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Resumo artigo Unimontes com as partes de cada um (1)

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ISABELA DE SÁ 
Introdução
Desde o final do século XX, com o aumento da expectativa de vida, o
percentual da população idosa vem crescendo em todo mundo. Tal crescimento
implica no aumento da incidência de diversas doenças, que tipicamente acometem a população acima dos 60 anos. Garantir uma boa qualidade de vida para essa
determinada porção da população é fundamental, o que diz respeito a melhorias em aspectos fisiológicos, patológicos, psicossociais, socioculturais, econômicos e
ambientais, refletindo diretamente no nível de saúde do indivíduo(SOARESetal,.
2005). É fato que com o envelhecimento, o organismo passa por diversas alterações, comumente afetando seu estado físico, emocional e nutricional. O acometimento da boca por alterações fisiológicas e patológicas refletem no estado de saúde do indivíduo, principalmente na questão nutricional e social. Condições como edentulismo, doença periodontal, cáries, redução do fluxo salivar e acúmulo do biofilme são frequentemente encontradas em idosos. Algumas doenças que incidem nessa faixa etária apresentam sintomas que podem criar condições propícias para uma qualidade de saúde bucal deficiente (ANDRADEet al., 2012).
Uma das patologias que comumente afetam os idosos é a diabetes mellitus (DM), que é uma doença crônica, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da mesma de exercer adequadamente seus efeitos, determinando assim um aumento da glicose no sangue. Ocorreporque o pâncreas é incapaz de produzir insulina suficiente para suprir as necessidades do corpo humano, ou devido à incapacidade do hormônio de agir de forma adequada. A diabetes se divide em alguns tipos conforme a sua causa compondo-se de DM tipo I, tipo II, gestacional e outros tipos específicos, sendo a do tipo II a mais prevalente (NETOet al., 2012; SALESet al., 2017).
Doenças sistêmicas como a diabetes mellitus provocam desequilíbrio do organismo afetando o meio bucal, e quando associados à idosos.Os índices de uma qualidade bucal deficiente se tornam ainda maiores (FERREIRAet al., 2015; ROSAet al., 2008).
O diabetes mellitus (DM) é uma das doenças crônicas mais comuns que afeta o idoso, e está associada ao aumento da prevalência de problemas micro e macro vasculares nessa população. 
Clinicamente, os sintomas nos idosos são mais discretos do que aqueles observados em jovens diabéticos, estimando-se que pelo menos metade desses indivíduos ignora sua condição de portador, e que um número substancial dos que se tratam não atinjam níveis glicêmicos ideais representando, portanto, um grande desafio para a saúde pública.
Não se pode deixar de mencionar que pacientes idosos ainda podem estar sujeitos a outras complicações próprias da terceira idade, como depressão, perda da memória, estresse, problemas cardíacos, obesidade, incontinência urinária, alergias, anemia e outras condições que dificultam uma higiene bucal satisfatória, e que exige um preparo do Cirurgião-Dentista no que diz respei- Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2013 abr-jun;11(2):178-82 179
O idoso portador de diabetes mellitus sob a perspectiva odontológica Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2013 abr-jun;11(2):178-82 ao conhecimento técnico dessas manifestações como também análise dos aspectos psicossociais que envolvem essa população, integrando-se a uma equipe multidisciplinar, para que assim, possa oferecer uma saúde oral e sistêmica plena.
Nesta perspectiva, o presente estudo teve por objetivo através de uma pesquisa bibliográfica sistemática de artigos nas bases de dados como Pubmed, BBO, LILACS, Medline e Scielo, além de livros e trabalhos dissertativos apresentar o que há de consenso nos protocolos de atendimento, além de alguns aspectos da saúde bucal do idoso portador de DM, principalmente a do tipo 2, mais frequente nesta população, propondo medidas preventivas a esta classe de pacientes.
Atendimento odontológico em pacientes geriátricos diabéticos
Considerando o atendimento odontológico ao idoso diabético, primeiramente deve ser realizada uma anamnese adequada, coletando informações pertinentes à doença. Nos pacientes com diagnóstico prévio, o dentista deve se informar sobreo tipo da doença (tipo I, ou II), duração da enfermidade, terapia, dieta, insulina, hipoglicemiantes, horário dos medicamentos, horário da última refeição, o nível de controle metabólico, presença de complicações secundárias da doença como: nefropatia, neuropatia, retinopatia, doença cardiovascular e vascular periférica, hipotireoidismo, dislipidemia e hipertensão arterial, sintomas de hipoglicemia, história de hospitalização e cetoacidose, infecções sistêmicas. Também é importante questionar sobre hábitos etilistas e tabagistas praticados pelo paciente. Após a anamnese, realiza-se o exame físico extra e intraoral do paciente, ao qual deve-se atentar para as manifestações bucais observadas no paciente com DM que, embora não sejam específicas do distúrbio, têm sua incidência ou progressão favorecida pelo descontrole glicêmico (TERRAet al., 2011).
Diabéticos considerados de alto risco não devem realizar qualquer procedimento até que suas condições médicas estejam estabilizadas, sendo o tratamento apenas paliativo. Uma exceção importante é a do paciente cujo controle diabético está comprometido por uma infecção dentária ativa. Nesse caso, deve ser executado o procedimento mais simples para a manutenção do controle. Em alguns casos, as necessidades de insulina diminuem e um melhor controle metabólico pode ser obtido. Como diabéticos não compensados possuem maior risco de desenvolver infecções, se torna necessária a prescrição de profilaxia antibiótica prévia ao procedimento cirúrgico, de forma semelhante à utilizada para prevenção de endocardite bacteriana (RAMU e PADMANABHAN, 2012; TERRA et al., 2011).
É consenso na literatura buscada, que as consultas a esses pacientes devem ser curtas, pela manhã (período que a insulina atinge seu grau máximo de secreção), com o cliente bem alimentado afim de se evitar episódios de hipoglicemia. Caso a glicemia esteja fora dos padrões, é aconselhável o cancelamento da consulta e remarcação posterior (COSTA, et al., 2016; ALLI e
KUNZEL, 2012).
Para Neto et al., (2012) e Cantanhede et al., (2013) para se evitar que haja esses desequilíbrios metabólicos antes das consultas faz se necessário a checagem da glicemia com glicosímetro, durante e até depois da consulta. Também sempre se certificar se o paciente vem tomando a medicação correta e em casos de estresse e ansiedade a prescrição de ansiolíticos é indicada a fim de evitar uma hiperglicemia e liberação de catecolaminas com consequente aumento da pressão sanguínea. O controle efetivo da ansiedade e da dor também se faz necessário frente a pacientes com morbidade sistêmicas como o diabetes. A anestesia local eficaz e segura para este perfil de indivíduos desempenha um papel de extrema importância. Porém, um protocolo padrão para que se atinja esse objetivo com êxito encontrasse inexistente na literatura. Apesar disso, a literatura nos traz que precauções especiais são necessárias ao se tratar desse tipo de pessoa. 
Infecções Bucais Agudas 
Os mesmos mecanismos que conduzem ao aumento da infecção periodontal em pacientes diabéticos podem aumentar a suscetibilidade para infecções bucais agudas bacterianas, viróticas, ou por fungos.² O fungo Candida albicans normalmente é encontrado na boca, mas raramente causa infecções na ausência de fatores predisponentes.² O impacto de infecções orais agudas pode ser reduzido pelo próprio controle glicêmico. Infecções virais devem ser tratadas o mais rápido possível. Aciclovir oral pode ser considerado para o emprego terapêutico e profilático quando manifestações recorrentes do vírus Herpes simplex causem incômodo, embora deveria ser evitado em pacientes com insuficiência renal em função da sua potencial nefrotoxicidade.2 A candidíase pode ser tratada com agentes fungicidas tópicos ou sistêmicos; alguns agentes, como Itraconazol, tem alto conteúdo de açúcares e devem ser evitados no tratamento depacientes diabéticos.2 ISABELA DE SÁ ATÉ AQUI
LARA
Uso de ansiolíticos para realização de procedimentos odontológicos
Pacientes submetidos ao estresse psicológico na cadeira odontológica secretam adrenalina endógena que pode levar a um aumento inesperado da frequência cardíaca, pressão sanguínea e nível de glicose no sangue. A ansiedade e o medo são sintomas que devem ser controlados durante o atendimento odontológico, pois levam à liberação de adrenalina, causando aumento na glicemia. Visando reduzir essa tensão, recomenda-se utilizar técnicas de sedação auxiliar, quando apropriadas. A sedação inalatória é relatada por alguns autores como a técnica mais segura e previsível de sedação consciente. Os benzodiazepínicos usados para tratar ansiedade (diazepan, lorazepan), embora possam causar hiposalivação, não são contraindicados (ALVESet al., 2006). Explicar resumidamente a farmacologia dos ansiolíticos, pois já foi explicado pelo grupo anterior. 
Anestesia para pacientes diabéticos
A adição de vasoconstritores a drogas anestésicas é plausível, pois ele promovem uma anestesia de maior duração, reduz o rico de toxicidade, adiando a absorção da anestesia e reduzindo o sangramento local. O vasoconstritor mais utilizado é a epinefrina, todavia, é relatado que esse agente pode ser considerado hiperglicemiante por possui efeito contrário à insulina. O que gera desconforto na literatura frente ao seu uso ou não em pacientes diabéticos (MELLO, et al., 2016; PAUL, et al., 2015). Paul, et al., (2015) realizaram um estudo para verificar a variação de glicose em dois grupos de pacientes com diabetes mellitus tipo II compensados. Um grupo foi submetido à anestesia local com lidocaína 2% com epinefrina e o outro a anestesia local com lidocaína 2% sem epinefrina. Nenhuma diferença foi observada nos níveis de glicose no sangue, entre ambos os grupos, comprovando a segurança na utilização da epinefrina. Melloe colaboradores, em 2016, avaliaram a glicemia de pacientes diabéticos controlados submetidos à anestesia local com prilocaína 3% com felipressina 0,03UI / ml e lidocaína a 2% com epinefrina1: 100.000. Novamente não houve diferença estatisticamente significativa entre os valores de glicemia de ambos os anestésicos administrados. Por conseguinte, Andrade em 2014, afirma que as possíveis complicações que possam ocorrer após a administração de anestésicos locais com concentrações de epinefrina e volumes rotineiramente utilizados em odontologia são muito menores do que as que ocorrem frequentemente na clínica médica.
Compactuando com esses autores, Costa, et al., (2016) Aguiar (2014) e Neto, et al.,(2012), recomendam a utilização de lidocaína a 2% com epinefrina em pacientes diabéticos compensados, uma vez que seja respeitada a dose máxima permitida para o peso corporal do paciente e que essa infiltração aconteça de forma lenta e cuidadosa verificando a aspiração negativa para a mesma não ocorrer diretamente sobre um vaso sanguíneo. Apesar desses estudos recentes não apoiarem a contra-indicação de vasoconstritores adrenérgicos para pacientes diabéticos compensados, Souza et al., em 2003 se opõe a esses estudos e recomenda evitar o uso dessas soluções como medida preventivadevido à possibilidade delas poderem determinar hiperglicemias.
Uso de anti-inflamatórios em pacientes diabéticos
Alguns antiinflamatórios não-esteróides, como o Ácido Acetil Salicílico (AAS), podem competir com os hipoglicemiantes orais pelos mesmos sítios de ligação com proteínas plasmáticas, deslocando-as e impedindo a ligação destas. Assim, esses hipoglicemiantes podem ter seu efeito potencializado ocasionando um quadro de hipoglicemia. Portanto, quando houver necessidade do cirurgião-dentista prescrever antiinflamatórios não-esteróides para um paciente diabético, deve-se, primeiramente, trocar informações com o médico que atende o paciente. Os anti-inflamatórios mais indicados para pacientes diabéticos são benzidamina e diclofenaco5. Dipirona ou paracetamol são os analgésicos mais indicados em caso de dor ou desconforto de intensidade leve. Em pacientes com a doença controlada, quando há a necessidade de procedimentos mais invasivos com formação de edema e sintomatologia dolorosa mais intensa, drogas como betametasona ou dexametasona em dose única de 4mg, em adultos, podem ser utilizadas com segurança.
Profilaxia antibiótica em pacientes diabéticos (interação antibióticos com o paciente diabético)
De acordo com a American Dental Association (ADA - 2016), a profilaxia
antibiótica é preconizada para proteger indivíduos que necessitam de maior cobertura contra bacteremias e infecções, devido oseusistema imunológico apresentar dificuldade na resposta contra microorganismos patogênicos.
Principalmente em indivíduos portadores da DM, uma vez que, suas funções cicatriciais estarem em déficit (RAZVI, et al., 2014). Mas nem todo paciente diabético está sujeito a realização de profilaxia com antibióticos para execução de tratamento odontológico, observado em todos os trabalhos revisados para a escrita desse artigo, pacientes diabéticos com bom controle glicêmico não requerem tratamento diferencial dos pacientes não diabéticos, sendo a prevenção antibiótica indicada apenas para presença de foco infeccioso (COSTA, et al.,2016; SANTOS, et al.,2013; RAMU e PADMANABHAN, 2012).
Ramu e Padmanabhan em 2012 avaliaram a utilização de antibióticos pela classe odontológica americana e constataram que o uso desses é indicado apenas como coadjuvante ao tratamento e nunca como a primeira técnica de escolha.
Sendo a profilaxia antibiótica indicada em todos os casos quando há presença de foco infeccioso, de acordo com Egea e colaboradores (2017), Alves,et al.,2006, Tortamano em 2016 e a ADA (2016). No que diz a respeito, Costa e outros autores (2016), ainda recomendam a utilização de antibiótico profilaxia em infecções orais em pacientes com DM devido à baixa resistência desses e retardo para a cicatrização, assim também diz o estudo de Tortamano (2016) sobre o atendimento a pacientes idosos diabéticos. Hegab (2015) reconheceu a importância do tratamento antibiótico em pacientes diabéticos, uma vez que, quando estabelecida a infecção deve ser rapidamente sanada evitando exacerbação do processo glicêmico e infeccioso.
A grande maioria da literatura pesquisada entra em consenso quanto a prescrição de profilaxia antibiótica em casos de pacientes diabéticos descompensados de alto risco frente a procedimentos cirúrgicos invasivos imprescindíveis e em atendimentos de urgência nos quais não seja possível determinar a classificação exata de risco apresentado pelo paciente (COSTA et al., 2016; TORTAMANO, 2016; TERRAet al., 2011).
Allie e Kunzel (2012) descreveram quanto à conveniência do emprego de profilaxia antibiótica antes e após terapias odontológicas invasivas nos pacientes dependentes de insulina, muito comum nos portadores do Tipo I, e ainda leva em questão quanto à utilização nos atendimentos emergenciais. É necessário o contato do cirurgião dentista com o médico responsável desses pacientes, considerados de alto risco, para prescrição antibiótica, uma vez que, em certas condições a hospitalização pode ser o ideal para intervenção infecciosa.
Quando pacientes de médio e alto risco necessitam de tratamento odontológico cirúrgico imprescindível, esse só deve ser executado sob profilaxia antibiótica (TORTAMANO, 2016), sendo as exodontias, endodontias e especialmente terapêuticas periodontais, os procedimentos fundamentais e mais requisitados nesses indivíduos (EGEA et al., 2017; THOMAS e MOL, 2014; LEITE et al., 2014). De acordo com Terra e colaboradores (2011) o fato dos pacientes diabéticos mal controlados, ou de médio risco serem propensos a infecções e dificuldade de cicatrização, é importante a prescrição de antibiótico profilaxia de 30 a 60 minutos antes do procedimento operatório, necessitando que o cirurgião dentista esteja atento durante procedimento cirúrgico a sinais de complicações, que podem ser comum nesses indivíduos(ALENCAR, et al., 2011). Santos, et al., em 2013, discutiram sobre a antibiótico profilaxia para realização do tratamento endodôntico em pacientes idosos, excluindo a realização da terapia em pacientes com controle desregulado, e quando for insubstituível a execução da mesma, a utilização de antibiótico adjuvante é obrigatório uma hora antes e seis horas depois ao procedimento. Em 2017, a Sociedade Europeia de Endodontia indicou a utilização de antibiótico profilaxia para a mesma situação de risco, mas levando em consideração a necessidade individual de cada paciente em poder desenvolver algum processo infeccioso ou dificuldade de reparo ao processo
(EGEA et al., 2017). LARA ATÉ AQUI
ISABELA AFFONSECA 
Síndrome de Ardência Bucal 
Esta complicação envolve dor ou sensação de ardência que podem ser intensas.² Normalmente não se identificam lesões. A causa da síndrome de ardência bucal não é clara mas pode estar relacionada a disfunção salivar, candidíase, ou alterações neurológicas como depressão.² A síndrome de ardência bucal pode desaparecer após o controle da taxa de glicose no sangue ou após o tratamento da xerostomia e da candidíase.² Opções de medicamentos incluem baixas doses de benzodiazepina, antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivos, prescritos pelo médico do paciente.²
Diabetes e doença periodontal 
É notória a unanimidade que a literatura vigente tem abordando sobre a relação da DM com a doença periodontal, Chhabrani e colaboradores (2013), explicam a necessidade de constante acompanhamento a esses indivíduos para execução de profilaxias e alisamento radicular. A cobertura antibiótica acaba sendo necessária em casos em que o paciente apresenta pouco controle glicêmico e ou a terapia periodontal se encontra necessária para redução da inflamação local, provocando reduções glicêmicas no organismo, e também em emergências, uma vez que, nos procedimentos eletivos a consulta deve ser encerrada em pacientes com quadro instável (GUPTAet al., 2016; HEGAB, 2015). Nos pacientes com periodontite severa, a indicação para tratamento periodontal mecânico associado com a terapia antibiótica com a tetraciclina como droga de escolha obtêm significantes melhorias (CHHABRANI et al., 2013).
Nas ocasiões em que se indica a profilaxia antibiótica para pacientes diabéticos imuno comprometidos a penicilina é a droga de escolha, visto que é eficaz contra maioria das bactérias intraorais. O uso da amoxicilina com clavunalato pode ser realizada em infecções mais significativas e nos pacientes alérgicos à penicilina é sugerida a prescrição de clindamicina, que é a droga ideal de escolha, seguida de azitromicina e ou metronidazol. A cefalosporina é uma alternativa para pacientes alérgicos à penicilina e quando a eritromicina não pode ser utilizada. (RAMU e PADMANABHAN, 2012; HEGAB, 2015). Mesmo com as alterações encontradas com o envelhecimento, os processos de farmacocinética e farmacodinâmica em indivíduos geriátricos quanto à ingestão de antibióticos betalactâmicos, exemploda penicilina, não demonstraram causar problemas ou efeitos secundários, sendo recomendando apenas a redução das doses para indivíduos com problemas renais
(OUANOUNOU e HAAS, 2015).
Por causa do aumento da prevalência da doença periodontal nos pacientes diabéticos e o seu impacto no controle da glicemia, o tratamento periodontal preventivo deveria ser enfatizado na população.² Caso a doença periodontal se desenvolva, tratamento não 
Como o risco de complicações bucais aumenta conforme o controle glicêmico diminui, é fundamental atingir o controle glicêmico para prevenir e administrar a saúde bucal cirúrgico e terapia com tetraciclina são recomendados. A tetraciclina age tanto como antibiótico como inibidor de perda óssea, promovendo dupla ação contra a doença periodontal.² Procedimentos cirúrgicos devem ser evitados na medida do possível, pois pacientes diabéticos têm lenta cicatrização, a cirurgia pode requerer alteração dos medicamentos habituais, e porque o paciente pode ter dificuldade em manter uma dieta normal, que é essencial para evitar hipoglicemia e promover a cicatrização.² Há evidências de que o tratamento não cirúrgico da doença periodontal melhora o controle da glicemia.2,4 Por exemplo, num teste clínico aleatório em pacientes com periodontite severa e diabetes tipo 2 com baixo controle, HbA1C caiu significativamente para 5-10% (redução absoluta, 0.5-1%) depois de três meses de tratamento com doxiciclina sistêmica combinada com raspagem com ultrasom. Grupos de controle recebendo placebo mais raspagem com ultrasom tiveram reduções menores, não significativas no HbA1C.4 Dois estudos clínicos não aleatórios de pacientes com diabetes tipo 2 e periodontite tiveram reduções significativas no HbA1C após tratamento periodontal; antibióticos foram utilizados num estudo mas não no outro.4 Outros estudos não aleatórios encontraram evidências não significativas apoiando o benefício do tratamento periodontal, com ou sem antibióticos, para controle da glicose no sangue.4 O autor conclui que “o tratamento das infecções periodontais poderia ter um efeito benéfico no controle glicêmico tanto no diabetes do tipo 1 como no tipo 2.”4
Diabetes e xerostomia
A xerostomia é uma condição associada com diminuição na quantidade de saliva produzida acompanhada de alteração em sua composição química, causando uma sensação de boca seca, sendo uma manifestação frequentemente encontrada na prática odontológica14. Thomson e col.15 pesquisando a incidência de xerostomia numa população de idosos, dando atenção particular aos fármacos como fatores de risco, concluíram que a prevalência e incidência de xerostomia nos idosos estavam fortemente associadas ao uso contínuo de fármacos como anti-hipertensivos, diuréticos, dentre outros. A xerostomia está associada a dificuldades na mastigação, deglutição, gustação e fala, resultando em dieta pobre e má nutrição14,15, o que eventualmente leva o portador à incapacidade de manter adequadamente o nível de açúcar no sangue estável. Para Chaves e col.16, os pacientes diabéticos não controlados ou com neuropatia diabética apresentam menor fluxo salivar do que aqueles sem essas características. Os autores sugerem que poderia haver alteração no controle parassimpático das glândulas afetadas pela neuropatia em decorrência da diabetes não controlada.
A xerostomia pode ser minimizada pelo emprego de estimulantes salivares como gomas de mascar sem açúcar ou pastilhas, ou utilização sistêmica de pilocarpine (Salagen®). Um banho adicional de flúor pode ajudar a reduzir cáries em pacientes com xerostomia.²
Situações de emergências que o dentista pode enfrentar em pacientes diabéticos.
É comum que o cirurgião-dentista enfrente situações de emergências diante do paciente diabético. A hipoglicemia, uma das principais situações de emergência desse perfil de paciente, representa um nível de glicose no sangue menor que 70 mg/dl. Atribui-se como fatores causais o uso de dose exagerada de insulina, uso de hipoglicemiantes orais ou ainda quando o paciente ingere pouco alimento. Seus principais sinais e sintomas são: fraqueza, palpitações, sudorese, fome, nervosismo, cefaleia, confusão mental, tontura ou vertigem e perturbações visuais (SBD, 2017; COSTA et al., 2016; NETO et al., 2012).
Frente a uma crise hipoglicêmica COSTA et al., 2016, NETO et al., 2012 e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD-2017) preconizam condutas iguais. Eles advertem que o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível com ingestão de 10 a 20 gramas de carboidrato simples (uma colher de sopa de açúcar, um copo de 200 ml de refrigerante comum ou 1 copo de suco de laranja) e reavaliar a glicemia capilar após 15 minutos. Se for maior que 60 mg/dl, pedir ao paciente que faça uma refeição que inclua carboidrato, proteína e lipídeos – lanche apenas composto por carboidrato leva a um rápido retorno da hipoglicemia. Se a glicemia for menor que 60 mg/dl, repetir o tratamento de 15 gramas de carboidrato simples e checar o nível glicêmicoem 15 minutos. Continuar o protocolo até a glicemia estar mais alta do que 60 mg/dl e, então, seguir com o procedimento. Em casos de inconsciência (desmaio) ou convulsão, COSTA e colaboradores, 2016 e a SBD, 2017 recomendam a administração de glucacon, hormônio que estimula o fígado a liberar glicose armazenada na corrente sanguínea. Já para NETO et al., 2012, deve ser realizada a administração de glicose por via endovenosa. Por fim, é admitido pelos autores como conduta final o encaminhamento desse paciente a um hospital.
Em contraste com a hipoglicemia, outra situação de emergência é a hiperglicemia causada porníveis sanguíneos elevados de glicose > 250 mg/dL em decorrência de pouca insulina no organismo ou quando mesmo presente o corpo não consegue usá-la de forma apropriada (NETO et al., 2012, SBD, 2017). Segundo Neto e outros autores(2012) seus sinais e sintomas iniciais incluem: sonolência, hálito cetônico, polidipsia, poliúria, enurese, fadiga, visão turva e náuseas, podendo evoluir para cetoacidose diabética: dor abdominal, vômitos, desidratação, hiperventilação e alterações do estado mental, convulsão e coma. Ainda de acordo com o mesmo autor, na percepção dessa condição deve-se a interromper o procedimento odontológico, deixar o paciente confortável, monitorar vias aéreas, aferir a PA e o pulso, além de poder administrar oxigênio e insulina quando dacetonúria a 20% e sem a 10% com subsequente encaminhamento do paciente ao hospital.
Referências: ALGUÉM FAZ A REFERÊNCIA
http://coral.ufsm.br/dentisticaonline/1102.pdf
http://www.colgateprofissional.com.br/LeadershipBR/NewsArticles/NewsMedia/PrevNews/ColgatePrevNews_15_1.pdf 
Protocolo de atendimento a pacientes idosos diabéticos na Clínica Integrada III
(odontogeriatria) da Unimontes 
Autores: 
Samuel Trezena1
Lucas Moreira Silva2
Lorenna Carol Santos Nunes3
Heberth Victor Silveira Peixoto4
Raissa Karen Ferreira Xavier5
Maria de Lourdes Carvalho Bonfim6
Maria Cleonice de Oliveira Nobre7
O idoso portador de diabetes mellitus sob a perspectiva
Odontológica Autores: André Luis Costa Cantanhede1, Kátia Maria Martins Veloso2, Liana Linhares Lima Serra3

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