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Formação de Pilhas de Estéril e Rejeito

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GAPLS – Planejamento de Lavra
APOSTILA SOBRE FORMAÇÃO DE PILHAS DE 
ESTÉRIL E REJEITO
Maria Angela de Freitas
INDICE
Pag.
1 – INTRODUÇÃO.................................................................................................03
2 – OBJETIVO.........................................................................................................03
3 – PLANEJAMENTO DA PILHA DE ESTÉRIL.................................................03
4 – CONCEITUAÇÃO............................................................................................04
5 – NOÇÕES DE MECANICA DE SOLOS...........................................................05
6 – NOÇÕES DE ESTABILIDADE DE TALUDES..............................................06
7 – MOVIMENTO DE MASSAS SÓLIDAS..........................................................07
8 – CAUSAS DOS MOVIMENTOS DAS MASSAS.............................................07
9 – MUDANÇA DA GEOMETRIA DO SISTEMAS.............................................08
10 – EMPOLAMENTO E COMPACTAÇÃO........................................................09
11 – BENEFÍCIOS DA COBERTURA VEGETAL NOS TALUDES...................09
12 – FORMAÇÃO E ALTEAMENTO DAS PILHAS DE ESTÉRIL....................09
12.1 – Desmatamento e Procedimentos Iniciais......................................................10
12.2 – Métodos de Execução das Pilhas..................................................................12
12.3 – Método Descendente ( de cima para baixo)..................................................12
12.4 – Método Ascendente ( de baixo para cima)....................................................13
12.4.1 – Metodologia do empilhamento Ascendente...............................................13
13.0 – RETALUDAMENTO DAS BANCADAS...................................................15
14.0 – SISTEMA DE DRENAGEM........................................................................17
14.1 – Drenagem Interna..........................................................................................18
14.2 – Drenagem Superficial....................................................................................18
14.3 – Drenagem Periférica......................................................................................18
15.0 – PLANEJAMENTO DE DISQUES DE CONTENÇÃO DE FINOS............20
16.0 – SISTEMA DE ACESSOS.............................................................................20 
17.0 – ESTABILIZAÇÃO DE PILHAS EXISTENTES.........................................20
18.0 – BARRAGENS DE REJEITO........................................................................21
18.1 – Metodologia de Construções das Barragens.................................................22
19.0 – INSPEÇÃO GERAL DE SEGURANÇA.....................................................23
20.0 – NOÇÕES DE TOPOGRAFIA E RELEVO..................................................24
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DISPOSIÇÃO E CONTROLE DAS PILHAS DE 
ESTÉRIL
1 – INTRODUÇÃO
Para que um projeto de uma pilha de estéril ou rejeito seja executado de maneira 
adequada, deverá atender à empresa de mineração e aos requisitos básicos 
definidos pelas normas de segurança e proteção ambiental. A participação de todos 
os profissionais desde a remoção do estéril, do funcionamento da usina, até a 
disposição do estéril e lançamento do rejeito é fundamental para que o resultado 
final alcance baixos custos, e um produto que atenda aos objetivos propostos.
2 – OBJETIVO
Fornecer conhecimentos básicos e fundamentos para formar pilhas de estéril e 
rejeito, conforme a ISO 14001, de forma a atender às condições de segurança, a 
legislação vigente, com economia e minimização dos impactos ambientais. 
3 - PLANEJAMENTO DE PILHA DE ESTÉRIL
É da responsabilidade do planejamento de longo prazo dentro das diretrizes 
estratégicas dos planos de lavra, elaborar os projetos detalhados das pilhas de 
disposição de estéril, bem como o sequenciamento. A partir dos dados e premissas 
básicas do longo prazo, levantam-se os quantitativos referentes ao projeto final de 
lavra e do seqüencial. Estimam-se então os volumes e tipos de estéril a serem 
empilhados, como também se determina empolamento de cada material., para 
ajuste da configuração projetada da pilha. O estéril temporário (minério marginal) 
deve ficar preferencialmente próximo da usina de beneficiamento para em caso de 
retomada reduzir a distância de transporte. Após estes procedimentos são 
projetadas pilhas que possuam capacidade para atender às necessidades levantadas, 
contemplando as drenagens e acessos. Define-se uma trajetória que resulte em 
menor distância de transporte, entre o ponto de origem e destino do estéril. Os 
dados básicos informados pelo longo prazo são localização, início de operação, 
dimensões, características geométricas, métodos de transporte. Há algumas 
condições especíais, ou seja dispor o estéril dentro da cava , evitando degradar 
novas áreas.
O tipo de estéril e do rejeito é sempre influenciado pela localização da mina e pelo 
processo de beneficiamento do minério. 
3
4 - CONCEITUAÇÃO 
O estéril é o material escavado da mina durante a lavra e que não apresenta valor 
econômico. ao se construir estas pilhas deve-se levar em conta :
- Escolha do local, fora de área mineralizada ou de expansão da cava;
- Área de conformação topográfica favorável;
- Vale, se possível sem surgência de água;
- Não comprometimento de cursos de água e de vegetações;
- Capacidade compatível com o volume gerado;
- Parâmetros corretos, tais como altura da bancada, largura da berma;
- Implantação da drenagem de fundo ou enrocamento;
- compactação correta do material em camadas, com disposição do material de 
baixo para cima e não em “ponta de aterro”;
- cobertura vegetal adequada ou “argilamento” para impermeabilizar a superfície.
Para melhor compreender os passos de nosso treinamento buscaremos definir os 
conceitos relativos a nossa área de trabalho:
Estéril: Agregado natural, desprovido de valor econômico composto de um ou 
mais minerais, que dever ser removido para liberar minério. 
Estéril Temporário: Estéril ou minério marginal, destinados ao aproveitamento 
futuro.
Minério: agregado composto de um ou mais minerais que pode ser lavrado, 
processado com fins lucrativos.
Relação Estéril/Minério: Parâmetro altamente usado no ramo da mineração que 
representa o montante de material desprovido de valor econômico (estéril) que 
deverá ser removido para liberar uma unidade de minério (ton).
Ângulo da face da bancada (33º repouso natural): Ângulo formado entre o 
alinhamento da face com a horizontal. Este ângulo poderá variar de acordo com o 
tipo de material.
Ângulo Geral dos Taludes: É o ângulo formado pelo alinhamento entre o pé (saia) 
da pilha e a crista mais alta.
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Berma – É a praça de trabalho e operação. Berma final ou de segurança: Praça 
mínima deixada após a lavra ou disposição de estéril.
SEÇÃO TÍPICA DE UMA PILHA DE ESTÉRIL
Leira : È a proteção formada na crista com o objetivo de proteger, desviar a 
drenagem e fazer marcação de avanço.
Retaludamento: É o ato de quebrar o ângulo da face para valores inferiores ao 
ângulo de repouso.
5 – NOÇÕES DE MECÃNICA DE SOLOS
Objetivo da mecânica de solos:
Estudar as propriedades do solo e seu comportamento.
A mecânica de solos e rochas são importantes para definir os estudos relativos a 
todas as obras da mina.
Solo: é um agregado natural ou artificial ( ex.: rejeito) de grãos minerais 
mecanicamente aderentes.
Dependendo de suas características os taludes podem não se sustentarem e 
desabarem no todo ou em parte. Este e outros movimentos de massa da crosta 
terrestre podem ser evitados por providências
baseadas em mecânicas de solos, tais 
como:
5
Altura da 
bancada
Ângulo da 
face
Berma
Angulo Geral 
dos Taludes
Leira
1 - Correção e inclinação do talude;
2 - Escoramento;
3 - Drenagem;
4 - retenção de telas e parafuso. 
O ângulo de repouso de uma bancada é o ângulo entre a face e a horizontal, acima 
do qual a bancada perde a estabilidade. Portanto, o ângulo de um talude deve ser 
menor ou igual ao ângulo de repouso, para que se tenha estabilidade deste talude.
6 - NOÇÕES DE ESTABILIDADE DE TALUDE
No desenvolvimento de uma mina, há muitas situações onde a mecânica de solos 
pode ser aplicada ao projeto e às atividades de lavra.
Ex.:
1 - Estabilidade de estruturas (prédios e estradas);
2 - Fundações e barragens;
3 - Estabilidade de taludes das pilhas de estéril;
4 - Drenagem
5 - Escavação;
6 - Compactação
Embora o solo propriamente dito seja encontrado somente na superfície outros 
materiais em qualquer profundidade, devido às sua características podem chamadas 
de solos.
Ex.: Rocha fraturada
Rocha Decomposta
Polpa usada para preenchimento de túneis e áreas mineradas.
Intemperismo: O intemperísmo é na natureza o princípio do restabelecimento do 
equilíbrio da rocha modificada fisicamente ou quimicamente. Os agentes 
da erosão, vento, água, mar, gelo tendem a fazer o transporte do material 
intemperizado. Durante o transporte são separados em função do tamanho e 
da natureza das partículas.
7 - MOVIMENTOS DE MASSAS SÓLIDAS
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Os movimentos de massas sólidas ou movimentos coletivos de solos e rochas têm 
sido objeto de amplos estudos devido sua importância econômica e social. Os 
efeitos desses movimentos podem acabar com vidas, impactar o meio ambiente, 
destruir residências e estradas, bem como romper barragens de água ou rejeito e 
produzir obstruções e fechamento de minas a céu aberto e subterrâneas.
As causas podem ser naturais, como a chuva ou provocadas pelo homem ao 
remover a proteção vegetal ou ao executar uma escavação ou disposição incorreta 
de algum material.
As pilhas de estéril podem provocar vários tipos de escorregamento: 
Escorregamento de talude
 Escorregamento de Base
Também temos um movimento chamado subsidência ( depressão), o qual é 
provocado pelo afundamento de camadas, e pode ser provocado pela remoção de 
uma parte solida ou líquida do terreno, por meio natural ou pela atividade humana.
Escorregamentos e Cunhas
7
8 -CAUSAS DOS MOVIMENTOS DE MASSAS
As causa podem ser agrupadas em:
.Causas internas - naturais (variação térmica, variação por resistência ao 
intemperísmo);
.Causas externas - Mudança na geometria, vibrações, mudança na inclinação 
natural das encostas. 
Variação Térmica
Pode provocar variações volumétricas podendo conduzir a deslocamento de blocos 
no plano inclinado; 
Variação por intemperísmo:
Este provoca o enfraquecimento do meio rochoso, e produz fraturas ;
9 - MUDANÇA NA GEOMETRIA DO SISTEMA
Quando se acrescenta sobrecarga na porção superior de um talude ou se retira parte 
da massa no pé do talude, tem-se a instabilidade.
Vibrações: Provocadas por explosões, tráfego pesado, cravação de estacas, 
operação de máquinas pesadas, também podem causar instabilidade.
10 - EMPOLAMENTO E COMPACTAÇÃO
Quando removemos e manuseamos qualquer tipo de material o mesmo sofrerá 
modificações do seu estado natural aumentando ou reduzindo o volume em sua 
movimentação. 
Empolamento : É o aumento de volume de um solo ou rocha decorrente da sua 
fragmentação, provocado pelos vazios entre os fragmentos.
Compactação: É a diminuição do volume de um solo ou rocha, ao ser submetido à 
compressão.
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Mudanças naturais na inclinação das encostas 
Causas Intermediárias – Podem ser causadas pela presença de água nos vazios da 
rocha. Quando parada a água varia a fluidez e coesão, quando em movimento 
causa a erosão.
11 - BENEFICIOS DA COBERTURA VEGETAL NOS TALUDES
Durante a formação das pilhas devemos respeitar o meio ambiente, evitando 
arrancar árvores e plantas, pois o a sua remoção desnecessária pode prejudicar a 
estabilidade de taludes e encostas.
Atuação da cobertura vegetal pode ser expressa como se segue:
- As copas das árvores interceptam os raios solares, os ventos e as chuvas retêm 
substancial volume de água por molhamento;
- Os detritos vegetais acumulados no terreno retêm parte da água dificultando o 
escoamento superficial;
- As raízes aumentam a resistência do solo.
12 –FORMAÇÃO E ALTEAMENTO DAS PILHAS DE ESTÉRIL
12.1 - Desmatamento e procedimentos iniciais
As áreas destinadas à lavra devem ser desmatadas conforme as necessidades de 
desenvolvimento da lavra, abertura de acessos e disposição de estéril. Deve-se 
proceder a todas estas ações, porém de forma racionalizada e em consonância com 
o órgão ambiental responsável, conforme o licenciamento. 
Antes que se inicie a formação da pilha, deverá ser procedida a limpeza da 
fundação que consistirá do desmatamento e destocamento da área, como também a 
remoção do solo superficial rico em compostos orgânicos que deverá ser re-
aproveitado em outras áreas para recobrimento de taludes que serão revegetados.
A remoção deste solo mole também favorece a estabilidade pois esta camada pode 
funcionar como um lubrificante entre a fundação e o material disposto. No fundo 
dos vales deverão ser executados os serviços de drenagem e desvio dos cursos 
d’água existentes. Caso ocorram cursos d’água perenes sob a pilha, os mesmos 
deverão ser captados e desviados através de tubulações adequadas, ou drenados 
com blocos de rocha, envolvidos por transições filtrantes.
9
O conjunto de drenos assume a forma de uma espinha de peixe, com os drenos 
mestres posicionados ao longo do fundo do talvegue.
Em alguns casos, para aumentar a estabilidade pode ser necessária a execução de 
um tapete drenante no contato com a fundação, próximo à primeira bancada. Todos 
os drenos de fundo deverão ser conduzidos até o enrocamento de pé, cuja função é 
evitar erosões e taludes de praia.
Após terminadas as obras de infra-estrutura o estéril poderá ser empilhado.
Função da drenagem de fundo
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DRENAGEM ESPINHA DE PEIXE
11
12.2 – Métodos de execução das pilhas
- Pilhas alteadas pelo método descendente ( ponta de aterro);
- Pilhas alteadas pelo método ascendente;
- Contrapilhamento.
12.3 - Método Descendente (de cima para baixo)
Material lançado em ponta de aterro, sem planejamento ordem ou controle. É 
construída em sua altura máxima. (Bota-fora). Neste caso o material não sofre 
compactação e não há preparação da base para o seu recebimento. Ex. : Pilha 
Maravilha
Este processo é aparentemente mais econômico, porém não atende às condições 
mínimas de segurança, podendo causar escorregamento e erosão. Causa danos ao 
meio ambiente que não são aceitos pelas normas técnicas e padrões legais. Reduz a 
distância de transporte, porém o material não adquire compactação, nem apresenta 
a drenagem adequada. Nos períodos de chuva pode romper e escorregar pela ação 
da saturação do maciço.
Neste método não se executa a proteção superficial contra a erosão , ficando o 
material da superfície fofo e solto.
Desta forma, durante o período chuvoso esta pilhas irão contribuir com um volume 
grande de finos para os cursos d’água localizados a jusante. Somente seriam 
recomendáveis este tipo de pilha onde houvesse uma fundação bastante resistente e 
o material fosse bastante granulado, permeável.
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12.4 - Método Ascendente ( De baixo para cima)
Material transportado e lançado por caminhões, regularizado por tratores
ou 
lançado por correias e regularizado por “scrapers” de forma ordenada, controlada 
da base do maciço até o topo. 
Este método é o mais recomendado pela norma técnica em vigor, pois contempla 
todos os procedimentos para maior segurança e estabilidade. 
12.4.1 - Metodologia do Empilhamento Ascendente 
Os bancos deverão ser formados do fundo do vale em direção às cabeceiras. 
Os bancos deverão ser formados pelo basculamento dos caminhões, formando 
pilhas individuais com altura de 2 e 3 metros. 
Após esta operação, o trator de esteiras deverá quebrar as pilhas, formando uma 
camada de estéril semi-compactada com a altura de 1 a 1,5m.
O tráfego dos equipamentos provoca compactação no material, suficiente para 
estabilizar a pilha. As bancadas poderão variar entre 10 e 15 metros de altura. 
Normalmente as larguras da bermas devem ser superiores a 6 metros, largura 
mínima aceita pela norma padrão.
13
14
13 –RETALUDAMENTO DE BANCADAS
Após a conclusão de cada bancada, deverá ser executado o retaludamento, motivo 
pelo qual se deve formar a pilha com bermas entre 10 e 12 metros, que consiste em 
quebrar a crista de cada bancada para suavizar o ângulo de repouso. Esta operação 
tem por objetivo aumentar a estabilidade da pilha através da compactação da 
superfície. 
Em alguns casos dependendo do resultado da análise da estabilidade e do material 
que está sendo empilhado, pode-se lançar o estéril em ponta de aterro, desde que se 
resguarde a altura igual à da bancada e não maior, e se execute o retaludamento 
para favorecer a compactação da superfície. 
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SEÇÃO TÍPICA DE FORMAÇÃO DA PILHA
B
SEÇÃO TIPICA DO RETALUDAMENTO
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Ângulo da 
face10 metros
Angulo Geral 
dos Taludes
21º
33º
12 metros
Ângulo da face
10 metros
Angulo Geral dos 
Taludes
21º
26º
6 metros
3 a 5%
14 -SISTEMA DE DRENAGEM
Através do planejamento de longo prazo são definidos os planos de drenagem das 
minas, como objetivo de racionalizar a seqüência de lavra sem prejudicar a sua 
operação, bem como projetar obras civís para captar e conduzir a drenagem de 
forma adequada.
Na fase do planejamento e ao longo da lavra deve-se manter o controle do nível de 
drenagem das bancadas para que se favoreça ao aspecto operacional e econômico, 
reduzindo os processos erosivos causados pelas águas de chuva e conseqüente 
carreamento de finos para áreas externas à lavra.
Deve-se observar sempre o sentido de caimento da drenagem superficial para 
minimizar as erosões. 
Para cada pilha é definido um sistema de drenagem com inclinação de 1%, 
suficiente para evitar erosões e para impedir empoçamento da água. Para proteger a 
face do banco evitando que a água desça pela crista, deve-se dotar a berma de um 
caimento de 3 a 5% em direção ao pé da bancada superior. Poderá ser executada 
juntamente uma leira junto a crista. (banqueta). Após a conclusão de cada bancada 
é conveniente cobrir os taludes com uma fina camada de solo rico em compostos 
orgânicos, proveniente da limpeza da fundação, para facilitar seu plantio.
O processo de formação da pilha por via seca pelo método ascendente permite 
ainda o zoneamento interno dos materiais a serem dispostos, de forma a aproveitar 
ao máximo as características de resistência e permeabilidade de cada material. 
 Canaletas de drenagem com dissipadores de energia devem ser construídas no 
entorno da pilha em terreno natural. A água proveniente das bermas deverá ser 
conduzida para estas canaletas. 
14.1 - Drenagem Interna
Também chamada drenagem de fundo. É a drenagem executada com o objetivo de 
canalizar curso de água, nascentes. Normalmente é uma obra contratada. Para 
favorecer a drenagem em áreas que não possuem cursos d´água, deve-se forrar a 
base da pilha com material de granulometria maior para que funcionem como 
tapete drenante.
14.2 - Drenagem Superficial
Durante a evolução das pilhas, com o objetivo evitar as erosões, 
deverá ser dado o caimento adequado às praças, a partir de 
pontos determinados, com declividade de 1%. Para evitar que a 
água caia pelas faces dos taludes. As bermas deverão ser 
17
construídas com caimento de 5% em direção ao pé da bancada 
superior.
Após a conclusão das bancadas e implantação do sistema de 
drenagem, deverão ser executadas as descidas d’água com 
enrocamento para redução da velocidade da água que poderão 
criar as erosões. A garantia para a eficiência do sistema de 
drenagem superficial é a criação de canaletas nas praças que 
dirijam as águas para os pontos de descida.
Em sua fase final deverá ser providenciado o plantio de gramíneas 
e de plantas nativas para recobrimento e maior proteção dos 
taludes e bermas.
14.3 - Drenagem Periférica A drenagem periférica tem como objetivo receber as 
águas das descidas d’água e lança-las na drenagem natural com o menor impacto 
possível. Prevê-se desta forma que durante a evolução das pilhas serão preparadas 
áreas preferenciais para descidas d’água e enrocamento no pé dos taludes. Será 
conveniente a construção do enrocamento com materiais de granulometria mais 
grosseira e resistente, de maneira que atuem como um muro de contenção estéril 
evitando que a ação das águas causem erosões. 
18
INDICAÇÃO DOS TIPOS DAS DRENAGENS
19
1%
1%
Drenagem de 
fundo
Drenagem 
Superficial
Drenagem 
Periférica
15 - PLANEJAMENTO DE DIQUES DE CONTENÇÃO DE FINOS
Cabe ao sistema de drenagem prover de condições favoráveis à retenção de finos 
dentro da mina, evitando assoreamento de barragens e possíveis transtornos à 
comunidade. 
Porém de posse do planejamento da lavra a longo prazo, deve-se levantar através 
da localização das pilhas de estéril e do traçado da cava, o sistema de drenagem dos 
pontos que deverão ser dotados de sistema de contenção de finos. 
Estes diques tem a função de promover o decantamento (retenção das partículas 
sólidas desprendidas das pilhas) para que a água transborde limpa dos tanques.
16 -SISTEMA DE ACESSOS
O planejamento do sistema de acessos está vinculado às necessidades de 
desenvolvimento de frentes de lavra, de remoção dos estéreis, conciliando a 
otimização com a racionalidade. O desenvolvimento da lavra e o acesso às 
pilhas de estéril depende do sistema de acesso à mina. De tal forma que o 
conjunto de rampas ao longo da lavra deve ser estrategicamente definido para 
que possa dar rendimento, segurança e funcionalidade. A malha viária deve 
ser de tal forma dimensionada a atender as necessidades, procurando não se 
abrir rampas sem necessidades para evitar aumento de poeira, ruídos, 
consumo de águas para irrigação e processos erosivos.
17 - ESTABILIZAÇÃO DE PILHAS EXISTENTES
As pilhas antigas, executadas pelo método de ponta de aterro costumam necessitar 
de estabilização, que pode ser obtida pelo contrapilhamento, após análise de 
estabilidade executada pelo geotécnico. 
A solução pode ser o alteamento de um aterro confinante, usando o estéril 
procedente das minas. Todos as obras previstas anteriormente devem ser 
executadas e a formação da pilha de baixo para cima. m pilhas de menor porte 
poderão ser executado apenas o retaludamento, suavizando o ângulo geral da pilha.
20
ESTABILIZAÇÃO DE PILHAS EXISTENTES
18 – BARRAGENS DE REJEITO
Barragem é uma estrutura construída num vale, que o fecha transversalmente 
proporcionando um represamento da água.
Nas minerações, as barragens algumas finalidades, podendo atender mais de uma 
conforme listado abaixo:
- Represamento da água para o consumo;
- Contenção de sólidos provenientes de erosão de área desprovida de proteção 
vegetal;
- Contenção dos rejeitos do beneficiamento.
-
Quanto ao material usado na sua construção, podem ser: 
Terra (estéril), ou o próprio rejeito.
21
18.1 - Metodologia de construção dos barragens.
As barragens podem ser construídas de várias formas.
Na barragem formada a jusante, para o barramento é utilizado sempre material de 
empréstimo da mina e o rejeito é lançado jusante sendo cada fase precedida pelo 
alteamento do maciço.
BARRAGEM COM EMPRÉSTIMO DE MATERIAL
Na barragem formada pela ciclonagem o primeiro barramento é feito com estéril e 
o alteamento se dá através do próprio rejeito que é lançado próximo da crista da 
barragem. O material mais pesado se deposita próximo do maciço.
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BARRAGEM FORMADA POR CICLONAGEM
19 - INSPEÇÃO GERAL DE SEGURANÇA
Verificar:
.crista negativa
.blocos, trincas na crista dos bancos
.rede elétrica e cabos soterrados sobre a bancada
.tubulações hidráulicas
.condições de visibilidade
.pontas de aterros sem saias
.blocos grandes no piso da área de trabalho
.área sujeita a atolamento
.acessos estreitos
Limpeza das Praças
Evitar:
.escavadeira mal posicionada para limpeza da praça
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.veículos leves nas proximidades 
Nivelamento de praças com tratores
. manter distância de 50 m da escavadeira e estacionar fora do fluxo de caminhões;
. somente inicie a limpeza após o abaixamento da caçamba da escavadeira ao solo;
. empurrar blocos para a bancada de baixo somente com autorização do líder;
. não acumular material nas drenagens ou saídas d’água;
. quando houver necessidade de aterro, utilizar se possível material da própria 
praça;
. alinhar leiras (observando a altura das leiras em metade da maior diâmetro do 
equipamento). 
. corrigir os borrachudos.
EPI´s Necessários
Capacete, protetor auricular, botinas, óculos de segurança.
20 - NOÇÕES DE TOPOGRAFIA
Curvas de Nível
Vossoroca, erosão, valas e crateras
Linhas de Fundo da Drenagem
Divisor de Águas
Inclinação Natural
Talvegues
Cumeeira
Enrocamento
Fontes de consulta: Norma 13029 da ABNT, Treinamento do Ietec – Pilhas de 
Estéril e Rejeito.
“O gênio, esse poder que deslumbra os olhos humanos, não é 
outra coisa senão a perseverança bem disfarçada”. (Goethe)
24
	1 – Introdução
	2 – Objetivo
	4 - CONCEITUAÇÃO
	SEÇÃO TÍPICA DE UMA PILHA DE ESTÉRIL
	Intemperismo: O intemperísmo é na natureza o princípio do restabelecimento do equilíbrio da rocha modificada fisicamente ou quimicamente. Os agentes da erosão, vento, água, mar, gelo tendem a fazer o transporte do material intemperizado. Durante o transporte são separados em função do tamanho e da natureza das partículas.
	Escorregamento de talude
	Escorregamentos e Cunhas
	8 -Causas dos movimentos de massas
	Variação Térmica
	9 - Mudança na Geometria do sistema
	Mudanças naturais na inclinação das encostas
	11 - BENEFICIOS DA COBERTURA VEGETAL NOS TALUDES
	12.1 - Desmatamento e procedimentos iniciais
	Função da drenagem de fundo
	DRENAGEM ESPINHA DE PEIXE
	12.3 - Método Descendente (de cima para baixo)
	12.4 - Método Ascendente ( De baixo para cima)
	Este método é o mais recomendado pela norma técnica em vigor, pois contempla todos os procedimentos para maior segurança e estabilidade.
	12.4.1 - Metodologia do Empilhamento Ascendente
	SEÇÃO TIPICA DO RETALUDAMENTO
	14 -Sistema de Drenagem
	INDICAÇÃO DOS TIPOS DAS DRENAGENS
	15 - PLANEJAMENTO DE DIQUES DE CONTENÇÃO DE FINOS
	16 -Sistema de Acessos
	O planejamento do sistema de acessos está vinculado às necessidades de desenvolvimento de frentes de lavra, de remoção dos estéreis, conciliando a otimização com a racionalidade. O desenvolvimento da lavra e o acesso às pilhas de estéril depende do sistema de acesso à mina. De tal forma que o conjunto de rampas ao longo da lavra deve ser estrategicamente definido para que possa dar rendimento, segurança e funcionalidade. A malha viária deve ser de tal forma dimensionada a atender as necessidades, procurando não se abrir rampas sem necessidades para evitar aumento de poeira, ruídos, consumo de águas para irrigação e processos erosivos.
	17 - ESTABILIZAÇÃO DE PILHAS EXISTENTES
	ESTABILIZAÇÃO DE PILHAS EXISTENTES
	þÿ
	18 – Barragens DE REJEITO
	BARRAGEM COM EMPRÉSTIMO DE MATERIAL
	BARRAGEM FORMADA POR CICLONAGEM
	19 - INSPEÇÃO GERAL DE SEGURANÇA
	Limpeza das Praças
	Nivelamento de praças com tratores
	Cumeeira

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