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LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA Polímeros – Produção do Polímero Ureia-Formaldeído D. D. A. RIBEIRO 1 , E. S. SOARES 1 , T. D. B. ALVES 1 , V. P. MEDEIROS 1 e W. R. CARDOSO 1 1 Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Bacharelado em Ciência e Tecnologia, Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais. RESUMO – Este artigo tem como objetivo observar a produção do polímero ureia- formaldeído, um polímero tridimensional adquirido a partir da ureia e do formaldeído. Quando puro é transparente, e por isso muito usado como vidro plástico, devido ser termorrígido, pode ser posto a moldura durante a síntese, diferente dos polímeros termoplásticos, que, por não possuírem ligações cruzadas, podem ser derretidos e remodelados várias vezes, acaba se tornando opaco e rachando com o tempo, muito utilizado na fabricação de objetos translúcidos onde esse polímero é também usado em vernizes e resinas, na absorção de papéis e também usadas na fabricação da fórmica. A resina foi produzida utilizando um meio básico para retardar a catalisação, e em seguida um meio ácido para polimerizar e liberar água. Palavras chaves: produção de polímero, ureia, formol, resina ureia-formaldeído. 1. INTRODUÇÃO Ao longo das últimas décadas, temos observado uma crescente substituição de produtos naturais, como madeira, alumínio, cerâmica e algodão, por produtos poliméricos sintéticos, como PVC, náilon, poliéster e polímeros condutores. Os polímeros são compostos com moléculas grandes formadas pela repetição de unidades chamadas monômeros, com alta massa molecular, que podem ser naturais ou sintéticos. Os polímeros naturais são os materiais poliméricos encontrados na natureza, que não são sintetizados em indústrias. O corpo humano é composto de diversos polímeros naturais, como por exemplo, as proteínas e polissacarídeos. Os polímeros sintéticos são os materiais poliméricos obtidos por reações de sintetização, em indústrias de polimerização, através de matérias primas diversas, provenientes de fontes renováveis ou não renováveis. O tamanho das macromoléculas e sua composição podem ser controlados para obter uma infinidade de compostos poliméricos e atender às propriedades desejadas. Os polímeros sintéticos apresentam algumas vantagens como a capacidade de serem moldados e a possibilidade de se reunir, em um único material, várias características, tais LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA como: leveza, resistência mecânica, transparência, condutividade ou isolamento elétrico, isolamento térmico, flexibilidade, dentre outras. Hoje em dia a importância dos polímeros se deve as variedades dos objetos que são derivados dele, como por exemplo, isolante em instalações elétricas, sacolas plásticas, canos para água, para-choques de automóveis, panelas antiaderentes etc. A resina ureia-formaldeído é feita através do processo de polimerização. O polímero ureia- formaldeído, classificado como polímero de condensação, é um polímero tridimensional obtido a partir de ureia e do formaldeído. Foi sintetizada pela primeira vez em 1929 e pertence ao grupo dos polímeros termorrígidos. Estes polímeros apresentam as seguintes características: com relação à estrutura são amorfos e possuem ligações cruzadas; às propriedades físicas, não amolecem quando aquecidos, são quebradiços, quando aquecidos, tornam-se infusíveis e insolúveis. Desta forma, por ser termorrígido, o polímero ureia-formaldeído só pode ser moldado durante a síntese, diferente dos polímeros termoplásticos, que, por não possuírem ligações cruzadas, podem ser fundidos e remodelados várias vezes. Ele pode ser usado, por exemplo: como vidro plástico; na fabricação de objetos translúcidos; em vernizes e resinas e na fabricação de fórmica. Usam-se também essas resinas na fabricação de tampas na indústria de cosméticos por causa da variedade de cores em que se apresentam seu grau de resistência nos solventes, as graxas e óleos devido a sua dureza. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. MATERIAIS Os materiais utilizados para o experimento foram: um béquer; uma balança de precisão para pesagem da ureia; bastão de vidro, para homogeneizar as soluções; banho-maria usado no aquecimento do sistema; banho de gelo para resfriamento do sistema; e um copo descartável de café, utilizado como molde para mistura. Os reagentes utilizados no experimento foram: ureia; formaldeído utilizado para endurecimento da mistura; hidróxido de sódio (NaOH com 7% de concentração); ácido sulfúrico concentrado; e o indicado de ph fenolftaleína. 2.2. MÉTODOS Inicialmente, dentro do béquer, pesou-se 10 gramas de ureia em uma balança de precisão, depois foram adicionados à ureia 16 mL de formaldeído, em seguida, a mesma foi levada ao banho-maria para que houvesse a total dissolução da ureia, a mistura foi deixada sob aquecimento por cinco minutos, sempre submetida a total agitação com o auxilio do bastão de vidro. Depois de cronometrado os cinco minutos, a mistura foi levada ao banho de gelo, para ser resfriada, sempre a agitando, deixada assim por um tempo de dez minutos. Com a solução resfriada foram acrescentadas 7 mL de hidróxido de sódio (NaOH com 7% de concentração), e algumas gotas do indicado fenolftaleína, essa mistura foi levada novamente ao banho-maria e submetida a constante agitação, enquanto a agitação era realizada foram-se adicionando, LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA aos poucos, gotas de ácido sulfúrico, até a obtenção de uma consistência pastosa, a mistura adquirida final foi adicionada ao molde, e os resultados anotados. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Inicialmente, dentro do béquer, pesou-se 10 gramas de ureia em uma balança de precisão (Figura 01), depois foram adicionados à ureia 16 mL de formaldeído (Figura 02), em seguida, a mesma foi levada ao banho-maria para que houvesse a total dissolução da ureia (Figura 03), a mistura foi deixada sobe aquecimento por cinco minutos, sempre submetida a total agitação com o auxilio do bastão de vidro. Figura 01. 10 gramas de ureia. Figura 02. 16 mL de formaldeído adicionados à ureia. Figura 03. Mistura levada a banho-maria. Em seguida, a mistura foi levada ao banho de gelo, para ser resfriada (Figura 04). Figura 04. Mistura resfriada em banho de gelo. Com a solução resfriada foram acrescentadas 7 mL de hidróxido de sódio (NaOH com 7% de concentração), e algumas gotas do indicado fenolftaleína (Figura 05). Figura 05. Acrescentadas 7 mL de hidróxido de sódio, e algumas gotas do indicador fenolftaleína a solução resfriada. Essa mistura foi levada novamente ao banho- LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA maria e submetida a constante agitação, enquanto a agitação era realizada foram-se adicionando, aos poucos, gotas de ácido sulfúrico (Figura 06), até a obtenção de uma consistência pastosa (Figura 07), a mistura adquirida final foi adicionada ao molde (Figura 08). Figura 06. Mistura levada novamente ao banho- maria e submetida a constante agitação, enquanto adicionava-se gotas de ácido sulfúrico. Figura 07. Obtenção de uma mistura com consistência pastosa. Figura 08. Mistura final no molde. A resina ureia-formaldeído e formada a partir da união de dois monômeros diferentes, ureia e formol. É um polímerotridimensional, que quando puro é transparente. Inicialmente, ao levar a mistura de ureia e formaldeído ao banho-maria, a ureia é dissolvida, recebendo calor e formando uma solução endotérmica. Com a adição do hidróxido de sódio, para evitar a polimerização, forma-se um composto intermediário, quebrando-se as ligações e deixando uma valência livre fazendo com que não sobre reagente e por consequência se obter um baixo rendimento; a ureia libera calor, formando uma solução exotérmica. Essa primeira etapa da reação é chamada de hidroximetilação, e refere-se à adição de até três moléculas do formaldeído bifuncional a uma molécula de ureia produzindo assim hidroximetilureias. Com a adição da fenolftaleína, pode-se identificar o pH da solução, nesta etapa, o pH da mistura reacional é ajustado para ácido, devido a adição do ácido sulfúrico, é onde a polimerização é catalisada. A reação continua a uma temperatura alta. Aqui, vão- se formar ligações de metileno e metileno- éter entre as unidades de ureia, resultando em moléculas poliméricas de resina ureia- formaldeído e na libertação de algum formaldeído e de água. A reação de polimerização é de condensação, onde houve a perda de moléculas de água eliminadas no fator de aquecimento. O mecanismo dessa reação consiste em um ataque nucleofílico da ureia sobre o eletrófilo, formaldeído. Na etapa seguinte temos o endurecimento incolor do produto obtido, que consiste na reação de condensação até formar uma rede de cadeias cruzadas, formando as estruturas tridimensionais (Figura 09). LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA Figura 08. Polímero endurecido. 4. CONCLUSÃO Em suma, as resinas de ureia-formaldeído são formadas a partir da união de dois ou mais monômeros diferentes (ureia + formol). Para que essas resinas possam ser preparadas e manuseadas sem que ocorra polimerização é necessária que seu pH seja mantida em seu valor relativamente elevado. No entanto, ao adicionar um ácido, assim diminuindo o pH da solução, a polimerização é catalisada. Este processo é realizado em três etapas. O produto final apresentou uma coloração branca opaca de aparência viscosa, que quando resfriado tornou-se semelhante a um gesso. 5. REFERÊNCIAS ATKINS, P.W. e BERAN, J. A., General Chemistry; Scientific American Books, New York, 1992. MAHAN, B. M. e MYERS, R. J.; Química Um Curso Universitário, Ed. Edgard Blucha, São Paulo, 4ª Edição, 1993. POSTMA, J. M.; ROBERTS, J. L. J.; HOLLENBERG, J. L. Química no Laboratório, 5a Edição, Editora Manole, p. 451-454, 2009 VALDEREZ, MARIA. Apostila de Química Aplicada a Engenharia. Versão 2012. ESTRELA, C. Hipoclorito de sódio. In: Ciência Endodôntica. São Paulo: Artes Médicas, p.415-455 2004. ANEXO PÓS-LABORATÓRIO 1. A solução de hidróxido de sódio tem a finalidade de fazer um contra balanço do nível de pH da ureia, já que a ureia é naturalmente ácida, fazendo a adição do hidróxido de sódio, uma base, forma-se uma solução menos ácida. 2. 3 CH4N2O + 2 CH2O à C5H8O3N6 + 4 H2O 3. A resina ureia-formaldeído pertence à categoria dos polímeros termorrígidos. 4. Para dar início a todo o processo de reação do polímero, catalisando a polimerização. 5. O polímero ureia-formaldeído são amorfos e possuem ligações cruzadas; não amolecem quando aquecidos; são quebradiços; quando aquecidos, tornam-se infusíveis e insolúveis. LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA 6. Ele pode ser usado como vidro plástico; na fabricação de objetos translúcidos; em vernizes e resinas e na fabricação de fórmica; na fabricação de tampas na indústria de cosméticos por causa da variedade de cores em que se apresentam seu grau de resistência nos solventes, as graxas e óleos devido a sua dureza.