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Morte real, morte presumida e comoriência A morte é o fim da existência da pessoa natural. Espécies de morte: 1) Morte civil: Consiste na circunstancia de considerar morta uma pessoa viva. É a perda da personalidade em vida. Não admissível no nosso ordenamento jurídico, visto que nos termos do art. 1º do nosso Código Civil a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida (mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro) e nos termos do art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte (real ou presumida). Também, de acordo com o art. 11, do CC, a personalidade é irrenunciável. O Professor Fávio Monteiro de Barros indica um resquício interessante da morte civil, que é o herdeiro excluído da sucessão por indignidade, o qual, para os fins da herança é considerado morto e os seus descendentes herdam em seu lugar por representação. Veja o que prevê o CC: Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. 2) Morte real: Pressupõe a existência de um cadáver. Acha-se o corpo ou restos dele. É feita uma certidão de óbito, registrada em registro público. 3) Morte presumida: Não há um cadáver, e portanto a morte será presumida. Pode ser: 1) Com decretação de ausência (art. 37 e 38, CC): Quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Permite-se a abertura da sucessão definitiva em relação aos ausentes: a) dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória b) provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. 2) sem decretação de ausência - art. 7º, CC (a declaração da morte presumida somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento). Casos: a) se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida (exemplo: acidente aéreo, catastrofe, enchente. lembre os casos noticiados na TV dos acidentes naturais na Região Serrana do RJ que, mesmo depois de 1 ano não acharam os corpos); b) se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Comoriência: Ocorrerá quando dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião. Não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Por exemplo: caiu um avião e não se consegue aferir quem dos ocupantes faleceu primeiro. Presume-se que todos faleceram ao mesmo tempo. Tem importância somente para pessoas que tenham direitos sucessórios recíprocos (Ex: mãe e filho)
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