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PROCESSO DO TRABALHO – Prof. Davidson Malacco

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO – Prof. Davidson Malacco Ferreira 
02/02/16 
Programa da Disciplina: 
Origens históricas, princípios e fontes do Direito Processual do Trabalho. Organização judiciária 
trabalhista. Ministério Público do Trabalho. Jurisdição e competência da Justiça do Trabalho. Ação, 
processo e procedimentalidade trabalhistas. Atos processuais, nulidades e prazos. Partes e 
procuradores. Intervenção de terceiros no processo do trabalho. Petição inicial. Audiência trabalhista. 
Resposta do réu. Meios probatórios. Encerramento da instrução. Sentença trabalhista. Custas, 
emolumentos e outras despesas processuais. Meios peculiares e impugnação. Teoria geral dos 
recursos. Recursos no processo do trabalho. Execução trabalhista. 
 
Bibliografia: 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 
2014. 
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 2014. 
ALMEIDA, Cleber Lúcio de. Direito processual do trabalho. 5. ed. rev., atual. e ampl. Belo Horizonte, 
MG: Del Rey, 2014. 
 
Avaliações: 
18/03. 1ª Prova. 25 pontos. Dissertativa, questões abertas. Teórica-explicativa (disserte sobre...). 
19/04. Avaliação Parcial. 20 pontos. [estudar muito] Prova de 1 minuto. 13 questões. Professor dita a 
pergunta e os alunos tem 1 minuto para responder. As respostas devem ser objetivas. 
17/05. 2ª Prova. 25 pontos. Dissertativa, questões abertas. Prática (solução de caso). 
Prova Global. 30 pontos. Questões objetivas. 
Prova Especial. Questões abertas. 
 
05/02/16 – faltei 
FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
 
Conhecer a estruturação da justiça do trabalho. Sua formação histórica. 
A justiça do trabalho tem papel fundamental, pois é uma justiça de distribuição de renda. Mesmo não 
tendo razão, o autor da demanda sempre terá algum benefício. 
 
A justiça do trabalho é paternalista. Mas isso não quer dizer que o reclamante sempre vai ganhar 
alguma vantagem. Essa ideia paternalista vem à tona porque a irregularidade trabalhista é muito 
comum em nosso cotidiano. Entre os direitos, o do trabalho é um dos mais desprestigiados em termos 
de cumprimento. Como há muito descumprimento, o normal é que os reclamantes tenham razão. Ex.: 
ficar sem pagar o FGTS, atrasar o pagamento. O descumprimento é uma característica do nosso estado 
democrático de direito. Então, quando você pega esse descumprimento, a justiça do trabalho 
normalmente dá a proteção. 
 
Acordos na justiça do trabalho. Muitas vezes o acordo para o empregador é a melhor resposta em face 
do descumprimento, sabendo que em uma condenação o valor será maior. 
 
A crítica do professor à conciliação trabalhista é com relação às pessoas que fazem a conciliação. Ex.: o 
autor faz uma petição inicial desonesta, sabendo que não tem direito naquilo que se pede. O réu que 
deixa a justiça do trabalho fazer o papel de homologação da rescisão de contrato (por causa de 
pagamento de verbas rescisórias). O juiz que força a conciliação não exerce bem o seu papel. 
 
A transação está baseada na reciprocidade (ganhos e perdas). Não se pode admitir renúncia (abrir 
mão do direito trabalhista). A verdadeira conciliação ocorre quando ambas as partes saem 
insatisfeitas. Se uma parte sair satisfeita, o autor recebeu mais do que deveria ou o réu pagou menos 
do que deveria, isso está errado. 
 
Conselho Permanente de Conciliação e Arbitragem – 1907 
A conciliação trabalhista não é apenas no aspecto jurídico e sim da formação histórica, pois a palavra 
sempre apareceu, foi enfatizada. Por isso, damos muita importância à conciliação: é um fato histórico. 
Antes da justiça do trabalho ser criada como órgão do poder judiciário, foi organizada de forma 
extrajudicial. 
Esses conselhos foram criados, mas não foram implementados. A ideia é importante, o conceito foi o 
primeiro a ser trazido. Embora, o conceito não tenha sido implementado, é importante destacar 
porque foi a primeira tentativa. Essa fase foi pouco expressiva do direito trabalhista (o Brasil havia 
saído da escravidão há pouco tempo). Não havia normatização trabalhista, então não havia conflito. 
 
Tribunais Rurais / SP – 1922 
Esses tribunais foram implementados para dirimir conflitos no meio rural. Essa segunda tentativa se 
justifica porque o país ainda era agroexportador, não havia indústria. Essa organização também era 
extrajudicial, não havia litigância. 
 
Comissões Mistas de Conciliação / Juntas de Conciliação e Julgamento – 1932 
Aqui já aparece melhor a justiça do trabalho. Mas, ainda de forma extrajudicial. 
Em 1932, instituem essas duas organizações: as comissões dirimiam conflitos coletivos (primeira ideia 
de sindicatos). As juntas ficavam com os conflitos individuais. 
Embora, extrajudicial, conseguimos evoluir um pouco mais em termos de estrutura. 
Em 1932, já havia legislação trabalhista. Foi o período em que mais se construiu norma trabalhista. 
Consequentemente, teremos mais conflitos. 
Um problema: como eram organizações extrajudiciais, um acordo feito e não cumprido, não gerava 
nenhuma consequência para quem o descumprisse. Por isso, muitas vezes, os acordos iam ser 
discutidos na justiça comum (que já existia na época). 
 
Constituição de 1934 
Foi a primeira previsão de criação da justiça do trabalho. Só a previsão. 
Criar uma justiça especializada no labor humano. 
Efetivamente, a criação da justiça do trabalho se deu em 1939. 
 
Decreto Lei 1237/39 
A justiça do trabalho foi efetivamente criada a partir desse decreto lei, em 1939. 
Getúlio Vargas é o pai da criação da CLT e da justiça do trabalho. 
Quando foi criada, a justiça do trabalho não foi criada como órgão do poder judiciário. Era uma 
organização judiciária ligada ao poder executivo, especificamente ao ministério do trabalho. Essa era a 
forma de Getúlio controlar a justiça do trabalho. 
Na época, a 1ª instancia chamava Juntas de Conciliação e Julgamento. Órgão era colegiado: juiz 
presidente (togado) e dois juízes classistas (leigos, nomeados politicamente, dentre os dirigentes 
sindicais – que representavam as classes sociais: empregados e empregadores/patronal). Hoje em dia 
não é mais colegiado é monocrático. 
A 2ª instancia eram os Conselhos Regionais do Trabalho. 
A 3ª instancia era o Conselho Nacional do Trabalho. 
 
CLT – 1943 
 
Constituição de 1946 
Essa constituição teve papel redemocratizante (fim do estado novo). Em termos trabalhistas, houve 
uma novidade: a partir de 1946, a justiça do trabalho passou a ser órgão do poder judiciário. A 
estrutura classista continuou durante um bom tempo (mesmo sendo resquício da fase autoritária). Ela 
se manteve por causa de uma questão política. 
 
CR/88 
Quando foi promulgada não conseguiu tirar a representação classista, a 1ª instancia ainda era 
colegiada. 
 
EC 24/99 
Somente nessa emenda constitucional é que se tirou a representação classista da justiça do trabalho. 
Consequentemente, acabaram as juntas e foram criadas as varas de trabalho. 
 
Estrutura Atual 
 
Varas do trabalho 1ª instância 
É uma fase pesada, de muito trabalho. Fazer audiência, prédio 
cheio, atrasos. 
Tribunal regional do trabalho 2ª instância Desembargadores 
Tribunal superior do trabalho 3ª instância Ministros 
 
09/02/16 – carnaval 
12/02/16 
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA TRABALHISTA 
 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST 
O TST tem um papel destacado e diferenciado, pois exerce duas funções essenciais: (1) ser o guardião 
da legislação trabalhista federal. Faz a última (e melhor) interpretação da lei. (2) exercer o papel de 
uniformização da jurisprudência trabalhista. 
O papel da jurisprudência.O papel das súmulas e orientações jurisprudenciais. 
O TST direciona a melhor interpretação do direito trabalhista aos tribunais inferiores. Indica qual 
tendência deve ser adotada (embora não seja vinculante). Jurisprudência vinculativa é somente do 
STF. 
 
O TST é composto por 27 Ministros escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos 
de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria 
absoluta do Senado Federal. 
 
Cumpre lembrar que, nos termos do § 1º do art. 111-A da CF, a lei disporá sobre a competência 
[funcional] do Tribunal Superior do Trabalho, o que, atualmente, é regulado pela Lei n. 7.701/88. 
 
Legislação regulamentar que deve ser conhecida por quem atua na justiça trabalhista: Lei n. 7.701/88 
[ler]; Regimento Interno. 
 
O TST é formado por organizações internas, com atribuições específicas. Dentre elas, vamos destacar 
as seguintes: 
a. O Tribunal Pleno é constituído pelos Ministros da Corte. Tem função mais administrativa do 
que judicante. É o órgão que aprova as súmulas do TST. A função judicante é pouco expressiva. 
b. As Turmas. São 8 turmas, com 3 Ministros cada. As Turmas julgam recursos repetitivos 
(recursos de revista) em decorrência de sua quantidade. Os recursos de maior simplicidade 
são julgados pelas Turmas. Fazem o trabalho mais operacional. 
c. SDI - Seção de Dissídios Individuais. Temos duas seções nessa categoria. São compostas por 13 
e 11 Ministros. Os casos de maior repercussão são julgados pela SDI. Porque são discutidos por 
mais pessoas (considerando que as turmas são compostas apenas por 3 ministros). Ex.: os 
embargos no TST. As decisões da SDI refletem o entendimento majoritário, por causa da 
quantidade de Ministros. 
d. SDC - Seção de Dissídios Coletivos. Trata de questões relacionadas ao sindicato, entes coletivos. 
O quórum para o seu funcionamento é de cinco Ministros. 
 
Entendimentos sumulados consolidados. 
Vem de precedentes repetitivos, aprovados pelo Pleno. 
Tanto SDI quanto SDC também possuem entendimentos consolidados: 
Orientação Jurisprudencial (OJ) emitida pela SDI. A OJ é um passo para se transformar em súmula 
(embora isso não seja uma regra). 
A SDC também tem seus entendimentos sumulados: Precedente Normativo (PN). 
http://www.tst.jus.br/sumulas 
http://www.tst.jus.br/ojs 
http://www.tst.jus.br/precedentes-normativos 
 
 
 
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO – TRT 
Atuam na fase recursal. Proferir novo julgamento em razão da insatisfação de alguma das partes. 
 
Compete ao TRT, originariamente, processar e julgar as ações de sua competência originária, tais como 
dissídios coletivos, mandados de segurança e ações rescisórias; em grau recursal, o TRT julga os 
recursos das decisões de Varas do Trabalho. [competência funcional] 
 
Compete aos Tribunais Regionais do Trabalho julgar os recursos ordinários interpostos em face das 
decisões das Varas e também, originariamente, as ações rescisórias, os dissídios coletivos e de greve, 
mandados de segurança impetrados em face de Juízes de Varas do Trabalho, entre outras ações 
previstas na lei e no seu Regimento Interno (ver art. 115, da CF). (Schiavi, p. 36) 
 
Eles têm competências originárias: mandado de segurança, ação rescisória, dissídio coletivo etc. O 
dissídio coletivo é proposto em um dos tribunais (seja TRT ou TST). Não se distribui em vara do 
trabalho. 
Os dissídios coletivos envolvem empresas e sindicatos, são de categoria. Nesse dissídio, temos 
categorias organizadas por município, estado ou federação. Cada categoria tem uma circunscrição 
territorial de representatividade. É isso que define aonde será distribuído o dissídio. 
 
Os TRT’s normalmente tem circunscrição de um estado federado. Nos termos do art. 674 da CLT, o 
território nacional é dividido em vinte e quatro Regiões. Atualmente, existem 24 TRTs. 4 estados não 
possuem TRT: Tocantins, Acre, Roraima e Amapá. As questões de recursos destes serão julgadas pelos 
Tribunais de estados vizinhos. O TRT de Minas Gerais é da 3ª região. 
São Paulo, em função da grande demanda, tem dois TRT’s (Capital/Região metropolitana 2ª + 
Campinas 15ª). 
Se o conflito de categoria estiver organizado em mais de um estado federado, o dissídio será ajuizado 
no TST. Ex.: o bancário. Exceção: no estado de SP, como tem 2 tribunais, ajuíza na 2ª região (não no 
TST). 
 
Quanto mais desenvolvido é o estado, mais 
demandas trabalhistas ele tem. 
Consequentemente, isso reflete no tamanho do 
TRT. SP e RJ são os maiores. Campinas tem o 
mesmo tamanho de MG. No Maranhão, tem 
apenas 8 desembargadores. A demanda é 
pequena porque o conflito não chega na 
instância de discussão. 
Estados do sudeste e sul têm muitas demandas. 
À medida que sobe para nordeste, centro oeste e 
norte, as demandas caem demais. 
 
Os juízes dos TRTs, atualmente denominados 
“Desembargadores do Trabalho” (Resolução 
CSJT n. 104/2012). 
De acordo com o art. 115 da CF, com redação 
dada pela EC n. 45/2004, os Tribunais Regionais 
do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete 
juízes. 
Compete aos Tribunais Regionais elaborar seu 
próprio Regimento Interno. 
 
VARAS DO TRABALHO 
As Varas do Trabalho são órgãos da primeira instância da Justiça do Trabalho. A jurisdição da Vara do 
Trabalho é local, pois abrange, geralmente, um ou alguns municípios. Cabe à lei fixar a competência 
territorial das Varas do Trabalho. 
 
Compete às Varas do Trabalho, em linhas gerais, processar e julgar as ações oriundas das relações de 
trabalho (CF, art. 114, I a IX) e aquelas que, por exclusão, não sejam da competência originária dos 
tribunais trabalhistas. [competência funcional] 
 
Função precípua: julgar os dissídios individuais (entre empregado e empregador). Esse é o grande foco 
das varas. Onde se percebe a discussão fática, jurídica, pois é a fase de acertamento de direito. 
 
CLT. Art. 668 - Nas localidades não compreendidas na jurisdição das Juntas de Conciliação e 
Julgamento, os Juízos de Direito são os órgãos de administração da Justiça do Trabalho, com a 
jurisdição que lhes for determinada pela lei de organização judiciária local. No caso de inexistência de 
jurisdição trabalhista em determinada localidade, o juiz de direito responde também pela demanda 
trabalhista, se a lei de organização judiciária autorizar. Essa situação é mais comum nos estados com 
menos demanda. 
 
Desse modo, nas localidades em que não há Varas do Trabalho, o Juiz de Direito acumula a jurisdição 
trabalhista. Das decisões proferidas pelo Juiz de Direito em causas trabalhistas, caberá recurso 
ordinário para o Tribunal Regional do Trabalho do Estado. Schiavi, p. 35. 
 
Em cada unidade judiciária de 1ª instância atuam um “Juiz Titular de Vara do Trabalho” e um “Juiz do 
Trabalho Substituto”. 
 
 
 
16/02/16 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO 
Embora não faça parte da organização judiciária, ele é incluído porque é um ator importante no 
cenário trabalhista. 
Legislação: Lei Complementar 75/93: lei orgânica do ministério público da união. A partir do art. 83. 
 
Papel fundamental do Ministério Público do Trabalho: CR/88. Art. 127. O Ministério Público é 
instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem 
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
O Ministério Público do Trabalho não tem uma ação judicante muito grande. Tem uma função mais 
estratégica porque tem que filtrar as demandas que vai atuar, tem que ter o interesse público 
suficiente para sua interveniência. 
 
Conceito: O Ministério Público é instituição permanente, essencialà função jurisdicional do Estado, 
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e 
individuais indisponíveis, sendo uma instituição autônoma e permanente. Schiavi, p. 94. 
 
Níveis de atuação do Ministério Público do Trabalho: 
Procuradores do Trabalho (atuação é operacional também, mais em termos de estratégia do que 
judicante). Ele é auxiliado pelo Auditor Fiscal do Trabalho (que faz o trabalho mais operacional, faz 
diligências). 
Procuradores Regionais do Trabalho (atuam em causas de maior repercussão). 
Subprocuradores-Gerais do Trabalho (atuam em causas de maior repercussão). 
 
Conforme o art. 86 da LC 75/93, a carreira do Ministério Público do Trabalho será constituída pelos 
cargos de Subprocurador-Geral do Trabalho, Procurador Regional do Trabalho e Procurador do 
Trabalho. O cargo inicial da carreira é o de Procurador do Trabalho e o do último nível o de 
Subprocurador- Geral do Trabalho. Schiavi, p. 93. 
 
Em todas as procuradorias do Ministério Público do trabalho: existem grupos de trabalho contra 
combate ao trabalho escravo, trabalho infantil, às fraudes de terceirização, entre outros. 
 
Composição: CR/88. Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze 
membros. 
 
Atuação Extrajudicial e Judicial: ambas as atuações são importantes. Mas, é preciso levar em 
consideração que a questão extrajudicial seria mais interessantes pelo fato de ser conciliatória. Ocorre 
que o perfil do brasileiro é ser contencioso. O que mais temos são demandas repetitivas individuais. 
Extrajudicial: inquérito civil e procedimentos administrativos (tem o mesmo sentido de coletar provas, 
para uma futura ação ou para resolver de forma extrajudicial). O objetivo dos procedimentos 
administrativos e inquérito civil é a assinatura do TAC: termo de ajustamento de conduta. 
 
O TAC não é brincadeira, é um título executivo extrajudicial. As multas fixadas são altíssimas. É o 
compromisso mais importante firmado para regularizar as questões trabalhistas. Essa solução é mais 
positiva porque outra forma de resolver são as demandas individuais. 
O sentido da ação extrajudicial é acabar com a controvérsia. 
 
Se essa atuação extrajudicial não for suficiente, existem as opções judiciais: através da ação civil 
pública (Lei 7347/85). Aqui não tem dúvida, o conflito é selecionado, mas não tem repercussão para a 
classe, pois se resolve individualmente. A não ser que a ação ajuizada seja coletiva (pouco comum, pois 
nem todos os empregadores vão para a justiça). Outra atuação é através da ação anulatória de cláusula 
convencional. Toda negociação coletiva tem limites, não pode negociar qualquer coisa. Se alguma 
cláusula infringir os direitos trabalhistas, O MPT ajuíza essa ação. Por último, é o dissídio coletivo de 
greve em atividade essencial (art. 114, §3, CR/88). 
 
O sindicato também pode atuar na tutela coletiva, pois defende uma categoria específica. 
 
FORMAS DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO 
São duas as formas básicas de atuação do Ministério Público do Trabalho: judicial e extrajudicial. A 
atuação judicial, é óbvio, resulta da sua participação nos processos judiciais, seja como parte, autora ou 
ré, seja como fiscal da lei. Já a atuação extrajudicial ocorre, via de regra, no âmbito administrativo, mas 
pode converter-se em atuação judicial. 
Frise-se que os arts. 127 e 129 da CF fornecem-nos exemplos gerais das duas formas de atuação 
ministerial, na medida em que ofertam a todos os ramos do MP instrumentos de atuação extrajudicial, 
como o inquérito civil, e judicial, como a ação civil pública. 
 
A atuação extrajudicial do Ministério Público do Trabalho, como órgão estatal que é, ocorre na esfera 
administrativa. O inquérito civil (IC) constitui uma função privativa do Ministério Público, na defesa do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros direitos ou interesses metaindividuais. 
O objeto do IC reside na colheita de elementos que poderão formar o convencimento do órgão 
ministerial acerca de eventuais lesões perpetradas a interesses difusos, coletivos ou individuais 
homogêneos e, verificada a existência de tais lesões, empolgar a promoção de ACP em defesa desses 
interesses. 
Se o órgão ministerial se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil, 
promoverá, fundamentadamente, o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças 
informativas. 
 
Principais áreas de atuação institucional do MPT em defesa da ordem jurídico-trabalhista 
O MPT tem priorizado algumas áreas de atuação institucional em defesa da ordem jurídico-trabalhista: 
a) erradicação do trabalho infantil e regularização do trabalho do adolescente, tendo sido criada, em 
novembro de 2000, a Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho Infantil e do 
Adolescente; b) combate a todas as formas de discriminação no trabalho, em especial, as de raça e 
gênero, sendo também implementada a inserção da pessoa portadora de deficiência no mercado de 
trabalho; c) erradicação do trabalho escravo ou forçado e regularização do trabalho indígena; d) 
regularização das relações de trabalho, por meio de audiências públicas que visam orientar a 
sociedade e os administradores públicos para inúmeras temáticas, como o verdadeiro cooperativismo 
e a exigência constitucional do concurso público; e) defesa do meio ambiente do trabalho, mormente 
na área de segurança e medicina do trabalho. 
Para operacionalizar essas metas institucionais, o MPT utiliza diversos instrumentos institucionais, 
como o inquérito civil, a mediação, a arbitragem, a audiência pública, a ação civil pública, o dissídio 
coletivo de greve, a ação anulatória de cláusulas de convenção de acordo coletivo de trabalho etc. 
19/02/16 
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA TRABALHISTA 
 
Jurisdição Contenciosa Trabalhista 
Diante da multiplicidade de conflitos na sociedade, alguns critérios tiveram de ser criados para que 
esses conflitos fossem distribuídos uniformemente aos juízes. Assim, a jurisdição poderia atuar com 
maior efetividade e também propiciar ao jurisdicionado acesso mais célere e efetivo à jurisdição. Por 
isso, criou-se o critério de distribuição da jurisdição entre os diversos juízes, que é a competência. 
Schiavi, p. 42. 
 
Quando o Estado assume o papel de único a prestar a tutela jurisdicional, ele precisa se estruturar para 
isso. Em termos trabalhistas, a jurisdição não é voluntária. Sempre será contenciosa, ou seja, lide. Para 
ganhar eficácia, a jurisdição é dividida em competência, para dar conta de atender todas as demandas. 
 
A EC45/2004 foi decisiva na alteração da competência trabalhista. 
 
A jurisdição tem íntima relação com a competência. Tradicionalmente, fala-se que a competência é a 
medida da jurisdição de cada órgão judicial. É a competência que legitima o exercício do poder 
jurisdicional. Com razão, Marcelo Abelha Rodrigues, ao afirmar que “todo juiz competente possui 
jurisdição, mas nem todo juiz que possui jurisdição possui competência”. É, pois, do exame dessa 
medida da jurisdição que se saberá qual órgão judicial é competente para julgar determinada causa. 
Com base na teoria geral do direito processual, é possível formular inúmeros critérios para determinar 
a competência. Tais critérios levam em conta a matéria, a qualidade das partes, a função, a hierarquia 
do órgão julgador, o lugar e o valor da causa. 
 
Daí o uso corrente das expressões que designam a competência em razão da matéria (ratione 
materiae), em razão das pessoas (ratione personae), em razão da função e da hierarquia, em razão do 
território (ratione loci) e das chamadas causas de alçada (em razão do valor dacausa). Esses critérios 
podem ser trasladados para os domínios do direito processual do trabalho, desde que observadas 
algumas peculiaridades desse setor especializado da árvore jurídica. 
 
Competência 
Critérios: Vamos fazer o estudo de cada um deles. A primeira coisa quando se pensa em ação 
trabalhista é definir a competência. 
 Territorial (em razão do lugar) 
 Funcional 
 Pessoa 
 Matéria (* a mais destacada) 
 
As duas primeiras (territorial e funcional) são regulamentas por lei infraconstitucional. 
Consequentemente as outras duas (pessoa e matéria) estão definidas pela Constituição (art. 114, 
CR/88). 
As competências em razão da função e em razão do território dos órgãos da Justiça do Trabalho são 
fixadas pela lei, e não pela CF. É o que diz o art. 113 da própria CF (com nova redação dada pela EC n. 
24/1999), que remete à lei a tarefa de regular “a constituição, investidura, jurisdição, competência, 
garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho”. A lei em questão é da 
competência privativa da União (CF, art. 22, I), por meio do Congresso Nacional, ou seja, trata-se de lei 
federal, pois os Estados e os Municípios não têm competência para legislar sobre direito processual 
(inclusive o do trabalho), os que os impede juridicamente de regulamentar o art. 113 da CF. 
 
Competência absoluta e relativa: três dos critérios são competências absolutas (funcional, pessoa e 
matéria) e a competência relativa (territorial). As repercussões são conhecidas. Quando for relativa, 
pode haver prorrogação da competência. Arguição não é de oficio, é da parte. A competência absoluta é 
matéria de ordem pública, pode ser decretada de ofício. A competência absoluta é arguida em 
preliminar de contestação. 
 
O novo CPC tem aplicação subsidiária no processo trabalhista. Além disso, tem que ter 
compatibilidade. Tem que saber se a regra é compatível com a estrutura processual trabalhista. 
CLT. Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito 
processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste Título. 
 
O primeiro requisito da petição inicial é a designação do juízo, que passa pelos quatro critérios de 
definição de competência: é matéria trabalhista? As pessoas envolvidas na relação jurídica processual 
podem demandar ou serem demandadas? Qual órgão da justiça do trabalho vai julgar? (vara, trt ou 
tst). Qual jurisdição territorial vai julgar? 
 
Reclamante (autor) / Reclamado (réu) 
 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
 
A competência em razão do lugar (ratione loci), também chamada de competência territorial, é 
determinada com base na circunscrição geográfica sobre a qual atua o órgão jurisdicional. Geralmente, 
a competência ratione loci é atribuída às Varas do Trabalho, que são os órgãos de primeira instância da 
Justiça do Trabalho. A competência territorial das Varas do Trabalho é determinada por lei federal. 
Cumpre ressaltar, no entanto, que os Tribunais Regionais do Trabalho têm competência para 
processar e julgar as causas trabalhistas, originariamente(ex.: dissídio coletivo) ou em grau de recurso 
(ex.: recurso ordinário), dentro do espaço geográfico, normalmente correspondente a um Estado da 
Federação. Vale dizer, o TRT tem competência territorial limitada a determinada região, que, 
geralmente, coincide com a área de um Estado. 
Na mesma linha, o TST possui competência territorial para processar e julgar, originariamente, os 
dissídios coletivos que extrapolem a área geográfica de uma região (ou melhor, ultrapassem a área 
territorial sob a jurisdição de um Tribunal Regional do Trabalho) e, em grau recursal, as decisões dos 
TRTs nos dissídios individuais ou coletivos. Numa palavra, o TST possui competência ratione loci sobre 
todo o território brasileiro. 
O regramento da competência em razão do lugar tem previsão expressa na CLT (art. 651), não 
cabendo, pois, em princípio, a aplicação subsidiária do CPC. Trata-se, portanto, de competência relativa 
e somente pode ser arguida por meio de exceção. Logo, não pode ser declarada de ofício (STJ, Súmula 
33; TST/SBDI-2 OJ 149). Tem-se admitido, em homenagem ao princípio da simplicidade que informa o 
processo do trabalho – embora tecnicamente não seja a forma correta – a arguição da incompetência 
territorial como preliminar da contestação. 
 
A competência territorial é relativa, pois está prevista no interesse da parte. Portanto, o Juiz não pode 
conhecê-la de ofício. Caso não impugnada pelo reclamado no prazo da resposta (exceção de 
incompetência em razão do lugar — arts. 799 e seguintes da CLT), prorroga-se a competência (ver art. 
651 da CLT). Schiavi, p. 63. 
 
A competência territorial das Varas do Trabalho pode ser classificada: 
a) quanto ao local da prestação do serviço; 
b) quando se tratar de empregado agente ou viajante comercial; 
c) de empregado brasileiro que trabalhe no estrangeiro; ou 
d) de empresa que promova atividade fora do lugar da celebração do contrato. 
 
Art. 651, CLT. - A competência da Junta de Conciliação e Julgamento Vara de Trabalho é determinada 
pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda 
que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Regra geral: a vara competente é a do local 
de prestação de serviço. A Vara da localidade aonde o trabalhador prestou o seu serviço. Mesmo 
quando o empregado for o reclamado (réu). Mesmo que tenha sido contratado em outra localidade. 
Ex.: Foi contratado em São Paulo, mas prestou serviço em BH. A vara competente será a de BH. 
Quando se estabeleceu o local de prestação de serviço como regra da competência territorial 
trabalhista o objetivo foi facilitar a captação da prova. Se o serviço foi prestado em BH, a prova da lide 
está aqui e isso facilita a captação, por isso a competência territorial é a do local onde o serviço foi 
prestado. 
A jurisprudência trabalhista tem também noticiado outro argumento para fixar a vara no local da 
prestação de serviço: facilitar o acesso ao judiciário. Ao fazer isso, você também facilita a própria 
prestação jurisdicional. É mais difícil você ter que sair do interior para fazer a audiência na capital ou 
outro Estado. A jurisprudência é mais flexível, considerando o domicílio do empregado. É uma exceção 
à regra geral, mas que tem como objetivo facilitar o acesso do sujeito ao judiciário. É uma tendência 
jurisprudencial. 
 
A regra prevista no art. 651, caput, da CLT visa à facilitação da instrução processual, pois as provas, 
especialmente a testemunhal, são, em regra, encontradas no local da prestação do serviço. Vale dizer, a 
norma foi pensada para facilitar o acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho, mormente pelo fato de 
que naquele tempo (meados do século XX) era bastante precário o sistema de transportes para 
deslocamento territorial de trabalhadores no âmbito intermunicipal e interestadual. 
Assim, de acordo com a interpretação literal do preceptivo em causa, a ação trabalhista deve ser 
ajuizada no local em que o empregado prestou serviços ao empregador, ainda que tenha sido 
contratado em outra localidade ou em outro país. Exemplo: se o empregado A é contratado pela 
empresa B em Vitória (ES), mas vai prestar serviços no Rio de Janeiro (RJ), terá competência territorial 
para processar e julgar eventual ação trabalhista uma das Varas do Trabalho do local da prestação do 
serviço, in casu, Rio de Janeiro (RJ). 
Todavia, a interpretação literal do art. 651, caput, da CLT pode não ser a mais justa no exame do caso 
concreto, cabendo ao intérprete buscar o real sentido e finalidade precípua na citada regra, levando 
sempre em conta os seus finssociais e a promoção da justiça. 
Com efeito, dispõe o art. 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Lei n. 12.376/2010): 
“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. 
É dizer, o juiz poderá valer-se das interpretações sistemática e teleológica que o orientarão no sentido 
de fixar a sua competência territorial considerando a questão da (in)suficiência econômica do 
trabalhador e a facilitação do seu acesso à Justiça Laboral. 
Nesse passo, a fixação da competência territorial prevista no art. 651 da CLT há de ser interpretada de 
modo a conferir a máxima efetividade aos princípios constitucionais que informam o nosso 
ordenamento jurídico, tais como os princípios fundamentais do valor social do trabalho e da dignidade 
da pessoa humana (CF, art. 1º, III e IV), bem como os princípios processuais constitucionais da 
inafastabilidade do acesso ao Poder Judiciário nos casos de lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5º, 
XXXV), do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV) e da razoável duração do processo (CF, art. 5º, 
LXXVIII). 
A interpretação e aplicação das disposições do art. 651, caput, da CLT, portanto, deve ter por escopo 
facilitar ao litigante economicamente fraco o ingresso em juízo em condições que lhe propiciem buscar 
judicialmente seus direitos, desde que isso não implique prejuízo ao direito de ampla defesa do 
demandado, o que exige o exame do caso concreto submetido à cognição judicial. 
Nestes termos, se o trabalhador que tenha sido contratado e prestado serviço em outra localidade 
diversa ajuizar ação trabalhista no foro do seu domicílio, afirmando na petição inicial que não tem 
condições econômicas de se deslocar até o local da celebração do contrato ou da prestação do serviço 
(art. 651, caput, da CLT), o juiz, caso o reclamado apresente exceção de incompetência, deverá, 
considerando a verossimilhança da afirmação do reclamante, interpretar tal regra conforme a 
Constituição (art. 1º, III e IV; art. 5º, LV e LXXVIII) e rejeitar a exceção. 
 
Especificidades 
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da 
localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na 
falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais 
próxima. 
Regra sucessiva: 
1. Local aonde a empresa tenha agência/filial, além disso, o empregado tem que estar subordinado a 
esta agência/filial. São duas variáveis que devem ser observadas conjuntas. 
2. Local do domicílio do trabalhador; ou localidade mais próxima (porque pode ser que no domicílio 
não tenha vara de trabalho). 
 
Como já ressalvamos no item 2.4.1 supra, o § 1º do art. 651 da CLT também comporta interpretação 
sistemática, teleológica ou conforme a Constituição, no sentido de assegurar a máxima efetividade do 
direito fundamental de acesso ao Poder Judiciário. 
Destarte, o empregado agente ou viajante comercial terá a opção de propor a ação trabalhista: 
• no foro da Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial “e a esta o empregado esteja 
subordinado”, isto é, no domicílio do réu (reclamado) para quem se encontra, de fato, prestando 
serviços (o que supõe a facilitação da viagem até o local); ou 
• no foro da Vara do seu domicílio ou da localidade mais próxima, desde que declare na petição inicial 
que não possui condições econômicas de deslocamento até a agência ou filial da empresa reclamada. 
 
Embora o § 1º do art. 651 da CLT diga que a competência será da filial e, na falta, do domicílio do 
empregado ou da localidade mais próxima, pensamos que a finalidade teleológica da lei seja facilitar o 
acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho, e a presente regra fora idealizada em benefício do 
trabalhador. Portanto, a interpretação não pode ser literal, mas, sim, teleológica. Schiavi, p. 64. 
 
§ 2º - A competência das Varas de Trabalho Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste 
artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado 
seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. Não há tanta aplicabilidade. 
É a situação do sujeito que é contratado no Brasil, pra exercer atividade no estrangeiro. A lide vai ser 
ajuizada no Brasil. Mas como a competência é relativa, o sujeito pode optar por ajuizar lá no 
estrangeiro também. A regra possibilitou que o sujeito que é brasileiro, ajuíze a ação aqui. 
Normalmente, quando o cara é dispensado, ele costuma voltar para o Brasil. Se não tivesse esse 
parágrafo, ele teria que obrigatoriamente ajuizar a ação no estrangeiro. Isso dificultaria muito. 
 
O processo utiliza as regras processuais brasileiras. Mas, e o direito material? Se brasileiro ou 
argentino? Duas questões: uma súmula (207, TST, que foi cancelada) que estabelece uma regra: lei do 
local da execução do contrato. Significa que em uma controvérsia, a lei que vai reger/regular essa 
relação é a lei do local da execução do contrato. Aonde o contrato foi executado. No nosso exemplo, se 
o contrato foi executado na Argentina, a lei material considerada é a da Argentina. Tem que conhecer a 
legislação estrangeira. Por isso, existe intérprete. 
 
Regras para utilizar esse dispositivo: desde que o empregado seja estrangeiro e que não haja 
convenção internacional específica. 
 
Em termos de aplicação majoritária: se a execução do contrato foi no estrangeiro, é a lei do estrangeiro 
que será utilizada na lide (o direito material). Mas, o processo será o trabalhista brasileiro (as regras 
processuais brasileiras). 
 
Não obstante, é preciso destacar que o ordenamento jurídico brasileiro estabelece dois critérios para 
solução de conflitos de leis trabalhistas no espaço: um de direito material e outro de direito 
processual. Quanto ao critério de direito processual, atribui à Justiça do Trabalho a competência 
territorial para processar e julgar ação trabalhista proposta por brasileiro que tenha trabalhado em 
agência ou filial no estrangeiro. No que concerne ao critério de direito material, estabelece que a 
relação de emprego será regida segundo a lei do país em que o serviço tenha sido ou esteja sendo 
prestado. 
Pouco importa se a empresa é brasileira ou estrangeira, pois o critério específico adotado pelo art. 
651, § 2º, da CLT diz respeito ao empregado brasileiro, nato ou naturalizado, que prestar serviços no 
estrangeiro e desde que não exista tratado internacional fixando outro critério de competência. 
Salienta Marcelo Moura que o texto normativo em questão estabelece regra de competência 
concorrente, porquanto permite que a ação seja proposta no estrangeiro caso exista tal previsão em 
Convenção Internacional ratificada pelo Brasil. 
Quanto à Vara do Trabalho competente para julgar a ação, alguns entendem que será a da sede ou filial 
da empresa no Brasil ou do local da contratação antes de o empregado ir para o exterior. 
Se a empresa não tiver sede ou filial no Brasil, Sergio Pinto Martins sustenta que “haverá a 
impossibilidade da propositura da ação, pois não será possível sujeitá-la à decisão de nossos 
tribunais”. 
 
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato 
de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou 
no da prestação dos respectivos serviços. 
A empresa que promove atividades fora do local de contratação. Nesse caso, o empregado tem uma 
faculdade. A norma faculta a: ajuizar no foro da contratação ou no foro da prestação de serviços. A 
regra tem que ser usada de forma inteligente, para facilitar captaçãoda prova. Ex.: você foi contratado 
no RJ, mas prestou serviço em BH. Como as provas estão em BH, seria mais inteligente ajuizar ação 
aqui. Se for no RJ, vai ter que utilizar carta precatória. 
 
Alguns autores interpretam restritivamente a expressão “empregador que promova realização de 
atividades fora do lugar do contrato de trabalho” como sendo a hipótese do empregador que 
desenvolve suas atividades em lugares incertos, transitórios ou eventuais, tal como ocorre, por 
exemplo, com empresa construtora de pontes, com sede em uma localidade e que promove 
construções em outras localidades, porquanto seria natural que contratasse empregados por 
determinado período, longo ou não, para cada nova construção. Adverte Décio Sebastião Daidone que 
não se enquadraria na moldura deste parágrafo a hipótese do empregado de instituição bancária que 
possui várias agências, cada qual com pessoal próprio. 
Parece-nos, no entanto, que a interpretação teleológica do § 3º do art. 651 da CLT autoriza uma opção 
legal para o empregado de empresa que realiza atividades em locais diversos da contratação do 
obreiro, pouco importando se a título permanente ou esporádico, ajuizar a ação no foro do lugar da 
contratação ou no da prestação de serviço. 
Ademais, deve-se analisar a questão sob a perspectiva do alargamento do acesso à Justiça e, sobretudo, 
enaltecendo o princípio da economia processual, máxime quando não há prejuízo para a defesa. 
 
 
23/02/16 
COMPETÊNCIA FUNCIONAL 
 
Essa competência remete à organização da justiça do trabalho. Competência funcional é a definição 
das atribuições dos órgãos que compõe a justiça do trabalho. 
 
A competência funcional (ou em razão da função) é fixada em virtude de certas atribuições especiais 
conferidas aos órgãos judiciais em determinados processos. Nos termos do art. 93 do CPC, aplicado 
analogicamente ao processo do trabalho, a competência funcional dos tribunais é regida pela 
Constituição, pelas leis processuais e pelos regimentos internos, enquanto a dos juízes de primeiro 
grau é disciplinada na própria legislação processual trabalhista (especialmente, a CLT) e, 
subsidiariamente, pelo CPC. 
A competência funcional pode ser vertical (hierárquica ou por graus), fixada com base no sistema 
hierarquizado de distribuição de competências entre os diversos órgãos judiciais, ou horizontal, 
atribuída aos órgãos judiciais do mesmo grau de jurisdição. 
As competências recursais são competências funcionais verticais, portanto o critério adotado é o 
hierárquico. 
São competências funcionais horizontais as fixadas para execução da sentença (CLT, art. 877) e 
concessão de medidas liminares (CLT, art. 659, IX e X). A distribuição por dependência prevista no art. 
253, II, do CPC é um caso de competência funcional horizontal fixado por prevenção do juízo perante o 
qual fora proposta a demanda anterior e julgada extinta sem resolução do mérito. 
A competência prevista para o juízo do local do dano nas ações civis públicas (Lei n. 7.347/1985, art. 
2º) é, a um só tempo, funcional (horizontal) e territorial. 
Tomando-se por base os órgãos que compõem a Justiça do Trabalho, podemos dizer que há 
competência funcional das Varas do Trabalho, dos Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal 
Superior do Trabalho. 
 
Quais são as atribuições através da legislação. 
Órgão Lei Específica 
TST Lei 7701/88. Lei federal que descreve as atribuições e os órgãos que o compõe. 
TRT Regimento Interno. As definições sobre a organização interna é feita por cada tribunal em seu 
regimento. 
Arts. 678 ss. CLT. Capítulo específico que trata dos tribunais regionais. 
A maior competência é a recursal. Mas, em termos de especificidade (ação específica trabalhista) é o 
dissidio coletivo. 
Vara do Trabalho Art. 652 e 653, CLT. Função principal: julgar dissídios individuais. Outras duas funcionalidades 
que merecem destaque: demanda do pequeno empreiteiro, operário ou artificie; o estivador, 
trabalhador portuário. 
 
Competência funcional do Tribunal Superior do Trabalho 
O TST tem por principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista. 
A competência do TST está disciplinada pela Lei n. 7.701, de 21 de dezembro de 1988, e pela 
Resolução Administrativa n. 1.295/2008 (DJU 9-5-2008), que instituiu o Regimento Interno do 
Tribunal Superior do Trabalho – RITST. 
Compete, pois, ao TST, nos termos do art. 67 do seu Regimento Interno, processar, conciliar e julgar, na 
forma da lei, em grau originário ou recursal ordinário ou extraordinário, as demandas individuais e os 
dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais, os conflitos de direito sindical, 
assim como outras controvérsias decorrentes de relação de trabalho, e os litígios relativos ao 
cumprimento de suas próprias decisões, de laudos arbitrais e de convenções e acordos coletivos. 
Para racionalizar sua atuação e tornar mais eficiente a prestação jurisdicional, o TST, no âmbito da sua 
autonomia, encontra-se dividido em: Tribunal Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada de Dissídios 
Coletivos e Seção Especializada de Dissídios Individuais, subdividida em duas Subseções, e oito 
Turmas. 
 
Competência funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho 
A competência funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho, quando dividido em Grupos de Turmas, 
deverá observar o disposto no art. 6º da Lei n. 7.701/88 e o respectivo Regimento Interno, ou seja, um 
Grupo de Turma, necessariamente, terá competência para apreciar e julgar os dissídios coletivos. 
Nem todos os TRTs possuem Grupos de Turmas. Alguns funcionam apenas com o Pleno; outros, com 
Pleno e Turmas. 
Quando não divididos em Turmas, diz o art. 679 da CLT que aos Tribunais Regionais compete o 
julgamento das matérias a que se refere o art. 678, exceto a de que trata o inciso l da alínea c do item 1, 
bem como os conflitos de competência entre Turmas. 
A competência funcional dos Presidentes dos TRTs está prevista no art. 682 da CLT, com as alterações 
introduzidas pela EC n. 24/99. 
 
Competência funcional das Varas do Trabalho 
A competência funcional das Varas do Trabalho está prevista no art. 652 e 653 da CLT. 
É importante ressaltar que, em decorrência da EC n. 24/99, a competência privativa do “Juiz 
Presidente” deixou de ter importância prática, pois, atualmente, compete funcionalmente ao Juiz 
Titular (ou ao juiz substituto em exercício na Vara do Trabalho)... 
Finalmente, compete, funcionalmente, à Vara do Trabalho do local onde ocorreu lesão ou ameaça a 
interesses ou direitos metaindividuais (difusos, coletivos ou individuais homogêneos) processar e 
julgar ação civil pública promovida pelo Ministério Público do Trabalho – MPT ou associação sindical, 
por força do art. 83, III, da Lei Complementar n. 75/93, combinado com o art. 2º da Lei n. 7.347/85 e o 
art. 93 da Lei n. 8.078/90. 
Com o advento da EC n. 45/2004, que deu nova redação ao art. 114 da CF, as Varas do Trabalho 
passaram a ser competentes para “processar e julgar” (houve supressão do verbo “conciliar”, que 
constava da redação original do preceptivo em causa). 
A nosso ver, o procedimento trabalhista continua inalterado, pelo menos até que sobrevenha a tão 
prometida “Reforma do Processo do Trabalho”. De modo que, por enquanto, compete às Varas do 
Trabalho “conciliar, processar e julgar”. Até porque o princípio da conciliação sempre foi peculiar ao 
processo do trabalho. 
Funcionalmente, pois, a leitura do art. 114 da CF permite-nos dizer que compete às Varas do Trabalho 
conciliar, processar e julgar as ações. 
 
Função principal das Varas de Trabalho: julgar dissídios individuais. Outras duas funcionalidades que 
merecem destaque: (1) demanda do pequeno empreiteiro,operário ou artificie. A empreitada como 
um todo é a pessoa física, autônoma, que realiza uma obra específica para um tomador de serviços. A 
relação é jurídica civil (não trabalhista), regida pelo contrato. Mas, se houver demanda, ela será julgada 
na justiça do trabalho. Entretanto, o direito invocado será o civil (o contratual). 
(2) Trabalhador avulso (estivador, trabalhador portuário). Tem um órgão gestão de mão de obra (que 
funciona como sindicato). A relação trabalhista é triangular: trabalhador, tomador de serviços e o 
órgão gestor. Não é uma relação típica de emprego, mas tem caráter trabalhista. Se houver lide, a 
demanda será processada na justiça do trabalho. O direito material é equivalente ao direito do 
trabalho, pois a Constituição o equiparou ao trabalhador urbano e rural. 
 
COMPETÊNCIA EM RELAÇÃO À PESSOA 
 
PESSOA: quem pode demandar e serem demandas na justiça do trabalho. Tradicionalmente, o 
empregado e o empregador já demandavam. A partir da EC45, houve um acréscimo/avanço: inserir o 
trabalhador que não tem vínculo de emprego e o seu tomador de serviços. A competência em relação à 
pessoa é uma repercussão em relação à elasticidade da matéria, que agora também pode ser 
demandada na justiça federal. 
 
A EC45 elasteceu a demanda processual para esse trabalhador (que não tem vínculo empregatício). 
Antes, era discutida na justiça comum. Agora é discutida na justiça do trabalho. Reconheceu que esse 
trabalhador também tem crédito alimentar. 
O trabalhador autônomo não teve equiparação ao direito material, somente do processual. Mas, não 
são todos os trabalhadores autônomos, vai depende muito da relação jurídica estabelecida. 
 
A competência em razão das pessoas é fixada em virtude da qualidade da parte que figura na relação 
jurídica processual. 
Problematizando: quem são as pessoas que podem demandar na Justiça do Trabalho? 
Para enfrentar tal questão, optamos por conceituar os trabalhadores tutelados pelo direito material do 
trabalho, ou seja, aqueles que são alcançados pela expressão “trabalhadores”, contida no art. 7º, caput, 
da CF. 
Em seguida, veremos quais as demais espécies de trabalhadores que também estão autorizados a 
demandar na Justiça Especializada. 
Além disso, por força do art. 114 da CF, com redação dada pela EC n. 45/2004, será competente a 
Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações em que figurarem como parte: 
 
Trabalhadores que podem demandar na Justiça do Trabalho 
Trabalhador, em sentido amplo, é toda pessoa física que utiliza sua energia pessoal em proveito 
próprio ou alheio, visando um resultado determinado, econômico ou não. Convém dizer, desde logo, 
que nem todo trabalhador é empregado, mas todo empregado é trabalhador. 
Trabalhadores subordinados típicos são o empregado urbano e o empregado rural. 
São trabalhadores subordinados atípicos o eventual, o avulso, o temporário, o doméstico e o servidor 
público investido em cargo público, de provimento efetivo ou em comissão, bem como o servidor 
contratado a título temporário (CF, art. 37, IX). 
Convém advertir que, à luz do nosso ordenamento jurídico vigente, os trabalhadores autônomos não 
gozam de proteção do direito do trabalho, mas as relações de trabalho que mantêm com os respectivos 
tomadores do serviço por eles prestados podem ser processadas e julgadas pela Justiça do Trabalho. 
O trabalhador eventual e o servidor público investido em cargo público (estatutário), de provimento 
efetivo ou em comissão, embora subordinados, também estão excluídos da proteção do direito 
material do trabalho; contudo, a Justiça do Trabalho passou a ser, por força da EC n. 45/2004, 
competente para processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho entre eles e os 
respectivos tomadores de seus serviços. 
O doméstico e o temporário são trabalhadores subordinados sob tutela especial, isto é, não são 
destinatários de grande parte dos direitos trabalhistas outorgados ao empregado comum. Todavia, 
ambos já podiam demandar na Justiça do Trabalho. [Bezerra, p. 502-507] 
 
COMPETÊNCIA EM RELAÇÃO À MATÉRIA 
 
Estudo analítico do art. 114, CR/88. 
 
Com o advento da EC n. 45/2004, a competência da Justiça do Trabalho foi bastante ampliada, pois ela 
passou a processar e julgar as ações oriundas, não apenas da relação de emprego, como também 
daquelas decorrentes da relação de trabalho (CF, art. 114, I). 
A leitura atenta do art. 114, da CF, com a nova redação dada pela EC n. 45/2004, revela-nos a 
existência de três regras constitucionais básicas de competência material da Justiça do Trabalho [178], 
que podem ser assim sistematizadas: competência material original, competência material derivada e 
competência material executória. 
 
Vamos estudar 3 blocos: 
- incisos II, III, IV, V, VII e VIII 
- inciso VI 
- incisos I e IX 
 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
 
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; é uma inovação muito boa da EC45. 
Premissa: direito de greve 
Algumas ações que tinham como fundamento o exercício de greve já eram julgadas na justiça do 
trabalho (como o dissidio coletivo de greve). Mas, a ideia é trazer lide conexa à relação de emprego. 
Não se discute a relação de emprego em si, mas uma lide que decorre dessa relação. Qualquer ação 
judicial cuja premissa envolvida é o exercício do direito de greve. 
Ex1.: ação de reparação de danos (causados em função do movimento paredista) 
[**] Ex2.: movimento paredista impede que até os proprietários entrem na empresa. Independente de 
legitimidade existe um ponto que merece discussão: o direito de propriedade (o esbulho possessório). 
Esse interdito proibitório dos donos contra o movimento paredista é discutido na justiça do trabalho. 
Súmula vinculante 23, STF: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação 
possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa 
privada. 
O direito de greve do servidor público é uma discussão ainda ampla. 
 
[pg. 458] III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e 
entre sindicatos e empregadores; é uma inovação muito boa da EC45. 
Premissa: representação sindical. Qualquer assunto que envolva a questão sindical será discutido na 
justiça trabalhista. 
As pessoas envolvidas não mudaram, mas a premissa (nesse caso) é conflito sobre representação 
sindical. 
Ex1.: se tem disputa nas eleições sindicais de uma chapa contra outra, agora é discuta na justiça do 
trabalho (antes era na justiça comum). 
Ex2.: ação de cobrança de contribuição sindical. A empresa não repassa ao sindicato, que tem que 
ajuizar ação. 
Toda vez que a tipologia da ação envolver a discussão de representatividade sindical, a competência é 
a justiça do trabalho. 
 
Lide conexa à relação de emprego: a lide não é sobre a relação de emprego, mas está relacionada à ela. 
 26/02/16 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver 
matéria sujeita à sua jurisdição; esse inciso não traz inovação alguma, é uma ratificação da 
jurisprudência trabalhista já consolidada. Essas ações sempre foram utilizadas na justiça do trabalho. 
Embora, sejam pouco utilizadas: habeas corpus e habeas data. O mandado de segurança é mais 
comum. 
Premissa: quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. Isso quer dizer que só 
posso questionar esse ato, no aspecto da ação constitucional, quando o assunto envolver matéria 
relacionada com a justiça trabalhista. Se o ato questionado não envolver jurisdição trabalhista, essas 
ações constitucionais não serão de competência da justiçado trabalho. 
Ex.: caso de situação análoga à condição de escravo. Isso é matéria penal (art. 124). Como o assunto é 
penal, não pode impetrar habeas corpus na justiça trabalhista. 
Matéria criminal não é de competência e não existe na justiça do trabalho. 
 
O uso do habeas corpus é restrito porque tem a ver com a dificuldade de locomoção. A matéria 
trabalhista não se envolve com a questão da liberdade do sujeito. 
 
No direito esportivo, já tivemos a utilização do habeas corpus: Oscar (do Chelsea) já teve imbróglio 
entre São Paulo e Internacional. Oscar queria assinar contrato com SP, mas tinha o passe. Depois de 
conseguir, quando quis sair, teve vários problemas por causa do passe. Ele impetrou um habeas corpus 
para ter direito de trabalhar aonde ele quiser. [pesquisar o caso] 
 
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 
102, I, o (que é quando envolve o tribunal superior); esse inciso não traz inovação alguma, é uma 
ratificação da jurisprudência trabalhista já consolidada. 
Conflitos de competência entre órgãos que tenham jurisdição trabalhista. 
Ex.: Juiz do trabalho com juiz do trabalho: quem decide é o TRT. 
Juiz do trabalho com juiz de direito que tem jurisdição trabalhista: quem decide é o TRT. 
Juiz do trabalho com juiz de direito que NÃO tem jurisdição trabalhista: ambos dizem que não tem 
competência: quem decide é o STJ (CR/88. art. 105, I, d: os conflitos de competência entre quaisquer 
tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o" (quando envolver tribunal superior é o STF), bem 
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;) 
 
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de 
fiscalização das relações de trabalho; esse inciso é uma inovação, mas não merece ser curtida  
Ações judiciais que vão discutir as penalidades administrativas impostas por causa de fiscalização da 
relação de trabalho. Tem a ver com justiça do trabalho. 
Mas fazendo uma analise sistemática, o objetivo da EC45 foi trazer o trabalhador para a justiça do 
trabalho. Mas, no caso desse inciso, é o empregador e a União Federal que estão sendo beneficiados. 
Nesse caso, a justiça do trabalho ficou desprestigiada, porque passou a ser uma revisão de penalidade 
administrativa. Foi aplicada uma penalidade ao empregador e a justiça do trabalho é quem deve 
revisar. A crítica do professor: é que embora a matéria seja trabalhista, revisar penalidades não 
deveria ser função. 
O autor dessa ação será o empregador (e o objetivo principal da EC45 é trazer todas as relações de 
trabalho para a justiça do trabalho). Nesse inciso, discute-se a penalidade imposta. Não queríamos isso 
na competência trabalhista. 
Multas administrativas impostas por penalidades (quando não são pagas) são inscritas no título de 
dívida ativa, executável na justiça do trabalho. Ações fiscais/Execução fiscal. 
Ex.: ação anulatória de auto de infração. 
 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos 
legais, decorrentes das sentenças que proferir; esse inciso não traz inovação nenhuma. É mera 
repetição do antigo art. 114. 
Execução de ofício das contribuições previdenciárias. 
A justiça do trabalho não tem competência para fiscalizar as contribuições previdenciárias. MAS, é 
responsável por executar as contribuições decorrentes de sentenças que forem proferidas na justiça 
do trabalho. Ex.: sujeito pediu equiparação salarial. Se ele ganhar, a contribuição previdenciária 
também será executada de ofício pelo juiz. As contribuições previdenciárias também devem ser 
incluídas no calculo. 
Isso sempre foi prerrogativa funcional do magistrado do trabalho. Antes da EC45, o juiz mandava 
ofício para o INSS para executar a contribuição previdenciária. Raramente, eram executadas. Depois da 
EC, o juiz do trabalho passou a executar de ofício. 
 
SUM-368 (TST) DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE 
PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO (redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno 
realizada em 16.04.2012) - Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012. 
I. A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A 
competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às 
sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que 
integrem o salário de contribuição. 
II. É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, 
resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, devendo ser calculadas, em 
relação à incidência dos descontos fiscais, mês a mês, nos termos do art. 12-A da Lei n.º 7.713, de 
22/12/1988, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010. 
III. Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se disciplinado no 
art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a 
contribuição do empregado, no caso de ações trabalhis-tas, seja calculada mês a mês, aplicando-se as 
alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição. (ex-OJs nºs 32 e 
228 da SBDI-1 – inseri-das, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001) 
01/03/16 – prof. Faltou 
04/03/16 
 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
A justiça do trabalho é competente para julgar as indenizações advindas da relação de trabalho. 
A jurisprudência já tratava desse assunto antes da emenda. É uma ratificação do que a jurisprudência 
trabalhista já havia consolidado. OJ-SDI1-327 
SUM-392 DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO. Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da 
relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda 
que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido. 
A grande novidade: se os pedidos de indenização tem origem no acidente de trabalho. Essa matéria foi 
para a justiça do trabalho a partir da EC45. Antes, essas ações eram de competência da justiça comum. 
Há uma controvérsia sobre a competência desse assunto. Ver STJ súmula 15 / STF súmula 501 
 
Tivemos definição do Supremo (9 a 2) de que a competência seria, mesmo após a emenda, da Justiça 
Comum. O fundamento: art. 109, I, CR/88 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na 
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e 
as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Competências do juiz federal, com exceção de 4 
matérias, que são da competência da justiça estadual comum, dentre elas a matéria acidentária. 
 
Em junho/2005, o Supremo debruçou sobre o tema novamente em função de um conflito de 
competência: CC-STF-7.204 
Por unanimidade, o Supremo inverteu sua posição e passou a entender que a competência de ações de 
indenização em função de acidente de trabalho é da Justiça do Trabalho. Foi uma questão de 
hermenêutica interpretativa. A EC 45 tem como finalidade a ampliação de competência da justiça do 
trabalho, então não é correto excepcionar. Os fundamentos efetivos utilizados pelo Supremo: baseado 
em 2 dispositivos constitucionais: art. 7, XXII, XXVIII. 
Art. 7º Sãodireitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; é 
responsabilidade da empresa manter a saúde do empregador. 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,... [isso é matéria previdenciária, 
aplica o art. 109, I (CR/88)]. Qualquer discussão sobre esse seguro é na justiça estadual comum. 
...sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; [art. 114, VI 
(CLT). esse dispositivo estabelece que a regra geral da responsabilidade civil é subjetiva] A discussão 
sobre esse assunto é na justiça do trabalho. 
Esse inciso compatibiliza o art. 109, I (CR/88) e o art. 114, VI (CLT). 
 
Pá de cal: SÚMULA VINCULANTE 22, STF. A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar 
as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho 
propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de 
mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04. A competência 
é da justiça do trabalho. 
 
Inclui aqui também dano moral com efeito ricochete. 
Uma coisa é o pedido feito pelo próprio empregado (quando perde capacidade laborativa, por 
exemplo). Mas, há situações em que o empregado morre (ou fica totalmente incapaz) e é a família 
quem pleiteia as indenizações por danos morais (em função da perda do ente querido). Essa discussão 
também é de competência da justiça do trabalho. 
 
[cai na prova] Disserte, de forma exauriente, sobre o histórico de produção jurisprudencial e 
constitucional das indenizações de dano moral ou patrimonial de competência da justiça do trabalho. 
 
--------------------- 
 
Se pensar em termos de conteúdo, a grade novidade da EC45 foram os incisos anteriores. O sentido da 
emenda foi efetivamente ampliar a competência para o gênero relação de trabalho. A relação de 
emprego é uma espécie. 
 
I as ações oriundas da relação de trabalho,.... o sentido aqui é ampliativo, pois não excepcionou nada. 
(mas, veja o inciso IX) 
....abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (nesse segunda parte, a competência é da pessoa) 
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. pelo estudado, na forma 
da lei, significa que precisa de autorização para ser incluída. Isso é restritivo. 
 
Há uma controvérsia clara entre os dois incisos. Como é possível aplicar os dois princípios. 
Existem correntes doutrinárias, que trazem argumentos para entender o significado da relação de 
trabalho. As correntes têm divergências, mas também existem convergências (ponto de consenso): 
para ambas as correntes, a relação de trabalho tem que envolve pessoa física (é o prestador de 
serviço). 
1. Ampliativa. (a) A finalidade da emenda foi ampliar a competência da justiça do trabalho (basta 
ler o inciso I, que não traz nenhuma exceção). (b) A norma infraconstitucional não pode 
restringir conteúdo de aplicabilidade constitucional. É uma questão de hierarquia. Somente a 
Constituição pode se restringir. (c) diz que o inciso IX é uma atecnia legislativa. Houve um erro, 
uma falta de técnica. O legislador copiou parte do artigo anterior (114), antes da emenda. Na 
formatação da emenda, o legislador se equivocou. 
2. Restritiva. (corrente que prevalece, é o entendimento majoritário da justiça trabalhista). Essa 
corrente trabalha com o seguinte argumento: não pode buscar na norma constitucional a sua 
inaplicabilidade, mesmo que ele tenha sido mal escrito. A função do operador do direito é 
buscar a aplicabilidade do dispositivo. Tem que ler os dois incisos em conjunto e não de forma 
isolada (como fez a corrente ampliativa), e sim de forma sistêmica. Isso nos mostra que a 
jurisprudência trabalhista se inclinou na hipótese de não reconhecer a todos os casos a 
competência da justiça do trabalho. Mas, quando o legislador quiser ampliar a competência 
trabalhista, pode realizar o devido processo legal e incluir. 
 
08/03/16 
Exemplos: 
 
Relação de consumo pautada na prestação de serviços 
Essa relação tem caráter trabalhista? Se sim, a competência será da justiça do trabalho. A visão 
é de não reconhecer a equivalência das duas relações. É a corrente restritiva. 
 
É preciso advertir, porém, que, a nosso ver, não são da competência da Justiça do Trabalho as 
ações oriundas da relação de consumo. Vale dizer, quando o trabalhador autônomo se 
apresentar como fornecedor de serviços e, como tal, pretender receber honorários do seu 
cliente, a competência para a demanda será da Justiça Comum e não da Justiça do Trabalho, 
pois a matéria diz respeito à relação de consumo e não à de trabalho. Do mesmo modo, se o 
tomador do serviço se apresentar como consumidor e pretender devolução do valor pago pelo 
serviço prestado, a competência também será da Justiça Comum. [Bezerra, p. 394] 
 
Ex.: Romulo quer emagrecer, quer fazer um lipo com o Dr. Rey. 
CDC, Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou 
serviço como destinatário final. Consumidor tem que ser o destinatário final da prestação de 
serviços. Romulo é consumidor. O trabalho não importa, o objetivo é o resultado. Romulo é o 
destinatário final da atividade. 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, 
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, 
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização 
de produtos ou prestação de serviços. Aqui interessa a pessoa física que presta serviço. 
O nosso exemplo é uma relação de consumo pautada na prestação de serviços. 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das 
relações de caráter trabalhista. Serviço é tudo isso, exceto as relações de caráter trabalhista. 
Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa. Entre Dr. Rey e Romulo não é uma reação de 
caráter trabalhista, embora haja relação de consumo. É a corrente restritiva. Sendo assim, os 
dissídios que envolvam relação de consumo pautada na relação de serviço é discutida na 
justiça comum. 
 
Ver Súmula STJ-363: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada 
por profissional liberal contra cliente. Que reconhece a competência da justiça comum para 
essas relações de consumo. 
Na relação de consumo, o trabalho é no exaurimento do destinatário final. Para na relação de 
trabalho, o trabalho é um meio, para atingir uma finalidade. 
 
Outro exemplo: Dr. Rey tem uma clinica. A relação do Romulo com Dr. Rey e com a Clínica será 
de consumo. 
A relação do Dr. Rey com a Clínica será trabalhista, porque o trabalho foi meio para atingir o 
fim. Nesse caso, o dissidio é resolvido na justiça trabalhista. 
[estudar mais] 
 
Relação jurídica do estatutário. 
Não é uma relação de emprego, pois existe uma excludente que impõe um padrão de 
regramento próprio: que é o regime estatutário. Essa excludente é constitucional (art. 37-39). 
Mas, há relação de trabalho. Quando a EC45 foi promulgada, entendeu-se que a justiça do 
trabalho seria competente para julgar os dissídios do servidor público. 
ADIN 3395 (sobre competência). Nessa ADIN pediram para não reconhecer a relação de 
trabalho para os servidores públicos. O STF imediatamente suspendeu a interpretação dessaexpressão “relação de trabalho”. O ajuizamento das ações continua na justiça comum ou 
federal, por não reconhecer essa relação de trabalho. O STF reconhece que a relação do 
servidor público com a administração pública é jurídico-administrativa, reconhece um novo 
relacionamento jurídico e não compatibiliza com a relação de trabalho. Isso era precedente à 
EC. O STF tem que guardar sua coerência interpretativa, pois já havia feito essa análise. 
 
 
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. Utilizar a arbitragem como 
solução de controvérsias. Ela foi limitada, uma vez que a arbitragem é utilizada apenas para os 
coletivos (e não para os individuais). Para os individuais, há uma corrente que defenda também sua 
utilização. Embora seja uma corrente pequena, tem ganhado espaço em situações que envolvam 
funcionários de alto escalão, funcionários destacados (em que a situação de hipossuficiência seja 
menor). [livro prof. Mauro Schiavo] 
 
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, 
de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho 
decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as 
convencionadas anteriormente. Para utilizar o dissidio coletivo, temos algumas premissas anteriores. 
O caminho a seguir é o seguinte: negociação coletiva pode ser pela CCT ou ACT, é uma auto 
composição, em que as partes resolvem as questões. Se houver conflito, se a negociação for frustrada, 
surge outro caminho: arbitragem e o dissidio coletivo (judiciário). Antes da EC45, a possibilidade do 
dissidio coletivo era ampla e restrita. Se o acordo não foi efetivado, isso passava para o judiciário (que 
impunha as cláusulas). Após a EC45, só será aceito dissídio coletivo quando as partes ajuizarem de 
comum acordo. Essa foi uma grande repercussão. As partes tem que concordar o dissidio de natureza 
coletiva. A concordância pode ser expressa (quando declaram por escrito) ou tácita (quando as partes 
comprovam que foram esgotadas todas as tentativas de negociação coletiva). 
A CR/88 inseriu um novo pressuposto processual, que deu maior responsabilidade aos sindicatos. 
É uma minimização do poder normativo da justiça do trabalho. Com isso, se quer duas coisas: negociar 
antes de levar à justiça do trabalho; minimizar a intervenção do judiciário nas demandas coletivas. 
 
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o 
Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho 
decidir o conflito. 
 
Súmula 277, TST. O que é ultratividade das normas convencionais. 
11/03/16 
Súmula 277, TST. As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas inte-gram 
os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante 
negociação coletiva de trabalho. 
Sobre legislação trabalhista coletiva. 
Ultratividade: estabelece plano de validade além do lapso temporal. Damos sentido de aplicabilidade 
além do lapso temporal. 
Art. 614, CLT. As normas convencionais (acordos e convenções) tem validade de 2 anos. 
Essa regra era maléfica do direito do trabalho porque as negociações coletivas ficavam 
desprestigiadas, uma vez que a negociação era encaminhada ao judiciário para ser decidida. Isso era 
benéfico para os empregadores, porque se deixa de negociar, perdia a validade. Eles pressionavam os 
sindicatos a negociarem e aceitaremos seus termos. 
Por isso, o TST publicou a súmula 277. 
O sentido agora de dar aderência por revogação das normas convencionais é o verdadeiro sentido de 
trabalhar a norma jurídica (e não o sentido temporal). 
Hoje em dia, a negociação tem o lapso da validade (a data base), mas as clausulas convencionais 
anteriores continuam a perdurar no tempo. Isso é ultratividade. Estabelece a validade das normas até 
que outras negociações estabeleçam novas condições. Isso incentiva negociação. 
 
Isso tem a ver com o dissídio coletivo. Com a alteração da súmula em 2012, o objetivo do TST foi 
minimizar o dissídio coletivo, ou seja, encaminhar as demandas para o judiciário. Quando você 
minimiza a intervenção do judiciário, você incentiva dois institutos do direito do trabalho: negociação 
coletiva e greve (porque é um movimento democrático, direito fundamental). Quando utiliza a greve, 
ela aproxima a negociação. O movimento grevista bem organizado é um importante instrumento para 
aproximação das partes. 
 
A grande forma de mudança do comum acordo e a súmula 277 foi o incentivo da configuração das 
normas convencionais. 
 
A quantidade de dissídios coletivos caiu demais. Por causa da ultratividade e do comum acordo. 
 
---- 
CLT. Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou 
mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de 
trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho. 
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos 
com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de 
trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. 
Sindicato da categoria profissional (trabalhadores) 
Sindicato da categoria econômica (empregadores) 
ACT: negociação entre sindicato da categoria profissional com uma ou mais empresas 
CCT: negociação entre sindicatos 
 
Matéria da 1ª prova até aqui 
 
15/03/16 
Estudo Dirigido da Prova 1: Avaliação Dissertativa 
 
1. Organização Judiciária Trabalhista 
TST 
TRT Competência funcional (é a especificidade de cada instância, suas atribuições) 
Vara do Trabalho 
* MPT: competência e atuação 
 
2. Jurisdição e Competência Trabalhista 
a. territorial: regra do art. 651, CLT. 
b. pessoa/funcional. As pessoas que podem demandar e serem demandadas são uma consequência da elasticidade da 
competência. Desdobramento da competência material. Se for relação de emprego, OK. Competência funcional: 
desdobramento das atribuições dos órgãos que compõe a organização judiciária. 
c. matéria – estudo avaliativo do art. 114, CR/88. 
- relação de trabalho: estatutário, consumo. Incisos I, IXI. Correntes (ampliativa e restritiva). 
- greve. Ações possessórias. Súmula vinculante 23. 
- representação sindical. Inciso III. 
- MS; HC; HD. Ponto principal: quando o ato questionado envolver matéria trabalhista será julgado na JT. 
- conflito de competência. Entre órgãos que tenham jurisdição trabalhista. Pode ser o juiz de direito, desde que 
não exista jurisdição trabalhista própria e tenha previsão na organização judiciária para que o juiz de direito exerça 
essa jurisdição. STJ. Quando envolver tribunal superior é o STF. 
- indenizações, acidente de trabalho. Inciso VI. Duas situações: ações indenizatórias advindas da relação de 
emprego. No caso do acidente do trabalho, antes e depois da emenda. Fundamentos constitucionais. Súmula 
vinculante 22. 
- penalidades administrativas impostas aos empregadores. Retrocesso. 
- contribuições sociais; previdência privada. Art. 195. Súmula TST 368. A JT não processa e julga fatos 
relacionados à contribuição previdenciária (somente). Envolveu o assunto previdência privada, como base de cálculo, 
discute na justiça comum (não na JT). 
§§ 1º, 2º, 3º. Assuntos importantes: utilização das partes elegeram árbitros nas negociações coletivas. / comum 
acordo no dissidio coletivo – uma inovação do art. 114 /dissidio coletivo de greve em atividade essencial.

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