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DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL Igor Moura Rodrigues Teixeira igormoura.r@gmail.com (085) 9.85639471 igorm Balão E-MAIL-TURMA 2018.1-MANHÃ: direitofvjturma4.2018.1@gmail.com;nullnulle-mail-noite: direitofvj2016.2@gmail.com AULA 01 CONSTITUIÇÃO Manoel Gonçalves Ferreira Filho define a Constituição como o “conjunto de regras concernentes à forma do Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos, aos limites de sua ação”. PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO Konrad Hesse (teoria da força normativa da Constituição) demonstra o conceito de Constituição afirmando que é esta “a ordem fundamental jurídica da coletividade. • Ela determina os princípios diretivos, segundo os quais deve formar-se unidade política; e tarefas estatais a serem exercidas. • Ela regula procedimentos de vencimento de conflitos no interior da coletividade. • Ela ordena a organização e o procedimento da formação da unidade política e da atividade estatal. • Ela cria bases e normaliza traços fundamentais da ordem total jurídica. Em tudo, ela é o plano estrutural fundamental, orientado por determinados princípios de sentido, para a configuração jurídica de uma coletividade”. O conceito de Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 apresentado pela doutrina constitucional revela o sentido de norma fundamental e organizacional do Estado: “O conjunto de normas fundamentais, constante de documento escrito, solene e inalterável por lei ordinária, reguladoras da própria existência do Estado, sua estrutura, órgãos e funções, do modo de exercício e limites de soberania, dos seus fins e interesses fundamentais, das liberdades públicas, direitos e deveres dos cidadãos”. A natureza da Constituição é normativa qualificada. A consequência dessa assertiva é que a Constituição é norma obrigatória, estando presente o binômio exigibilidade- obrigatoriedade. Mas essa imperatividade é qualificada, pois a Constituição é norma fundamental e suprema. Em suma, a Constituição é norma jurídica (imperativa) fundamental (suprema). A Constituição é uma norma jurídica e sua essência é organizacional, fundamental e fundante. Em suma, traz ela em seu conteúdo: 1) a organização da competência dos órgãos do Estado, disciplinando o poder (norma organizacional do Estado); 2) o fundamento de validade e unidade do sistema jurídico (norma fundamental). 3) a instituição e organização do sistema jurídico (norma fundante); Sua finalidade precípua é regular a estrutura básica do Estado, que pode ser dividida, em sentido amplo, em três vertentes: 1) a forma do Estado; 2) a competência dos órgãos que compõem o Estado; e 3) os direitos fundamentais dos cidadãos do Estado. No aspecto jurídico, a Constituição tem por finalidade organizar o Estado, configurando-se como sua norma fundamental, pois é ela o alicerce do sistema jurídico. Fundamental vem do verbo “fundar”, que traz a ideia de criar, dar início e assentar, erguer, alicerçar. A Constituição cria o Estado e ao mesmo tempo o organiza. Do prisma político-jurídico, podemos afirmar que ela cumpre três funções essenciais no Estado Democrático de Direito: 1) consagrar e garantir os direitos fundamentais; 2) organizar e limitar o poder; e 3) preservar a unidade política da nação. Nesse plano, a Constituição é a manifestação política plena do povo, tendo por finalidade implementar o processo democrático propugnado pela nação. Representa o pacto nacional, ou seja, as regras organizacionais fundamentais eleitas pelo povo. DIREITO CONSTITUCIONAL O Direito Constitucional é ramo do direito público que regula a organização do Estado. Pontes de Miranda o denomina como “a parte do direito público que fixa os fundamentos estruturais do Estado”. José Afonso da Silva o define “como o ramo do direito público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios fundamentais do Estado”. Do prisma científico, conceito que entendemos primordial, “o direito constitucional é uma disciplina jurídico-científica que tem por objeto de estudo a Constituição”. CLASSIFICAÇÕES - QUANTO À FORMA No que se refere à forma, as Constituições são: escritas e não escritas. - QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO Como base no modo de elaboração, as Constituições são: dogmáticas e históricas. - QUANTO À ORIGEM De acordo com a origem, as Constituições são: promulgadas e outorgadas. - QUANTO À ESTABILIDADE OU MUTABILIDADE No que se refere à estabilidade ou mutabilidade, as Constituições são: imutáveis, rígidas, flexíveis e semiflexíveis. - QUANTO À EXTENSÃO OU FINALIDADE Constituição garantia e Constituição dirigente (voltada para o futuro e organizacional, não apenas garantístico). - QUANTO AO CONTEÚDO No que tange ao conteúdo, as Constituições são classificadas em: material e formal. - CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Com fulcro na classificação apresentada, podemos classificar a Constituição de 1988 como escrita, dogmática, promulgada, rígida, dirigente e formal. PONTOS ESPECIAIS: - EFETIVAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO ; - NEOCONSTITUCIONALISMO (FINALIDADE: CONCRETIZAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS) - PANPRINCIPIOLOGISMO; - ATIVISMO JUDICIAL; - ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO (características: preocupação com a efetividade e com a dimensão material dos direitos fundamentais; direito deve ser exercido e organizado em termos democráticos; legislador passa a ter, além das limitações formais, limitações materiais; democracia não é apenas a democracia formal). - Constitucionalismo do Futuro (valores: verdade, solidariedade, consenso, continuidade, participação, integração, universalização) A Constituição é uma norma jurídica. O texto constitucional não é apenas um documento político, mas sobretudo jurídico, ou seja, a Constituição possui a natureza de norma jurídica. Logo, todo o seu conteúdo possui força normativa, obrigando o Estado e seus cidadãos. Não são meras recomendações desprovidas de vinculação. Os preceitos constitucionais constituem direitos subjetivos públicos, podendo sua concretização ser exigida por intermédio dos institutos de direito processual constitucional.
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