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A ANÁLISE INSTITUCIONAL Psicologia Institucional Giovanna Carrozzino Werneck 1 REVISANDO PSICOLOGIA INSTITUCIONAL • Não como uma área de atuação, ao lado daquelas já conhecidas -> um modo de fazer concretamente a psicologia, de produzi-la na interface com outras modalidades do conhecimento humano e exercendo-se ela própria como instituição. • Pensar a psicologia como instituição • Dispositivo metodológico 2 PSICOLOGIA INSTITUCIONAL DE BLEGER • Intervenção psicanalítica com significação social • Trabalhar com psicologia institucional é trabalhar com uma abordagem psicanalítica e tomar a instituição como um todo • Opera com os grupos por meio de um enquadre -> método clínico • Forma de fazer a psicologia como ciência e profissão 3 • Emprega o termo “Psicologia Institucional” para designar uma determinada prática da psicologia em instituições. • Proposta de atuação profissional que extrapola os limites do consultório e lida com a saúde mental ou com a psico- higiene nos grupos e nas atividades de vida diária por meio do estudo de grupos, instituições, comunidades -> Investigação que não se desvincula do cotidiano 4 GEORGES LAPASSADE • Década de 70 • Abordagem sociológica e política do trabalho institucional • Análise Institucional = movimento que supõe um modo específico de compreender as relações sociais, um conceito específico de instituição e um modo de inserção do psicólogo de natureza política. 5 INSTITUINTE • Dimensão ou momento do processo de institucionalização em que os sentidos, as ações ainda estão em movimento e constituição • É o caráter mais produtivo da instituição; movimento de criação • PROCESSO 6 INSTITUÍDO • O que está estabelecido; caráter de fixidez, naturalização e cristalização das formas de relação • É o que se confunde com a própria instituição • FORMA 7 O INSTITUINTE APARECE COMO UM PROCESSO, ENQUANTO O INSTITUÍDO APARECE COMO RESULTADO LAPASSADE 8 INSTITUIÇÃO • São “formas”, produtos históricos de uma sociedade instituinte, que produzem e reproduzem as relações sociais • Não é um nível ou uma manifestação da formação social, mas é a maneira como a realidade social se organiza, sobredeterminada como está pela mediação do Estado (p. 59) 9 ORGANIZAÇÃO • Nível de realidade social em que as relações são regidas por estatutos e acontecem no interior de estabelecimentos, espaços físicos determinados. 10 INSTITUCIONALIZAÇÃO • Reconhecimento das normas criadas pelas forças instituintes (processo) 11 ESTADO • “[...] o que o Estado reprime (e o faz permanentemente) é o sentido daquilo que se faz, o sentido da ação. [...] a prática repetitiva e referida a uma determinada lei, a um conjunto de regramentos, é uma prática que se aliena e aliena os sujeitos envolvidos. O impedimento exterior passa a ser interior, esmiuçado em infinitas normas que permeiam o vivido” (p. 60) • Mecanismo coletivo de repressão, determinante do desconhecimento social -> ideologia (desconhecimento do sentido de nossos atos) -> repressão dos sentidos. • Leitura p. 61e 62 12 BUROCRACIA • Tipo de relação de poder em que existe uma separação entre a decisão e a execução, o pensar e o fazer • É a organização da separação • A burocratização se manifesta no controle da gestão produtiva pela forma de trabalho mecanizado, padronizado, sujeito à racionalização das normas. 13 • Forma de organização do poder em que há uma alienação da condição de decisão sobre o fazer cotidiano, em favor de grupos (ou dirigentes) que, embora em relação, não alinham seus interesses aos dos grupos ou indivíduos executores. • A relação burocratizada é uma relação entre desiguais quanto ao poder para definir o que e como deve ser feito 14 ANÁLISE INSTITUCIONAL • Movimento que supõe um modo específico de compreender as relações sociais, as instituições e o modo de inserção do psicólogo (natureza política) -> MOVIMENTO INSTITUCIONALISTA • Forma de análise política da realidade social e institucional • Método para decifrar as relações que indivíduos e grupos mantêm com as instituições 15 • Instigar a autogestão e autoanálise dos grupos, provocar rupturas na burocracia das relações instituídas nos três níveis da realidade social (grupo, organização e instituição) • Método de análise da realidade social e método de intervenção, que operam dialeticamente • Não faz um isolamento entre o ato de pesquisar e o momento em que a pesquisa acontece na construção do conhecimento • Não há separação entre trabalho teórico e prático, entre campo de intervenção e campo de análise 16 • Intervir não é observar de fora um objeto dado, mas construí-lo de dentro, ao mesmo tempo, construindo a si mesmo no momento da intervenção. • “[...] o termo Análise Institucional acaba por nomear, de um lado, uma determinada concepção de o que seja a instituição e uma teoria para sua análise e, de outro, uma forma de intervenção, que visa a transformá-la, provocando-a, revelando a sua estrutura, subvertendo-a” (p. 53) 17 ANALISADOR • Aquele ou aquilo que provoca análise, quebra, separação, explicitação dos elementos de dada realidade institucional; atravessa o campo da análise e o da intervenção • Pode ser tomado tanto como o evento que denuncia quanto aquele portador de potência de mudança 18 PESQUISA-INTERVENÇÃO • Não se define a partir de um ponto de origem o alvo a ser atingido • Não há mais sujeito e objeto independentes -> produção concomitante do sujeito e objeto • A intervenção se junta à pesquisa não para substituir a ação, mas para produzir outra relação entre sujeito/objeto, teoria/prática • Explicitar as relações de poder; desnaturalização permanente das instituições, incluindo a própria instituição de análise; crítica ao estatuto da verdade 19 • Caráter desarticulador das práticas e dos discursos instituídos • Conhecer para transformar -> transformar para conhecer • Mudança nos parâmetros de investigação no que tange à neutralidade e à objetividade do pesquisador • Defende a não separação sujeito-objeto e leva em consideração a implicação do pesquisador, a complexidade e indissociabilidade da produção de conhecimento da atuação/intervenção Text 20 • Explorar as implicações é falar das instituições que nos atravessam • Colocar a instituição pesquisa em análise • “Estar implicado (realizar ou aceitar a análise de minhas próprias implicações) é, ao fim de tudo, admitir que eu sou objetivado por aquilo que pretendo objetivar” (Lourau) 21 • “[...] a análise das implicações não consiste somente em analisar a si mesmo a todo instante, mas também no momento da própria intervenção. As coisas que dizemos trazem as marcas das posições políticas [...] dizem respeito ao lugar que ocupamos nas relações sociais” • Lourau 22
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