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Materia Contrato 4º Semestre Uninove

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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Denise de Paula Andrade
O ENSINO - REFLEXÃO
SOBRE A METODOLOGIA APLICADA
AINDA SOBRE A METODOLOGIA 
METODOLOGIA ATIVA 
O QUE É DIREITO???
• www.menti.com
INTRODUÇÃO 
• CONCEITO DE DIREITO : 
• Origina-se a palavra “direito” do latim directum , significando 
aquilo que é reto, que está de acordo com a lei. 
• Definição de direito para Radbruch (Introducción a La filosofia Del 
derecho, p. 47): citado por Washington de Barros Monteiro: 
segundo o qual direito “é o conjunto das normas gerais e 
positivas, que regulam a vida social”.
• Para Carlos Roberto Gonçalves (Direito Civil Brasileiro, Vol 1, p. 
21): “Direito é a ciência do “dever ser”.
- Regras de conduta – convívio social – limites 
O QUE É DIREITO CIVIL??? 
• TENTATIVA CONCEITUAL
• www.menti.com
CONCEITO DE DIREITO CIVIL
• Direito civil: é o direito comum, o que rege a relação 
entre os particulares. 
• - rege as relações da vida cotidiana 
• - relações pessoais e patrimoniais 
• - desde a concepção ou antes dela – até post mortem 
• É um ramo do Direito que trata do conjunto 
de normas reguladoras dos direitos e 
obrigações de ordem privada concernente 
às pessoas, aos seus direitos e obrigações, 
aos bens e às suas relações, enquanto 
membros da sociedade.
HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO CIVIL
• IDADE MÉDIA
• - Corpus Juris Civilis : Justiniano 
• --Código
 --Digesto ou Pandectas : compilação de fragmentos de jurisconsultos 
clássicos
 --Institutas: manual escolar que servisse aos estudantes como 
introdução ao direito compendiado no Digesto.
 --Novelas : novas leis 
Obs: concorrência com o direito germânico e com o direito canônico
• DIREITO ROMANO E O DIREITO CIVIL BRASILEIRO
• - base do direito civil português 
• - Ordenações Afonsinas 1446
• - Ordenações Manuelinas – início século XVI
• - Ordenações Filipinas 1603
• BRASIL COLONIAL : leis portuguesas 
• INDEPENDÊNCIA DO BRASIL: 1822 : manutenção das Ordenações 
Filipinas 
• Esboço do Código Civil : 1858 : Teixeira de Freitas 
• Projeto: Coelho Rodrigues
• Projeto Clóvis Beviláqua: 1900 – aprovação 1916 
• Evolução social – leis especiais : Estatuto da 
mulher casada, Lei do Divórcio, ECA, União estável
• Projeto 634/75
• Código Civil de 2002: manteve a estrutura do 
CC/16 – modelo germânico : Parte Geral e Parte 
Especial – Coordenação Miguel Reale 
ESTRUTURA DO CÓDIGO CIVIL /2002
• PARTE GERAL: que identifica os elementos da relação jurídica de direito 
civil, sendo:
• Livro I – DAS PESSOAS: (elemento subjetivo da relação jurídica) identifica o 
sujeito de direito: aquele que integra um dos pólos da relação jurídica: 
Título I - Das Pessoas Naturais e Título II- Das Pessoas Jurídicas e Título III 
– Do Domicílio
• Livro II – DOS BENS: (elemento objetivo da relação jurídica): identifica o 
objeto da relação jurídica : os bens e suas classificações
• Livro III – DOS FATOS JURÍDICOS: identifica as características das relações 
jurídicas : Título I – Do Negócio Jurídico; Título II – Dos atos jurídicos Lícitos 
; Título III – Dos atos ilícitos; Título IV – Da Prescrição e da Decadência; 
Título V – Da Prova
• PARTE ESPECIAL: identifica as próprias relações jurídicas, as 
especificidades
• Livro I – DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: Título I – Das Modalidades das 
Obrigações; Título II – Da Transmissão das Obrigações ; Título III – Do 
Adimplemento e Extinção das Obrigações; Título IV – Do Inadimplemento 
das Obrigações; Título V – Dos Contratos em Geral; Título VI – Das Várias 
Espécies de Contrato; Título VII – Dos atos Unilaterais; Título VIII – Dos 
Títulos de Crédito; Título IX – Da Responsabilidade Civil ; Título X – Das 
Preferências e Privilégios Creditórios
• Livro II – DO DIREITO DE EMPRESA: Título I – Do Empresário; Título II – Da 
Sociedade; Subtítulo I – Da Sociedade não Personificada; Subtítulo II – Da 
Sociedade Personificada; Título III – Do Estabelecimento; Título IV – Dos 
Institutos Complementares
• Livro III – DO DIREITO DAS COISAS: Título I – Da posse; Título II – Dos 
Direitos Reais; Título III – Da Propriedade; Título IV – Da Superfície; Título 
V – Das Servidões; Título VI – Do Usufruto; Título VII – Do Uso; Título VIII – 
Da Habitação; Título IX – Do Direito do Promitente Comprador; Título X – 
Do Penhor, da Hipoteca e da Anticrese
• LIVRO IV- DO DIREITO DE FAMÍLIA: Título I – Do Direito Pessoal ; Subtítulo I 
– Do Casamento; Subtítulo II – Das Relações de Parentesco; Título II – Do 
Direito Patrimonial; Subtítulo I – Do Regime de Bens entre os Cônjuges; 
Subtítulo II – Do Usufruto e da Administração dos Bens dos Filhos 
Menores; Subtítulo III – Dos Alimentos; Subtítulo IV – Do Bem de Família; 
Título III – Da União Estável; Título IV – Da Tutela e Curatela
• LIVRO V – DO DIREITO DAS SUCESSÕES : Título I – Da Sucessão em 
Geral; Título II – Da Sucessão Legítima; Título III – Da Sucessão 
Testamentária; Título IV – Do Inventário e da Partilha; 
• LIVRO COMPLEMENTAR: DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E 
TRANSITÓRIAS
• 
PRINCÍPIOS BASILARES DO CC/02
• - PRINCÍPIO DA ETICIDADE 
• - PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE 
• - PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE 
DIREITO CIVIL E CF /88
• Direito Civil Constitucional: estuda o direito privado à luz das 
regras constitucionais. A expressão direito civil-constitucional 
apenas realça a necessária releitura do Código Civil e das leis 
especiais à luz da Constituição, redefinindo as categorias jurídicas 
civilistas a partir dos fundamentos principiológicos constitucionais, 
da nova tábua axiológica fundada na dignidade da pessoa humana 
(art. 1o, III), na solidariedade social (art. 3o, III ) e na igualdade 
substancial (art. 3o, e 5o.). 
• Eficácia horizontal imediata dos direitos 
fundamentais: teoria da aplicação direta dos direitos 
fundamentais às relações privadas. As normas 
definidores dos direitos e garantias fundamentais tem 
aplicação imediata , com a concreta proteção da 
dignidade da pessoa humana e de outros valores 
constitucionais.
APRENDENDO A TRABALHAR COM A 
LEGISLAÇÃO
OBSERVAÇÃO: ÍNDICE DA LEGISLAÇÃO
• - ÍNDICE SISTEMÁTICO (OU SUMÁRIO)
• - ÍNDICE REMISSIVO (OU ALFABÉTICO)
• “De fato, o índice sistemático funciona como um mapa, que facilita a navegação pelo 
usuário, auxiliando-o a localizar um tópico dentro de um contexto, ao contrário do 
índice remissivo, em que esse tópico já é conhecido pelo interessado.
• Você apreende a manusear o Código: vai conhecê-lo por dentro, não apenas vai 
encontrar o artigo que procura, mas vai trilhar através de determinado título, 
capítulo ou seção. Ao fazer isso, você sempre se dará conta de algum outro 
dispositivo relacionado e tem a oportunidade de repassar toda aquela seção, que vai 
lhe acrescentar conhecimento e confiança. Isso leva a um aprendizado e reforço de 
memória constantes.”
• http://www.soleis.com.br/L10406.htm
• http://www.lex.com.br/legis_3284249_INDICE
_REMISSIVO__LEI_N_10406_2002.aspx
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
25
ATIVIDADE
• - UTILIZAÇÃO DO ÍNDICE DO CÓDIGO CIVIL 
• - DE ONDE VIEMOS, ONDE ESTAMOS E PARA ONDE 
IREMOS...
• - APONTAMENTO DOS ARTIGOS QUE SERÃO 
TRABALHADOS NESSE SEMESTRE :
• TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
INTRODUÇÃO DA MATÉRIA DO 
SEMESTRE: TEORIA GERAL DOS 
CONTRATOS
TRILHA SONORA 
• https://www.youtube.com/watch?v=FljqCn6c
ad8
CONCEITO DE CONTRATO
• Conceito de contrato: o contrato constitui o acordo de 
vontades, um negócio jurídico bilateral ou plurilateral 
celebrado para criar, modificar ou extinguir direitos e 
obrigações de conteúdo patrimonial entre as partes.
• - tradicional
• - VAMOS REFLETIR???
• http://www.ceap.br/material/MAT2103201102613.pdf
APONTAMENTOS 
•CONTRATO
•Amparado em valores constitucionais
•Pode gerar efeitos peranteterceiros – eficácia externa do contrato
•Pode envolver um conteúdo existencial, relativo a direitos da personalidade
Conceito contemporâneo de 
CONTRATO
• “Constitui a relação jurídica subjetiva, nucleada na solidariedade 
constitucional, destinada à produção de efeitos jurídicos 
existenciais e patrimoniais, não só entre os titulares subjetivos 
da relação, como também perante terceiros.”
• NALIN, PAULO. Do contrato: conceito pós moderno. 
• “Um negócio jurídico bilateral, por meio do qual as partes, 
visando a atingir determinados interesses patrimoniais, 
convergem as suas vontades, criando um dever jurídico 
principal (de dar, fazer ou não fazer), e bem assim, deveres 
jurídicos anexos, decorrentes da boa fé objetiva e do superior 
princípio da função social.”
• GAGLIANO, Pablo Stolze. Direito Civil. Contratos: Teoria Geral
• NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO: 
– Posicionamento dos contratos na classificação dos 
fatos jurídicos:
33
34
•Fatos Jurídicos em sentido amplo
•Fatos Jurídicos em sentido estrito ou Fatos Naturais (decorrem de simples manifestação da 
natureza)
•Fatos Naturais Ordinários (nascimento e morte, e a maioridade, o decurso do tempo) 
•Fatos Naturais Extraordinários (em geral, caso fortuito e força maior: terremoto, raio, 
tempestade, furacão) 
•Atos Jurídicos em sentido amplo ou Fatos Humanos (decorrem da atividade humana)
35
•Fatos Jurídicos em sentido amplo
•Fatos Naturais ou Fatos Jurídicos em sentido estrito
•Fatos Humanos ou Atos Jurídicos em sentido amplo (decorrem da atividade humana. São 
ações humanas que criam, modificam, transferem ou extinguem direitos)
•Atos lícitos (Praticados em conformidade com o ordenamento jurídico)
•Ato Jurídico em sentido estrito ou meramente lícito
•Negócio Jurídico
•Atos ilícitos (praticados em desacordo com o prescrito no ordenamento jurídico)
36
•Atos lícitos
•Ato Jurídico em sentido estrito ou meramente lícito (o efeito da manifestação da vontade 
está predeterminado na lei).
• Ex: reconhecimento voluntário de paternidade, fixação de domicílio, notificação, intimação, confissão.
•Negócio Jurídico (a ação humana visa diretamente a alcançar um fim prático permitido na lei, dentre 
a multiplicidade de efeitos possíveis. Efeitos podem estar previstos em lei, mas também são escolhidos 
por ato voluntário, de vontade) . 
• Ex: venda e compra de um carro, locação, doação (precisa da aceitação do donatário), testamento (é a 
vontade do testador, dentro dos 50% se não tiver herdeiros necessários), casamento (pode escolher o 
regime, pode fazer pacto-nupcial).
• PORTANTO, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A 
CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS, QUAL 
A NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO???
– O CONTRATO POSSUI NATUREZA JURÍDICA DE 
NEGÓCIO JURÍDICO
37
• CONTRATO COMO FONTE DE OBRIGAÇÕES:
38
39
Fonte das 
obrigações
Imediata
Mediata
Lei
Atos jurídicos negociais (negócio 
jurídico): Efeitos podem estar previstos 
em lei, mas também são escolhidos por 
ato voluntário, de vontade. Ex: compra e 
venda.
Atos jurídicos stricto sensu: o efeito da 
manifestação da vontade está 
predeterminado na lei. Ex: 
reconhecimento voluntário de 
paternidade.
Atos Ilícitos
Contratos
Contratos e o cotidiano
• Comprar pão -> contrato de compra e venda
• Alugar um carro -> contrato de locação
• Emprestar um livro -> contrato de comodato
• Deixar o carro no estacionamento do shopping -> 
contrato de depósito
• Pegar um ônibus -> contrato de transporte
40
• O CONTRATO É UM INSTITUTO DE DIREITO 
CIVIL QUE TEM PRESENÇA MARCANTE E 
FREQUENTE NO COTIDIANO SOCIAL!! 
• - Mas como começou? Como era? Como 
evoluiu? 
41
Evolução Histórica
• No Direito Romano, as Convenções nasciam da vontade: de um lado, o contrato, que 
tinha força obrigatória e era garantida por ações em juízo, e, de outro lado, o pacto, que 
não era obrigatório, criava uma obrigação natural e não era garantido pelo direito de 
ação. Filho de família escrava só contraía obrigações naturais. 
• Com o direito canônico, durante a Idade Média, o contrato se firmou, assegurando à 
vontade humana a possibilidade de criar direitos e obrigações -> surge o pacta sunt 
servanda (o acordo faz lei entre as partes).
• No Código Napoleão (1804), o contrato era um mero instrumento para adquirir 
propriedade. 
• O Código Civil alemão (1900) considerou o negócio jurídico como uma categoria geral e 
o contrato como uma espécie de negócio jurídico. O contrato passou a ser um veículo de 
transferência da propriedade, mas que não a transfere automaticamente.
• Com a Revolução Industrial, a partir do Séc. XIX, consagrou-se a ideia de autonomia 
privada nos contratos, as pessoas tinham liberdade para contratar.
• Atualmente, convenção, contrato e pacto são tratados como sinônimos.
• DO INÍCIO DOS TEMPOS AO CONTRATO DE ADESÃO (contratos de 
cartões de crédito, de fornecimento de água, luz, telefone fixo e 
celular, de seguro, de transporte aéreo, terrestre ou marítimo, de 
financiamento habitacional, de consórcio, de franquia, de serviços 
de internet, de TV a cabo, de locação em shopping center, de 
concessão de serviços públicos...)
• - Reflexão
• - Aspectos positivos e negativos dos contratos de adesão – maioria 
na atualidade 
43
• “Que há de contratual neste ato jurídico? É na 
realidade a expressão de autoridade privada. O único 
ato de vontade do aderente consiste em colocar-se 
em situação tal que a lei da outra parte venha a se 
aplicar. (...) o aderente é levado a isso pela imperiosa 
necessidade de contratar.´(...) A não ser que não viaje, 
não faça seguro, que não gaste água, gás ou 
eletricidade, que não use de transporte comum (...)”
• Georges Ripert, A Regra Moral nas Obrigações Civis. 
44
• “Vemos, portanto, que a nocividade desta figura contratual está 
muito mais ligada ao abuso desta técnica de contratação do que 
propriamente à sua dinâmica de elaboração, que, como visto, 
tornou-se necessária em uma sociedade massificada como a 
nossa, sem prejuízo, porém, da coexistência, em menor escala, de 
situação fáticas em que a igualdade material das partes impõe o 
reconhecimento da aplicação de preceitos disciplinadores 
tradicionais da autonomia privada.”
• Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho
45
Princípios do Direito Contratual
46
47
Princípios 
Clássicos do 
Direito 
Contratual
Autonomia da vontade
Consensualismo
Relatividade dos efeitos do 
contrato
Obrigatoriedade das 
convenções
Princípio da Autonomia da Vontade
• Desde o Direito Romano, as pessoas são livres para contratar.
• Contratantes podem estabelecer os seus próprios interesses por meio do 
acordo de suas vontades.
• Uma obrigação que se origina de um contrato faz lei entre as partes, 
passa a ter a mesma força que uma obrigação legal, e garante aos 
contratantes o direito de exigir o seu cumprimento.
48
Ampla 
liberdade 
contratual Direito de escolher 
com quem contratar
Direito de 
contratar ou não 
contratar
Direito de escolher o 
conteúdo do 
contrato
Direito de celebrar 
contratos nominados 
ou inominados.
• Contrato típico -> está regulado na lei, e suas 
características e requisitos estão definidos 
legalmente. 
• Contrato atípico -> acordo entre as partes que 
não está tipificado, regulado na lei. 
49
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do 
contrato.
(...)
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais 
fixadas neste Código.
Limitações à Liberdade Contratual
•Faculdade de contratar se quiser:
•Liberdade relativa
•A vida em sociedade obriga as pessoas a contratarem o tempo todo. 
•Ex: licenciamento de veículo é condicionadoà celebração do seguro obrigatório.
•Ex: CDC determina que fornecedor de produtos e serviços não pode recusar 
demandas dos consumidores.
•Faculdade de contratar com quem quiser:
•Liberdade relativa
•Nem sempre se pode escolher com quem contratar.
•Ex: nos casos de monopólios de serviços públicos (luz, água).
•Faculdade de contratar sobre o que quiser:
•Liberdade relativa
•As cláusulas gerais, principalmente a função social do contrato e a boa-fé objetiva, 
limitam o conteúdo do contrato.
•A lei define algumas regras contratuais
•Ex: contrato de adesão.
•Ex: contrato de inquilinato.
50
Autonomia da vontade: o agente tem a 
liberdade de praticar um ato jurídico, 
determinando-lhe o conteúdo, a forma e os 
efeitos. 
versus
Autonomia privada: o particular pode criar, 
nos limites legais, normas jurídicas. O QUE 
PREVALECE ATUALMENTE!)
51
Princípio do Consensualismo
• Para o aperfeiçoamento do contrato, basta o acordo de 
vontades. 
• Contrato resulta do consenso, independente da entrega da 
coisa.
• “os bois se prendem pelos chifres e os homens pelas 
palavras” -> força e respeito às palavras, do consenso entre 
os homens.
• A lei deve, em princípio, se abster de estabelecer 
solenidades e formas para qualificar o acordo, pois o 
consenso entre as partes já é suficiente para o 
aperfeiçoamento do contrato.
52
• Ex: compra e venda está perfeita e acabada 
desde o momento em que o vendedor aceitar 
o preço, independente da entrega da coisa. O 
pagamento e a entrega são relativos à fase do 
cumprimento das obrigações assumidas no 
contrato. 
53
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o 
domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde 
que as partes acordarem no objeto e no preço.
• Regra geral, contratos são consensuais 
(aperfeiçoam-se pelo consenso), mas alguns 
contratos são reais (aperfeiçoam-se pela 
entrega da coisa. ex: contrato de depósito, 
comodato e mútuo só se aperfeiçoam com a 
entrega do bem).
54
Princípio da Relatividade dos 
Efeitos do Contrato
• Os efeitos do contrato só se produzem em relação 
às partes que manifestaram a sua vontade e se 
vincularam ao seu conteúdo, não devendo afetar 
terceiros e seus patrimônios.
• Ninguém pode se tornar credor ou devedor contra 
a sua vontade.
• O contrato não produz efeito com relação a 3ºs, 
exceto nos casos previstos em lei.
55
• Há contratos que estendem efeitos a 
outras pessoas. Ex: contrato coletivo de 
trabalho. Ex: lei do inquilinato protege 
os membros da família quando o titular 
do contrato locatício falece ou abandona 
o imóvel. Ex: Fabricante responde por 
vício do produto.
56
RELATIVIDADE E FUNÇÃO SOCIAL
• O Código Civil de 2002 aderiu à Função Social 
do Contrato, e o contrato deixou de ser 
apenas um instrumento de satisfação de 
interesse pessoais para atender também ao 
interesse da sociedade.
• Interesse da coletividade prevalece sobre 
interesse pessoal.
57
• A função social do contrato abrandou o princípio da 
relatividade dos efeitos do contrato.
• Enunciado 21 da I Jornada de Direito Civil: “A função social 
do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, 
constitui cláusula geral a impor a revisão do princípio da 
relatividade dos efeitos do contrato em relação a 
terceiros, implicando a tutela externa do crédito”.
• Atualmente, 3ºs que não são parte do contrato podem 
nele influir, se forem direta ou indiretamente atingidos. 
Ex: distribuição de amostras grátis de bebida alcoólica em 
frente ao Alcoólatras Anônimos. Ex: Locação de terreno 
para armazenamento de lixo tóxico sem tratamento.
58
Princípio da Obrigatoriedade das 
Convenções
• Princípio da Intangibilidade dos Contratos ou Princípio da Força 
Vinculante dos Contratos.
• Pacta sunt servanda -> o contrato faz lei entre as partes.
• Ninguém é obrigado a contratar, mas se contratar, deve cumprir o 
avençado entre as partes. 
• O princípio da força obrigatória dos contratos significa a 
irreversibilidade da palavra empenhada. 
• Intangibilidade -> qualquer modificação ou revogação deve ser 
bilateral. 
• O inadimplemento confere à outra parte o direito de obrigar 
judicialmente ao cumprimento ou a indenização pelas perdas e danos.
59
• Esse princípio se fundamenta:
a) Na necessidade de segurança nos negócios, 
para que as pessoas possam se sentir seguras.
b) Na intangibilidade ou imutabilidade do 
contrato, pois o acordo faz lei entre as partes.
• A limitação a esse princípio ocorria pelo caso 
fortuito ou força maior. 
60
• Verificando-se que algumas situações contratuais se 
tornavam insustentáveis (com a exploração dos 
economicamente mais fracos pelos mais poderosos), 
compreendeu-se que não se podia falar em absoluta 
obrigatoriedade dos contratos se não havia absoluta 
liberdade contratual entre as partes. 
• O Estado passou a intervir nos contratos, seja para proteger 
direito coletivo, seja para ajustar desequilíbrios entre as 
partes, suavizando o princípio da obrigatoriedade.
• Excepcionalmente, há a possibilidade de intervenção 
judicial para corrigir desequilíbrios nos contratos.
61
• Mas o princípio da obrigatoriedade dos 
contratos permanece.
• Deve-se, porém, observar a equidade, o 
equilíbrio contratual, a boa-fé objetiva e a 
função social do contrato. 
62
63
Princípios 
Modernos 
do Direito 
Contratual
Supremacia da ordem 
pública
Boa-fé objetiva
Função social
Revisão dos contratos ou da 
onerosidade excessiva
Princípio da Supremacia da 
Ordem Pública
• Liberdade contratual encontra limitação na ordem pública.
• Interesse da sociedade deve prevalecer sobre interesses 
individuais
• Ampla liberdade de contratar provocava desequilíbrios e 
exploração dos economicamente mais fracos. 
• Supremacia da ordem pública, da moral e dos bons costumes.
• Ordem pública -> conjunto de interesses jurídicos e morais 
que a sociedade deve preservar. 
• Bons costumes -> observância das normas de convivência, 
padrão de conduta social.
64
• Há intervenção do Estado para verificar caso a 
caso.
• Princípios de ordem pública não podem ser 
alterados pelas partes.
• Normas de ordem pública: casamento, filiação, 
adoção, alimentos, sucessão testamentária, 
organização política e administrativa do Estado, 
preceitos fundamentais do direito do trabalho etc. 
65
Art. 2.035, Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de 
ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social 
da propriedade e dos contratos.
Boa-fé objetiva e probidade
• Ética nos Contratos.
• Probidade -> honestidade de proceder e cumprir 
todos os deveres que são atribuídos à pessoa. 
PRECEITO DE ORDEM PÚBLICA
• Contratantes devem agir com retidão, probidade, 
honestidade e lealdade, nos moldes do homem 
comum, dentro dos usos e costumes do lugar.
66
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como 
em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Boa-fé e seus deveres
• Deveres acessórios e inerentes ao negócio 
jurídico: dever de cuidado, de respeito, de 
transparência, de honestidade, de informar 
a outra parte, de colaboração, confiança e 
razoabilidade.
– SOB PENA DE VIOLAÇÃO DO CONTRATO – 
INADIMPLEMENTO 
67
Boa-fé subjetiva x Boa-fé objetiva
•Boa-fé subjetiva:
•O intérprete deve considerar a intenção do sujeito, sua íntima convicção. 
•Conhecimento ou ignorância da pessoa relativamente a certos fatos. 
•Manifestante da vontade crê que sua conduta é correta.
•Ex: contrato de mútuo com juros abusivos.
•Boa-féobjetiva:
•Não basta ter boa intenção. 
•Todos devem se comportar de boa-fé nas suas relações jurídicas.
•É uma norma de conduta, um dever de agir de acordo com os padrões sociais.
•Há um padrão de conduta comum, do homem médio, naquele caso concreto.
•É a referência para análise do contrato.
68
Hoje adota-se a boa-fé objetiva
69
Funções da Boa-fé
Art. 113. Os negócios 
jurídicos devem ser 
interpretados 
conforme a boa-fé e os 
usos do lugar de sua 
celebração.
• Função de 
interpretação: efeito 
escudo protege aquele 
que está de boa-fé, 
que tem uma 
interpretação mais 
favorável.
Art. 422. Os 
contratantes são 
obrigados a guardar, 
assim na conclusão do 
contrato, como em sua 
execução, os princípios 
de probidade e boa-fé. 
• Função de integração: 
exige-se um dever de 
conduta, sendo que a 
boa-fé objetiva se 
aplica a todas as fases 
contratuais, mesmo na 
fase pré e pós 
contratual.
Art. 187. Também 
comete ato ilícito o 
titular de um direito 
que, ao exercê-lo, 
excede 
manifestamente os 
limites impostos pelo 
seu fim econômico ou 
social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes.
• Função de controle: 
aquele que viola a 
boa-fé objetiva 
comete abuso de 
direito. Cláusulas 
abusivas serão nulas 
por ilicitude do objeto. 
Casos com aplicação dos deveres anexos da 
boa-fé objetiva
• “CASO DOS TOMATES”: Empresa CICA: essa empresa 
distribuía sementes a pequenos agricultores gaúchos sob a 
promessa de lhes comprar a produção futura. Isso ocorreu 
diversas vezes, o que gerou uma expectativa quanto à 
celebração do contrato de compra e venda da produção. 
Até que a CICA distribuiu as sementes e não comprou a 
produção. Os agricultores ingressaram com demandas 
indenizatórias, alegando a quebra da boa-fé, mesmo não 
havendo qualquer contrato escrito. (fase pré-contratual) 
70
• SÚMULA 308 DO STJ: A hipoteca firmada entre a 
construtora e o agente financeiro, anterior ou 
posterior a celebração da promessa de compra e 
venda, não tem eficácia perante os adquirentes do 
imóvel.
• - constituição de hipoteca pelo construtor que faz 
empréstimo: dá em garantia as unidades adquiridas 
por terceiros (fase contratual)
71
• CREDOR TEM O DEVER DE RETIRAR O NOME 
DO DEVEDOR DO CADASTRO DE 
INADIMPLENTES APÓS ACORDO OU 
PAGAMENTO DA DÍVIDA (fase pós contratual)
72
Função de controle
• Proibição de venire contra factum proprium non potest ou Teoria dos 
atos próprios: determinada pessoa não pode exercer uma posição 
jurídica em contradição com o comportamento antes assumido, com 
conduta incoerente com seus próprios atos anteriores. 
• STJ: “havendo real contradição entre dois comportamentos, significando 
o segundo quebra injustificada da confiança gerada pela prática do 
primeiro, em prejuízo da contraparte, não é admissível dar eficácia à 
conduta posterior”.
• Enunciado 362 da IV Jornada de Direito Civil: A vedação do 
comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se 
na proteção da confiança, como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código 
Civil)
73
Abuso da posição jurídica -> deve haver uma proteção da confiança.
Exemplos:
• Promessa de compra e venda. Consentimento da mulher. Atos 
posteriores. Venire contra factum proprium. Boa-fé. A mulher que 
deixa de assinar o contrato de promessa de compra e venda 
juntamente com o marido, mas depois disso, em juízo, 
expressamente admite a existência e validade do contrato, (...) e 
nada impugna contra a execução do contrato durante mais de 17 
anos, tempo em que os promissários compradores exerceram 
pacificamente a posse sobre o imóvel, não pode depois se opor ao 
pedido de fornecimento de escritura definitiva. Doutrina dos atos 
próprios. (...) STJ, Resp 95.539/SP
74
• Dano moral. Responsabilidade civil. Negativação no Serasa e 
constrangimento pela recusa do cartão de crédito, cancelado pela 
ré. Caracterização. Boa-fé objetiva. Venire contra factum 
proprium. Administradora que aceitava pagamento das faturas 
com atraso. Cobrança dos encargos da mora. Ocorrência. 
Repentinamente invocam cláusula contratual para considerar o 
contrato rescindido, a conta encerrada e o débito vencido 
antecipadamente. Simultaneamente providencia a inclusão do 
nome do titular no Serasa. Inadmissibilidade. Inversão do 
comportamento anteriormente adotado e exercício abusivo da 
posição jurídica. Recurso provido. TJ/SP Ap. cível 174.305-4/2-00
75
•Suppressio:
•quando um direito não é exercido durante um certo tempo não poderá mais ser 
exercido;renúncia tácita de um direito pelo seu não exercício com o passar do tempo
•Ex:pagamento fora do local estabelecido no contrato: o credor não pode exigir depois 
o pagamento no local contratual Art. 330
•Surrectio:
•quando um direito é exercido durante um certo tempo nasce um direito pela contínua 
prática de certos atos. 
•Ex: contínua distribuição de lucros da sociedade para seus empregados em desacordo 
com seu estatuto pode gerar o direito de continuar recebendo no futuro.
•Art. 330
•Tu quoque:
•não se pode exigir do outro o cumprimento de norma legal ou contratual que a 
própria pessoa descumpriu. Não se pode fazer com o outro o que não faria contra si 
mesmo. 
•Ex: condômino que deposita móveis em área comum violando o estatuto não pode 
exigir dos outros que não o façam. 
•Ex: o contratante não pode deixar de cumprir o contrato, com base na exceção do 
contrato não cumprido, se dá causa ao inadimplemento da parte contrária 
76
Função de controle
Função Social do Contrato
77
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social 
do contrato.
• Contrato é uma forma de circulação de riquezas e obtenção de fins 
comuns, mas a concepção social é um dos pilares do Direito Contratual.
• Código Civil de 2002 adotou o princípio da socialidade -> prevalência dos 
interesses coletivos frente aos interesses individuais, prevalência de 
princípios condizentes com a ordem pública.
• Aquele que concretiza e que interpreta o contrato, deve observar se o 
contrato atinge a sua função social.
• A função social prevalece sobre os princípios da autonomia da vontade e 
da obrigatoriedade contratual. Há uma limitação da autonomia da 
vontade quando ela confronta com o interesse social.
78
•Relação entre as partes:
•contexto interno do contrato, não existência de cláusulas abusivas. Não pode haver 
um grande desequilíbrio entre as partes: onerosidade excessiva para um e 
enriquecimento excessivo para outro. Ex: contrato de sociedade advocatícia, onde 
um sócio recebe todo o lucro e o outro sócio todo o custo.
•Relação dos contratantes com 3ºs:
•contrato não pode ser fonte de prejuízo para a sociedade. 3ºs que não são partes 
do contrato podem nele influir caso sejam direta ou indiretamente atingidos. Ex: 
distribuição de amostras grátis de bebida alcoólica em frente ao Alcoólatras 
Anônimos. Locação de terreno para armazenamento de lixo tóxico sem tratamento.
A função social do contrato somente estará cumprida quando a sua finalidade – 
distribuição de riquezas – for atingida de forma justa, ou seja, quando o contrato 
representar uma fonte de equilíbrio social. 
O contrato deve ser bom para as partes e para a sociedade de um modo geral.
• A função social do contrato é norma de ordem 
pública.
• Os valores jurídicos, sociais, econômicos e 
morais devem ser preenchidos pelo juiz para 
que haja justiça e equilíbrio, inclusive ex officio.
79
Art. 2.035, Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de 
ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social 
da propriedade e dos contratos.
Nelson Nery: “O contrato estará conformado à sua função social 
quando as partes se pautarem pelos valoresda solidariedade (CF, 3º, I) 
e da justiça social (CF, 170, caput), da livre-iniciativa, for respeitada a 
dignidade da pessoa humana (CF, 1º, III), não se ferirem valores 
ambientais (CDC, 51, XIV) etc.
Ofensas aos valores jurídicos, sociais, econômicos e morais – desrespeito á função 
social dos contratos – desrespeito às regras de ordem pública que pautam a 
sociedade- cláusulas antissociais 
• - cláusula de renúncia antecipada ao direito de indenização e 
retenção por benfeitorias necessárias em contrato de locação por 
adesão (cláusula nula)
• - prazo de carência maior do que 12 horas para internação de 
urgência (menor com H1N1)
• - a recusa de renovação das apólices de seguro de vida pelas 
seguradoras em razão da idade do segurado é discriminatória 
• - responsabilidade da cervejaria (terceiro aliciador/cumplice), que 
desrespeita a existência de contrato, aliciando uma das partes. 
(Caso Zeca Pagodinho)
80
Enunciado 431 da V Jornada de Direito Civil: 
Art. 421. A violação do art. 421 conduz à 
invalidade ou à ineficácia do contrato
ou de cláusulas contratuais. 
81
Caso Encol
https://www.youtube.com/watch?v=6FjjCC6G1
NE
82
Caso Encol
• Contratos de financiamento firmados pela empresa falida 
Encol S/A com o Banco do Estado de Minas Gerais S/A, 
em que o parquet ingressou com Ação Civil Pública para 
anulação de cláusulas contratuais dos referidos contratos 
por violar a boa-fé objetiva e a função social dos 
contratos. 
• Súmula 308 do STJ: “A hipoteca firmada entre a 
construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à 
celebração da promessa de compra e venda, não tem 
eficácia perante os adquirentes do imóvel”.
83
Revisão dos contratos ou da 
onerosidade excessiva
• Origem na Idade Média
• Possibilidade de desfazimento ou revisão forçada do contrato quando a prestação 
de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, decorrente de um evento 
imprevisível e extraordinário. 
• Permite aos contratantes recorrerem ao Poder Judiciário.
• Obrigatoriedade do cumprimento do contrato pressupõe a inalterabilidade da 
situação de fato.
• O contrato é obrigatório para as partes, mas, nos contratos comutativos (prestações 
certas e determinadas), de trato sucessivo, há a existência implícita da cláusula.
84
Rebus sic standibus ou Teoria da Imprevisão
• A revisão deve ser escolhida em detrimento da resolução do contrato. 
• Art. 317
• Não pode haver enriquecimento injusto
• Deve-se ter em vista a boa-fé e a função social do contrato.
• Harmonia entre pacta sunt servanda e rebus sic standibus.
• ex: compro um carro para pagar em três anos com prestações atreladas ao dólar, com uma guerra 
no Oriente Médio, o dólar triplica de preço e as prestações se tornam muito vantajosas para o 
vendedor; alugo um apartamento a beira mar, mas o mar avança e fico sem praia, desvalorizando 
o imóvel, justificando uma redução do aluguel.
85
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se 
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da 
sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as 
condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a 
sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade 
excessiva.
Interpretação dos Contratos
86
• Deve-se interpretar a manifestação de vontade das partes.
• Interpretar o negócio jurídico “é precisar o sentido e 
alcance do conteúdo da declaração de vontade”.
• Teoria da declaração: se houver dúvidas, deve-se buscar 
qual foi a intenção das partes em suas declarações de 
vontade
• Vontade aparente do negócio jurídico de acordo com o 
critério de pessoas honestas e leais.
87
Como interpretar um contrato?
• ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO
88
•Interpretação contratual declaratória:
•qual foi a intenção comum das partes no momento da celebração dos contratos?
•qual o sentido da declaração de vontade das partes?
•Interpretação construtiva ou integrativa:
•se houver lacunas e omissões no contrato, deve-se buscar aproveitar o contrato e 
interpretar complementando-o através da lei, analogia, costumes, princípios e 
equidade. 
•Ex: estipulação de índice que vem a ser extinto, deve-se buscar um índice similar, 
pois não pode haver injusto enriquecimento de uma das partes.
89
• REGRAS DE INTERPRETAÇÃO:
90
• Faz-se a interpretação objetiva para se chegar 
à interpretação subjetiva.
• Reconstrução do significado da declaração 
• Parte-se do texto para o contexto.
• Ex: fizeram um contrato de locação, mas na 
verdade queriam um contrato de comodato
91
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas 
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Interpretação objetiva -> 
análise do texto
Interpretação subjetiva -> busca da vontade dos 
contratantes no momento do negócio. 
• Dois princípios que devem ser observados 
na interpretação dos contratos: boa-fé e 
conservação do contrato.
92
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do 
lugar de sua celebração.
Boa-fé: presume-se que as 
partes procedem com 
lealdade e honestidade.
Conservação do contrato: se 
houver duas interpretações 
diferentes, prevalecerá a que 
possa produzir algum efeito.
Conservação dos Contratos
93
Enunciado 176 da III Jornada de Direito Civil: “Em atenção ao princípio 
da conservação dos negócios jurídicos, o art. 478 do Código Civil de 
2002 deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial dos 
contratos e não à resolução contratual”.
Enunciado 367 da IV Jornada de Direito Civil: “Em observância ao 
princípio da conservação do contrato, nas ações que tenham por 
objeto a resolução do pacto por excessiva onerosidade, pode o juiz 
modifica-lo equitativamente, desde que ouvida a parte autora, 
respeitada a sua vontade e observado o contraditório”.
• Negócios jurídicos benéficos (gratuitos): onera apenas 
uma das partes, envolvem uma liberalidade. Ex: doação 
apenas do imóvel, sem pertenças.
• Devem ser interpretados restringindo-se, limitando o 
alcance da cláusula/contrato a apenas o que está 
escrito.
• A interpretação deve ser estrita porque representam 
renúncia de direitos.
94
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Outros exemplos de interpretação
95
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva 
mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha 
conhecimento.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, 
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes, 
prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador.
Outros critérios de interpretação
96
Deve-se verificar como os contratantes 
vinham executando o contrato em 
comum acordo.
Deve-se interpretar o contrato, em 
caso de dúvidas, da maneira menos 
onerosa para o devedor.
Deve-se interpretar as cláusulas 
contratuais em conjunto e não 
isoladamente.
Deve-se imputar qualquer obscuridade 
a quem redigiu o contrato, pois estepoderia ter sido claro.
Deve-se interpretar, em caso de 
cláusula ambígua ou contraditória, em 
atenção àquilo que pode ser exequível. 
Requisitos de Validade dos Contratos
97
• Contrato deve preencher requisitos para 
sua validade.
• Se falta um requisito, contrato é inválido.
• Elementos constitutivos do negócio 
jurídico: Escada Ponteana 
• - Art 104 CC 
98
•Requisitos Subjetivos do Contrato
•Capacidade genérica
•Aptidão específica para contratar
•Consentimento
99
Acarreta nulidade (art. 166, I) ou anulabilidade (art. 171, I)
Capacidade genérica
• Contratantes devem ter capacidade de exercício.
• Contrato será nulo ou anulável se não tiver capacidade.
• Pessoas jurídicas contratam por meio de seus representantes 
legais indicados no estatuto para representa-las ativa e 
passivamente, judicial e extrajudicialmente.
100
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos.
Aptidão específica para 
contratar
• Capacidade específica para certos contratos.
• É preciso ter legitimação ou não ter impedimentos para 
realizar certos negócios jurídicos.
• Capacidade deve existir no momento da declaração de 
vontade.
• Doação, transação, alienação onerosa exigem capacidade ou 
poder de disposição das coisas ou dos direitos que são 
objetos do contrato. 
• Contratante deve exibir outorga uxória para alienar bem 
imóvel (art. 1.647, 1.649 e 1.650) ou consentimento dos 
descendentes e do cônjuge para a venda a outros 
descendentes (art. 496).
101
Consentimento
102
• Consentimento deve ser livre e espontâneo.
• Vícios ou defeitos do negócio jurídico afetam sua validade: 
erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão, fraude contra 
credores e simulação
Deve haver consentimento recíproco ou acordo de vontades:
Acordo sobre a existência 
e natureza do contrato. 
Acordo sobre o objeto do 
contrato
Acordo sobre as cláusulas 
do contrato.
Consentimento
•Manifestação tácita
•Verifica-se pela conduta do agente. Ex: donatário que se comporta de forma a 
aceitar o bem.
•Silêncio qualificado: silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita 
pelas circunstância e usos (art. 111) ou quando a lei autorizar (art. 539) ou quando 
ficar estabelecido em contrato.
•QUEM CALA SEMPRE CONSENTE??
•Manifestação expressa:
•é aquela exteriorizada de forma inequívoca (verbal, escrita, gesto etc).
•Lei pode exigir manifestação expressa: art. 13 da Lei 8.245.
103
Consentimento
•Dupla representação:
•ambas as partes podem se manifestar pelo mesmo representante.
•Mandato em causa própria:
•representa uma parte e, do outro lado, representa a si mesmo. 
•Contrato consigo mesmo:
•Representa a outra parte e faz negócio consigo mesmo. Art. 117
•Exige-se ausência de interesses de conflitos.
104
B representado C representado
A representante
A representante de B
A em causa própria
A representante de B para vender um 
imóvel
A
B
A compra o 
imóvel de B
A
B
C
•Requisitos Objetivos do Contrato
•Objeto do contrato
•Licitude do objeto
•Possibilidade física ou jurídica do objeto
•Determinação do objeto
105
Acarreta nulidade (art. 166, II)
OBJETO DO CONTRATO
106
Objeto imediato -> é a conduta 
humana obrigação de dar, fazer 
ou não fazer
Objeto mediato -> bens ou 
prestações sobre os quais incide 
a relação obrigacional. 
Licitude do objeto
• Objeto do contrato deve ser lícito: 
não afronta a lei, a moral ou os 
bons costumes.
• - Objeto ilícito: drogas, armas
107
Objeto 
imoral: 
casas de 
tolerância 
Possibilidade do Objeto
108
Impossibilidade 
física absoluta: 
emana de leis 
físicas e alcança a 
todos 
indistintamente. 
Ex: colocar toda 
a água do oceano 
em um copo 
d´água; venda de 
terreno na lua, 
venda de praça.
Impossibilidade física relativa:
Ex: contratação de um pintor para pintar a 
casa em um dia, pode ser impossível para 
ele, mas não é para todos; produção futura 
de uma empresa; venda de apartamento 
na planta. 
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto 
não invalida o negócio jurídico se for relativa, 
ou se cessar antes de realizada a condição a 
que ele estiver subordinado. 
Impossibilidade 
jurídica: 
ordenamento 
jurídico proíbe. 
Ex: não pode ser 
objeto de 
contrato a 
herança de 
pessoa viva (art. 
426); venda de 
bem gravado 
com cláusula de 
inalienabilidade. 
Determinação do objeto
• Objeto deve ser determinado ou determinável. 
• Objeto pode nascer determinável mas tem que 
morrer determinado. 
• Regra geral, a escolha da qualidade é feita pelo 
devedor (aquele que deve a coisa).
109
• Determinado: objeto individualizado 
no seu gênero, quantidade e 
qualidade. 
• Gera obrigação de dar coisa certa.
• Determinável: objeto individualizado no 
seu gênero e quantidade, mas não em sua 
qualidade. 
• Gera obrigação de dar coisa incerta. 
• Também admissível pela venda 
alternativa, onde cessa a indeterminação 
pela concentração/escolha.
•Requisitos Formais do Contrato
•Forma livre
•Formal especial solene/não solene
•Forma contratual
110
Acarreta nulidade (art. 166, IV e V)
Forma livre
• É a regra no Brasil.
• Se a lei não impõe uma forma, a 
manifestação de vontade pode ser escrita, 
oral, por instrumento público ou 
particular, gestos, mímicas etc.
111
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão 
quando a lei expressamente a exigir.
Forma especial :solene/não solene
• É a forma exigida pela lei para a validade do negócio 
jurídico. 
112
Forma especial única: não pode ser 
substituída por outra. Ex: art. 108
Forma especial múltipla: o negócio pode 
ser formalizado por diversos modos, 
todos estipulados em lei. Ex: art. 62
• Garante:
- A autenticidade do negócio;
- A seriedade do ato, 
- A realização da prova, caso necessário. 
Forma contratual
• É a forma que as partes convencionam.
• As partes é que estabelecem a forma que 
o negócio jurídico deve observar.
113
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento 
público, este é da substância do ato.
114
https://www.onlinequizcreator.com/pt/teoria-geral-dos-contratos-1/quiz-362
302
Formação dos Contratos
Fase Pré-Contratual:
Negociações Preliminares
Proposta/Oferta
Aceitação
115
Negociações preliminares
• Também chamado Fase da Puntuação.
• Sondagens, conversações, estudos, debates, solicitação de 
orçamento, indagação de preço etc. 
• As partes ainda não se vinculam, pois não manifestaram a sua 
vontade.
• Análise da viabilidade do contrato, não existe proposta 
formalizada.
• Deve-se agir de boa-fé, e respeitar os deveres jurídicos acessórios 
(de cuidado, de respeito, lealdade, informação, transparência 
etc.). 
• Se uma das partes induz na crença de que o contrato será 
celebrado (levando o outro a despesas ou a não contratar com 
3ºs) -> há violação dos deveres -> gera responsabilidade civil 
extracontratual. 116
STJ - REsp 1.051.065-AM
117
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA. 
DECLARATÓRIOS PROCRASTINATÓRIOS. MULTA. CABIMENTO. CONTRATO. FASE DE TRATATIVAS.
VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ. DANOS MATERIAIS. SÚMULA Nº 7/STJ.
1. Não há falar em negativa de prestação jurisdicional se o tribunal de origem motiva adequadamentesua decisão, solucionando 
a controvérsia com a aplicação do direito que entende cabível à hipótese, apenas não no sentido pretendido pela parte.
2. "No caso, não se pode afastar a aplicação da multa do art. 538 do CPC, pois, considerando-se que a pretensão de rediscussão 
da lide pela via dos embargos declaratórios, sem a demonstração de quaisquer dos vícios de sua norma de regência, é 
sabidamente inadequada, o que os torna protelatórios, a merecerem a multa prevista no artigo 538, parágrafo único, do CPC' 
(EDcl no AgRg no Ag 1.115.325/RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, DJe 4/11/2011).
3. A responsabilidade pré-contratual não decorre do fato de a tratativa ter sido rompida e o contrato não ter sido concluído, 
mas do fato de uma das partes ter gerado à outra, além da expectativa legítima de que o contrato seria concluído, efetivo 
prejuízo material.
4. As instâncias de origem, soberanas na análise das circunstâncias fáticas da causa, reconheceram que houve o consentimento 
prévio mútuo, a afronta à boa-fé objetiva com o rompimento ilegítimo das tratativas, o prejuízo e a relação de causalidade 
entre a ruptura das tratativas e o dano sofrido. A desconstituição do acórdão, como pretendido pela recorrente, ensejaria 
incursão no acervo fático da causa, o que, como consabido, é vedado nesta instância especial (Súmula nº 7/STJ).
5. Recurso especial não provido.
(REsp 1051065/AM, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/02/2013, DJe 27/02/2013)
STJ – REsp 1.367.955-SP
118
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL PRÉ-CONTRATUAL. NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES. 
EXPECTATIVA LEGÍTIMA DE CONTRATAÇÃO. RUPTURA DE TRATATIVAS. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. JUROS DE 
MORA. TERMO 'A QUO'. DATA DA CITAÇÃO.
1. Demanda indenizatória proposta por empresa de eventos contra empresa varejista em face do rompimento abrupto das 
tratativas para a realização de evento, que já estavam em fase avançada.
2. Inocorrência de maltrato ao art. 535 do CPC quando o acórdão recorrido, ainda que de forma sucinta, aprecia com clareza as 
questões essenciais ao julgamento da lide, não estando o magistrado obrigado a rebater, um a um, os argumentos deduzidos 
pelas partes.
3. Inviabilidade de se contrastar, no âmbito desta Corte, a conclusão do Tribunal de origem acerca da expectativa de contratação 
criada pela empresa varejista. Óbice da Súmula 7/STJ.
4. Aplicação do princípio da boa-fé objetiva na fase pré- contratual.
Doutrina sobre o tema.
5. Responsabilidade civil por ruptura de tratativas verificada no caso concreto.
6. Inviabilidade de se analisar, no âmbito desta Corte, estatutos ou contratos de trabalho, para se aferir a alegada inexistência de 
poder de gestão dos prepostos participaram das negociações preliminares. Óbice da Súmula 5/STJ.
7. Controvérsia doutrinária sobre a natureza da responsabilidade civil pré-contratual.
8. Incidência de juros de mora desde a citação (art. 405 do CC).
9. Manutenção da decisão de procedência do pedido indenizatório, alterando-se apenas o termo inicial dos juros de mora.
10. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE, PARCIALMENTE PROVIDO.
(REsp 1367955/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/03/2014, DJe 24/03/2014)
Na fase de nascimento, o princípio da boa-fé objetiva já impõe deveres às partes, ainda 
que não tenha ocorrido a celebração definitiva do ato negocial. 
Assim, verifica-se que a inexistência de negócio jurídico não libera as partes dos deveres 
de cooperação, devendo atuar com honestidade, lealdade e probidade, não isentando de 
responsabilidade aquele que atua em desrespeito a esse padrão ético de conduta.
Verifica-se do trecho acima que a ruptura imotivada de tratativas somente viola a boa-fé 
objetiva, e enseja indenização, quando as negociações preliminares "tenham chegado a 
tal ponto que faz prever que o contrato deveria poder-se estreitar".
119
STJ – REsp 1.367.955-SP
Proposta
• Ou Oferta, Policitação, Oblação.
• “É uma declaração receptícia de vontade, dirigida por uma 
pessoa a outra (com quem pretende celebrar um contrato), por 
força da qual a primeira manifesta sua intenção de se 
considerar vinculada, se a outra parte aceitar”.
• Declaração receptícia: a declaração de vontade emanada na 
Proposta tem que se tornar conhecida do destinatário para 
produzir efeitos. 
• Proposta pode ser escrita, oral ou tácita (exposição de objeto 
com preço)
• Proposta é manifestação de vontade com carga de definitividade 
e produz efeitos (obrigatoriedade para o proponente) 
• Proponente, Solicitante, Policitante -> aquele que faz a 
proposta.
• Oblato, Aceitante, Policitado -> aquele a quem é dirigida a 
proposta.
120
•A Proposta deve:
•Conter todos os elementos essenciais: preço, quantidade, tempo de entrega, forma de 
pagamento etc
•Ser séria e consciente
•Ser clara, completa e inequívoca
•Ser feita em linguagem simples e compreensível
121
Declaração de 
vontade
Declaração 
receptícia
Intenção de se 
vincular Impulso decisivo
Negócio Jurídico 
unilateral
• Proposta vincula o Proponente -> Força vinculante da Proposta
• Proponente tem o ônus de manter a proposta por certo tempo e de 
responder pelas consequências de acarretar no oblato a motivada 
expectativa de realização do negócio.
• Exceções em que a Proposta não obriga o Proponente:
• Se o contrário não resultar dos termos dela: se contiver uma cláusula 
expressa, declarando que a Proposta não é definitiva e que o 
proponente se reserva o direito de retirá-la. O oblato já fica 
conhecendo a ressalva. Ex: “proposta sujeita a confirmação”, “não 
vale como proposta”, “sem compromisso” etc. 
• Se o contrário não resultar da natureza do negócio: propostas abertas 
ao público, que estão limitadas ao estoque (art. 429).
• Se o contrário não resultar das circunstâncias do caso: art. 428
122
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos 
termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
I – “pegar ou largar”, e o solicitado diz que irá estudar a proposta, tal libera o 
proponente.
*Pessoa presente: aquele que conversa diretamente com o Proponente, em 
contato direto e simultâneo, ao mesmo tempo, seja ao vivo, seja por telefone 
etc. Têm que estar ambos simultaneamente conectados.
II – Prazo suficiente é o prazo necessário e razoável para que o solicitado 
responda. Dá-se conforme as circunstâncias. Ex: prazo entre vizinhos. 
*Pessoa ausente: negociam mediante troca de correspondência, não estão 
simultaneamente conectados, ou negociam por intermediários
123
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente 
a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao 
conhecimento do proponente;
(...)
III – Se o Proponente fixou prazo, e o solicitado não 
respondeu dentro do prazo concedido, a Proposta deixa de 
ser obrigatória.
IV – Proponente pode se retratar da proposta se a retratação 
chegar antes ou simultaneamente à proposta. Ex: manda um 
e-mail e liga se retratando.
124
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
(...)
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente.
Oferta aberta ao Público
• Encerrar: abranger 
• Proposta é endereçada a pessoas indeterminadas.
• Mantém-se como declaração receptícia.
• Limita-se ao estoque existente 
• Ex: leilões, vitrine, feiras etc. 
125
Art. 429. A oferta ao público equivale a propostaquando encerra os requisitos essenciais ao contrato, 
salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada 
esta faculdade na oferta realizada.
• Negociações Preliminares
• Proposta
• Pessoa Presente
• Sem Prazo
• Aceitação imediata
• Com prazo
• Aceitação dentro do prazo
• Pessoa Ausente
• Sem Prazo
• Aceitação deve chegar ao proponente em prazo razoável, conforme circunstâncias
• Com Prazo
• Aceitação dentro do prazo
• Oferta ao público
126
Lembre-se: Proposta 
também deixa de ser 
obrigatória se, antes dela, 
ou simultaneamente, 
chegar ao conhecimento 
da outra parte a 
retratação do 
proponente.
Aceitação
• É a “formulação da vontade concordante do 
oblato, feita dentro do prazo e envolvendo 
adesão integral à proposta recebida”.
• Manifestação de vontade, oblato se converte em 
aceitante e adere sua vontade à do proponente.
• Oferta se transforma em contrato.
• Aceitação deve ser simples e pura.
127
Proposta
Aceitação
Recusa
Contraproposta
Contraproposta
• Contraproposta: aceitação fora do prazo, com adições, 
restrições ou modificações. É uma nova proposta.
• O MESMO PODE SE DIZER QUANDO DENTRO DO PRAZO, O 
OBLATO NÃO ACEITA A OFERTA INTEGRALMENTE, 
INTRODUZINDO-LHE RESTRIÇÕES OU MODIFICAÇÕES 
• Oblato se converte em Proponente, e espera aceitação. 
128
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará 
nova proposta.
• Aceitação expressa: palavra, falada ou escrita, gestos, sinais, mímica, de 
modo explícito. Possibilita o conhecimento imediato da vontade do 
agente.
• Aceitação tácita: revela-se pelo comportamento do agente. Deduz-se a 
intenção do agente pela sua conduta. 
• Art. 432 -> aceitação tácita.
• Quando não seja costume a aceitação expressa: quando ofertante e 
oblato já tenham realizado contratos da mesma natureza, com dispensa 
de aceitação expressa. Ex: fornecedor que remete produtos a 
comerciante mensalmente.
• Quando o proponente a tiver dispensado: contrato que diz que a 
renovação ocorre se as partes nada disserem em determinado 
prazo..ex: renovação de locação
129
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o 
proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a 
recusa.
• CONTRATO ENTRE AUSENTES 
• Retratação da aceitação.
• Ocorre se a retratação chegar antes ou simultaneamente à aceitação. 
• Declaração de vontade do aceitante se desfaz.
• Aceitação se torna ineficaz.
• Ex: manda um e-mail e liga se retratando.
130
Inexistência de força vinculante 
da Aceitação
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao 
proponente a retratação do aceitante.
Inexistência de força vinculante da 
Aceitação
• Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se 
perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
• I - no caso do artigo antecedente; (retratação)
• II - se o proponente se houver comprometido a 
esperar resposta; (teoria da recepção)
• III - se ela não chegar no prazo convencionado.(teoria 
da recepção)
131
Inexistência de força vinculante 
da Aceitação
• PROPOSTA ENTRE AUSENTES COM PRAZO: VER ARTIGO 434, III 
• Se a aceitação, embora expedida dentro do prazo, chegar tarde ao conhecimento do 
ofertante, DEPOIS DO PRAZO ESTIPULADO, por circunstância imprevista 
(independente de caso fortuito ou força maior), o ofertante, já liberado da 
proposta, deve comunicar imediatamente ao aceitante. (TEORIA DA RECEPÇÃO)
• Se não comunicar imediatamente, responde por perdas e danos.
• Exige-se a boa-fé do ofertante.
• Ex: a resposta foi feita por carta e os Correios estavam de greve.
132
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do 
proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por 
perdas e danos.
Conclusão do contrato 
entre presentes
• Proposta pode ou não estipular prazo para aceitação.
• Se o proponente não estipular prazo, aceitação deve ser 
manifestada imediatamente, sob pena de perder a força 
vinculativa.
• Se o proponente estipular prazo, aceitação deve ser 
manifestada dentro do prazo estipulado, sob pena de o 
proponente se liberar da oferta.
133
Oblato aceita 
a proposta
Proponente 
faz a 
proposta
Há consenso, 
acordo de 
vontades
Partes se 
vinculam
Contrato 
produz 
efeitos
134
Conclusão do contrato 
entre ausentes•Teoria da informação ou cognição:•Momento em que o proponente recebe a correspondência e toma conhecimento do conteúdo da 
resposta. 
•Teoria da declaração propriamente dita:
•Momento em que a correspondência é escrita.
•Não é aceito.
•Teoria da expedição:
•Momento em que a aceitação é expedida, tendo saído do alcance e controle do oblato.
•Acolhida expressamente pelo Código Civil. 
•Teoria da recepção:
•Momento em que a resposta é entregue ao destinatário. 
•Alguns autores entendem ser essa a teoria adotada pelo Código Civil. (NAS EXCEÇÕES DO ART. 434)Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; (teoria da recepção)
III - se ela não chegar no prazo convencionado.(teoria da recepção)
Questão: contratos eletrônicos por 
email (entre ausentes)
• Teoria da recepção: Enunciado 173 da III Jornada 
de Direito Civil: a formação dos contratos 
realizados entre pessoas ausentes, por meio 
eletrônico, completa-se com a recepção da 
aceitação pelo proponente. 
• Projeto de Lei 281/2012: pretende alterar o CDC 
para criar a Teoria da Confirmação (teoria do 
duplo clique)
135
Lugar da Celebração
• Contrato é celebrado no local em que é proposto. 
• Determina-se o foro competente e a lei aplicável 
(em caso de direito internacional).
• Art. 9º, §2º LINDB
• Partes podem eleger em contrato o foro 
competente e a legislação aplicável.
136
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Contrato Preliminar
137
• Também chamado contrato-promessa.
• Partes já fizeram negociações preliminares.
• Contrato preliminar: partes se comprometem a 
efetuar, posteriormente, um segundo contrato, 
que será o contrato principal e definitivo.
• Contrato preliminar: obrigação de fazer o contrato 
principal
• Contrato principal: obrigação de dar, fazer ou não 
fazer
• Ex: pagamento será parcelado em muitas 
prestações; necessidade de aguardar aprovação de 
financiamento etc.
138
Requisitos 
• Devem ser observados os requisitos objetivos (objeto 
lícito, possível, determinado ou determinável) e 
requisitos subjetivos (capacidade, aptidão específica 
para contratar e consentimento) da formação de um 
contrato.
• Mas não precisam respeitar os mesmos requisitos 
formais exigidos para celebração do contrato definitivo.
• Ex: se contrato definitivo exige instrumento público, 
contrato preliminar pode ser por instrumento 
particular.
139
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos 
essenciais ao contrato a ser celebrado.
• Compromisso bilateral de contrato
• Ex: compromisso de compra e venda
• O compromissário comprador, se não contiver cláusula de 
arrependimento, pode exigir a celebração do contrato definitivo.
• Se não tiver prazo estabelecido no contrato preliminar, a parte deve 
conceder-lhe prazo razoável para o cumprimento da obrigação. 
• Se houver cláusula de arrependimento, as partes podem, a qualquer 
tempo, resilir unilateralmente o contrato preliminar. 
• Se não for feito com razoabilidade,incide em abuso de direito. Deve-se ter 
boa-fé.
140
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo 
antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes 
terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o 
efetive.
• Entre as partes, o contrato preliminar pode ser executado mesmo sem o registro, que 
deve ser feito para que o negócio jurídico efeitos em relação a 3ºs.
• Súmula 239 STJ: “O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do 
compromisso de compra e venda no cartório de imóveis”. 
• Fazendo o registro, impede-se que o bem seja alienado a 3º.
• Enunciado 30 da I Jornada de Direito Civil: “A disposição do parágrafo único do art. 463 
do novo Código Civil deve ser interpretada como fator de eficácia perante terceiros”.
• O efeito do registro é ser erga omnes (contra todos), impedindo situações de venda do 
imóvel para 3ºs. 
• Ex: A promete venda de imóvel a B, e depois A aliena o bem a C, que, de boa-fé, registra 
o imóvel. Resta a B a restituição dos valores pagos e ressarcimento de perdas e danos 
em face de A. 
Mas, se B registra a promessa de compra e venda, a alienação a C se torna ineficaz.
141
Art. 463 (...) 
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.
• Se não tiver prazo estabelecido para se exigir a celebração do 
contrato definitivo, a parte deve conceder-lhe prazo razoável 
para o cumprimento da obrigação. 
• Partes devem ter alcançado consenso sobre os pontos do 
contrato principal, pois juiz não pode preencher pontos em 
branco na vontade das partes.
• Ex: A promete a venda de imóvel a B e se nega a celebrar 
contrato definitivo. B obterá sentença executiva para 
realização do contrato definitivo, substituindo a vontade de A. 
142
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da 
parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se 
opuser a natureza da obrigação.
• É uma segunda possibilidade de atuação 
do credor.
• Indenização por perdas e danos por 
aquele que não deu execução ao contrato 
preliminar.
143
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte 
considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
• Compromisso unilateral de contrato ou contrato de opção: 
Promessa unilateral -> só há obrigação para 1 parte.
• A outra parte pode concordar ou recusar o contrato definitivo.
• O ideal é que o contrato estabeleça um prazo para a 
manifestação do credor.
• Se não houver prazo, devedor deve notificar a outra parte 
para se manifestar. 
• Ex: A quer vender uma joia a B, que não sabe se pode ou quer 
comprar, mas deseja se vincular para o caso de o contrato lhe 
convir.
144
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma 
sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que 
lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.
CONTRATO DE ARRENDAMENTO 
MERCANTIL OU LEASING
• Sumula 263 STJ
• - não aceitava a antecipação do VRG, só podia 
pagá-lo ao final na opção de compra do bem, pois 
descaracteriza o contrato de arrendamento 
mercantil
• Sumula 293 STJ: A cobrança antecipada do valor 
residual garantido (VRG) não descaracteriza o 
contrato de arrendamento mercantil
145
• Súmula 263 do STJ: compromisso unilateral de 
contrato
• Súmula 293 do STJ: compromisso bilateral de 
contrato de compra e venda se o VRG for pago 
mensalmente no curso do contrato : as partes 
assumem o compromisso de celebrar o contrato 
definitivo 
146
Classificação dos Contratos
147
•Quanto aos efeitos que acarretam
•Unilaterais
•Bilaterais
•Plurilaterais
•Gratuitos
•Onerosos
•Comutativos
•Aleatórios
•Aleatórios por natureza
•Acidentalmente aleatórios
148
• OBS: à primeira vista pode parecer estranho denominar-se 
um contrato unilateral, porque todo contrato resulta da 
manifestação de duas vontades. Porém, essa denominação 
NÃO SE REFERE A SUA QUANTIDADE DE PARTES NA SUA 
FORMAÇÃO, MAS SIM SE REFERE AOS EFEITOS QUE DELE 
DECORREM EM RELAÇÃO ÀS OBRIGAÇÕES 
CONVENCIONADAS ENTRE PARTES, SE AFETAM UMA OU 
AMBAS AS PARTES
149
Unilaterais, Bilaterais, Plurilaterais
•Unilaterais
•Criam obrigações para apenas uma das partes. 
•Prestação a cargo de uma só parte.
•ex: doação, comodato, mútuo, depósito, fiança etc. 
•Bilaterais
•Geram obrigações para ambos os contratantes.
•Sinalagmáticos: reciprocidade de obrigações
•Ex: compra e venda, locação, contrato de transporte etc.
•Plurilaterais
•Contêm mais de 2 partes com obrigações a cumprir.
•Partes buscam um fim comum. 
•Ex: contrato de sociedade, consórcio etc. 
150
OBS: contrato bilateral imperfeito 
(parte da doutrina)
• É o unilateral que, por circunstâncias que 
decorrem da lei e não do acordo das partes, gera 
alguma obrigação para o contratante que não se 
comprometeu. Ex: no contrato de depósito, 
quando surge para o depositante no decorrer da 
execução, a obrigação de indenizar certas 
despesas realizadas pelo depositário.
151
Gratuitos e Onerosos (em relação à proveito e 
sacrifício para ambas as partes)
•Gratuitos
•Também chamados benéficos
•Apenas uma das partes aufere vantagens ou proveito, para a outra há só obrigação, 
sacrifício. 
•Ex: doação, comodato
•Onerosos
•Ambas as partes obtêm proveito e ambas possuem sacrifício
•Ônus e vantagens para ambas as partes. 
•Proveito + Sacrifício
•Dividem-se em Comutativos e Aleatórios
•Ex: compra e venda, locação etc.
152
Atenção! A regra é que os contratos unilaterais são gratuitos e os contratos bilaterais são 
onerosos. Exemplo de exceção: mútuo feneratício (juros) (ou oneroso) é unilateral oneroso 
(é unilateral porque cria obrigação somente para o mutuário (devolver o valor) , e oneroso 
porque traz proveito e sacrifício para ambas as partes).
Comutativos e Aleatórios•Comutativos•Bilateral e oneroso
•Têm prestações certas e determinadas. 
•Partes podem antever vantagens e sacrifícios.
•Não há riscos.
•Ex: compra e venda
•Aleatórios por sua própria natureza
•Bilateral e oneroso
•Caracteriza-se pela incerteza para uma ou ambas as partes, sobre as vantagens e 
sacrifícios que dele podem advir.
•Há riscos e incertezas na sua essência.
•Evento futuro e incerto.
•Perda ou lucro dependem de fato futuro e imprevisível.
•Ex: Seguro, aposta
•Acidentalmente aleatórios
•São contratos tipicamente comutativos, mas que, por conta de algumas circunstâncias, 
tornam-se aleatórios.
•Duas espécies:
•a) Venda de coisas futuras. Ex: plantação futura
•a.a) risco pode ser quanto à própria existência da coisa. 
•a.b) risco pode ser quanto à sua quantidade.
•b) Venda de coisas existentes mas expostas a risco. Ex: compra em região sob guerra ou 
terremoto
153
•Quanto à formação
•Paritários
•De adesão
•Contratos-tipo
154
Paritários, Adesão e Contrato-tipo
•Paritários
•Partes discutem livremente as condições.
•Há igualdade entre partes. 
•Ex: contrato de locação entre particulares
•De Adesão
•Preponderância da vontade de uma partes.
•Uma parte elabora todas as cláusulas, outro adere. Imposição por uma das partes
•Desigualdade econômica ou técnica entre as partes (uma parte é vulnerável)
•Aceita ou rejeita.
•Ex: contrato de transporte, de seguro etc. 
•Contrato-tipo
•Também chamado contrato de massa, em série ou por formulários.
•Cláusulas não são impostas por uma das partes.
•Cláusulas são pré-redigidas e podem ser alteradas - têm espaços em branco para serem 
preenchidos de comum acordo.
•Ex: contratos bancários que permitam acordo sobre taxas de juros, prazo e condições de 
financiamento)155
•Quanto ao momento de sua execução
•Execução Instantânea
•Execução Diferida
•Execução Continuada
156
Execução Instantânea, Diferida e 
Continuada
•Instantânea
•Ou imediata.
•Execução se consuma em um só ato, imediatamente após celebração do contrato. 
•Prestação única e imediata.
•Ex: compra e venda à vista. 
•Diferida
•Ou retardada.
•Execução se consuma em um só ato mas em momento futuro.
•Prestação única e a termo.
•Ex: compra e venda de objeto que será entregue em determinada data; cheque 
pré-datado. 
•Continuada
•Ou de Trato Sucessivo ou em Prestações.
•Execução é cumprida por meio de atos reiterados. 
•Ex: compra e venda a prazo; prestação permanente de serviços; locação. 157
•Quanto ao agente
•Personalíssimos ou intuitu personae
•Impessoais
•Individuais
•Coletivos
158
Personalíssimos e Impessoais
•Personalíssimos
•Ou intuitu personae.
•São celebrados em razão das qualidades pessoais de um dos contratantes.
•Qualidades culturais, profissionais, artísticas etc.
•Não podem ser executados por outra pessoa.
•Ex: contrato com a Ivete Sangalo
•Impessoais
•Prestação pode ser cumprida por obrigado ou 3º, é indiferente.
•Execução do contrato não requer qualidades especiais do devedor.
•Ex: contrato de pintura de apartamento.
159
Individuais e Coletivos
•Individuais
•Vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas.
•Cria direitos e obrigações para seus partícipes. 
•ex: compra e venda
•Coletivos
•Contratos Coletivos ou Convenções Coletivas.
•Acordo de vontades entre 2 Pessoas Jurídicas de direito privado (associações) 
representando categorias profissionais, vontades coletivas, de uma coletividade.
•São, na verdade, um acordo normativo.
•Gera deliberações coletivas
•Ex: convenção coletiva de trabalho.
160
•Quanto ao modo por que existem
•Principais
•Acessórios ou Adjetos
•Derivados ou Subcontratos
161
Principais, Acessórios e Derivados 
•Principais
•Têm existência própria, autônoma, não dependem de outro contrato para existir.
•Ex: locação; empreitada
•Acessórios
•Dependem de outro contrato para existir.
•Subordinam-se ao contrato principal.
•Garantem o cumprimento de obrigações contraídas no contrato principal.
•Ex: fiança; cláusula penal
•Derivados
•Ou Subcontratos.
•Têm por conteúdo o mesmo objeto do contrato principal. 
•Contratante transfere a utilidade do contrato principal a 3º, sem se desvincular. 
•Ex: sublocação; subempreitada
162
•Quanto à forma
• Formais
•Informais
•Consensuais
•Reais
163
Formais e informais
•Formais
•Devem obedecer à forma prescrita em lei para se tornarem perfeitos.
•Forma exigida é condição de validade do negócio jurídico.
•Se não for observada, o contrato é nulo (art. 166, IV).
•Ex: escritura pública na alienação de imóveis.
•- Solenes ou não solenes
•Informais
•Ou De Forma Livre.
•É a regra no Brasil.
•Princípio da liberdade da forma.
•A lei não determina nenhuma forma, podem ser celebrados por qualquer forma: 
escrito, oral, gestos, instrumento público, particular etc.
•Ex: locação
164
Consensuais e Reais
•Consensuais
•É a regra.
•Formam-se unicamente pelo acordo de vontades das partes.
•Independem da entrega da coisa.
•Contrato se aperfeiçoa pelo acordo de vontades.
•Ex: compra e venda. Art. 482
•Reais
•É a exceção.
•Contrato se aperfeiçoa pela entrega da coisa.
•A entrega da coisa é requisito da constituição do contrato.
•Regra geral, são unilaterais (obrigação para apenas uma parte). 
•Ex: depósito, mútuo, comodato. 
165
•Quanto ao objeto
•Preliminares ou Pactum de contrahendo
•Definitivos
166
Preliminares e Definitivos
•Preliminares
•Ou pré-contrato.
•Têm por objeto a celebração de um contrato definitivo.
•Partes se comprometem a celebrarem, no futuro, um contrato definitivo.
•Ex: promessa de compra e venda.
•Definitivos
•Têm objetos diversos.
•É o contrato principal, que perdurará.
•Ex: compra e venda, locação etc.
167
•Quanto à designação
•Nominados
•Inominados
•Típicos
•Atípicos
•Coligados
•União de Contratos
168
Nominados e Inominados, 
Típicos e Atípicos •Nominados
•Têm denominação própria, têm nome no ordenamento jurídico.
•Todo contrato nominado é típico.
•Inominados
•Não têm denominação própria, não têm nome no ordenamento jurídico.
•Típicos
•São os regulados/tipificados pela lei.
•Têm seu perfil, requisitos, características traçados pela legislação.
•Todo contrato típico é nominado. 
•Atípicos
•São os não regulados/tipificados pela lei.
•Não têm seu perfil, requisitos, características traçados pela legislação. 
•Resultam do acordo de vontade das partes.
•Art. 425. 
•Ex: contrato de publicidade, o de hospedagem, o de mediação, o de cessão de clientela, 
contrato de fornecimento
169
 Coligados e União de 
Contratos
•Coligados
•Os contratos são individuais, mas estão ligados por um nexo funcional.
•A ligação entre eles pode ser por cláusula implícita ou explícita 
•Há dependência.
•São contratos que interagem entre si por um ponto comum
•Ex: compra o automóvel e loca a garagem
•Ex: contrato de distribuidora de petróleo com explorador de posto de gasolina 
(fornecimento de combustíveis, arrendamento das bombas, locação de prédios, 
financiamento etc). 
•Ex: contrato de depósito em banco e contrato de crédito e contrato de previdência 
privada
•Ex: contrato de transporte aéreo com seguro do passageiro
•Ex: sublocação; contrato de garantia e contrato de financiamento
•União de Contratos
•Contratos distintos e autônomos que apenas são feitos ao mesmo tempo ou no mesmo 
documento. 
•Não há dependência entre os contratos.
•se caracteriza por contratos que são realizados ao mesmo tempo, o vínculo é meramente 
externo.
•Ex: compra de um imóvel e contrato para reforma de outro imóvel
170
QUESTÕES
• - Qual a importância da classificação dos 
contratos em unilaterais e bilaterais em 
relação: à exceção do contrato não cumprido; 
à cláusula resolutiva tácita; e aos vícios 
redibitórios? Fundamente
171
• - somente nos contratos bilaterais é aplicável 
a exceção(defesa) do contrato não cumprido, 
prevista no art 476 do CC, consistente na 
regra de que nenhum dos contratantes, antes 
de cumprir a sua obrigação (o que já afasta a 
incidência em contratos unilaterais), pode 
exigir o cumprimento da obrigação do outro. 
172
• - somente nos contratos bilaterais é aplicável a 
teoria da condição resolutiva tácita. De fato, por 
força da reciprocidade de obrigações nos 
contratos sinalagmáticos, o descumprimento 
culposo por uma das partes constitui justa causa 
para a resolução do contrato, mesmo se a 
cláusula resolutiva não constar expressamente. 
173
• - somente nos contratos bilaterais é aplicável 
a disciplina dos vícios redibitórios, entendidos 
como os vícios ou defeitos ocultos da coisa, 
que a tornem imprópria ao uso a que é 
destinada ou que lhe diminuam o valor, de 
acordo com o artigo 441 do CC. 
174
• - Qual a importância da classificação dos 
contratos em gratuitos ou onerosos em 
relação à interpretação dos contratos, à 
fraude contra credores e à doação de bens? 
Fundamente
175
• - a interpretação dos contratos gratuitos deve 
ser sempre mais restrita do que os contratos 
onerosos, uma vez que, por envolver uma 
liberalidade, a legislação considerou razoável 
que o contratante não onerado tivesse uma 
proteção menor do que o outro.Art. 114 CC
176
• FRAUDE CONTRA CREDORES: critério de configuração:
• Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão 
de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles 
reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser 
anulados pelos credores quirografários, como lesivos

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