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LIDERANÇA LIDERANÇA Adriana Duarte de Souza Carvalho da Silva Alessandra Jungblut Eudes Cristiano Vargas Rosa Lidice de Moraes Valim Tiago Barbosa da Silva © Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Andrea Aguiar Rita CRB) S586l Silva, Adriana Duarte de Souza Carvalho da. Liderança / Adriana Duarte de Souza Carvalho da Silva, Alessandra Jungblut, Eudes Cristiano Vargas, Rosa Lidice de Moraes Valim, Tiago Barbosa da Silva. – Curitiba: Dtcom, 2017. 147 p. ISBN: 978-859-368-524-8 1. Grupo de trabalho. 2. Liderança. 3. Administração pessoal. CDD 658.31 Reitor Prof. Celso Niskier Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho Redação Dtcom Análise educacional Dtcom Autoria da Disciplina Adriana Duarte de Souza Carvalho da Silva Alessandra Jungblut Eudes Cristiano Vargas Rosa Lidice de Moraes Valim Tiago Barbosa da Silva Validação da Disciplina Rosa Valin Designer instrucional Milena Rettondini Noboa Banco de Imagens Shutterstock.com Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom Sumário 01 O que é liderança ......................................................................................................................7 02 O que é liderança ....................................................................................................................14 03 Atitudes individuais e seus reflexos no coletivo: a liderança dentro do contexto organizacional ..................................................................................................21 04 Realidade x percepção: lideranças formais x lideranças informais .............................28 05 Formação de equipes ............................................................................................................35 06 Liderança ..................................................................................................................................42 07 Conflito .....................................................................................................................................49 08 Comunicação ..........................................................................................................................56 09 Tomada de decisão ................................................................................................................62 10 Coach ........................................................................................................................................69 11 Teorias Motivacionais em Prol da Liderança ....................................................................76 12 Questões Contemporâneas Sobre Liderança ...................................................................83 13 Perfil do Novo Líder ................................................................................................................90 14 Inteligência emocional ...........................................................................................................97 15 Ética e Moral ......................................................................................................................... 104 16 Ambiente de aprendizado: desenvolvimento de carreira nas organizações ........... 112 17 Criatividade/Inovação em prol da Liderança ................................................................. 119 18 Passos essenciais para a formação de líderes nas organizações ............................ 126 19 Estratégias de Mudança .................................................................................................... 133 20 Alinhamento Estratégico .................................................................................................... 140 O que é liderança Eudes Cristiano Vargas Introdução Liderar é influenciar um determinado grupo a atingir sua meta. O líder tem a tarefa de dirigir e coordenar as iniciativas grupais, retratando a satisfação de cada membro. Vamos conhecer mais sobre liderança, um assunto sempre contemporâneo e que requer atualização. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer definições diversas relacionadas ao termo liderança; • compreender quais são, tradicionalmente, as competências (conhecimentos, habilida- des e atitudes) da liderança; • identificar quais são os níveis de iniciativa para o autofortalecimento do profissional dentro da organização. 1 Definições de liderança e o comportamento dos líderes O líder não é necessariamente aquele que está “à frente” de um grupo comandando. Figura 1 – Liderança Fonte: Ilyafs/Shutterstock.com – 7 – TEMA 1 O sujeito que formalmente assume o papel de comandar um grupo, ou seja, que recebe a responsabilidade formal por gerenciar um grupo, pode ser chamado de chefe ou encarregado, mas de líder, ele só será chamado se apresentar certas características, certos comportamentos emblemáticos de um líder. . Assim, nem sempre quem dirige ou capitania um grupo é um verda- deiro líder (no sentido mais específico do termo). Dirigentes que assumem a gestão de grupos formalmente, mas não são líderes podem sim fazer com que os indivíduos sob seu comando atinjam os objetivos, mas isto possivelmente se dará por meio de ferramentas de base racional (ou seja, ferramentas organizacionais simples mas eficazes na maior parte das vezes - por exemplo, a possibilidade de uma advertência, o risco do desemprego etc.). Em contrapartida, líderes não trabalham apenas com ferramenta de base racional, mas tam- bém de base emocional. Lidam bem com as emoções (suas e de seus liderados) e promovem sentimentos de comunhão entre os indivíduos, atingindo um nível profundo de interação com os liderados. O quadro a seguir, apresenta um resumo das diferenças entre o verdadeiro líder e o sujeito que assume o papel de chefe. Quadro 1 – Diferença entre líder e chefe Líder Chefe Conecta as pessoas Manda as pessoas trabalhar Entende cada indivíduo Cumpre regras e normas Desperta a gratidão do indivíduo Desperta cumprimento do trabalho Consegue comprometimento Consegue compromisso Influencia as pessoas Gerencia as pessoas Mobiliza os outros a batalhar por aspirações e sonhos Mobiliza os outros a trabalhar Fonte: elaborado pelo autor, 2017. FIQUE ATENTO! A diferença entre chefe e líder não está apenas no desenvolvimento das tarefas, mas também na capacidade de interação e mobilização das pessoas. Assim,, diferentemente do líder, o chefe apenas acompanha as tarefas e as pessoas. O líder participa, se conectando e “fazendo acontecer”, estando presente em todas as etapas do processo. Liderar não é uma maneira exclusiva de se portar e exercer habilidades e capacidades. De acordo com Robbins (2005), para ser líder, o indivíduo precisa entender que existem situações, equipes e pessoas diferentes, portanto, existe a necessidade de adaptação e flexibilidade. Porém, a capacidade de liderar é uma habilidade que pode ser desenvolvida em cada um, com persistência, estudo e disciplina, e não somente por pessoas que nascem com certos traços, portanto, reforça- -se, a liderança é uma capacidade que pode ser desenvolvida. LIDERANÇA – 8 – EXEMPLO “A Dama de Ferro”, como era conhecida, Margaret Thatcher foi durante 11 anos a primeira ministra do Reino Unido, e considerada uma das líderes mais influentes no mundo. Sua influênciaera tão grandiosa que recebeu diversas honrarias, entre elas, a medalha presidencial da liberdade, maior honraria concedida a um civil nos EUA, entregue por George W. Bush. 2 Aprendizagem: níveis de iniciativa do profissional para o autofortalecimento Diariamente, repetimos ações e comportamentos sem refletirmos a respeito de como eles acontecem e quais as suas motivações. Isto ocorre porque incorporamos saberes, ou “aprendi- zagens”. Assim, sempre que estamos diante de uma situação conhecida, a tendência é nos com- portarmos de maneira habitual. Todavia, também é interessante refletir a respeito do fato de que estamos em um processo de adaptação constante ao meio no qual vivemos e muito embora nossas ações espelhem reflexos de experiências passadas, nosso comportamento está sujeito a constantes alterações por conta das experiências do presente (MOWEN; MINOR, 2006, p. 27). Figura 2 – Aprendizagem Fonte: Uber Images/Shutterstock.com De acordo com Kotler e Armostrong (2014), “quando as pessoas agem, elas aprendem. A aprendizagem acarreta mudanças no comportamento de uma pessoa e advém das experiências”. Esta afirmação vai ao encontro do tipo de aprendizagem que propõe Skinner (2010), pois a ação muda o comportamento do indivíduo a ponto de repetirem-se os resultados, como evidenciado nos estudos experimentais de estímulo e resposta, no qual, o indivíduo apresenta um tipo de res- posta (comportamento) para o estímulo recebido. LIDERANÇA – 9 – SAIBA MAIS! Quer saber mais sobre a teoria de Skinner? Acesse: <http://www.uneb.br/salvador/ dedc/files/2011/05/Monografia-Jenifer-Satie-Vaz-Ogasawara.pdf>. Os estudiosos da aprendizagem podem ser classificados em correntes, a saber: os compor- tamentalistas (que compreendem a aprendizagem como algo natural do ser, do “instinto”; compre- endem que o indivíduo aprende devido ao comportamento que adota, e desta forma, a aprendiza- gem é de “fora para dentro”) e os construtivistas (que entendem que o próprio indivíduo produz o conhecimento, pois é sujeito ativo - essa aprendizagem é diferenciada de pessoa para pessoa e ocorre de “dentro para fora”) (ROBBINS, 2005). Historicamente, os comportamentalistas se preocupam mais com o tipo de estímulo a ser fornecido e a intensidade do reforço recebido do que com a particularidade individual de cada sujeito. Já para os construtivistas, o sujeito é ativo à ação, motivando-se intrinsecamente ao pro- cesso de aprendizagem, construindo, então, o relacionamento. FIQUE ATENTO! O pensamento comportamentalista, no qual o indivíduo aprende devido ao fato de necessitar se comportar de tal maneira, é abundantemente utilizado nas organiza- ções e continua surtindo efeito nos resultados das mesmas. Moscovici (1998) relaciona atitude às avaliações cognitivas e emocionais de uma pessoa em relação a um objeto ou ideia, ou a capacidade de agir por meio de conhecimentos e habilidades adquiridas. O autor pontua que as empresas devem procurar ajustar seus produtos a atitudes já existentes, em vez de tentar mudá-las, uma vez que as atitudes dos indivíduos são desenvolvidas por meio de um processo de aprendizagem. EXEMPLO O reforço positivo pode ser visto em diversas organizações. No comércio, por exemplo, é nítido e comum se recompensar alguém que conseguiu bater as metas de venda. Isso é reforço positivo. Então, para que um indivíduo tenha competência para certa tarefa, o segredo está na aprendi- zagem. Pois é um processo complexo, que vai além do decorar. É a criação de um processo neural que remonta à construção de memórias, nos faz lembrar. Portanto, o que se aprende, se apreende e não se esquece. Se o indivíduo esquecer, o aprendizado terá sido em vão, como se nunca tivesse acontecido. O conjunto de coisas de que lembramos constitui a nossa aprendizagem (WAGNER III E HOLLENBECK, 2012). LIDERANÇA – 10 – 3 Competências: conhecimentos, habilidades e atitudes A definição de competência, segundo o dicionário Webster (2015), é “qualidade ou estado de ser funcionalmente adequado ou ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidades ou força para uma determinada tarefa”. Assim, se pensarmos a competência como a qualificação extraor- dinária de um indivíduo ao realizar alguma coisa, o seu contraponto representa alguém incapaz, de modo pejorativo, alguém que não consegue um resultado ao menos suficiente. Mas o que isso significa sob um olhar organizacional? Muito mais que respostas a esta pergunta, faz-se impor- tante refletir sobre isso. Figura 3 – Competências Fonte: alphaspirit/Shutterstock.com SAIBA MAIS! Descubra quais são as competências que o mercado de trabalho procura. Acesse: <http:// exame.abril.com.br/carreira/7-caracteristicas-de-profissionais-indispensaveis/>. No ambiente organizacional, o conceito de competência foi introduzido pelo psicólogo ame- ricano David McClelland, em 1973, que afirmou, já aquela época, ser característica de uma pes- soa que está casualmente relacionada à um desempenho superior ao realizar uma tarefa. Assim, ele diferenciou competência de aptidões, atitudes, do conhecimento e das habilidades, ou seja, é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que justificam um alto desempenho. Em outras palavras, a competência é percebida como estoque de recursos, que o indivíduo detém (McCLELLAND, 1973). LIDERANÇA – 11 – De acordo com McClelland (1973), competências estão associadas aos conhecimentos (rela- tivos ao saber fazer); às habilidades (relativas ao poder fazer); e às atitudes (relativas ao querer fazer). A seguir, veja uma representação gráfica deste conceito. Figura 4 – Conceito de competência de McClelland Competência Habilidade Conhecimento Atitude Fonte: elaborado pelo autor, 2017. FIQUE ATENTO! A competência não é um estado natural do ser humano. Ela é o conjunto de apren- dizagens sociais e comunicacionais (comportamento, ambiente etc.) nutridas a montante pela aprendizagem (LE BOTERF, 2015). Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • diferenciar atitudes e práticas de um líder e um chefe; • compreender as correntes conceituais (construtivista e comportamentalista) de aprendizagem; • conhecer o conceito de CHA (competências, habilidades e atitudes); • refletir a respeito do conceito de competências a partir do viés organizacional. LIDERANÇA – 12 – Referências ABRANTES, Talita. 7 características de profissionais indispensáveis. Exame.com. 2012. Disponí- vel em: <http://exame.abril.com.br/carreira/7-caracteristicas-de-profissionais-indispensaveis/>. Acesso em: 16 fev. 2017. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary; MARQUES, Princípios de marketing. Tradução de Arlete Simille Marques; Sabrina Cairo. 14. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2014. LE BOTERF, Guy. De la compétence – essai sur un attracteur étrange. In: Les éditions d’organisa- tions. Paris: Quatrième Tirage, 2015. McCLELLAND, David C. Testing for Competence rather than Intelligence. American Psychologist, p. 1-14, jan. 1973. MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998. OGASAWARA, Jenifer Satie Vaz. O conceito de aprendizagem de Skinner e Vygotsky: um diálogo possível. Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Salvador, 2009. Disponível em: <http://www. uneb.br/salvador/dedc/files/2011/05/Monografia-Jenifer-Satie-Vaz-Ogasawara.pdf>. Acesso em: 16 fev. 2017. ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice hall, 14ª ed., 2011. SKINNER, Burhuus; SMITH, Louis M; ALVES, Maria Leila (org.). Nova Antologia. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. WAGNER III, Jonh; HOLLENBACK, Jonh. Comportamento Organizacional: Criando Vantagem Competitiva. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. WEBSTER. Webster’s third new international dictionary of the english language,unabridged. Sprin- gfield : G. & C. Merriam, 2015. LIDERANÇA – 13 – O que é liderança Adriana Duarte de Souza Carvalho da Silva Introdução Uma organização precisa ter um ambiente de união para funcionar adequadamente. A Teoria da Coesão Social, elaborada pelo sociólogo francês Émile Durkheim, elaborou a respeito de con- ceitos sociais de solidariedade na busca de uma sociedade mais coesa. Aplicada ao mundo orga- nizacional para compreender os conflitos e o engajamento de indivíduos ao ambiente de trabalho, hoje, a Teoria da Coesão Social de Durkheim é considerada conservadora, mas fundamental para compreender os indivíduos e suas relações. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer os conceitos de solidariedade orgânica e solidariedade mecânica; • entender sobre o conceito de anomia dentro do contexto organizacional; • identificar estratégias para a criação de ambientes saudáveis; • compreender a importância de acordos tácitos e explícitos relativos a signos e símbo- los organizacionais. 1 A organização como um organismo vivo (solidariedade orgânica x solidariedade mecânica) Uma organização é formada por partes, que, conjuntamente, a fazem funcionar. Essa con- cepção foi desenvolvida por Émile Durkheim, que buscou a compreensão da sociedade como um todo, em “A Divisão do Trabalho Social”, para abordar a relação dos indivíduos com as organizações. Para Durkheim (2008), a sociedade pós-moderna, na qual vivemos, é fundamentada no individualismo. Como as organizações são reflexo da sociedade, então, esse individualismo tam- bém se manifesta nas organizações. Mas, após acompanhar os indígenas, Durkheim (2008) per- cebeu que há modelos de sociedade não baseadas no individualismo e sem uma noção do “eu”, na qual o coletivo é mais importante, a ponto da própria ideia de pessoa basear-se na existência do coletivo, nunca do privado. A esse modelo de sociedade mais integrada, fundamentada no coletivo, Durkheim cha- mou “sociedades de solidariedade mecânica” e aqueles modelos onde prevalece o individualismo (nossa sociedade ocidental pós-moderna destaca-se aqui como exemplo) Durkheim chamou “sociedades de solidariedade orgânica”. Veja na figura a seguir as diferenças entre elas. – 14 – TEMA 2 Figura 1 – Solidariedade Mecânica e Solidariedade Orgânica pré-capitalista e não individualista o “eu” só existe no contexto da coletividade solidariedade mecânica solidariedade orgânica capitalista e individualista exaltação do “eu” e da competitividade Fonte: elaborado pela autora, 2017. A nossa sociedade é uma sociedade de solidariedade orgânica. Empresas emersas nesta sociedade tendem a espelhar características semelhantes, dessa forma, podemos afirmar que organizações ocidentais pós-modernas são baseadas nesse modelo de solidariedade orgânica. FIQUE ATENTO! Durkheim (2008) utilizou esse conceito de solidariedade (orgânica/ mecânica) para compreender a forma pela qual as sociedades se organizam - e que não se dá pelo humanismo. Desta maneira Durkheim buscou aproximar-se mais do contexto da organização social. Durkheim (2007, p. 36) define as sociedades de solidariedade mecânica da seguinte forma: “solidariedade social decorrente de certo número de estados de consciência comuns a todos os membros da mesma sociedade”. Hoje, entretanto, é improvável pensar que os indivíduos compar- tilham dentro das organizações estados de consciências comuns a todos. O fato é que o sistema capitalista provoca duas situações que tornam essa realidade impos- sível: a competição profissional e a necessidade do consumo enquanto identidade. Veja, por exem- plo: as pessoas vivem em constante competição por um cargo melhor nas empresas, por uma promoção, um aumento, assim, cria-se um sistema de competição excludente e, portanto, incen- tiva-se o individualismo. Agora, veja como Durkheim (2007, p. 44) define as sociedades de solidariedade orgânica: (...) só é possível se cada um tiver uma esfera individual própria de ação e, consequente- mente, uma personalidade. É preciso, pois, que a consciência coletiva deixe descoberta uma parte da consciência individual, para que estabeleçam essas funções especiais que ela não pode regulamentar. Para Durkheim (2007), as sociedades de solidariedade orgânica são sociedades baseadas na divisão do trabalho. LIDERANÇA – 15 – EXEMPLO Podemos entender o conceito de divisão do trabalho pensando em uma linha de produção. Cada pessoa se especializa em apertar um botão, dedica-se a fazer uma atividade específica. Cada pequeno movimento feito na linha é fundamental e flui de forma a tornar outros movimentos possíveis, de forma que, ao final, formam-se mercadorias. Nas sociedades de solidariedade orgânica, se cada pessoa tem uma função específica, então, todas precisam uma das outras. Do ponto de vista empresarial, isto torna-se claro ao observarmos o organograma de uma empresa e as divisões departamentais expressas nele. Figura 2 – Organograma Empresarial Diretoria Administrativo Produção LogísticaDepartamento Financeiro Departamento de Recursos Humanos Fonte: elaborado pela autora, 2017. Note que, cada departamento e cada pessoa que faz parte de cada departamento, depende um do outro. Ainda que o individualismo permaneça estrategicamente no subjetivo de cada um, as pessoas precisam umas das outras nas organizações. Sobre isso, Durkheim (2007, p. 45) relata que “efetivamente, cada um depende, por um lado, mas estreitamente da sociedade em que o trabalho é mais dividido e, de outro, a atividade de cada um é tanto mais pessoal quanto mais especializada ela seja”. Agora, vamos refletir a respeito de uma sociedade pré-histórica nômade – ela é exemplo clássico de sociedade de solidariedade mecânica. A busca de alimento nela era baseada na caça, na pesca e na procura por vegetais comestíveis. O homem pré-histórico conhecia todo o processo. Sabia como construir uma arma, sabia procurar o animal e sabia como limpá-lo para se alimentar. LIDERANÇA – 16 – Figura 3 – Homem pré-histórico caçando mamute Fonte: Macrovector/Shutterstock.com Agora, você, que se alimenta de carne e vive numa sociedade de solidariedade orgânica, difi- cilmente sabe como caçá-la ou como cortar corretamente o animal para tirar a carne mais macia. Dessa forma, para que você tenha acesso a essa carne, precisa de toda uma cadeia produtiva, desde o criador do animal até aquele que embala a carne e a venda no supermercado. Figura 4 – Produção de carne Fonte: Vipavlenkoff/Shutterstock.com Assim, podemos notar que sábio é o líder que hoje consegue fazer sua equipe perceber como cada indivíduo precisa um do outro. Embora esse individualismo esteja intrínseco na sociedade pós-moderna e o líder (por melhor que seja) seja ser incapaz de acabar com ele, ele pode atuar para que esse individualismo seja exercido com respeito dentro de sua equipe. LIDERANÇA – 17 – FIQUE ATENTO! A sociedade pós-moderna é marcada por amplo narcisismo. Isso implica que os indivíduos esperam a exaltação do “eu”, especialmente em ambientes competitivos (como é o mercado de trabalho). O bom líder sabe elogiar e motivar, sem, contudo, fazer com que algumas pessoas se sintam diminuídas em relação a outras. 2 Anomia dentro do contexto organizacional e estratégias para criar ambientes sociais mais saudáveis Durkheim desenvolveu o conceito de anomia social em sua obra “O Suicídio”, na qual estuda as causas sociais do suicídio. Para o autor, o suicídio é uma demonstração de anomia social, ou seja, de que a sociedade não está sendo coesa. O conceito de coesão social é muito desejado pelas organizações, pois os líderes precisam descobrir como podem unir a equipe, como conse- guir aderência àssuas regras e como obter consensos (lembrando que consenso não deve ser confundido com falta de espírito criativo ou crítico). SAIBA MAIS! Para conhecer mais sobre o pensamento de Durkheim, sugerimos a seguinte leitura do artigo “Socialismo e individualismo em Émile Durkheim”. Acesse: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-49792011000200013&lng=en& nrm=iso>. Vares (2011, p. 440) ao estudar a obra de Durkheim, reflete da seguinte forma sobre o pen- samento do autor: “em sociedades marcadas por uma acentuada divisão do trabalho, o indivíduo dispõe de uma crescente autonomia que colide com a rigidez dos valores tradicionais”. Levando essa reflexão para área empresarial, podemos perceber que os líderes vão lidar com pessoas autônomas, capazes de pensar, criticamente, com ampla formação acadêmica e que tal- vez tenham dificuldade em aceitar a liderança tradicional. Dessa forma, é fundamental que o líder perceba que as pessoas são autônomas e, portanto, querem participar dos processos decisórios. Assim, o bom líder sabe delegar e possibilita que sua equipe decida junto com ele. EXEMPLO Hoje, cada vez mais, as pessoas têm acesso à educação e se sentem capazes de pensar por si mesmas. Pessoas com alta formação profissional podem se sentir coagidas ao terem que obedecer. O bom líder sabe trabalhar com essas pessoas de forma a envolvê-las nos processos decisórios. LIDERANÇA – 18 – Durkheim utilizou o conceito de suicídio para compreender a anomia na sociedade moderna. Podemos levar isso para área empresarial não pensando no suicídio propriamente dito, mas pen- sando que a ação pode ser uma metáfora para entender a falta de engajamento, de motivação, de estímulo ao trabalho. O líder deve saber criar um ambiente motivador, não opressor, para que o funcionário não se desligue emocionalmente do que faz, para que o funcionário permaneça enga- jado e atuante. 3 Signos e símbolos organizacionais para um ambiente mais orgânico. Muitas empresas utilizam signos e símbolos para tornar suas equipes engajadas. Esses sig- nos e símbolos não precisam apenas ter um caráter visual (como uma logomarca ou um uni- forme). Fleury (1987), por exemplo, estudou como algumas empresas trabalham com a constru- ção de estórias sobre o surgimento da empresa que ganham o caráter de mito. Essas narrativas surgem e criam um passado heroico, tendencialmente motivador. Sobre isso, Fleury (1987, p. 15) afirma “das estórias sobre os atos de coragem, nascem os heróis, que personificam os valores e provêm modelos de comportamento para os demais”. SAIBA MAIS! Fleury (1987) mostra que um importante mito empresarial é o da “grande família”. Esse mito apela para a metáfora familiar para simbolizar a ideia de união. Os signos e símbolos organizacionais fazem parte da cultura organizacional de uma empresa. Porém, não são necessariamente apresentadas formalmente aos trabalhadores e podem não apa- recer nos documentos oficiais. O fato é que, ao utilizar signos e símbolos, as organizações tentam provocar mais coesão social. Evidentemente, isso nem sempre é conquistado, especialmente, se a empresa tem um his- tórico de explorar sua mão de obra. Contudo, se a empresa foi ética, socialmente responsável, talvez o uso de signos e símbolos possam efetivamente motivar o trabalhador. LIDERANÇA – 19 – Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer a Teoria da Coesão Social, aplicada ao mundo organizacional; • entender que as empresas são sistemas regrados, repletos de normas, de padrões de comportamento, de cultura organizacional; • reconhecer o desafio enfrentado pelos líderes diariamente ao buscar a adesão dos tra- balhadores a esses sistemas regrados; • compreender os efeitos do individualismo na sociedade pós-moderna; • aprender sobre o conceito de anomia social. Referências DURKHEIM. Émile. Sociologia. São Paulo: Ática, 2008. ___________. Fato social e divisão do trabalho: apresentação e comentários de Ricardo Musse. São Paulo: Ática, 2007. FLEURY, Maria Tereza Leme. Estórias, mitos, heróis: cultura organizacional e relações do traba- lho. Rev. adm. empres., São Paulo, v. 27, n. 4, p. 7-18, 1987. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901987000400003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 fev. 2017. VARES, Sidnei Ferreira de. Sociologismo e individualismo em Émile Durkheim. Cad. CRH, Salvador, v. 24, n. 62, p. 435-446, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0103-49792011000200013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 fev. 2017. LIDERANÇA – 20 – Atitudes individuais e seus reflexos no coletivo: a liderança dentro do contexto organizacional Adriana Duarte de Souza Carvalho da Silva e Rosa Lidice de Moraes Valim Introdução As corporações organizam-se em torno do conceito de liderança, uma vez que parecem não funcionar adequadamente sem uma estrutura hierárquica e uma estrutura de autoridade. É certo que existem equipes autogerenciáveis (ou seja, que dispensam a figura de um líder, em prol de uma liderança compartilhada), mas este modelo autogerenciável ainda é incipiente e vem sendo aplicado apenas a equipes e não a corporações inteiras. Assim, o líder é uma figura necessária para que as regras sejam cumpridas minimamente e para que a corporação tenha coesão e traba- lhe de forma harmônica. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender o alcance da liderança no ambiente organizacional; • conhecer as variáveis do Comportamento Organizacional e como se relacionam com os aspectos de liderança dentro do ambiente organizacional. 1 Liderança dentro do ambiente organizacional/corporativo Nas organizações, as lideranças se estabelecem de forma institucionalizada e hierarquizada, e podem ser identificadas por meio do organograma corporativo. Na figura a seguir, podemos observar um exemplo de organograma corporativo que apresenta lideranças institucionalizadas. – 21 – TEMA 3 Figura 1 – Lideranças no organograma corporativo Diretoria Executiva Chefe do departamento financeiro Contador Analista financeiro Estagiário de contabilidade Fonte: elaborado pela autora, 2017. Na figura, o Departamento Financeiro exemplifica a divisão de uma empresa, mas podería- mos ter trabalhado com qualquer outro, como Recursos Humanos, Logística ou Vendas. Ali, vemos chefias ou lideranças institucionalizadas (formais) porque suas figuras de autoridade e poder são abertamente manifestadas, para as quais os demais trabalhadores precisam responder. Balcão (1965, p.108) afirma que o organograma foi Criado essencialmente para dar representação gráfica às relações entre cargos na organi- zação, o organograma tem, basicamente, duas partes interligadas - linhas e retângulos -, sendo que as primeiras representam o fluxo da autoridade na organização e os últimos os cargos entre os quais flui a autoridade. Note que o organograma da figura anterior mostra exatamente o que menciona a autora: a representação do fluxo de autoridade e a forma como as relações de poder se manifestam. Para Balcão (1965, p.108) as relações hierárquicas, ou seja, “‘quem é subordinado a quem’ - ou que car- gos são superiores e que cargos são subordinados - e a departamentalização orgânica existente” podem ser visualizadas na imagem de um organograma. Segundo Foucault (2012), um dos maiores filósofos da contemporaneidade, toda hierarquia é baseada em relações de poder. Nos ambientes corporativos, elas se baseiam na ideia da subor- dinação e obediência. Ainda que, hoje, há empresas que defendem a maior participação dos traba- lhadores nas decisões e afirmam que o trabalhador é ouvido, mesmo assim não é possível afirmar que qualquer delas superou o paradigma da subordinação.Balcão (1965) afirma que o organograma corporativo revela o caráter formal de uma organi- zação e também é uma forma gráfica de definir as lideranças, as relações entre os diversos líderes e as relações de subordinação. LIDERANÇA – 22 – 2 Variáveis do Comportamento Organizacional: dependentes e independentes O contexto organizacional influencia no estudo sobre liderança, por isso, devemos compreen- der as variáveis e particularidades do comportamento organizacional. Para Robbins (2005) o com- portamento organizacional é uma área que estuda e investiga a influência que indivíduos, grupos e estruturas têm sobre o comportamento da organização, objetivando melhorias nas suas práticas. Robbins (2005) afirma, ainda, que existem as variáveis dependentes, que estão relacionadas ao comportamento organizacional, tais como a satisfação no trabalho, produtividades etc., e vari- áveis independentes do comportamento organizacional, que estão relacionados aos indivíduo, grupo e sistema organizacional. As variáveis independentes influenciam as variáveis dependentes do comportamento organizacional. Na tabela a seguir, identificamos as variáveis dependentes do comportamento organizacional. Tabela 1 – Variáveis dependentes do Comportamento organizacional Produtividade Uma organização é produtiva quando atinge seus objetivos, transformando a matéria- -prima em produto, ao custo mais baixo possível. Absenteísmo Está relacionada à ausência do funcionário ao trabalho. Rotatividade Relaciona-se à entrada e saída de pessoal da empresa. A alta rotatividade aumenta o custo com recrutamento e seleção de pessoal. Cidadania organizacional Trata-se de um comportamento voluntário, que não faz parte das demandas funcionais do cargo, mas que ajuda a promover o funcionamento eficaz da organização. Relaciona- -se com as declarações positivas sobre o trabalho, com a ajuda a colegas de grupo etc. Satisfação no trabalho Refere-se à percepção e sentimentos que o trabalhador possui com relação ao seu trabalho. Fonte: adaptado de ROBBINS, 2005. SAIBA MAIS! A produtividade está associada à eficácia (fazer as coisas certas, ou seja, o que o mercado está pedindo no momento) e eficiência (fazer certo as coisas, isto é, o melhor que puder quando decidir fazer algo). FIQUE ATENTO! De modo geral, o absenteísmo, ou seja, a ausência do funcionário no trabalho é ruim. Porém, nem todas as ausências são prejudiciais. Funcionários com doenças infectocon- tagiosas devem faltar, pois nestas condições poderiam contaminar colegas de trabalho. LIDERANÇA – 23 – Sobre as variáveis independentes do comportamento organizacional, a figura a seguir ilustra como se apresentam cada nível e sua relação com os demais. Acompanhe! Figura 2 – Variáveis independentes do comportamento organizacional Nível individual Nível do grupo Nível dos sistemas organizacionais Fonte: ROBBINS, 2005, p. 22. Segundo Robbins (2005), a primeira destas variáveis é o indivíduo. De fato, não é uma variá- vel, mas um grupo de variáveis relacionadas ao indivíduo: sexo, idade, estado civil, características da personalidade, valores etc. A segunda variável é o grupo, ou seja, a soma de indivíduos, e remete a questões como: padrões de comunicação, liderança, poder e política. Por fim, a terceira variável é o sistema organizacional, isto é, a união de práticas da empresa, como: políticas de gestão de pessoas, processos operacionais, definição de funções e cultura organizacional. As variáveis independentes, relacionadas aos ‘indivíduos’, aos ‘grupos’ e as ‘organizações’, em alguns casos, podem influenciar as variáveis dependentes. EXEMPLO Quando há o aumento de rotatividade na organização, como consequência, a pro- dutividade pode diminuir. Neste caso, a organização precisa considerar que o que pode estar causando o aumento de rotatividade são os próprios indivíduos ou outras variáreis, como os grupos ou a organização. 3 Liderança e legitimidade Dentro das organizações, nem sempre os líderes conseguem ter sucesso, ou seja, podem perder sua legitimidade. Líderes malsucedidos são aqueles que não conseguem adesão às suas ideias ou atingir consensos. Essa é uma situação rotineira nas organizações e tem ganhado espaço na literatura nas áreas de liderança e relações de poder. LIDERANÇA – 24 – Figura 3 – A queda de um líder Fonte: Tom Wang/Shutterstock.com Um dos grandes estudiosos do assunto, Michel Foucault, explica que o poder deve ser anali- sado como algo que circula, que só funciona em cadeia, ou seja, que não está localizado aqui ou ali, nunca está em mãos de alguns, nunca é apropriado como uma riqueza ou um bem. O poder funciona e se exerce em rede, cada um recebe micropoderes do coletivo e os exerce. (FOUCAULT, 2012) SAIBA MAIS! Aprofunde seus conhecimentos sobre a Teoria das Relações de Poder, de Foucault. Acesse: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-7612201 0000200008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 fev. 2017. FIQUE ATENTO! Quando estamos diante da situação em que o líder não tem mais adesão e a lide- rança é questionada, dizemos que o líder perdeu a legitimidade e, portanto, não conquista mais a confiança da equipe. Foucault (2012) critica as percepções de poder como uma reta vertical. Para o autor, o poder não existe dessa forma, porque o líder não o detém completamente. Nas empresas, as relações de poder podem ser contestadas de diversas formas: • aviso de demissão; • greve; • reclamação trabalhista; • recusa em fazer aquilo que o líder solicita. LIDERANÇA – 25 – FIQUE ATENTO! Juridicamente, não existe pedido de demissão, como é comum dizer, porque o em- pregador não tem o poder de recusar a demissão. Se tivesse, então, ainda viveríamos um sistema escravista. O correto é afirmar que o trabalhador avisa da demissão. Porém, toda forma de contestação de poder tem um custo, ou seja, gera uma mudança no status quo. Em caso de um aviso de demissão, por exemplo, o trabalhador deverá arcar com as consequências do desemprego, mas, de qualquer forma, o poder sempre pode ser contestado. Weber (2011) aponta a legitimidade como fundamental para a manutenção da liderança. Em ambientes corporativos, as equipes estarão alinhadas com as lideranças desde que elas promo- vam confiança e busquem a criação de consensos. EXEMPLO Um líder perderá a legitimidade se praticar assédio moral e fazer com que os seus trabalhadores se sintam tolhidos, pressionados e com sua dignidade fragilizada. Ao reconhecer que o poder é relacional ou circular e, que, portanto, não deve ser dado como algo certo, mas sim como algo que deve ser conquistado diariamente, o líder terá o cuidado de tratar sua equipe com respeito. Fechamento Ao final desta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer o organograma corporativo e como ele define a autoridade empresarial; • estudar o conceito de ambiente externo às corporações; • distibguir as variáveis independentes e dependentes do comportamento organizacional; • entender o poder e a perda de legitimidade de um líder. Referências BALCÃO, Yolanda Ferreira. Organograma: representação gráfica da estrutura. Rev. adm. empres. São Paulo, v. 5, n. 17, p. 107-125, 1965. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0034-75901965000400003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 16 fev. 2017. CHIAVENATO, Idalberto. Novas abordagens na teoria administrativa. Rev. adm. empres. São Paulo, v. 19, n. 2, p. 27-42, jun. 1979. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- d=S0034-75901979000200002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 16 fev. 2017. LIDERANÇA – 26 – FERREIRINHA, Isabella Maria Nunes; RAITZ, Tânia Regina. As relações de poder em Michel Fou- cault: reflexões teóricas. Rev. Adm. Pública,Rio de Janeiro, v. 44, n. 2, p. 367-383, abr. 2010. Dispo- nível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122010000200008& lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 fev. 2017. FOUCAULT, Michel. A microfísica do poder. São Paulo: Paz e Terra, 2012. ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson Prentice hall, 2005. WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2011. LIDERANÇA – 27 – Realidade x percepção: lideranças formais x lideranças informais Adriana Duarte de Souza Carvalho da Silva Introdução No imaginário social costumamos pensar no líder organizacional como aquele indivíduo que é nomeado pelo proprietário ou pelos acionistas de uma empresa para liderar determinado grupo de trabalhadores. Mas será que essa é a única forma de liderança que pode se manifestar em uma empresa? Vamos refletir sobre esta questão estudando sobre formas de manifestação de liderança nas organizações (formais e informais). Objetivos de aprendizagem Ao final dessa aula, você será capaz de: • conhecer o que é estrutura administrativa organizacional, seu propósito e os impactos que as estruturas organizacionais têm no sucesso das empresas; • compreender a importância das interações sociais (formais e informais) nas organizações; • identificar a diferença entre lideranças reconhecidas e lideranças instituídas. 1 Estrutura administrativa organizacional funcional (o que é e propósito) O conceito de organização é bastante amplo e vários tipos de agrupamentos humanos são denominados de organizações. Veja a seguir alguns exemplos: 1. empresas privadas; 2. órgãos do poder público; 3. organizações do terceiro setor; 4. outras organizações da sociedade civil. FIQUE ATENTO! As empresas privadas têm sempre fins lucrativos, ao contrário das organizações do terceiro setor e as demais organizações da sociedade civil. – 28 – TEMA 4 Para começarmos a entender a estrutura administrativa organizacional de empresas privadas, vamos nos debruçar sobre a definição de organização, proposta por Machado da Silva & Fonseca (2010, p. 13): “(...) uma organização é vista como um componente de um sistema de relações de um campo específico, afetada não apenas por questões técnicas e financeiras, mas também por fatores normativos de legitimidade”. Os autores refletem a respeito de como as organizações se estruturam em relações sociais e essas relações se estabelecem a partir de hierarquias e sistemas de autoridade. Essas relações são, segundo Machado da Silva & Fonseca (2010), estruturadas a partir de valores e crenças, pois, para ser obedecido, um líder precisa que esteja divulgada a crença de que sua liderança é legítima. As estruturas administrativas são representadas graficamente por meio de organogramas, que apresentam o funcionamento dos fluxos de autoridade, além de definir as estruturas departa- mentais da empresa. Veja o exemplo a seguir (escolhemos uma empresa pequena, para facilitar a representação gráfica). Figura 1 – Organograma de uma loja comercial Diretoria Financeiro Logística eArmazenagem Notas ficais e trocas Compras Contabilidade Recursos humanos Vendas Caixa Marketing Recrutamento e seleção Conteudista de redes sociais Treinamento e desenvolvimento Fonte: elaborada pela autora, 2017. Toda representação gráfica tem suas vantagens e limitações, associadas a possiblidade de representação simplificada uma realidade complexa. Mas você já pode perceber como se estru- tura a gestão de uma pequena empresa comercial. LIDERANÇA – 29 – SAIBA MAIS! Para conhecer mais sobre a estrutura administrativa organizacional, indicamos a seguinte leitura: MACHADO-DA-SILVA, Clóvis L.; FONSECA, Valéria Silva da. Estruturação da estrutura organizacional: o caso de uma empresa familiar. Rev. adm. contemp. Curitiba, v. 14, n. spe, p. 11-32, 2010. Acesse em <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552010000600002&lng=pt&nrm=iso>. Machado da Silva e Fonseca (2010) explicam que a estrutura organizacional determina a hierarquia e o controle empresarial, mas é fundamental que você entenda que essa estrutura pode ser rígida, mas não é fixa. Ao longo da história organizacional, essa estrutura pode se modificar. 2 Interações sociais (formais e informais) nas organizações Toda organização tem uma estrutura de regras, que são formuladas conscientemente e divulga- das, seja por meio de reuniões, de manuais ou cursos. Essa é a estrutura formal de uma organização. Em grandes empresas, por exemplo, é comum a prática do processo de integração quando novos trabalhadores são contratados. Em geral, esses trabalhadores são apresentados à empresa, conhecem seu ambiente físico e aprendem as regras da organização. Olhando as regras organizacionais a partir do pensamento de Foucault (2010), podemos perce- ber que elas funcionam de forma a disciplinar o comportamento dos atores organizacionais. Há for- mas variadas de punição no mundo empresarial para aqueles que desobedecem às normas ou regras: • advertências; • demissão; • demissão por justa causa; • imposição de impedimentos à progressão de carreira; • ostracismo. Para um trabalhador que depende do salário para sustentar a família, uma ameaça de demis- são pode ser uma forma de coerção bastante eficaz. Assim, para Foucault (2010), a sociedade pós-moderna é a sociedade disciplinar, que apesar de não punir os corpos, encontra outras formas de punição tão eficazes quanto. FIQUE ATENTO! As organizações utilizam instrumentos de vigilância, segundo Foucault (2010), para garantir a disciplina – por exemplo, com câmaras. softwares de vigilância (que re- gistrem tudo que o trabalhador faz no seu computador pessoal), e até mesmo com gestores que vigiem continuamente sua equipe. LIDERANÇA – 30 – Entretanto, destaca-se, uma empresa não é composta apenas por uma estrutura formal. As relações sociais acabam por, naturalmente, gerar relações informais. Isso faz parte da cultura organizacional de qualquer empresa e combater isso é uma tarefa inútil. Sobre isso Vieira et al (2015, p. 180) afirmam: As organizações modernas utilizam a cultura organizacional como mecanismo de adapta- ção às dinâmicas sociais, políticas e econômicas do ambiente no sentido de preservarem os pressupostos básicos que fundamentam suas estruturas através da integração das pes- soas que, direta ou indiretamente, as compõem. Figura 2 – Sistemas de vigilância Fonte: pixinoo/Shutterstock.com Os líderes, para se adequarem às boas práticas de gestão de equipes, precisam definir estra- tégias para tirar o que há de melhor, na cultura organizacional, das relações formais e informais. EXEMPLO Em determinado momento da jornada de trabalho, os trabalhadores param suas tarefas para tomar um café e relaxar (a prática da pausa para o cafezinho). O líder pode compreender que isso é contra as regras e que o horário estipulado deve ser cumprido rigidamente, ou pode avaliar que esse momento é importante para que sua equipe possa relaxar e voltar mais motivada ao trabalho. Assim, pode-se afirmar que qualquer empresa tem uma estrutura formal e uma estrutura informal, sob as quais ocorrem as relações sociais. LIDERANÇA – 31 – 3 Lideranças reconhecidas X Lideranças instituídas Pensar a relação entre lideranças reconhecidas e lideranças instituídas implica em pensar a liderança no contexto da cultura organizacional. Sobre isso Barreto et al (2013, p.39) afirmam: Pode-se dizer que existe uma inter-relação entre cultura e liderança. Líderes criam mecanis- mos para o desenvolvimento cultural e o reforço de normas e comportamentos expressos dentro das fronteiras da cultura. As lideranças instituídas são aquelas que surgem pordefinição organizacional e escolha da diretoria. São os gerentes, diretores de departamentos, os líderes de produção. Contudo, as lide- ranças reconhecidas (ou informais) surgem no contexto da cultura organizacional sem que haja a necessidade de seu reconhecimento formal. EXEMPLO Os trabalhadores de uma indústria podem identificar um determinado colega de tra- balho, um ativista dos direitos trabalhistas, como um líder pois sentem que este os representa, junto ao sindicato da categoria, quando é necessário pleitear algum direito. Abaixo, veja a metáfora criada pela imagem. Um líder que surge em uma situação difícil, que demanda esforço e coragem, torna-se reconhecido (mesmo que não de maneira legítima pela empresa). Ele surge nas relações sociais organizacionais, é eleito informalmente, graças a seu comportamento encorajador. Figura 3 – Liderança reconhecida Fonte: Greg Epperson/Shutterstock.com LIDERANÇA – 32 – Michel Foucault chegou a conclusões inovadoras a respeito da forma pela qual o poder é exer- cido em nossa sociedade. O autor mostrou que o poder não é exercido apenas da forma tradicio- nal, por exemplo, pelo Estado ou pelas lideranças no interior das empresas. Pelo contrário, o autor mostra como o poder se manifesta por toda a sociedade, em cada instituição social, em todas as relações sociais. Foucault (2012, p.183) afirma: “O poder funciona e se exerce em rede. Nas suas malhas os indivíduos não só circulam, mas estão sempre em posição de exercer este poder (...)”. Ao transpormos o pensamento de Foucault para o campo organizacional temos que: além dos líderes determinados oficialmente, outras lideranças surgirão, de forma inevitável. Essas lide- ranças serão reconhecidas por alguma competência especial e serão seguidas pelas equipes, por despertarem motivação, estímulo, encorajamento. Para os líderes oficiais, competir com tais lide- ranças reconhecidas, pode ser uma batalha perdida. O bom líder é aquele que consegue alinhar tais lideranças reconhecidas ou informais aos interesses organizacionais (BARRETO, 2013). FIQUE ATENTO! Foucault (2012) mostra que o poder é inevitável na sociedade e não há organização sem o estabelecimento de um centro de controle. Contudo, as relações de poder funcionam em cadeia e passam pelos indivíduos - por um momento determinado indivíduo pode ter o poder em suas mãos para, em seguida, ter que abdicar dele. A figura a seguir revela como se organizam as lideranças instituídas e as reconhecidas. Quadro 1 – Liderança instituída e reconhecida Liderança instituída • Definida e apresentada formalmente. • Só pode ser destituída formalmente. • Obediência Obrigatória • Defende os interesses organizacionais. Liderança reconhecida • Definida pela cultura organizacional. • Surge nas relações cotidianas. • Obediência ocorre em função de adesão. • Defende interesses daqueles que lidera. Fonte: elaborada pela autora, 2017. Os líderes formais não devem impedir a formação de lideranças reconhecidas. Se essas lide- ranças são capazes de encorajar as equipes, a torná-las mais autônomas e emancipadas, então, a organização só tem a ganhar. LIDERANÇA – 33 – Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • estudar sobre as estruturas administrativas organizacionais; • entender a existência das regras organizacionais e da disciplina dentro das organizações; • compreender como é feita a vigilância organizacional; • conhecer as diferenças entre estrutura formal e informal organizacional; • compreender as diferenças entreas lideranças instituídas das lideranças reconhecidas. Referências BARRETO, Leilianne Michelle Trindade da Silva et al. Cultura organizacional e liderança: uma relação possível? Rev. Adm. (São Paulo), Mar 2013, vol.48, no.1, p.34-52. Disponível em: <http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-21072013000100004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 09 mar. 2017. FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir – História da Violência nas Prisões. São Paulo: Vozes, 2010. ___________. A microfísica do poder. São Paulo: Paz e Terra, 2012. MACHADO-DA-SILVA, Clóvis L.; FONSECA, Valéria Silva da. Estruturação da estrutura organizacional: o caso de uma empresa familiar. Rev. adm. contemp. Curitiba, v. 14, n. spe, p. 11-32, set. 2010.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415- 65552010000600002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 22 fev. 2017. VIEIRA, Fernando Augusto Alves; BRASILEIRO, Fellipe Sá; HELAL, Diogo Henrique. Ritos de passagem e conhecimento: uma relação de cunho simbólico e cognitivo nas organizações. Transinformação, Campinas, v. 27, n. 2, p. 179-188, ago. 2015.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0103-37862015000200179&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 09 mar. 2017. LIDERANÇA – 34 – Formação de equipes Adriana Duarte de Souza Carvalho da Silva Introdução Vamos propor uma reflexão sobre as equipes de trabalho, diferenciando grupos e equipes. Apresentaremos também uma classificação, com três tipos distintos de equipes. Estudaremos ainda o conceito de desempenho e avaliaremos de que forma um líder pode influenciar no desem- penho de sua equipe, para atingir os objetivos organizacionais. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • diferenciar grupo de equipe; • identificar os tipos de equipes; • entender os padrões de influência da liderança no desempenho das equipes. 1 Grupo x Equipe Ciampone e Peduzzi (2000) estudaram a diferença entre os conceitos de grupo e de equipe. A distinção entre esses conceitos não é consensual e os autores os definem de formas distin- tas. Além disso, é importante lembrar que ambos os conceitos são utilizados por diversas áreas do conhecimento. EXEMPLO Na literatura, nas áreas de Educação Física e Esportes, esses conceitos são bastan- te trabalhados. Também há inúmeros estudos sobre o tema na área de Administra- ção. Contudo, certamente, a maior parte da literatura sobre o tema foi produzido na área de Enfermagem. Na figura a seguir, você poderá verificar algumas características pertinentes aos conceitos de ‘grupos’ e ‘equipes’, segundo Ciampone e Peduzzi. – 35 – TEMA 5 Figura 1 – Grupos e Equipes Interação entre pessoas dada a partir de regras para realizar uma tarefa. Se reúne a partir de uma necessidade específica. Pressupõe vínculos de respeito e alteridade. Integração a partir de processos de trabalho, por meio do qual se consegue bens ou produtos. Possui dois âmbitos que se complementam: o trabalho e a comunicação. Vínculos ocorrem a partir de um projeto compartilhado. Grupo Equipe Fonte: adaptado de CIAMPONE E PEDUZZI, 2000. As autoras mostram que, em ambas as modalidades, tanto no trabalho em equipe, quanto no trabalho em grupo, a integração é fundamental. Contudo, depois disso, os conceitos se dis- tinguem. Ciampone e Peduzzi (2000) mostram que o foco do trabalho em equipe é o resultado, enquanto o foco do trabalho em grupo são as próprias relações entre os integrantes. Dessa forma, no contexto das empresas privadas, o que deve ser estimulado é o trabalho em equipe, porque o que efetivamente importa são os resultados obtidos. Contudo, o bom líder sabe que o foco restrito no resultado pode ser desumano e deve incentivar outras práticas éticas, para motivar sua equipe. FIQUE ATENTO! Práticas éticas não implicam apenas em obedecer à legislação trabalhista. Significa também tratar a toda a equipe com dignidade, saber ouvi-los em seus problemas e estar atentos às suas demandas como seres humanos. Puente-Palacios e Borba (2009) afirmam que as equipes são unidades de desempenho. Note que o pensamento das autoras Puente-Palacios e Borba corrobora a ideia deque o foco das equi- pes é o resultado, conforme propõem Ciampone e Peduzzi (2000). Podemos falar em desempenho ou resultado, pois as equipes precisam concretizar os objetivos organizacionais. LIDERANÇA – 36 – EXEMPLO Vamos imaginar uma equipe de vendedores em uma loja de departamento. O ob- jetivo organizacional, nesse caso, seria o seguinte: ultrapassar as metas de vendas para aquele mês. Será o desempenho desses vendedores que obterá – ou não – esse resultado. Puente-Palacios e Borba (2009) mostram ainda que a percepção de que equipes são unida- des de desempenho tem como contexto histórico a necessidade de aumentar a conquista dos resultados organizacionais. Figura 2 – Trabalho em equipe Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com O trabalho em equipe coloca em jogo a individualidade dos envolvidos e estabelece a necessi- dade de um temporário ‘apagamento do ego’, em nome dos objetivos organizacionais. Sobre isso, Puente-Palacios e Borba (2009, p.371) dizem: O processo de formação de atributos coletivos é favorecido pelo desempenho de tarefas em conjunto e pelo relacionamento cotidiano. Nessas situações os membros das equipes colocam em jogo a sua individualidade caracterizada por crenças, valores, conhecimentos e atitudes particulares em relação aos diversos aspectos do contexto de trabalho. Porém, com o passar do tempo, como resultado da convivência e das relações estabelecidas, as pessoas começam a partilhar a visão que têm do mundo que lhes rodeia. Note, portanto, que o trabalho em equipe demandará de seus membros alinhamento aos objetivos organizacionais, que deverão ser atingidos com suas ações cotidianas. O pressuposto é o de que, cada membro, ao compartilhar diversas competências profissionais, contribua para que os objetivos organizacionais sejam mais efetivamente conquistados. LIDERANÇA – 37 – SAIBA MAIS! Para conhecer mais sobre as equipes, sugerimos a leitura da obra Equipes de trabalho: fundamentos teóricos e metodológicos da mensuração de seus atributos, das autoras Katia Puente-Palacios e Ana Cristina Borba. Acesse em: <http://pepsic. bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712009000300009&lng=p t&nrm=iso>. Agora, que você compreendeu o que é uma equipe, vamos estudar os diversos tipos de equipes. 2 Tipos de Equipes A complexidade das relações organizacionais torna pouco provável a existência de um único tipo de equipe. Sobre isso, Montanari et al (2011, p.368) afirmam: “uma ideia equivocada - e que talvez seja justamente a maior razão para o fracasso da formação de equipes - é a crença pra- ticamente universal dos executivos na existência de apenas um tipo de equipe”. Dessa forma, Montanari et al (2011), baseado no pensamento de Druker (2001), apresenta uma classificação de equipes, que acompanharemos no quadro a seguir. Figura 3 – Tipos de Equipes Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 membros têm posições fixas membros têm posições fixas há posições principais, masnão fixas há pouco envolvimento no interior da equipe há enfetivamente pouco trabalho em equipe embora o indivíduo esteja em uma equipe, trabalha preferencialmente sozinho há mais sentido de grupo há mais envolvimento entre os membros há trabalho realizado entre os membros da equipe, solidariamente é possível que um membro tenha que deixar sua função principal para exercer a função de outro membro há amplo envolvimento entre os membros da equipe os membros da equipe podem ajustar a função que cada um ocupa quando julgarem necessário Fonte: adaptado de MONTANARI et al, 2011, p.368. A tipologia construída pelos autores possibilita entendermos que nem sempre as equipes operam com interações sólidas e solidárias entre os membros. Algumas vezes, isso ocorre pela própria organização do trabalho e pelos objetivos organizacionais. Agora, vamos entender melhor o que é uma posição fixa e o que é uma posição principal. Confira a figura a seguir. LIDERANÇA – 38 – Figura 4 – Trabalhadores em linha de produção Fonte: humphery/Shutterstock.com Montanari et al (2011) afirmam que uma equipe pode ser exemplificada como uma linha de produção. Há uma equipe, mas cada um tem uma posição fixa na linha de produção e, embora cada indivíduo dependa do trabalho do outro, o trabalho é essencialmente individual. Por sua vez, especialmente em equipe gerenciais, trabalhar com posições fixas pode ser inadequado. Nesse tipo de equipe, é comum que cada gerente tenha uma função principal, mas poderá exercer outras quando necessário. SAIBA MAIS! Para estudar com maior profundidade a questão do desempenho das equipes nas organizações, sugerimos a leitura da obra A maturidade e o desempenho das equi- pes no ambiente produtivo, de Robson Luiz Montanari, Luiz Alberto Pilatti, Isaura Al- berton de Lima e Cezar Augusto Romano. Acesse em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2011000200011&lng=pt&nrm=iso>. Toda equipe tem um líder e, sobre isso, Montanari et al (2011, p.368) destacam: “equipes são identificadas quando pessoas se juntam, oferecem suas competências e conjugam esforços para fazerem coisas que são da responsabilidade do conjunto, mesmo que haja uma “chefia” que se responsabilize pelos membros do grupo”. 3 Padrões de influência da liderança no desempenho das equipes Atualmente, os líderes esperam de suas equipes o chamado alto desempenho. Em uma eco- nomia de enorme competitividade, as equipes de alto desempenho são aquelas que mais contri- buem para a produtividade das empresas. Palamary D’Aguillo (2012) mostra que as equipes de alto desempenho têm as seguintes características: LIDERANÇA – 39 – 5. Interdependências dos integrantes; 6. Envolvimento com o trabalho de outros membros; 7. O resultado é alcançado reunindo os esforços de todos os membros; 8. Coordenação das competências e habilidades de todos os membros (sinergia); 9. Os membros sentem-se como se fizessem parte de um todo orgânico. Note que as equipes de alto desempenho, conforme a definição de Palamary D’Aguillo (2012), demandam ampla interação entre os membros. Isso, evidentemente, é difícil de ser alcançado, pois a sociedade pós-moderna é individualista. A grande competitividade entre os membros de uma equipe empresarial pode dificultar esse nível de interação. Nesse sentido, líderes têm que cumprir seu papel de motivar as equipes, levar seus integrantes à cooperação. FIQUE ATENTO! Uma importante estratégia que pode motivar as equipes a trabalhar de forma soli- dária é privilegiar um tratamento baseado na justiça social. Isso implica em pagar salários adequados, oferecer benefícios que facilitem a vida dos membros, como seguro saúde, auxílio creche, cartão alimentação, entre outros. Brandão et al (2008) afirmam que, hoje, os líderes precisam realizar a gestão do desempenho de suas equipes por meio de atividades que envolvem três âmbitos de gestão: 1. Planejamento do trabalho; 2. Acompanhamento do trabalho; 3. Avaliação do trabalho. Além disso, Brandão et al (2008) explicam que gerenciar desempenho significa ficar atento, tanto aos comportamentos das equipes, quanto aos resultados. É fundamental, então, que crité- rios sejam definidos, especialmente sobre o que é esperado da equipe e que comportamentos serão necessários para atingir o fim desejado. Isso precisa ser bem explicado, pois as equipes precisam saber exatamente o que é esperado delas. FIQUE ATENTO! Práticas humanizadoras de gestão demandam do líder considerações a respeito da subjetividade de sua equipe. Não é possível exigir o mesmo alto desempenho da equipe todos os dias, todas as horas. Flexibilidade e respeito pelos membros da equipe é fundamental para que a equipe se sinta motivada e encorajada a trabalhar. Dessa forma, podemos afirmar que o comportamento do líderinfluencia no desempenho das equipes. Um líder motivador, encorajador, que faz um planejamento adequado, que mostra seus critérios de avaliação e que diz exatamente o que espera, terá mais chances de obter resultados LIDERANÇA – 40 – positivos. É fundamental que as equipes se sintam respeitadas em suas limitações, mas também estimuladas a inovar e motivadas a extrapolar seus potenciais. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • diferenciar os grupos de trabalho das equipes de trabalho; • aprender as diversas classificações de equipes; • distinguir equipes em relação às funções dos envolvidos; • refletir a respeito de como um líder pode trabalhar para incentivar sua equipe ao alto desempenho. Referências BRANDÃO, Hugo Pena et al. Gestão de desempenho por competências: integrando a gestão por competências, o balanced scorecard e a avaliação 360 graus. Rev. Adm. Pública, Rio de Janeiro, v. 42, n. 5, p. 875-898, out. 2008 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0034-76122008000500004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 mar. 2017. CIAMPONE, Maria Helena Trench; PEDUZZI, Marina. Trabalho em equipe e trabalho em grupo no programa de saúde da família. Rev. Bras. Enfermagem, Brasília, v. 53, n. spe, p. 143-147, Dec. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 71672000000700024&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 mar. 2017. MONTANARI, Robson Luiz et al. A maturidade e o desempenho das equipes no ambiente produtivo. Gest. Prod., São Carlos, v. 18, n. 2, p. 367-378, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2011000200011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 06 abr. 2017. PALAMARY D’AGUILLO, Rosa Esther. Formación de equipos de alto desempeño y estrategias gerenciales en proyectos de empresas publicitarias. estud.gerenc., Cali , v. 28, n. 122, p. 69-82, mar. 2012 . Disponível em: <http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0123- 59232012000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 15 mar. 2017. PUENTE-PALACIOS, Katia; BORBA, Ana Cristina Portmann. Equipes de trabalho: fundamentos teóricos e metodológicos da mensuração de seus atributos. Aval. Psicol., Porto Alegre, v. 8, n. 3, p. 369-379, dez. 2009. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1677-04712009000300009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 06 abr. 2017. LIDERANÇA – 41 – Liderança Tiago Barbosa da Silva Introdução Para se manterem competitivas no mercado, as organizações têm feito mudanças, princi- palmente na liderança, desenvolvendo profissionais para gerir pessoas e resultados, aumentando a lucratividade organizacional. Objetivos de aprendizagem Ao finalizar esta aula, você será capaz de: • conhecer os estilos de liderança e suas características; • compreender que os estilos não são necessariamente excludentes (podem ser complementares); • entender o alcance da liderança no clima organizacional. 1 Estilos de liderança O ser humano evoluiu tentando acompanhar as mudanças sociais e tecnológicas. Assim, pode- mos dizer que a evolução do indivíduo é composta por fatores como crenças, comportamentos, valores, motivações, cultura, dentre outros, que fazem com que os indivíduos se diferenciem um dos outros. Na liderança, não é diferente, uma vez que cada líder possui uma experiência de vida, seja profissional ou pessoal. Neste sentido, a “bagagem” do líder contribui para o estilo de liderança utilizado nas organizações, que pode ser, entre outras coisas, carismático, visionário, transacional, transformacional, autocrático, democrático, lasseiz-faire, situacional, autêntico ou servidor. FIQUE ATENTO! As mudanças advindas da globalização fazem com que as organizações exijam ain- da mais de seus líderes, elevando a capacidade produtiva e, também, aumentando a qualidade (dos produtos e serviços produzidos) por meio da influência da liderança. 1.1 Estilo carismático Este líder tem um alto grau de carisma na gestão, inspira os colaboradores a buscar os resul- tados, facilitando as mudanças e a administração do estresse do dia a dia. Propõe uma gestão – 42 – TEMA 6 baseada em emoções, estimulando os sentimentos dos colaboradores, fazendo-os superar os interesses próprios em prol dos organizacionais. A gestão carismática potencializa sentimentos, mas deve haver um limite, pois neste relacio- namento, os laços de amizade podem contribuir para a perda de autoridade do líder, impactando diretamente nos resultados. Figura 1 – Liderança carismática Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com SAIBA MAIS! No artigo “Abordagem carismática e transformacional: modelos conceptuais e contributos para o exercício da liderança”, os autores trazem mais informações sobre conceitos da liderança carismática e transformacional. Acesse: <http://www. scielo.br/pdf/pusp/v18n3/v18n3a08.pdf>. 1.2 Estilo visionário Liderança visionária deriva do conceito de visão. Mas o que é visão? É o alvo; o elemento motivador; é o que a empresa deseja tornar-se. Para formular sua visão a empresa precisa estar pronta para responder como deseja ser vista pelas pessoas do mercado. Aqui, o profissional desenvolve a capacidade de se antecipar a estratégias e adversidades, para saber aonde irá chegar, estudando os movimentos organizacionais e entendendo o mercado e as alterações que podem impactar. Além disso, é importante que o líder visionário saiba analisar onde está, porque, ao focar apenas no resultado esperado, oportunidades podem ser perdidas. FIQUE ATENTO! O líder visionário está sempre focado nos resultados, porém não pode deixar de planejar e executar as estratégias no presente para alcançar o que é esperado. LIDERANÇA – 43 – 1.3 Estilo transacional Neste estilo, o líder não se preocupa com as motivações ou com os sentimentos dos cola- boradores. O objetivo, aqui, é atingir resultados. Este estilo é pautado pela obediência às normas e pelo desejo de alcance das metas organizacionais. Na liderança transacional negocia-se esforço por recompensa, ou seja, promete-se recompensa por bom desempenho. Assim, pode-se dizer que este tipo de liderança reconhece realizações. Destaca-se, entretanto, que, aqui, as relações de trabalho são calculistas, ocorrem por interesse. O poder aqui é manipulativo, pois se baseia na promessa de concessão e recompensas para induzir as pessoas a comportarem-se da maneira que a organização deseja. Neste tipo de liderança, percebe-se que não há estímulos a permanência dos funcionários por muito tempo, uma vez que não há investimentos para fixação destes (os investimentos aqui são direcionados apenas a concretização das tarefas e não ao desenvolvimento profissional/amadureci- mento do indivíduo). Aqui, os valores estão voltados para a mudança de comportamento do indivíduo para atender a padrões da organização. Assim, não há necessariamente a mudança de consciência. 1.4 Estilo transformacional Aqui, o líder estimula a equipe a buscar os melhores resultados, motivando-os a alcançar o que foi proposto. Além disso, o líder transformacional conhece seus liderados, s e utiliza estraté- gias individuais para envolver cada um nos projetos. Aqui há foco nos processos para desenvolvi- mento das pessoas. Este tipo de líder auxilia as pessoas a pensarem por si mesmas. Este tipo de liderança apresenta visão e sentido da missão, instila orgulho, obtém respeito e confiança, trabalha com inspiração, estimulo intelectual e consideração individualizada. 1.5 Estilo autocrático Neste estilo, há ênfase nas decisões e ordens do líder. Assim, os colaboradores não têm a possibilidade de opinar nas decisões/projetos, não tem voz ativa, por isso costumam trabalhar desmotivados com a liderança. Figura 2 – Liderança autocrática Fonte:JumpingJingjo/Shutterstock.com LIDERANÇA – 44 – 1.6 Estilo democrático Este estilo é o oposto do autocrático, visto que as decisões relevantes à equipe são toma- das em conjunto. O líder costuma encorajar as pessoas para os desafios e busca interagir com o grupo na busca pelos resultados organizacionais. FIQUE ATENTO! Deve-se atentar às decisões que são tomadas neste estilo de liderança, pois o líder precisa ter discernimento para alcançar os resultados e não apenas benefi- ciar os funcionários. Figura 3 – Liderança democrática Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock.com 1.7 Estilo Lasseiz-faire Este estilo também é conhecido como liderança liberal. Este estilo delega aos funcionários atividades que são executadas com liberdade. Neste estilo, a equipe precisa ter maturidade, visto que os profissionais tomam decisões frequentemente. Aqui propõe-se uma forma independente de trabalho, assim os funcionários conseguem desempenhar sua rotina sem depender do líder. Em geral, líderes adotam este estilo de liderança junto a equipes muito maduras, capacita- das, competentes. 1.8 Estilo situacional Utilizam-se, aqui, modelos diferentes de atuação conforme a situação encontrada e consi- dera as seguintes variáveis: estilo do líder; maturidade do liderado; situação encontrada. LIDERANÇA – 45 – EXEMPLO Para exemplificar a liderança situacional, vejamos uma empresa que mudou de diretoria e fez alterações na linha de produção, visando maior produtividade. A deci- são foi tomada sem consultar funcionários (autocrático). Após as mudanças, sur- giram oportunidades, como sugestões de funcionários quanto ao posicionamento de equipamentos (liderança democrática). Além disso, a diretoria explicou aos fun- cionários aonde gostaria de chegar com tais mudanças (liderança visionária). 1.9 Estilo autêntico O termo liderança autêntica foi cunhado pelo especialista em gestão de Bill George. O líder autêntico tem valores fundamentais, é honesto, ético e prático. O líder autêntico está mais inte- ressado na capacitação dos funcionários do que no dinheiro ou no poder pessoal, e é guiado pela compaixão e coração em tudo o que faz. Estes líderes são dedicados ao crescimento pessoal contínuo e são comprometidos com a construção de relacionamentos duradouros e organizações fortes. Este tipo de líder admite even- tuais erros e trabalha para superar deficiências e isso os torna líderes mais fortes. Esta liderança se adapta às novas circunstâncias e situações, delega quando necessário e não tem medo de mudar sua maneira de atuar dependendo das circunstâncias. Aqui, o líder proporciona autonomia a equipe para desenvolvimento das atividades e para o enfrentamento de desafios. A gestão, aqui, é pautada por valores bem definidos. Novos relacionamen- tos profissionais são criados e, consequentemente, tornam-se duradouros dentro da organização. 1.10 Estilo servidora Este modelo vem ganhando força nas organizações. Sua aplicação não é apenas no gerencia- mento dos negócios, mas também na gestão de pessoas. Aqui, o líder ocupa um espaço diferenciado na equipe, sendo um membro apto para contribuir com o desenvolvimento dos funcionários, saindo do topo da pirâmide (no modelo antigo, os líderes apenas observam os funcionários trabalharem). De acordo com Blanchard (2007, p. 271-272) “[...] líderes servidores querem fazer a diferença na vida dos colaboradores, e, além disso, causar um impacto positivo na organização”. Assim, o conceito de servir tem o significado de ajudar os colaboradores a alcançarem os objetivos organi- zacionais e se desenvolverem como profissionais. 2 Influência dos estilos de liderança no clima organizacional Em liderança, os estilos não são excludentes. O que há são estilos que podem ser conjuga- dos para atender a diversas situações que as empresas enfrentam, e cabe ao líder identificar a melhor forma de atuar. Para Bergamini (2009, p. 94) LIDERANÇA – 46 – Não existe um perfil ideal liderança, isto é, um comportamento que responda pela eficácia irrestrita dos líderes, ou seja, que os torne infalíveis. É necessário pensar que, antes de se- rem líderes, eles são apenas humanos. O autoconhecimento do próprio estilo parece ser a primeira condição, o primeiro passo rumo à eficácia futura. Esta atuação frente às situações é que vai determinar aspectos do clima organizacional. Afinal, as ações do líder impactam no comportamento dos funcionários e podem gerar um clima que contribui ou não para a execução do trabalho de maneira sadia. EXEMPLO Algumas empresas, principalmente multinacionais, fazem pesquisas de clima com questões aplicáveis à liderança. Desta forma, a empresa pode quantificar se o cli- ma organizacional está melhor ou não, devido ao comportamento da liderança. 3 Equipes autogerenciáveis Em meio a tantos estilos de liderança, há o modelo de equipes autogerenciáveis que inde- pendem de líderes, ou seja, equipes que estão em um nível diferenciado e têm poder para se auto- gerenciarem. Este “empoderamento” tem se tornado uma maneira diferenciada de gerir projetos dentro das organizações. Figura 4 – Empoderamento Fonte: fotogestoeber/Shutterstock.com De acordo com Blanchard (2007, p. 87) Empoderar significa permitir que as pessoas usem seu conhecimento, sua experiência e motivação para criar um tripé de resultados robustos. Líderes de empresas bem admi- nistradas sabem que empoderar as pessoas cria resultados positivos, que simplesmente não são possíveis quando toda a autoridade está concentrada no topo da hierarquia e a gerência assume toda a responsabilidade pelo sucesso. LIDERANÇA – 47 – Concluímos que o empoderamento de equipes pode contribuir com resultados organizacio- nais, transformando os funcionários em profissionais mais responsáveis e comprometidos, visto que não há um líder acompanhando-os todo o tempo. Assim, um funcionário da produção tem o “poder” de um líder, porém não tem o cargo de liderança. SAIBA MAIS! O artigo “Equipes autogerenciáveis: a autonomia como fator para aumentar a satisfação e o comprometimento dos funcionários”, cita os benefícios e os possíveis problemas deste tipo de equipe. Acesse: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/13620108.pdf>. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • aprender os diferentes estilos de liderança; • entender que os estilos de liderança não são exclusivos de determinados profissionais, ou seja, um profissional pode contemplar diferentes estilos. Referências AZEVEDOH, Irene. Os desafios da liderança. Revista Você S/A, 2016. Disponível em: <http://vocesa. uol.com.br/noticias/carreira/os-desafios-da-lideranca.phtml#.WJi-0PkrLIV>. Acesso em: 6 fev. 2017. BLANCHARD, Ken. Liderança de alto nível: como criar e liderar organizações de alto desempenho. Porto Alegre: Bookman, 2007. BERGAMINI, Cecília Whitaker. O líder eficaz. São Paulo: Atlas, 2009. COLLINS, Jim. Empresas feitas para vencer. São Paulo: HSM Editora, 2013. GOMES, António Rui; CRUZ, José. Abordagem Carismática e Transformacional: modelos concep- tuais e contributos para o exercício da liderança. Psicologia USP, v. 18, n. 3, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pusp/v18n3/v18n3a08.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2017. MACHADO, Beatriz Ribeiro; RODRIGUES, Luiz Carlos. Equipes autogerenciáveis: a autonomia como fator para aumentar a satisfação e o comprometimento dos funcionários. Rio de Janeiro: SEGeT – XI Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2014. Disponível em: <http://www. aedb.br/seget/arquivos/artigos14/13620108.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2017. LIDERANÇA – 48 – Conflito Tiago Barbosa da Silva Introdução Nesta aula, trataremos de conflitos. Para isso, estudaremos o seu conceito e seus efeitos dentro de uma organização. Além disso, entenderemos
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