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AGRESSIVIDADE NO TRÂNSITO PSICOLOGIA DO TRANSITO

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Agressividade no Trânsito
A agressividade, para a psicologia, se define como um comportamento diferente da violência em si, por ser uma construção social: é aprendido. Apesar de relacionado com o repertório inato de violência, os ato de agressão só se mantém se forem devidamente reforçados. A agressividade tem como objetivo causar danos ao outro que é, de maneira geral, motivado a evitar tal comportamento. 
O indivíduo agressivo tende a agir com a intenção de menosprezar o comportamento alheio e as outras pessoas para realizar os seus próprios objetivos. Esse padrão costuma se manifestar em pessoas com baixa auto-estima, sentimento de culpa e ansiedade, relações interpessoais frágeis, complexos de superioridade e que apresentam dificuldade em lidar com o poder. Tendem a ser controladores, vulneráveis ao isolamento e podem, em algum nível, elaborar fantasias para sustentar sua necessidade para a agressividade. Almeida (2011) diz que a maioria dos traços e sintomas que precedem ou estão em paralelo com a agressividade no trânsito podem ser tratados com psicoterapia.
Alguns estudos apontam que durante a vida do condutor ou motorista, é comum cometer alguns descuidos. Quando se torna frequente, é uma questão de saúde pública e tem o nome, em diversas literaturas, de Road Rage. O Dr. Leon James separa em três níveis: impaciência, luta de forças e negligência. Os motoristas agressivos tendem a acreditar que sua perícia em condução está num nível superior às dos demais e acreditam não estar contribuindo para o caos do trânsito.1.	Impaciência: não parar diante de placas ou sinais vermelhos, andar com velocidade acima do permitido, bloquear cruzamentos. São comportamentos que servem de estímulo aversivo para os outros condutores, e oferecem os menores riscos entre os três grupos. 2.	Luta de forças: impedir outros condutores de realizar conversões e mudança de faixa, bem como sair de outras vias, usar de gestos obscenos ou xingamentos para ameaçar outros condutores, ignorar a distância de segurança do condutor à frente e laterais. Estes sujeitos como “psicologicamente instáveis que acreditam estar fazendo um bem à sociedade, achando que os outros cometeram erros e precisam ser punidos, desejando punir aqueles que não têm uma conduta semelhante ao do condutor agressivo”. (JAMES) 3.	Negligência: duelos, velocidades muito altas, fechadas, andar em “zig-zag” sem sinalização, dirigir entorpecido ou alcoolizado, bem como os crimes que se utilizam do trânsito como atropelos e assaltos. É o último nível de agressividade.
O porquê do comportamento agressivo surge do histórico de comportamento agressivos em outras instâncias da vida do sujeito. As causas mais comuns da ocorrência são um ambiente físico que estimule a raiva e o estresse (como muito barulho, calor, engarrafamentos e a sensação de anonimato), baixa fiscalização (sentimento de impunidade) e um ambiente social que permite e até incentiva esse comportamento, como é o caso dos outros condutores, amigos e familiares do agressor. Segundo WAGNER & BIAGGIO (1996), a raiva é uma condição necessária para a agressividade em casos de luta de forças ou superior, mas não a determina – serve de sinalização. É comum achar em pesquisas correlações que implicam que sujeitos agressivos tendem a ser condutores agressivos (GUNTHER & MONTEIRO, 2006).
A psicologia do trânsito é uma área nova. E ela estuda o comportamento de pedestres, condutores, ciclistas e todos os participantes dos sistemas de transportes e todas as suas determinações. Está relacionada a todas as áreas da Psicologia e contribui para diminuir os acidentes, dar diretrizes educacionais e diminuir possíveis consequências da vida moderna, com o foco na preservação da vida. 
O psicólogo do trânsito estuda a vida urbana e rural, bem como os mecanismos de apropriação da dinâmica do transporte e oferece modelos de inserção do sujeito na realidade dos meios de transporte, bem como práticas psicoterápicas relacionadas ao trânsito, como tratamento de fobias.
Para diminuição do quadro contemporâneo de agressividade no trânsito, a criação de programas sistemáticos e eficazes pode amenizar a cultura da agressividade, com propostas pedagógicas para refletir sobre a cultura automobilística – e a influência midiática sobre o poder que um carro exerce e sua real necessidade -, uma análise do próprio transitar nas imediações da escola, problematizando a relação interpessoal como um todo; educar para os sinais desde cedo e não somente na época da habilitação veicular – humanizar o automóvel, para que se perceba, não somente de maneira teórica, que máquina está a serviço do homem e não contra ele.

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