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[Karl Marx] Contribuição à Crítica de Economia Política (Prefácio)

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Prefácio
Contribuição à Crítica de Economia Política (Karl Marx)
	PALAVRAS-CHAVE: superestrutura, infraestrutura, materialismo histórico
“Considero o sistema da economia burguesa nesta ordem: capital, propriedade fundiária, trabalho assalariado, Estado, comércio exterior e mercado mundial.”
“Minha investigação desembocou no seguinte resultado: relações jurídicas, tais como formas de Estado, não podem ser compreendidas nem a partir de si mesmas, nem a partir do assim chamado desenvolvimento geral do espírito humano mas, pelo contrário, elas se enraízam nas relações materiais da vida, cuja totalidade foi resumida por Hegel sob o nome de “sociedade civil”.
Para Marx o que moveria a história humana são as alterações nas relações materiais humanas. As classes sociais e a relação entre elas, além das estruturas políticas e formas de pensar de uma dada sociedade seriam fundamentadas em sua atividade econômica. A evolução histórica se daria pelo confronto entre diferentes classes, decorrente da “exploração do homem pelo homem”. Os senhores feudais e os servos, e os burgueses e os proletários seriam exemplos de classes antagônicas.
“O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu-me de fio condutor aos meus estudos, pode ser formulado em apenas poucas palavras: na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. A totalidade destas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobra a qual se levanta uma superestrutura jurídica e política, e à qual correspondem formas sociais determinadas de consciência. O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral de vida social, política e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência.”
A teoria marxista divide a sociedade humana em infraestrutura e superestrutura. A infraestrutura trata das forças de produção – matéria-prima, meios de produção, relação empregados-empregados e patrão-empregados. A superestrutura contempla o jurídico, político e ideológico – é a forma pela qual os grupos dominantes consolidam seu poder via Estado, religião, artes, meios de comunicação. A ideologia seria a tática de tornar ideias como verdadeiras e aceitas pela sociedade, sendo elas criada pela classe dominante de acordo com seus interesses. Não estranha, então, que a ideologia dominante é sempre a ideologia da classe dominante – legitimando ações coercitivas que buscam o interesse dessa classe. A superestrutura seria um meio de manutenção das relações sociais da infraestrutura, que por sua vez determina a superestrutura.
“ Com a transformação da base econômica, toda a enorme superestrutura se transforma com maior ou menor rapidez. Na consideração de tais transformações é necessário distinguir sempre entre a transformação material das condições econômicas de produção, que pode ser objeto de rigorosa verificação da ciência natural, e as formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas e filosóficas, em resumo, as forças ideológicas pelas quais os homens tomam consciência deste conflito e o conduzem até o fim. Assim como não se julga o que um indivíduo é a partir do julgamento que ele se faz de si mesmo, da mesma maneira não se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência; ao contrário, é preciso explicar esta consciência a partir das contradições da vida material, a partir do conflito existente entre as forças produtivas sociais e as relações de produção.”
“As relações burguesas de produção constituem a última forma antagônica do processo social de produção, antagônicas não em um sentido individual, mas de um antagonismo nascente das condições sociais de vida dos indivíduos; contudo, as forças produtivas que se encontram em desenvolvimento no seio da sociedade burguesa criam ao mesmo tempo as condições materiais para a solução deste antagonismo. Daí que com está formação social se encerra a pré-história da sociedade humana”.
A sociedade burguesa, segundo a ótica marxista, seria a última sociedade com classes. Não haveria outra sociedade conseguinte, senão o socialismo como transição para o comunismo. A própria dinâmica capitalista de desenvolvimento tecnológico, que promovia a produção com cada vez menos trabalho, seria responsável por dar cabo ao sistema. A sociedade passaria então a sua verdadeira história, não mais fruto do antagonismo de classes, mas fruto da ação humana.

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