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Questionário 1) Remédios Constitucionais são os meios, ações judiciais ou direito de petição, postos à disposição dos indivíduos e cidadãos para provocar a intervenção das autoridades competentes, visando sanar ilegalidades ou abuso de poder. Sabendo- se disso, informe qual é o bem juridicamente tutelado que o Habeas Corpus visa assegurar: R: Liberdade de locomoção. 2) Quais as principais características do Habeas Corpus? R: Autônomo, tratar de direito líquido e certo, gratuito, poder ser concedido de ofício e pode ser formulado sem advogado. 3) Qual a principal diferença entre a teoria atual do Habeas Corpus e a teoria, perdurada até a Constituição de 1926, brasileira do HC? R: Até 1926 HC servia de remédio para garantir qualquer direito que tivesse como pressuposto básico a locomoção. Hoje o HC abarca qualquer ato que direta ou indiretamente restrinja a liberdade do indivíduo. 4) Qual a natureza jurídica do Habeas Corpus? R: Ação de conhecimento que objetiva um provimento meramente declaratório (extinção de punibilidade) ou constitutivo (anulação de ato jurisdicional). 5) Qual a previsão constitucional e legal do Habeas Corpus? R: É direito fundamental, art. 5º, LXVIII, CF e art. 647, CPP. 6) A quem possui a legitimidade ativa e a passiva do Habeas Corpus? R: Ativa - Qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, em favor de si ou de outrem, independentemente de possuir habilitação técnica (art. 654 do CPP). Passiva - A autoridade coatora. 7) Existem dois critérios para definição da competência sobre o Habeas Corpus. Quais são? R: Territorial e a autoridade coatora (instância diretamente superior e para verificação da existência de foro privilegiado). 8) Qual a diferença entre o Habeas Corpus preventivo e o liberatório? Diferencie elucidando os objetos tratados pelos HC supracitados e a forma como tal remédio é expedido. R: O preventivo protege contra a ameaça da ilegalidade e é expedido através de salvo-conduto. Já o liberatório cessa a coação ilegal e é expedido através de alvará de soltura. 9) O Habeas Corpus pode existir de forma concorrente com outras ações? R: Desde que não esteja em discordância com a ação penal principal, poderá o HC existir de forma concorrente, tendo em vista que tal remédio tem como uma das características a autonomia. 10) Existem algumas previsões legais para cabimento do Habeas Corpus. Cite três exemplos: R: - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo (possibilidade legal); - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação (liberdade é a regra); - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza. 11) Explique, resumidamente, qual o procedimento para a impetração do Habeas Corpus: R: O impetrante dá entrada na ação a ser analisada pela autoridade concedente em nome do paciente. Esta pode considerar inapta a petição e ordenar reparos, negar liminarmente, requisitar informações, ou, se particular, convocar para comparecimento, requisitar a apresentação do paciente preso, ou conceder liminarmente o pedido. Procedente o pedido, será expedido o alvará de soltura ou o salvo conduto. Caso Concreto 1) Ricardo impetrou há dois anos habeas corpus no STJ contra decisão do TJ-RJ que converteu a prisão provisória após o trânsito em julgado, não tendo ainda sido julgado o writ. Diante da demora do julgamento do STJ, Ricardo, com base no princípio constitucional da duração razoável do processo, poderá impetrar novo habeas corpus, desta vez no STF. Nesta hipótese, o STF poderá conhecer do habeas corpus e julgar se a decisão do TJ-RJ foi ilegal. Sobre a assertiva acima julgue, justificadamente, falso ou verdadeiro: R: Na situação narrada, diante da excessiva demora do STJ em julgar o habeas corpus, Ricardo poderia impetrar novo habeas corpus no STF. Isso tem sido admitido na Corte Suprema desde que, repita-se, seja uma demora realmente excessiva e injustificável. Vejamos: (...) I – A impetrante sustenta a demora para o julgamento do habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça. II – O excesso de trabalho que assoberba o STJ permite a flexibilização, em alguma medida, do princípio constitucional da razoável duração do processo. Precedentes. III – Contudo, no caso dos autos, a situação caracteriza evidente constrangimento ilegal, uma vez que, passados mais de dezesseis meses do oferecimento do parecer final pela Procuradoria Geral da República, o writ ainda não foi levado a julgamento. IV – A demora para o julgamento do feito naquela Corte Superior configura negativa de prestação jurisdicional e flagrante constrangimento ilegal sofrido pelo paciente (...) (HC 107999, Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, julgado em 13/12/2011) (...) 4. A determinação ao Superior Tribunal de Justiça para que aprecie habeas corpus deve ocorrer em situações excepcionais, caracterizadas por uma injustificável dilação, evitando que se estabeleça um critério discriminatório na ordem de julgamentos daquela instância. Precedente. 5. A inexistência de justificativa plausível para a excessiva demora na realização do julgamento de mérito do habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça configura constrangimento ilegal por descumprimento da norma constitucional da razoável duração do processo (art. 5º, inc. LXXVIII, da Constituição da República), viabilizando, excepcionalmente, a concessão de habeas corpus. (HC 109037, Relator Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/11/2011). A parte final do enunciado está errada porque, nestes casos, o STF irá conceder a ordem apenas para determinar que o STJ apresente o habeas corpus em mesa, para julgamento, até a 10ª sessão subsequente à comunicação da ordem. Em outras palavras, o STF apenas determina que o STJ julgue logo o habeas corpus. No entanto, a Suprema Corte não analisa os fundamentos do habeas corpus pendente no STJ, uma vez que isso configuraria supressão de instância.
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