidos graxos (administração 1-2 x por semana) e como fonte calórica (administração diária). • A administração diária é recomendada para pacientes com intolerância à glicose e pacientes
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