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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA Camila Lemes Cruz Charleston Rafael Caminhas Gabriel Vaz Saddi Iara Rezende Souza Janethe Machado Brandão João Pedro Dourado Marcola BISCOITOS PRODUZIDOS COM FARINHA DE BANANA GOIÂNIA 2017 1 Camila Lemes Cruz Charleston Rafael Caminhas Gabriel Vaz Saddi Iara Rezende Souza Janethe Machado Brandão João Pedro Dourado Marcola BISCOITOS PRODUZIDOS COM FARINHA DE BANANA Projeto de Pesquisa apresentado a disciplina de Metodologia Científica como composição para a média final. Orientadora: Profª. Drª. Maria Rita Devós Ganga GOIÂNIA 2017 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................3 2. OBJETIVOS..................................................................................................................4 2.1 Objetivos gerais................................................................................................4 2.2 Objetivos específicos.......................................................................................4 3 METAS...........................................................................................................................5 4 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................6 5 HIPÓTESES...................................................................................................................7 6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................................8 7 MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................9 7.1 Local e realização da pesquisa........................................................................9 7.2 Materiais...........................................................................................................9 7.3 Formulação e elaboração dos biscoitos...........................................................9 7.4 Análise física...................................................................................................10 7.5 Análise química..............................................................................................10 7.6 Análise sensorial.............................................................................................11 8 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO...............................................................................12 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................13 3 1 INTRODUÇÃO A banana é a fruta mais produzida no Brasil, e a tendência é aumentar. O maior consumo dela é o mercado interno, principalmente na mão-de-obra rural. Sendo fundamental para a alimentação para populações de baixa renda, a banana tem alto valor nutritivo e um baixo custo (OCDE-FAO, 2015). Uma única banana supre 25% de vitamina C que uma criança deve consumir diariamente. Além disso, contém também, as vitaminas A e B, potássio, pouco sódio e nenhum colesterol. Diante da alta obesidade na sociedade brasileira, com consumo alto de ultra processados, a banana veio como um recurso barato e cheio de nutrientes para resolver esse grave problema (EMBRAPA, 2006). Com uma produção de 7,2 toneladas de bananas na safra 2014/15 (OCDE-FAO, 2015), pode-se afirmar que a fruta é de fácil acesso no país. Além dos benefícios da fruta madura, fez-se pesquisas sobre a banana verde e chegou-se a conclusão que ela é mais nutritiva, porém não é tão saborosa quanto a que já passou pelo processo de maturação. A banana verde é uma fonte rica de um amido resistente (AR) que traz benefícios ao corpo quando se é ingerido. O AR é dificilmente ingerido no intestino, causando um comportamento semelhante ao da fibra alimentar, ou seja, a banana verde ajuda a manter a saúde do intestino, não proporcionando gases, e pode melhorar a resposta glicêmica e insulinêmica (ORMENESE, 2010). Assim, pode-se inferir a necessidade de um subproduto afim de que a banana verde fosse introduzida na alimentação. A farinha de banana verde (FBV), obtida através da sua desidratação, veio como um complemento à farinha branca, muito utilizada nos lanches industrializados e de baixo valor nutritivo. Para saber se esse complemento dará certo, será feito um teste com biscoitos, os quais são bastante consumidos no Brasil como alimento prático e de fácil obtenção entra crianças, adolescentes e adultos. Dessa forma, será feito quatro tipos de biscoitos, um padrão (só com farinha branca), os outros com 10%, 20% e 30% de FBV na composição com a farinha branca, que serão analisados os valores nutricionais e avaliados química, física e sensorialmente. 4 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Desenvolver biscoitos enriquecidos com farinha de banana verde em diferentes concentrações e verificar sua aceitabilidade. 2.1.1 Objetivos específicos • Produzir formulações para biscoitos, enriquecido com farinha de banana verde de concentrações variadas; • Analisar o grau nutritivo dos tipos de biscoito produzido, composição química (umidade, cinza, lipídios e nitrogênio total) e grau de nutrição para os consumidores; • Avaliar a aceitabilidade dos atributos sensoriais dos biscoitos formulados, através do teste de aceitação. 5 3 METAS De início, a meta inicial consiste em avaliar o grau nutritivo de cada tipo de biscoito produzido. A avaliação será feita através de pesquisas em laboratórios na Universidade Estadual de Maringá – PR, por alunos graduandos de Nutrição. As pesquisas avaliarão a composição química dos três tipos de biscoito e, através desta, analisarão os efeitos nutritivos e metabólicos no indivíduo, os teores de minerais, açúcares e amido, e de substâncias que podem acarretar malefícios ou benefícios para os consumidores. Resultando assim, em um tipo de biscoito que propicie alto grau de nutrição, de forma saudável e eficiente. Além disso, avaliar o grau de aceitação dos três tipos de biscoitos. Esta meta será cumprida através de teste afetivo laboratorial. Serão escolhidos provadores aleatoriamente entre crianças e universitário (com mais que onze anos). Estes avaliarão o quanto gostaram das fórmulas de cada biscoito através de uma escala de nove pontos variando de desgostei muitíssimo (menor pontuação) e gostei muitíssimo (maior pontuação). Assim, saberá se o grau de aceitação na sociedade seria alto para ser comercializado. Os resultados destes dois experimentos serão avaliados através de análise de variância e teste de Tukey utilizando o programa Statistica, também na Universidade Estadual de Maringá. Por último será elaborado um levantamento dos preços de variados biscoitos que estão no mesmo patamar dos biscoitos de farinha de banana verde. Para que se torne acessível a todas as classes sociais, abrangendo mais consumidores para tal produto. 6 4 JUSTIFICATIVA A proposta de desenvolver um produto a base de farinha de banana verde esta apoiada na necessidade de melhoria da saúde da população brasileira, uma sociedade que se alimenta por nutrientes a base de farinha de trigo. Somado a isso, a implantação da FBV pesquisada em biscoitos diminui o custo de produção do produto, favorecendo tanto o produtor de bananas quanto o consumidor. Observa-se noBrasil um alto índice de diabetes e colesterol do tipo B agravado pelo frequente consumo de farinha branca e açúcar refinado, como retrata Organização Mundial da Saúde, comprovando que o número de pessoas vivendo com diabetes quase quadruplicou em 24 anos. Sendo assim, com a utilização da FBV nos biscoitos, um alimento consumido por todas as faixas etárias e classes sociais brasileiras, busca- se reduzir e controlar os índices de diabetes devido ao seu baixo índice glicêmico e alto teor de fibras. Além disso, é valido relatar que o nosso pais é o terceiro maior produtor de banana no mundo e, com produção de sete milhões de toneladas, o Brasil pretende liderar a produção de bananas, com crescimento previsto para os próximos anos, estima Luiz Marcelino Vieira, economista do Epagri/Cepa. Assim, a farinha de banana verde é mais barata do que a de trigo, devido a grande disponibilidade da fruta. Com isso, o biscoito poderá atingir uma população com menor poder aquisitivo. Outro aspecto a ser considerado é o crescente mercado de alimentos funcionais. Um ramo no comércio que em um passado recente não era representativo devido, provavelmente, a ausência de interesse pela população causado pelo alto custo dos alimentos . Porém, nos últimos anos, a saúde e qualidade de vida ganhou importância, aumentando o investimento pela população em alimentos funcionais. Neste aspecto, a farinha de banana verde atinge uma função majoritária por ser a base das receitas funcionais. Beneficiando na saúde por controlar e prevenir o diabetes, melhorar o trânsito intestinal, ajuda a evitar o câncer de intestino e a ansiedade, fortalece a imunidade, reduz os níveis de colesterol e alivia os sintomas da TPM. Assim, o produto a ser produzido assistirá um mercado de consumo que esta em alta e também poderá substituir os biscoitos padrões de farinha branca. 7 5 HIPÓTESES A FBV modifica a cor do biscoito quando comparado com a farinha de trigo e altera o sabor do biscoito padrão. A FBV acrescenta nas propriedades nutritivas do biscoito de forma saudável, alterando suas características físicas e químicas do biscoito. O biscoito feito a base da FBV é mais aceito pelos consumidores do que o feito pela farinha padrão. Quanto mais FBV no biscoito, melhor o gosto. 8 6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Consumir a banana verde é um desafio, como ela possui um sabor neutro, pode substituir em parte a farinha de trigo. Como farinha, a banana verde é utilizada na culinária nas tortas e nos biscoitos. À medida que amadurece, a banana transforma o amido em açúcares muda sensivelmente seu gosto e tornando-a assim um alimento de alto valor nutritivo (SEBRAE, 2008). Símbolo dos trópicos, a banana é rica em carboidratos, Vitaminas A e C, fibras e sais minerais, especialmente o potássio. Também, ajuda a afastar o mau humor porque contém o triptofano substância que aumenta o número de serotonina que age como um antidepressivo, um alimento tão completo que é sempre objeto de estudos (DAN, 2008). A alta concentração de amido na banana verde, que ao ser desidratada pode chegar até 70%, demonstra sua capacidade de substituir a farinha de trigo. A FBV pode ser extraída a partir da moagem da parte comestível da fruta através de processos tecnológicos. O amido resistente é característica da banana verde, pois no processo de amadurecimento, esse amido é degradado e é transformado em sacarose, glicose e frutoses (FASOLIN et al., 2007). Esse amido da banana verde passa direto pelo nosso intestino delgado e quando chega ao intestino grosso é digerido pelas bactérias que ali existem e, quando digerem, produzem substâncias que são benéficas tanto no intestino grosso como no nosso organismo em geral. Processo que evita o câncer de intestino (FILHO, 2008). Outro benefício dessa matéria-prima é evitar um aumento de glicose no nosso sangue. Sempre nas dietas procura-se controlar a glicemia, glicose no sangue e controla os níveis de insulina (ORMENESE, 2010). 9 7 MATERIAIS E MÉTODOS 7.1 Local de realização da pesquisa Esse projeto de pesquisa, sobre biscoitos do tipo cookie produzido com farinha de banana verde, será conduzido em Maringá (PR), mais especificamente na Universidade Estadual de Maringá. 7.2 Materiais A farinha de banana verde (FBV) é o material principal da análise em questão. Ela é feita a partir da banana, Musa (grupo AAA) ‘Cavendish anã’, cotidianamente chamada de banana nanica. A farinha (fina, de coloração clara e odor característico) será produzida com a desidratação do fruto, e ao final desse processo, conservada em sacos plásticos e disposta em um freezer para que possa ficar refrigerada. No entanto, esse não é o único material. Farinha de trigo, margarina, fermento químico, açúcar, sal e água destilada são outros ingredientes que compõem o produto em questão. 7.3 Formulação e elaboração dos biscoitos. Serão elaborados 4 tipos de biscoitos. O primeiro (B0) terá uma concentração de 100% de farinha de trigo e será utilizado como biscoito base de comparação. Os demais biscoitos (B1, B2 e B3) serão formados a partir de misturas entre farinha de trigo e FBV e terão, nessa ordem, concentrações de 10%, 20% e 30% de FBV. Consequentemente, 90%, 80% e 70% de farinha de trigo, respectivamente. A quantidade de cada ingrediente utilizado na formulação dos biscoitos está apresentada na Tabela 1. Para a elaboração da massa dos 4 tipos de biscoitos será usada uma batedeira doméstica. Primeiramente, o sal, o açúcar, o fermento em pó e a margarina serão batidos em velocidade baixa, durante 3 minutos, até formar uma massa homogênea. Depois disso, será adicionado o volume de água correspondente à cada tipo de biscoito – esse volume é calculado de acordo com a umidade e com as massas de farinha de trigo e de banana verde – e a mistura será batida durante 2 minutos (o primeiro minuto em velocidade baixa e o segundo em velocidade média). Em seguida, deverá ser acrescentada toda farinha, tanto a de trigo quanto a de banana (se houver), para que a 10 mistura possa ser batida por 2 minutos em velocidade baixa. Quando a massa estiver pronta, ela será separada em pequenas porções. Cada porção será esticada com rolo de madeira para que o molde (forma circular) dos biscoitos possa ser desenvolvido. Depois da moldura, os biscoitos serão assados em um forno, à 200ºC, por 15 minutos. Passado esse tempo, eles ficarão em temperatura ambiente até resfriarem, e logo em seguida, serão colocados em diferentes embalagens plásticas, cada um com sua especificação (0%, 10%, 20% ou 30% de FBV). Finalizado o processo de elaboração dos biscoitos, eles serão conservados em temperatura ambiente até o momento das análises físicas, químicas e sensoriais. Tabela 1 Ingredientes utilizados na formulação dos biscoitos tipo cookie Ingredientes Formulações B0 B1 B2 B3 Farinha de trigo (g) 223,20 200,88 178,50 156,24 FBV (g) 0 22,30 44,60 66,90 Margarina (g) 67,5 67,5 67,5 67,5 Fermento químico (g) 5 5 5 5 Açúcar (g) 100 100 100 100 Sal (g) 2,10 2,10 2,10 2,10 Água destilada (mL) 17,80 19,22 20,64 22,06 7.4 Análise Física De acordo com procedimentos descritos no método 10-50D da AACC1, os biscoitos terão o diâmetro, o peso e a espessura avaliados antes e depois da cocção. Dezoito biscoitos, em temperatura ambiente escolhidos aleatoriamente de 3 fornadas (seis biscoitos por fornada), serão utilizados para conduzir as análises. Neles, o diâmetro e a espessura serão medidos com paquímetro, enquanto o peso será feito em uma balança analítica. 7.5 Análise QuímicaA composição química da FBV e dos biscoitos será determinada por meio dos seguintes procedimentos: umidade em estufa a 105 °C até peso constante, cinzas por 11 incineração a 550 °C, lipídios pelo método de extração por solvente (Método de Soxleht) e amido, conforme metodologias propostas pelo Instituto Adolfo Lutz. O nitrogênio total será convertido em proteína bruta pelo fator 6,25, segundo AOAC2 e determinado pelo método de Kjeldahl. A quantificação dos açúcares redutores e não- redutores totais ocorrerá conforme descrito pelo Ministério da Agricultura. Os minerais presentes na farinha serão determinados por Espectrometria de Absorção Atômica pelo Laboratório de Águas e Alimentos da Universidade Estadual de Maringá. As análises serão realizadas com três repetições e os reagentes utilizados vão ser de grau analítico. 7.6 Análise Sensorial Para a análise sensorial das amostras de biscoitos, será realizado um teste afetivo laboratorial de aceitação com sessenta pessoas no total, tanto do sexo feminino quanto do masculino. A primeira metade delas será de crianças, com uma faixa etária de 11 à 14 anos, e a outra metade de universitários, com uma idade superior à 17 anos. Todos esses provadores serão selecionados aleatoriamente, e estarão sujeitos a avaliar o quanto gostaram ou desgostaram de cada tipo de biscoito formulado, utilizando uma escala hedônica estruturada de nove pontos - variando de gostei muitíssimo (pontuação máxima, ou seja, 9) a desgostei muitíssimo (pontuação mínima, ou seja 1). Os biscoitos serão entregues na seguinte ordem: B1, B3, B0 e B2, para que os provadores não sejam induzidos na hora de responder. Os resultados das caracterizações físicas, químicas e dos testes de aceitação serão reproduzidos por meio da análise de variância e do teste de Tukey em nível de significância de 5% utilizando o programa Statistica. 12 8 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Tabela 2: Cronograma de atividades a serem cumpridas durante a pesquisa. Atividades 1ª quinzena 2ª quinzena 3ª quinzena 4ª quinzena 5ª quinzena 6ª quinzena Elaboração da pesquisa x x Pesquisas bibliográficas x x x x x Obtenção dos materiais x Execução do projeto x x x Análise nutritiva e de aceitação do produto x x x Tabulação e análise de dados x x Redação x Apresentação do projeto x 13 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Crisnia Kaliane Oliveira; Elaboração e aceitabilidade dos biscoitos enriquecidos com farinha de banana verde. Catolé do Rocha, PB, 2013. DAN, Milana Cara Tanasov; Avaliação da potencialidade da farinha de banana verde como ingrediente funcional: estudo in vivo e in vitro. São Paulo, 2011. EMBRAPA; A cultura da banana / Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. – 3. ed. rev. e amp.– Brasília, DF : Embrapa Informação Tecnológica, 2006. FASOLIN,L. H.; ALMEIDA,G. C.; CASTANHO,P. S.; NETTO-OLIVEIRA, E. R. Biscoitos produzidos com farinha de banana: avaliações química, física e sensorial. Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos. Campinas, v. 27, n. 3, p.524-529, 2007. FILHO, F. A. Saúde. Banana musa paradisíaca, musa sinensis, musa sapientium.2008. Disponível em: http://www.acessa.com/saude/arquivo/ser_holistico/2008/04/01-artigo/. Acesso em: 04 de junho de 2017. http://g1.globo.com/globoreporter/0,,MUL953827-16619,00.html. Acesso em: 04 de junho de 2017. OECD/Food and Agriculture Organization of the United Nations (2015), OECD-FAO Agricultural Outlook 2015, OECD Publishing, Paris. http://dx.doi.org/10.1787/agr_outlook-2015-en. Acesso em: 05 de junho de 2017. ORMENESE, Rita de Cássia Salvucci Celeste; Obtenção de farinha de banana verde por diferentes processos de secagem e aplicação em produtos alimentícios. Campinas, SP: [s.n], 2010. 14 SOUZA D.G., DANTAS R.P., PAIVA Y.F., NETO D.C.S., ARAUJO A. dos S., MEIRELES B.R.L.A.; Caracterização sensorial de biscoitos elaborados com mel e farinha de banana verde. Gramado, RS, 2016.
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