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Análise da Logística do Agronegócio

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SUMÁRIO
31 INTRODUÇÃO	�
42 DESENVOLVIMENTO	�
42.1 O SETOR	�
52.2 A ECONOMIA	�
82.3 MÉTODOS QUANTITATIVOS	�
92.4 A LOGÍSTICA E SEUS VALORES NA SOCIEDADE	�
113 CONCLUSÃO	�
REFERÊNCIAS..........................................................................................................12
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INTRODUÇÃO
O agronegócio brasileiro enfrenta o desafio de crescer de modo competitivo e sustentável, para atender a demanda interna, conquistar e manter espaço no mercado externo, fornecendo produtos e processos de qualidade, com sustentabilidade e a preços competitivos.
O Brasil ocupa lugar de destaque no cenário do agronegócio mundial, como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, mas pode-se dizer que, a capacidade de expansão do agronegócio depende diretamente da infraestrutura necessária para o escoamento da produção.
Embora sejam feitos alguns investimentos nessa área, ainda não é o suficiente. As ferrovias obsoletas e ineficientes, algumas rodovias em estado precário esburacadas ou sem pavimentação, além de poucas alternativas hidroviárias, escassez de armazéns e portos sobrecarregados acabam tornando o escoamento da safra em um verdadeiro desastre, prejudicando a competitividade do agronegócio no país. 
Em função do atual volume e crescimento da produção e exportação, como também, da extrema importância da infraestrutura brasileira e da logística de transportes, exige-se cada vez mais velocidade, qualidade e baixos custos, uma vez que a escolha do modal de transporte e consequentemente o frete que são componentes muito significativos dos custos finais de granéis sólidos agrícolas é que se desenvolveu a necessidade da elaboração desse trabalho com esse tema, dando continuidade ao tema do nosso trabalho do semestre anterior (Aplicabilidade das Primeiras Teorias Administrativas na Empresa Fernandes Transportes).
DESENVOLVIMENTO
O SETOR
Segundo o CSCMP (Council of Supply Chain Management Professionals), logística é o processo de planejar, executar e controlar o fluxo e armazenagem de forma eficaz e eficiente em termos de tempo, qualidade e custos de matérias-primas, materiais em elaboração, produtos acabados e serviços, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às exigências do consumidor.
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, economias com a logística podem vir a representar o diferencial de sustentabilidade para o agronegócio dos grãos, tais economias podem vir a se tornar mais significativas no cerrado por exemplo, região que se encontra distante dos principais portos.
Atualmente enfrentamos diversos tipos de problemas no que se refere aos modais de transporte: no transporte rodoviário possuímos estradas em condições precárias e apenas 13% delas são pavimentadas segundo o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), no transporte ferroviário a malha tem pouca extensão e é incompatível de região para região, já o transporte hidroviário é pouco utilizado porque seus custos são muito superiores em comparação com os outros modais e até com o mesmo serviço em outros países.
No que se refere ao armazenamento, a ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) diz que, apenas 15% da safra é armazenada na propriedade (nos Estados Unidos este número é de 65%), originando um déficit de 50% da safra atual de 183 milhões de toneladas, ou seja, 100 milhões de toneladas, o que gera uma grande deficiência no atual sistema nacional de armazenagem, onerando o país pela perda de competitividade do agronegócio, causando congestionamentos em todo o sistema logístico. A falta de capacidade de armazenagem a nível do produtor alavancou a construção de silos e armazéns coletores próximos das propriedades, mas não resolvem o problema das perdas na colheita, provocando filas de caminhões, aumentando a perda e onerando o produtor, também pela perda de qualidade.
a ECONOMIA
Embora o Brasil esteja passando por um momento de crise, provocada principalmente por problemas políticos, o país ainda apresenta uma economia forte e sólida. Sendo um grande produtor e exportador de mercadorias de diversos tipos, principalmente commodities minerais, agrícolas e manufaturados. As áreas de agricultura, indústria e serviços são bem desenvolvidas e encontram-se, atualmente, em bom momento de expansão. Considerado um país emergente, o Brasil ocupa o 9º lugar no ranking das maiores economias do mundo (em volume de PIB de 2015) segundo o IBGE.
Desde o início da década de 80, a exceção do período da crise financeira internacional, a economia norte-americana vem experimentando um crescimento significativo. Ainda que os gastos com logística tenham aumentado nesse período, a relação destes com o PIB norte-americano decresceu substancialmente, de 15,5% (1980) para 8,2% (2013), muito pela excelente infraestrutura de transportes dos Estados Unidos e pelo equilíbrio entre os diferentes modais.
Evolutivo dos custos logísticos nos Estados Unidos
Fonte: Annual State of Logistics Report, Wilson/CSCMP; Análise: ILOS
Nesse contexto, a atualização das informações da distribuição espacial da logística de transporte, em escala nacional, constitui uma informação estratégica ao planejamento do presente e do futuro do território e da sociedade brasileira no mundo globalizado contemporâneo. O Brasil, sendo um país com tamanho diversificado em sua extensão territorial, uma economia embasada na logística pode vir a somar para diferentes partes de sustentabilidades para o agronegócio. Assim, na contramão da sua necessidade, o Brasil vem registrando um crescimento na participação do modal rodoviário na matriz de transportes e o aumento no preço de frete devido ao crescimento da demanda em relação à oferta.
De acordo com o Boletim Focus, os principais economistas em atuação no país pioraram suas projeções para 2016 sobre o Produto Interno Bruto (PIB), a Dívida Líquida do Setor Público, a Balança Comercial e a Produção Industrial. Por outro lado, demonstraram-se um pouco mais otimistas quanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a Meta da Taxa Selic, a Taxa de Crescimento dos Preços Administrados, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FIPE), o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) e o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI). Além disso, os analistas consultados mantiveram suas projeções anteriores sobre a Conta Corrente, a Cotação do Dólar Comercial e o Investimento Direto no País. Já para 2017, os economistas mantiveram suas previsões anteriores sobre o Valor do Dólar Comercial, a Meta da Taxa Selic, a Produção Industrial, o Investimento Estrangeiro Direto, o Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FIPE), a Balança Comercial e o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI). Os analistas consultados também melhoraram suas projeções sobre a Taxa de Crescimento dos Preços Administrados, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a Conta Corrente. Por outro lado, pioraram suas estimativas sobre a Dívida Líquida do Setor Público.
Previsões econômicas para 2016:
	2016
	Unidade de Medida
	Projeção Anterior
	Projeção Atual
	Diferença
	Tendência Acumulada
	IPCA
	%
	7,04
	7,01
	(0,03)
	Baixa (5)
	IGP-DI
	%
	7,59
	7,52
	(0,07)
	Baixa (4)
	IGP-M
	%
	7,91
	7,75
	(0,16)
	Baixa (4)
	IPC-Fipe
	%
	6,76
	6,70
	(0,06)
	Baixa (4)
	Taxa de Câmbio
	R$ / US$
	3,25
	3,25
	0,00
	Estável (2)
	Taxa Selic
	%
	13,75
	13,50
	(0,25)
	Baixa (1)
	Dívida Líquida
	%
	44,80
	45,00
	0,20
	Alta (1)
	PIB
	%
	(3,15)
	(3,19)
	(0,04)
	Baixa (2)
	Produção Industrial
	%
	(5,96)
	(6,00)
	(0,04)
	Baixa (1)
	Conta Corrente
	US$ Bilhões
	(17,10)
	(17,10)
	0,00
	Estável (1)
	Balança Comercial
	US$ Bilhões
	49,18
	49,00
	(0,18)
	Baixa (3)
	Investimento Estrangeiro
	US$ Bilhões65,00
	65,00
	0,00
	Estável (11)
	Preços Administrados
	%
	6,11
	6,03
	(0,08)
	Baixa (2)
* Tendência Acumulada: os valores entre parênteses expressam o número de semanas em que vem ocorrendo o comportamento atual (alta, baixa ou estável).
Previsões econômicas para 2017:
	2017
	Unidade de Medida
	Projeção Anterior
	Projeção Atual
	Diferença
	Tendência Acumulada
	IPCA
	%
	5,06
	5,04
	(0,02)
	Baixa (2)
	IGP-DI
	%
	5,50
	5,50
	0,00
	Estável (8)
	IGP-M
	%
	5,50
	5,46
	(0,04)
	Baixa (1)
	IPC-Fipe
	%
	5,32
	5,32
	0,00
	Estável (1)
	Taxa de Câmbio
	R$ / US$
	3,40
	3,40
	0,00
	Estável (2)
	Taxa Selic
	%
	11,00
	11,00
	0,00
	Estável (6)
	Dívida Líquida
	%
	49,65
	49,90
	0,25
	Alta (2)
	PIB
	%
	1,30
	1,30
	0,00
	Estável (3)
	Produção Industrial
	%
	1,11
	1,11
	0,00
	Estável (1)
	Conta Corrente
	US$ Bilhões
	(25,00)
	(24,80)
	0,20
	Alta (1)
	Balança Comercial
	US$ Bilhões
	45,00
	45,00
	0,00
	Estável (1)
	Investimento Estrangeiro
	US$ Bilhões
	65,00
	65,45
	0,45
	Alta (1)
	Preços Administrados
	%
	5,30
	5,30
	0,00
	Estável (1)
* Tendência Acumulada: os valores entre parênteses expressam o número de semanas em que vem ocorrendo o comportamento atual (alta, baixa ou estável).
MÉTODOS QUANTITATIVOS
Com os estudos sobre a logística do agronegócio no Brasil para a realização deste trabalho, tivemos a possibilidade de aprofundar os conhecimentos da disciplina de Métodos Quantitativos. Sabendo que os números índices são utilizados para medir a variação econômica durante um certo período de tempo, utilizamos quatro produtos de grande importância no país, tanto de maneira econômica quanto de maneira produtiva, para fazer a demonstração da aplicabilidade deste conteúdo no setor analisado. 
Média aritmética simples é a medida de posição mais utilizada e a mais intuitiva de todas. Ela está tão presente em nosso dia a dia que qualquer pessoa entende seu significado e a utiliza com frequência. Utilizamos essa medida por ser um cálculo que nos indica com fácil entendimento a média dos dados apresentados na tabela a seguir.
Preços recebidos pelos produtores no Brasil:
	
Produto
	
Unidade
	Média de Preço Histórico
	
Preço 2014
	
Preço 2015
	Arroz
	R$/sc 50 Kg
	35,79
	37,26
	37,89
	Milho
	R$/sc 60 Kg
	32,01
	27,75
	27,77
	Trigo
	R$/t
	627,72
	569,11
	506,20
	Soja
	R$/sc 60 Kg
	64,01
	66,58
	59,90
Fonte: Cepea/USP. Posição 02/2015 / Valores deflacionados pelo IGP-DI da FGV
Índice Relativo de Preço (IP):
IP = 100%
Arroz: IP = 37,89 x 100% = 1,02%
 37,26
Milho: IP = 27,77 x 100% = 1,00%
 27,75 
Trigo: IP = 506,20 x 100% = 0,89%
 569,11
Soja: IP = 59,90 x 100% = 0,90%
 66,58
 O índice relativo nos apresentou uma mudança de preço em todos os produtos utilizados na tabela. Portanto, o percentual de 2015 referente ao ano de 2014 nos mostra que os produtos: Arroz, Milho, Trigo e Soja sofreram um acréscimo em seus valores. 
Média Aritmética Simples:
Ma = 
Ma 2014: 37,26+27,75+66,58 = 131,59 = 43,86 
 3 3 
Ma 2015: 37,89+27,77+59,90 = 125,56 = 41,85
 3 3
A média aritmética dos dados propostos no trabalho nos apresentou o valor de 43,86 para o ano de 2014 e 41,85 para o ano de 2015. Não utilizamos o valor referente ao trigo pois a tabela representa o valor da unidade por tonelada (t), ao contrário dos outros produtos utilizados, que apresentam a unidade por saca (sc).
A LOGíSTICa E SEUS VALORES NA SOCIEDADE
Quando falamos em Ética, Política e Sociedade têm-se a posição de várias opiniões, principalmente quando isso se refere a valores e meios de vivência social. Tendo em mente que nosso trabalho é sobre o setor da Logística do Agronegócio, podemos partir do pressuposto que na pré-história, os homens eram nômades, ou seja, viviam mudando de um lugar para outro, consumindo tudo que tinha por ali, quando acabavam com os recursos locais, levantavam acampamento, e se dirigiam para outra região que provesse suas necessidades. Aos poucos, o homem conseguiu ter o domínio de certas culturas agrícolas, e não havia mais a necessidade de ser nômade. Inicia-se, então, o desenvolvimento das atividades logísticas, pois ao cultivar o alimento, havia necessidade de armazenamento, uma vez que ele não pode ir a qualquer época do ano colher o que consumirá no instante que precisa. Nasce, assim, o casamento da logística com a sociedade.
Nos dias atuais, a logística tem uma importância muito maior, pois vivemos e temos uma sociedade baseada no consumo, onde cada vez mais os clientes são exigentes, e não pode ser diferente. Quando falamos do uso da logística hoje, estamos mencionando qualidade de serviços com um nível interessante e também queda nos preços, ou seja, entregar o produto no tempo certo, da forma correta e da maneira ideal.
Não vivemos mais sem a atividade de movimentação de mercadorias, o volume de pessoas nas metrópoles é cada vez maior. Isso torna a distribuição, a manufatura, e demais atividades, muito complexas para que tenhamos que nos preocupar com a logística como modismo do mercado. Portanto, logística é assunto vital para as empresas e necessidade para a sociedade.
CONCLUSÃO
Assim, com a análise realizada, pudemos perceber a importância de uma infraestrutura bem organizada e completa, para poder satisfazer todas as necessidades da área de transportes e armazenamento, visando atender às expectativas do setor da logística do agronegócio, que é algo fundamental, no tocante, a dar seguimento aos produtos produzidos pelas empresas do primeiro setor de produção.
Ficou clara a necessidade de investimentos em outros modais de transportes, e não majoritariamente no modal rodoviário como acontece atualmente, para assim haver maior agilidade no transporte e uma maior eficiência em todo o processo até chegar ao cliente final. Assim como, um maior investimento na armazenagem de grãos a nível de propriedade, para desafogar os armazéns coletores e evitar perdas desnecessárias na qualidade dos grãos.
Portanto, evidencia-se a grande necessidade de uma administração de recursos estruturada para que não haja rupturas em nossa economia. Concluímos então, que as políticas praticadas devem ser repensadas e mudadas, para que não venhamos a ter uma crise ainda maior no setor de logística nos próximos anos por não dar conta da produção que a cada ano é maior.
REFERÊNCIAS
DOMINGUES JÚNIOR, Jurandir. Economia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2014. 
MALASSISE, Regina Lúcia Sanches. Métodos quantitativos. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2014.
TAVARES, Fábio Roberto. Ética, Política e Sociedade. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S. A., 2014. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO AGRONEGÓCIO. Logística e Competitividade no Agronegócio Brasileiro. Disponível em: <http://www.abag.com.br/media/20150807---relat0ri0---c0mite-l0gistica---abag.pdf>. Acesso em: 3 à 24 de outubro de 2016.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Projeções do Agronegócio. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/PROJECOES_DO_AGRONEGOCIO_2025_WEB.pdf>. Acesso em: 3 à 24 de outubro de 2016.
CLIMACO, Fernando. Definindo o que é Logística. Disponível em: <https://pedesenvolvimento.com/2011/08/21/definindo-o-que-e-logistica/>. Acesso em: 3 à 24 de outubro de 2016.
DOS SANTOS, Gilmara Silva. Brasil tem apenas 13% das estradas pavimentadas. Disponível em: <https://noticias.terra.com.br/brasil/estradas/brasil-tem-apenas-13-das-estradas-pavimentadas,7474a9670cb9f1e0180774a18f84b1ca5dzs3j5k.html>. Acesso em: 3 à 24 de outubro de 2016.
VEJA. Brasil cai para a posição 9ª economia do mundo. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/economia/brasil-cai-para-a-posicao-de-9a-economia-do-mundo/>.Acesso em: 3 à 24 de outubro de 2016.
Análise da logística do agronegócio

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