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27/03/2017 1 AVALIAÇÃO DE INDIVÍDUOS E FAMÍLIA 2017 Avaliação cabeça e pescoço Profa. Dra. L i l ia de Souza Nogueira Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrg ica EEUSP Objetivos da aula � Ao final da aula, você deverá ser capaz de: � Analisar os principais componentes do exame físico da cabeça e pescoço � Identificar os principais tópicos da entrevista e métodos propedêuticos aplicados ao exame da cabeça e pescoço � Identificar e registar as anormalidade encontradas no exame físico da cabeça e pescoço do adulto/idoso 27/03/2017 2 Avaliação da cabeça e do pescoço � Exame da cabeça e pescoço inclui: � Cabeça e face � Olhos � Orelhas � Nariz � Boca � Pescoço � Entrevista � TCE recente � Cefaleia � Rigidez no pescoço � Problemas de tireóide (sinais indicativos) � História patológica pregressa � História familiar � História pessoal e social (história ocupacional, esportes, estresse, uso de drogas, nutrição) Avaliação da cabeça e do pescoço 27/03/2017 3 � Cabeça – posição vertical na linha média do tronco (ereta e imóvel) � Atentar para: movimentos anormais, tremores, manutenção da inclinação da cabeça Cabeça e face - inspeção � Crânio – normocefálico � Tamanho, formato, contorno e simetria � Observar presença de lesões, protuberâncias, crostas, lêndeas, descamações, perda anormal do cabelo Cabeça - inspeção 27/03/2017 4 � Formato e simetria das pálpebras, sobrancelhas, sulcos nasolabiais e boca � Observar coloração da pele, textura, distribuição de pêlos � Observar anormalidades como: edema, falta de expressão, palidez, hirsutismo, lesões de pele, acnes, variações da pigmentação Face - inspeção Descreva o achado 27/03/2017 5 � Características faciais – expressões e contornos � Analisar em repouso, em movimento e com expressão � Assimetria leve pode ser comum � Atentar para movimentos involuntários dos músculos faciais (contrações musculares espasmódicas) Face - inspeção Face - inspeção Seidel et al, 2007 27/03/2017 6 Face - inspeção Assimetria Assimetria de expressão � Crânio: de frente para trás � Simétrico e liso, ossos indistinguíveis � Protusões normais: frontal, parietal, occiptal � Observar presença de massas, deformidades, depressões, edema, sensibilidade � Palpar artérias temporais (atentar pra dor, espessamento, endurecimento) � Avaliar a articulação temporomandibular (ATM) � Cabelo � Movimentação do couro cabeludo sobre a calota � Textura, cor e distribuição (secos x quebradiços, condições higiene...) Cabeça - palpação 27/03/2017 7 � Cabelos – quantidade, distribuição, linha de implantação e padrão de perda Cabeça - palpação Seidel et al, 2007 Cabeça e face - palpação Seidel et al, 2007 27/03/2017 8 � Suspeita de anomalia vascular cerebral (ex: diplopia) � Auscultar artéria temporal (atentar para sopros) Cabeça - ausculta Seidel et al, 2007 Pescoço � Inspeção: observar assimetrias, massas, edema, cicatrizes ou gânglios linfáticos visíveis � Observar amplitude do movimento e simetria (solicitar movimentação ativa da cabeça) � Atenção para dor e contratura muscular Bickley et al, 2010 27/03/2017 9 Pescoço � Linfonodos – palpe sequencialmente � Achado normal: linfonodos pequenos, móveis, isolados e indolores Jarvis, 2012 Pescoço Jarvis, 2012 27/03/2017 10 Pescoço � Traqueia - posicionada na linha média � Os anéis cartilaginosos da traqueia devem ser distintos e indolores Jarvis, 2012 Pescoço � Identifique o osso hioide e as cartilagens tireoide e cricoide – devem se mover durante a deglutição Bickley et al, 2010 27/03/2017 11 Pescoço � Tireoide � Inspeção: solicite ao paciente que incline um pouco a cabeça para trás e degluta – atentar para achados anormais = aumento e assimetria na movimentação da glândula Pescoço � Tireoide � Palpação (acesso anterior ou posterior): tamanho, formato e consistência da glândula, presença de nódulos (lisos ou irregulares, macios ou duros), dor Jarvis, 2012 27/03/2017 12 Pescoço � Artéria carótida � Visualizar, palpar e auscultar (sopros?) � Veias jugulares � Visualizar presença de distensão jugular – 45º Seidel et al, 2007 � História � Dificuldade na visão (uso de óculos ou lentes) � Dor - características � Secreções - características � Uso de medicamentos � Trauma � Cirurgia ocular prévia � Histórico familiar (miopia, hipermetropia, astigmatismo, glaucoma, daltonismo, outros) � História pessoal (história ocupacional e atividades de lazer, lentes corretivas, uso de EPI, tabagismo) Olhos 27/03/2017 13 � Acuidade visual (Tabela de Snellen) � Testar com lentes corretivas (distância – 6 metros) Olhos Tabela de figuras de Snellen � Acuidade visual (Tabela de Snellen) � Testar com lentes corretivas (distância – 6 metros) Olhos Tabela de figuras de Snellen 27/03/2017 14 Teste do campo visual � Teste de confrontação Jarvis, 2012 � Motilidade ocular extrínseca Movimentação dos olhos 1 2 3 4 5 6 27/03/2017 15 � Motilidade ocular extrínseca � Atentar oscilações rítmicas dos olhos (nistagmo) ou desvios oculares Movimentação dos olhos � Posição e alinhamento � Estrabismo, exoftalmia, enoftalmia � Sobrancelhas � Tamanho, extensão, movimentação e textura dos fios � Área orbitária � Verificar presença de edema, lesões Olhos 27/03/2017 16 � Pálpebras � Observar posição, cor, curvatura e distribuição dos cílios, habilidade de piscar bilateralmente � Olhos fechados: obs fasciculações, fechamento incompleto (lagoftalmia), presença de xantelasmas (irregular, coloração amarelada) � Identificar a ocorrência de descamação, vermelhidão, edema � Olhos abertos: pálpebra superior deve cobrir uma porção da íris (mas não a pupila) � Ptose palpebral Olhos � Pálpebras � Evertidas (ectrópio) ou invertidas (entrópio) Olhos 27/03/2017 17 � Pálpebras � Observe os cílios (direção, presença de crostas), presença de hordéolo (terçol), alergias � Palpe para identificar nódulos , sensibilidade ou qualquer outra anormalidade � Everta a pálpebra se anormalidade (ex: corpo estranho) Olhos � Conjuntiva e esclera � Realizar leve tração da pálpebra para visualização � Conjuntivas: rosa sobre a pálpebra inferior e branca sobre a esclera � Esclera: branco porcelana a amarelo claro (dependendo da raça) � Atentar para eritema, exsudato, presença de pterígio (crescimento anormal da conjuntiva), pigmentação da esclera (amarelas ou esverdeadas) � Presença de vermelhidão (com ou sem secreção purulenta): conjuntivite � Sangue vermelho e brilhante: hemorragia subconjuntival Olhos Jarvis, 2012 27/03/2017 18 Descreva as lesões � Aparelho lacrimal � Palpe a borda orbitária inferior, próximo ao canto interno. Ducto lacrimal: ligeira elevação � Se presença de volume na região, everta a pálpebra e inspecione a glândula lacrimal Olhos Jarvis, 2012 27/03/2017 19 � Córnea � Transparente, brilhante e avascular � Presença de um anel fino e branco ao longo da margem da íris = Arco corneano (arco senil). Anormal em indivíduos com menos de 40 anos Olhos � Íris e pupilas � Íris: deve ser nitidamente visível. Observe quanto ao tamanho, forma, simetria, cor � Pupilas: simétricas e fotorreagentes � Testar a reação das pupilas com um foco de luz (lateralmente) Olhos 27/03/2017 20 � Reação consensual Pupilas � Tamanho � Normal � Midriática (> 7mm- variações) � Miótica (< 2mm- variações) � Simetria � Isocóricas� Anisocóricas � Reação à luz � Reflexo + � Reflexo - � 1 Pupilas normais – isocóricas � 2 Pupilas midriáticas � 3 Pupilas mióticas � 4 Pupilas anisocóricas Pupilas 27/03/2017 21 � História � Presença de otalgia, irritação, secreção, vertigem, zumbidos � Perda auditiva � Presença de riscos de problemas auditivos (Ex: ruído industrial) � Disponibilidade de dispositivos de proteção � Uso de drogas ototóxicas (ex: furosemida) � História repetitiva de acúmulo de cerume � História familiar Orelhas � Observar atentamente o comportamento do paciente � Avaliar a integridade das estruturas e acuidade auditiva Orelhas 27/03/2017 22 � Pavilhão auricular: inspecionar tamanho, forma, simetria, cor (semelhante a face), implantação e condições de higiene � Palpar a região. Consistência deve ser firme, móvel e sem lesões de pele � Atentar para dor, edema, hiperemia, assimetria, tonalidade azulada ou presença de nódulos � Inspecionar o meato acústico quanto a corrimento e odor fétido. Atentar para saída de líquor pelo canal � Palpar processo mastoide e pressionar o trago para verificar presença de dor (processo infeccioso) Orelha externa Canal auditivo e tímpano � Inserir o espéculo – 1,0 a 1,5cm � Observar corrimento, descamação, vermelhidão excessiva, lesões, corpos estranhos, excesso de cerume 27/03/2017 23 � Observe a resposta do paciente às perguntas (comportamento, necessidade de repetição) � Verificar a resposta do paciente à voz sussurrada � Solicitar que o paciente tape o ouvido não testado � Posicionar-se lateralmente ao paciente, 30 a 60 cm de distância da orelha � Sussurrar uma combinação de letras e números (3, T, 9) com suavidade. Dica: exalar completamente antes de sussurrar � Solicitar que o paciente repita a combinação � Realizar o procedimento com a outra orelha Avaliação da audição � Teste de Weber com diapasão (vibração do som através dos ossos cranianos para a orelha interna) Avaliação da audição Bickley, et al, 2010 27/03/2017 24 � Teste de Rinne (compara a condução óssea com a condução aérea) Avaliação da audição Bickley, et al, 2010 � História � Trauma no nariz � Alergias, secreção nasal, epistaxe ou resfriados frequentes (investigar cor, odor, características, quantidade, sintomas associados às secreções) � Uso de medicamentos � Dificuldade para respirar � Dor sinusal � Ronco Nariz e seios da face 27/03/2017 25 � Nariz: inspecionar quanto a desvios na forma, tamanho e cor � Pele deve ser lisa, sem edema, com a mesma cor da face � Mucosa: deve ser rosada e úmida � Palpação (ponte nasal ao ápice): observar sensibilidade, presença de massa ou desvios � Testar a permeabilidade, ocluindo cada narina alternadamente � Foco de luz nas narinas (inclinação da cabeça): observar presença de corrimentos, dilatação ou estreitamento, lesões, vermelhidão, sangramentos, exsudato, edema, desvio ou perfuração de septo � Se disponível, utilizar espéculo Nariz e seios da face Seios da face � Palpar os seios frontais e maxilares � Edema ou dor à palpação pode indicar infecção, secreção ou obstrução 27/03/2017 26 Boca e orofaringe � História � Uso de próteses dentárias � Mudança de apetite ou de peso recentemente � Uso de produtos à base de tabaco � Consumo de álcool � Práticas de higiene dental � Lesões na boca � Problemas dentários � Dor de garganta � Inspecionar e palpar os lábios quanto à simetria, cor, textura, hidratação e presença de lesões � Lábios: róseos e simétricos (remover batom) � Atentar para lábios secos, fissuras, edemas, lesões, placas, nódulos e ulcerações � Observar a coloração dos lábios. Atenção: palidez, cianose, cor vermelho-cereja Boca e orofaringe 27/03/2017 27 Descreva o achado � Observar a oclusão dentária (solicitar que o paciente cerre os dentes). Observar má-oclusão, protrusão (superior ou inferior) � Com auxílio de abaixador de língua e boa iluminação: � Avaliar a qualidade da higiene dental, alinhamento e ausência de dentes (solicitar retirada da prótese), presença de cáries, coloração (café, cigarro), halitose � Mucosa oral: deve ser vermelho-rosada, lisa, úmida e macia � Gengiva: deve ter aspecto róseo e se ajustar hermeticamente ao redor do dente Mucosa oral, gengivas e dentes 27/03/2017 28 � Retraia os lábios superior e inferior � Verifique cor, hidratação, textura e presença de lesões na mucosa � Lesões devem ser palpadas (dor, tamanho e consistência) � Atentar para lesão em placa branca que não pode ser removida –pré-maligna ou maligna � Palpar a gengiva (especialmente na região abaixo da prótese) � Atenção: sangramento gengival, edema e dor local Mucosa oral, gengivas e dentes Descreva o achado 27/03/2017 29 Descrição de lesões � Vermelho-fosca, úmida e brilhante, levemente enrugada na superfície e lisa nas laterais. Superfície ventral: altamente vascularizada e com pregas � Inspecionar assoalho da boca e superfície ventral da língua, bem como seu posicionamento (tamanho e exteriorização) e presença de saliva � Puxar a língua com uma gaze para avaliar as bordas laterais e palpá-la � Raspar levemente margens brancas ou vermelhas (resíduo alimentar ou lesão????) � Atenção para presença de nódulos, ulcerações Língua 27/03/2017 30 Língua Descreva o achado 27/03/2017 31 Orofaringe � Paciente deve inclinar a cabeça para trás � Avaliar palato mole e palato duro � Observe cor, formato, textura ou existência de proeminências Palato 27/03/2017 32 � Parede posterior da faringe: rósea, lisa e brilhante � Tonsilas se fundem com a cor rósea da faringe � Abaixador de língua: avaliar faringe, úvula, tonsilas � Atenção para reflexo faríngeo (vômito) � Note a ocorrência de edema, petéquias, lesões, exsudatos, hipertrofia Orofaringe Descreva o achado 27/03/2017 33 Objetivos da aula � Ao final da aula, você deverá ser capaz de: � Analisar os principais componentes do exame físico da cabeça e pescoço � Identificar os principais tópicos da entrevista e métodos propedêuticos aplicados ao exame da cabeça e pescoço � Identificar e registar as anormalidade encontradas no exame físico da cabeça e pescoço do adulto/idoso lilianogueira@usp.br 27/03/2017 34 � Barros ALBL. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2010 � Bickley LS, Szilagyi PG. Bates: propedêutica médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010 � Jarvis C. Exame físico e avaliação de saúde para enfermagem. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2012 � Potter PA, Perry AG. Fundamentos de enfermagem. 7ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009 � Seidel HM, Ball JW, Daims JE, Benedict GW. Mosby: guia de exame físico. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007 Referências
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