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DIREITO CIVIL 4º BIMESTRE RESUMO

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DIREITO CIVIL 4º BIMESTRE
DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO:
O Código Civil de 2002 distingue a anulabilidade do negócio; da nulidade (rescindibilidade) do negócio jurídico; antes indistintas pelo velho código de 1916.
NEGÓCIO JURÍDICO INEXISTENTE: É aquele que lhe falta algum elemento estrutural, como o consentimento, por exemplo. Se não houve qualquer manifestação da vontade, o negócio não chegou a se formar; inexiste, portanto. Essa teoria foi concebida para contornar, em matéria de casamento, o princípio de que não há nulidade sem texto legal. Sem texto legal inexiste casamento. Por se constituir em um nada no mundo jurídico, não reclama ação própria para combatê-lo, nem há necessidade de o legislador mencionar os requisitos de existência, visto que o seu conceito encontra-se na base do sistema dos fatos jurídicos. Porém, às vezes, a aparência material do ato apresenta evidências que enganam, justificando-se a propositura da ação para discutir e declarar a sua inexistência. Na prática, tal declaração terá as mesmas consequências da declaração de nulidade (perda de eficácia).
NULIDADE: É a sanção imposta pela lei que invalida (tira a eficácia) os atos e negócios jurídicos EXISTENTES. Priva os efeitos jurídicos do negócio praticado em desobediência ao que prescreve. O negócio é NULO quando ofende os preceitos de ordem pública, que interessam á sociedade. Assim quando o interesse público é lesado, a sociedade o repele (impede), fulminando-o (destruindo-o) de nulidade, evitando que venha a produzir os efeitos esperados pelo agente.
ESPÉCIES DE NULIDADE:
NULIDADE ABSOLUTA: É aquela em que existe um interesse social, além do individual, para que se prive o ato ou negócio dos seus efeitos específicos, visto que há ofensa a preceito de ordem pública, e assim, afeta a todos. Por essa razão, pode ser alegada por qualquer interessado, devendo ser pronunciada de ofício pelo juiz; não sendo permitido substitui-la (CC, art. 168 e parágrafo único).
NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE): É aquela que atinge negócios iníquos; com vício capaz de lhes determinar a invalidade, mas que pode ser afastado ou sanado (por acordo ou compensação).
NULIDADE TOTAL: É aquela que atinge todo o negócio jurídico, não podendo separar a parte válida da inválida.
NULIDADE PARCIAL: É aquela que atinge somente parte do negócio. A nulidade parcial não prejudicará o negócio na parte válida, se esta for separável (CC, art. 184). Trata-se da regra da INCOMUNICABLIDADE DA NULIDADE que se baseia no PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DO ATO OU NEGÓCIO JURÍDICO.
NULIDADE TEXTUAL: É aquela que vem expressa na lei. Ex: art. 548 CC: “É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador”.
NULIDADE VIRTUAL OU IMPLÍCITA: É aquela não expressa, mas que pode ser deduzida de expressões ultilizadas pelos legislador, como “não podem” (CC, art. 1521), “não se admite” (CC, art. 380) e outras semelhantes.
CAUSAS DE NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO:
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: (NULIDADE VIRTUAL OU IMPLÍCITA, pois a nulidade está subentendida, dependendo da natureza da disposição violada)
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida (ignorada) alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
 Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado (mentiroso), mas subsistirá o que se dissimulou (desmentiu), se válido for na substância e na forma. (NULIDADE TEXTUAL OU EXPRESSA).
 Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço. (NULIDADE TEXTUAL OU EXPRESSA, pois declara claramente quando ocorrerá a nulidade).
Outros arts. do CC exemplificadores da TEXTUAL: 548, 549, 1.428, 1.475, 1.548 etc.
Outros arts. do CC exemplificadores da VIRTUAL: 380, 426, 483, 485 e 1.521.
ANULABILIDADE: É a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados (manchados) de algum vício do consentimento ou vício social. Ocorre quando a ofensa atinge o interesse particular das pessoas que o legislador pretendeu proteger, sem estar em jogo interesses sociais, é facultativo a estas, se o desejarem, promover ou não a anulação do ato. Trata-se de negócio anulável, que será considerado válido se o interessado se conformar com os seus efeitos e não o atacar, nos prazos legais, ou o confirmar. A anulabilidade depende da manifestação judicial. Sua razão de ser “está na proteção que o direito dispensa aos interesses particulares”. Diferentemente do negócio jurídico nulo, o anulável produz efeitos até ser anulado em ação, para a qual são legitimados os interessados no ato, isto é, as pessoas prejudicadas e em favor de quem o ato se deve tornar eficaz. A anulabilidade, por não interessar a questões de interesse geral, de ordem pública, como a nulidade, é prescritível e admite confirmação, como forma de sanar o defeito que a mancha (macula).
CAUSAS DE ANULABILIDADE:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente; (CC, art. 4º, art. 1.728 e art. 1.767).
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. (CC, arts. 138 a 165).
3º por falta de assentimento de outrem que a lei estabeleça como requisito de vlaidade, como, por exemplo, nos casos em que um cônjugue só pode praticar com a anuência do outro, ou que o ascendente depende do consentimento do descendente.
Obs: A simulação foi deslocada nesse novo código como sendo causa de nulidade do negócio jurídico; e não mais de anulabilidade. (CC, art. 167).
DIFERENÇAS ENTRE A NULIDADE E A ANULABILIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO:
1ª A anulabilidade é decretada no interesse privado da pessoa prejudicada (nela não se vislumbra o interesse público, mas a mera conveniência das partes). Já a nulidade é de ordem pública e decretada no interesse da própria coletividade.
2ª A anulabilidade pode ser suprida (substituida) pelo juiz, a requerimento das partes (CC, art. 168, parágrafo único, a contrário sensu), ou sanada, expressa ou tacitamente, pela confirmação (CC, art. 172). Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validade se este a der posteriormente (art. 176). Já a nulidade não pode ser sanada pela confirmação, nem suprida (substituida) pelo juiz. O CC atual substituiu o termo “ratificação” por “confirmação” para atender à melhor técnica. 
CONFIRMAÇÃO OU RATIFICAÇÃO: Quando as partes entram em acordo para manter o negócio. Ela pode ser expressa ou tácita e retroage à data do ato. É CONFIRMAÇÃO EXPRESSA: Quando há uma declaração de vontade que contenha a substância (base, o essêncial, a razão) do negócio celebrado, sendo necessário que a vontade de mantê-lo seja explícita (art. 173), devendo observar a mesma forma do ato praticado. É CONFIRMAÇÃO TÁCITA: Quando a obrigação já foi cumprida em parte pelo devedor, ciente do cívio que a iniquinava (desigualava) (art. 174), ou quando deixa consumar-se a decadência de seu direito. Seja ela EXPRESSA OU TÁCITA, quando executada, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que dispusesse o devedor contra o negócio anulável (art. 175). A confirmação não poderá, entretanto, ser efetivada se predicar terceiro (art. 172). Ex: Venda de imóvel por relativamente incapaz, sem estar assistido, e que o vendeu também a terceiro, assim que completou a maioridade. Nesse caso não poderá confirmar a primeira alienação, para não prejudicar os direitos do segundo adquirente (da 2ª alienação).
3ª A anulabilidade não pode ser pronunciada de ofício pelo juiz, alheios ou MP. Depende de provocaçãodos interessados (CC, art. 177); ela deve ser pleiteada em ação judicial e não opera antes de julgada por sentença (sentença de natureza descontitutiva). O efeito de seu reconhecimento é, portanto, ex nunc (a partir desse momento, irretroagindo). Já a nulidade, deve ser pronunciada de ofício pelo juiz (CC, art. 168, parágrafo único) e seu efeito é ex tunc (desde à época, retroagindo), pois retroage à data do negócio, para lhe negar os efeitos. A manifestação judicial neste caso é meramente de natureza declaratória. Somente se justifica a propositura de ação para fim de nulidade, quando houver controvérsia sobre os fatos constitutivos da nulidade (dúvida sobre a existência da própria nulidade). Se tal não ocorre, ou seja, se ela consta no instrumento, ou se há prova literal, o juiz a pronuncia de ofício. A nulidade opera-se, quase sempre, de pleno direito.
4ª A anulabilidade só pode ser alegada pelos interessados, isto é, pelos prejudicados (o relativamente incapaz que manifestou vontade viciada), sendo que os seus efeitos aproveitam apenas aos que a alegaram, salvo o caso de solidariedade, ou indivisibilidade (CC, art. 177). Já a nulidade pode ser alegada por qualquer interessado, em nome próprio, ou pelo MP, quando lhe couber intervir, em nome da sociedade que representa (CC, art. 168, caput: inicio, frase inicial ou superio). Obs: O menor, entre 16 e 18 anos, não pode, para livrar-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, espontaneamente declarou-se maior (CC, art. 180), perdendo, por isso, a proteção da lei.
5ª Ocorre a decadência da anulabilidade em prazos mais ou menos curtos. Quando a lei dispuser que determindo ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se (requerir) a anulação, será este de 2 anos, a contar da data da conclusão do ato (CC, art. 179). Já o negócio nulo (regulado pela nulidade) não se valida com o decurso do tempo, nem é suscetível de confirmação (CC, art. 169). Mas a alegação do direito pode esbarrar na usucapião consumada em favor de terceiro.
6ª O negócio anulável (regulado pela anulabilidade) produz efeitos até o momento em que é decretada a sua invalidade. O efeito dessa decretação é EX NUNC: irretroativa (de natureza desconstitutiva). Já o ato nulo (nulidade) não produz nenhum efeito. O pronunciamento judicial de nulidade produz efeitos EX TUNC: retroativos, isto é, desde o momento da emissão da vontade (natureza declaratória). Porém, a afirmação de que o ato nulo não produz nenhum efeito não tem um sentido absoluto e significa, na verdade, que é destituído dos efeitos que normalmente lhe pertencem. Ex: A venda nula não acarreta a transferência do domínio, mas vale como causa de justificativa da posse de boa-fé. A citação nula por incompetência do juiz interrompe a prescrição e constitui o devedor em mora (CPC, art. 219). No casamento putativo, o conjugue pode alegar boa-fé e exigir direitos. O negócio nulo é IMPRESCRITÍVEL e jamais pode sofer CONFIRMAÇÃO OU RATIFICAÇÃO.
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS:
“A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que ete puder provar-se por outro meio” (CC, art. 183). Ex: A nulidade da escritura de mútuo de pequeno valor não invalida o contrato, porque pode ser provado por testemunhas. Mas será diferente se a escritura pública (nula) for da substância do ato (essêncial para que ocorra o negócio), como no contrato de mútuo com garantia hipotecária.
“Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável” (CC, art. 184, primeira parte). Trata-se da aplicação do princípio UMA CLÁUSULA INVÁLIDA NÃO PREJUDICA UM ATO VÁLIDO. Ex: testador, ao mesmo tempo, dispõe seus bens para depois da sua morte e aproveita a cédula testamentária para reconhecer filho havido fora do casamento, invalidada a disposição dos bens por inobservância das formalidades legais, não será prejudicado o referido reconhecimento, que pode ser feito até por instrumento particular sem formalidades (CC, art. 1.609, II). A invalidade da hipoteca também, por falta de outorga uxória (a mulher casada), impede a constituição do ônus real, mas é aproveitável como confissão de dívida. 
“A invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal” (CC, art. 184, segunda parte). A regra consiste em aplicação do princípio O ACESSÓRIO SEGUE O PRINCIPAL. Assim a nulidade da obrigação principal acarreta a nulidade da cláusula penal e a da dívida contratada acarreta a da hipoteca. Mas a nulidade da obrigação acessória não importa a da obrigação principal.
“Anulado o negócio jurídico (havendo nulidade ou anulabilidade), “restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente”. A parte final ocorre nas hipóteses em que a coisa já existe mais ou foi alienada a terceiro de boa fé. O código abre exceção em favor dos incapazes, ao dispor que “ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga” (art. 181). As obrigações contraídas com absolutamente incapazes são nulas; e anuláveis, se a incapacidade for relativa. Cabe ao incapaz, protegido pela lei, e não a quem com ele contratou, o direito de pedir a anulação do negócio. Os efeitos produzidos ficam impedidos a partir da anulação. Provado, porém, que o pagamento nulo reverteu em proveito do incapaz, determina-se a restituição, porque ninguém pode locupletar-se (enriquecer-se) à custa alheia. Sem tal prova, mantém-se inalterada a situação. O ônus da prova incumbe a quem pagou”.
A teoria das nulidades do negócio jurídico sofre algumas exceções quando aplicadas ao casamento. Assim, embora os negócios nulos não produzam efeitos, o casamento putativo (falto) produz alguns. Apesar de que a nulidade deva ser decretada de ofício pelo juiz, a decretação de nulidade do casamento do enfermo mental que não tenha o necessário discernimento, e do celebrado com infringência a impedimento, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo MP (CC, art. 1.549).
CONVERSÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO:
O negócio nulo é insuscetível de confirmação e imprescritível (não se convalesce (valida) pelo decurso do tempo). Mas admite-se a sua conversão, se ele contiver os requisitos de outro negócio, subsistindo este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. Introduz assim a conversão do negócio nulo em outro, de natureza diversa, quando se possa inferir que a vontade das partes era realizar o negócio subjacente (encoberto, que vem de baixo). O instituto da conversão permite que, observado certos requisitos, se transforme um negócio jurídico nulo, em outro, para propiciar a consecução do resultádo prático em que as partes visavam com ele alcançar. Ex: Poder-se-á transformar um contrato de compra e venda, nulo por defeito de forma, em compromisso de compra e venda, ou a aceitação intempestiva (praticada após decorrido o prazo legal) em proposta.
REQUISITOS A SEREM OBSERVADOS PARA PODER CONVERTER O NEGÓCIO JURÍDICO NULO:
1º OBJETIVO: É necessário que o segundo negócio, em que se converteu o nulo, tenha por suporte os mesmos elementos fáticos deste (declaração da vontade, agente emissor da vontade, objeto, forma e plano de validade). “O aspecto objetivo da conversão requer a existência do suporte fático no negócio a converter-se”.
2º SUBJETIVO: É necessária a intenção das partes de obter o efeito prático resultante do negócio em que se converte o inválido.
É como fazer um novo negócio dos escombros do antigo anulado. Ex: venda simulada, que poderia conter os requisitos de uma doação. Ato público nulo, que poderia conter os requisitos de uma escritura privada.
SIMULAÇÃO: É uma declaração falsa da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado.O negócio simulado é aquele que tem aparência contrária à realidade. Não é vício do consentimento, pois não atinge a vontade em sua formação. É um vício social, uma desconformidade consciente da declaração, realizada de comum acordo com a pessoa a quem se destina, com o objetivo de enganar a terceiros ou fraudar a lei. Ela visa sempre burlar a lei, fraudar o Fisco, prejudicar credores, até guardar em reserva determinado negócio e etc. E por isso é causa de NULIDADE do negócio jurídico.
CARACTERÍSTICAS DA SIMULAÇÃO:
1ª Ocorre, em regra, no negócio jurídico bilareal, sendo os contratos o seu campo natural. Resulta do acordo entre duas partes, para lesar terceiro ou fraudar a lei. Porém, pode ocorrer também nos negócios unilaterais (exceção), desde que se verifique o ajuste (acordo) simulatório entre o declarante e a pessoa que suporta os efeitos do negócio, como destinatária da declaração. De modo geral, podem ser objeto de simulação todos os negócios jurídicos bilaterais e unilaterais em que existe declaração receptícia de vontade, isto é, a que se dirige a determinadas pessoas produzindo efeitos a partir de sua ciência.
2ª É sempre acordada com a outra parte, ou com as pessoas a quem ela se destina. Difere do dolo, porque no dolo a vítima participa da avença, sendo, porém, induzida ao erro. Na simulação, a vítima (o terceiro) lhe é estranha. 
3
ª É uma declaração deliberadamente desconforme (oposta) com a intenção. As partes, maliciosamente, disfarçam seu pensamento, apresentado sob aparência irreal ou fictícia.
4ª É realizada sempre com o intuito de enganar terceiros ou fraudar a lei, isto é, é um vício social, já que não apresenta vontade viciada e sim partes viciadas.
ESPÉCIES DE SIMULAÇÃO:
SIMULAÇÃO ABSOLUTA: Ocorre quando as partes na realidade não realizam nenhum negócio. Apenas fingem, para criar uma aparência, uma ilusão externa, sem que na verdade desejem o ato. Diz-se absoluta porque a declaração de vontade não se destina a produzir resultados. Ela deveria produzir um resultado, porém, o agente não pretende resultado nenhum. Essa modalidade em geral, destina-se a prejudicar terceiro, subtraindo os bens do devedor à execução ou partilha. Ex: 1º Emitir títulos de crédito em favor de amigo e posterior dação (doação) em pagamento de bens, em compensação a esses títulos, porque marido pretende se separar de esposa e subtrair da partilha tais títulos. 2º Falsa confissão de dívida perante amigo, com concessão de garantia real, para esquivar-se da execução de credores quirografários. Nos 2 negócios citados, o simulador não realizou nenhum, apenas fingiu. Ela acarreta a nulidade do negócio.
SIMULAÇÃO RELATIVA: Ocorre quando as partes realizam um negócio diverso (simulado) ao que eles realmente pretendem (dissimulado), que é prejudicar a terceiro ou fraudar a lei. Compõem-se, pois, de 2 negócios: um deles é o SIMULADO, aparente, destinado a enganar; o outro é o DISSIMULADO, oculto, mas verdadeiramente desejado. O negócio aparente serve apenas para ocultar a efetiva intenção dos contratantes, ou seja, o negócio real. Ex: Homem casado simula venda a um terceiro (negócio diverso), para contornar a proibição legal de fazer doação à amante, e este terceiro transferirá o bem àquela. Obs: SIMULAÇÃO não se confunde com DISSIMULAÇÃO, pois embora haja o propósito de enganar nas 2 situações. Na simulação, procura-se aparentar o que não existe, há o propósito de enganar sobre a existência de situação não verdadeira. Já na dissimulação oculta-se o que é verdadeiro, há o propósito de enganar sobre a inexistência de situação real. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância (essência) e na forma (CC, art. 167). Ex: Escritura pública lavrada por valor inferior ao real, anulado o valor aparente (simulado), subsistirá o real, dissimulado, porém lícito. A simulação acarreta a nulidade do negócio, portanto, deve ser decretada de ofício pelo juiz quando a encontrar provada (CC, art. 168, parágrafo único), e neste código ao contrário do antigo, a ação movida por um simulador contra o outro (caso o outro amigo do simulador, dê o golpe e não entregue o combinado) é permitida e possibilitará que esse fato (nulidade do negócio simulado) venha a ocorrer. Ressalvando, porém, “os direitos de terceiros de boa fé em face dos contraentes do negócio juridico simulado” (CC, art. 167, § 2º).
HIPÓTESES LEGAIS DE SIMULAÇÃO:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
Em outras palavras, haverá sempre simulação quando:
1º Por interposição de pessoa (ex: terceiro adquire bem do homem casado e o transfere à amante dele);
2º Por ocultação da verdade, na declaração (declaração de valor inferior, na escritura, ao real);
3º Por falsidade de data.
OBS: Nos negócios por interposição de pessoa aparece a figura do “testa-de-ferro” (amigo), não integrando a relação jurídica o real beneficiário da negociação. Tendo em vista a dificuldade para se provar o ardil (o golpe da amante), admite-se a prova da simulação por indícios e presunções (CPC/39, art. 252; CPC/73, arts. 332 e 335).
EFEITOS DA SIMULAÇÃO:
É NULO O NEGÓCIO JURÍDICO SIMULADO, MAS SUBSISTIRÁ O QUE SE DISSIMULOU, SE VÁLIDO FOR NA SUBSTÂNCIA E NA FORMA (CC, ART. 167). Ou seja, a SIMULAÇÃO acarreta a nulidade do negócio simulado. Mas, em caso de SIMULAÇÃO RELATIVA, o negócio DISSIMULADO poderá subsistir se for válido na substância e na forma.
SIMULAÇÃO NÃO É O MESMO QUE RESERVA MENTAL: Na reserva mental não existe um acordo entre as partes para enganar terceiros, apenas uma declaração não conforme á sua vontade para o fim de enganar o declaratário. E além disso, no novo CC, a reserva mental configura-se hipótese de ausência de vontade, considerando-se INEXISTENTE o negócio jurídico (reservado mentalmente pela cabeça do agente). Ex de RESERVA MENTAL: Pessoa vendendo livros alega que irá doar a renda para fins filantrópicos, somente para atrair compradores, não poderá depois voltar atrás e será obrigado a doar.
ATO JURÍDICO EM SENTIDO AMPLO:
ATO JURÍDICO LÍCITO: Ato que a lei confere os efeitos que o agente pretende. Ou seja, ato conforme o ordenamento jurídico.
O JURÍDICO LÍCITO DIVIDE-SE EM:
1º NEGÓCIO JURÍDICO: Que exige vontade qualificada. (Ex: contrato de compra e venda).
2º ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO: Que basta a intenção de tornar-se proprietário. (Ex: ato de pescar um peixe).
3º ATO-FATO JURÍDICO: Que exige apenas o ato material de achar, independente de vontade ou consciência do inventor. (Ex: Louco acha um tesouro e tem direito a metade dele).
ATO JURÍDICO ILÍCITO: Ato contrário a um dever e que causa um dano. A lei confere efeitos contrários aos almejados pelo agente. 
ATO DE INDENIZAÇÃO: Somente ocorre com a existência da violação de direito E do dano concomitantemente (simultaneamente). Ex: Pessoa comete várias infrações de trânsito, porém, não atropela, nem colide com nada, nem ninguém.
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL POR ATO ILÍCITO:
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL: É a consequência da infração ao dever contratual. O inadimplento contratual sempre acarreta na responsabilidade de indenizar perdas e danos, nos termos do art. 389 do CC. A pessoa lesada encontra-se em posição favorável, pois só está obrigado a demonstrar que a prestação foi descumprida, sendo presumida a culpa do inadimplente (juris et de juri) Ex: Passageiro fica ferido em colisão de ônibus com outro veículo, por ser contratual (contrato de adesão) a responsabilidade do transportador, que assume, ao vendera passagem, a obrigação de transportar o passageiro são e salvo (cláusula de incolumidade (ilesalidade)). A responsabilidade contratual se origina no descumprimento da convenção. Ela só recai sobre pessoas plenamente capazes que são suscetíveis de celebrar convenções válidas. Ela varia de intensidade de conformidade com os diferentes casos, sem alcançar extremos; obedecendo a um escalonamento.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL (OU AQUILIANA): É a consequência da infração ao dever legal. O inadimplento extracontratual sempre acarreta na responsabilidade de indenizar perdas e danos, nos termos dos arts. 186, 187 e 927 do CC. A pessoas lesada incumbe o ônus de provar a culpa ou dolo do causador do dano (juris tantum) Ex: Pedestre é atropelado pelo ônibus e tem o ônus de provar a imprudência do condutor. Ela se origina da inobservância do dever genérico de não lesar a outrem (nenimen laedere). Ela recai sobre todas as pessoas, sejam elas amentais ou menores e podem gerar o dano indenizável. No tocante á gradação (aumento) da culpa, a falta é apurada de maneira mais rigorosa; ela vai longe, alcançando a falta ligeiríssima. IN LEGE AQUILIA ET LEVISSIMA CULPA VENIT:  Na lei aquília até a culpa levíssima é valorizada.
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL (OU AQUILIANA):
1º AÇÃO OU OMISSÃO DO AGENTE: Todos tem o dever jurídico de agir (ex: dano causado por animal, o a culpa do dono é presumida, dano de terceiro sob a guarda do agente etc); ou não se omitir em determinadas situações; dever este que pode ser imposto por lei (dever de ajudar as vítimas de acidentes) ou resultar de convenção (dever de guarda, de vigilância, de custódia) e até da criação de alguma situação especial de perigo.
2º CULPA OU DOLO DO AGENTE: Consiste na vontade de cometer uma violação de direito (dolo), na falta de diligência (assumir o risco, a culpa: imperícia, imprudência e negligência); ou em obrigações determinadas na lei (art. 927). OBS: A culpa pode ser levíssima (falta só evitável com atenção extraordinária ou com especial habilidade); leve (falta evitável com atenção ordinária); ou grave (falta imprópria ao comum dos homens e a modalidade mais parecida com o dolo). Quando é verificado dolo entende-se que a pessoa responde por culpa grave (CC, art. 392). No cível, a culpa mesmo levíssima obriga a indenizar. A culpa pode ser ainda, in eligendo (decorre da má escolha do representante); in vigilando (decorrente da ausência de fiscalização); in comittendo (decorrendo de uma ação, de um ato positivo); in omittendo (decorrendo de uma omissão, quando havia o dever de não se abster); e in custodiendo (decorrendo da falta de cuidados na guarda de algum animal ou objeto).
3º RELAÇÃO DE CAUSALIDADE: Nexo causal entre CONDUTA E DANO. Sem ela, não existe a obrigação de indenizar. Dano que não está relacionado com a conduta do agente não gera obrigação de indenizar. As excludentes da responsabilidade civil, como a culpa da vítima, o caso fortuito e a força maior (CC, art. 393), rompem o nego de causalidade, afastando a responsabilidade do agente. Ex: Pessoa quer se suicidar e se joga sob as rodas do veículo, o motorista que “causou” o acidente, foi um mero instrumento da vontade da vítima, esta sim responsável exclusiva pelo evento.
4º DANO: Sem a prova do dano ninguém pode ser responsabilizado civilmente. O dano pode ser patrimonial (material) ou extrapatrimonial (moral). Mesmo que haja violação de um dever jurídico, e que tenha existido culpa e até mesmo dolo do agente, nenhuma indenização será devida, uma vez que não se tenha verificado prejuízo. O dano pode ser presumido como: nos casos de ofensas aos direitos da personalidade. Vigora o PRINCÍPIO DE QUE NENHUMA INDENIZAÇÃO SERÁ DEVIDA SE NÃO TIVER OCORRIDO PREJUÍZO. Há exceções a este princípio: 1ª A regra do art. 940 que obriga a pagar em dobro ao devedor a pessoa que demandar dívida já paga (é uma espécie de pena privada pelo comportamento ilícito do credor); e 2ª A regra do art. 416 que permite ao credor cobrar a cláusula penal no contrato, sem precisar provar prejuízo.
RESPONSABILIDADE CIVIL E RESPONSABILIDADE PENAL POR ATO ILÍCITO:
RESPONSABILIDADE CIVIL: É a segurança ou garantia de restituição ou compensação do bem sacrificado. A ilicitude civil decorre exclusivamente da norma jurídica que impõe o dever violado pelo agente. Nela, o interesse diretamente lesado é o privado, sem afetar a sociedade. O prejudicado pode ou não pleitear a reparação. Se, ao causar dano, o agente transgride, também, a lei penal, ele torna-se, ao mesmo tempo, obrigado civil e penalmente. A responsabilidade civil é patrimonial: é o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações. Ninguém pode ser preso por dívida civil, exceto o devedor de pensão oriunda do direito de família. Há várias hipóteses de responsabilidade civil por ato de outrem (cf. Art. 932 do CC, p. Ex). Qualquer ação ou omissão pode gerar a responsabilidade civil, desde que viole direito e causa prejuízo a outrem (CC, arts. 186 e 927). A culpabilidade na área cível é ampla (a culpa, ainda que levíssima, obriga a indenizar). A diferença entre a culpa civil e penal é meramente devida ao grau ou critério de aplicação, porque ambas possuem os mesmos elementos (violação de um dever e um dano). No cível, o menor de 18 anos responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de o fazer; ou se não dispuserem de meios suficientes para fazer; e se a indenização, que deverá ser equitativa, não o privar do necessário ao seu sustento, ou ao das pessoas que dele dependem (CC, art 928, caput e parágrafo único).
RESPONSABILIDADE PENAL: É a segurança ou garantia de restituição ou compensação do bem sacrificado. A ilicitude penal decorre exclusivamente da norma jurídica que impõe o dever violado pelo agente. Nela, o interesse lesado é o da sociedade. O prejudicado deverá obrigatoriamente pleitear a reparação, podendo ser requerida pelo MP ou por outro concidadão. A responsabilidade penal é pessoal e intransferível. Responde o réu com a privação de sua liberdade e a pena não pode passar da pessoa do delinquente. A tipicidade é um dos requisitos genéricos do crime. Na esfera criminal exige-se, para a condenação, que a culpa tenha certo grau ou intensidade. Há imputabilidade aos menores. Somente os maiores de 18 anos são responsáveis criminalmente.
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E RESPONSABILIDADE OBEJTIVA POR ATO ILÍCITO:
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: É aquela que se baseia na idéia de culpa. A prova da culta em sentido amplo (dolo e imperícia, imprudência e negligência) passa a ser considerada pressuposto necessário do dano indenizável. Ela é encarada como risco-proveito (assumido para obter lucros) e risco-criado (assumidos devido a necessidade da realização de uma atividade perigosa).
RESPONSABILIDADE OBJETIVA: É aquela que independe da culpa. O simples fato de realizar a atividade, resulta no dano indenizável, devido ao risco criado pelo agente aos direitos de outrem, resultantes da natureza do ato. Os “casos especificados em lei” que determinam a responsabilidade objetiva são previstos no CC. (art. 927 p ex) e em leis exparsas, como a Lei de Acidentes do Trabalho, o Código Brasileiro de Aeronáutica, a Lei n. 6.453/77 (que estabelece a responsabilidade do operador de instalação nuclear) etc. 
OBS: A responsabilidade objetiva não substitui a subjetiva, mas fica circunscrita aos seus justos limites. Na realidade, as duas formas de responsabilidade se conjugam e dinamizam. Sendo a teoria subjetiva insuficiente para atender às imposições do progresso, cumpre ao legislador fixar espcialmente os casos em que deverá ocorrer a obrigação de reparar, independentemente daquela noção.
IMPUTABILIDADE E RESPONSABILIDADE: Para que alguém pratique um ato ilícito e seja obrigado a reparar o dano causado, é necessário que tenha capacidade de discernimento. Quem não pode querer e entender não incorre em culpa, e, por isso, não pratica ato ilícito. É considerado como caso fortuito ou força maior.
Obs: ForçaMaior: são fatos externos, independentes da vontade humana, que impedem o cumprimento das obrigações, como: ordem de autoridades (fato do príncipe), fenômenos naturais (raios, terremotos, inundações, etc.) e ocorrências políticas (guerras, revoluções, etc.) 
Obs: Caso Fortuito (Imprevisto): Provém do mal funcionamento do serviço público e portanto é de responsabilidade total e objetiva da Pessoa Jurídica de Direito Público.
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PRIVADOS DE DISCERNIMENTO: É uma responsabilidade mitigada (branda) e subsidiária. Em regra eles são inimputáveis, ou seja, não são responsáveis civilmente. Porém, pessoas assim geralmente tem um curador, incumbido de sua guarda ou vigilância. E estes são os responsáveis (arts. 932 e 933). Não haverá indenização se ela privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem (art. 928, parágrafo único). Se o alienado não tem curador nomeado, mas mora com o pai, este responde pelo ato do filho, por omissão de vigilância (art. 186). E se o amental não está sob poder de ninguém, seus próprios bens responderão pela reparação.
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS MENORES: Os menores de 16 são absolutamente incapazes e portanto inimputáveis. E os maiores de 16 e menores de 18 são relativamente incapazes, portanto, seus pais, tutores, e curadores são responsáveis pelos atos praticados enquanto estes estiverem sob sua autoridade e companhia (art. 932, I). Os menores só respondem pelos prejuízos que causarem se as pessoas por eles responsáveis não tiverem a obrigação de o fazer ou não dispuserem de meios suficientes (art. 928, caput). Não haverá indenização se ela privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. O emancipado responde por tudo, porém, não isenta o primeiro (emancipador) da responsabilidade pelos atos ilícitos praticados pelo segundo (menor emancipado), conforme declara a jurisprudência. Tal não acontece quando a emancipação decorre do casamento ou das outras previstas no art. 5º, parágrafo único do CC.
ATOS LESIVOS NÃO CONSIDERADOS ILÍCITOS (ATOS LESIVOS LEGAIS): São aqueles praticados em LEGÍTIMA DEFESA, ou NO EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO, ou em ESTADO DE NECESSIDADE.
LEGÍTIMA DEFESA: Ocorre quando alguém repele uma agressão injusta, que seja atual ou iminente, usando os meios necessários para isto. Somente a legítima defesa real, e praticada contra o agressor (sem errar a pontaria), deixa de ser ato ilícito, apesar do dano causado, impedindo a ação de ressarcimento de danos. Se o agente, por erro de pontaria, atingir um terceiro, ficará obrigado a indenizar os atos a este causados, ficando, porém, com direito a ação regressiva contra o injusto ofensor (agressor), como já dito. A legitima defesa putativa (legal) também não exime o réu de indenizar o dano, pois somente exclui a culpabilidade e não a antijuridicidade do ato. Não há referências às cláusulas excludentes de culpabilidade (dirimentes penais) no art. 65 do CPC. Na legítima defesa putativa, o ato de quem a pratica é ilícito, embora não punível por ausência de culpabilidade em grau suficiente para a condenação criminal. No cívil, entretanto, a culpa mesmo levíssima obriga a indenizar. E não deixa de haver negligência na apreciação equivocada dos fatos. Na esfera cívil, o excesso, a extrapolação da legítima defesa, por negligência ou imperícia, configura a situação do art. 186 do CC. No esfera penal o excesso gera obrigação de reparar os prejuízos daí advindos até com a liberdade do agente em legítima defesa.
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO: É aquele praticado conforme a lei, respeitando os bons costumes e conforme a socialidade dos direitos subjetivos. 
ABUSO DE DIREITO (REGULAR): É a prática antissocial dos direitos subjetivos. Ou seja, a prática egoística, anormal do direito, sem motivos legítimos, nocivos a outrem, contrários ao destino econômico e social do direito em geral. Ex: Demandar o devedor antes do vencimento da dívida ou por dívida já paga (CC, arts. 939 e 940). Todos os campos do direito reprimem o exercício antissocial dos direitos subjetivos.
ESTADO DE NECESSIDADE: É aquele praticado a fim de remover perigo iminente, que pode causar deterioração ou destruição da coisa alheia, ou lesão a pessoa. A lei declara que o ato praticado em estado de necessidade não é ato ilícito, porém, quem o pratica tem de reparar o prejuízo que causou. Ex: Motorista atira seu veículo contra um muro, derrubando-o, para não atropelar uma criança que surgiu na frente do carro, o seu ato, embora lícito e nobre, não o exonera de pagar a reparação do muro. Entretando se o evento ocorreu por culpa “in vigilando” do pai da criança, que é responsável por sua conduta, o motorista terá ação regressiva (indenizatória) contra o pai do menor, para se ressarcir das despesas efetuadas. Na esfera penal, o art. 65 do CPP proclama fazer coisa julgada, no cível, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade. Sendo o réu absolvido criminalmente por ter agido em estado de necessidade, está o juiz cível obrigado a reconhecer tal fato. Mas dará a ele o efeito previsto no CC e não no CP, qual seja, o de obrigá-lo a ressarcir o dano causado à vítima inocente, com direito, porém, a ação regressiva contra o provocador da situação de perigo.
PRESCRIÇÃO AQUISITIVA: É o usucapião, ou seja, a aquisição de propriedade móvel ou imóvel pela posse prolongada e sem interrupção, durante o prazo legal estabelecido para a prescrição aquisitiva; que é o mesmo da extintiva, 10 anos (Art. 205, CC).
PRESCRIÇÃO EXTINTIVA: É a perda da pretensão atribuida a um direito material em consequência do não uso dela, durante determinado espaço de tempo. 
Obs: Em ambas, extintiva e aquisitiva, ocorrem dois fenômenos: alguém ganha e, em consequeência, alguém perde. O tempo é comum às duas espécies de prescrição (art. 1.244 do CC).
ELEMENTOS DA PRESCRIÇÃO EXTINTIVA:
1º Existência da uma pretenção exercitável;
2º Inércie do titular da pretenção pelo seu não exercício;
3º Continuidade dessa inércia durante um certo lapso de tempo;
4º Ausência de algum fato ou ato a que a lei atribua a eficácia impeditiva, suspensiva ou interruptiva do curso prescricional.
REQUISITOS PARA EXISTÊNCIA DA PRESCRIÇÃO EXTINTIVA:
1º A violação do direito, com o nascimento da pretenção;
2º A inércia do titular do direito;
3º O decurso do tempo fixado em lei.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (Que sobrevém, ou seja, vem depois): É aquela que ocorre quando o autor de processo já iniciado permanece inerte, de forma continuada e ininterrupta, durante o lapso temporal suficiente para a perda da pretenção; já havendo sentença condenatória, mas esta ainda não transitou em julgado para a defesa, isto é, ainda cabe recurso para esta sentença. Interrompida a prescrição, o prazo voltará a fluir do último ato do processo ou do próprio ato que a interrompeu (a citação válida), devendo o processo ser impulsionado pelo autor em 2ª instância. Não pode este permanecer inerte, abandonando o andamento da causa durante prazo superior àquele fixado em lei para a prescrição da pretenção. (Art 202 do CC).
PRETENÇÕES IMPRESCRITÍVEIS: São as que não prescrevem ou seja, nunca perdem a eficácia, ou seja, nunca morre o direito de exigi-las.
1ª As que protegem os direitos da personalidade, como o direito à vida, à liberdade, à honra, à imagem, ao nome, à integridade física ou moral, às obrgas artísticas, literárias ou científicas etc. Porém, as pretenções de obter vantagem patrimonial em decorrência de violação de qualquer direito prescrevem; ex: a indenização que acarreta de dano moral é prescritível.
2ª As que se prendem ao estado das pessoas (estado de filiação, a qualidade de cidadania, a condição conjugal). Não prescrevem, assim, as ações de separação judicial, de interdição, de investigação de paternidade etc. Porém a ação de reclamar herança é prescritível por se tratar de obter vantagem material.
3ª As de exercício facultativo (ou potestativo), em que não existe direito violado, como as destinadas a extinguir o condomínio (açãode divisão ou de venda da coisa comum – CC, art. 1.320); a de pedir meação no muro do vizinho (CC, arts 1.297 e 1.327).
4ª As referentes a bens públicos de qualquer natureza, que são imprescritíveis;
5ª As que protegem o direito de propriedade, que é perpétuo (reivindicatória);
6º As pretenções de reaver bens confiados à guarda de outrem, a título de depósito, penhor ou mandato. O depositário, o credor pignoratício (de penhor) e o mandatário, não tendo posse com ânimo de dono, não podem alegar usucapião;
7ª As destinadas a anular inscrição do nome empresarial feita com violação de lei ou contrato (CC, art. 1.167).
8ª As destinadas ao ressarcimento do erário (dinheiro público) por danos decorrentes de atos de improbidade administrativa. Prescreve somente em 5 anos a punição do ato ilícito, porém, a pretenção de ressarcimento pelo prejuízo causado ao erário é imprescritível.
PRESCRIÇÃO E INSTITUTOS AFINS (SEMELHANTES POR TAMBÉM SOFREREM A INFLUÊNCIA DO DECURSO DO TEMPO):
1º PRECLUSÃO: É a perda de uma faculdade processual, por não ter sido exercida no momento próprio. (Ex: perda da possibilidade de contestação por decurso de 15 dias). Impede que se renovem as questões já decididas, dentro da mesma ação. Só produz efeitos dentro do próprio processo em que advém.
2º PEREMPÇÃO: É a perda do direito de ação pelo autor insistente, que deu a causa três arquivamentos sucessivos (CPC, art. 268, parágrafo único). Não extingue o direito material, nem a pretenção, que passam a ser oponíveis somente como defesa.
CRITÉRIO MAIS EFICAZ PARA DIFERENCIAR A PRESCRIÇÃO DA DECADÊNCIA: É o chamado “CRITÉRIO CIENTÍFICO”, que consiste na classificação dos direitos subjetivos e nos tipos de ações correspondentes. Ex: As ações sujeitas à prescrição, são somente as de natureza condenatória, pois são as únicas ações por meio das quais se protegem judicialmente os direitos que irradiam pretenções. Isso ocorre porque a prescrição é a extinção da pretensão à prestação devida. Já os direitos potestativos , que são direitos sem pretenção ou direitos sem prestação, insuscetíveis de violação, dão origem as ações de natureza constitutiva ou desconstitutiva. Quando têm prazo fixado na lei, esse prazo é DECADENCIAL; quando não tem (como nos casos das ações de separação judicial), a ação é IMPRESCRITÍVEL. As ações de natureza declaratória também são imprescritíveis porque visam apenas à obtenção de uma certeza jurídica. 
A prescrição extingue a pretenção, que é a exigência de subordinação de um interesse alheio ao interesse próprio. O direito material, violado, dá origem à pretenção (CC, art. 189), que é deduzida em juízo por meio da ação. Extinta a pretensão, não há ação. Portanto, a prescrição extingue a pretensão, atingindo também a ação. O instituto que extingue somente a ação (conservando o direito material e a pretenção, que só podem ser opostos em defesa) é a perempção. A prescrição resulta exclusivamente d lei, enquanto a decadência pode resultar da lei, do costume e do testamento. Súmula 150 do STF declara também “Prescreve a execução no mesmo prazo da prescrição da ação”.
PRETENSÃO: É a exigência de subordinação de um interesse alheio ao interesse próprio.
AÇÃO: É o meio pelo qual se deduz (propõe em juízo) a pretenção.
DISPOSIÇÕES LEGAIS SOBRE A PRESCRIÇÃO:
1ª A defesa (exceção) do réu e a pretenção prescrevem no mesmo prazo. (Art. 190, CC).
2ª Não se admite a renúncia prévia da prescrição (Art. 191), isto é, antes que se tenha consumado. Isto ocorre porque a prescrição é de ordem pública e a renúncia tornaria a ação imprescritível por vontade da parte particular. Portanto não se admite renúncia prévia de prescrição, nem de prescrição em curso, mas só da consumada. 2 são os requisitos para a validade da renúncia: 1º Que a prescrição já esteja consumada; 2º Que não prejudique terceiro. Os terceiros eventualmente prejudicados são os credores, pois a renúncia à possibilidade de alegar a prescrição pode acarretar a diminuição do patrimônio do devedor. Em se tratanto de ato jurídico, requer também um 3º a capacidade do agente. Observado esses requisitos, a renúncia, isto é, a desistência do direito de arguir a pretenção pode ser expressa ou tácita. RENÚNCIA EXPRESSA: É a manifestação taxativa, inequívoca, escrita ou verbal, do devedor de que dela não pretende utilizar-se. RENÚNCIA TÁCITA: É a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição (art. 191 do CC). Assim, consumada a prescrição, qualquer ato de reconhecimento da dívida por parte do devedor, como o pagamento parcial ou a composição visando á solução futura do débito, será interpretado como renúncia.
3ª É obrigatório ao juiz pronunciar a prescrição de ofício. Deve o magistrado, todavia, ouvir o autor da ação, antes de assim proceder, tendo em vista que este poderá demonstrar a existência de eventual causa interruptiva. Não se justifica, porém, ouvir o réu, já que, malgrado o ato do juiz, declarando de ofício prescrita a pretenção do autor, nada impede que o réu renuncie a prescrição posteriormente, propondo ação declaratória, ou fazendo-o incidentalmente, em outro litígio com o autor, ou, ainda, em recurso de apelação. Se ele quiser pagar a dívida já alcançada pela prescrição, a ordem jurídica não impede que isso aconteça.
4ª Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. (Art. 192).
5ª A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita (Art. 193). Pode ser alegada em qualquer fase do processo de conhecimento, porém, se o réu deixar de invocá-la na contestação, considera-se apenas que essa defesa não foi, desde o primeiro momento, invocada, não significando jamais renúncia tácita, é porque o réu, provavelmente, teria confiado nos outros meios de defesa e arcará com o ônus da sucumbência porque: são indevidos honorários advocatícios em favor do réu, se este deixou de alegar a prescrição de imediato, na oportunidade da contestação, deixando para fazê-lo somente em grau de apelação. (Art. 22, do CPC). E pode ser alegada não somente pelo autor (prescribente) como também por todos os terceiros favorecidos por ela.
6ª É obrigatório o pronunciamento da prescrição, de ofício, pelo juiz (Art. 194). A prescrição diz respeito, em regra, a direitos patrimoniais. Os direitos não patrimoniais (pessoais, de família) estão sujeitos a decadência ou caducidade. Este também pode ser declarada de ofício pelo juiz. E se estiver estabelecida por lei deve ser declarada por ele. Ainda que trate de direitos patrimoniais, a decadência deve ser decretada de ofício, quando estabelecida por lei. Se a parte, pessoalmente, não invoca a prescrição, poderá fazê-lo o representante do MP, em qualquer situação, bastando levar o fato ao conhecimento do juiz, que agora deve pronunciá-la de ofício. Também poderá alegá-la o curador à lide, em favor do curatelado, bem como o curador especial, nos casos em que lhe caiba intervir.
7ª Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas tem ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem opotunamente (Art. 195, CC).
8ª A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor” (Art. 196). O decurso do tempo não se inicia novamente, o prazo continua correndo ininterruptamente mesmo com a morte da pessoa à favor ou contra quem ele iniciou. Assim o herdeiro disporá apenas do prazo faltante para exercer a pretenção, quando esse prazou iniciou-se com o autor da herança. Desse modo o prazo, não se inicia novamente, com a morte deste. Não só o prazo contra, mas também o prazo à favor, a exemplo do sucessor, continua a correr.
DAS CAUSAS QUE IMPEDEM OU SUSPENDEM A PRESCRIÇÃO:
O CC agrupou as causas que suspendem e impedem a prescrição em uma mesma seção, entendendo que estão subordinadas a uma unidade fundamental. As mesmas causas ora impedem, ora suspendem a prescrição, dependendo do momento em que surgem. 
Ex: “Entre os cônjugues na constância da sociedade conjugal não correprescrição”. Se o prazo ainda não começou a fluir, a causa ou obstáculo (no caso a constância da sociedade conjugal) impede que comece. Se, porém, o obstáculo (casamento) surge após o prazo ter se iniciado, dá-se a suspensão. Nesse caso, somam-se os períodos, isto é, cessada a causa de suspensão temporária, o lapso prescricional volta a fluir somente pelo tempo restante.
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
(A justificativa para a suspenção da prescrição está na consideração legal de que certas pessoas, por sua condição ou pela situação em que se encontram, estão impedidas de agir; o motivo nos 3 casos supramencionados é a confiança, a amizade e os laços de afeição que existem entre as partes; que poderiam ser destruídos pela necessidade de evitar a prescrição).
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
(Denota-se a preocupação de proteger as pessoas que se encontram em situações especiais que as impede de serem diligentes na defesa de seus interesses).
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
(Nas duas primeiras hipóteses o direito ainda não se tornou exigível, não sendo possível falar em prescrição. Se terceiro propõe a ação de evicção, fica suspensa a prescrição até o seu desfecho final. Neste dispositivo observar-se a aplicação do princípio da ACTIO NATA dos romanos, segundo o qual somente se pode falar em fluência (corrência, circulação, movimento) de prazo prescricional desde que haja uma pretensão a ser exercitada, em virtude da violação do direito. Enquanto não nasce a pretensão, não começa a fluir o prazo prescricional. É da violação do direito que nasce a pretensão, que por sua vez dá origem à ação. E a prescrição começa a correr desde que a pretensão teve origem, isto é, desde a data em que a violação do direito se verificou).
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. (Criou-se uma nova causa de suspensão da prescrição, que se fez necessária em razão de o prazo para a prescrição da pretensão de reparação civil ter sido reduzido, no novo CC, para apenas três anos (art. 206, § 3º, V)). Ex: Responsabilidade civil do Estado – Prescrição. Se o ato do qual pode exsurgir (levantar) a responsabilidade civil do Estado está sendo objeto de processo criminal, o termo inicial da prescrição da ação de reparação de danos inicia, excepcionalmente, da data do trânsito em julgado da sentença penal.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. (A prescrição é benefício pessoal e só favorece as pessoas taxativamente mencionadas, mesmo na solidariedade. Ex: Existem 3 credores contra devedor comum, de importância em dinheiro, sendo um deles absolutamente incapaz, a prescrição correrá somente contra os demais, pois a obrigação de efetuar o pagamento em dinheiro é divisível, ficando suspensa somente em relação ao menor. Se se tratasse, porém, de obrigação indivisível (de entregar um animal, ex), a prescrição somente começaria a fluir, para todos, quando o incapaz completasse 16 anos. Sendo o direito indivisível, a suspensão aproveita a todos os credores.
DAS CAUSAS QUE INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO:
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: (A interrupção da prescrição só pode ocorrer uma vez, evitando interrupções abusivas e a protelação (atraso) da solução das controvérsias. Interrompida a prescrição, ela retroagirá à data da propositura da ação, se a petição inicial preencher os requisitos legais, caso contrário, retroagirá á data em que for regularizada) Obs: O despacho que determine a emenda da petição inicial não interrompe a prescrição.
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; (Para interromper a prescrição, a citação deve preencher os requisitos de existência e da validade, segundo a lei processual. É preciso, pois, que exista, ainda que ordenada por juiz incompetente, e tenha se completado. A citação ordenada por juiz incompetente interrompe a prescrição, para beneficiar aqueles que de boa-fé peticionam perante juiz incompentente. Não se admitem, porém, abusos nem erros grosseiros. É preciso, também, que seja válida, isto é, não seja nula por inobservância das formalidades legais. O simples protesto judicial basta para interromper a prescrição, portanto, bastará a citação em processo mesmo que ele seja extinto sem julgamento do mérito. A interrupção da prescrição se dá com a inequivocidade de que o titular do direito violado não está inerte. Portanto a mera distribuição da petição inicial onde houver mais de uma vara a interromperá. Se há nulidade processual, nem por isso se deve desproteger o titular do direito violado, que demonstrou não estar inerte, para beneficiar o violador do direito. Este inciso não condiciona a interrupção da prescrição à citação na ação principal em que o autor diretamente persegue o direito material. É razoável admitir que a citação em questão pode ser a do processo cautelar, que não tem outra finalidade senão assegurar o resultado prático (realização do direito material) do processo principal).
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; (Quando por algum motivo não puder ser proposta a ação. Trata-se do protesto judicial, medida cautelar autorizada pelo art. 867 do CPC, ainda que ordenado por juiz incompetente).
III - por protesto cambial; (Ele indica, inequivocamente, que o titular do direito violado não está inerte).
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; (A habilitação (prova da capacidade) do credor em inventário, nos autos da falência ou da insolvência civil, constitui comportamento ativo que demonstra a intenção do titular do direito em interromper a prescrição).
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; (Toda manifestação ativa do credor, em especial a propositura de medidas cautelares, notadamente notificaçõs e interpelações. A propositura da ação pauliana (revocatória), necessária para cobrança eficaz do crédito, já foi considerada como hábil para interromper a prescrição).
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. (É a única hipótese em que a interrupção da prescrição ocorre sem a manifestação volitiva do credor. Incluem-se, nesses atos de reconhecimento da dívida, por exemplo, pagamentos parciais, pedidos de prorrogação do prazo ou de parcelamento, pagamento de juros etc).
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. (Recomeça do zero, com um prazo novo).
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado. (Ex: O próprio titular do direito em via de prescrição, quem legalmente o represente ou, ainda, terceiro que tenha legítimo interesse (herdeiros do prescribente, seus credores e o fiador do devedor).
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. (A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; porque os efeitos da prescrição são pessoais, ou seja, personalíssimos). 
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assimcomo a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. (Essa regra do caráter pessoa da prescrição, porém, admite exceção: a interrupção por um dos credores solidários (solidariedade ativa) aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros (solidariedade passiva, em que cada devedor responsa pela dívida inteira).
§ 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. (Quando se tratar de direitos indivisíveis, todos os herdeiros ou devedores sofrem os efeitos da interrupção da prescricional; já decidiu o STJ “Se o direito em discussão é indivisível, a interrupção da prescrição por um dos credores a todos aproveita”).
§ 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. (Como a fiança é contrato acessório e este segue por regra o destino do principal, se a interrupção for promovida apenas contra o principal devedor ou afiançado, o prazo se restabelece também contra o fiador, que fica assim prejudicado. O contrário, porém, não é verdadeiro: a interrupção operada contra o fiador não prejudica o devedor, pois o principal não acompanha o destino do acessório).
RETROATIVIDADE DA LEI PRESCRICIONAL: Se a nova lei estabelecer um prazo mais curto de prescrição, essa começará a correr da data da nova lei, salvo se a prescrição iniciada na lei antiga viesse a completar-se em menos tempo, segundo essa lei, que , no caso, continuaria a regê-la, relativamente ao prazo. Ex: Lei nova põe prazo prescricional de 3 anos, lei antiga era 10, passarão todos os prazos para três anos, exceto os que faltam menos de 3 anos para terminar.
OUTRA REGRA SOBRE A RETROATIVIDADE DA LEI PRESCRICIONAL: Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada (Art. 2.028). Ex: Lei nova põe prazo prescricional de 10 anos, lei antiga era de 30, passarão todos os prazos para 10 anos, exceto os que já faltam menos de 15 anos para terminar.
DECADÊNCIA (CADUCIDADE): É a perda do direito potestativo por não ter sido exercido pelo seu titular no tempo determinado.
DIREITO POTESTATIVO (IMPERATIVO, ORDENATIVO): É aquele que confere ao titular o poder de influir ou determinar mudanças na esfera jurídica de outrem, por ato unilateral, sem que haja dever correspondente, apenas uma sujeição. É o direito que não admite contestação; ex: O do empregador de demitir um empregado, do divórcio.
DEDUÇÃO DE DECADÊNCIA PELA COMISSÃO REVISORA DO PROJETO (CC 2002): “Logo, se a hipótese não é de violação de direito (quando se exercer, judicialmente, o direito de anular um negócio jurídico, não se está pedindo condenação de ninguém por violação de direito, mas, apenas, exercendo um direito por via judicial), mas há prazo para exercer esse direito – prazo esse que não é nem do art. 205, nem do art. 206, mas se encontra em outros artigos -, esse prazo é de decadência ou caducidade.
Obs: A prescrição resulta exclusivamente da lei, já a decadência pode resultar da lei (legal), do testamento e do contrato (convencional). Na decadência o prazo começa a fluir no momento em que o direito nasce; já na prescrição no momento da violação do direito pré-existente.
DISPOSIÇÕES LEGAIS SOBRE A DECADÊNCIA: 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. (Define que nos casos em que um dispositivo legal em vigor, determine a interrupção ou suspensão de prazo de decadência, para atender a hipótese especialíssima, não será revogado este prazo).
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. (Determina que não será admitido a fluência de prazo decadencial contra os absolutamente incapazes, bem como permite que os relativamente incapazes responsabilizem os representantes e assistentes que derem causa à decadência, não a alegando oportunamente em seu favor. O prazo de ação rescisória é de decadência e não corre contra os absolutamente incapazes, decidido pelo STJ).
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. (A decadência legal é irrenunciável, isso decorre da sua própria natureza. O fim predominante desta é o interesse geral, sendo que os casos legalmente previstos versam sobre questões de ordem pública. Daí a razão de não se admitir que possam as partes afastar a incidência da disposição legal. Porém, é irrenunciável apenas o prazo de decadência estabelecido em lei, e não os convencionais, como o pactuado na retrovenda, em que, por exemplo, pode-se estabelecer que o prazo de decadência do direito de resgate seja de um ano a partir da comrpa e venda e, depois, renunciar-se a esse prazo, prorrogando-se-o até 3 anos, que é o limite máximo estabelecido em lei).
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei. (O juiz deve (dever e não faculdade) de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei. Ainda que se trate de direitos patrimoniais, a decadência pode ser decretada de ofício, quando estabelecida por lei).
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. (O juiz não pode preencher a alegação, somente a parte pode alegá-la).
PROVA: É o meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico.
REQUISITOS DA PROVA:
1º Deve ser admissível (não proibida por lei e aplicável ao caso em exame);
2º Deve ser pertinente (adequada à demonstração dos fatos em questão);
3º Deve ser concludente (esclarecedora dos fatos controvertidos).
Obs: Não basta alegar: é preciso provar, pois nada alegar; ou alegar e não provar; querem dizer a mesma coisa. O que se prova é o fato alegado, não o direito a aplicar, pois é atribuição do juiz conhecer e aplicar o direito. Por outro lado, o ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o contesta, sendo que os fatos notórios (cláros, de que ninguém tem dúvida) independem de prova. O Código Civil determina as provas, indicando seu valor jurídico e as condições de admissibilidade; já o Código de Processo Civil determina o modo de constituir a prova e de produzí-la em juízo. São esses 2 códigos que regulamentam os princípios referentes à prova. Quando a lei exigir a forma especial, como o instrumento público, para a validade do negócio jurídico, nenhuma outra prova (fora a forma especial), por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta (CPC, art. 366; CC, art. 107 a contrário sensu). Por outro lado, não havendo nenhuma exigência quanto à forma (ato não formal), qualquer meio de prova pode ser ultilizado, desde que não proibido, como estatui o art. 332 do CPC: “Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda ação ou defesa.
MEIOS DE PROVA:
 Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante:
I - confissão;
II - documento;
III - testemunha;
IV - presunção;
V - perícia.
(Este artigo enumera os meios de prova dos negócios jurídicos a que não se impõe forma especial, e o faz apenas exemplificativamente e não taxativamente, pois todos os meios legais podem ser usados para provar o fato).
CONFISSÃO: É uma prova que ocorre quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário (CPC, art. 348). Pode ser judicial (em juízo) ou extrajudicial (fora do processo), espontânea ou provocada, expressa ou presumida (ou ficta) pela revelia (CPC, arts. 302 e 319).
ELEMENTOS ESSENCIAIS DA CONFISSÃO: 
1º CAPACIDADE DA PARTE (Ela deve ser capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessadores. Ex: Em ação de bem imóvel, a confissão de um cônjugue não valesema do outro (CPC, art. 350, parágrafo único); O representante legal do incapaz, não pode, em princípio, confessar porque lhe é vedado concluir negócios em conflito de interesses com o representado (CC, art. 119), e a confissão opera, essencialmente, contra os interesses do titular do direito. A representação voluntária no entanto, legitima o representante a confessar desde que lhe seja atribuído, expressamente tal poder. Não vale também a confissão relativa a direitos indisponíveis (CPC, art. 351).
2º DECLARAÇÃO DE VONTADE;
3º OBJETO POSSÍVEL.
IRREVOGABILIDADE DA CONFISSÃO: A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação (CC, art. 214). Já se decidiu: “A revogação da confissão por erro de fato é admissível quando restar demonstrada incerteza ou declaração diversa da pretendida.
DOCUMENTOS: É uma prova representada por escritos com função apenas probatória. O documento pode ser PÚBLICO ou PARTICULAR. Os Públicos são elaborados por autoridade pública, no exercício de suas funções, como as certidões e traslados etc. Os Particulares são os elaborados por particulares. Uma carta, um telegrama, por exemplo, podem constituir importante elemento de prova.
INSTRUMENTOS PÚBLICOS E PARTICULARES: São espécies do gênero dos documentos. O instrumento é criado com a finalidade precípua (essêncial) de servir de prova, como, exemplo, a escritura pública, ou a letra de câmbio. Os instrumentos públicos são feitos perante o oficial público, observando-se os requisitos do art. 215 do CC. Os particulares são realizados somente com a assinatura dos próprios interessados. A inobservância desses requisitos acarreta a nulidade da escritura pública, que deve ser redigida na língua nacional. Se o documento for estrangeiro deverá ser traduzido para que se torne válido. (Art. 224). 
TESTEMUNHAS: São provas representadas pelas pessoas que prestam depoimento em juízo. Elas podem ser INSTRUMENTÁRIAS (Que assinam o instrumento ou documento) ou JUDICIÁRIAS (Que prestam depoimento em juízo). A prova testemunhal é menos segura que a documental. Por essa razão, dispõe o art. 227 do CC e parágrafo único: Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito. A prova testemunhal resulta do depoimento oral das pessoas que vira, ouviram e souberam dos fatos relacionados com a causa, e está impregnada de alto grau de subjetividade, por isso é alvo de críticas dentro do sistema jurídico. Daí vem as restrições a sua admissibilidade ampla, como a feita no presente artigo. Embora não se admita prova exclusivamente testemunhal nos constratos, como o comodato, por exemplo, cujo valor exceda o limite previsto em lei, há uma tendência para considerar que, quanto aos efeitos pretéritos (passados) do contrato, é admissível a prova exclusivamente testemunhal, qualque que seja o seu valor. Ex: Quando se tratar, não da prova da existência da sociedade em si, mas de um fato consumado – a comunhão de bens e interesses -, qualquer meio de prova é admissível. Algumas pessoas, porém, não pode mser admitidas como testemunhas. Ex: Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:I - os menores de dezesseis anos; II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil; III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar dependa dos sentidos que lhes faltam; IV - o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes; V - os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das partes, por consangüinidade, ou afinidade. Parágrafo único. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a que se refere este artigo. O CPC no art. 405, relaciona os incapazes para testemunhar, os impedidos e os suspeitos. E o art. 229 do CC dispõe: Art. 229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre fato: I - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; II - a que não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, parente em grau sucessível, ou amigo íntimo; III - que o exponha, ou às pessoas referidas no inciso antecedente, a perigo de vida, de demanda, ou de dano patrimonial imediato.
PRESUNÇÃO: É prova resultante da conclusão que se tira de um fato conhecido, para se chegar a um desconhecido. Não se confunde com indício, que é meio de se chegar a uma presunção. Exs de presunção: É conhecido o fato de que o credor só entrega o título ao devedor por ocasião do pagamento, a sua posse pelo devedor conduz à presunção de haver sido pago (CC, art. 324); A morte presumida (art. 6º), a gratuidade do mandato (art. 658), a boa-fé (art. 1.203) etc.
PRESUNÇÃO LEGAL (JURIS): É a que decorre da lei, como, por exemplo, a que recai sobre o marido, que a lei presume ser o pai do filho nascido de sua mulher, na constância do casamento.
PRESUNÇÃO LEGAL ABSOLUTA (JURIS ET DE JURE): É a que não admite prova em contrário. Ela é atribuida pela lei a certos fatos, sendo, nestes casos, indiscutível. Ex: São fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor (CC, art. 163).
PRESUNÇÃO LEGAL RELATIVA (JURIS TANTUM): É a que admite prova em contrário. Exemplo: A presunção de paternidade atribuída ao marido, em relação ao filho de sua mulher nascido na constância do casamento, pode ser elidida (eliminada) por meio da ação negatória de paternidade (CC, art. 1.601).
PRESUNÇÃO COMUM (HOMINIS): É a que se baseia no que ordinariamente acontece, na experiência da vida. Presume-se, por exemplo, embora não de forma absoluta, que as dívidas do marido são contraídas em benefício da família.
Art. 230. As presunções, que não as legais, não se admitem nos casos em que a lei exclui a prova testemunhal. (O dispositivo trata das presunções que não decorrem da lei (PRESUNÇÕES COMUNS, HOMINIS). Não são admitidas nos negócios jurídicos cujo valor ultrapasse o décuplo do salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados, bem como em outros casos previstos em lei (CC, art. 227)).
PERÍCIA: É uma prova, caracterizada pelo EXAME, pela VISTORIA e pela AVALIAÇÃO.
EXAME: É a apreciação de alguma coisa, por peritos, para auxiliar o juiz a formar a sua convicção. Exemplos: Exame grafotécnico, exame hematológico nas ações de investigação de paternidade etc.
VISTORIA: É uma perícia, restrita à inspeção ocular. É diligência (medida) frequente nas ações imobiliárias, como possessórias e demarcatórias. A vistoria destinada a perpetuar a memória de certos fatos transitórios, antes que desapareçam, é denominada ad perpetuam rei memoriam (Para eterna lembrança do fato), regulada atualmente no capítulo do CPC que trata da “produção antecipada de provas’ (arts. 846-851).
AVALIAÇÃO: É a atribuição ao bem do seu valor de mercado. O arbitramento é forma da avaliação. É o exame pericial destinado a apurar o valor de determinado bem, comum nas desapropriações e ações de indenização.
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aproveitar-se de sua recusa.
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame. 
(A Lei n. 12.004, de 29 de julho de 2009, mandou acrescer à Lei n. 8.560, de 29 de dezembro de 1992, o art. 2º -A, cujo parágrafo único assim dispõe: “A recusa do réu em se submeter ao exame de código genéritoc – DNA – gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório”. A referida lei não inovou, apenas repetiu o que já vinha sendo aplicado pela jurisprudência que havia se adiantado. Todavia, a recusa de parentes em realizar exame de DNA não gera presunção de paternidade.Decidiu, com efeito, o STJ que a presunção relativa decorrente da recusa do suposto pai em submeter-se ao exame de DNA, nas ações de investigação de paternidade, não pode ser estendida aos descendentes, por se tratar de direito personalíssimo e indisponível. Enfatizou o relator, Ministro Luis Felipe Salomão, que “a recusa do descendente, quando no polo passivo da ação de investigação de paternidade, em ceder tecido humano para a realização do exame pericial, não se reveste de presunção relativa e nem lhe impõe o ônus de formar robusto acervo probatória que desconstitua tal presunção”.)

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