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Do Recurso Ordinário (1)

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Do Recurso Ordinário 
O recurso ordinário tem como similar o recurso de apelação na área cível. É um recurso devido em instância ordinária. A apelação e o recurso ordinário tem como finalidade, conceder duplo grau de jurisdição sobre decisões terminativas e definitivas originárias do primeiro grau , exceto as hipóteses de alçada na justiça do trabalho, previsto pela Lei n.5.584/70, art . 2°, § 4°, que apenas permite a interposição do recurso ordinário no caso de discutir-se matéria constitucional.
Os requisitos indispensáveis para ser válida a interposição do recurso, dividem-se em pressupostos objetivos e subjetivos, este ultimo divide-se entre pressupostos da parte e do juiz. Os pressupostos objetivos: recorribilidade do ato decisório, sucumbência, adequação, tempestividade, pagamento de custas, depósito recursal quando necessário, fundamentação e regularidade procedimental. 
O recurso ordinário, como determina o artigo 899 da CLT, poderá ser interposto por simples petição, ou seja, não há necessidade de fundamentação, bastando apenas que o recorrente manifeste seu inconformismo com a decisão, o que pode ser feito, inclusive oralmente, porém, nesse caso, haverá necessidade de ser feita redução a termo.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê em seu art. 895 o cabimento de recurso ordinário contra as decisões definitivas ou terminativas de processos decididos nas Varas do Trabalho ou nos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) em razão de competência originária, sempre no prazo de oito dias. Referido dispositivo encontra-se assim redigido: “Cabe recurso ordinário para a instância superior: I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II – das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais quer nos dissídios coletivos.  Ao contrário do que está escrito na alínea a do art. 895 da CLT, o recurso ordinário não é só interponível das decisões definitivas das Varas ou Juízos de Direito, que seriam as decisões em que se extingue o processo com julgamento de mérito. Cabe também recurso ordinário das decisões terminativas em que se extingue o processo sem julgamento do mérito, como: Das decisões interlocutórias, de caráter terminativo do feito, como a que acolhe a exceção de incompetência em razão da matéria (§ 2º do art. 799 da CLT); Do indeferimento da petição inicial, seja por inépcia ou qualquer outro vício (art. 267, I, do CPC); Do arquivamento dos autos em razão do não comparecimento do reclamante à audiência;Da paralisação do processo por mais de um ano, em razão da negligência das partes (art. 267, II, do CPC); Do não atendimento, pelo autor, do despacho que determinou que se promovessem os atos e diligências que lhe competir, pelo abandono da causa por mais de 30 dias (art. 267, III, do CPC);- Verificando o juiz a ausência dos pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo (art. 267, IV, do CPC); Se o juiz acolher a alegação de litispendência ou coisa julgada (art. 267, V, do CPC); Se o processo for extinto por carência da ação, por não estarem presentes a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir, ou a legitimidade da parte (art. 267, VI, do CPC); Pela desistência da ação (art. 267, VIII, do CPC); Se ocorrer confusão entre autor e réu (art. 267, X, do CPC); Da decisão que aplica pena ao empregado de não poder reclamar por seis meses;Nos casos em que o juiz extinguir o processo sem julgamento de mérito por falta de pedido certo ou determinado e de indicação do valor correspondente no procedimento sumaríssimo. Das decisões definitivas da vara que caberá o recurso ordinário são, em suma, as seguintes: quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor (art. 269, I, do CPC); quando o juiz acolher a decadência ou a prescrição (art. 269, IV, do CPC). Cabe também recurso ordinário das decisões de processos de competência originária do TRT como: dissídios coletivos; ação rescisória ;mandado de segurança; habeas corpus; decisões que aplicam penalidades a servidores da Justiça do Trabalho.
Pode-se dizer que o recurso ordinário trabalhista distingue-se do recurso ordinário constitucional. Uma dessas diferenças é que a apelação cabe tanto das decisões proferidas no processo de conhecimento quanto no processo de execução, enquanto que o RO só cabe contra as decisões proferidas no processo cognitivo trabalhista, pois no processo de execução trabalhista, o recurso cabível é o agravo de petição, conforme prevê o art. 897, a, consolidado: “Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente nas execuções .

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