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1 
2 
Dietas Hospitalares - Classificação 
 
1) QUANTO À CONSISTÊNCIA: 
1.1. Geral 
1.2. Branda 
1.3. Pastosa 
1.4. Semi-líquida 
1.5. Líquida – completa e restrita 
 
2) QUANTO AO AUMENTO E DIMINUIÇÃO DOS 
NUTRIENTES: 
 
2.1. Proteína: hipo ou hiperprotêica 
2.2. Gordura: hipogordurosa 
2.3. Sódio: restrição leve, moderada e severa 
2.4. Potássio : hipocalêmica ou hipercalêmica 
2.5. Fibras : pobre ou rica 
3 
Consistência 
 é determinada pela textura dos alimentos e 
preparações que a compõem 
são também chamadas de dietas de rotina 
podem estar associadas a uma ou mais 
modificações na composição de nutrientes 
são normalmente dietas de transição 
longos períodos – incluir suplementação – 
ESTADO NUTRICIONAL 
4 
1.1. DIETA GERAL (NORMAL) 
fornecer energia e demais nutrientes em quantidades 
adequadas para manutenção da saúde. 
 
INDICAÇÃO: Indicada para indivíduos em condições normais 
de alimentação, sem necessidade de restrição na consistência 
e na composição nutricional. Funcionamento normal do TGI. 
Características: 
- suficiente, completa, harmônica, adequada, sem restrição 
alguma. 
- normal em energia e nutrientes (leis da alimentação) 
- fracionamento: 5 refeições /dia 
 
- Para pacientes cuja condição clínica não exige 
modificações em nutrientes e consistência da dieta 
- inclui maior número de alimentos 
- normoglicídica, normolipídica e normoprotéica 
5 
1.2. DIETA BRANDA 
Facilita (mecanicamente) o consumo e/ou digestão de 
alimentos. Exemplos: infecções de garganta, falta de dentes, pós 
–operatório de cirurgias eletivas, esofagite, gastrite, úlcera. 
 
INDICAÇÃO: 
para indivíduos com problemas mecânicos de ingestão e 
digestão, que impeçam a utilização da dieta geral. 
Esta dieta é usada como transição p/ dieta geral. 
 
Características 
- suficiente, completa, harmônica, adequada e c/ consistência 
que facilita a mastigação e digestão 
- normoglicídica, normolipídica e normoprotéica 
- consistência: tecido conectivo e celulose 
abrandados por cocção ou ação mecânica. 
 
- fracionamento : 5 a 6 refeições/dia. 
6 
 Dieta BRANDA 
 
 RESTRIÇÕES – 
 alimentos que devem ser excluídos 
 
 especiarias e condimentos fortes (pimentas- 
vermelha, do reino, etc.) 
 frituras 
 doces concentrados (marmelada, goiabada, doce 
de leite, etc.) 
 bebidas gaseificadas 
 hortaliças cruas – alguns casos pode-se oferecer 
bem picadinha 
 Frutas ácidas - preferir frutas de textura mais suave, 
sucos: mamão, pêra s/ casca, ...) 
 embutidos e conservas 
 OBS.: algumas UNDs servem apenas o caldo das 
leguminosas 
 
7 
1.3. DIETA PASTOSA 
 
- INDICAÇÃO: 
- indivíduos c/ dificuldade de mastigação e 
deglutição, alguns pós-operatórios e casos 
neurológicos, Insuf.Resp, diarréias e alguns 
preparos de exames. 
 
- Características: 
- suficiente, completa, harmônica, adequada e c/ 
consistência que exige pouca mastigação e facilita 
a deglutição. 
- normoglicídica, normoprotéica e normolipídica. 
- consistência: os alimentos na forma de purê, 
mingau, carnes trituradas. 
 
- fracionamento 5 a 6 refeições/dia 
 
8 
Dieta pastosa – continuação 
 
 
RESTRIÇÃO: alimentos crus (exceto sucos não 
ácidos), frituras, condimentos fortes, alimentos 
flatulentos, doces muito concentrados, bebidas 
gasosas e embutidos. 
 
 
1.4 DIETA SEMI-LÍQUIDA 
 
INDICAÇÃO: Proporcionar um certo repouso 
digestivo ou nos casos de intolerância 
provisória a alimentos sólidos e indivíduos com 
problemas mecânicos na ingestão e digestão, 
dificuldade de deglutição e mastigação 
(Preparo de alguns exames, pré e pós-
operatório). 
 
9 
1.4. DIETA SEMI-LÍQUIDA 
 (LEVE, LÍQUIDA-PASTOSA) 
 
Características: 
 normoprotéica, normoglicídica, normocalórica, com 
preparações líquidas e pastosas associadas, de fácil 
digestão, mastigação e deglutição. 
- dieta de pouco resíduo, podendo levar a 
obstipação 
- fracionamento: 5 a 6 refeições 
- INDICAÇÕES: 
- pacientes com problemas mecânicos de 
mastigação e deglutição; dificuldade de digestão; 
em determinados preparos de exames e cirurgias, 
pós-operatórios. 
10 
DIETA SEMI-LÍQUIDA – continuação 
 
 CONSISTÊNCIA: 
A base da dieta é líquida, agregando alimentos 
sólidos abrandados com função de espessar a 
dieta. 
Exclui o processo de mastigação. 
Contém poucos resíduos. 
As preparações são em forma de sopas com 
alimentos sólidos, purês, mingaus). 
 
 RESTRIÇÕES: alimentos crus (exceto sucos não 
ácidos) , frituras, temperos fortes, pão francês, 
alimentos flatulentos. 
 
11 
1.5. DIETA LÍQUIDA 
 
Características: 
 
calorias e princípios nutritivos o mais próximo da 
normalidade, c/ preparações liquidificadas e coadas. 
- alimentos de consistência líquida na temperatura 
ambiente, que produzam poucos resíduos e sejam de 
fácil digestão. 
- fracionamento : 6 a 7 refeições 
sucos na concentração de 40 a 50% (limão 3% e 
maracujá até 30%). 
- INDICAÇÕES: 
- pacientes com problemas de mastigação e 
deglutição; em casos de afecções do trato 
digestório; em determinados preparos de exames; 
em pré e pós-operatórios. 
- dieta de transição - evolução rápida - alcance VCT 
12 
1.5.1. DIETA LÍQUIDA “COMPLETA” 
INDICAÇÃO: 
-facilitar o trabalho digestivo (mastigação, deglutição e 
digestão). 
- normalmente utilizada em pacientes em readaptação após 
período de jejum. Também em casos de disfagia grave, 
úlceras orais, digestivas, pacientes altamente debilitados. 
FRACIONAMENTO: 6-10 refeições/dia - com volumes de 
aprox. 200 – 300/400 ml/refeição. 
 
CARACTERÍSTICAS:. Tende a ser hipoglicídica, hipolipídica 
e hipoprotéica. 
Utiliza todos os alimentos que na temperatura ambiente 
sejam líquidos, como no caso do sorvete e da gelatina 
CONSISTÊNCIA: Líquida. Pobres em resíduos 
 
RESTRIÇÕES: alimentos sólidos em geral 
13 
A DIETA LIQUIDA (A/J) 
DEVE CONTER: 
 CEREAL (ex.:arroz, macarrão, fubá); 
 LEGUMINOSA (ex.: feijao branco, ervilha, lentilha, 
grao de bico...); 
 CARNE (vermelha, frango, peixe, ovo); 
 VEGETAIS 
A – folhosos 
B – legumes em geral (cenoura, chuchu...) 
C - raízes, tubérculos 
 
 
14 
 LISTA DE VEGETAIS : 
 
 
 * VEGETAL A: Abóbora d’água, Acelga, Agrião, Aipo, 
Alface, Almeirão, Aspargo, Alcachofra, Berinjela, Bertalha, 
Brocólis, Caruru, Chicória, Couve, Couve-flor, Cebola, 
Espinafre, Escarola cozida, Maxixe, Palmito, Pepino, 
Pimentão verde, tomate – Até 5% de CHO 
 
 VEGETAL B: Abóbora, Abobrinha, Abóbora moranga, 
Cenoura, Chuchu, Ervilha verde, Jiló, Nabo, Petit-pois, 
Pimentão vermelho, Quiabo, Vagem – Até 10% de CHO 
 
 * VEGETAL C: Aipim, Batata-doce, Batata baroa, Batata 
Inglesa, Cará, Inhame- Acima de 10% de CHO. 
15 
1.5.2 DIETA LÍQUIDA RESTRITA 
 
INDICAÇÃO: 
 
HIDRATAÇÃO – fornece líquidos e eletrólitos para prevenir a 
desidratação, minimiza o trabalho gastrointestinal e evita a formação de 
resíduos no cólon. Pode ser utilizada no preparo e pós-operatório de 
cirurgias do trato gastrointestinal, diarréia aguda, primeira etapa da dieta 
por via oral. 
FRACIONAMENTO: 6-10 refeições (2/2h) com volumes de 
aproximadamente 200 - 300 ml. 
CARACTERISTICAS: Tende a ser hipoglicídica, hipolipídica e 
hipoprotéica. 
CONSISTÊNCIA: Líquida. Praticamente sem resíduos. Restritiva e 
nutricionalmente inadequada. Não deve ser utilizada por mais de 3 dias, 
pois fornece quantidade limitada de energia e nutrientes.CALDOS E 
SUCOS COADOS! 
 RESTRIÇÃO: alimentos sólidos em geral e alimentos lácteos. 
16 
ALIMENTOS DIETA GERAL DIETAPASTOSA DIETA LÍQUIDA COMPLETA DIETA 
LÍQUIDA 
RESTRITA 
Leite incluído incluído 
 
incluído 
(enriquecido) 
Excluído 
Ovos incluídos Cozidos/pochê Em bebidas ou pochê Excluído 
Queijo incluídos Cremosos com pouca gordura excluído Excluído 
Gorduras incluídas Margarina, azeite, manteiga 
– quantidades moderadas 
Margarina, azeite, manteiga –
quantidades moderadas 
Excluídas 
Carnes, aves e 
peixes 
incluídos Carne macia, moída, desfiados Caldos Caldos coados 
Vegetais incluídos Baixo conteúdo de fibras, cozidos, 
amassados, picados, purês, 
sucos, suflês. 
Sucos de vegetais e caldos Caldos coados 
Pães incluídos macios Excluídos Excluídos 
Cereais incluídos Arroz papa, macarrão, mingaus. Mingaus ralos Excluídos 
Bebidas Incluídas, 
Exceto 
gaseific. 
Idem, exceto gaseificadas Chá de ervas, café 
descafeínado, sucos 
industrializados 
Idem (diluição maior) 
Água adocicada com 
maltodextrina (ex.Nidex®) 
Sobremesas Todas Baixa concentração de gordura e 
açúcar. 
Vitaminas de frutas, mingaus 
ralos, sucos de frutas 
Suco frutas coados e ralos 
Leguminosa 
feijões,... 
Incluídas Bem cozido, batido, coado, caldo caldos Excluídas 
Frutas incluídas Maduras, sucos, polpas macias, 
cozidas, purê. Pref. não ácidos 
Sucos de frutas não ácidas Sucos coados e diluídos ao 
meio 
COMPOSIÇÃO DE DIETAS 
17 
ALIMENTOS QTD CH LIP PTN 
Leite integral 100ml 4,9 3 3,6 
Queijo 30g - 8,5 9 
Arroz 35g 15 - 1 
Carnes 100g - 6 20 
Ovos 50g - 5 6 
Feijão 60g 8 - 2,5 
Vegetal A 100g 3 - - 
Vegetal B 100g 10 - 1 
Vegetal C 100g 20 - 5 
Fruta 1 quota 10 - - 
Pão 50g 28 - 4 
Margarina 10g - 8 - 
Óleo 10ml - 10 - 
Açúcar 10g 10 - - 
Mel 10g 7,8 - - 
 TABELA SIMPLIFICADA PARA CÁLCULO DE DIETAS 
18 
 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL 
 DE REFEIÇÕES 
 
•Desjejum = 15% 
•Colação = 5% 
•Almoço = 30% 
•Lanche = 15% 
•Jantar = 30% 
•Ceia = 5% 
 
 PERCENTUAL DE MACRONUTRIENTES 
 
Normoglicídica = 55 –60% 
Normolipídica = 25 – 30% 
Normoprotéica = 10 –15% (CONSIDERAR g/kg/dia) 
19 
PORTANTO... a nomenclatura das dietas hospitalares variam muito de 
entidade para entidade. 
Basicamente temos: 
DIETAS DE ROTINA - geral, branda pastosa, líquida 
DIETAS ESPECIAIS - com aumento e/ou diminuição de 1 ou + nutrientes: 
hiper/hipo - protêica, calórica, lipídica, etc... 
Outras nomenclaturas utilizadas - 
 HCFMUSP(6.000 ref/dia ~ 2700 kcal/dia: 
Dietas Normais: geral, branda, leve, líquida, pastosa, papa I, papa II 
Dietas Modificadas: são as dietas acima descritas, restritas, pobres em 
resíduos: d. sem resíduos, d. hiperprotêicas, d. com restrição de sal. 
Dietas Especiais: necessitam de alteração substancial de alguns nutrientes 
ou em sua forma de preparo: hipogordurosa, hipoprotêica, “para diabético”. 
PUCPR-Santa Casa: Dietas Normais para adultos - Dietas Modificadas na 
Consistência - 
Dietas Modificadas em Nutrientes - 
Dietas para condíções especiais - 
Dietas para Pediatria. 
20 
PUCPR-Santa Casa: 
Dietas Normais para adultos: normal, lascto-ovovegetariana, lacto-vegetariana, 
ovo-vegetariana, vegan, d. normal em pedaços. 
Dietas Modificadas na Consistência: d. líquidos claros, d. líquida completa, d. 
pastosa, d. branda. 
Dietas Modificadas em Nutrientes: d. normocalórica e hiperprotéica, d. 
hipercalórica e hiperprotéica, d. hipocalórica e hiperprotéica, d. com rstrição de fibras 
e resíduos, d. rica em fibras, d. isenta de lactose, d. pobre em lipídios, d. pobre em 
TCL, com adição de TCM, d. rica em lipídios, d. isenta de glúten, d. pobre em purinas, 
d. pobre em tiramina, dopamina e feniletilamina, d. hipossódica. 
Dietas para condíções especiais: d. para úlcera péptica, d. para refluxo 
gastroesofágico, d. para diarréia, d. para obstipação intstinal, d. para ostomizados, d. 
para disfagia, d. para pós-gastrectomia, d. para pós gastroplastia, d. para infarto do 
miocárdio, d. para insuf. cardíaca congestiva, d. para pós transplante cardíaco, dieta 
para insuf. hepática, d. para pós transplante hepático, d. para hemodiálise e diálise 
peritoneal (intermitente e contínua), d. para pré-diálise , d. para síndrome nefrótica.... 
Dietas de prova, dietas para alergias alimentares, d. via sonda, d. via parenteral. 
Dietas para Pediatria: d. para bebês - 0 a 12 meses de idade, d. normal para crs. Em 
idade pré-escolar, d. normal para crs. em idade escolar, d. cetogênica, etc. 
21 
PRESCRIÇÃO DIETÉTICA 
 envolve várias etapas: 
• início: entrevista ao paciente 
• anamnese 
• avaliação do estado nutricional 
• hipótese diagnóstica nutricional 
• determinação da conduta alimentar 
• avaliação do grau de envolvimento da dieta nos 
resultados 
• definição do nível de assistência 
• reabilitação nutricional 
22 
PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA COMPLETA: 
•Tipo de dieta; 
•Via de administração; 
•Tipo de administração; 
•Gotejamento; 
•Volume total; 
•Fracionamento; 
•Volume por tomada; 
•Horários; 
•Temperatura; 
•Características químicas da dieta; 
•Densidade Calórica (Kcal/ml); 
•Relação Kcal/ g N 
•Osmolaridade (mOsm/l) 
 
JUSTIFICATIVA DE CONDUTA: 
Cálculos Nutricionais; 
Prescrição da dieta. 
23 
Características 
da prescrição dietética 
 
 Considerar 
a natureza da doença 
aceitação da dieta pelo paciente 
Deve ser 
concisa e específica 
clara e inequívoca 
 intrinsecamente coerente 
 
 Não deve ser, desnecessariamente, 
 restrita ou complexa. 
 
24 
Dieta especial modificada 
com suplementação 
Dieta Enteral 
 ou parenteral 
Dieta Geral 
PLANEJAMENTO DIETOTERÁPICO 
 
Identificação da doença de base 
 
 
Avaliação nutricional 
 
Cálculo dos requerimentos nutricionais 
 
 
Selecionar via de acesso 
 
 
 
 
Suporte nutricional necessário 
 
25 
TERAPIA NUTRICIONAL: 
 
Conjunto de procedimentos terapêuticos 
para manutenção e/ou recuperação do 
EN do paciente por meio de nutrição 
oral, enteral e/ou parenteral. 
 
Para melhores resultados deve ser iniciada 
precocemente 
(até 72h após a internação e/ou 
estabilização hemodinâmica) 
 
FUNDAMENTOS 
 DO SUPORTE NUTRICIONAL 
Nutrição enteral 
26 
Alimentação por via enteral: 
 
• Fonte de nutrientes de forma isolada ou 
combinada, de composição definida ou 
estimada, especialmente formulado ou 
elaborado para o uso por sondas ou via 
oral. 
• Industrializado ou não, utilizado para 
substituir ou complementar a 
alimentação oral em pacientes 
desnutridos ou não, em regime 
hospitalar, ambulatorial ou hospitalar, 
visando a síntese e /ou manutenção dos 
tecidos, órgãos e sistemas. 
 (Port. MS/SVS n.484, 15/06/1998) 
 
27 
Vias possíveis de administração 
 de nutrientes: 
 
 - oral - enteral - parenteral 
 
A “escolha” da via de acesso depende de uma 
invertigação clínico-nutricional minuciosa: 
 
- avaliação do estado nutricional 
- determinação dos requerimentos nutricionais 
- escolha da melhor via de acesso 
- aplicação do plano dietoterápico 
- acompanhamento nutricional 
28 
Via oral: 
- implica em consumo voluntário de alimentos; 
- é a via mais fisiológica, devendo ser preservada, 
sempre estimulada e, PRIORITARIAMENTE utilizada. 
 
Caso haja o consumo insatisfatório de alimentos ... 
pode-se programar suplementação oral de nutrientes. 
Fatores que podem influenciar, 
 positiva ou negativamente 
o consumo e aceitação da alimentação: 
- aparência - odor - sabor 
- consistência e temperatura da refeição. 
 
O enfermo, geralmente apresenta alteração no paladar em 
conseqüência da doençae/ou estado nutricional. 
29 
ESQUEMA DE DECISÃO EM NUTRIÇÃO ENTERAL 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
MANUTENÇÃO REPOSIÇÃO 
TGI pode ser utilizado com segurança? 
SIM 
NÃO Nutrição 
 Parenteral 
Absorção intestinal apropriada? 
SIM 
NÃO 
Dieta de fórmula definida 
Dieta de fórmula específica 
Alimentação por mais de 1 mês 
SIM 
OSTOMIA 
NÃO 
Risco de Aspiração 
SONDA SIM 
NÃO 
SNE 
SNG 
SNE – sonda nasoentérica 
SNG – sonda nasogástrica 
 Legenda: 
30 
VIA ENTERAL 
ADMINISTRAÇÃO DE NUTRIENTES UTILIZANDO O 
TGI, POR MEIO DE SONDAS. 
 
INDICAÇÕES: nas situações onde a via oral é 
insuficiente para atender as necessidades 
nutricionais do indivíduo... 
 
As situações são, basicamente três- quando 
indivíduo: 
 
* não quer 
* não pode 
•não consegue ... 
... se alimentar. 
31 
 
Estas situações estão geralmente acompanhadas de 
alguma doença ou distúrbio: 
- inconsciência, anorexia severa, lesões orais e de 
esôfago, traumas (queimaduras de 3º grau, acidentes), 
câncer, má absorção, pós operatórios do aparelho 
digestório. 
 
 
CONTRA-INDICAÇÕES 
 PARA NUTRIÇÃO ENTERAL: 
 
- Íleo paralítico; 
- Obstruções intestinais completas; 
- Fístulas digestivas de alto débito; 
- Diarréia severa resistente à terapia 
 convencional; 
- Pancreatite aguda grave; 
- Choque. 
 
32 
 INDICAÇÕES 
PARA NUTRIÇÃO ENTERAL 
 
 - Lesões do SNC (estado comatoso), anorexia 
nervosa, AVC, doença de Parkinson, depressão 
grave; 
 - Neoplasias, quimioterapia e radioterapia em baixas 
dosagens; 
 - Queimaduras, infecções graves, traumas, cirurgias; 
- Ingestão oral inadequada ( inferior a 60% das 
necessidades) por 7-10 dias; 
-Desnutrição moderada com ing.oral inadequada; 
- Pós-operatórios (cirurgias de grande porte); 
- Disfagia grave (para consistência líquida) ; 
- Estenoses esofagianas, neoplasias orofaríngeas, 
esofágicas e gástricas; 
- Fístulas digestivas de baixo débito; 
- Síndrome do intestino curto - SIC (< 100cm restante 
de jejuno ou < 150 cm íleo), 
, - Má absorção, pancreatite crônica, gastroparesia, 
doença de Crohn. 
 
33 
Histórico da Nutrição enteral 
 
• Há mais de 2300 anos os egípcios já percebiam 
que alguns de seus enfermos apresentavam 
deficiências nutricionais. Portanto, administravam 
a estes enemas e irrigações nutritivas. 
• Os gregos adotaram os mesmos costumes e 
administravam via retal, compostas por vinho, 
soro, leite, etc. 
•- 1671- 1ª descrição de “alimentação forçada”; 
- 1790 - 1º caso publicado: sonda feita com osso de 
baleia, coberta com pele de enguia, via orogástrica- 
prob. com a fórmula; 
- 1879- BLISS expôs os benefícios da alimentação via 
retal (sonda + seringa); 
•1895 - MORRISSON- tubo de borracha- posição 
gástrica; 
• 
34 
•1910 - EINHORN- sonda de borracha no duodeno, por 
orifício no estômago. adm. de 30 ml a cada 2 h, com fluídos 
em temperatura ambiente; 
 
1918 - ANDRESEN- orifício com colocação de sonda no 
jejuno; 
1944 - CO TUI & MULHOLLAND - benefícios de dietas hiper 
hiper (hidrolizados de caseína e dextrinas); 
1952 - FALLIS &BARRON - alim. gástrica e duodenal com 
tubo de polietileno; 
1957 - GREENSTEIN - elaborou diata quimicamente definida 
(óleo, glicose, aminoácidos); 
1965 - WINITZ - elaborou dieta para uso na NASA; 
1969 - STEPHENS & RANDALL - dietas espaciais por cateteres 
siliconizados (pacientes cirúrgicos); 
1972 - LIFFMANN & RANDALL - tubos de fino calibre, 
flexíveis, para uso em NE, via jejunostomia. 
35 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ENTERAL 
• colocação de sondas pela 
 região nasal e posicionamento: 
• gástrico (nasogástrica) ou 
• intestinal - duodeno ou jejuno - 
(nasoduodenal ou nasojejunal) 
 
• abertura de um orifício (ostomia) para 
colocação de uma sonda, em posição gástrica 
(gastrostomia) ou duodenal ou jejunal 
 (duodenostomia ou jejunostomia). 
 
36 Nasogástrica/ 
Nasoenteral 
37 
VIAS DE ACESSO (ADMINISTRAÇÃO) 
Via de acesso Vantagens Desvantagens 
Gástrica (sondas naso ou 
orogástrica) 
 Maior tolerância para 
sobrecargas osmóticas e 
variedades de fórmulas, 
volume, facilidade de 
posicionamento 
 
Maior risco de aspiração em 
pacientes com dificuldade 
neuro motora de deglutição, 
vômitos e tosse podem 
deslocar a sonda. 
Entérica (sondas 
nasoentéricas – duodenais ou 
jejunais) 
 
Sondas de pequeno calibre 
 
 
Menor risco de aspiração, 
maior dificuldade de saída 
acidental da sonda, indicada 
nos casos de refluxo grave, 
retardo no EG, gastroparesias. 
Requer dietas normo a 
hiposmolares, não tolera 
grandes volumes, maior 
dificuldade de 
posicionamento. 
 
Verificação do posicionamento 
da sonda – raio X 
38 
VIAS DE ACESSO (ADMINISTRAÇÃO) 
Via de acesso Vantagens Desvantagens 
Ostomias 
 
 
Gastrostomia 
 
Enterostomia (jejunostomia) 
Indicada para suporte 
nutricional prolongado; podem 
ser feitas pelo método 
endoscópico. 
O método endoscópico não 
pode ser utilizado nos casos 
de ascite maciça, 
hepatomegalia, úlceras 
gástrica, diálise peritoneal 
contínua, peritonite. 
 
39 
40 
SONDAS ENTERAIS 
Acesso gástrico 
Acesso duodenal 
41 
SONDA DUODENAL 
Menor diâmetro 
Maior flexibilidade – maior facilidade de deslocamento 
42 
POSICIONAMENTO DE SONDAS: 
• nariz - estômago 
(naso- gástrica) 
•nariz - duodeno 
(naso- duodenal), 
•nariz - jejuno 
 (naso - jejunal); 
 
•estômago (gastrostomia); 
 
•jejuno (jejunostomia). 
 
* posição do paciente para a administração da dieta: 
sentado ou, no leito - com a cabeceira elevada - 45º 
43 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
INTERMITENTE E CONTÍNUA 
 
INTERMITENTE 
 “sistema aberto” 
 
• ADMINISTRADA EM PERÍODOS FRACIONADOS 
(INTERVALO DE 2 OU 3 OU 4 HORAS): 
 
 
• INTERMITENTE GRAVITACIONAL 
 
• INTERMITENTE EM “BOLO” 
44 
 
 
 
 
 
INTERMITENTE GRAVITACIONAL: 
 
• o frasco com a dieta é posicionado de forma a 
permitir que a dieta “escorra” pela sonda. 
• a entrada da dieta na sonda é controlada por uma pinça; 
• é o método mais utilizado na prática clínica. 
 
 INTERMITENTE EM “BOLO” : 
• utiliza-se uma seringa ou funil para a infusão; 
• é indicada somente quando a sonda está 
posicionada no estômago; 
• Aspectos negativos: 
• desconforto abdominal, 
• risco de diarréia 
• vômitos. 
45 
CONTÍNUA “sistema fechado”: 
Geralmente, realizada com a utilização de bomba de infusão, mas 
não necessariamente. 
 
Vantagens: 
• permite o controle da quantidade a ser infundida 
durante todo o período de 12 a 24 horas; 
• facilita a absorção dos nutrientes; 
• diminui intercorrências. 
 
Desvantagens: 
• o paciente fica “preso” à bomba, tornando mais 
difícil os deslocamentos; 
• custo da bomba. 
LIMPEZA DA SONDA: 
• ao final de cada administração de dieta - injetar água filtrada e 
fervida - 20-100ml. 
46 
TÉCNICA Caracterização Indicações 
 
Intermitente 
Bolo: injeção com seringa, 
100-350ml de dieta no 
estômago a cada 2-6h. 
Gravitacional: 100- 350 ml 
administrado por 
gotejamento. Pode ser 
utilizado bomba infusora. 
 
Pacientes com EG normal, 
NE domiciliar. 
 
Contínua 
Gravitacional ou por bomba 
infusora: 50-150ml/h em um 
período de 12-24h. 
Desnutridos graves (início da 
alimentação), retardo no EG. 
TÉCNICASDE ADMINISTRAÇÃO 
 DA DIETA ENTERAL 
47 
TÉCNICA Fisiologia Custo 
 
Intermitente 
similar à nutrição oral, a distensão gástrica 
estimula a secreção de sucos gástricos, 
aumento da contratilidade gástrica com 
aumento da velocidade de infusão ou do 
volume, pode haver retardo no EG e risco 
de aspiração. 
 
 
Baixo 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 DA DIETA ENTERAL 
48 
TÉCNICA Fisiologia Custo 
Contínua - Pode ocorrer distensão abdominal, 
hiperinsulinemia persistente com diminuição 
da lipólise , alcance mais rápido do VET 
desejado 
 
Alto 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 DA DIETA ENTERAL 
NE cíclica – 1- 12 h - contínua (período noturno) 
49 
CÁLCULO DO GOTEJAMENTO 
 
VOLUME TOTAL  N° horas ( período de administração da dieta) 
 3 
 
 
Exemplo: 
 
- Volume a ser administrado: 300ml 
- Período de administração: 50 min 
 
 1 ml = 20 gotas 
 
300 ml = 6.000 gotas  50 min = 120 gotas/min 
 
Ou... 60 gotas/30seg; ou... 30 gotas/15seg 
 
IMPORTANTE 
Fase inicial: admite-se um gotejamento de 60 gotas/min 
 
Fase de adaptação: aumento progressivo até 120 gotas /min 
 
50 
POSICIONAMENTO DO PACIENTE 
na administração da dieta 
 
• Durante a administração da dieta o paciente pode permanecer sentado ou deitado, 
porém com a cama elevada, de forma que a cabeça e o tórax estejam, no mínimo, a 
300 da horizontal. Ideal é que esteja a 450 
 
• A manutenção desta posição até 30 min após a infusão da dieta reduz o risco de 
aspiração. 
 
51 
Como é colocada a sonda? 
É introduzida suavemente pelo nariz, 
descendo até o estômago. O 
procedimento é simples, realizado no 
ambulatório e que não requer 
anestesia pois não é doloroso. 
Depende apenas da colaboração do 
paciente para "engolir" a sonda, o 
que não é difícil. 
 
A sonda incomoda ou dificulta 
alguma atividade? 
Não. Qualquer tarefa ou atividade 
poderá ser realizada sem nenhuma 
dificuldade. A sonda não atrapalha 
porque é muito fina e macia. Há uma 
pequeno incômodo no nariz no dia 
em que ela é colocada, entretanto, 
essa sensação logo desaparecerá. 
Estando bem alimentado o paciente 
ficará bem disposto. 
 
52 
O paciente que usa sonda ficará dependente 
de alguém para se alimentar? 
Não. A sonda não impede as tarefas do dia a dia. O 
paciente poderá fazer sua própria comida assim como 
alimentar-se sozinho. É importante, sempre que 
possível, que a alimentação seja colocada pelo próprio 
paciente, pois ele aprenderá, com o tempo, o jeito certo 
de fazê-lo. Somente os pacientes que possuem algum 
tipo de limitação (deficiência visual ou dificuldade de 
movimentos dos braços e mãos) precisarão de ajuda. 
 
A sonda será necessária para sempre? 
Não. Ela é um recurso utilizado apenas enquanto o 
paciente estiver impossibilitado de se alimentar pela 
boca. A sonda poderá ser retirada assim que o 
problema for corrigido. 
 
Como cuidar da sonda alimentar? 
Quando a sonda for colocada, o paciente e seus 
familiares receberão instruções sobre como usá-la. A 
nutricionista indicará a dieta mais adequada e 
fornecerá instruções sobre os acessórios para a 
introdução dos alimentos de limpeza da sonda. 
 
53 
 
O que fazer caso surja algum 
problema com a sonda? 
A maioria dos problemas com a 
sonda alimentar tem soluções 
simples. As complicações mais 
freqüentes são: 
• Obstrução por meio de alimentos 
ou remédios. 
• Saída acidental da sonda: nestes 
casos, procure a equipe 
especializada no hospital onde 
você está se tratando. 
54 
Algumas recomendações importantes: 
• A solução da dieta deve ser dada com o 
paciente sentado ou com a cabeceira elevada, 
caso o paciente esteja acamado. 
• O frasco com a preparação da dieta deve ser 
colocado bem alto, acima da cabeça. Na 
dúvida, peça orientação sobre como pendurar 
o frasco. 
 
• O gotejamento deve ser no máximo de 60 
gotas por minuto. Um fluxo muito rápido pode 
causar diarréias ou vômitos. 
 
• Antes de preparar a dieta, lave as mãos com 
água e sabão e seque, de preferência, com 
toalhas de papel. 
 
• Use água filtrada e fervida na preparação da 
solução. 
55 
• As soluções devem ser preparadas em 
quantidade suficiente para, no máximo, um dia. 
Os excessos podem estragar de um dia para o 
outro. 
 
• Liquidifique bem os alimentos e coe em 
peneiras finas. Se for necessário, coloque uma 
gaze na peneira. 
 
• Guarde a dieta na geladeira e retire 30 
minutos antes de usá-la. 
 
• Nunca introduza a solução muito quente ou 
muito gelada. Ela pode ser aquecida em banho-
maria, fora do fogo, até alcançar a temperatura 
ambiente. • 
56 
• O alimento pode ser oferecido pela boca se o 
paciente conseguir engolir. Se não conseguir 
engolir e desejar sentir o gosto do alimento, 
ele poderá mastigá-lo e cuspir em seguida. 
 
 
Limpeza do material 
 
Lave todo o material com sabão neutro e água, 
logo após o uso, enxaguando-o bem. No final 
do dia, deixe o material de molho por 30 
minutos em solução contendo água comum e 
água sanitária (para cada cinco copos de água 
comum, acrescentar uma colher de sopa de 
água sanitária). Guarde o material em lugar 
bem limpo e seco. 
www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=117 
57 
 
Importante: não esquecer de fornecer água, 
sucos e chás nos intervalos das refeições para 
evitar desidratação. 
 
• O medicamento que não for líquido 
(comprimido ou drágeas) também pode ser 
colocado através da sonda, desde que 
triturado até virar pó e diluído em água. 
• Após passar a dieta ou a medicação, a sonda 
deve ser lavada com 30ml de água. 
• Se possível, todos os utensílios devem ser 
exclusivamente destinados à alimentação do 
paciente e lavados diariamente. 
• Mesmo que o paciente não esteja mastigando 
os alimentos, mantenha sua boca bem limpa e 
seus dentes escovados para evitar cáries e 
infecções. 
• Passe vaselina ou manteiga de cacau nos 
lábios para evitar rachaduras e ressecamento 
das mucosas 
58 
CÁLCULO DA NECESSIDADE HÍDRICA DO 
INDIVÍDUO 
 
35- 40 ml/ Kg peso atual /dia 
 
Ou 
 
 1ml/kcal da dieta 
 na ausência de doenças renais, hepáticas e 
cardíacas 
 
59 
 CÁLCULO DA DENSIDADE CALÓRICA 
 
 É a relação entre quantidade de calorias ofertadas e 
o volume da dieta. 
 Expresso em kcal/ml. 
 É recomendado que seja em torno de 1 kcal/ml. 
 Valores superiores a 1,5 kcal/ml são compatíveis 
com dietas hiperosmolares. Pacientes desnutridos graves ou em jejum prolongado 
= recomenda-se iniciar com 1/3 -1/5 do GET no 
primeiro dia. 
 
Pacientes eutróficos ou moderadamente desnutridos = 
1/3 do GET no primeiro dia. 
 
CÁLCULO DA NECESSIDADE HÍDRICA DO INDIVÍDUO 
 35- 40 ml/ Kg peso atual /dia Ou 
 
 1 ml/kcal da dieta, na ausência de doenças renais, 
hepáticas e cardíacas 
 
ADEQUAÇÃO E EVOLUÇÃO DO GET 
60 
COMPLICAÇÕES NO USO 
DA NUTRIÇÃO ENTERAL 
 
em relação ...à sonda - à dieta 
... e a distúrbios metabólicos. 
 
Complicações quanto à sonda: 
 
• mau posicionamento (escolha do local; traquéia ao 
invés do esôfago); 
• mecânica (irritação/erosão nasofaríngea 
•entupimento 
• saída acidental ou proposital 
 
 (todas estas são contornáveis) 
61 
Complicações quanto à dieta: 
• DIARRÉIA 
• distensão abdominal 
• náuseas 
• cólicas 
• regurgitação 
• aspiração pulmonar 
 
Estas situações podem ser contornadas: 
 
• trocando-se a formulação,• modificando-se a técnicas de 
 administração, 
• associando-se algum medicamento, se indicado. 
 
62 
Complicações quanto aos desequilíbrios 
metabólicos : 
• hiperglicemia 
• hipercalemia 
• hipofosfatemia, entre outros. 
 Estes problemas podem ser decorrentes da patologia de 
base. Pode-se modificar a dieta para colaborar com o 
tratamento. 
 
Complicação mais comum 
relacionada à dieta: DIARRÉIA 
possui causas multifatoriais: 
• velocidade de adm. da dieta (deve ser lenta); 
• medicamentos de alta osmolaridade; 
• uso prolongado de antibióticos, destruindo a flora intestinal; 
• hipoalbuminemia (podendo dificultar a absorção) ; 
•má absorção ou outros distúrbios gastrointestinais; 
63 
 Quanto à fórmula da dieta: 
 alta osmolalidade; 
• intolerância aos componentes da dieta (ex.: lactose); 
• contaminação; 
• intolerância ao volume administrado. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DAS DIETAS 
- QUANTO AO/ A: 
 
• MODO DE PREPARO 
 
• VALOR NUTRICIONAL 
 
• VCT 
 
• COMPLEXIDADE DOS NUTRIENTES 
 
 
• ESPECIFICIDADE DA FÓRMULA 
 
• OSMOLALIDADE 
64 
QUANTO AO MODO DE PREPARO 
ARTESANAL: 
 com ingredientes caseiros 
(leite, ovos, farinhas, carnes, etc.) 
 
INDUSTRIALIZADA: 
• em pó (para reconstituição), 
• líquida (pronta para uso), 
• mista (alimentos + produtos industrializados e/ou 
módulos) 
 
QUANTO AO VALOR NUTRICIONAL 
 
• nutricionalmente completas 
• nutricionalmente incompletas 
• suplementação alimentar 
65 
QUANTO AO VALOR CALÓRICO TOTAL: 
• Normo - 50-60%(HC), 25-35%(lip), 10-15% 
(prot) 
• Hiper - acima dos valores descritos 
• Hipo - abaixo dos valores descritos 
 
QUANTO A COMPLEXIDADE 
DE NUTRIENTES: 
 
POLIMÉRICA: alimentos “intactos” 
 - proteínas, carboidratos e gorduras INTEIROS 
 
OLIGOMÉRICA: proteína/CHO hidrolisados; lipídios: 
TCL +TCM (+ vit/min) 
 
ELEMENTAR: aminoácidos, glicose 
 TCL + TCM (+ vit/min) 
66 
QUANTO A ESPECIFICIDADE 
 DA FÓRMULA: 
NÃO ESPECIALIZADA: 
• fórmulas poliméricas, para uso geral 
ESPECIALIZADA: 
• polimérica ou oligomérica ou elementar - com 
indicação para “poupar”determinados órgãos 
(intestino, pulmão, fígado, sist. imunológico ou uso em 
pediatria). 
 
QUANTO A OSMOLALIDADE 
ISOTÔNICA: 330 A 350 mOsm 
 
MODERADAMENTE HIPERTÔNICA: 
 350 a 550 mOsm 
 
HIPERTÔNICA: > 550 mOsm 
67 
FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA 
DA FÓRMULA PARA ALIMENTAÇÃO ENTERAL: 
Integridade do TGI 
 
Tipo de PTN, LIP, CH na fórmula de acordo com a 
capacidade digestiva e absortiva do paciente 
 Densidade calórica (Kcal/ml) e proporção Kcal:N 
 
Necessidades nutricionais do paciente 
 
Viscosidade da fórmula em relação ao tipo de 
equipamento para alimentação por sonda 
 Conteúdo de sódio, potássio e fósforo da fórmula, 
especificamente nos pacientes com disfunção 
renal, hepática e/ou cardíaca. 
 Custo da fórmula 
 
68 
Carboidratos Proteínas Lipídios 
Polissacarídeos 
Amido 
Amido modificado 
Cereais 
Vegetais 
Intacta 
Caseinato 
Proteína do leite 
Lactoalbumina 
Isolado protéico de soja 
 
Óleos de origem vegetal 
(milho, soja 
e girassol) 
 
Polímeros de Glicose 
Maltodextrina 
Xarope de milho 
Oligossacarídeos 
Proteína hidrolizada 
Redução da absorção protéica e 
Insuficiência pancreática 
Triglicerídeos de cadeia 
média (TCM) 
Dissacarídeos 
Sacarose – hidrólise do amido 
Lactose – hidrólise do leite 
Maltose – hidrólise de oligossacarídeos 
Aminoácidos 
 
Função renal e hepática alteradas 
Lecitina 
Ácidos graxos ômega-3 
Monossacarídeos 
Glicose (dextrose) 
Frutose 
COMPOSIÇÃO DAS FÓRMULAS ENTERAIS 
69 
MONITORAÇÃO DO PACIENTE 
 EM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL 
 
•Peso ( pelo menos 3x/semana) 
•Sinais de edema ou desidratação (diariamente) 
•Ingestão e eliminação de fluído (diariamente) 
•Ingestão dietética de calorias, ptns, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e 
fibras ( pelo menos 2x/semana) 
•Balanço nitrogenado (semanalmente) 
•Resíduos gástricos (diariamente a cada 4 horas) 
 
70 
•Verificação da função intestinal, incluindo 
consistência e freqüência ( diariamente) 
•Glicosúria (fase inicial- diariamente a cada 6h, 
diabéticos- diariamente) 
•Dosagem de eletrólitos como sódio, potássio e 
fósforo , hemograma, uréia e creatinina ( 2-3x/semana) 
•Dosagem de ptns séricas, cálcio, magnésio e teste de 
função hepática (semanalmente) 
 
MONITORAÇÃO DO PACIENTE 
 EM TERAPIA 
NUTRICIONAL ENTERAL 
71 
SIM 
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO 
 DE DIETAS ENTERAIS 
Avaliação da alimentação via oral 
NÃO 
dieta via oral dieta enteral 
consistência 
normal 
SIM NÃO 
distúrbio metabólico? 
SIM NÃO 
dieta geral 
Dieta apropriada dieta 
enteral 
especialzada 
dieta 
enteral 
conven-
cional 
72 
Na presença de algum distúrbio metábolico, consegue 
digerir ou absorver nutrientes intactos ? 
 
SIM: dieta especializada, podendo ser polimérica. Ex.: 
nefropatia 
 
NÃO: dieta especializada, de preferência, com 
hidrolizados ou módulos ex.: insuficiência hepática 
 
Se não apresenta distúrbio metábolico, consegue digerir 
ou absorver nutrientes intactos ? 
 
SIM: dieta convencional polimérica. 
Ex.: AVC 
 
NÃO: dieta especializada, com hidrolizados ou 
elementar ou módulos. ex.: diarréia 
73 
As dietas enterais utilizadas 
em condições especiais: 
 
• nas insuficiências: renal, 
 respiratória e hepática; 
 
• na imunossupressão; 
 
• nas situações de estresse... 
 
...serão abordadas quando estudadas 
individualmente. 
 
 
74 
ESCLARECIMENTOS: 
OSMOLALIDADE x OSMOLARIDADE 
Ambas são medidas de pressão osmótica exercida pela 
solução, ou seja, medem a concentração das partículas 
osmoticamente ativas nessa solução. 
 A osmolaridade das dietas líquidas é muito importante. 
As dietas hipertônicas podem causar diarréia e desconforto em 
pacientes que estão sob dieta enteral. 
 As fórmulas hiperosmolares, inicialmente, devem ser 
administradas de forma gradual. 
Osmolalidade baixa minimizam o risco de diarréia osmótica, 
proporcionando maior segurança na administração. 
 
 
Os solutos que devem ser excretados na urina são 
denominados carga de soluto renal. 
 A carga de soluto renal determina o volume de água requerido 
para formar urina. As substâncias que contribuem para a carga 
de soluto renal são sódio, potássio, cloreto e uréia. 
 
 Osmolaridade 
 (OmOsm/l) 
 Osmolalidade 
(mOsm/kg/H2O) 
75 
 
Albumina é a + abundante proteína circulante do plasma e dos líquidos 
extracelulares e tem iportância preponderante na determinação da 
pressão colóido-osmótica do plasma. Também exerce função de 
proteína de transporte (Ca, Cu, ác. graxos cad. longa, etc.). 
Existem dois pools de albumina em rápido equilíbrio: intravascular e 
extravascular, com fluxo nítido de albumina do primeiro ao segundo 
de + baixa concentração. 
A hipoalbuminemia depende de vários fatores. 
 No trauma e sepse a síntese da albumina está reduzida, o seu 
catabolismo aumentado e, devido à permeabilidade alterada da 
membrana celular, verifica-se uma passagem transcapilar de 
albumina para o espaço extravascular. Este fato é responsável por 
“seqüestro”no espaço extravascular de Ca, Cu, ác. graxos cad. longa, 
aminoácidos, etc. 
Rotina Técnica - Terapia de nutrição parenteral/enteral: 
BRASIL. Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 272, de 08de abril de 1998. Regulamento técnico para a terapia de nutrição parenteral. Diário Oficial 
da União da República Federativa do Brasil. Brasília, n. 71-E, p. 78-91, 15 de abr 
1999. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária, Resolução da Diretoria 
Colegiada – RCD n° 63, de 6 de julho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico para fixar 
os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. Diário Oficial da União 
da República Federativa do Brasil Brasília, 6 jul. 2000. 
76 
Resolução da Diretoria Colegiada – RCD n° 63, de 6 de 
julho de 2000. 
 
 A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária no uso da atribuição que lhe confere o art. 11 inciso IV do 
Regulamento da ANVISA aprovado pelo decreto 3.029, de 16 de abril 
de 1999, c/c o § 1° do Art. 95 do Regimento Interno aprovado pela 
Resolução n° 1, de 26 de abril de 1999, em reunião realizada em 29 de 
junho de 2000, adota a seguinte resolução de Diretoria Colegiada e eu, 
Diretor-Presidente, determino a sua publicação: 
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para fixar os requisitos 
mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral, constante do 
Anexo desta Portaria. 
 
 
1. OBJETIVO 
 
1.1. Este Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos 
exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. 
 
77 
 3. DEFINIÇÕES 
 Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as seguintes definições: 
 3.1. Empresas Prestadoras de Bens e ou Serviços (EPBS): organização capacitada, de acordo 
com a Legislação vigente, para oferecer bens e ou serviços em Terapia Nutricional . 
 3.2. Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN): grupo formal e obrigatoriamente 
constituído de pelo menos um profissional de cada categoria, a saber: médico, nutricionista, 
enfermeiro e farmacêutico, podendo ainda incluir profissional de outras categorias, habilitados 
e com treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional-TN. 
 3.3.Farmácia: estabelecimento que atende à legislação sanitária vigente específica (Federal, 
Estadual, Municipal e do Distrito Federal), com instalações para fornecimento e armazenamento 
de NE industrializada, quando se fizer necessário. 
 3.4. Nutrição Enteral (NE): alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, 
na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente 
formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada 
exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes 
desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, 
ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. 
 3.5. Nutrição Enteral em Sistema Aberto: NE que requer manipulação prévia à sua 
administração, para uso imediato ou atendendo à orientação do fabricante. 
 3.6. Nutrição Enteral em Sistema Fechado: NE industrializada, estéril, acondicionada em 
recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conexão ao equipo de administração. 
 3.7. Prescrição dietética da NE: determinação de nutrientes ou da composição de nutrientes da 
NE, mais adequada às necessidades específicas do paciente, de acordo com a prescrição 
médica. 
78 
 3.8. Prescrição médica da Terapia de Nutrição Enteral-TNE: determinação 
das diretrizes, prescrição e conduta necessárias para a prática da TNE, 
baseadas no estado clínico nutricional do paciente. 
 3.9.Sala de manipulação de NE: sala sanitizada, específica para a 
manipulação de nutrição enteral, atendendo às exigências das Boas 
Práticas de Preparação de Nutrição Enteral-BPPNE (Anexo II). 
 3.10. Terapia de Nutrição Enteral (TNE): conjunto de procedimentos 
terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do 
paciente por meio de NE. 
 3.11. Terapia Nutricional (TN): conjunto de procedimentos terapêuticos para 
manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da 
Nutrição Parenteral ou Enteral. 
 3.12. Unidade de Nutrição e Dietética (UND): unidade que seleciona, 
adquire, armazena e distribui insumos, produtos e NE industrializada ou 
não, produz bens e presta serviços, possuindo instalações e equipamentos 
específicos para a preparação da NE, atendendo às exigências das BPPNE, 
conforme Anexo II. 
 3.13. Unidade Hospitalar (UH): estabelecimento de saúde destinado a 
prestar assistência à população na promoção da saúde e na recuperação e 
reabilitação de doentes 
 
79 
 4. CONDIÇÕES GERAIS 
 4.1. As UH e as EPBS que realizem procedimentos de TNE devem possuir licença de 
funcionamento concedida pelo órgão sanitário competente 
 4.2. As UH e as EPBS interessadas em realizar procedimentos de TNE devem solicitar o seu 
cadastramento, conforme Anexo V, à autoridade sanitária local. 
 4.3. A complexidade da TNE exige o comprometimento e a capacitação de uma equipe 
multiprofissional para garantir a sua eficácia e segurança para os pacientes. 
 4.4. A TNE deve abranger obrigatoriamente as seguintes etapas: 
 4.4.1. Indicação e prescrição médica 
 4.4.2. Prescrição dietética 
 4.4.3. Preparação, conservação e armazenamento 
 4.4.4. Transporte 
 4.4.5. Administração 
 4.4.6. Controle clínico laboratorial 
 4.4.7. Avaliação final 
 4.5. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a procedimentos 
escritos específicos e serem devidamente registradas, evidenciando as 
ocorrências na execução dos procedimentos. 
 4.6. As UH e as EPBS que queiram habilitar-se à prática da TNE devem contar 
com: 
 4.6.1. Sala de manipulação que atenda às recomendações da BPPNE, sempre 
que se optar pela utilização de NE em sistema aberto 
 4.6.2. EMTN - grupo formal e obrigatoriamente constituído de, pelo menos, um 
profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, 
a saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir 
profissionais de outras categorias a critério das UH e ou EPBS, com as 
respectivas atribuições descritas no Anexo I. 
 
80 
 ..... 
 4.9. Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: indicar, 
prescrever e acompanhar os pacientes submetidos à TNE. 
 4.10. Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: 
realizar todas a operações inerentes à prescrição dietética, composição e 
preparação da NE, atendendo às recomendações das BPPNE, conforme 
Anexo II 
 4.11. Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: 
 adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, a NE industrializada, 
quando estas atribuições, por razões técnicas e ou operacionais, não forem 
de responsabilidade do nutricionista; 
81 
 5. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 
 Na aplicação deste Regulamento são adotadas as seguintes condições 
específicas: 
 5.1. Indicação 
 5.1.1. O médico é responsável pela indicação da TNE. 
 5.1.2. A indicação da TNE deve ser precedida da avaliação nutricional do 
paciente que deve ser repetida, no máximo, a cada 10 dias. 
 5.1.3. São candidatos à TNE os pacientes que não satisfazem suas necessidades 
nutricionais com a alimentação convencional, mas que possuam a função do 
trato intestinal parcial ou totalmente íntegra. 
 5.2. Prescrição 
 5.2.1. O médico é responsável pela prescrição médica da TNE. 
 5.2.2. O nutricionista é responsável pela prescrição dietética da NE. 
 5.2.3. A prescrição dietética deve contemplar o tipo e a quantidade dos 
nutrientes requeridos pelo paciente, considerando seu estado mórbido, estado 
nutricional e necessidades nutricionais e condições do trato digestivo. 
 5.2.4. A TNE deve atender a objetivos de curto e longo prazos. 
 5.2.4.1. Entende-secomo curto prazo a interrupção ou redução da progressão 
das doenças, a cicatrização das feridas, a passagem para nutrição normal e a 
melhora do estado de desnutrição. 
 5.2.4.2. Entende-se por longo prazo a manutenção do estado nutricional normal 
e a reabilitação do paciente em termos de recuperação física e social. 
 5.2.4.3. Em casos excepcionais a TNE pode substituir definitivamente a nutrição 
oral. 
82 
 5.3. Preparação 
 5.3.1. O nutricionista é responsável pela supervisão da preparação da NE. 
 5.3.2. A preparação da NE envolve a avaliação da prescrição dietética, a 
manipulação, o controle de qualidade, a conservação e o transporte da NE e 
exige a responsabilidade e a supervisão direta do nutricionista, devendo ser 
realizada, obrigatoriamente, na UH ou EPBS, de acordo com as recomendações 
das BPPNE, conforme Anexo II. 
 5.3.3. Os insumos e recipientes adquiridos industrialmente para o preparo da 
NE, devem ser registrados nos órgãos competentes, quando obrigatório, e 
acompanhados do Certificado de Análise emitido pelo fabricante, garantindo a 
sua pureza físico-química e microbiológica, bem como o atendimento às 
especificações estabelecidas. 
 5.3.4. A NE preparada na sala de manipulação da UH e ou EPBS deve atender 
às exigências das BPPNE (Anexo II). 
 5.3.5. A avaliação da prescrição dietética da NE quanto à sua adequação, 
concentração e compatibilidade físico-química de seus componentes e 
dosagem de administração, deve ser realizada pelo nutricionista antes do início 
da manipulação, compartilhada com o farmacêutico quando se fizer 
necessário. 
 5.3.5.1. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser discutida com o 
nutricionista responsável por esta, que se reportará ao médico sempre que 
envolver a prescrição médica. 
 5.3.5.2. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser registrada e 
comunicada à EMTN. 
 5.3.6. Os insumos, recipientes e correlatos para preparação da NE devem ser 
previamente tratados para garantir a sua assepsia e inspecionados 
visualmente, quanto à presença de partículas estranhas. 
83 
 5.3.7. A manipulação da NE deve ser realizada em área específica para este fim, de 
acordo com as BPPNE 
 5.3.8. A manipulação da NE deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo 
procedimentos escritos e validados. 
 5.3.9. O nível de qualidade da manipulação da NE deve ser assegurado pelo controle em 
processo, conforme item 4.5. das BBPNE, Anexo II. 
 5.3.10. A NE deve ser acondicionada em recipiente atóxico, compatível físico-
quimicamente com a composição do seu conteúdo. O recipiente deve manter a qualidade 
físico-química e microbiológica do seu conteúdo durante a conservação, transporte e 
administração. 
 5.3.11. A NE deve ser rotulada com identificação clara do nome do paciente, composição 
e demais informações legais e específicas, conforme item 4.5.4.2. do Anexo II, para a 
segurança de sua utilização e garantia do seu rastreamento. 
 5.3.12. Após a manipulação, a NE deve ser submetida à inspeção visual para garantir a 
ausência de partículas estranhas, bem como precipitações, separação de fases e 
alterações de cor não previstas, devendo ainda ser verificada a clareza e a exatidão das 
informações do rótulo. 
 5.3.13. De cada sessão de manipulacão de NE preparada devem ser reservadas 
amostras, conservadas sob refrigeração (2ºC a 8ºC), para avaliação microbiológica 
laboratorial, caso o processo de manipulação não esteja validado. 
 5.3.14. As amostras para avaliação microbiológica laboratorial devem ser 
estatisticamente representativas + 1 de uma sessão de manipulação, colhidas 
aleatoriamente durante o processo, caso o mesmo não esteja validado, sendo “n” o 
número de NE preparadas. 
 5.3.15. Recomenda-se reservar amostra de cada sessão de preparação para contraprova, 
devendo neste caso, ser conservada sob refrigeração (2ºC a 8ºC) durante 72 horas após o 
seu prazo de validade. 
 5.3.16. A garantia da qualidade da NE pode ser representada pelo resultado do controle 
em processo (Anexo II item 4.5) e do controle de qualidade da NE (Anexo II item 4.6.2) 
 5.3.17. Somente são válidas, para fins de avaliação microbiológica, as NE nas suas 
embalagens originais invioladas ou em suas correspondentes amostras. 
84 
 5.4. Conservação 
 5.4.1. A NE não industrializada deve ser administrada imediatamente após a sua manipulação. 
 5.4.2. Para a NE industrializada devem ser consideradas as recomendações do fabricante. 
 5.5. Transporte 
 5.5.1. O transporte da NE deve obedecer a critérios estabelecidos nas normas de BPPNE, conforme Anexo 
II. 
 5.5.2. O nutricionista é responsável pela manutenção da qualidade da NE até a sua entrega ao 
profissional responsável pela administração e deve orientar e treinar os funcionários que realizam o seu 
transporte. 
 5.6. Administração 
 5.6.1. O enfermeiro é o responsável pela conservação após o recebimento da NE e pela sua 
administração. 
 5.6.2. A administração da NE deve ser executada de forma a garantir ao paciente uma terapia segura e 
que permita a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando materiais e técnicas padronizadas, de 
acordo com as recomendações das BPANE, conforme Anexo III. 
 5.6.3. A NE é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida para outro tipo de 
recipiente. A necessidade excepcional de sua transferência para viabilizar a administração só pode ser 
feita após aprovação formal da EMTN. 
 5.6.4. A via de administração da NE deve ser estabelecida pelo médico ou enfermeiro, por meio de 
técnica padronizada e conforme protocolo previamente estabelecido. 
 5.6.5. A utilização da sonda de administração da NE não é exclusiva, podendo ser empregada para 
medicamentos e outras soluções quando necessário. 
85 
 5.7. Controle Clínico e Laboratorial 
 5.7.1. O paciente submetido à TNE deve ser controlado quanto à eficácia do tratamento, 
efeitos adversos e alterações clínicas que possam indicar modificações da TNE. 
 5.7.2. O controle do paciente em TNE deve ser realizado periodicamente e contemplar: 
ingressos de nutrientes, tratamentos farmacológicos concomitantes, sinais de intolerância 
à NE, alterações antropométricas, bioquímicas, hematológicas e hemodinâmicas, assim 
como modificações em órgãos, sistemas e suas funções. 
 5.7.3. Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as conseqüentes 
alterações na formulação ou via de administração da NE devem constar na história clínica 
do paciente. 
 
 
 5.8. Avaliação Final 
 5.8.1. Antes da interrupção da TNE o paciente deve ser avaliado em relação à: 
 5.8.1.1. capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por alimentação 
convencional; 
 5.8.1.2. presença de complicações que ponham o paciente em risco nutricional e ou de 
vida e 
 5.8.1.3. possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas médicas e 
legais. 
 
86 
 5.9. Documentação Normativa e Registros 
 5.10. Inspeções 
 Anexo I - Atribuições da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional 
(EMTN) 
 Anexo II - Boas Práticas de Preparação de Nutrição Enteral (BPPNE) 
 Anexo III - Boas Práticas de Administração da Nutrição Enteral (BPANE) 
 Anexo IV - Roteiros de Inspeção 
 A - Identificação da Empresa e Inspeção das Atividades da EMTN. 
 B - Preparação de Nutrição Enteral 
 C - Administração de Nutrição Enteral 
87 
 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL 
E TERAPIA NUTRICIONAL (EMTN) PARA A PRÁTICA DA TNE 
 
 1. OBJETIVO 
 
 Esta recomendação estabelece as atribuições da EMTN, especificamente, para a 
prática da TNE. 
 
 2. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
 2.1. Para a execução, supervisão e avaliação permanentes, em todas as etapas 
da TNE, é condiçãoformal e obrigatória a constituição de uma equipe 
multiprofissional. 
 2.2. Por se tratar de procedimento realizado em paciente sob cuidados especiais 
e para garantir a vigilância constante do seu estado nutricional, a EMTN para 
TNE deve ser constituída de, pelo menos, 1 (um) profissional de cada categoria, 
com treinamento específico para esta atividade, a saber: médico, nutricionista, 
enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras 
categorias a critério das UH e ou EPBS. 
 2.3. No caso do uso eventual de TNE a não existência da EMTN deve ser 
justificada mediante a apresentação, pela UH, de alternativa de atuação para 
prévia avaliação da autoridade sanitária. 
 2.4. A EMTN deve ter um coordenador técnico-administrativo e um coordenador 
clínico, ambos membros integrantes da equipe e escolhidos pelos seus 
componentes. 
88 
 3. ATRIBUIÇÕES GERAIS DA EMTN 
 Compete a EMTN: 
 3.1. Estabelecer as diretrizes técnico-administrativas que devem nortear as atividades da 
equipe e suas relações com a instituição. 
 3.2. Criar mecanismos para o desenvolvimento das etapas de triagem e vigilância nutricional 
em regime hospitalar, ambulatorial e domiciliar, sistematizando uma metodologia capaz de 
identificar pacientes que necessitam de TN, a serem encaminhados aos cuidados da EMTN. 
 3.3. Atender às solicitações de avaliação do estado nutricional do paciente, indicando, 
acompanhando e modificando a TN, quando necessário, em comum acordo com o médico 
responsável pelo paciente, até que seja atingido os critérios de reabilitação nutricional pré-
estabelecidos. 
 3.4. Assegurar condições adequadas de indicação, prescrição, preparação, conservação, 
transporte e administração, controle clínico e laboratorial e avaliação final da TNE, visando 
obter os benefícios máximos do procedimento e evitar riscos. 
 3.5. Capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a aplicação do 
procedimento, por meio de programas de educação continuada, devidamente registrados. 
 3.6. Estabelecer protocolos de avaliação nutricional, indicação, prescrição e 
acompanhamento da TNE. 
 3.7. Documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TNE visando a garantia 
de sua qualidade. 
 3.8. Estabelecer auditorias periódicas a serem realizadas por um dos membros da EMTN, 
para verificar o cuprimento e o registro dos controles e avaliação da TNE. 
 3.9. Analisar o custo e o benefício no processo de decisão que envolve a indicação, a 
manutenção ou a suspensão da TNE. 
 3.10. Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos aos 
pacientes e aos aspectos operacionais da TNE. 
 
89 
 6. ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA 
 Compete ao nutricionista: 
 6.1. Realizar a avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores 
nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo pré-estabelecido, de 
forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional . 
 6.2. Elaborar a prescrição dietética com base nas diretrizes estabelecidas na 
prescrição médica. 
 6.3. Formular a NE estabelecendo a sua composição qualitativa e quantitativa, seu 
fracionamento segundo horários e formas de apresentação. 
 6.4. Acompanhar a evolução nutricional do paciente em TNE, independente da via 
de administração, até alta nutricional estabelecida pela EMTN. 
 6.5. Adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com base na 
evolução nutricional e tolerância digestiva apresentadas pelo paciente. 
 6.6. Garantir o registro claro e preciso de todas as informações relacionadas à 
evolução nutricional do paciente. 
 6.7. Orientar o paciente, a família ou o responsável legal, quanto à preparação e à 
utilização da NE prescrita para o período após a alta hospitalar. 
 6.8. Utilizar técnicas pré-estabelecidas de preparação da NE que assegurem a 
manutenção das características organolépticas e a garantia microbiológica e 
bromatológica dentro de padrões recomendados na BPPNE (anexo II). 
 6.9. Selecionar, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, os insumos 
necessários ao preparo da NE, bem como a NE industrializada. 
90 
 6.10. Qualificar fornecedores e assegurar que a entrega dos insumos e NE industrializada 
seja acompanhada do certificado de análise emitido pelo fabricante. 
 6.11. Assegurar que os rótulos da NE apresentem, de maneira clara e precisa, todos os 
dizeres exigidos no item 4.5.4 - Rotulagem e Embalagem da BPPNE (Anexo II) . 
 6.12. Assegurar a correta amostragem da NE preparada para análise microbiológica, 
segundo as BPPNE. 
 6.13. Atender aos requisitos técnicos na manipulação da NE. 
 6.14. Participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações de NE. 
 6.15. Organizar e operacionalizar as áreas e atividades de preparação. 
 6.16. Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de 
educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores, bem como para 
todos os profissionais envolvidos na preparação da NE. 
 6.17. Fazer o registro, que pode ser informatizado, onde conste, no mínimo: 
 a) data e hora da manipulação da NE 
 b) nome completo e registro do paciente 
 c) número seqüencial da manipulação 
 d) número de doses manipuladas por prescrição 
 e) identificação (nome e registro) do médico e do manipulador 
 f) prazo de validade da NE. 
 6.18. Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos aos 
aspectos operacionais da preparação da NE. 
 6.19. Supervisionar e promover auto-inspeção nas rotinas operacionais da preparação da 
NE 
 
91 
FUNDAMENTOS 
 DO SUPORTE NUTRICIONAL 
parenteral Profª. Africa Isabel Cruz Perez 
 
- método de alimentação por meio de fluidos 
administrados por via parenteral, os quais 
contém os elementos nutricionais requeridos 
para a manutenção do metabolismo corporal 
normal. 
92 
NNUTRIÇÃO PARENTERAL 
1CONCEITO: É o fornecimento de 
macronutrientes, micronutrientes e água por via 
intravenosa. 
 
2OBJETIVO PRINCIPAL: Manter ou melhorar o 
E.N dos pacientes que apresentem 
impossibilidade total ou parcial de utilização do 
TGI para se alimentarem. 
 
21 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS: Melhor resposta 
terapêutica da doença; aumento da sobrevida e 
diminuição do tempo de internação hospitalar, 
menor incidência de complicações advindas da 
doença. 
 
93 
EMTN – EQUIPE MULTIPROFISSIONAL 
DE TERAPIA NUTRICIONAL 
ATUAÇÃO DA EMTN 
 
O propósito da atuação da EMTN é auxiliar os 
profissionais responsáveis pela assistência aos 
pacientes internados na avaliação e 
administração da terapia de nutrição parenteral 
e enteral. A EMTN está disponível para 
consultoria e assessoria e também realiza 
visitas periódicas de avaliação aos pacientes 
em terapia nutricional. 
 
A Terapia Nutricional e a atuação da ENTM 
estão regulamentadas pela Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde – 
Portarias 272 de 1998 e 63 de 2000 
(www.anvisa.gov.br) 
 
94 
INDICAÇÕES DA NPT 
• SIC – SINDROME DO INTESTINO CURTO 
• fístulas enterocutâneas de alto débito (>500ml/dia) 
• íleo paralítico prolongado 
• jejum por via oral superior a uma semana durante tratamento clínico ou pré-
operatório 
•desnutrição grave 
• anorexia - disfagia 
•transtornos da digestão e absorção; 
• outras situações (consumo de alimentos via oral é mal tolerado); 
• indicação de repouso intestinal completo; 
• coma hepático, insuficiência renal e outros distúrbios metabólicos (com preparação 
bem ajustada oferecerá benefícios terapêuticos); 
• pancreatite aguda e doenças inflamatórias intestinais (alimentos são mal 
tolerados);• câncer, malformações congênitas, 
• transtornos vasculares e neurológicos; 
• quadros hipermetabólicos 
• aporte exclusivo ou suplementação de nutrientes por via venosa 
95 
 INDICAÇÕES RELATIVAS 
- fístulas enterocutâneas de baixo débito e desnutrição 
moderada. 
CCONTRA-INDICAÇÕES 
- TGI passível de ser utilizado, pacientes 
hemodinamicamente instáveis (hipovolêmicos, choque 
cardiogênico ou séptico e pacientes anúricos). 
NUTRIÇÃO PARENTERAL 
 
 N P TOTAL (NPT) - 
TODOS OS NUTRIENTES são administrados por 
via parenteral 
 
 N P “PARCIAL” 
 são oferecidos 1 ou + nutrientes por via 
parenteral 
96 
VIAS DE ACESSO 
 
 CENTRAL: 
 Inserção de catéter venoso central: 
•subclávia infraclavicular, 
•subclávia supraclavicular, 
•jugular interna, basílica ou safena (dissecção) 
•Em crianças: jugular externa, facial, axilar, safena 
(dissecção) 
 
PERIFÉRICO: (NPP): 
 
administração em vasos sangüíneos menos 
calibrosos 
 
97 
. ACESSO VENOSO CENTRAL = Infusão por cateter 
em veias de grande diâmetro (VCS ou jugulares 
internas). Também chamada de Nutrição Parenteral Total 
(NPT). 
 CARACTERISTICAS DA NPT 
-Geralmente fornecem o suporte nutricional total; 
 
-Veias de maior diâmetro e fluxo sangüíneo 
(Subclávia infra e supraclavicular, jugular interna) toleram soluções 
mais hiperosmolares devido a rápida diluição e 
distribuição dos nutrientes; 
- O cateter central deve ser utilizado apenas para 
administração de nutrientes e não para derivados de 
sangue ou medicamentos. 
- É capaz de suprir energia suficiente para o anabolismo, 
até 4000kcal/dia se for necessário 
VIAS DE ACESSO 
DA NUTRIÇÃO PARENTERAL 
98 
NUTRIÇÃO PARENTERAL PERIFÉRICA 
(NPP) 
 
(administração em veias de extremidades- 
menos calibrosas) 
 
Geralmente utilizada para a adm. de emulsões 
lipídicas- menor osmolaridade final. 
 
Indicações: pediatria; adultos - com duração 
moderada (1-3 semanas) 
Acesso simples:(butterfly e cânulas 
Complicações: oferta excessiva de fluidos, 
tromboflebite, intolerância a lipídios. 
 
99 
AACESSO VENOSO PERIFÉRICO 
 Infusão por cateter em veias periféricas principalmente 
nos membros superiores. Também chamada de Nutrição 
parenteral periférica (NPP), normalmente funciona como 
adjunto da terapia nutricional, não oferecendo o suporte 
nutricional total. 
CCARACTERISTICAS DA NPP 
FFornece suporte calórico complementar, mantendo a 
osmolaridade da solução. 
 A ingestão energética pode variar de 700-1800 Kcal/dia. 
-Soluções hiperosmolares (> 600mOsm/l) freqüentemente 
causam flebite em veias periféricas, limitando seu acesso e 
infiltração em tecidos subcutâneos. 
- Tem como objetivo principal preservar o EN de um paciente 
previamente nutrido submetido a um período curto de jejum 
por via oral. 
 
100 
101 
102 
103 
Alimentação por veia central (NPT) 
1. Incapacidade de tolerar a ingestão enteral durante 
mais de 7 dias 
 2. TMB moderada a gravemente aumentada 
 
3. Desnutrição moderada à grave, não corrigível com a 
alimentação enteral 
 4. Insuficiência cardíaca, renal e/ou hepática, que 
requeiram restrição hídrica 
 5. Acesso limitado às veias periféricas, com 
possibilidade de acesso da veia central 
 
INDICAÇÕES PARA O USO 
 DO ACESSO VENOSO CENTRAL 
104 
Alimentação por veia periférica (NPP) 
 
1. Ingestão enteral interrompida, mas com 
previsão de recomeço em 5-7 dias 
 
2. Suplementação à alimentação enteral ou 
como fase de transição 
 
3. Desnutrição leve a moderada 
 
4. TMB normal ou levemente elevada 
 
5. Ausência de insuficiência orgânica que 
requeira restrição hídrica 
 
INDICAÇÕES PARA O USO 
DO ACESSO VENOSO PERIFÉRICO 
105 
Preparação das soluções de NP 
 
 Confecção das misturas nutritivas: 
- ambiente e manuseio absolutamente assépticos; 
- as soluções não podem ser armazenadas por longo prazo, 
nem expostas a temperaturas elevadas (risco de 
contaminação e reação química entre glicose e aa - 
Maillard) 
- estocagem em geladeira - máximo 24 h. 
 
SISTEMA DE INFUSÃO - NP 
• Frascos de adm: vidro / bolsa plástica 
• Filtro esterilizante e bomba de infusão contínua 
• Equipo de NP: uso exclusivo; 
•Cuidados gerais com o curativo, equipo, etc. 
106 
107 
108 
PREPARO DA SOLUÇÃO DE NP 
109 
COMPOSIÇÃO DAS SOLUÇÕES 
GEB: equação HB / GET: GEB + FA + FI 
 
Fontes calóricas + utilizadas: 
- glicose hipertônica (concent. variam de 5-70%) 
(dextrose: glicose monohidratada 
 
- emulsões lipídicas (fonte de AGE- ômega 3 e 6 e energia - 
20-30% do VCT ) 
 (concent. variam de 10-30%) 
Fonte protéica: 
- aminoácidos: 0,8 - 1,0 g/kg/dia (pode chegar até 
1,5 - 2,0 g/kg/dia) (concent. variam de 10-20%) 
Água + vitaminas + oligo elementos 
 
 MISTURAS 2 EM 1: 
 glicose + aminoácidos + 
 vitaminas + minerais 
 
 MISTURAS 3 EM 1: 
 glicose + aminoácidos + lipídios 
 vitaminas + minerais 
110 
A energia disponível nos alimentos 
é a seguinte: 
 
 Carboidratos = 4,0 kcal/g 
 Lipídeo = 9,0 kcal/g 
 Proteína = 4,0 kcal/g 
 
Na NP considerar: 
 Glicose = 3,4 kcal/g 
 Lipídeo = 11,0 kcal/g 
 Proteína = 4,0 kcal/g 
 
A administração pode ser: 
-contínua - durante 24 h 
(“menos fisiológica”) 
-cíclica – intermitente 
 (“+ fisiológica) 
IMPORTANTE: 
111 
 ASPECTO QUALITATIVO –TIPOS DE 
SOLUÇÕES PARA N.P 
 
CARBOIDRATOS: Glicose monoidratada em solução 
hipertônica. 
- Necessidades diárias = 4 – 5 mg /kg/ min. 
 Concentração de glicose: 5 – 10 – 20 – 25 – 50 – 70%. 
Ex. Uma solução que contenha 500ml com glicose a 
50% - oferece 250g de glicose, e portanto 1000 kcal. 
IMPORTANTE: Quanto maior a concentração de Glicose 
de uma solução, maior será a produção de CO2, o Q.R e 
o consumo de O2. 
PROTEINAS: Soluções de Aas cristalinos sintéticos 
essenciais e não essenciais. 
112 
 Infusão máxima: 2,5g/kg/dia (Necessidade diária = 1-3 g/kg/dia) 
-Síndrome de sobrecarga de gordura = caracterizada 
por hepatomegalia, icterícia e trombocitopenia. 
-Contra-indicações: Alergia a ovos, hiperlipidemia 
MICRONUTRIENTES. VITAMINAS 
- Vitaminas A- D – E = Aderem aos frascos de plástico, 
diminuindo sua concentração em 24h em até 60%; 
- Vitaminas do complexo B = acima de 8h de 
exposição a luz, diminuem de 47 –100% a sua 
concentração; Idem para Vitamina C. 
LIPÍDIOS (Sol. Isotônicas). 
Concentrações: Soluções 10% = 1,1 kcal/ml 
 - Soluções 20% = 2,1 kcal/ml 
 - Fontes: óleos de soja e /ou açafrão 
113 
Complicações e sua prevenção 
 
- relacionadas ao cateter 
• trombose venosa, infecção/ contaminação, 
pneumotórax, hemotórax,outros acidentes de punção, 
embolia gasosa, infiltração no tecido subcutâneo, 
embolia do cateter, saída acidental do cateter. 
 
- complicações metabólicas 
• hiperglicemia, hipoglicemia, coma diabético, distúrbios 
eletrolíticos, desequilíbrios ácido-básicos, disfunção 
hepática e hepatomegalia, deficiência de ác. graxos 
essenciais, carência de oligoelementos, faltas e excessos de 
vitaminas, outras complicações assoc. à longa duração. 
114 
COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO 
PARENTERAL 
 
ACESSO DA VEIA SUBCLÁVIA 
- Pneumotórax 
- Hemotórax 
- Hidrotórax 
- Quilotórax 
- Perfuração cardíaca 
- Endocardite 
- Hidromediastino 
- Embolia por fragmento do cateter- Lesão da artéria subclavia 
- Trombose venosa 
 INFECÇÃO E SEPSE 
 
- Contaminação durante a inserção do cateter 
- Permanência a longo prazo do cateter 
- Contaminação da solução 
- Alguns sinais de contaminação são febre, calafrios, 
taquicardia e intolerância a glicose. 
115 
COMPLICAÇÕES METABÓLICAS 
COMPLICAÇÃO 
 
CAUSAS 
 
SINAIS E 
SINTOMAS 
 Hiperglicemia 
 
Velocidade de 
infusão 
inadequada, 
hipercatabolismo, 
diabetes e 
medicamentos. 
Glicosúria, diurese 
osmótica e 
desidratação. 
 
Deficiência de 
oligoelementos 
 
Oferta 
insuficiente 
 
De acordo com o 
oligoelemento 
 
Hipoglicemia 
 
 súbita no 
aporte de glicose 
 
Palidez, sudorese, 
coma 
 Azotemia 
 
IR ou IH, aporte 
excessivo de 
nitrogênio 
 
Assintomática, ou 
vômitos, alter. 
mental e coma 
 
Acidose metabólica 
 
IR ou IH, 
septicemia, oferta 
excessiva de 
cloretos 
 
Hioerventilação e 
alteração do 
volume urinário 
 
116 
Hipocalemia 
 
Oferta 
insuficiente, 
diarréia, fístulas, 
anabolismo 
 
Fraqueza muscular, 
íleo adinâmico, 
alter. no ECG 
 
Hipomagnesemia 
 
Oferta 
insuficiente, 
diarréia, fístulas, 
anabolismo 
 
Parestesia de 
extremidades, alter. 
no ECG 
 
Hipocalcemia 
 
Oferta insuficiente 
 
Tetania, cólicas 
abdominais. Alter. 
ECG 
 Hipofosfatemia 
 
Oferta insuficiente 
e anabolismo 
 
Parestesias 
 
Deficiência de AGE 
 
Oferta 
inadequada, 
desnutrição 
crônica 
 
Descamação 
cutânea, alópecia 
 
Hiperlipidemia 
 
Infusão excessiva 
 
Alter. bioquímica 
 
117 
 CÁLCULO DA DIETA PARENTERAL 
 
NECESSIDADES QUANTITATIVAS 
 
NECESSIDADE HÍDRICA 
- 35-40 ml/kg/dia: quando houver acrescentar perdas 
por diarréia e fístulas. 
 
 Perdas por febre: 100- 150 ml para cada grau de 
febre acima do normal (37ºC) 
 
 NECESSIDADE ENERGÉTICA 
 
- Harris-Benedict (equação preditiva) 
- Outras Equações preditivas 
- Necessidade calórica de acordo com a injúria 
(estresse) 
 
Calorimetria indireta 
 
118 
CLASSIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ESTRESSE 
Nível de estresse 
 
N uréico urinário (g/dia) 
 
Nulo 
 
0-5 
 
Leve 
 
5-10 
 
Moderado 
 
10-15 
 
Grave  15 
 
 
 NECESSIDADE PROTÉICA 
 Nível de estresse 
 
PTN (g/kg/dia) 
Nulo 
 
0,8 
 Leve 
 
0,8-1,0 
 Moderado 
 
1,0-15 
 Grave 1,5-3,0 
 
119 
NECESSIDADE DE CHO 
 
4 – 5 g/kg/dia 
 
Taxa de Infusão: 
 
4 – 5 mg/kg/min (não exceder 7 mg/kg/dia) 
 
 
NECESSIDADE DE LIPÍDIOS 
 
1 – 3 g/Kg/dia 
 
 
NECESSIDADE DE MICRONUTRIENTES 
 
TABELAS ESPECÍFICAS 
120 
MINERAIS 
- Sódio, cloro, potássio, cálcio, magnésio e fosfato: 
 
- Importantes para regulação do balanço hídrico, função cardíaca, mineralização 
óssea, sistema nervoso, síntese de tec. muscular e sistema nervoso. 
- De forma geral, devem ser oferecidos em quantidades superiores a 200mg/dia, 
contudo é de suma importância analisar cada caso especificamente. 
 
 OLIGOELEMENTOS 
 São metais inorgânicos que apresentam necessidades diárias inferiores a 100mg/dia, 
com reservas orgânicas inferiores a 4g. 
 São essenciais na nutrição: Ferro, iodo, zinco, cobre, manganês, selênio, cobalto e 
molibdênio. São adicionados em frascos contendo multi-oligoelementos 
ADITIVOS 
 Insulina = hiperglicemia, intolerância a glicose 
- Heparina = Flebite 
 - Albumina = Edema por alteração de pressão oncótica 
(discutível) 
121 
 PREPARO E ADMINISTRAÇÃO 
 
. TIPOS DE SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
. GLICÍDICO 
 
-GLICOSE = Fonte calórica exclusiva e se utilizam Aas 
cristalinos como fonte protéica. 
 
-SOLUÇÃO NUTRITIVA BÁSICA = É composta de 
Glicose + Aas + vitaminas e eletrólitos. 
 
- Infusão de lipídios = É realizada 2X/semana, em 
acesso periférico. Não ultrapassando 125ml/h. 
Recomenda-se de 80-100ml/h nas soluções a 10% e 
60ml/h nas soluções a 20%. 
 
-DESVANTAGENS: intolerância a glicose, Insuficiência 
respiratória, deficiência de AGE, necessidade de 
cateter central. 
122 
SISTEMA LIPÍDICO OU 3 EM 1 
 - Associa Glicose, Aas, lipídios, vitaminas e eletrólitos 
em quantidades adequadas para administração diária. 
- VANTAGENS: metabolismo mais balanceado,. Diminui 
complicações relacionadas ao excesso de glicose, tem 
osmolaridade menor ( 600-950mOsm/l), pode ser 
utilizada em acesso periférico. 
- COMPLICAÇÕES: Flebite, hipercolesterolemia e 
trigliceridemia, hipersensibilidade a emulsão lipídica 
aguda ou por uso prolongado e embolia gordurosa. 
- CONTRA-INDICAÇÕES: pancreatite aguda, 
dislipidemias e insuf. Hepática. 
-COMPOSIÇÃO: Definido como um sistema 
heterogêneo estabilizado. Utiliza soluções de glicose 
com concentrações menores (10-20%) 
 
123 
 CÁLCULO DA OSMOLARIDADE 
 
- ____kcal de GLICOSE x 1,5= _____mOsm 
________ g de aa x 10 = _____mOsm 
_____kcal lipídeos x 0,15 = _____mOsm 
Eeletrólitos _______________ + 200 mOsm 
TTOTAL ______ mOsm/volume final 
mmOsm/litro = mOsm/volume final 
 volume final (L) 
-GORDURA= Isotônica 
 N.P.P. 
 Normalmente utiliza soluções de glicose a 5 - 10%, com 
uma administração máxima de 100-150g/dia. 
 
- Osmolaridade final deve ser inferior a 600 mOsm/l 
- V.C.T= 700- 1800 kcal/dia 
 
- A administração deve ser com bomba infusora para 
melhor controle do gotejamento devido ao uso de 
soluções hipertônicas. 
124 
N.P.T 
 Iniciar com 50ml/h- nas primeiras 24h e progredir até 
100-120ml/h. 
- Introdução gradual – 25% da dose total prevista – 
após 24h – 50% - após 24h - 75% - após 24h –100%. 
A finalização da N.P.T no sistema glicídico não deve 
ser abrupta, deve-se administrar soluções de soro 
glicosado a 10% por 12h até a retirada do cateter. 
ADMINISTRAÇÃO DA NP 
Recomendações para a prescrição de nutrição 
parenteral 
 
A NP só deve ser iniciada em pacientes com estabilidade hemodinâmica. 
 
As soluções para NP periférica devem ter osmolaridade calculada igual ou menor a 
900-1000 mOsm/kg para evitar flebite. A concentração final de glicose deve ser no 
máximo 10%. Limitar o acesso venoso a 72 horas em cada local para preservar as veias. 
125 
 Rotina laboratorial antes de iniciar NP: 
 
- hemograma, glicose, uréia, creatinina, sódio, potássio, 
cálcio, fósforo, magnésio, albumina, globulina, 
colesterol, triglicerídeos, transaminases e fosfatase 
alcalina. 
 
 No primeiro dia, deve-se prescrever 50% das 
necessidades calculadas. 
 Administrar a solução numa velocidade 
constante com bomba de infusão. 
 Se bem tolerada progredir para 100% do 
calculado no dia seguinte. 
 
Obs: para garantir melhores resultados e menor risco 
de intolerância iniciar com 25% e evoluir conforme a 
estabilidade do paciente. 
 
 
126 
• Realizar controle de glicemia capilar de 6/6 
horas e administrar insulina regular subcutânea 
para manter níveis glicêmicos abaixo de 200-220 
mg/dl. 
 
• Se os níveis se mantiverem abaixo de 200 mg/dl 
monitorar a glicemia de 24/24 horas. 
 
• As emulsões de lipídios são utilizadas para 
prevenir deficiência de ácidos graxos 
(administração 1-2 x por semana) e como fonte 
calórica (administração diária). 
 
• A administração diária é recomendada para 
pacientes com intolerância à glicose e pacientesgravemente enfermos com alto nível de estresse 
metabólico. 
 
• Limitar a oferta a 20-30% das calorias não 
protéicas. 
 
127 
•As emulsões lipídicas podem ser administradas 
isoladamente ou misturadas às soluções de glicose e 
aminoácidos (mistura 3 em 1). 
 
•Na administração isolada limitar o tempo máximo de 
infusão a 12 horas para diminuir o risco de 
contaminação. 
 
•Na administração conjunta na solução 3 em 1 o tempo 
máximo de infusão é de 24 horas. 
 
•A velocidade máxima de infusão da solução isolada de 
lipídeo, é de 10 g/hora (100 ml/hora da solução 10% e 50 
ml/hora da solução 20%). 
 
 
IMPORTANTE 
 
Suspender a administração da emulsão lipídica se os 
níveis séricos de triglicerídeos estiverem acima de 350-
400 mg/dl. 
 
http://www.sbnpe.com.br/ 
Consulta sobre legislação/atualização 
128 
NUTRIÇÃO PARENTERAL – SOLUÇÕES DISPONÍVEIS 
NO MERCADO 
 1. Emulsões Lipídicas 
Nome 
comercial 
 
Fornecedor 
 
Concentração 
% 
 
Volume (ml) 
 
Intralipid 
 
Travenol Ind e 
Com. 
 
10-20 
 
500 – 100 
 
Lipovenos 
 
Fresenius 
 
10-20 
 
500 - 100 
 
Endolipid 
 
Darrow S.A 
 
10-20 
 
500 - 100 
 
Lipofundin 
MCT/LCT 
 
Fresenius 
 
10-20 
 
500- 100 
 
- As emulsões lipídicas são a base de fosfatídios de soja 
emulsificados pela lecitina. 
 
- Estas soluções contém: 75% de água e 25% de gordura. 
129 
Emulsão Lipidíca 
Solução cristalina de AAS 
130 
VALOR CALÓRICO: 
 
Soluções 10% = aproximadamente 1100 kcal 
Soluções 20% = aproximadamente 2000 kcal 
 
- São isotônicos em relação sangue, por isso podem ser 
utilizados em acesso venoso periférico. 
- Não são eliminados pelo rim o que implica na ausência de 
perda de energia; 
- Suprem as necessidades de ácidos graxos essenciais 
(Linoléico e Linolênico) 
131 
2. Soluções de Aminoácidos Cristalinos 
Nome 
comercial 
 
Fornecedor 
 
Concentração 
% 
 
Volume (ml) 
 
Aminoplasmal 
 
B.Braun. 
 
10-5 
 
500 – 100 
 
Ls10aA 
 
B.Braun 
 
10 associado a 
CH 
 
500 - 100 
 
L10A 
 
B.Braun 
 
10 
 
500 - 100 
 
L5A 
 
B.Braun 
 
5 
 
500- 100 
 
Aminosteril 
 
Fresenius 
 
10-5 
 
500-1000 
 
Aminosteril 
800 
 
Fresenius 
 
5 
 
500 
 
Aminosteril 
10%E 
 
Fresenius 
 
10 com 
Glicose –
500ml a 50% 
 
1000 
 
Aminosteril 
10% 
 
Fresenius 
 
10 com 
Glicose –
500ml a 50% 
 
1000 
 
132 
- Estas soluções são contra-indicadas nos casos de 
Hepatopatias e Nefropatias graves, neste caso 
substituir por formulações especiais para NP; 
- Soluções contendo os 20 Aas (essenciais , não 
essenciais e semi - essenciais); 
- Garantem maior aproveitamento dos Aas na 
síntese de PTNs; 
- Monitorar os níveis de eletrólitos ( Sódio, Potássio, 
Cloro e Magnésio) 
 
Aas essenciais: Isoleucina, Leucina, Lisina,Metionina, 
Fenilalanina, Treonina, Triptofano e Valina. 
 
Aas não essenciais: Glicina, Alanina e Prolina 
Aas semi-essenciais: Arginina, Histidina e Glutamina. 
133 
 - As soluções disponíveis de aminoácidos buscam também 
composições que tenham aminoacidograma semelhantes a 
proteína, de alto valor biológico, como a do ovo ou do leite 
materno. 
 - Contudo, existem condições de ordem farmacotécnica que 
impedem a formulação completa de todos os aminoácidos em 
solução de NPT. (WAITZBERG et al, 2000). 
 - Quanto aos lípides, as emulsões parenterais comercialmente 
disponíveis fornecem triglicérides de cadeia longa importantes 
por suas funções imunomoduladoras. 
 
 - A formulação de solução de NPT é um procedimento que deve 
ser adaptado as necessidades individuais de cada paciente 
beneficiário, assim, a solução de NPT deverá sofrer alteração 
em sua composição na medida das variações das condições 
mórbidas do paciente. (WAITZBERG et al, 2000). 
 
134 
 Composição da Nutrição Parenteral 
 
 Na nutrição parenteral completa todos os nutrientes essenciais devem 
ser fornecidos em quantidades adequadas. 
 O regime deve incluir carboidratos, gorduras, aminoácidos, eletrólitos, 
minerais, oligoelementos e vitaminas, cuja oferta deve respeitar a faixa de 
indicação. 
 A solução de NPT pretende ministrar todos os nutrientes necessários para 
a completa manutenção da vida, crescimento celular e tecidual. 
 Entretanto, obstáculos de ordem farmacotécnica, como solubilidade em 
meio aquoso, estabilidade térmica e de armazenamento, compatibilidade 
química e toxicidade, impedem que, na solução de NPT, sejam colocados 
os nutrientes necessários e conhecidos. 
 Deve-se considerar também que, alguns requerimentos parenterais, como 
por exemplo, os de oligoelementos e elementos traço, ainda não são 
totalmente conhecidos, particularmente nos casos de longa duração de 
NPT. 
 A presença de contaminantes nas embalagens de NPT pode causar, a 
longo prazo, acúmulo de certas substâncias, como alumínio. Fibras, pela 
sua própria natureza, não constam na formulação da NPT. (WAITZBERG, 
2000) 
135 
 
BRASIL. Ministério da Saúde.Secretaria de Vigilância Sanitária. 
Portaria nº 272, de 08 de abril de 1998. Regulamento 
técnico para a terapia de nutrição parenteral. 
Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil. 
Brasília, n. 71-E, p. 78-91, 15 de abr 1999. 
 
1. OBJETIVO: 
 Este Regulamento Técnico fixa os requisitos 
 mínimos exigidos para a Terapia 
de Nutrição Parenteral. 
 
2. REFERÊNCIAS. 
136 
3. DEFINIÇÕES: Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as 
seguintes definições; 
3.1. Empresas Prestadoras de Bens e/ou Serviços (EPBS): Organização 
capacitada, de acordo com a Legislação vigente, para oferecer bens e/ou 
serviços em Terapia Nutricional . 
3.2. Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional: grupo formal e 
obrigatoriamente constituído de, pelo menos um profissional médico, 
farmacêutico, enfermeiro, nutricionista, habilitados e com treinamento 
específico para a prática da TN. 
3.3. Farmácia: estabelecimento que atenda à legislação sanitária vigente 
(Federal, Estadual, Municipal), com instalações e equipamentos específicos 
para a preparação da Nutrição Parenteral, em área asséptica, atendendo 
ainda às exigências das Boas Práticas de Preparação de Nutrição Parenteral 
(BPPNP), conforme Anexo II. 
3.4. Nutrição Parenteral (NP): solução ou emulsão, composta basicamente 
de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e 
apirogê-nica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à 
administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime 
hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos 
tecidos, órgãos ou sistemas. 
3.5. Produtos farmacêuticos: soluções parenterais de grande volume 
(SPGV) e soluções parenterais de pequeno volume (SPPV), empregadas 
como componentes para a manipulação da NP. 
3.6. Terapia de Nutrição Parenteral (TNP): conjunto de procedimentos 
terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do 
paciente por meio de NP. 
3.7. Terapia Nutricional (TN): conjunto de procedimentos terapêuticos para 
manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da 
Nutrição Parenteral e ou Enteral. 
3.8. Unidade Hospitalar (UH): estabelecimento de saúde destinado a 
prestar assistência à população na promoção da saúde e na recuperação e 
reabilita-ção de doentes. 
137 
4. CONDIÇÕESGERAIS: 
na execução dos procedimentos. 4.1. A complexidade da TNP exige o 
comprometimento e a capacitação de uma equipe multiprofissional para 
garantia da sua eficácia e segurança para os pacientes. 
4.2. A TNP deve abranger, obrigatoriamente, as seguintes etapas: 
4.2.1. Indicação e prescrição médica. 
4.2.2. Preparação: avaliação farmacêutica, manipulação, controle de 
qualidade, conservação e transporte. 
4.2.3. Administração. 
4.2.4. Controle clínico e laboratorial. 
4.2.5. Avaliação final. 
4.3. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a 
procedimentos escritos específicos e serem devidamente registradas, 
evidenciando as ocorrências. 
..... 
4.7 Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: 
indicar, prescrever e acompanhar os pacientes submetidos à TNP. 
4.8 Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: 
realizar todas as operações inerentes ao desenvolvimento, preparação 
(avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação 
e transporte) da NP, atendendo às recomendações das BPPNP, conforme 
Anexo II. 
4.9 Ao enfermeiro, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: 
administrar NP, observando as recomendações das BPANP, conforme 
Anexo IV. 
4.10 Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo I, 
compete: avaliar o estado nutricional dos pacientes, suas 
necessidades e requerimentos. 
138 
5. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS: 
Na aplicação deste regulamento são adotadas as seguintes condições 
específicas: 
5.1. Indicação: 
5.1.1 O médico é responsável pela indicação da NP. 
5.1.2. A indicação da TNP deve ser precedida da avaliação nutricional 
periódica do paciente. 
5.1.3. São candidatos à TNP os pacientes que não satisfazem suas 
necessidades nutricionais pela via digestiva, considerando-se também seu 
estado clínico e qualidade de vida. 
 
5.2. Prescrição: 
5.2.1.O médico é responsável pela a prescrição da TNP. 
5.2.2. A prescrição da TNP deve contemplar o tipo e a quantidade dos 
nutrientes requeridos pelo paciente, de acordo com seu estado mórbido, 
estado nutricional e requerimentos nutricionais. 
5.2.3.A TNP deve atender a objetivos de curto e longo prazos. 
 
5.3. Preparação: 
 
5.3.1. O farmacêutico é responsável pela a preparação da NP. 
5.3.2. A preparação da NP, que envolve a avaliação farmacêutica da 
prescrição, a manipulação, o controle de qualidade, a conservação e o 
transporte da NP, exige a responsabilidade e a supervisão direta do 
farmacêutico, devendo ser realizada, obrigatoriamente, na farmácia 
habilitada para este fim e de acordo com as recomendações das BPPNP, 
conforme Anexo II. 
 
..... 
139 
5.4 Conservação: 
5.4.1 Imediatamente após o preparo e durante todo e qualquer transporte 
a NP deve ser mantida sob refrigeração (2ºC a 8ºC), exceto nos casos de 
admi-nistração imediata. 
 
5.5 Transporte: 
5.5.1 O transporte da NP deve obedecer a critérios estabelecidos nas 
normas de BPPNP, conforme Anexo II. 
5.5.2 O farmacêutico é responsável pela manutenção da qualidade da NP 
até a sua entrega ao profissional responsável pela administração e deve 
orientar e treinar os funcionários que realizam o seu transporte. 
 
5.6 Administração: 
5.6.1. O Enfermeiro é responsável pela administração. 
5.6.2. A administração da NP deve ser executada de forma a garantir ao 
paciente uma terapia segura e que permita a máxima eficácia, em relação 
aos custos, utilizando materiais e técnicas padronizadas 
5.6.3 A NP é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser 
transferida para outro tipo de recipiente. 
5.6.4 O acesso venoso para infusão da NP deve ser estabelecido por 
médico, por meio de técnica padronizada e conforme protocolo 
previamente estabelecido. 
5.6.5 A utilização da via de acesso da NP deve ser exclusiva. A 
necessidade excepcional da sua utilização para administração de 
qualquer outra solução injetável, só pode ser feita após consenso com a 
Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN). 
140 
5.7 Controle Clínico e Laboratorial: 
5.7.1 O paciente submetido à TNP deve ser controlado quanto à eficácia do 
tratamento, efeitos adversos e modificações clínicas que possam influir na 
qualidade da TN. 
5.7.2 O controle do paciente em TNP deve contemplar: ingressos de 
nutrientes, tratamentos farmacológicos concomitantes, sinais de 
intolerância à NP, alterações antropométricas, bioquímicas, hematológicas 
e hemodinâmicas, assim como modificações em órgãos e sistemas cujas 
funções devem ser verificadas periodicamente. 
5.7.3 Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as 
conseqüentes alterações na formulação ou via de acesso da NP devem 
constar na história clínica do paciente. 
 
5.8 Avaliação Final: 
5.8.1 Antes da interrupção/suspensão da TNP o paciente deve ser avaliado 
em relação à: 
a) capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por via 
digestiva. 
b) presença de complicações que ponham o paciente em risco de vida. 
c) possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas 
médicas e legais. 
 
.... 
141 
 5.11 Índice dos Anexos: 
 Anexo I - Atribuições da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional 
(EMTN) 
 Anexo II - Boas Práticas de Preparação de Nutrição Parenteral (BPPNP) 
 Anexo III - Recipientes para Nutrição Parenteral 
 Anexo IV - Boas Práticas de Administração da Nutrição Parenteral (BPANP) 
 Anexo V - Roteiros de Inspeção 
A - Identificação da Empresa e Inspeção das Atividades da EMTN 
B - Farmácia de Preparação de Nutrição Parenteral 
C - Administração de Nutrição Parenteral- 
Anexo VI - Ficha Cadastral das UH e EPBS para a prática da TN. 
 www.sbnpe.com.br/legislação 
Profª. Africa Isabel Cruz Perez 
DOENÇAS DO 
APARELHO DIGESTÓRIO 
143 
144 
APARELHO DIGESTÓRIO 
 deve prover o organismo continuamente de água, 
eletrólitos e nutrientes. 
 Comunicações c/ o meio externo: boca e anus 
 
É composto por: 
a) boca: processo pelo qual o alimento é dilacerado p/ misturá-
lo e facilitar a digestão - processo involuntário 
• saliva (glândulas parótida, submandibular e 
sublingual). 
Funções da boca: lubrificar o bolo alimentar, início digestão 
CHO, sede, limpeza dentes, ação solvente (melhora o 
paladar) 
 
b) faringe: segunda fase involuntária da deglutição 
 
c) esôfago: terceira fase involuntária da deglutição 
 esfíncter cardio-esofagiano + localização - impedem a 
regurgitação 
145 
 d) estômago- função: armazenamento, mistura e 
esvaziamento. Fases da secreção gástrica: 
 psíquica: estímulo nervo vago 
 gástrica: alimento no estômago: estímulo nervo vago - 
 produção HCl 
 intestinal: início - passagem alimento p/ intestino 
 
 
 e) intestino delgado e grosso: término da digestão / absorção 
 
 Função do aparelho digestório 
 
 Transformar os alimentos p/ facilitar a absorção dos 
produtos da digestão. 
 Doenças do TGI - ameaçam o ESTADO NUTRiCIONAL 
 Avaliação nutricional - anamnese alimentar: revela 
modo de alimentação que refletem sintomas 
característicos de uma doença. 
146 
Doenças Gastrintestinais 
Orgânicas : alteração patológica definida nos tecidos 
estruturais . Ex.: câncer e úlcera péptica 
Reflexas ou Funcionais: distúrbio sensorial, motor, 
absortivo ou secretório original, s/ lesão ou outra causa 
patológica encontrada. 
componente emocional e/ou psicológico 
A MAIORIA DAS DOENÇAS ... OS 2 
COMPONENTES 
DOENÇAS DO T.G.I. 
• Consistência 
• Fracionamento/volume 
• Aumento ou diminuição de fibras – 
 solúveis/insolúveis 
• Lactose * 
• Aumento oudiminuição de nutrientes 
 específicos, de acordo com o “local” da 
 injúria 
• Fisiologia do T.G.I. 
147 
SINTOMA/DOENÇA SUGERIDA 
 
 Ingestão de alimentos sólidos 
 (mal-estar) - 
 contração esofágica ou tumor 
 
 dificuldade de deglutição - espasmo esofágico 
 
 dor epigástrica - úlcera gástrica 
 
 dor 2 a 5 horas após refeição 
 - úlcera duodenal 
 
 dor abdominal após refeição gordurosa 
 - doença trato biliar 
 
 cãibra,distensão,flatulência após tomar leite - deficiência de 
lactase 
 
 queimação retroesternal após refeição c/ gordura - hérnia 
hiato / acalásia 
 
148 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA CAVIDADE ORAL 
149 
BOCA (ESTOMA) = É a primeira porção do TGI, inclui o 
palato duro/mole, língua, gengiva, dentes, glândulas 
salivares e lábios. 
 
FUNÇÃO = Receber os alimentos para através da 
mastigação e trituração, diminuir o tamanho das 
partículas alimentares, misturando-as com a saliva e 
formando o bolo alimentar. 
 
PROCESSO DIGESTIVO = Inclui a mastigação, lubrificação 
do alimento e deglutição, na fase oral este é um processo 
voluntário. Destaca-se o inicio da digestão de 
carboidratos através da ação da amilase salivar ou ptialina 
que hidrolisa o amido em dextrinas e maltose. 
 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA CAVIDADE ORAL 
150 
SALIVA = secreção do tipo mista, produzida nas glândulas 
salivares (parótida, submaxilares e sublinguais), a partir de 
estímulos tácteis e sensoriais. Sua composição é variável, mas 
normalmente se compõe de uma parte serosa (lizozima e ptialina) 
e outra mucosa (mucoptns), além de minerais, flora bacteriana e 
imunoglobulinas. O volume diário é em torno de 1,5L. 
 
151 
ENFERMIDADES ORAIS 
 
 DOENÇAS DOS DENTES E TECIDOS 
PERIODONTAIS 
 
 CÁRIE DENTAL 
 
 É um problema de saúde pública no Brasil devido a 
sua alta incidência. Pode ser considerada como uma 
doença da civilização, uma vez que está relacionada a 
mudanças nos padrões alimentares. 
 
DEFINIÇÃO: É uma doença na qual o ácido produzido no 
metabolismo bacteriano promove a desmineralização do 
esmalte dentário e destrói a estrutura proteolítica do 
dente. 
152 
FISIOPATOLOGIA - CÁRIE DENTAL 
AÇÃO BACTERIANA (S. lactis e S. mutans)  SUBSTRATO 
 Ácido láctico  Ação corrosiva do esmalte e da dentina 
 CÁRIE DENTAL 
 
 DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO CARIOSO: 
 
Inicia-se na superfície do dente (esmalte e dentina) 
e gradualmente progride até a polpa na parte interna 
do dente. Forma-se uma placa bacteriana que adere 
aos dentes e gengivas, com o tempo, esta placa se 
combina com o cálcio e endurece, originando o 
tártaro ou cálculo, neste estágio, a gengiva se torna 
hiperemiada e irritada, evoluindo para doença 
periodontal. 
153 
FATORES RELACIONADOS AO DESENVOLVIMENTO DA 
CÁRIE DENTAL: 
- SUSCETIBILIDADE DO HOSPEDEIRO: Composição do esmalte e 
dentina, localização dos dentes e composição da saliva. 
 
- COMPOSIÇÃO DO ESMALTE E DA DENTINA: No período pré-
eruptivo o tecido dentário está sujeito a deficiências nutricionais 
que podem influenciar na composição destas estruturas e assim 
aumentar ou não a susceptibilidade a cárie dental. Nutrientes 
essenciais, proteína, vitamina C, vitamina D, cálcio, fósforo e flúor. 
 
 COMPOSIÇÃO DA SALIVA: A saliva é de suma importância na 
prevenção da cárie, devido a 4 propriedades; (1) previne a 
agregação de bactérias na superfície dos dentes e acelera a 
retirada de resíduos alimentares da boca; (2) Ação das proteínas, 
bicarbonato e fosfatos que diluem e neutralizam o pH das placas 
bacterianas; (3) imunoglobulinas que diminuem o potencial 
bacteriano e (4) presença de íons cálcio, fósforo e flúor que 
promovem a remineralização do esmalte dentário. 
- SUBSTRATO: São principalmente os carboidratos fermentáveis, 
destacando-se a sacarose. 
154 
- FATORES RELACIONADOS À DIETA: Composição dos 
alimentos (teor de fibras, carboidratos, minerais e 
gordura); consistência ( maior viscosidade, maior 
dificuldade na remoção, maior aderência) e freqüência 
de ingestão. 
 
- COMPOSIÇÃO DOS ALIMENTOS: é importante se 
conhecer o potencial cariogênico dos alimentos, ou 
seja, a capacidade que estes alimentos possuem de 
favorecer ao desenvolvimento da cárie dental. Está 
relacionado principalmente a sua composição. Assim, 
alimentos constituídos de açúcar, como mel, melado e 
açúcar mascavo apresentam alto potencial cariogênico. 
O xilitol e sorbitol (álcoois derivados de açúcar) 
apresentam baixo potencial e os adoçantes (aspartame, 
sacarose e ciclamato) não possuem este potencial. 
155 
- FATORES ANTI-CARIOGÊNICOS: 
 
 As gorduras apresentam a capacidade de diminuir o 
potencial cariogênico dos alimentos que contenham 
carboidratos, pois formam uma membrana protetora 
na superfície do dente. Alguns alimentos com alto 
percentual de gordura (queijos) estimulam a 
produção de saliva prevenindo a diminuição do pH ao 
ponto crítico. 
Estes tipo de propriedade anti cariogênica seria 
característico em alimentos com alto teor protéico, 
moderado teor de gordura, com concentração 
mínima de CH fermentáveis, alto teor de cálcio e 
fósforo, alto teor de fibras, PH inferior a 6,0, com 
potencial de estimular o fluxo salivar. 
 
Ex. queijos, batata frita, amendoim, carne e ovos. 
156 
FLÚOR: É o mineral responsável pela resistência do 
dente a formação da cárie. 
 
 Esta presente no esmalte juntamente com o cálcio e o 
fósforo, formando um composto chamado 
fluorapatita. 
 Também se encontra na saliva, sendo responsável 
pela remineralização após a erosão causada pelos 
ácidos. 
 
 
Fontes: Chá preto, feijão, leguminosas e peixe. 
 
 
 A forma mais efetiva de consumo seria a água 
fluoretada (contém 3x a quantidade de flúor qdo 
comparada aos alimentos). 
157 
CUIDADO NUTRICIONAL NA CÁRIE DENTAL 
 
•Preferência por alimentos “detergentes”, com o 
objetivo de remover os resíduos alimentares. 
 
•Devem ser oferecidos crus e ter alta quantidade de 
fibras. 
 
•Quando associados alimentos doces, aumentam o pH 
e portanto diminuem a susceptibilidade a cárie dental. 
 
•Além disso, exercem ação mecânica; 
158 
CUIDADOS: 
- Aumentar o aporte de água para estimular a 
salivação; 
- Dieta tende a ser normocalórica, normoglicidíca, 
com restrição de CHO simples, normoprotéica, 
normolipidíca, rica em fibras (20-30g/dia); 
- Quantidades satisfatórias (100% recomendação) para 
Vitamina D, a fim de aumentar a absorção de cálcio e 
fósforo importantes na composição do esmalte e da 
dentina; 
- A vitamina A teria efeito sobre a imunidade e aumento 
da resistência do tecido epitelial oral. 
 - A vitamina C diminui a inflamação dos tecidos orais, 
sendo importante também na composição da dentina. 
 - Os minerais cálcio, fósforo e flúor são importantes 
na formação do esmalte e da dentina e no processo de 
remineralização. 
159 
DOENÇA PERIODONTAL 
 
 
 
PERIODONTO: é responsável pela sustentação dos 
dentes, sendo constituído das gengivas, ligamento 
periodontal, cemento e osso alveolar. 
 
DEFINIÇÃO: A doença periodontal é uma enfermidade 
infecciosa do sulco gengival (gengivite) e/ou do osso 
subjacente (periodontite). 
 
160 
FISIOPATOLOGIA 
 Agente etiológico primário 
 
 
PLACA BACTERIANA  FORMAÇÃO DO TÁRTARO  
AGENTE IRRITANTE LOCAL DO PERIODONTO  
INFLAMAÇÃO (GENGIVAS SANGRANTES, 
HIPEREMIADAS E INFLAMADAS).CLASSIFICAÇÃO 
- Gengivite: Caracteriza-se pela resposta do 
hospedeiro a presença da placa bacteriana, quando não 
tratada evolui para periodontite. 
 
- Periodontite: Apresenta quadro patológico de 
inflamação do tecido conjuntivo, com ulceração no 
epitélio, exsudado purulento e mobilidade dos dentes. 
 
161 
FATORES RELACIONADOS: 
 
• Idade, restaurações imperfeitas alinhamento 
dentário inadequado 
• estado nutricional. 
 
 
Mecanismo de defesa do tecido gengival 
 
• Saliva ( composição e volume) 
• Barreira epitelial 
 
162 
 
CUIDADO NUTRICIONAL 
 
 
 
• Avaliação individualizada do paciente; 
• Aporte adequado de vitaminas C, A, folato, zinco e 
proteína; 
• Alteração de consistência, caso haja necessidade, 
para não agravar a lesão e diminuir a dor local, pode 
variar de pastosa a liquida; 
• Fracionamento aumentado e volume reduzido; 
• Evitar extremos de temperatura; 
 
• Evitar alimentos ácidos, amargos e condimentados 
(causam dor local). 
163 
ENFERMIDADES DA LINGUA 
 
TUMORES: É do tipo de carcinoma epidermóide. 
Fatores relacionados ao desenvolvimento do tumor: 
sexo masculino, idade avançada, uso do álcool. 
 
Alto índice de metástases (80%) e prognóstico ruim 
com sobrevida de 5 anos (80% de casos) e para os 
casos de metástases (45% dos casos). 
 
 O início da doença se caracteriza pelo aparecimento 
de ulcerações indolores que evoluem para uma massa 
tumoral com dor local. 
 
O tratamento é radioterapia associada à cirurgia para 
ressecção do tumor. 
 
164 
C. N. NOS TUMORES DA CAVIDADE ORAL 
 - Alterações na consistência de acordo com a 
gravidade; 
 
 Avaliar a necessidade de terapia nutricional enteral – 
aceitação 
 da dieta por via oral; 
 
- Necessidades Nutricionais: dietas hipercalóricas e 
hiperprotéicas (1,5 a 2g/kgpeso/dia), normo a 
hiperglicídicas e normo a hiperlipidicas; 
 
- Alterações na dieta para minimizar os efeitos colaterais 
da radioterapia ( náuseas, vômitos e inapetência); 
 
- Aumentar o fracionamento e diminuir o volume; 
- Evitar extremos de temperatura; 
165 
ESTOMATITE: Processo inflamatório nos tecidos 
moles da boca (mucosa labial, gengiva, língua e palato 
mole). 
 
ETIOLOGIA: 
 
-Viral (herpes simples) = Principalmente em crianças. 
Nos adultos, os fatores predisponentes são trauma, 
fadiga, menstruação, AIDS e alergia a exposição à luz 
solar. 
- Fungo (Cândida Albicans): é de ocorrência bastante 
comum. conhecida como candídiase ou monilíase. 
- Funciona como irritante local crônico e causa 
xerostomia. Pode estar associada à má higiene oral; 
 
- Tratamento radioterápico e quimioterápico; 
 
166 
FISIOPATOLOGIA DA ESTOMATITE 
 
Desenvolvimento da lesão  vesículas  rompimento 
das vesículas  ulcerações (AFTAS) 
 
Aftas (ulcerações orais): 
 são úlceras dolorosas com bordas avermelhadas 
isoladas ou em grupos, são crônicas de intervalos 
variáveis e têm cura espontânea. 
 
São bastante comuns na AIDS e na doença de Chron. 
 
Tem fatores predisponentes como traumas, 
hipersensibilidade alimentar, alteração hormonal e 
estresse. 
167 
 C. N. NA ESTOMATITE 
 
- Alteração da consistência de acordo com a gravidade 
do caso; 
 
- Evitar extremos de temperatura; 
 
- Evitar alimentos ácidos, amargos, salgados, 
condimentados e com alta concentração de açúcar 
para minimizar a dor local. Identificar alimentos que 
podem desencadear a estomatite; 
 
- A dieta tende a ser normocalórica, normolipídica, 
normoprotéica e normoglicidíca; 
 
 Se for necessário corrigir hipovitaminoses A, C, D, 
Tiamina (B1), Riboflavina (B2) e Ácido pantotênico 
(B5). 
 
168 
APTIALISMO OU XEROSTOMIA: é a diminuição na 
produção de saliva, prejudica a deglutição pela 
umidificação insuficiente do alimento (disfagia oral). 
Bastante associada à febre, doenças neurológicas, 
usuários de drogas (maconha), medicamentos anti-
colinérgicos, diabetes, neoplasias das gl. Salivares e 
alcoolistas. 
 
CUIDADO NUTRICIONAL 
 
- Consistência alterada para pastosa até liquida; 
- Preparações de boa aparência para estimular a 
salivação; 
- Restringir preparações amargas e condimentadas; 
- Aumentar o fracionamento e diminuir o volume; 
- Oferecer maior aporte de líquidos. 
 
AFECÇÕES CAVIDADE ORAL 
 Lábio 
 Queilite actínica: irritação labial associada c/ escaras, 
crostas e fissuras 
 causa: efeito cumulativo da exposição ao sol. Pode evoluir para 
câncer 
 Herpes simples: vasículas isoladas ou aglomeradas; 
infecção oportunista 
 causa: vírus herpes simples 
 Cancro: lesão avermelhada que ulcera e forma crosta 
 causa: lesão primária da sífilis 
 Dermatite de contato: área avermelhada ou erupção 
 causa: reação alérgica a batons, pomadas, pasta de dente 
 Boca 
 Leucoplasia pilosa: manchas brancas na língua 
causas: tabagismo; frequente em HIV+ 
 Candidíase (monilíase, afta): placa tipo queijo,  coágulo 
leite 
 causas: fungo cândida albicans; fatores predisponantes: diabetes, 
imunodeprimidos, antibioticoterapia 
 Estomatite aftosa (úlcera gangrenosa): úlcera rasa c/ 
centro esbranquiçado e borda avermelhada, parte interna 
do lábio e bochecha 
 causas:associadas c/ stress emocional ou mental, fadiga ou 
fatores hormonais. 
 Boca 
 Leucoplasia bucal (mancha dos fumantes): 
-manchas espessas sobre membrana mucosa de língua e boca; pode 
descamar. 
 
- causas: tabaco; irritação crônica por dentes cariados e/ou mal 
reparados; alimentos condimentados; sífilis 
 Sarcoma de Kaposi: lesão avermelhada púrpura ou azulada 
 causas: infecção por HIV+ 
Gengivas 
 Gengivite: inflamação dolorida nas gengivas; 
sangramento fácil ao menor contato. 
 causa: higiene oral precária; pode levar a periodontite. 
Gengivas 
Periodontite: 
causas: gengivite não tratada; 
 90% pessoas + 40 anos afetadas 
 Glândulas salivares 
 Parotidite: inflamação gld. Parótida; caxumba infecção 
viral, inflamação gld salivar de crianças, contagiosa. Em 
idosos desidratados ou debilitados infecção por St. aureus 
 Sialadenite: inflamação da gld. salivar submaxilar e 
sublingual causada por St. aureus, Sp. viridans, pneumococo 
 Sialolitíase: pedras nas gld salivares constituído por 
fosfato de cálcio 
Câncer 
 associado c/ álcool e fumo 
 75% dos casos  > 60 anos; 
 em  +30 anos pelos hábitos álcool e fumo 
 2x + homens; aumento em mulheres 
 2% morte por câncer nos EUA 
 distribuição por local de Ca oral: mortes 
 lábios 1% 
 língua 23% 
boca 29% 
faringe 47% 
176 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA 
DO ESÔFAGO 
 
 É um órgão de anatomia simples de forma tubular, composto de 
musculatura lisa e estriada. Possui um esfíncter em cada extremidade a 
fim de mantê-lo vazio. O esfíncter esofagiano inferior (EEI) impede o fluxo 
retrógrado do conteúdo gástrico. 
 
 Função básica: Transportar o bolo alimentar formado na boca até o 
estômago. 
 
 EEI: Em situações fisiológicas normais, a passagem do conteúdo 
gástrico para o esôfago é impedida por uma barreira anti-refluxo, 
representada principalmente pelo tônus muscular do EEI. A abertura do 
EEI é estimulada pela distensão esofágica. 
177 
ESÔFAGO - ANATOMIA 
178 
179 
Esôfago - Órgão membranoso de PH alcalino 
 
 Função: passagem do bolo alimentar até o estômago 
 
 Fisiologia da deglutição: 
 1a. Fase - Voluntária: alimentos empurrados p/ cimae p/ trás do palato mole 
 fechamento vias áreas e alimento vai p/ a faringe 
 2a. Fase - Faringiana: involuntária - condução dos alimentos até o esôfago 
 3a. Fase - Esofagiana: involuntária - 
 condução dos alimentos do esôfago p/ estômago 
 
 
180 
Esôfago 
 
DOENÇAS: 
 
obstrução, inflamação ou distúrbio do mecanismo de deglutição. 
 
 Podem ser: 
 parcial - devido a carcinomas - aceita alimentos semi-líquidos ou 
somente líquidos 
total = tanto os alimentos sólidos como os líquidos ficam retidos o 
esôfago (alimentação enteral) 
 
181 
Aerofagia 
 
- Excesso de deglutição de ar. 
 
Sintomas: 
-eructações freqüentes 
-transtornos dispépticos 
-flatulência intestinal 
 
 Finalidades Do cuidado nutricional: 
 
-correção dos hábitos alimentares 
-evitar distensão gástrica 
-impedir a passagem do ar p/ o intestino. 
 
182 
Aerofagia 
 
 Características da dieta: 
 
- consistência: branda 
- volume: reduzido 
- fracionamento: 5 a 6 refeições/dia 
alimentos proibidos: lactose, celulose, frutas cruas 
(produtores de gases), e alimentos que contenham ar 
(souflès) 
 
 Recomendações: 
 
-mastigar corretamente 
- não ingerir líquidos c/ as refeições 
183 
 Acalasia 
(Megaesôfago ou dissinergia esofágica) 
 
 Definição: desordem da motilidade do esfíncter inferior. 
 Baixa inervação - musculatura esofagiana 
 
Falência do esfíncter esofagiano inferior 
 
(EEI) 
 
 
alimento retido no esôfago 
 
 
dilatação do esôfago (hipertrofia) 
 
 Sintomas: disfagia, dificuldade de deglutição, dor retroesternal, 
regurgitação do alimento retido no esôfago. 
 Tratamento: dilatações mecânicas (sondas e balões infláveis), 
medicação espasmódica, cirurgia. 
184 
 Acalasia 
Objetivos da terapia nutricional: 
- recuperar e/ou manter o estado nutricional do paciente; 
- Adaptar a dieta ao grau de disfagia; 
- facilitar a deglutição e a passagem do alimento através do 
esfíncter; 
- evitar espasmos da musculatura do esôfago; 
- adequar a dieta às condições do esôfago 
- proteger a mucosa esofagiana de inflamações 
- facilitar a recuperação do peso 
- aumentar a resistência do organismo a infecções 
185 
• Características da dieta (ACALASIA) 
• consistência: variável de acordo c/ a aceitação (líquida a branda) 
• temperatura: ambiente (evitar extremos) 
• condimentação: suave, não irritante 
• volume: preparações de pequeno volume 
• fracionamento: 5 a 6 refeições/dia 
• Se for necessária a recuperação nutricional: dieta hiperprotéica e 
hipercalórica 
• No caso de inflamação excluir: 
• - condimentos e especiarias picantes e irritantes 
• - condimentos, frutas e sucos ÁCIDOS 
• - temperaturas quentes 
• Orientar paciente a observar/identificar alimentos lhe causam mal estar (tomate? Melancia? Pimentão? 
Etc...) 
186 
Tipo de 
alimento 
Adicionar para enriquecimento 
Leite Leite em pó, mel, creme de leite, sorvete 
Sopas Azeite ou óleo, margarina, queijo ralado ou picado 
ou requeijão 
Carne ovos, queijo, molhos a base de leite 
Frutas Farinhas, leite condensado, mel, aveia, leite em pó, 
chocolate, sorvete, etc. 
Pães e cereais Geléias, mel, manteiga/margarina derretida,queijo 
Suplementos 
em pó ou 
líquidos 
Incluir nos intervalos entre as refeições 
Sugestões para aumentar a oferta 
energética e protéica 
 Fonte: Cuppari, 2002 
187 
Esofagite de refluxo 
Definição: é o resultado do efeito irritante do conteúdo gástrico 
para o esôfago inferior. 
• Inflamação da mucosa esofágica, decorrente do refluxo 
do conteúdo ácido-péptico gástrico, decorrente de uma 
diminuição na pressão do EEI (esfíncter esofágico 
inferior), que não se contrai adequadamente após a 
passagem dos alimentos para o estômago, permitindo o 
retorno do conteúdo gástrico. 
Sintomas: “queimação” dolorosa epigástrica e 
retroesternal, regurgitação do conteúdo gástrico pela 
boca. 
Objetivos da terapia nutricional: 
•Prevenir a irritação da mucosa esofágica na fase aguda; 
•Auxiliar na prevenção do refluxo gastroesofágico; 
•Contribuir para o aumento da pressao do EEI; 
•Corrigir e manter o peso desejável. 
188 
 Tratamento (ESOFAGITE): 
 
 - antiácidos e prevenção do refluxo pela gravidade (posição ereta) 
 - preferir alimentos que aumentam a pressão do esfíncter 
esofagiano inferior (P.E.E.I.): 
PROTEÍNAS (estimulam a gastrina-alcalinização do antro). 
 
 - evitar as gorduras - liberam CCK 
 (< pressão) 
 
 Características da dieta: 
calorias: evitar a obesidade 
consistência: casos graves - líquida 
 ou - leve- semil-líq/pastosa/branda 
fracionamento: 8 refeições/dia 
volume : pequenos 
temperatura : evitar os alimentos quentes 
189 
 (ESOFAGITE): 
 
EXCLUIR 
 
 
 alimentos que diminuem a pressão no esfíncter esofágico 
inferior (PEEI): álcool, café, mate (chá preto), chocolate, 
gorduras e preparações gordurosas; 
 alimentos que irritam a mucosa inflamada: sucos e frutas 
ácidas, tomate; 
 alimentos que estimulam a secreção ácida por conter alto 
teor de purinas. 
190 
Crianças: oferecer Papa de Epstein – 
 15 minutos antes da mamada 
 (água/ açúcar e maisena - 
 250ml/1col.rasa/1 col. cheia) 
 
 Recomendações (ESOFAGITE): 
 
 Não comer antes de dormir 
 comer em posição ereta 
 não se recostar ou deitar após as refeições 
 manter horários regulares (evitar grandes volumes) 
 não usar roupas ou acessórios apertados 
 manter cabeceira elevada. 
191 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE 
COM DOENÇA ESOFÁGICA 
 
HISTÓRIA CLÍNICA - sintomas 
 
 DISFAGIA: é o principal sintoma observado nestes 
pacientes. 
Caracteriza-se pela dificuldade de deglutir. 
Pode ser orofaríngea (boca – faringe) ou esofágica 
(faringe – esôfago - estômago). 
 
A permanência do alimento na cavidade bucal após o 
esforço para deglutir, pode levar a tosse, aspiração e 
regurgitação nasal. Importante observar data e modo 
de início, alimentos relacionados ao sintoma, caráter 
intermitente ou progressivo e associação com outros 
sintomas. 
 
192 
ODINOFAGIA: é a dor provocada pela deglutição, 
associada ou não a disfagia. 
É uma dor descrita como “em punhalada” na região 
retroesternal. 
Está normalmente presente nos quadros de esofagite. 
 
PIROSE: é um dos principais sintomas do RGE. Ocorre 
com maior freqüência 1h após as refeições e pode ser 
precipitado por determinados alimentos (frituras, 
chocolate, frutas cítricas). 
DOR TORÁCICA 
 
REGURGITAÇÃO: definida como retorno do conteúdo 
esofágico ou gástrico para cavidade bucal, sem náuseas 
e sem participação da musculatura abdominal. 
 
AEROFAGIA: deglutição de ar em excesso, não tem 
necessariamente significado patológico. 
193 
ESÔFAGO NORMAL 
194 
ESOFAGITE GRAU II 
195 
PATOGÊNESE 
 
Refluxo gástrico  Esofagite moderada 
 
Refluxo gastroduodenal  Esofagite severa 
(a bile é responsável pelo agravamento do processo 
inflamatório). 
 
Importante se avaliar: 
 tempo total do refluxo e pH do líquido refluído (0-2 = 
agravo severo). 
 
SINTOMAS 
variam de acordo com a gravidade. Pode haver 
simplesmente um aumento nas papilas do epitélio 
esofágico até a destruição completa da mucosa com 
infiltração de células inflamatórias e fibrose. 
 
196 
-FIBROSE: 
-se caracteriza pela cicatrização das ulcerações 
esofágicas, causam obstrução por estenose do 
esôfago. 
 
-Esôfago de BARRET : 
 
-também chamado de esôfago colunar . 
 
É uma respostada mucosa do esôfago ao RGE 
crônico. 
 
-Caracteriza-se pela metaplasia do epitélio inferior do 
esôfago. 
-Esta relacionada ao surgimento de neoplasias de 
esôfago e também freqüentemente associado à 
estenose esofágica. 
 
 
197 
ESÔFAGO DE BARRET 
198 
TRATAMENTO 
 
 
- Medicamentos 
 
(antiácidos, agentes bloqueadores do receptor H2 e 
agentes pró-cinéticos que aumentam pressão no EEI); 
 
Cirúrgico 
 
Fundoplicatura - NISSEN : é o procedimento cirúrgico 
mais aplicado, constrói uma barreira mecânica efetiva 
contra o RGE, posicionando o fundo do estômago atrás 
do esôfago. 
199 
FUNDOPLICATURA NISSEN 
200 
CUIDADO NUTRICIONAL: 
 
OBJETIVOS: 
1) Evitar a irritação da mucosa esofágica na fase aguda, 
2) Evitar o RGE, 
3) Diminuir a capacidade irritativa ou acidez do suco 
gástrico 
4) aumentar a pressão no EEI. 
 
 EVITAR alimentos que diminuem a pressão do EEI: 
 
- Gorduras ( liberação de colecistoquinina = promove 
relaxamento do EEI) 
 - Chocolate, café, chá, mate (substâncias irritantes 
cafeína e teobromina) 
- Álcool 
- Carminativos ( menta, hortelã, alho) 
- Condimentos 
- Fumo 
201 
EVITAR alimentos que promovam irritação da mucosa: 
- Alimentos ácidos 
- Sucos cítricos 
- Chocolate, café, chá, mate 
- Condimentos 
- Doces muito concentrados 
 
- Fracionamento aumentado – volume diminuído – 
horários regulares 
- Consistência branda – pastosa 
 (fase aguda = Líquida) 
 
- Temperatura = evitar os extremos 
 
Necessidades Nutricionais: normocalórica, 
normoglicidíca, normo a hiperprotéica (1,2 –1,3 g/kg/dia) 
e hipolidíca. 
 
202 
MEDIDAS GERAIS 
 
- Evitar o aumento da pressão intra-abdominal : evitar 
constipação intestinal, emagrecimento em pacientes 
obesos e não usar roupas justas. 
 
- Evitar fumo 
 
 - Mastigação lenta, em ambiente tranqüilo, não se 
deitar após as refeições, elevar a cabeceira da cama, 
não ingerir líquidos durante as refeições. 
203 
ESOFAGITE POR MICROORGANISMOS 
(herpes simples, bacilo de Koch, monilíase): 
 
 Pode ocorrer por 
1) queda na imunidade 
(AIDS, Leucemia, quimioterapia e radioterapia), 
2) elevação da glicemia 
3) estase esofágica. 
 
 
 
 CUIDADO NUTRICIONAL 
 
· Pequenos volumes e fracionamento aumentado; 
. Evitar alimentos irritantes; 
· Consistência de acordo com a aceitação; 
· Temperatura baixa ou normal. 
 
204 
MONILIASE ESOFÁGICA 
205 
VARIZES ESOFÁGICAS 
206 
NEOPLASIA ESOFAGIANA 
207 
NEOPLASIAS 
PESCOÇO PARÓTIDA 
208 
 
Hérnia de Hiato 
 
 Definição: é a herniação da porção cardíaca do 
estômago p/ a cavidade torácica. 
 
 Sintomas: assintomático (às vezes), pirose retroesternal, 
refluxo dos conteúdos gástricos p/ o esôfago e 
esofagite, sangramento. 
 
 Tratamento: antiácidos ou cirurgia 
 
 Hérnia de hiato (HH) - continuação 
 tipo I 
 decúbito elevado pós alimentação (mín. 1h) 
 alimentação freqüente, mas em porções pequenas 
 tipo II: paraesofageanas ou rolantes 
 são menos freqüentes 
 todo ou parte do estômago abre caminho através do diafragma 
 em geral não ocorre refluxo pela preservação do EEI 
 habitual plenitude pós prandial 
 hemorragia, obstrução e estrangulamento 
 gastropexia = fixação do estômago em sua posição normal 
suturando-o à parede abdominal 
210 
 Finalidades da dietoterapia: 
- recuperar e/ou manter o estado nutricional; 
- facilitar o esvaziamento gástrico; 
- minimizar os estímulos físicos e químicos da secreção gástrica 
 
Características da dieta: 
consistência: semi-líquida ou branda 
(tolerância individual) - temperatura: normal 
condimentação: suave - volume: pequenos 
fracionamento :5 a 6 refeições/dia 
 
 
 Recomendações: 
- mastigação correta; 
- evitar líquidos na última refeição 
- não deitar após as refeições 
- atingir o peso ideal (obesos) 
- evitar alimentos gordurosos (retarda o esvaziamento gástrico) - “comer 
lentamente” 
211 
212 
HÉRNIA DE HIATO 
213 
HERNIOPLASTIA 
214 
HÉRNIA DE HIATO 
É a mais freqüente das hérnias diafragmáticas, se caracteriza pela 
migração das vísceras abdominais para o tórax, normalmente 
ocorre através dos óstios diafragmáticos. No caso da hérnia hiatal o 
estômago assume a posição no mediastino. 
TRATAMENTO:Idem da esofagite de refluxo. 
 
DIVERTÍCULOS ESOFÁGICOS 
São protusões da mucosa ou de toda parede esofagiana para fora 
do seu lúmen. Pode ocasionar fístulas. Normalmente ocorrem 
devido ao aumento da pressão intraluminar, com rompimentos da 
camada muscular, forma-se uma “bolsa” no local onde houve o 
rompimento. 
 
CUIDADO NUTRICIONAL: 
- Consistência- Dieta líquida 
Prevenir ou minimizar o emagrecimento para o tratamento cirúrgico. 
215 
TUMORES ESOFAGIANOS = Podem ser benignos ou 
malignos, sendo que estes últimos constituem maioria 
dos casos. 
 
 PATOGÊNESE 
- Esta relacionada aos hábitos Higienodietéticos dos 
indivíduos, sendo identificados alguns hábitos 
predisponentes: Uso continuado de álcool, fumo, 
ingestão de substâncias cancerígenas, temperaturas 
extremas altas em bebidas e alimentos, condimentos 
fortes em grande quantidade diariamente. 
- Além disso, há uma relação direta entre DOENÇAS 
CRÔNICAS ESOFÁGICAS 
 (esôfago de BARRET, megaesôfago chagásico e 
esofagite corrosiva)  NEOPLASIA DE ESÔFAGO. 
 
216 
QUADRO CLÍNICO 
 
· Disfagia – evolução progressiva; 
· Perda de peso; 
· Dor de garganta; 
· Sialorréia; 
· Halitose; 
· Náuseas e vômitos; 
· Linfonodos palpáveis. 
 
217 
TRATAMENTO 
- Cirúrgico = Esofagectomia e esofagoplastia, com 
uso de próteses. Normalmente tem mau prognóstico 
devido à alta incidência de metástases. 
 
CUIDADO NUTRICIONAL 
· Consistência de acordo com a aceitação do 
paciente; 
 Em casos de déficit na ingestão alimentar, recomenda-
se NE, com uso de cateter siliconizado ou gastrostomias. 
· 
 Nutrientes: Hipercalórica, hiperprotéica, normo a 
hiperglicídica e normolipídica. 
· 
 Pequenos volumes e fracionamento aumentado. 
· 
 Evitar alimentos irritantes. 
Divertículos 
 proeminência da mucosa e submucosa por protusão de porção 
enfraquecida da musculatura 
 faringoesofageano = Zenker 
 pessoas + 60 anos; 3x + homens 
 retenção de alimentos = halitose, acidez bucal, pneumonia aspirativa 
 remoção cirúrgica. 
 
 epifrênicos = terço inferior 
 funcionamento inadequado do EEI 
 tratamento cirúrgico ou conservador com restrição de álcool, café, 
fumo; antiácidos, anticolinérgicos; decúbito elevado, posição vertical 
pós-prandial, pequenas mas freqüentes refeições, redução peso se 
necessário, postura e vestimentas. 
 
DIVERTÍCULO 
ZENKER 
Perfuração 
 por feridas arma de fogo, punção acidental, episódios de 
vômitos, corpos estranhos 
 drenagem gástrica; TN enteral pós pilórica ou parenteral. 
Queimaduras químicas 
 ingestão de ácidos ou bases fortes, acidental ou proposital 
 tratamento clínico ou cirúrgico 
 TN enteral e/ou parenteral 
 
221 
 Varizes esofageanas 
 terço inferior do esôfago; complicação da cirrose hepática 
e hipertensão portal. 
 
Estômago 
224 
GASTRITE 
 
 Definição: 
 são estados inflamatórios da mucosa gástrica de difícil 
delimitação. 
 
 GASTRITEAGUDA: é a inflamação repentina e, às vezes, 
violenta da mucosa gástrica (porção superficial) SEM SEQÜELAS 
 
 Tipos de gastrite aguda: 
 superficial, 
 tóxica, 
 erosiva, 
 erosiva hemorrágica 
225 
 
 Tipos de gastrite aguda: 
 
 
 Superficiais : - excessos alimentares 
 - fumo e álcool 
 - comer depressa 
 - comer após emoções 
 fortes 
 Tóxicas: - medicamentos 
 - intoxicação alimentar 
 Erosivas: - ingestão ácidos 
 - Stress fisiológico: - queimaduras, cirurgias, 
choque, stress. 
 
 Sintomas: inapetência, dor epigástrica, aerofagia, náuseas e 
vômitos 
 
226 
 Tratamento: 
 
 hemorragias 
 lavagem gástrica / jejum 24 horas + hidratação endovenosa. 
 
Reiniciar dieta líquida após 24 horas (ver aceitação- dieta pouco 
excitante). 
 
 
 Finalidades da dietoterapia: 
- proteger mucosa gástrica; 
-normalizar e favorecer o trabalho gástrico; 
-reduzir a secreção gástrica, suprimindo os excitantes; 
-evitar a anemia devido as perdas sanguíneas; 
227 
 
 Características da dieta: 
 
 consistência: branda (pouco excitante) 
 temperatura: excluir quentes 
 condimentação: suave, não irritante 
 fracionamento: 5 a 6 refeições/dia 
 volume: reduzido. 
 
OBS: gorduras pouco aumentadas (enterogastrona no intestino-
neutraliza acidez estômago) 
 
proteínas (qtidade e qualidade adequadas) 
fase hemorrágica - jejum 
228 GASTRITE ÚLCERA GÁSTRICA 
ESTÔMAGO 
229 
Gastrite Crônica 
 Inflamação crônica, de etiologia desconhecida. 
 Crônica e anemia perniciosa 
(doença auto-imune) 
 Crônica: geralmente precede o desenvolvimento de lesões gástricas 
orgânicas como câncer e úlcera. 
 Finalidades da dietoterapia: 
-evitar avanço da lesão da mucosa; 
-proteger a mucosa gástrica; 
-reduzir a secreção ácida; 
-favorecer o trabalho gástrico; 
-suprimir ou reduzir o stress psíquico; 
-suprimir excitanres gástricos 
-evitar anemia (perdas sanguíneas) 
 
 Características da dieta: 
idem gastrite aguda. 
 DIETA INDIVIDUALIZADA!!!! 
 NÃO DEIXAR O ESTÔMAGO VAZIO 
230 
ÚLCERAS GÁSTRICAS 
 E DUODENAIS 
Resultante de um desequilíbrio entre os fatores agressivos da 
mucosa e os fatores defensivos; 
 Fatores agressivos: 
 secreção gástrica. 
 Principal fator defensivo: 
 barreira mucosa. 
 
 MUCO 
 produção estimulada pela ação das prostaglandinas; 
 contém bicarbonatos que neutralizam ácidos, protegendo a mucosa 
da ação proteolítica do suco gástrico e da invasão bacteriana 
 secretado pelas glândulas do esôfago inferior e duodeno superior. 
231 
ÚLCERAS GÁSTRICAS 
 E DUODENAIS 
 
 ÁCIDO CLORÍDRICO 
 secretado pelas células parietais em resposta a um estímulo pela 
acetilcolina, gastrina e histamina. 
 
 
 
 DIGESTÃO GÁSTRICA 
 pepsina HCl 
   
 alimento ingerido 
  
 QUIMO - altamente ácido 
232 
Ácidos no duodeno: 
 estímulo da secreção pancreática ( bicarbonato), inibindo a 
secreção gástrica e a peristalse. 
ÚLCERAS - resultantes de anormalidades microbianas, neurais e 
hormonais - rompendo os fatores que mantém a integridade da mucosa e 
PERMITEM A EROSÃO PROTEOLÍTICA E ÁCIDA do tecido. 
Estas erosões podem chegar a perfurar a cavidade peritoneal ou penetrar 
em outros órgãos (ex. pâncreas) ou artérias: hemorragia ou infecção por 
H. pylori. 
 TRATAMENTO: neutralização de ácidos - 
antiácidos e outros (hidróxido de alumínio, cimetidina, ranitidina); 
•antibióticos; 
•cessação do hábito de fumar; 
•evitação de drogas antiinflamatórias; 
•redução do estresse; 
ANTIÁCIDOS: 1-3 horas antes refeições e 1h antes dormir 
233 
Gastrite Crônica 
Geral/e afeta o antro; 
associada com Helicobacter pylori, 
 
bebidas quentes, temperos, álcool, 
fumo, medicamentos, refluxo 
intestinal; 
anorexia, azia pós refeição, gosto 
amargo na boca, náusea e vômitos 
avaliação diagnóstica: 
 tipo A => acloridria ou hipocloridria 
tipo B => hipercloridria 
http://www.unifesp.br/comunicacao/jpta/ed165/pesq7.htm 
234 
235 
236 
237 
238 
239 
CÂNCER GÁSTRICO 
http://escuela.med.puc.cl/paginas/Cursos/tercero/AnatomiaPatologica/Imagenes_AP/patologia481-485.html%7F 
http://www.murrasaca.com/Gastricarcinoma.htm 
241 
antropométricos clínicos bioquímicos 
Peso Aval. Nutric. subjetiva Albumina sérica 
Altura Exame físico Pré albumina sérica 
Prega cutânea do triceps Anamnese alimentar Hemograma 
Circunferência muscular 
do braço 
Balanço nitrogenado 
 
Transferrina sérica 
Indicadores para avaliação nutricional 
Fonte: adaptado de CERDA, 1993. In: Cuppari, 2002 
242 
Cuidado nutricional - ÚLCERAS- Objetivos: 
• redução e neutralização da secreção ácida do estômago; 
• manutenção da resistência ácida do tecido epitelial; 
• limitação do desconforto do paciente; 
• restauração do bom estado nutricional. 
FRACIONAMENTO: 5 OU + VEZES/DIA 
 (distensão mecânica aumenta secreção) 
CONSISTÊNCIA: “BRANDA” - maior tolerância 
TEMPERATURA: “ambiente”, pois  temperatura  secreção ácida e 
retarda o esvaziamento gástrico. 
ÚLCERAS - tratamento: 
- neutralização de ácidos: antiácidos e outros (hidróxido de alumínio, 
cimetidina, ranitidina) 1 a 3 h antes das refeições e antes de dormir; 
- antibióticos 
- evitar drogas antiinflamatórias 
 * PARAR DE FUMAR e  estresse !!! 
243 
Recomendações dietéticas 
para gastrite e úlcera gastrintestinal 
características recomendação 
 
 
Alimentos a serem evitados 
Bebidas alcoólicas: potente irritante 
Café: aumenta produção ácida, irritando 
a mucosa 
Refrigerantes: à base de cola e sodas: 
irritantes. O gás distensão gástrica. 
Pimenta vermelha: possui capsaicin -
irritante. Pimenta preta, mostarda e chili 
também. 
Frutas ácidas Respeitar tolerância do paciente. 
Ambiente durante a 
alimentação 
Tranqüilo, comendo devagar e 
mastigando bem os alimentos. 
244 
•O leite não é um alimento indicado para aliviar a dor ou 
queimação, sintoma comum nesses pacientes. Embora possa 
levar ao alívio instantâneo quando ingerido, por ser rico em 
cálcio e proteínas, resulta em rebote ácido: estimula a 
produção ácida gástrica e acaba intensificando a dor. Deve ser 
consumido como parte integrante da alimentação na quantidade 
recomendada nos guias alimentares. 
•As fibras alimentares (vegetais em geral) apresenta 
efeitos benéficos, agindo como “tampão”, reduzindo a 
concentração de ácidos biliares no estômago e diminuindo o 
tempo de trânsito intestinal, levando a menor distensão. 
•Quanto ao consumo de frutas ácidas, respeitar a tolerância 
do paciente. O pH do estômago (~2) é mais ácido que qualquer 
fruta (suco de laranja ~3). Por isso não seria necessário evitá-
las. No entanto, alguns pacientes relatam dispepsia com 
cítricos. 
245 
FUMO 
GENÉTICA 
ESTRESSE 
DROGAS 
ANTIINFLAMATÓRIAS não 
esteróides 
H. pylori 
ÁCIDOS E 
PEPSINA 
Z- E 
DEFESA MUCOSA 
prejudicada 
hipersecreção 
ÚLCERA 
KRAUSE, 1998 - p.624 
Z- E: Síndrome Zollinger-Ellison (hipersecreção de ác. Clorídrico) 
246 
Cirurgias Gástricas 
 
 Gastrectomia parcial distal com B. I 
 
 ressecção de ~50% da cavidade gástrica (centro 
e piloro): 
  da secreção ácida em 80%; 
 depleção do hormônio gastrina - predisposição; 
 atrofia tardia das células parietais, produtoras do 
Fator Intrínseco (FI) - deficiência e má absorção 
de vit. B12; 
 anemia ferropriva devido as perdas sangüínease 
por  da produção de HCl que participa da 
conversão do ferro férrico (Fe 3++) para a forma 
ferrosa (Fe 2+). 
247 
Cirurgias Gástricas 
 
 Gastrectomia parcial distal 
 com B. II 
 
 ressecção da porção distal do estômago 
(centro e piloro) e anastomose com o jejuno; 
  velocidade de esvaziamento gástrico; 
 menor estímulo para liberação de secretina e 
colecistoquinina; 
 má absorção de: 
 gorduras (esteatorréia) 
 cálcio (pela  absorção de vitamina D) 
 ferro e vitamina B12 : anemias. 
248 
Tratamento da obesidade 
CIRÚRGICO 
 
-Consenso latino americano sobre obesidade 
http://www.abeso.org.br/ download 
 
-http://www.sbcbm.org.br/legislacao.asp?menu=2 
 
• CRITÉRIOS: 
 
 I.M.C. igual o maior de 40 kg/m2 
 
 
 I.M.C. igual o maior de 35 kg/m2, 
 se houver outros fatores de risco 
 (HAS, DM tipo 2, dislipidemias) 
249 
Cirurgias, cirurgias bariátrica, gastroplastia: 
 
 
-http://www.sbcb.org.br 
-http://www.obesidademorbida.med.br/ 
 
Remoção do tecido adiposo: retirada do tecido adiposo 
localizado. Ex: lipoaspiração (há perda de sangue e células) 
Derivação Jejunoileal * (obesidade mórbida) - só é feita c/ 
orientação médica. 
É feita uma “ponte” direta entre o jejuno e íleo, retirando-se a parte 
absortiva do intestino. 
Derivação Gástrica *(obesidade mórbida) - só c/ orientação 
médica. 
É “fechada” uma porção do estômago, ou faz-se uma ligação direta 
com o jejuno. 
* são cirurgias irreversíveis 
250 
Cirurgias da Perda de Peso 
http://www.obesidademorbida.med.br/ 
 Existem várias opções de Cirurgia da Obesidade, mas há 
dois mecanismos básicos: 
 
Procedimentos Restritivos e Disabsortivos. 
 A Sociedade Americana para Cirurgia Bariátrica descreve estas duas 
metodologias básicas que a cirurgia para perda de peso aplica para 
obter uma mudança. 
Cirurgias Restritivas: Banda Gástrica Ajustável Laparoscópica 
 Cirurgias Disabsortivas: Derivação Biliopancreática 
(DBP) e Derivação Biliopancreática com Switch Duodenal 
 Cirurgias Mistas ou Combinadas Bypass Gástrico em Y de 
Roux (Fobi-Capela) 
251 
Cirurgias Restritivas. Neste grupo se destaca a técnica que consiste em 
construir um pequeno reservatório no estômago (30 ml) que se comunica 
com o restante do órgão e que tem seu esvaziamento retardado por um 
anel, impedindo que se coma grandes volumes de comida. 
Esta cirurgia não impede a ingestão de líquidos, mesmo os hipercalóricos 
(que engordam) como sorvetes, refrigerantes, leite condensado etc. Neste 
caso é necessário grande colaboração do paciente para que os 
resultados sejam compensadores, por este motivo, esta técnica falha em 
30% dos casos. 
Esta cirurgia apresenta mecanismo de ação e resultados semelhantes 
àquela para colocação de banda gástrica, uma espécie de balão inflável, 
adaptada próximo à junção do esôfago com o estômago. 
Descrição: A banda é colocada na parte superior do estômago 
separando-o em uma parte maior e outra menor. 
• A banda pode ser ajustada para diminuir ou aumentar a passagem do 
alimento. 
• A cirurgia pode ser revertida. 
• A digestão e absorção são normais. Resultados: Em estudos 
realizados na Suécia, a perda de peso média em 28 meses após a cirurgia 
foi de 68% do excesso de peso. 
252 
Riscos: Enquanto as principais cirurgias acarretam um certo nível 
de risco, os riscos e as considerações a seguir são específicos para 
este procedimento: 
• Perfuração gástrica ou lesão no estômago; 
• Vazamento ou torção do portal de acesso; 
• Pode não obter a sensação de ter corrido o "suficiente": 
• Náusea e Vômito; 
• Obstrução da saída; 
• Dilatação da bolsa; 
• Migração da banda / deslizamento. 
253 
Cirurgias Disabsortivas. Nestas operações um grande segmento do 
intestino delgado é excluído da passagem do alimento. O estômago pode ou 
não ser mantido intacto. Desta forma o alimento ingerido não é absorvido. 
 
Esta cirurgia permite grande perda de peso sem alterar muito a quantidade 
de comida ingerida. No entanto, esta técnica pode causar carências de ferro, 
vitaminas, proteínas e sais minerais, se não houver acompanhamento e 
reposição adequados. 
 
Acreditamos que este tipo de técnica tem excelente resultado na perda de 
peso de pacientes super obesos e pacientes com compulsão alimentar. 
Descrição: Aproximadamente 3/4 do estômago é removido; 
• Restringe a ingestão de alimento e reduz a acidez; 
• Divide o intestino delgado; 
• Uma extremidade é anexada à bolsa gástrica para criar um canal alimentar; 
• O alimento se move através do canal alimentar com pouca absorção do 
mesmo. Resultados: • Os pacientes estudados conseguiram perda do 
excesso de peso de 74% em um ano, 78% em dois anos, 81% em três anos, 
84% em quatro anos e 91 % em cinco anos. 
• Oferece altos índices de má-absorção. 
• Os pacientes foram capazes de fazer mais refeições do que no 
procedimento restritivo. 
254 
Riscos: Enquanto as principais cirurgias 
acarretam um certo nível de risco, os riscos e as 
considerações a seguir são específicos para este 
procedimento: 
• Será necessário um período de adaptação às 
evacuações, que poderão ser muito líquidas e 
freqüentes, melhorando no decorrer do tempo, 
mas que podem permanecer para sempre; 
• Distensão abdominal e evacuações ou gases 
mal cheirosos; 
• Suplementação vitamínica por toda a vida; 
• Recomendável a monitoração por toda a vida 
para; cuidados com má nutrição protéica, anemia 
e doenças ósseas; 
• Aumento do risco de formação de cálculo biliar, 
aumento do risco de remoção de vesícula biliar; 
• Irritação intestinal e úlcera gástrica; 
• Suscetibilidade para Síndrome de Dumping com 
ingestão de doces, líquidos altamente calóricos 
ou produtos de laticínio. 
Derivação 
Biliopancreática (DBP) 
Técnica de Scopinaro 
255 
Descrição: Combina um nível de restrição menor com alto grau de 
disabsorção; o grampeamento é utilizado para criar uma bolsa gástrica, 
mantendo sua saída natural; 
• A maior parte do intestino delgado é desviada, causando um alto grau 
de má-absorção dos alimentos. Resultados: • Os pacientes estudados 
conseguiram perda do excesso de peso de 74% em um ano, 78% em dois 
anos, 81% em três anos, 84% em quatro anos e 91% em cinco anos; 
• Oferece menos restrição do alimento consumido do que outros 
procedimentos discutidos; 
• Oferece altos níveis de disabsorção. Riscos: Enquanto as principais 
cirurgias acarretam um certo nível de risco, os riscos e as considerações 
a seguir são específicos para este procedimento: 
• Será necessário um período de adaptação às evacuações, que poderão 
ser muito líquidas e freqüentes, melhorando no decorrer do tempo, mas 
que podem permanecer para sempre; 
• Distensão abdominal e evacuações ou gases mal cheirosos; 
• Suplementação vitamínica por toda a vida; 
• Recomendável a monitoração por toda a vida para cuidados com má 
nutrição protéica, anemia e doenças ósseas; 
• Aumento do risco de formação de cálculo biliar; 
• Aumento do risco de remoção de vesícula biliar; 
• Irritação intestinal e úlcera gástrica. 
256 
 Derivação Biliopancreática com Switch 
Duodenal 
257 
Cirurgias Mistas ou Combinadas 
 Combina Restritivo com Disabsortivo 
 Nas técnicas mistas há construção do pequeno reservatório gástrico, com 
anel, assim como a exclusão de um pequeno segmento intestinal. 
 
Nesta técnica podemos obter as vantagens das duas anteriores, com 
menores índices de complicações metabólicas (carência de vitaminas, 
proteínas, ferro e sais minerais) uma vez que o segmento intestinal excluso é 
menor. 
Esta cirurgiaé a que adotamos na maioria dos casos. 
Quando a pessoa se alimenta, o reservatório do estômago se enche 
rapidamente, mandando um sinal ao cérebro que interpreta como saciedade, 
ou seja, come-se pouco, mas parece que comeu muito. 
 
O paciente deverá aprender a mastigar muito bem o alimento e ingeri-lo 
lentamente. Se comer rápido e pedaços grandes, o alimento não vai passar 
pelo anel e o paciente vai vomitar. Além disso, se a pessoa “abusar” dos 
alimentos calóricos líquidos sentirá mal-estar, tonturas e diarréia. Este 
quadro é chamado de Síndrome de Dumping sendo decorrente da passagem 
rápida de alimento rico em carboidratos para o intestino. A presença destas 
manifestações ajuda a inibir a ingestão destes alimentos. 
258 
Descrição: O grampeamento é utilizado para criar uma pequena bolsa na 
parte superior do estômago que restringe a quantidade de alimento capaz de 
ser consumido.• Uma parte do intestino delgado é desviada retardando a 
mistura do alimento com os sucos digestivos para evitar a absorção calórica 
completa. Resultados: Média de 77% da perda do excesso de peso um ano 
após a cirurgia; 
• Os estudos mostram que após 10 a 14 anos, os pacientes mantiveram 60% 
da perda do excesso de peso; 
• Estudo do ano 2000 mostrou que 96% de certas co-morbidades, tais como 
dor nas costas, apnéia do sono, aumento de pressão sanguínea, diabetes 
tipo II e de pressão diminuíram ou foram curadas; 
• Em muitos casos, os pacientes relataram uma sensação precoce de 
saciedade combinada com uma sensação de satisfação, que reduz a vontade 
de comer. Riscos: Enquanto as principais cirurgias acarretam um certo 
nível de risco, os riscos e as considerações a seguir são específicos para 
este procedimento: 
• Baixa absorção de ferro e cálcio; 
• Anemia crônica devido a deficiência de vitamina B12; 
• Ocorrência de Síndrome de Dumping quando consome-se muito açúcar ou 
grandes quantidades de comida; 
• Dilatação da bolsa gástrica; 
• A parte desviada do estômago, duodeno e segmentos do intestino delgado 
não podem ser facilmente visualizadas usando Raio X ou endoscopia. 
259 
Bypass Gástrico em Y de Roux Técnica 
de Capela Técnica de Fobi-Capela 
260 
•Complicações de cirurgias de derivação intestinal: 
morte cirúrgica, infecções e escape da anastomose. 
•Complicações em termos metabólicos: desidratação, 
osteosporose (diminui a absorção Ca): propensão a 
formação de cálculos renais e fraqueza. 
•Distúrbios Gastrointestinais: náusea e vômitos, 
diarréia persistente, distensão abdominal e desnutrição 
principalmente por hipovitaminose. 
•Outras complicações : queda de cabelo, artrite, 
anemia. 
•Os alimentos devem ser de fácil digestão, não 
flatulentos. 
•Em casos extremos há imobilização da mandíbula e se 
controla a alimentação por meio de sondas. 
•No quadro a seguir está demonstrada a evolução da 
alimentação após a cirurgia de gastroplastia. 
261 
Riscos da cirurgia no paciente obeso: 
 
- Anestesia: a maior parte delas é lipossolúvel, portanto a 
concentração dada ao obeso será maior, e 
consequentemente o risco cirúrgico também será >. 
 
 - O fechamento e cicatrização são mais demorados. 
- Acesso intravenoso: é mais difícil de encontrar a via 
endovenosa. 
- Complicações circulatórias: maior propensão a doenças 
hipertensivas. 
- Maior incidência de diabetes: a célula adiposa não 
permite a absorção adequada da glicose. 
262 
Síndrome de Dumping 
 resposta fisiológica à presença de alimento não digerido no jejuno 
(náuseas, cólicas, diarréia, tontura, fraqueza,...); 
 deitar-se após a alimentação; 
 conteúdos intestinais HIPERTÔNICOS; 
 HIPOGLICEMIA alimentar: 1 a 2 horas após refeição - por ocorrer 
rápida digestão e absorção, há rápida absorção da glicose - provoca 
estímulo à produção de insulina. 
 CUIDADO NUTRICIONAL 
 restauração do bom estado nutricional e a qualidade de vida: 
 proteínas / gorduras: melhor tolerados que CHO simples; 
 evitar líquidos às refeições; 
 fibras solúveis - PECTINA:  absorção de CHO; 
 leite: geralmente é mal tolerado; 
... PORTANTO: 
 gorduras: 30 - 40% do VCT (incluir TCM); 
 CHO simples - restringir; 
 proteínas: ~20% do VCT; fibras: pectina; 
 FRACIONAMENTO ! 
263 
Tipo de 
Dieta 
Características Objetivos 
Dieta 
Líquida 
restrita ou 
líquida de 
prova 
Alimentos líquidos (transparentes) à temperatura 
ambiental. Incluem refrescos, chás (geralmente 
sem açúcar) e caldos de vegetais. 
Duração: 1 dia (em geral no terceiro dia pós-operatório). 
Fornecer alimentos fluidos, facilmente 
absorvidos, com mínimo de 
estímulo, praticamente não 
deixando resíduos no trato 
gastrintestinal. Avalíar a função 
digestiva após período de jejum 
pós-operatório. 
Dieta 
Líquida 
completa 
Alimentos líquidos à temperatura ambienta I, incluindo 
misturas à base de leite (mingaus e vitaminas), 
iogurtes e preparações mais elaboradas, como 
sopas liquidificadas. 
Duração: cerca de 1 mês. 
Dar alimentos fluidos. 
Evitar sobrecarga de volume e 
consistência e estímulos antes da 
adaptação completa das 
anastomoses. 
Dieta 
Semi 
Líquida 
 ou 
 líquida 
pastosa 
Todos os alimentos da dieta líquida completa, além de 
sopas não liquidificadas ou preparações mais 
consistentes como purês de legumes, arroz 
papa e carnes moídas ou desfiadas (liquidificados). 
Duração: variável. Dieta de transição. 
Fornecer alimentos que não necessitem 
de mastigação e sejam facilmente 
deglutidos e de fácil 
digestibilidade. Serve de transição 
para dietas de maior consistência 
(dietas pastosa e branda). 
Evolução da consistência da dieta após cirurgia de gastroplastia. 
264 
 
Dieta 
Pastosa 
Alimentos ou preparações na forma de 
purês, pastas ou cremes. Inclui 
suflês, arroz papa, feijão liquidificado, 
macarrão, carne moída, frango 
desfiado, fígado moído, almôndegas, 
ovo cozido, frutas cozidas, amassadas 
ou raspadas, biscoitos amolecidos. 
Duração: cerca de 1 mês. 
Oferecer alimentos que exijam o mínimo de 
mastigação e sejam de fácil trânsito e 
digestibilidade. 
 
Dieta 
Branda 
Alimentos de consistência normal. Contudo, 
mantém-se a restrição de fibras 
(vegetais crus são excluídos) e 
aumenta-se o tempo de cozimento. 
Não são incluídas as frituras. 
Duràção: indeterminada, dependendo 
da tolerância do paciente. 
Fornecer dieta com sua apresentação natural e de 
mais fácil digestão, pela restrição de fibras e 
gordura das preparações. 
 
 
Dieta 
Normal 
Dieta completa, sem restrições. Proporcionar dieta com todos os constituintes 
nutricionais para pacientes cuja condição 
clínica já não dependa de modificações 
dietéticas, mantendo apenas o controle de 
volume e balanceamento nutricional. 
Tipo de 
Dieta 
Características Objetivos 
Continuação quadro anterior 
265 
Câncer Gástrico 
266 
GASTROJEJUNOSTOMIA 
267 Continuação: arquivo so intestino 
 DOENÇAS DO 
APARELHO DIGESTÓRIO 
Intestino delgado e grosso 
269 
270 
 
 
 
FIBRAS ALIMENTARES – 
 
 
 RECORDAR...no material referente a CARBOIDRATOS 
 
271 
A dieta moderna, produto da intervenção humana, 
concentrou nutrientes de alta absorção (inclusive elementos “não 
naturais”, como o açúcar e a farinha de trigo refinados) e com 
quantidade cada vez menor de fibras e resíduos. 
 
Esses nutrientes processados, na verdade, sofreram uma 
“digestão externa” para serem produzidos. O calor do 
fogo e o cozimento quebram ligações estruturais e tornam 
o alimento mais facilmente digerível. 
 
O refinamento remove as fibras que revestem os 
nutrientes nos alimentos vegetais. 
 
•Podemos criar artificialmenteuma refeição que nossos instintos 
mais procuram: nutrientes livres de partes não nutritivas. 
• Esta refeição “pré-digerida” pode ser absorvida de 
modo eficaz nas porções mais iniciais do intestino, criando 
picos de absorção de nutrientes e também um 
“intestino distal vazio” 
272 
273 
274 
 PREBIÓTICOS E PROBIOTICOS 
Ver material sobre o assunto em carboidratos 
275 
FLATULÊNCIA 
Pode ou não estar presente dentre as queixas destes pacientes. 
 
 
 Normalmente está associada a um aumento da 
motilidade intestinal e absorção deficiente de gases pela mucosa 
intestinal. 
 
 Em indivíduos mais suscetíveis deve-se evitar o 
consumo de alimentos flatulentos: 
Feijões 
Pimentão 
Ervilha 
Pepino 
Lentilha 
Cebola 
Brócolis 
Nabo 
Couve 
 
Soja 
Couve-flor 
Maçã 
Milho 
Abacate 
Rabanete 
Melancia 
 Melão 
 
 DIARRÉIA 
 
 É um sinal-sintoma caracterizado pelo aumento da freqüência, 
volume e da fluidez das evacuações. 
 A diarréia pode ser definida como a passagem de mais de 
200g de fezes em 24 horas sob uma dieta ocidental 
média. 
 
 Classificação: 
- secretora: causadas por infeção. Ex: cólera 
- exsudativa: inflamação da mucosa aumentando o volume o 
volume fecal c/ pus, sangramento, muco. Ex: colite 
ulcerativa 
- disabsortivas: atrofia das vilosidades. Ex: Espru 
- motoras: aumento do estímulo gastrocólico. Ex: 
diabético 
 
276 
 
 Diarréia crônica: 
 permanece por semanas ou meses. 
 
 Ex: Doença de Chron, colite, intolerância lactose, 
doença celíaca. 
 
 
 Objetivos dietoterápicos: 
 
- repor as perdas hidroeletrolíticas 
- moderar o peristaltismo 
- minimizar as perdas 
- manter e/ou recuperar o E.N 
277 
278 
Características da dieta: 
- jejum 6 horas - reposição hidroeletrolítica 
- dieta líquida, pobre em fibras insolúveis 
- utilizar alimentos ricos em fibras solúveis 
- chás de erva doce, camomila são permitidos. 
- evitar chá preto (tanino) 
 
 Alimentos formadores de gases: 
- feijões comuns / brócolos / couve de bruxelas / repolho / 
couve-flor/ milho / pepino/ alho-porró/ lentilhas/ cebolas/ 
pimentas verdes/ pimentões/ rabanetes/ chucrute/ 
cebollinhas/ feijào soja/ nabo 
- frutas: maçã (crua) / suco de maçã/ abacates/ melão/ 
melancia 
Dieta: deve conter pelo menos 25 g de fibra. 
Boa fonte: farelo de trigo 
Não devem ser usadas indiscriminadamente. 
279 
280 
OBSTIPAÇÃO / CONSTIPAÇÃO INTESTINAL 
 
 
 Caracteriza-se pela dificuldade de defecar, 
podendo ocorrer: 
 
-menos de 3 vezes por semana mesmo 
com dietas ricas em fibras 
 
 ou 
 
- quando a quantidade de fezes eliminada tem 
volume reduzido. 
281 
 
ETIOLOGIA: 
SISTÊMICA GASTROINTESTINAL 
 
Efeito colateral de drogas Doenças do trato GI superior (úlcera 
duodenal, câncer gástrico e fibrose cística) 
Anormalidades metabólicas e endócrinas 
(hipotireodismo, uremia e hipercalcemia) 
Doenças do Intestino grosso que ocasionem 
insuficiência de propulsão do cólon e/ou 
obstrução de passagem das fezes 
Falta de atividade física Fissuras anais e hemorróidas 
Não atendimento a necessidade de defecar Abuso do uso de laxantes 
Doença vascular do intestino grosso Diminuição do tônus muscular intestinal 
Doença neurovascular 
Dieta pobre em fibras e baixo consumo de 
água 
Gravidez 
Efeito colateral de drogas 
282 
CUIDADO NUTRICIONAL 
obstipação/constipação 
 
 
 
- Dieta rica em fibras solúveis e insolúveis (mínimo 
de 30g/dia) a base de frutas, vegetais e grãos 
integrais. 
 
FIBRA  Promove retenção de água   volume 
fecal  distensão do cólon 
  
 Ação das bactérias intestinais  Produção de 
AGCC  efeito estimulante na defecação. 
 
Aumentar a ingestão hídrica ( mínimo de 
2000ml/dia). 
283 
 UTILIZAÇÃO DE FIBRAS 
 EM DIETAS ENTERAIS 
 
 Na obstipação, 
 estudos clínicos com dietas enterais isentas de fibras, administradas a 
voluntários saudáveis mostraram uma produção de fezes úmidas na 
faixa de 40-70 g/dia, com uma freqüência de evacuação diária de 
0,5-0,7/dia. 
 
 A suplementação de uma dieta líquida isenta de fibra, através de 
gastrostomia, com 18-25 g/dia de fibra de soja, durante 1 ano, 
resultou em um aumento significativo do peso das fezes e da 
freqüência de evacuação. 
 
 A necessidade de laxantes e dietas laxativas foi significativamente 
menor quando os pacientes receberam dieta contendo fibras. 
 
 
284 
 Na diarréia, 
 
 a administração a longo prazo de dieta enteral isenta de 
fibras pode estar associada à diarréia. Empregando-se tal 
definição, a diarréia ocorre em até 25% dos pacientes que 
estão recebendo nutrição enteral. 
 Os fatores que foram identificados como tendo estado 
associados à diarréia durante a nutrição enteral incluem: 
intolerância à lactose, terapia antibiótica concomitante, uso 
de laxantes e hipoalbuminemia. 
 Certamente, existem fortes evidências que sugerem que a 
diarréia relacionada com a dieta enteral pode ocorrer como 
uma conseqüência da produção prejudicada de AGCC do 
cólon. 
 A suplementação de fibras solúveis pode ter um efeito 
benéfico. 
285 
 ESTEATORRÉIA 
Conseqüência da malabsorção de gorduras – gorduras não 
absorvidas são eliminadas nas fezes. 
Causas: 
-Falha na digestão das gorduras (pancreatite, ressecção gástrica ou 
intestinal); 
- Deficiência de sais biliares; 
-Falha na absorção (dano na mucosa intestinal). 
 
Teste de gordura fecal: dá-se dieta contendo 100 g de gorduras 
durante 3 dias – coleta de todas as fezes produzidas a partir do 
início da dieta - análise 
Normal: até 10% da gordura consumida é eliminada elas fezes. 
Quantidades maiores nas fezes: sinal de malabsorção. 
Cuidado nutricional: 
-Restabelecer o E.N., pois geralmente há perda de peso; 
-TCM – tipo de gordura que entra direto no sangue por transporte 
direto para o fígado, sem necessitar ser emulsificado pela bile para 
ser absorvido. 
286 
DOENÇAS 
 
DO INTESTINO DELGADO 
 
 DOENÇA CELÍACA 
 - ENTEROPATIA SENSÍVEL AO GLÚTEN/ 
 OU ESPRU NÃO TROPICAL 
 
 
FIBROSE CÍSTICA 
 - MUCOVISCIDOSE 
 
 
INTOLERANCIA A LACTOSE - 
 
 - DEFICIÊNCIA DE LACTASE 
287 
DOENÇA CELÍACA 
 
- reação a gliadina (componente do glúten), causando dano às 
vilosidades intestinais - má absorção potencial de todos os 
nutrientes. 
Etiologia desconhecida (componentes genético e imunológico 
envolvidos - geralmente no 1º ano de vida) 
Sintomas: depende da extensão do envolvimento do intestino delgado. 
 Pode tornar-se aparente quando um bebê começa a comer cereais ou na 
idade média em situações como: estresse, gravidez, infeção viral, cirurgias 
intestinais. 
 Sintomas entre 6 meses e 3 anos: diarréia, insuficiência de crescimento, 
vômito projetante, abdômen inchado, fezes anormais na aparência, odor e 
quantidade. 
 Freqüência varia muito: até 10 vezes/dia. 
 Adultos: apetite aumentado, perda de peso, fraqueza e fadiga,diarréia, 
distensão abdominal,anemia (má absorção) 
 OBS : atualmente 50 a 60% dos celíacos tem pouco ou nenhum sintoma. 
288 
 Objetivos do cuidado nutricional: 
- recuperar a mucosa intestinal 
- diminuir o peristaltismo 
- repor as perdas 
- recuperar o estado nutricional 
 Características da dieta: 
FASE AGUDA: - retirar o glúten e as fibras insolúveis 
 - aumentar a oferta fibras solúveis 
 - consistência : individual 
FASE COMPENSADA: - dieta geral s/ glúten 
 excluir: trigo centeio, aveia, cevada. 
 Substituir pormilho e arroz 
- hipercalóricas 
- (p/ compensar as perdas fecais-geralmente 20% acima do normal) 
- hiperproteicas 
- hipolípidica: devido a absorção prejudicada 
- carboidratos: açucares simples 
- vitaminas; suplementação vit. B, A, e C 
- minerais: suplementação ferro - anemia 
289 
 FIBROSE CÍSTICA 
Deficiência exocrinopatia de caráter evolutivo e hereditário 
 Sintomas: 
- muco espesso nos pulmões (leva à DPOC) 
- insuficiência pancreática (leva ao DM) 
- má absorção dos nutrientes alimentares não digeridos e extensiva 
desnutrição e interrupção do crescimento 
- cirrose biliar 
- maior concentração de sal na transpiração 
 
 Quadro Clínico: 
- pulmonar: tosse, pneumonia 
- gastrointestinal: esteatorréia (1 a 5 evacuações/dia); deficiência de 
vitaminas lipossolúveis; retardo no crescimento; desnutrição por má 
absorção. 
 Tratamento: broncodilatoadores, antibióticos, enzimas pancreáticas. 
290 
 Objetivos do cuidado nutricional: 
- facilitar a digestão e absorção dos nutrientes 
- diminuir a esteatorréia 
- propiciar condições p/ o crescimento e melhorar o E.N. 
- melhorar a imunidade 
 
 Características da prescrição dietoterápica: 
- Fornecer quantidades adequadas de energia, proteínas, vitaminas e minerais; 
- Adicionar sal às refeições; 
- Incluir alimentos com alta densidade energética; 
- - lipídeos: c/ enzimas - normo 
 s/ enzimas - hipo (20%) + TCM 
 
- suplementação de vitaminas lipossolúveis 
- aumentar a ingestão hídrica e de NaCl nos dias quentes 
- Descansar antes das refeições 
291 
 DEFICIÊNCIA DE LACTASE 
 
- intolerância a lactose (comum) 
- lactose não é hidrolisada em galactose e glicose; 
- permanece no intestino agindo, osmoticamente, para retirar água 
de dentro deste (intestinos). 
- as bactérias fermentam a lactose não digerida: inchaço, 
flatulência, cólicas e diarréia 
- parada do crescimento 
- perda de peso 
- náuseas e vômitos 
Pode ser de causa secundária: lesão da mucosa intestinal 
(temporária ou permanente) 
 
292 
 DEFICIÊNCIA DE LACTASE 
 
 
 Tratamento dietético: 
- omissão do leite - melhora dos sintomas 
- a maioria dos adultos tolera um pouco a lactose 
(melhor, como parte de uma refeição do que isolada). 
 
OBS: queijos e iogurte 
 (cuidado - tolerância individual) 
293 
INTESTINO GROSSO 
294 
ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 DO INTESTINO GROSSO 
 
 O intestino grosso é um tubo de grande capacidade que se 
estende do íleo terminal até o ânus. 
 
 Anatomicamente compreende o ceco, o apêndice e os cólons 
ascendente, transverso, descendente e sigmóide. 
295 
FISIOLOGIA: os mecanismos de continência fecal e 
defecação são altamente complexos e interligados. 
Sendo mantidos pela interação de múltiplos 
mecanismos: 
 
- Consistência das fezes; 
- Motilidade colônica; 
- Capacidade e complacência retais; 
- Função do esfíncter anal, 
- Musculatura intestinal 
 
 
No intestino grosso, particularmente no cólon, ocorre a 
absorção de água, sódio e cloro e secreção de potássio 
e bicarbonato. 
 
 
296 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE 
 COM ENFERMIDADES 
 DO INTESTINO GROSSO 
 
 
 
 
colonoscopia 
Doenças do Intestino Grosso 
Diverticulose: coleção de hérnias da parede colônica. 
 Sintomas: 
 dor e sensibilidade lado esq inferior do abdomen+ 
náuseas, vômitos, distensão, diarréia. 
 Etiologia: dieta pobre em fibras + força diminuída da 
musculatura do cólon 
 Incidência : aumenta c/ o envelhecimento. 
 
Diverticulite: acúmulo de matéria fecal nas bolsas 
diverticulares resultando em infeção e inflamação 
 (ulceração ou perfuração) 
297 
Cuidado nutricional: 
 
Diverticulose: dieta rica em fibras (fezes 
macias, volumosas, passam mais velozmente, são 
defecadas mais facilmente, menor pressão 
intracolônica) 
 Tratamento: corrigir a constipação 
- 2 colheres de chá de farelo – auxiliam na 
 
Diverticulite: inflamação – “ repouso” 
 
- dieta com poucos resíduos e pobre em gorduras 
298 
299 
Doenças do Intestino Grosso 
Espru Tropical 
 seqüela de uma diarréia infecciosa aguda: contaminação do 
intestino: vilosidades intestinais são encurtadas. 
 
 Etiologia: desconhecida; 
 
 Sintomas: diarréia, anorexia, distensão abdominal + 
deficiência nutricional por deficiência de vitaminas e 
minerais. 
 
Cuidado nutricional: 
tetraciclinas + ácido fólico + vit. B12 (IM). 
 
300 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS 
 DO INTESTINO 
 
DOENÇA DE CHRON 
 
- distúrbio crônico progressivo 
 Processo de inflamação crônica capaz de afetar 
qualquer segmento do canal alimentar, desde a boca 
até o ânus, que evolui por surtos de exacerbação e 
remissão imprevisíveis e com resposta à terapia 
medicamentosa ou cirúrgica igualmente inesperada. 
 As lesões não respeitam a mucosa e podem produzir 
úlceras, estenoses e fístulas. 
301 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS 
 DO INTESTINO 
 
 DOENÇA DE CHRON 
 Etiologia indefinida. Atinge qualquer segmento do tubo 
digestivo, ocorrendo nítida preferência pela transição 
ileocólica. 
 10 a 20% dos pacientes podem apresentar longo período de 
remissão após a apresentação inicial. 
 Epidemiologia 
 Incidência maior em pacientes entre a terceira e a Sexta 
décadas, sendo bem menor em pacientes com menos de 20 anos. 
Incidência um pouco maior em mulheres. 
 10 a 20% dos pacientes podem apresentar longo período de 
remissão após a apresentação inicial. 
 
- Sintomas: fadiga, anorexia, perda de peso variável, dor ou cólica 
no quadrante inferior direito, diarréia e febre 
302 
DOENÇA DE CHRON 
Manifestações clínicas 
 
Uma das manifestações iniciais mais comum é a diarréia 
não sanguinolenta acompanhada de dor abdominal e 
emagrecimento. 
Pode apresentar-se como febre de origem indeterminada: a 
febre pode ser devido ao processo inflamatório ou a 
algumas das complicações da doença. 
Ileíte aguda com dor em FID, febre, náuseas, vômitos e 
leucocitose pode ser indistinguível da apendicite aguda. 
Sangramento digestivo é menos freqüente que na retocolite 
ulcerativa. 
303 
DOENÇA DE CHRON - Manifestações clínicas 
 
As manifestações tardias dependem da localização 
anatômica, extensão e tipo das lesões. 
Podem haver sintomas extra intestinais (independem do 
comprometimento intestinal), como artralgia de grandes 
articulações e lesões cutâneas, como o eritema nodoso, que 
reforçam o diagnóstico. Febrícula e retardo do crescimento 
(em crianças) podem estar presentes. 
Evolui com fibrose e quadros de semi-obstrução intestinal. 
A DC pode estar associada a doenças hepáticas como 
hepatite autoimune, colangite esclerosante e esteatose 
hepática. 
304 
Exame físico Os achados estão relacionados à localização 
anatômica das lesões, suas repercussões no estado geral do 
doente e à presença de complicações, podendo estar normal. A 
região perianal sempre deve ser examina, à procura de fístulas, 
fissuras e estenose retal ao toque. 
Diagnóstico 
Inicialmente baseado na história (diarréia -sem sangramento-, dor 
abdominal, emagrecimento e febre), e exame físico (pode estar 
normal). 
Complicações A mais freqüente é a formação de fístulas entre dois 
segmentos intestinais, entre o intestino e outro órgão (bexiga, por 
exemplo) ou pele. A estenose pode levar à um quadro semioclusivo 
e piora do estado geral. 
Diagnóstico Diferencial 
Fase aguda: apendicite aguda e infecções por E. coli, Salmonella, 
Helicobactere Yersinia 
Fase crônica: linfoma e isquemia mesentérica crônica. 
305 
Exames complementares: 
devem-se excluir infecções e parasitoses. 
 
Avaliar necessidade: 
Trânsito intestinal: diagnóstico e estadiamento da extensão da 
doença (essa deve ser sempre feita ao diagnóstico, associando 
transito e REED). Não detecta doença inicial, mas documenta lesões 
aftosas. 
US: detecta o espessamento das alças, suas dilatações, abscesso, 
perfurações e eventuais coleções líquidas, permite também 
acompanhar a evolução do processo em resposta ao tratamento. 
A colonoscopia com biópsia é mais sensível que a 
retossigmoidoscopia, faz diagnóstico em casos iniciais, quando o bário 
não pode fazê-lo. 
Deve-se fazer o estadiamento da anemia, disproteinemia, da atividade 
inflamatória e da extensão da doença. 
TC: principal método para avaliação da doença mural e extra-
intestinal. 
DOENÇA DE CHRON 
307 
308 
Tratamento 
O tratamento medicamentoso inclui 
antiinflamatórios e imunossupressores. 
 O tratamento cirúrgico está indicado nas 
complicações (perfuração, obstrução), ausência 
de resposta ao tratamento clínico e 
comprometimento grave de crescimento. 
 A freqüência de indicação cirúrgica aumenta 
com a duração da doença. 
 Evitar múltiplas ressecções: síndrome do 
intestino curto. 
 
309 
Indicações do Tratamento Cirúrgico 
Falha/refratariedade ao tratamento clínico; 
Obstrução intestinal: ocorre principalmente no ID. Caso não haja melhora com 
tto clínico (repouso intestinal, hidratação EV e corticoterapia), operar; 
Crescimento retardado; 
Abscesso intra-abdominal: pode-se tentar drenagem percutânea guiada por US 
+ ATB. No insucesso ou sepse incontrolável: cirurgia; 
Fístulas; 
Perfuração livre; 
Sangramento Maciço; 
Prevenção de câncer; 
Câncer: geralmente é agressivo; 
Manifestações extracolônicas: melhoram após colectomia (do segmento doente) 
Técnicas Operatórias 
Operações de By-Pass: usada quando a ressecção não é tecnicamente 
possível. 
Ressecções de Intestino Delgado: retirar somente segmento doente. 
Estricturoplastia: trata somente as complicações. 
Drenagem percutânea guiada por US. 
310 
Cuidado Nutricional 
 
Nutrição parenteral total - na fase aguda. 
Alimentação oral adequada aos sintomas. 
- é individualizado de acordo com as manifestações da doença 
em cada paciente. Como não há cura, o objetivo do tratamento 
é o controle dos sintomas e das complicações. 
Não há restrições alimentares que sejam feitas para todos os 
casos. 
Em algumas pessoas, observa-se intolerância a certos 
alimentos, freqüentemente, à lactose (do leite). Nesses casos, 
recomenda-se evitar o alimento capaz de provocar a diarréia 
ou a piora de outros sintomas. 
Indivíduos com doenças no intestino grosso podem ter 
benefícios com dieta rica em fibras (muitas verduras e frutas), 
enquanto que em indivíduos com obstrução intestinal pode ser 
indicada dieta sem fibras. 
311 
Cuidado Nutricional 
 
Além de adequações na dieta, medicamentos 
específicos podem ser usados para o controle da 
diarréia com razoável sucesso. 
O uso desses medicamentos deve sempre ser 
orientado pelo médico, já que há complicações 
graves relacionadas ao seu uso inadequado. 
312 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS 
 DO INTESTINO 
 
 COLITE ULCERATIVA 
- inflamação crônica e ulceração da mucosa do intestino grosso que 
sempre começa no reto. 
- musculatura intestinal dilatada (megacólon) 
- Sintoma: diarréia sanguínea c/ dor e espamos, febre, desidratação, 
anorexia , desnutrição e anemia 
 
 Geralmente, apresentam DESNUTRIÇÃO, medo de alimentar-se, dor, 
diarréia, intolerância a certos alimentos, sensação de paladar 
alterada, malabsorção esteatorréia, perda de proteína e sangue 
dentro do intestino, além do uso de medicamentos que inibem a 
absorção de folatos e promovem o BN negativo. 
 
 Acomete a faixa etária de 20-50 anos 
 
 É bastante relacionado com estados de depressão, instabilidade 
emocional e fatores genéticos. 
313 
RETOCOLITE ULCERATIVA (RCU) 
314 
COLITE ULCERATIVA 
315 
SINTOMATOLOGIA 
 
- Sangramento retal; 
- Febre; 
- Diarréia com dor abdominal; 
- Alterações eletrolíticas; 
- Desidratação; 
- Lesão ulcerada da mucosa do IG; 
- Anorexia 
 
CUIDADO NUTRICIONAL 
 
- Objetivo: Diminuir a pressão intracolônica e propiciar a 
formação de fezes mais volumosas que tenham facilidade de serem 
excretadas. 
 
- Dieta com alto teor de fibras e maior aporte hídrico. 
 
316 
CUIDADO NUTRICIONAL 
 
 
DESNUTRIÇÃO  Dor abdominal, diarréia, intolerância a certos 
alimentos, paladar alterado, má absorção, esteatorréia e perda 
protéica nas fezes. 
 
ENERGIA: 40-45 kcal/kg/dia 
PROTEÍNA : 1,5 g/kg/dia 
CH: normoglicídica -50-60% VET 
LIPIDIOS: hipolipídica (20-25% VET – utilizar TCM). 
 
-Nas fases agudas: 
-isenta de lactose (leite e derivados) e controlar o consumo de 
mono e dissacarídeos. 
-Rica em fibras solúveis (favorece formação de ác gr cadeia curta – 
importante fonte de energia para céls intestinais) e pobre em fibras 
insolúveis. 
 
317 
Tratamento: 
 
- estágios agudos - manutenção do equilíbrio de 
líquidos e eletrólitos + agente antidiarreico 
- cirurgia: casos recidivantes 
Cuidado nutricional: 
- dieta hipercalórica (40 a 50 kcal/kg P Ideal/dia) 
- ou Fator Injuria: 1,75; 
- hiperprotéica (1,0 a 1,5 g/kg/PI ou até 2 g/kg peso/dia); 
- monitorar cálcio, magnésio e zinco 
 (perdas intestinais) – suplementar, se necessário. 
 
318 
•Suplementar cálcio, magnésio, zinco e vitaminas lipossolúveis 
(esteatorréia); 
 
•Suplementar ácido fólico, vitamina B12 e ferro (perdas sangüíneas, 
má absorção e uso de antidiarréicos) 
 
•Avaliar intolerância a lactose 
 
•Consumo de fibras aumentar gradualmente e avaliar a resposta 
individual (fase aguda = dieta de resíduo mínimo); 
 
•Dieta de resíduo mínimo: Exclui alimentos ricos em fibras e 
também leite e derivados, carnes cartilaginosas e carboidratos 
simples (lactose) que contribuem para formação do resíduo fecal. 
Normalmente fornece 8-10 g/dia de fibra dietética. 
Dieta com restrição de fibras (transição): evita-se produtos a base 
de grãos integrais, cereais, frutas secas, sementes e legumes. O 
consumo de frutas e vegetais deve ser feito eliminado-se as 
sementes e cascas. Fornece de 10-15g/dia de fibra dietética. 
 
319 
Em todas as fases: 
 
 
•evitar alimentos fermentativos (formadores de gases): 
 Alimentos formadores de gases: 
-feijões comuns / brócolos / couve de bruxelas / repolho / 
couve-flor/ milho / pepino/ alho-porró/ lentilhas/ cebolas/ 
pimentas verdes/ pimentões/ rabanetes/ chucrute/ 
cebollinhas/ feijào soja/ nab. 
 
•diminuição de gorduras (20%) + TCM 
• ingestão de fibra: individualizada (aumento gradativo) 
•correção da anemia: suplementação c/ ácido fólico, 
ferro e vitamina B12 
 
320 
SÍNDROME DO CÓLON IRRITÁVEL 
 
- Padrão evacuatório anormal – presença de diarréia, alternada 
com constipação, constipação crônica, flatulência, dor retal, 
sensação de evacuação incompleta e presença de muco nas fezes. 
 
 MECANISMOS PROPOSTOS 
 Reflexo gastrocólico exagerado; 
- Sensibilidade anormal do cólon à distensão; 
- Distúrbios psiquiátricos; 
- Intolerâncias dietéticas. 
 
CAUSAS CONTRIBUINTES 
 
- Distúrbio emocional e estresse; 
- Uso abusivode laxantes; 
- Doença GI prévia; 
- Alteração de motilidade intestinal. 
 
321 
CUIDADO NUTRICIONAL 
 
 
- Objetivo: restaurar o E.N 
 
 
- Dieta de alto teor de fibras solúveis e insolúveis 
- Avaliar intolerância alimentares 
- Evitar alimentos flatulentos 
 
 
322 
DOENÇA DIVERTICULAR 
 
 
 A diverticulose é caracterizada pela formação de 
herniações na parede do cólon. 
É mais freqüente em pessoas acima de 50 anos 
devido a perda gradual da elasticidade da mucosa 
intestinal. 
 
 A diverticulite ocorre por acúmulo de matéria fecal 
nas bolsas diverticulares resultando em Infecção e 
inflamação e podendo evoluir para ulceração e 
perfuração. 
 
 
323 
CIRURGIAS RETAIS 
 O objetivo é manter um consumo alimentar que permita a 
recuperação cirúrgica. 
 
Primeiros 4 dias do pós operatório – dieta líquida com quantidade 
mínima de resíduos; 
 
5 dia em diante – Dieta de resíduo mínimo; 
 
Evoluir para dieta de transição e após restauração pós operatória 
deve-se evoluir para dieta geral com alto conteúdo de fibras 
(30g/dia). 
 
HEMORROIDECTOMIA: 
 Logo após o Pós Operatório (P.O.) 
dieta pobre em fibras 
Depois.... dieta rica em fibras. 
324 
hemorróida 
325 
 
ILEOSTOMIA 
 
 Quando é retirado cólon, reto e ânus : 
 fezes líquidas ( * sal e água) 
 
 
COLOSTOMIA 
 
retirada do reto e ânus - fezes moles/formadas. 
- Geralmente é uma abertura temporária para permitir a 
cicatrização de partes distais do TGI; 
326 
Cuidado nutricional: 
 
 
-boa mastigação e dieta pobre em fibras insolúveis. 
há grande preocupação com o odor, devido a 
esteatorréia, excesso de bactérias. 
 Portanto, deve-se evitar milho, feijões, cebola, 
repolho, condimentos, peixe, antibióticos, suplementos 
de vitaminas e minerais. 
 
HIGIENE........FUNDAMENTAL 
327 
COLOSTOMIA 
 
Pré-operatório 
(dieta com o mínimo de resíduos e jejum operatório de 12 h). 
 
Pós-operatório: 
1  dia de alimentação: líquida restrita 
(avaliar) 
 
2 dia: Líquida completa (leite diluído ou isento de lactose) – 
avaliar; 
3  dia: semilíquida (hipercalórica e hiperprotéica) 
4 dia: pastosa – liberação gradativa até a dieta de consistência 
normal. 
 
 Restringir alimentos condimentados, álcool, flatulentos 
- Restrição inicial de fibras; 
- Reposição hidroeletrolítica 
 Avaliar deficiências específicas. 
328 
ILEOSTOMIA 
 
Nas ressecções extensas do íleo terminal deve-se: 
 
•suplementar vitamina B12. 
•reposição hídrica 
•dieta elementar 
 (devido à diminuição da área absortiva) 
•Mecanismo de adaptação – hipertrofia da mucosa remanescente 
 
Dieta: 
• Hiperprotéica, hiperglicídica e hipolipídica (TCM – 30-50ml/dia) 
 
•Avaliar deficiências específicas 
329 
CUIDADO 
NUTRICIONAL 
 
-Evitar alimentos 
flatulentos (rompimento da 
bolsa); 
 
- Excluir alimentos 
condimentados; 
 
- Adaptação em relação 
ao conteúdo de fibras da 
dieta. 
 
330 
COLOSTOMIA 
331 
332 
333 
FÍSTULAS DIGESTIVAS 
 São definidas como uma comunicação ANORMAL 
entre o tubo digestório e qualquer víscera intra-
abdominal ou com a cavidade abdominal (fístulas 
internas) e com a superfície cutânea (fístula externa) 
através da qual ocorre drenagem de líquidos 
digestivos. 
 Normalmente, são complicações graves que 
podem decorrer de doenças inflamatórias intestinais 
ou no pós-operatório de cirurgias intra-abdominais 
334 
FÍSTULAS... Ou seja... 
 
- passagem anormal entre 2 órgão internos ou de 
um órgão interno para uma superfície do corpo; 
pode ser devido a um erro de desenvolvimento 
pré natal; 
trauma ou processos de doença inflamatória ou 
maligna. 
No TGI grandes quantidades de líquidos e 
eletrólitos são perdidos (malabsorção e infecção) 
 PORTANTO... 
há necessidade de restaurar líquidos e eletrólitos; 
controlar / tratar eventuais infecções 
 
335 
336 
ETIOLOGIA 
 
-Doenças inflamatórias intestinais 
 (doença de Crohn – retocolite ulcerativa) 
 
Complicações pós-operatórias 
de cirurgias intra-abdominais 
 
FATORES PREDISPONENTES 
 DAS FÍSTULAS DIGESTIVAS 
-Desnutrição 
-Idade 
- Presença de doenças crônicas e de neoplasias 
-Uso de corticoterapia 
-Intervenção cirúrgica em órgãos com inflamação ou em órgãos 
com neoplasia 
-Deiscência da sutura intestinal 
-Deiscência da sutura da parede abdominal 
- Lesões viscerais 
-“Esquecimentos de corpos estranhos” 
337 
FISIOPATOLOGIA 
A gravidade depende: 
 
 - Etiologia 
-Tipo de fístula (drenagem interna ou externa) 
-Localização 
-Débito da fístula 
(quantidade e qualidade do líquido perdido) 
 
DÉBITO DA FÍSTULA 
 
- Líquido proveniente do I.Delgado é alcalino 
 e tem alto poder proteolítico – 
acrescido de secreção duodenal, biliar e pancreática 
a fístula do ID é muito agressiva 
para o peritônio e para a parede 
abdominal. 
338 
DÉBITO ALTO – 
Fístulas do trato digestório inferior (drenam mais 
De 500 ml/dia) – I.delgado (duodeno e jejuno) 
 
DÉBITO BAIXO – 
Fístulas do trato digestório superior 
 
 
MECANISMO DE DESNUTRIÇÃO – FÍSTULAS 
 
- Restrição alimentar; 
- Estado hipermetabólico (estresse grave) – 
- Doença de base – cirurgia 
- Infecção; 
- Perda de prots pela fístula. 
 
339 
TRATAMENTO – fistulas 
 
 
Jejum oral absoluto 
 – suspensão da dieta por via oral - 
 
REPOUSO INTESTINAL 
 
Permite a redução na secreção de líquidos 
digestivos e redução do débito da fístula 
 
Aspiração da fístula – aspiração das secreções 
 
Reposição hidroeletrolítica 
 
Controle de infecções e tratamento das lesões 
cutâneas 
340 
NUTRIÇÃO PARENTERAL 
 
-Está indicada nas fístulas de alto débito 
-Promove o repouso intestinal 
-Reduz o débito da fístula (redução nas secreções 
digestivas) 
-Diminuição da espoliação de água, eletrólitos e 
proteínas 
 
 
-NUTRIÇÃO ENTERAL 
- Indicada nas fístulas de baixo débito (intestino 
grosso) 
-Se o débito aumentar – retornar para N.parenteral 
 
341 
CÁLCULO 
 DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS 
 
-Harris Benedict 
- Fator Injúria – Infecção grave/trauma: 
 1,30-1,55 
 
...OU 
 
 
- 40 –45 kcal/kg/dia 
 
-Hiperprotéica (1,2-1,5 g/kg/dia) 
-Normo a hiperglicidica 
-Normo a hiperlipidica 
 
 
 
342 
343 
344 
 
CIRURGIAS INTESTINAIS 
 
- Abertura cirúrgica de um canal que permita a 
eliminação das fezes. 
 
- Ileostomia (colón, reto e ânus removidos) – fezes 
líquidas e de odor ácido. 
 
 
-Colostomia (ânus e reto removidos) – 
- fezes de consistência pastosa até normal e odor 
variável de acordo com a alimentação. 
 
 
345 
CUIDADO NUTRICIONAL 
NAS CIRURGIAS INTESTINAIS 
Ressecção intestinal – 
Síndrome do Intestino Curto 
 
Etiologia, Indicações: 
câncer, diverticulite, fístulas, Crohn, etc. 
INTESTINO DELGADO: 
-diariamente de 7 a 9 litros de líquidos 
 (c/ nutrientes); 
-fezes ~ 200 g 
 
Remoção maior que 2/3 do I.Delgado  problemas 
metabólicos severos e desnutrição. 
346 
Ressecção intestinal 
Síndrome do Intestino Curto 
 
A severidade da síndrome depende da quantidade e 
seções do intestino que permanecem após a 
cirurgia. 
 
A princípio a absorção é diminuída, melhorando 
com o tempo.COLON conteúdo 
ascendente líquido 
transverso mole” 
descendente sólido 
Intestino Grosso: 
347 
CHO – glicose e outros: geralmente bem absorvidos; 
- lactose: frequentemente malabsorção 
 
Proteínas: geralmente sua absorção é eficiente; 
Gorduras: geralmente é malabsorvida – esteatorréia. 
Vitaminas lipossolúveis, ác. graxos “saponificam”Ca, 
Zn, Mg (sabões não absorvíveis). 
 
 A perda do íleo é muito problemática – 
absorção de vitaminas B12 (reposição Nut. 
Parenteral/ intramuscular) e sais biliares. 
 
348 
OUTROS PROBLEMAS: 
 
DIARRÉIA ÁCIDA: hipersecreção de ácido gástrico 
(secreções inibitórias do intestino não estão presentes – 
ácido pode danificar a mucosa e absorção 
Motilidade gastrointestinal e peristaltismo  - devido a 
perda de hormônios, colecistoquinina e secretina 
crescimento bacteriano  
cálculos renais por oxalato (sorção de oxalato e 
hiperoxalúria) 
cálculos biliares de colesterol ( sais biliares na 
circulação enteropática) 
349 
ADAPTAÇÃO DO I D RENANESCENTE 
 
 
NUTRIÇÃO ADEQUADA MANTIDA 
 POR VIA PARENTERAL / ENTERAL 
Por várias semanas ou meses – 
INTESTINO REMANESCENTE 
SUA ÁREA DE SUPERFÍCIE ABSORTIVA: 
-HIPERPLASIA E VILOSIDADES ALTAS COM CRIPTAS 
PROFUNDAS 
 
60 – 100 CM DE I D  VIA ORAL 
< 60 CM DE I D  Nut. parenteral permanente para 
suplementação 
350 
CUIDADO NUTRICIONAL 
 
1º estágio: NPT por várias semanas 
2º estágio: introdução gradativa de alimentos: 
- pequenos volumes / fracionamento 
- “desmame da NPT” 
-“diário alimentar” para correlacionar problemas 
digestivos com causas dietéticas 
351 
CUIDADO NUTRICIONAL 
NAS DOENÇAS HEPÁTICAS 
Prof. Africa Isabel 
 
Referências: 
Krause, 2010 
OPS, publ.cient. 565, 7ª ed, 1997 
Cuppari, 2007 
Waitzberg 2001 
http://www.hepcentro.com.br/Home.htm 
http://www.pro-figado.com.br/ 
 
 
352 
 ANATOMIA E FISIOLOGIA 
HEPÁTICA 
 
O fígado é a maior víscera do organismo 
com peso de 1200g- 1500g no indivíduo 
adulto (cerca de 2% do peso corporal). 
 
Se localiza no QSD do abdômen. Na face 
visceral do fígado, se encontram a artéria 
hepática, veia porta e vias biliares. 
O lobo direito é seis vezes maior que o esquerdo. O órgão é totalmente 
recoberto pelo peritônio e é irrigado pela artéria hepática, recebendo 
sangue venoso do baço e intestinos pela veia porta. Abaixo do lobo direito 
situa-se a vesícula biliar, uma bolsa de 9 cm, aproximadamente, que tem 
a capacidade de coletar cerca de 50 ml de bile produzida pelo fígado. 
353 
 ANATOMIA E FISIOLOGIA HEPÁTICA 
 
Recebe sangue venoso proveniente da circulação portal 
rico em nutrientes e sangue arterial (rico em oxigênio) 
proveniente da artéria hepática. 
354 
 ANATOMIA E FISIOLOGIA HEPÁTICA 
 
 Microscopicamente, o fígado pode ser dividido em 
subunidades funcionais denominadas lóbulos hepáticos. 
Cada lóbulo é constituído por agrupamentos de células 
hepáticas (hepatócitos) e são entrecortados pelas veias 
centrolobulares na parte central e pela tríade portal 
(artéria hepática, veia porta e veias biliares). 
355 
 ANATOMIA E FISIOLOGIA HEPÁTICA 
356 
FISIOLOGIA 
 
 
O fígado apresenta uma pluralidade funcional, sendo 
essencial no metabolismo e armazenamento de vitaminas, 
carboidratos, proteínas e lipídios, bem como na 
metabolização e excreção de compostos endógenos e exógenos circulantes. 
 
- Formação e excreção da bile - solução aquosa composta 
de pigmentos biliares (bilirrubina conjugada), sais biliares, 
fosfolipídios (lecitina), colesterol, proteínas (albumina), mucina e 
água. 
 
357 
FISIOLOGIA 
 
 As funções do fígado são as seguintes: 
 
- Integração entre os vários mecanismos energéticos do organismo. 
- Armazenar e metabolizar as vitaminas. 
- Fazer a síntese das proteínas plasmáticas. 
- Desintoxicação de toxinas químicas produzidas pelo organismo. 
- Desintoxicação de toxinas químicas externas ao organismo. 
- Filtragem mecânica de bactérias. 
- Controlar o equilibrio hidro-salínico normal. 
- Secreção da bile. 
358 
FISIOLOGIA 
Papel do fígado nos processos metabólicos 
 
Metabolismo de CARBOIDRATOS 
 
amido, sacarose, lactose  ação enzimática no intestino  glicose, frutose, 
galactose 
 
 veia porta  fígado 
 
 circulação e hepatócitos 
 
Glícidios 
- glicogênese (depósito de glicogênio); 
- Glicogenólise (quebra do glicogênio); 
- gliconeogênese (conversão de prot. e gord. p/ glicose); 
359 
FISIOLOGIA 
Papel do fígado nos processos metabólicos 
 
Metabolismo dos lipídeos 
 
TG  hidrólise parcial pelas lipases  Glicerol  Fígado 
 
Lípides 
- síntese de colesterol e conversão de 80% deste em sais biliares e o restante 
transformado em lipoproteínas; 
 
Minerais e Vitaminas 
- armazenamento de Ferro e Cobre; 
- armazenamento de vits. liposolúveis; 
- conversão do caroteno em vit. A; 
- conversão da vit. K a protombina; 
- armazenamento do ácido ascórbico; 
360 
FISIOLOGIA 
Papel do fígado nos processos metabólicos 
 
Metabolismo das proteínas 
 
Proteínas  hidrólise pelas proteases  aminoácidos 
 
- Desaminação de aa para formação de ácidos graxos e carboidratos 
- Transaminação (síntese de prots) 
- Detoxificação da amônia resultante da desaminação (amônia é 
convertida em uréia para ser eliminada) 
- Síntese de proteínas plasmáticas (transferrina, albumina e 
globulinas, fibrinogênio,protombina e heparina) 
- conversão de aae em aane (através da transaminação); 
- reserva de proteínas; 
- síntese de uréia 
361 
VITAMINAS E MINERAIS 
 
1) Armazenamento de ferro e cobre (hematopoiese) 
2) Armazenamento de vitaminas lipossolúveis e 
vitamina B12 
3) Conversão do caroteno  vitamina A 
4) Formação de protrombina a partir da vitamina K 
5) Ativação da vitamina D 
 
METABOLIZAÇÃO DE DROGAS E COMPOSTOS 
ENDÓGENOS 
 
CONVERSÃO DA URÉIA EM AMÔNIA (CICLO DA URÉIA) 
 
 
 
362 
FÍGADO 
• PAPEL CENTRAL NA MANIPULAÇÃO E 
METABOLIZAÇÃO DE NUTRIENTES, 
 FORNECENDO-OS POSTERIORMENTE AOS DEMAIS SETORES DO 
ORGANISMO PARA DESEMPENHO DE FUNÇÕES ESPECÍFICAS. 
 
363 
PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS 
DAS HEPATOPATIAS 
VIRAIS:Tipo A: transmissão via oral-fecal 
 Tipo B e C: transmissão por sangue, sêmen e saliva 
 Tipos D, E, não-A, não-E - sob estudo. 
 
MEDICAMENTOS: acetaminofen, halotano. 
 
DISTÚRBIOS METABÓLICOS: Doença de Wilson, 
hemocromatose, galactosemia. 
 
QUÍMICO: álcool. 
 
DOENÇA SECUNDÁRIA: cirrose biliar, fibrose cística, etc. 
364 
 ENFERMIDADES HEPÁTICAS 
 
HEPATITE 
 
É uma inflamação dos tecidos hepáticos caracterizada por necrose 
hepatocelular. Pode ter caráter agudo ou crônico. Pode ser causada 
por vírus, toxinas (aflatoxinas), parasitas (esquistossomose) ou 
drogas. 
 
 INCIDÊNCIA: variável e depende do tipo de agente etiológico 
envolvido 
 
ETIOLOGIA: viral - agentes virais hepatotóxicos classificados de A – E 
 
- Todos causam hepatite aguda; 
- Os tipos B, C e D podem causar a doença crônica. 
 
365 
SINTOMATOLOGIA 
 
AGUDA 
Etiologia: viral (todos os vírus); medicamentos (halotano, 
acetoaminofen),Etilismo (15-20 anos de consumo de etanol) 
 
- Ictérica: icterícia (alterações de coloração de pele e mucosas), 
febre, vômitos, náuseas, artralgias, fadiga, anorexia, prurido, dor no 
QSD, colúria e acolia fecal. 
 
 
- Anictérica: Predomina mais em crianças, apresentando os 
mesmos sintomas acima, excetuando a icterícia com manifestação 
clínica menos severa. 
 
 Tratamento: Repouso e medicamentos para controle da 
sintomatologia, alguns autores recomendam o uso de 
corticosteróides. 
366 
CRÔNICA 
 
- Se caracteriza pela inflamação contínua do fígado que se prolonga 
por mais de 6 meses. 
 
 ETIOLOGIA: viral (principalmente vírus B e C), etilismo, cirrose 
 
SINTOMATOLOGIA: icterícia, astenia, alterações laboratoriais nos 
testes de função hepática. 
 
EVOLUÇÃO DA DOENÇA: 
 
- Cura após 2-4 anos de evolução com aparecimento de anticorpos 
anti-HBs, tornando-se portador sadio da doença. 
- Estabilização das lesões histológicas 
- Evolução para hepatite crônica ativa com desenvolvimento de cirrose 
em 50% dos casos. 
 
TRATAMENTO: 
- Medidas profiláticas (imunização) 
367 
DOENÇA HEPÁTICA ALCOÓLICA 
 
INCIDÊNCIA: Cerca de 2-3% na população mundial, com ingestão de 
100g de etanol/dia nos homens e 50g de etanol/dia nas mulheres por 
um tempo superior a 8 anos. 
 
Consumo excessivo de álcool  Excesso na produção de H2 e 
acetaldeído 
 
 
H2 = substitui os ác. graxos (AG) como combustível hepático gerando 
acúmulo de AG nos hepatócitos  ESTEATOSE HEPÁTICA  
hiperlipidemia e cetose 
 
 
ACETALDEÍDO = Hepatotóxico  Inflamação  Necrose  
 HEPATITE 
 CIRROSE 
HEPÁTICA 
368 
Doença Hepática Alcoólica 
 
3 estágios: esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose. 
 
Acetaldeído- subproduto tóxico do metabolismo do álcool, causa dano à estrutura 
e à função da membrana mitocondrial 
• infiltração gordurosa (esteatose): é reversível; 
•cirrose: estágio final da lesão hepática 
FATORES NUTRICIONAIS podem influenciar o efeito hepatotóxico do álcool, 
porém não conseguem proteger contra a degeneração hepática. 
 DESNUTRIÇÃO deve ser evitada e a nutrição desempenha papel vital em seu 
tratamento. 
369 
CIRROSE HEPÁTICA 
 
-“ Kippós” – origem da palavra cirrose que significa “amarelo 
cor de palha”. 
- É a oitava causa de mortalidade mundial principalmente nas 
décadas mais produtivas da vida. 
- Acomete indivíduos na faixa etária 40 – 60 anos 
 
 
 
- É o estágio final da lesão hepática conceituada como doença 
crônica do fígado, na qual ocorreu destruição difusa e regeneração 
celular dos hepatócitos, com aumento excessivo de tecido 
conjuntivo que resulta em desorganização da arquitetura lobular e 
vascular. 
 
370 
Cirrose Hepática 
 
• Definição: estagio final da lesão hepática, caracterizada por 
repetidos episódios de necrose hepática seguidos por regeneração 
resultando na formação de tecido fibrose. 
• Tecido fibroso: desorganiza a estrutura normal dos lóbulos hepáticos. 
• Etiologia: obstrução biliar, necrose no fígado (hepatite viral) 
• Sintomas: perturbações gastrointestinais(náusea, vômito, perda de 
apetite, distensão e dor epigástrica. Icterícia, fraqueza, edema, ascite e 
anemia 
371 
Hipertensão Portal 
Aumento da pressão na veia porta devido a resistência ao 
fluxo normal de sangue devido a fibrose e compressão 
das vênulas hepáticas. 
Desenvolve-se “shunts” (pontes) - circulação colateral p/ 
desviar o fluxo sanguíneo da veia porta a fim de vencer 
a resistência da fibrose hepática. 
Encefalopatia hepática 
 Repercussão cerebral de uma patologia hepática -há o 
acúmulo de substâncias tóxicas no sangue (devido a 
insuf. hepática), danificando a consciência e 
contribuindo p/ a perda de personalidade, tremores, 
letargia e coma. Patogenia: 
- acúmulo de neurotoxinas (amônia) 
-alteração neurotrasmissores (acúmulo de aminoácidos 
aromáticos) 
372 
 AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM DOENÇA HEPÁTICA 
História clínica + Exame físico + Dados laboratoriais 
 
SINTOMATOLOGIA: 
A) Icterícia – colúria – acolia fecal (fezes sem pigmentação) 
B) Ascite / edema (pp nos MMII) 
C) Hemorragia digestiva alta (ruptura de varizes 
esofagogástricas, gastrite, úlcera péptica e sangramentos gengivais) 
D) Anorexia/ emagrecimento 
E) Astenia 
F) Encefalopatia hepática (coma) 
 
Avaliação do etilismo, antecedentes pessoais, uso de agulhas não 
descartáveis, transfusões de sangue, cirurgias e hospitalização 
prévias, tipo de profissão e história familiar. 
373 
EXAME FÍSICO 
 
a) Alteração de comportamento 
b) Coloração de pele e mucosas (icterícia moderada 
ou intensa) 
c) Xantelasmas/ xantomas 
d) Hematomas 
e) Aranhas vasculares (tórax, pescoço, face e 
membros superiores) – Cirrose 
f) Circulação colateral (veias abdominais dilatadas – 
ocorre na hipertensão portal e se associa com ascite) 
g) Ascite 
h) Hepatomegalia ou Fígado de tamanho reduzido 
i) Flapping ou asterixe 
j) Desnutrição (com perda intensa de massa muscular 
e tecido adiposo subcutâneo) 
 
374 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE COM DOENÇA HEPÁTICA 
 É dificultada devido a falta de dados que separem os efeitos dos 
processos patológicas dos efeitos dos processos patológicos dos efeitos da má 
nutrição sobre o organismo. 
 
• INDICADORES SÉRICOS SANGUÍNEOS e outros: 
 prot totais e albumina, hemograma (VCM, hemoglobina, série branca), 
contagem linfócitos, tempo protrombina,bilirrubina total e direta, transaminases: 
AST, ALT, gama GT, fosfatase alcalina, glicemia, lipidograma, ácido urico, uréia, 
creatinina 
 
• peso: não é parâmetro confiável (edema, ascite); 
+ confiáveis: PCT,CB, CM 
• ultra som abdominal; 
•Ressonância magnética; 
•Biópsia hepática. 
375 
Considerar: 
-Presença de insuficiência hepática; 
-Edema e ascite; 
-Deficiências vitamínicas e minerais específicas 
(ferro,magnésio,zinco,cálcio, vitamina B12 e folato). 
- ICA pode ser utilizado para avaliar a massa muscular; 
- BN também pode ser utilizado; 
-Dobras cutâneas não se alteram muito com a retenção 
hídrica; 
- CMB – também não se altera muito com a retenção hídrica; 
- Impedância bioelétrica – pode ser prejudicada pela 
ascite/edema 
376 
ICTERÍCIA 
COLÚRIA 
377 
 
XANTOMAS 
XANTELASMAS 
Excesso de lipídios sanguíneos 
Hipercolesterolemia 
378 
EDEMA 
ASCITE 
379 
ASCITE 
RETIRADA DO LÍQUIDO 
ASCÍTICO 
ANÁLISE LABORATORIAL 
ALIVIO DE SINTOMAS 
380 
Spiders 
 
ARANHAS VASCULARES 
ASCITE 
 
CIRCULAÇÃO COLATERAL 
 
381 
DEGENERAÇÃO GORDUROSA = ESTEATOSE HEPÁTICA 
 
Ocorre por acúmulo de triglicerídios no fígado principalmente 
Devido ao maior consumo de álcool (> 80 g etanol/dia). 
382 
CIRCULAÇÃO 
PORTAL 
383 
HIPERTENSÃO PORTAL 
 
 
VARIZES ESOFAGIANAS 
E GÁSTRICAS 
384 
Tecido hepático normal é 
destruído e substituído 
por fibras inativas de tecido 
conjuntivo 
Crescimento de nódulos anormais 
que limitam a função hepática 
por redução do fluxo sanguíneo 
Hipertensão Portal FÍGADO CIRRÓTICO 
385 
FÍGADO CIRRÓTICO 
386 
ASCITE 
Hipertensão 
 Portal 
Falência 
cardíaca 
Dano hepático 
 
Hipoalbuminemia 
(redução na prod. de 
PTNS plasmáticas) 
 
Redução na produção 
de aldosterona 
resultando em 
retenção hídrica 
387 
EFEITOS DA HIPERTENSÃO PORTAL 
Ascite 
Esplenomegalia 
Alterações namedula óssea (anemia, 
leuco 
penia e trombocitopenia) 
Varizes esofagianas 
 
 
EFEITOS DA INSUFICIÊNCIA 
HEPÁTICA 
 
Coma 
Icterícia 
Aranhas vasculares (‘spiders”) 
Dano hepático 
Ascite 
Edema de membros inferiores 
Tendências hemorrágicas 
Anemia 
388 
Tratamento Nutricional 
da Doença Hepática 
 
manter ou melhorar o estado nutricional ou 
corrigir a subnutrição; 
prevenir lesão adicional das céls. hepáticas e 
aumentar a regeneração; 
prevenir ou aliviar a encefalopatia e outros 
distúrbios metabólicos. 
 
A desnutrição pode ter como causa, além do 
consumo inadequado de alimentos, má digestão e 
absorção. 
Direcionada para a doença desenvolvida 
389 
TRATAMENTO DIETOTERÁPICO NAS HEPATITES 
 
 refeições balanceadas e fracionadas - atraentes e apetitosas 
 
OBJETIVO: Evitar sobrecarga no órgão lesado, estimular a 
regeneração do hepatócito e recuperar as funções comprometidas. 
 
Regeneração do hepatócito   Síntese de DNA e RNA  Nutrientes 
importantes: prot AVB, Vitamina B12, B6, Ácido fólico. 
 
VIA: oral ( na maioria dos casos) 
Consistência: de acordo com a aceitação 
 
IMPORTANTE: observar má absorção de tiamina, B12, 
ácido fólico, vitamina C, niacina e magnésio. 
 
Efeito hepatotóxico do etanol = diminui a ativação 
hepática das vitaminas A e D 
390 
ENERGIA: 30-45 Kcal/kg/dia 
 
CHO: Normo a hiperglicídica (tendência para 
hipoglicemia) = pela diminuição dos processos 
metabólicos de glicogênese, glicogenólise e 
gliconeogênese) - 60- 80% VET 
 
 
PTN: Normo- Hiper ( 1-1,5g/kg/dia) 
- PTN AVB 
- Evitar BN negativo 
- Relação kcal/N: 150 
- Monitorizar sobrecarga protéica 
 
LIP: Normolipídica ( monitorizar hiperlipidemia, esteatose 
hepática, má absorção gordura e obstrução biliar). – 25 –
30% VET 
391 
Vitaminas e Minerais 
 
•Geralmente os pacientes apresentam deficiência de 
vitaminas lipossolúveis (suplementar com as formas 
hidrossolúveis) e hidrossolúveis - tiamina, piridoxina, 
cianocobalamina,folato e niacina – até 
endovenosamente/intramuscular. 
 
Cobre e manganês: podem estar em níveis elevados - restringir 
Cálcio, magnésio e zinco: se há esteatorréia - mal absorvidos- 
oferecer pelo menos, as recomendações; 
Potássio: grandes perdas urinárias - suplementar, se 
necessário; 
Sódio: retenção - restringir - 2 g/dia - restrições mais severas - 
cautela; 
Líquidos: usualmente restritas para 1 a 1,5 /dia, dependendo 
do edema/ascite 
 
Está indicado o uso de suplementos orais/ sonda enteral 
392 
 ETIOLOGIA – CIRROSE HEPÁTICA 
 
- Álcool 
- Hepatite crônica 
- Drogas e toxinas 
- Fibrose cística (muscoviscidose) – crianças e adolescentes 
 
SINTOMATOLOGIA 
 
Relacionado as duas principais alterações funcionais: 
INSUFICIÊNCIA HEPATOCELULAR E HIPERTENSÃO PORTAL. 
 
- Anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, astenia, perda 
ponderal, colúria, hematêmese, melena, ascite, edema de MMII, febre, 
alterações psiquicas, icterícia e encefalopatia hepática. 
 
- EXAME FÍSICO: aranhas vasculares, alterações hemorrágicas 
(petéquias, epistaxes e sangramento gengival), varizes esofagianas, 
circulação colateral, flapping (asterixe). 
 
393 
FÍGADO NORMAL 
FÍGADO CIRRÓTICO 
394 
CLASSIFICAÇÃO – CHILD-PUGH 
Child A B C 
Albumina > 3,5 3-3,5 < 3 
Bilirrubina total < 2 2-3 > 3 
Comprometimento 
neurológico 
ausente mínimo Moderado/grave 
Ascite ausente controlada resistente 
Estado nutricional Bom Regular Ruim 
395 
GRAUS DE ENCEFALOPATIA HEPÁTICA 
 
G1- confusão mental, alteração de 
comportamento 
G2- Alteração na fala, asterixe, alter. Sono 
G3- Fala desarticulada, alter. Compreensão, 
asterixe 
G4- coma – responde a estímulos dolorosos 
asterixe 
396 
TRATAMENTO 
 
- Etiológico: Identificação e eliminação do fator causal. 
 
- Geral: Repouso (atividade física excessiva) e medicamentos (colchicina e 
penicilamina – interferem no metabolismo colágeno). 
 
Tratamento Medicamentoso 
-Neomicina : antibiótico 
Função: esterilizar a flora bacteriana do cólon para diminuir a 
 formação de amônia 
-Diuréticos : para tentar controlar o edema (depende do caso) 
- Lavagens Intestinais : quanto maior for o tempo de permanência do bolo fecal no 
cólon, maior o tempo de amônia. 
397 
Tratamento nutricional 
na Encefalopatia hepática - sistêmica portal 
 
 
* Proteínas vegetais - baixa em metionina e outros aa 
amoniogênicos; 
aa aromáticos: tirosina, fenialanina, triptofano 
aa ramificados: valina, leucina, isoleucina 
Alimentos ricos em aa. ramificados (V.O.) 
-leite de cabra 
-peixe congelado 
-miúdos de carneiro 
-soja 
*Fibras insolúveis 
uso de lactulose - para aumentar o trânsito intestinal 
398 
OBJETIVOS 
DO CUIDADO NUTRICIONAL 
 
- reduzir a produção de amônia 
- corrigir o perfil dos aminoácidos plasmáticos 
- manter o equilíbrio de nitrogênio e energia 
- fornecer aporte calórico adequado p/ diminuir a 
neoglicogênese 
- favorecer a síntese proteica 
- contribuir p/ diminuir o edema 
- promover o bom estado nutricional 
 
399 
 
 CARACTERÍSTICAS DA DIETA: 
 
CALORIAS: 30-40 cal/kg Pi/dia- distribuição entre HC 
(limite superior - 60%) 
 
LIPIDEOS: 25%- se tiver esteatorréia - 20% , c/ aumento de TCM) 
 Avaliar hiperlipidemia, esteatose hepática e má absorção de gordura: 
 - Utilizar TCM -Se for substituição total suplementar com 4-7g/dia de 
ácido linóleico. 
 
PROTEÍNAS: GRAU 3-4 - 0,5 g/kg PI/dia 
 estabilizado - 1,0 g/kg/dia 
 liberal - 1,0-1,2g/kg PI/dia (evitar o catabolismo protéico) 
composição protéica: fornecer aa ramificados e diminuir os aa aromáticos 
RELAÇÃO: 3:1 (ideal) 2:1 (boa) 
 
fibras: aumentar as fibras insolúveis p/ diminuir o tempo de trânsito 
intestinal e diminuir a absorção da amônia + excreção compostos 
nitrogenados 
 
 
 
400 
- aumentar o consumo de Aas ramificados ( para gliconeogênese muscular 
devido ao aumento de hormônios hiperglicemiantes circulantes – glucagon e 
hormônio de crescimento). 
 
- Diminuição dos Aas aromáticos (tirosina, fenilalanina e triptofano). 
 
 - Dieta: deve fornecer Aas ramificados (valina, leucina e isoleucina) – para 
diminuir a degradação de PTN muscular, melhorar o balanço nitrogenado e 
têm assim efeito anti- catabólico. 
 
JUSTIFICATIVAS PARA USO DO AACR: 
 
 - Em cirróticos desnutridos os AACR podem ser utilizados como fonte de 
e energia para prevenir catabolismo, sem sobrecarregar o fígao; 
 
 - A oferta exógena de AACR permite que esses possam competir com os 
 AACAromática prevenindo a entrada de aminas tóxicas no SNC; 
 
 - Suplementos de AACR podem garantir a necessidade protéica 
 
 
 
401 
ALIMENTOS RICOS EM AA RAMIFICADOS E POBRES EM AA 
AROMÁTICOS: 
 
Cereais: arroz e milho 
Leguminosas: Grão de bico, soja, feijão, ervilha 
Legumes e verduras: palmito, tomate, espinafre, alface, berinjela, 
pepino, couve flor, brócolis, batata. 
Frutas: maçã, goiaba, manga,mamão,abacate, melancia,pêssego e 
morango. 
Carnes: peixes e miúdos de frango. 
Leite e derivados: de cabra, de soja 
 Azeite, óleo, proteína de soja 
 
 ALIMENTOS CONTRA-INDICADOS: 
 
 - Queijos; 
 - Carne de vaca, frango e suína 
 - gema de ovo 
 
 
402 
TRANSPLANTE HEPÁTICO 
 
OBJETIVO DA TERAPIA NUTRICIONAL: 
 Promover a adequada cicatrização e prevenir ou tratar as 
infecções e alteraçõesnutricionais dos pacientes. 
 
 
Pré-operatório = 1,20 –1,75 g/kg/dia 
30-50 kcal/kg/dia 
CHO= 70-80% VET 
LIP= 20-30% VET 
 
Pós-operatório = 1 g/kg/dia 
30-35 kcal/kg/dia 
CHO= > 70% VET 
LIP <= 30% VET ( TCL e  TCM) 
403 
Vesícula Biliar 
• Função: concentrar, armazenar e excretar bile (produzida pelo fígado) 
• Constituintes da bile: colesterol, bilirrubina e sais biliares. 
- COLELITÍASE: formação de cálculos biliares 
- COLEDOCOLITÍASE: cálculo nos ductos biliares (obstrução e cólicas) 
- COLECISTITE: inflamação da vesícula biliar (cálculos biliares obstruem os ductos 
biliares) 
 aguda - jejum, após crise: 
restringir gordura ~25% VCT 
 crônica- paciente pode queixar-se de flatulência -restrição deve respeitar 
intolerância;suplementação de vit. lipossolúveis 
404 
 
 Fatores de risco para a formação de cálculos biliares: sexo 
feminino, gestações, idade, história familiar, obesidade, DM, 
drogas ( estrógenos, “pílula”, etc.) 
 Sintomas: dor no quadrante superior, náuseas, vômito, 
flatulencia, sensação de distensão após as refeições 
(principalmente gordurosas),icterícia, febre 
 Tratamento: remoção da vesícula biliar (colecistectomia); 
dissolução químca com adm. de sais biliares (terapia litolítica) ou a 
dissolução por litotripsia. 
 
Cirurgia da vesícula biliar: após a remoção, iniciar alimentação 
V.º, conforme tolerância do paciente. 
A bile é excretada diretamente pelo fígado, dentro do intestino. 
Forma-se uma “bolsa” para permitir que a bile seja segura 
semelhantemente ã vesícula biliar original 
405 
 Colescistite Crônica 
É o tipo mais comum da doença. 
Comumente associado c/ cálculos biliares. 
 
Conduta Dietoterápica 
-V.C.T. adequado ao peso ideal (corrigir a obesidade); 
- prots. e glicídeos = normo a hiper 
- lipídeos = 0,6 a 0,9/kg/PI (hipo) 
- corrigir a obstipação intestinal (muito frequente) 
- dieta tende a ser branda 
 
Alimentos que devem ser evitados- carne gorda de peixe, 
 ave ou bovina; pele de galinha ou porco, bacon, frios, 
salsicha, pato, ganso, peixes enlatados em óleo; 
- gordura c/ exceção da manteiga, margarina . 
Chocolates, amendoim, creme, nozes, massas, 
 bolos, tortas, frituras, alimentos altamente temperados, 
 pickles e ricos em molhos. 
406 
Litíase Biliar é mais frequente nas mulheres do que nos 
homens, em idade acima dos 40 anos. 
 
Dietoterapia 
 Crise Aguda 
 Ocorre somente quando há obstrução por cálculo biliar-- 
- deve-se manter a vesícula inativa quanto possível. 
Retirar toda a gordura da dieta. 
 
Dores Intensas: dieta líquida de 2 -3 lts/dia e suplementação 
parenteral. 
Prots = 30-40g/dia (usar leite desnatado) 
Gord = hipo (50g/dia) até a remoção cirúrgica 
Glic = 200 a 300g/dia (suco de frutas, hortaliças e gelatina) 
 
* geralmente os pacientes tendem a obesidade 
 
407 
Crise Crônica 
Se o paciente apresenta excesso de peso-1a. conduta = 
DIETA HIPOCALÓRICA 
Gord = pobre em gorduras (0,6 a 0,9g/kg/PI) 
Glic. e Prots. = normais a hipercalóricos 
Líquidos = aumentados 
Colesterol = diminuído 
Corrigir a obstipação intestinal; 
 
Dietas Pós-Cirúrgicas 
 
Após a colecistectomia = dieta pobre em gorduras 
por 6 meses (evitar a reinfecção e p/ que a inflamação 
cesse). 
 
408 
Discinésia Vesicular 
 
I) Hipertônica : É uma alteração motora da vesícula biliar. 
 Pode ser hipertônica, onde há uma falha no relaxamento 
do esfíncter de devido a uma concentração espasmódica desse 
enfíncter. 
A bile fica então retira no colédoco não chegando ao duodeno. 
Isso vai levar a hiperplasia da vesícula, estado de contração 
 permanente da vesícula causando dores e cólicas, 
e o acúmulo da bile provoca irritação. 
Dieta: Hipogordurosa porque a gordura estimula a contração da 
vesícula. 
 
Atônica: A vesícula não se contrai suficientemente após a 
alimentação. Bile não chega ao duodeno (vesícula preguiçosa) 
Dieta : Hiperlipídica, p/ estimular a contração da vesícula 
 (48% ) 
 
409 
FISIOPATOLOGIA DO PÂNCREAS 
e CUIDADO NUTRICIONAL 
 nas DOENÇAS PANCREÁTICAS 
Profs. Africa Isabel Referências: 
Krause, 2007; Cuppari, 2007; Cardoso e Martins,2001; 
Augusto, 2002; 
Waisberg, 2001. 
Escott-Stump,2007. 
http://www.pancreas.org/ 
http://www.pancreas.com.br/pancreas_web_001. 
htttp://www.inca.gov.br 
410 
Pâncreas: glândula com funções endócrinas e exócrinas 
 
Localização: 
retroperitoneal (impalpável); 
 
Anatomicamente dividido em: 
 cabeça – corpo – cauda; 
 
Pâncreas exócrino: 
formado pelos ácinos – 
produz e libera enzimas digestivas : amilase, lipase, quimiotripsina e 
tripsinogênio 
 
Pâncreas endócrino: 
formado pelas células das ilhotas de Langerhans – responsável pela 
produção hormonal de gastrina, somatostatina, glucagon e insulina. 
411 
Imagem: www.webciencia.com/11_17pancreas.htm 
O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de 
formato triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do 
abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é formado 
por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de uma 
cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de 
Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal 
colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente 
imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino. 
412 
RECORDANDO... 
 
A grande maioria dos hormônios que controlam as funções do sistema digestivo são 
produzidas e liberadas pelas células da mucosa do estômago e intestino delgado. 
Estes hormônios são liberados na corrente sangüínea vão até o coração e retornam 
ao sistema digestivo onde estimulam a liberação de dos sucos digestivos e os 
movimentos dos órgãos. Os principais hormônios que controlam a digestão são a 
gastrina, a secretina e a colecistoquinina (CCK) : 
 
Gastrina : estimula a produção de ácido do estômago para dissolver e digerir 
alguns alimentos. É também fundamental para o crescimento da mucosa gástrica e 
intestinal. 
 
Secretina: estimula o pâncreas liberando o suco pancreático que é rico em 
bicarbonato . Estimula o estômago a produzir pepsina , uma enzima encarregada 
de digerir proteínas. Também estimula o fígado a produzir bile. 
 
CCK : estimula o crescimento celular do pâncreas e a produção de suco 
pancreático. Provoca o esvaziamento da vesícula biliar. 
 
413 
O suco pancreático é uma secreção produzida pelo pâncreas que atua no processo digestivo e, 
através do ducto pancreático (ou canal de Wirsung), é lançado na 
 cavidade do duodeno. 
Contém água, enzimas (amilase pancreática, lipase pancreática, tripsinogênio, 
quimiotripsinogênio e nucleases) e grandes quantidades de íons bicarbonatos. 
O pH do suco pancreático oscila entre 8 e 8,3. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise 
da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucléicos. 
A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lipase pancreática 
hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as 
nucleases atuam sobre os ácidos nucléicos, separando seus nucleotídeos. 
O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimotripsinogênio, formas inativas 
em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimotripsina. Sendo produzidas na 
forma inativa, as proteases não digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o 
tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretadapelas células da mucosa 
intestinal, convertendo-se em tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor 
inativo quimotripsinogênio em quimotripsina, enzima ativa. 
O suco pancreático é liberado através das ações dos hormônios secretina e colecistocinina a 
sua libertação é feita pela papila maior que está situada na porção descendente do duodeno (D2). 
O suco pancreático é rico em íons bicarbonato. Estes íons têm como função diminuir a acidez do 
quimo, que vem do estômago, tornando-o alcalino (pH 8.0). Os íons fazem que o pH passe de 2.0 
(ácido) para 8.0 (alcalino). 
414 
Suco digestivo Enzima pH ótimo Substrato Produtos 
Saliva Ptialina neutro polissacarídeos maltose 
Suco gástrico Pepsina ácido proteínas oligopeptídeos 
Suco pancreático 
Quimiotripsina 
Tripsina 
Amilopepsina 
Rnase 
Dnase 
Lipase 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
proteínas 
proteínas 
polissacarídeos 
RNA 
DNA 
lipídeos 
peptídeos 
peptídeos 
maltose 
ribonucleotídeos 
Desoxirribonucleotí 
deos 
glicerol e ácidos graxos 
Suco intestinal ou 
entérico 
Carboxipeptidase 
Aminopeptidase 
Dipeptidase 
Maltase 
Sacarase 
Lactase 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
alcalino 
oligopeptídeos 
oligopeptídeos 
dipeptídeos 
maltose 
sacarose 
lactose 
aminoácidos 
aminoácidos 
aminoácidos 
glicose 
glicose e frutose 
glicose e galactose 
415 
RECORDANDO... 
A grande maioria dos hormônios que controlam as funções do sistema digestivo 
são produzidas e liberadas pelas células da mucosa do estômago e intestino 
delgado. Estes hormônios são liberados na corrente sangüínea vão até o 
coração e retornam ao sistema digestivo onde estimulam a liberação de dos 
sucos digestivos e os movimentos dos órgãos. Os principais hormônios que 
controlam a digestão são a gastrina, a secretina e a colecistoquinina (CCK) : 
 
Gastrina : estimula a produção de ácido do estômago para dissolver e digerir 
alguns alimentos. É também fundamental para o crescimento da mucosa 
gástrica e intestinal. 
 
Secretina: estimula o pâncreas liberando o suco pancreático que é rico em 
bicarbonato . Estimula o estômago a produzir pepsina , uma enzima 
encarregada de digerir proteínas. Também estimula o fígado a produzir bile. 
 
CCK : estimula o crescimento celular do pâncreas e a produção de suco 
pancreático. Provoca o esvaziamento da vesícula biliar. 
 
416 
Principais doenças pancreáticas: 
•processos inflamatórios agudos e/ou crônicos, neoplasias e lesões congênitas 
(fibrose cística, pâncreas ectópico/anular). 
 
Características da pancreatite: 
•edema, exsudação celular e necrose de gordura, podendo evoluir até 
autodigestão, necrose e hemorragia do tec. pancreático (indicação de cirurgia). 
 
Classificação: 
•aguda: episódio inflamatório sem sequelas funcionais. 
 
•crônica: destruição pancreática comprometendo as funções endócrinas e 
exócrinas, podendo resultar em má-digestão e diabetes. 
Etiologia: 
•desconhecida... possíveis causas: alcoolismo crônico (80-90%), doença do trato 
biliar (cálculos), drogas (diuréticos: tiazídicos, furosemida-”lasix”,...), trauma, 
hipertrigliceridemia, infecções, etc. 
417 
Fatores de Risco 
 
Entre os fatores de risco, destaca-se principalmente o uso de derivados do 
tabaco. 
 
Os fumantes possuem três vezes mais chances de desenvolver a doença do 
que os não fumantes. Dependendo da quantidade e do tempo de consumo, o 
risco fica ainda maior. 
 
Outro fator de risco é o consumo excessivo de gordura, de carnes 
e de bebidas alcoólicas, como também a exposição a compostos 
químicos, como o álcool, solventes e petróleo, durante longo tempo. 
 
Há um grupo de pessoas que possui maior chance de desenvolver a doença, 
e estas devem estar atentas aos sintomas. 
 
Pertencem a este grupo indivíduos que sofrem de pancreatite crônica ou de 
diabetes melitus, que foram submetidos a cirurgias de úlcera no estômago 
ou duodeno ou sofreram retirada da vesícula biliar. 
418 
Manifestações clínicas - PANCREATITE AGUDA 
Dor severa, acompanhada de náuseas e vômitos, distensão abdominal, ascite, íleo 
paralítico; podendo chegar a um quadro de insuficiência respiratória (SARA pela 
ativação da fosfolipase A2 que quebra o surfactante pulmonar), oligúria (Insuficiência 
renal pela desidratação) e outros distúrbios metabólicos(Depressão da função 
miocárdica pelo aumento do fator depressor miocádico; Sepse por translocação 
bacteriana a absorção sistêmica de endotoxina através do colo adjacente); 
Estes sintomas aparecem de forma súbita, ou seja, de um dia para o outro, o que na 
maioria das vezes requer internação por um período médio de 3 a 7 dias, no caso de 
inflamação leve . 
 
Esta inflamação é causada principalmente por pedras na vesícula que passam pelo canal 
da bile (colédoco) e chegam ao pâncreas, causando a inflamação. Outros problemas 
como ingestão alcoólica, alterações graves de triglicérides e medicações, entre outros, 
podem também causar pancreatite aguda. 
 
A pancreatite aguda pode se apresenta na forma leve em 80% das vezes, porém é 
considerada grave em cerca de 20% dos casos. Nestes casos graves existe risco de 
complicações como infecções, insuficiência renal, insuficiência respiratória, podendo 
levar até mesmo à morte. Nesta situação o paciente pode necessitar de uma Unidade de 
Terapia Intensiva para o tratamento mais adequado. 
 
419 
Manifestações clínicas 
PANCREATITE AGUDA 
 
O tratamento da pancreatite aguda é feito nos casos leves com: 
-jejum, soros e analgésicos. 
 Nos casos graves o uso de medicações especiais, antibióticos e cuidados 
específicos podem ser necessários, de acordo com cada caso. 
 
É importante o tratamento da causa da pancreatite aguda, para que após a melhora 
do quadro o paciente não volte a ter novo surto. 
Por exemplo, no caso de cálculos na vesícula o tratamento é a remoção da vesícula 
420 
Manifestações clínicas 
PANCREATITE CRÔNICA 
 
A pancreatite crônica ocorre na grande maioria dos casos em pessoas que ingerem uma 
grande quantidade de álcool diariamente por pelo menos 10 anos consecutivos. 
 
O quadro clínico é caracterizado por dor moderadamente intensa no abdômen superior, 
podendo chegar até a desaparecer em alguns períodos. 
A dor é desencadeada pela ingestão alcoólica ou de alimentos gordurosos. 
 
•Na pancreatite crônica o pâncreas não retorna mais à normalidade, ou seja, ele 
apresenta calcificações, fibrose e outras alterações que são "cicatrizes" definitivas. 
 
A base do tratamento consiste na parada de ingestão de qualquer tipo de bebida 
alcoólica além da utilização de analgésicos. 
 
Alguns casos podem necessitar de tratamento mais específico e até mesmo de cirurgia.

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