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Governo do Estado de São Paulo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA ALMOXARIFE E ESTOQUISTA VIA RÁPIDA EMPREGO UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 2 Coordenação: Clara Maria de Souza Magalhães joao.freitas Carimbo joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 3 Sumário O que é almoxarifado? ................................................................................. 6 Objetivo primordial do almoxarifado ............................................................ 6 Eficiência do almoxarifado ........................................................................... 6 As principais atribuições do almoxarifado .................................................... 7 Terminologias utilizadas no almoxarifado e na administração de materiais .. 7 Perfil do almoxarife ...................................................................................... 9 O espaço e o layout do almoxarifado ............................................................ 9 O layout ................................................................................................. 11 Corredores de acesso às pilhas ou prateleiras ......................................... 12 Espaço no Almoxarifado .......................................................................... 13 Movimentação de Cargas e transportes internos ........................................ 14 Manuseio de Materiais ............................................................................... 15 Empilhamento ........................................................................................... 16 O que é um palete? ................................................................................. 17 Tipos de paletes ................................................................................... 17 O que é um contêiner? ............................................................................ 18 Equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC) ........................ 18 Equipamentos de proteção individual (EPI) ............................................. 18 Equipamentos de proteção coletiva (EPC) ................................................ 20 Sistema de armazenamento em prateleiras ................................................ 20 Armazenagem em sua área externa ............................................................ 21 Simplificação do trabalho ........................................................................ 21 Equipamentos para manuseio de materiais ................................................ 22 Estrutura funcional do Almoxarifado ......................................................... 23 Controle ................................................................................................. 23 Reconhecimento ..................................................................................... 23 Documentação evolvida na Regularização .................................................. 27 Devolução ao fornecedor ............................................................................ 28 Armazenagem ............................................................................................ 28 Cuidados na armazenagem ..................................................................... 28 Cuidados especiais ................................................................................. 29 joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 4 Itens de estoque ........................................................................................ 30 Corredores de acesso ................................................................................. 30 Portas de acesso ........................................................................................ 30 Prateleiras e estruturas ........................................................................... 30 Critérios de armazenagem ......................................................................... 31 Métodos de armazenagem .......................................................................... 31 Distribuição ............................................................................................... 32 Natureza dos produtos a transportar ...................................................... 32 Classificação da distribuição ................................................................... 33 Documentos utilizados num Almoxarifado ................................................. 33 FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE ..................................................... 34 FICHA DE ASSINATURA CREDENCIADA ................................................ 34 DEVOLUÇÃO DE MATERIAL ................................................................... 36 CONTROLE DE MATERIAIS ....................................................................... 40 Política de Estoque .................................................................................... 40 Métodos de manejo de estoque ................................................................... 42 Localização de materiais ............................................................................ 42 Ponto de pedido de compra ........................................................................ 43 O método ABC de materiais e estoques ...................................................... 44 Controle de Qualidade ............................................................................... 45 Uma política inteligente nos estoques ........................................................ 46 Preparação e Planejamento para o inventário ............................................. 49 Convocação ............................................................................................... 49 Arrumação física ....................................................................................... 50 Registro do inventário ................................................................................ 50 CUT-OFF ................................................................................................... 50 Reconciliações e ajustes ............................................................................. 52 Segurança no Almoxarifado ....................................................................... 52 Uso de cores como fator de segurança nos almoxarifados ........................ 53 Prevenção de Incêndios ........................................................................... 55 Proteção contra incêndio ......................................................................... 55 Objetivos da Prevenção de Incêndios no Almoxarifado .......................... 56 joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 5 Fogo e incêndio ....................................................................................... 57 Definição do Fogo................................................................................. 57 Classe do Fogo ..................................................................................... 58 Incêndio ................................................................................................. 60 Causas de Incêndios ............................................................................ 60 Saídas de Emergência ............................................................................. 60 Acesso às viaturas do corpo de bombeiros ...............................................60 Meios de aviso e alerta ............................................................................ 61 Sinalização .......................................................................................... 61 Extintores de Incêndio ............................................................................ 61 Tipos de extintores .................................................................................. 62 Validade de “carga” dos extintores ........................................................ 64 joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 6 O que é almoxarifado? É o local devidamente destinado apropriado para armazenagem e proteção dos materiais de uma empresa. É ainda o local destinado à fiel guarda e conservação de matérias, em recinto coberto ou não, adequado à sua natureza. Tem a função de destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade de seu uso, ficando sua localização, equipamentos e disposição interna condicionados à política geral de estoques da empresa. Objetivo primordial do almoxarifado É impedir divergências de inventario e perdas de qualquer natureza. O almoxarifado deve assegurar que o material adequado, na quantidade devida, estará no local certo quando necessário, de acordo com as normas adequadas, objetivando resguardar, além da preservação da qualidade, as exatas quantidades. Para cumprir sua finalidade, o almoxarifado deve possuir instalações adequadas, bem como recursos de movimentação e distribuição suficiente a um atendimento rápido e eficiente. Eficiência do almoxarifado A eficiência de um almoxarifado depende fundamentalmente: Da redução das distâncias internas percorridas pela carga e do consequentemente aumento das viagens de ida e volta; Do aumento do tamanho médio das unidades armazenadas; Da melhor utilização de sua capacidade volumétrica. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 7 As principais atribuições do almoxarifado 1. Receber para guarda e proteção os materiais adquiridos pela empresa; 2. Entregar os materiais mediante requisições autorizadas aos usuários da empresa; 3. Manter atualizados os registros necessários. Terminologias utilizadas no almoxarifado e na administração de materiais 1. Artigo ou item: designa qualquer material, matéria-prima ou produto acabado que faça parte do estoque; 2. Unidade: identifica a medida, tipo de acondicionamento, característica de apresentação física (caixa, bloco, rolo, folha, litro, galão, resma, vidro, peça, quilograma, metro); 3. Pontos de estocagem: locais aonde os itens em estoque são armazenados e sujeitos ao controle da administração. 4. Estoque: conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes fisicamente no almoxarifado à espera de utilização futura e que permite suprir regularmente os usuários, sem causar interrupções às unidades funcionais da organização; 5. Estoque ativo ou normal: é o estoque que sofre flutuações quanto a quantidade, volume, peso e custo em consequência de entradas e saídas; 6. Estoque morto ou inativo: não sofre flutuações, é estático; 7. Estoque empenhado ou reservado: quantidade de determinado item, com utilizações certas, comprometidas previamente e que por alguma razão permanece temporariamente em almoxarifado. Está disponível somente para uma aplicação ou unidade funcional específica; 8. Estoque de recuperação: quantidade de itens constituídas por sobras de retiradas de estoque, salvados (retirados de uso através de desmontagens) etc, sem condições de uso, mas passíveis de joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 8 aproveitamento após recuperação, podendo vir a integrar o estoque normal ou estoque de materiais recuperados. Após a obtenção de suas condições normais. 9. Estoque de excedentes, obsoletos ou inservíveis: constitui as quantidades de itens em estoque, novos ou recuperados, obsoletos ou inúteis que devem ser eliminados. Constitui um estoque morto; 10. Estoque disponível: é a quantidade de um determinado item existente em estoque, livre para uso; 11. Estoque teórico: é o resultado da soma do disponível com a quantidade pedida, aguardando o fornecimento; 12. Estoque mínimo: é a menor quantidade de um artigo ou item que deverá existir em estoque para prevenir qualquer eventualidade ou emergência (falta) provocada por consumo anormal ou atraso de entrega; 13. Estoques médios, operacionais: é considerado como sendo a metade da quantidade necessária para um determinado período mais o Estoque de Segurança; 14. Estoque máximo: é a quantidade necessária de um item para suprir a organização em um período estabelecido mais o Estoque de Segurança; 15. Ponto de pedido, limite de chamada ou ponto de ressuprimento: é a quantidade de item de estoque que ao ser atingida requer a análise para ressuprimento do item; 16. Ponto de chamada de emergência: é a quantidade que quando atingida requer medida especiais para que não ocorra ruptura no estoque. Normalmente é igual a metade do Estoque mínimo; 17. Ruptura de estoque: ocorre quando o estoque de determinado item zera (E=0). A continuação das solicitações e o não atendimento a caracteriza. No almoxarifado trabalham o Almoxarife e seus auxiliares. Também podem atuar profissionais como Estoquista, Apontador e outros. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 9 Perfil do almoxarife Seja honesto; Qualificado; Comprometido; Leal; Disciplinado; Que possa confiar. O espaço e o layout do almoxarifado Um dos pontos mais importantes em um almoxarifado é seu espaço, pois é ele que determina, na verdade, toda a estratégia de compra, de estocagem e de distribuição. O espaço de um Almoxarifado deve ser planejado e estabelecido para que se possa tirar o máximo proveito de sua área total. 1. Frequência – é o número de vezes que um item é solicitado ou comprado em um determinado período; 2. Quantidade a Pedir – é a quantidade de um item que deverá ser fornecida ou comprada; 3. Tempo de tramitação Interna – é o tempo que um documento leva, desde o momento em que é emitido até o momento em que a compra é formalizada; 4. Prazo de Entrega – tempo decorrido da data da formalização do contrato bilateral de compra até a data de recebimento da mercadoria; 5. Tempo de Reposição, Ressuprimento – tempo decorrido desde a emissão do documento de compra (requisição) até o recebimento da mercadoria; 6. Requisição ou Pedido de Compra – o documento interno que desencadeia o processo de compra; joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 10 7. Coleta ou Cotação de Preços – documento emitido pela unidade de compras, solicitando ao fornecedor proposta de fornecimento. Esta coleta deverá conter as especificações que identifiquem individualmente cada item; 8. Proposta de Fornecimento – Documento no qual o fornecedor explicita as condições nas quais se propõe a atender (preço, prazo de entrega, condições de pagamento etc); 9. Mapa Comparativo de Preços – documento que serve para confrontar condições de fornecimento e decidir sobre a mais viável; 10. Contato, Ordem ou Autorização de Fornecimento – documento formal, firmado entre comprador e fornecedor, que juridicamente deve garantir a ambos (fornecimentox pagamento); 11. Custo Fixo – é o custo que independente das quantidades estocadas ou compradas (mão-de-obra, despesas administrativas, de manutenção etc); 12. Custo Variável – existe em função das variações de quantidade e de despesas operacionais; 13. Custo de Manutenção de Estoque, Posse ou Armazenagem – São os custos decorrentes da existência do item ou artigo no estoque. Varia em função do número de vezes ou da quantidade comprada; 14. Custo de Obtenção de Estoques, Pedido ou Aquisição – é constituído pela somatória de todas as despesas efetivas realizadas no processamento de uma compra. Varia em função do número de pedidos emitidos ou das quantidades compradas. 15. Custo Total – é o resultado da soma do Custo Fixo com Custo de Posse e o Custo de Aquisição; 16. Custo Ideal – é aquele obtido no ponto de encontro ou interseção das curvas dos Custos de Posse e de Aquisição. Representa o menor valor do Custo total. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 11 O espaço vertical deve ser utilizado ao máximo, fazendo-se uso de prateleiras ou através do empilhamento dos materiais. No entando, alguns pontos básicos devem ser considerados: 1. A resistência dos Materiais que sofrerão empilhamento. 2. O equipamento disponível para a execução de um empilhamento seguro. 3. A resistência dos pisos e do pavimento. Usar espaço vertical sem critério pode ocasionar muitos transtornos, deixando de ser uma solução para torna-se um problema. O layout Almoxarifado é um local de grande circulação de pessoas e dos mais vaiados tipos de produtos. Assim, ao programar o Layout de um almoxarifado não se deve esquecer: 1. Carga e a descarga de materiais devem ser sempre feitas de forma segura e ágil, por i necessário que os veículos transportadores (empilhadeiras, guindastes, carregadores, etc.) e os responsáveis pelo armazenamento estejam sempre disponíveis. 2. As entradas e as saídas dos materiais não devem possuir bloqueios e devem ser suficientemente compatíveis com a dimensão dos produtos em circulação. 3. A altura do almoxarifado deve ser compatível com o tipo de produto a ser estocado, assim como as portas de entrada e saída. 4. Os pavimentos devem ser projetados de maneira a suportar empilhamentos e/ ou o peso dos materiais estocados. 5. A largura, o comprimento, a altura, o volume etec. Dos materiais que são transportados em veículos são importantes fatores que deverão compor o planejamento do LAYOUT do Almoxarifado. 6. Estruturar o trânsito interno dos veículos dentro do Almoxarifado, levando-se em conta suas dimensões, tamanho dos produtos e circulação interna. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 12 Corredores de acesso às pilhas ou prateleiras As passagens dos corredores devem ser retas e não devem conter obstruções causadas por empilhamento de matérias ou colunas, de forma a permitir a direta comunicação entre as portas e todos os setores do Almoxarifado, que devem estar devidamente identificados e divididos por critérios de conveniência (cores, números etec). Outro aspecto importante é o da largura dos corredores que devem ser no mínimo de 3 metros para facilitar o tráfego pesado, como empilhadeiras de 1.000 a 2.000 quilos. No caso das passagens transversais, as larguras devem ser de 2.80 a 3 metros, sendo que a altura das pilhas depende do tipo de material do almoxarifado. É importante salientar que os materiais devem ser armazenados de acordo com a sua frequência de saída. Por exemplo: Os materiais de saída frequente devem ter suas pilhas ou prateleiras próximas às portas de SAÍDA, enquanto os de rara saída devem ser armazenados próximos a ENTRADA. É evidente que a maioria dos Almoxarifados encontra-se construídos e muitas vezes temos uma área já delimitada para organizarmos o material que chega e que será distribuído. No entanto, é possível se reorganizar, reestruturar as formas de armazenamento, observando as sugestões acima e levando em conta os seguintes pontos: - O número de materiais que serão mantidos armazenados; - Dimensões do Almoxarifado (área e volume); - Necessidades para o armazenamento (prateleiras, estantes e divisões); - Treinamento da mão de obra; - O tipo de trabalho a ser realizado para funcionamento do almoxarifado; - O máximo de operações realizadas num dia (entrada e saída de materiais); - Reformas nas estruturas físicas do almoxarifado (cobertura, material de segurança, infraestrutura); - Material específico de transporte (carrinhos, empilhadeiras, etc); - Aquisição do material de segurança. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 13 Com essas e outras sugestões você poderá perceber que , à medida que estiver desenvolvendo seu Almoxarifado, será possível criar um LAYOUT capaz de atender às suas necessidades. Espaço no Almoxarifado Um dos maiores problemas de quem cuida de um Almoxarifado é como melhor aproveitar seu espaço para manter a organização e os níveis de segurança. Uma correta distribuição do espaço dentro do Almoxarifado consiste em verificar e determinar: - As quantidades dos materiais A, B, C, D, etc; - O espaço (em metros quadrados), que os metais irão ocupar no Almoxarifado; - A metragem dos suportes, prateleiras, estrados, etc, onde os materiais serão armazenados; - A área de entrada e recebimento dos materiais; - A área de expedição dos materiais; - Os corredores internos; - A área ocupada pelos sistemas de manutenção interna; - A área necessária para os serviços de manutenção interna; - Áreas para possível expansão. Em relação ao espaço total disponível do almoxarifado, é possível se determinar o espaço necessário para cada grupo de materiais, através do cálculo da área ocupada para cada um dos itens acima. Por exemplo: se um Almoxarifado possuir 500 metros quadrados os espaços deverão ser subdivididos de tal forma que dentro dessa área caibam pelo menos os itens acima relacionados. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 14 Movimentação de Cargas e transportes internos Em alguns almoxarifados acontecem coisas como estas: - Os corredores e as ruas do Almoxarifado estão sempre abarrotados de material e pessoal caminhando desordenadamente na intenção de solucionar problemas; - Equipamentos quebrados e pessoal incapacitado de realizar suas atribuições; - Produtos que são constantemente deslocados de um lugar para o outro; - Grandes distâncias entre os pontos de estocagem e os de saída; - Desvio de função, ou seja, gente especializada executando outro serviço; - Os operadores de empilhadeiras e carrinhos despedem tempo além do necessário para realizarem seu trabalho; - Cargas excessivamente pesadas sendo transportadas manualmente, o que gera gastos elevados de energia e problemas de pessoal; - Almoxarifado sem o estabelecimento de um sistema de movimentação (por exemplo, cruzamento excessivo de carrinhos e empilhadeiras numa mesma via). Para solucionar tais problemas torna-se necessário uma reorganização dos fluxos e de todo sistema do movimento de cargas e transportes internos. Assim, antes de toda a equipe se movimentar, leve em consideração alguns pontos básicos: - O que deve ser removido; - Peso e volume do material; - Em que direção será removido; - A distância a ser percorrida; - Quantas vezes a operação será repetida. Sempre quepossível, opte pelo transporte mecânico, já que o transporte manual exige esforço físico e diminui a produtividade. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 15 Manuseio de Materiais Uma das questões mais significativas dentro do Almoxarifado é o manuseio correto dos materiais que serão, ou estão estocados. Com isto se evita problemas de quebra ou dano de um produto pela forma incorreta de seu manuseio ou estocagem. É fundamental importância que não só a mão-de-obra que lida diretamente com os materiais tenha treinamento mínimo, mas que também sejam seguidas algumas normas básicas capazes de garantir o bom estado do produto dentro do Almoxarifado. Eis algumas dicas que podem ajudar: - Os produtos deverão ser transportados sempre sobre um só veículo. As mudanças podem ocasionar quedas que danificarão o material; - Os produtos devem ser manuseados prevendo-se a ocorrência seguinte que aquele produto terá Isso ajuda a evitar retrocesso ou voltas desnecessárias e o congestionamento dos corredores; - Sempre devem ser utilizados veículos adequados; - Os transportadores internos devem ser carregados até o limite máximo de segurança, evitando viagens desnecessárias que sobrecarregariam o trânsito interno; - A segurança no transporte é imprescindível. Os manipuladores devem estar aparelhados com capacetes, óculos, luvas, etc. Os veículos devem sofrer manutenção preventiva. - As questões de recebimento e entrega devem ser sincronizadas, evitando contratempos para quem retira e para quem estoca. É evidente que serão necessários ajustes à realidade de cada Almoxarifado. No entanto, com essas dicas, quem administra o Almoxarifado terá capacidade de racionalizar o trabalho e agilizar o fluxo dos materiais a serem guardados e posteriormente distribuídos. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 16 Empilhamento Empilhar materiais não é colocar um sobre o outro de qualquer maneira. O empilhamento deve ser coerente para facilitara distribuição. A disposição que se dá ao empilhamento possibilita maior segurança e contagem mais rápida dos materiais. Algumas regras básicas podem ser seguidas. Vamos a elas: - Respeite o limite máximo de altura do teto, que não deve ultrapassar um metro, isso garante a ventilação e a facilidade nas retiradas; - Utilize o recurso de caixas de madeiras sobrepostas, quando for o caso; - Utilize paletes (estrado de madeira que trabalha harmoniosamente com a empilhadeira de garfo); - Verifique sempre a resistência das embalagens. Respeite as indicações do fabricante; - As pilhas devem estar sempre firmes, ou seja, a movimentação de unidades superiores não deve atuar sobre aquelas unidades que permanecerão empilhadas; - Programar as diferentes operações de movimento dos materiais como um todo, evitando, sempre que possível, a movimentação em separado, isto evita riscos e manipulações desnecessárias, além de exigir mais tempo para a carga, descarga e controle, oriundos desse tipo de atividade. Experiências em grandes empresas demonstram que o uso de paletes (ou pallets) reduz em 50% o números de funcionários necessários á movimentação e ao empilhamento dos materiais. O tempo de carga de descarga reduz-se em cerca de um terço, com a vantagem dos produtos, já classificados como seguros e com inspeção atenuada, saírem do caminhão diretamente para o local de estocagem. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 17 O que é um palete? Um ou uma palete (do inglês pallet) é um estrado de madeira. Metal plástico que é utilizado para movimentação de cargas. A forma aportuguesada não leva acento. A função do palete é a otimização do transporte de cargas, que é conseguido através da empilhadeira e a paleteria, obtendo com isso vantagens como: - Redução de custo homem/hora; - Menores custos de manutenção do inventário bem como melhor controle do mesmo; - Rapidez na estocagem e movimentação das cargas. - Racionalização do espaço de armazenagem, com melhor aproveitamento vertical da área de estocagem; - Diminuição das operações de movimentação; - Redução de acidentes pessoais; - Diminuição de danos aos produtos; - Melhor aproveitamento dos equipamentos de movimentação; - Uniformização do local de estocagem. Entre as vantagens, temos: - Espaços perdidos dento da unidade de carga; - Investimentos na aquisição de páletes, acessórios para fixação da mercadoria à plataforma e equipamentos para a movimentação das unidades de carga; - O peso do pálete e o seu volume podem aumentar o valor do frete. Tipos de paletes - Palete de face simples – com duas ou quatro entradas; - Palete de face dupla – com duas ou quatro entradas, podem ser de madeira, metal ou plástico. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 18 O que é um contêiner? É um recipiente fechado ou semifechado para transporte e armazenagem de mercadorias. Normalmente é fabricado em aço mas podemos encontrar conteiners em madeira ou plástico. Equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC) Equipamentos de proteção individual (EPI) É qualquer dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Só pode ser posto á venda ou utilizado se possuir o CA – Certificado de Aprovação – expedito pelo ministério do Trabalho e Emprego. São obrigações do empregador: - Adquirir e fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco de cada atividade - Exigir uso dos EPI’s; - Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; - Substituir imediatamente quando danificados ou extraviados; - Higienização e manutenção periódicas; - Comunicar o MTE sobre irregularidades. Em contrapartida, são deveres do empregado: - Usar o EPI, somente para finalidade para qual se destina; - Responsabilizar-se pela guarda e conservação do equipamento; - Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; - Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 19 Os principais EPIS utilizados no Almoxarifado são: Capacete de segurança – dispositivo básico de segurança em qualquer obra. O casco é feito de material plástico rígido, de alta resistência à penetração e impacto. É desenhado para rebater o material em queda para o lado, evitando lesões no pescoço do trabalhador. É utilizado com suspensão, que permite o ajuste mais exato à cabeça e amortece os impactos. Possui um dispositivo denominado jugular, que deverá sempre ser ajustado. Botina – as botas, na versão com biqueira de aço protege de materiais pesados que podem cair nos pés do usuário. Luvas – é o equipamento com maior diversidade de especificações. São nove tipos básicos de luvas existentes no mercado atualmente. No almoxarifado, as mais usuais são as raspa de outo. Óculos de proteção – são especificados de acordo com o tipo de risco, desde materiais sólidos perfurantes até poeiras em suspensão, passando por materiais químicos, radiação e serviços de solda ou corte a quente com maçarico. Nesse último caso, devem ser usadas lentes especiais. Cada almoxarifado em especificado um tipo de óculos de proteção, dependendo do materialmanuseado. Respiradores – asseguram o funcionamento do aparelho respiratório contra gases, poeiras e vapores. Contra poeiras incômodas é usada a máscara descartável. Os respiradores podem ser semi-faciais (abrangem nariz e boca) ou faciais (nariz, boca e olhos). A especificação dos filtros depende do tipo de substância ao qual o trabalhador do Almoxarifado está exposto. Protetores auriculares – protegem os ouvidos em ambientes onde o ruído está acima dos limites de tolerância, ou seja, 85 db para oito horas de exposição. Aventais – Protegem o tórax, o abdômen e parte dos membros inferiores do trabalhador. Os aventais podem ser de raspa de couro (para soldagem ou corte a quente) ou PVC (contra produtos químicos e derivados de petróleo). Sistema de armazenamento em prateleiras. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 20 Equipamentos de proteção coletiva (EPC) Equipamento destinado à proteção coletiva, como risco de queda ou projeção de materiais. Devem ser construídos com materiais de qualidade e instalados nos locais necessários tão logo se detecte o risco. Num Almoxarifado temos alguns de EPC’s, dependendo do tipo de material envolvido. Podemos citar os dois mais importantes, utilizados em todos os tipos de Almoxarifado. São eles: a) Os de combate à incêndio, que estudaremos com mais detalhadamente em outra etapa do curso; b) Os de sinalizações de segurança, tais como cones, bandeirolas, placas, sirenes, luzes, etc. Sistema de armazenamento em prateleiras Muitas empresas no mundo todo usam o sistema de armazenamento em prateleiras. Essa é uma das formas mais organizadas de armazenar os materiais e estabelecer sobre eles, junto com as fichas de prateleiras, um controle de seu estoque. Hoje existe no mercado brasileiro uma grande variedade de “armários” de aço que na verdade funcionam como um conjunto de prateleiras arranjadas e servem para estocagem do material. Há até armários para Almoxarifado, devidamente adaptados às condições de cada usuário. As prateleiras deverão ser arranjadas de tal maneira que qualquer pessoa que esteja habituada á rotina do Almoxarifado possa, sempre que necessitar, encontra os materiais solicitados o mais rápido possível. Uma das formas mais simples e funcionais para a distribuição dos materiais dentro do Almoxarifado é numerara as prateleiras no sentido horário a partir da entrada, de modo que a prateleira número 01 fique à esquerda de quem entre. Com esse critério prossegue-se enumerando todas as prateleiras até que a última prateleira esteja à direita da entrada. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 21 Armazenagem em sua área externa Devido a sua natureza, muitos materiais podem ser armazenados em áreas externas, contíguas ao Almoxarifado, o que diminui os custos e em paralelo, amplia o espaço interno para materiais que necessitam de proteção em área coberta. Exemplo: Materiais a granel, tambores e contêineres (Fechados), pecas fundidas, chapa de metal, etc. Simplificação do trabalho Simplificar o trabalho é sonho de quem administra. Mais ainda, é claro, de quem administra em Almoxarifado. Simplificar o trabalho não é torna-lo primitivo, é torna-lo racional, preciso e rápido como o mínimo dispêndio de energia. A principio isso pode parecer uma tarefa extremamente árdua e complicada, mas não é tão absolutamente complexa a ponto de exigir uma reengenharia administrativa. Há alguns caminhos que podem ser seguidos para auxiliar quem pretende simplificar o trabalho dentro do Almoxarifado. Basta examinar alguns aspectos relacionados com as atividades internas. São eles: - O esboço e a disposição do trabalho; - Os diversos tipos de materiais, suas dimensões e a forma mais coerente de transporte e armazenamento; - Possibilidade de usar transporte mecânico, reduzindo ao mínimo necessário os transportes manuais; - Determinar os trabalhos mais pesados ou desagradáveis; - Problemas com segurança. Finalizando, antes de se implantar os métodos simplificados de trabalho, há a necessidade de um estudo minucioso, que deverá ser acompanhado de um sistema de planejamento, para que o método tenha sucesso e possa realmente trazer vantagens para quem opta por ele. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 22 Equipamentos para manuseio de materiais O manuseio de diversos tipos de materiais de um almoxarifado pode ser efetuado: - Manualmente - Trata-se do manuseio mais simples e comum, efetuado diretamente pelo esforço físico dos funcionários; - Por meio de carrinhos manuais – tratas –se de manuseio efetuado também através de esforço físico, mais utilizado esse esforço para impulsionar carrinhos; - Por meio de empilhadeiras – Trata-se de um dos equipamentos mais versáteis para o manuseio de materiais. Não possui limitação de direção, movimentando-se horizontalmente e verticalmente, podendo ser de motores elétrico, a gás, a diesel o a gasolina; - Por meio de paleteiras – Trata-se de um tipo de empilhadeira manual, que pode ser mecânica, hidráulica ou elétrica, estando, por conseguinte, limitada a manuseios horizontais; - Por meios de pontes rolantes – Trata-se de equipamento constituído de estrutura metálica, sustentada por duas vigas ao longo das quais a ponte rolante se movimenta. Entre as duas vigas, sustentado pela estrutura, corre um carrinho com um gancho. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 23 Estrutura funcional do Almoxarifado Controle O controle dos estoque depende de um sistema eficiente, o qual deve fornecer, a qualquer momento, as quantidades que se encontram à disposição e onde estão localizadas as compras em processo de recebimento, as devoluções ao fornecedor e as compras recebidas e aceitas. Recebimento As atividades do recebimento abrangem desde a recepção do material na entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques e compreendem os materiais com política de ressuprimento e os de aplicação imediata, sofrendo critérios de conferência quantitativa e qualitativa. O reconhecimento compreende quatro fases: 1ª FASE: Entrada de materiais; 2ª FASE: Conferência quantitativa; 3ª FASE: Conferência qualitativa; 4ª FASE: Regularização; • Controle • Recebimento • Armazenagem • Distribuição Estrutura funcional joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 24 1ª FASE: Entrada de materiais Tem como objetivo efetuar a recepção dos veículos transportadores, proceder á triagem da documentação do recebimento (nota fiscais), encaminhá-los para descarga e efetuar o cadastramento dos dados pertinentes para o sistema. Na portaria da empresa A entrada de materiais sofre critérios de conferência primária de documentação (notas fiscais, garantias, manuais, etc). Que objetiva identificar, constatar e providenciar, conforme cada caso: - Se a compra, objeto da nota fiscal em análise está autorizada pela empresa; - Se a compra devidamente autorizada tem programação prevista, estando no prazo de entrega contratual. - Se o número do documento e compra conste na nota fiscal. Após a consulta ao órgão de compras, deve-se recusar o recebimento para os casos referentes às compras não autorizadas ou em desacordo com a programação de entrega,transcrevendo os motivos no verso da nota fiscal. No Almoxarifado No Almoxarifado a conferência está voltada pra volumes, confrontando-se nota fiscal do fornecedor com os respectivos registros e controles de compra, posicionamento do veículo no local exato da descarga, providências de equipamentos e material de descarga necessários. Exame de avarias joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 25 O exame das avarias é necessário para o apontamento de responsabilidades. A existência de avarias é constatada por meio de análise de disposição de carga, observando-se as embalagens ou proteções estão intactas e invioláveis ou contenham sinais evidentes de quebra, umidade, amassamento, etc. Recusa do recebimento As divergências contatas devem ser apontadas no conhecimento de transporte e também no canhoto da nota fiscal. Essas providências servirão para o processamento de ressarcimento de danos, se for o caso e dependendo do exame preliminar resultar a constatação de irregularidades insanáveis em relação às condições contratuais, deve-se recusar o recebimento, anotando-se, também nestes casos, no verso da 1ª via da nota fiscal as circunstâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos transportados. Liberação do transportador O transportador será liberado mediante os procedimentos anteriormente visto e que contemplam a recusa do recebimento, com também para os materiais referentes às notas fiscais devidamente chegadas, assinando-se canhoto da nota fiscal e o conhecimento do transporte. Os materiais referentes às notas fiscais aprovadas durante essa etapa terão sua descarga autorizada. Descarga Para a descarga pode ser necessária à utilização de equipamentos, dentre os quais se destacam paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes, além do próprio esforço físico humano, sendo necessário envolver o fator segurança, não só com relação ao material em si como também e principalmente, ao pessoal envolvido na descarga. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 26 2ª FASE: Conferência quantitativa É a atividade que verifica se a quantidade declara pelo fornecedor na nota fiscal corresponde à efetivamente recebida. É a típica “contagem”, devendo- se optar por um modelo de acusação, no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor, também conhecido por princípio de contagem de cega. A confrontação do recebido versus faturado é efetuada posteriormente, por meio do regularizador, que analisa as possíveis distorções detectadas e providencia a recontagem, a fim de dirimir as dúvidas contatadas. Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes podem ser contados utilizando-se um dos seguintes métodos: 1. Manual: Em casos de pequenas quantidades; 2. Por meio de cálculos: Para que os casos que envolvam embalagens padronizadas com grandes quantidades; 3. Por meio de balanças contadoras pesadoras: Para casos que envolvam grande quantidade de peças, como parafusos, porcas, arruelas, etc; 4. Pesagem: Para materiais de maior peso e volume, a pesagem pode ser feita com veículo transportador sobre balanças rodoviárias ou ferroviárias, casos em que o peso líquido será obtido por meio da diferença entre o peso bruto e tara do veículo. A tara do veículo é seu peso vazio, sem mercadoria. 5. Medição: Em geral, as medições são efetuadas por meio do comprimento e volume. 3ª FASE: Conferência qualitativa joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 27 É atividade também conhecida como inspeção técnica. É da mais alta importância no contexto de recebimento de materiais, uma vez que visa garantir a adequação do material ao fim a que se destina. A conferência qualitativa visa garantir o recebimento adequado do material contratado através do exame das características dimensionais, específicas e das restrições de especificação. 4ª FASE: Regularização Caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento, pela confirmação da conferência qualitativa e quantitativa, por meio de laudo de inspeção técnica e da confrontação das quantidades versus faturadas, respectivamente, para decisão de aceitar ou recusar e finalmente, pelo encerramento do processo. Documentação envolvida na Regularização - Nota fiscal - Conhecimento de transporte - Documento da contagem efetuada - Parecer da inspeção, contido no relatório técnico de inspeção. - Especificação da compra - Catálogo técnico - Desenhos O processamento dará origem a uma das seguintes situações: - Liberação de pagamento ao fornecedor, em se tratando de material recebido sem ressalvas. - Liberação parcial de pagamento ao fornecedor - Devolução de material ao fornecedor - Reclamação de falta ao fornecedor - Entrada de material no estoque joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 28 Devolução ao fornecedor Quando constata irregularidade insanável, providencia-se a devolução das mercadorias com defeito e / ou em excesso ao fornecedor, acompanhados de nota fiscal de devolução, emitida pela empresa compradora. Deve-se atentar para o prazo decadencial das devoluções, que é de 10 dias, a contar do recebimento. Expirado esse prazo e não devolvida a mercadoria, o fornecedor poderá executar a duplicata caso não seja para em seu vencimento. A devolução pode ocorrer também quando é detectada alguma falha por deficiência da matéria-prima, como o não cumprimento à especificação metalúrgica. O fornecedor será acionado para, em primeiro plano, repor o material em questão e em seguida, se for o caso, ressarcir os prejuízos causados. Armazenagem O objeto primordial da armazenagem é utilizar o espaço nas três dimensões (comprimento, largura e altura), da maneira mais eficiente possível. As instalações do Almoxarifado devem proporcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição. Cuidados na armazenagem Os principais cuidados na armazenagem de material/mercadoria são: Determinação do local, em recinto coberto ou não; Definição adequada do layout; joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 29 Definição de uma política de preservação, com embalagens plenamente convenientes aos materiais; Ordem, arrumação e limpeza de forma constante; Segurança patrimonial, contra furtos, incêndios, etc. Cuidados especiais Devem ser tomados no tocante à disposição dos materiais no Almoxarifado, o qual pode conter produtos perecíveis, inflamáveis, tóxicos e outros, que somados à variedade total, definirão os meios de armazenagem. Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se: Máxima utilização do espaço; Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e equipamentos); Pronto acesso a todos os itens (seletividade); Boa organização; Satisfação das necessidades dos clientes. A armazenagem compreende em seis fases: 1. Verificação das condições pelas quais o material foi recebido, no tocante à proteção e embalagem; 2. Identificação dos materiais; 3. Guarda na localização adequada; 4. Guarda na localização física de guarda ao controle; 5. Verificação das condições pelas quais o material foi recebido, no tocante à proteção e embalagem; 6. Separação para distribuição.joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 30 Itens de estoque As mercadorias de maior saída do Almoxarifado devem ser armazenadas nas imediações da saída ou expedição, a fim de facilitar o manuseio. O mesmo deve ser feito com os itens de grande peso e volume. Corredores de acesso Os corredores de acesso dentro do Almoxarifado deverão facilitar o acesso às mercadorias em estoque: A largura dos corredores é determinada pelo equipamento de manuseio e movimentação dos materiais. A localização dos corredores é determinada em função das portas de acesso e da arrumação das mercadorias. Entre as mercadorias e as paredes do edifício devem existir passagens mínimas de 60 cm, para acesso às instalações de combate a incêndio. Portas de acesso Devem permitir a passagem dos equipamentos de manuseio e movimentação de materiais. Tanto sua altura como largura devem ser devidamente dimensionadas. Prateleiras e estruturas Quando houver prateleiras e estruturas no Almoxarifado a altura máxima deverá considerar o peso dos materiais. O topo das pilhas de mercadorias deve ser distanciar no mínimo de um metro das luminárias do teto ou do sprinklers (equipamento fixo de combate a incêndio). joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 31 As mercadorias leves devem permanecer na parte superior das estruturas e as mais pesadas devem ser armazenadas nas barras inferiores da estrutura. O piso deve ser suficientemente resistente para suportar o peso das mercadorias estocadas e o trânsito dos equipamentos de movimentação. Critérios de armazenagem Para o estoque de mercadorias adotamos alguns critérios. As mercadorias podem ser classificadas quanto a: Fragilidade; Combustividade; Volatização; Oxidação; Explosividade; Intoxicação; Radiação; Corrosão; Inflamabilidade; Volume; Peso; Forma. Métodos de armazenagem - Armazenagem por agrupamento – esse critério facilita as tarefas de arrumação e busca, mas nem sempre permite o melhor aproveitamento do espaço. - Armazenamento por tamanho (acomodação) – esse critério permite bom aproveitamento de espaço; joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 32 - Armazenagem por frequência – implicam armazenar tão próximo quanto possível da saída os materiais que tenham maior frequência de movimento; - Armazenagem especial – por meio desse critério, destacam-se: - Ambiente climatizado: Destinam-se a materiais cujas propriedades físicas exigem tratamento espacial; - Inflamáveis: Os produtos devem ser armazenados em ambientes próprios e isolados, projetados sobre rígidas normas de segurança; - Perecíveis: Os produtos perecíveis devem ser armazenados segundo sua temperatura indicada pelo fornecedor. Distribuição A distribuição é a atividade por meio da qual a empresa efetua as entregas de seus produtos, estando, por consequência, intimamente ligada à movimentação e ao transporte. Natureza dos produtos a transportar - Carga geral – A carga geral deve ser consolidada para materiais com peso individual de até 4 toneladas; - Carga a granel, líquida e sólida; - Carga semiespecializada – trata-se de materiais com dimensões e peso que exigem licença, porém no gabarito que permite tráfego em qualquer estrada; - Carga especial – Trata-se de uma variável de definição anterior, com ressalva de que seu tráfego exige estudo de rota, para avaliar a largura das obras e a capacidade das pontes e viadutos; - Carga perigosa – Os produtos classificados como perigosos englobam mais de 3.000 itens, estando codificados em 9 classes, de acordo com a norma internacional. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 33 Classificação da distribuição Distribuição interna – Trata-se da distribuição de matérias-primas, componentes ou sobressalentes para manutenção, do Almoxarifado ao requisitante, para continuidade das atividades da empresa; Distribuição externa – trata-se da entrega dos produtos da empresa a seus clientes, tarefa que envolve o fluxo dos produtos/serviços para o consumidor final, motivo pela qual se adota a denominação de distribuição física. Documentos utilizados num Almoxarifado - Ficha de Controle de Estoque (para empresas ainda não informatizadas) – destinada a controlar manualmente o estoque, por meio de apontamentos de quantidades correspondentes às entradas e saídas, como também propiciar o Input para reposição, quando o nível atingir o ponto de repor suprimentos; - Ficha de localização (também para empresas ainda não informatizadas) – Utilizada para indicar as localizações onde o material está guardado, sendo ordenadas por ordem de código, em arquivos próprios; - Ficha de assinatura credenciada – Documento utilizado para identificar os funcionários autorizados a movimentar o estoque, constando, além da assinatura do credenciado, sua qualificação na empresa; - Requisição de material – Documento utilizado para retirada de material do Almoxarifado; - Comunicação de Irregularidades – Documento utilizado para esclarecer ao fornecedor os motivos da devolução quer no aspecto quantitativo, quer no qualitativo; - Relatório Técnico de Inspeção – Documento utilizado para definir, sob o aspecto qualitativo, o aceite ou a recusa do material comprado do fornecedor; joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 34 - Devolução de Material – Documento utilizado para devolver ao estoque do Almoxarifado as quantidades de materiais, que porventura foram requisitadas além do necessário. FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE Confecções Veste Bem Estoque de Material Material Unidade Código Data Histórico Entrada Saída Saldo FICHA DE ASSINATURA CREDENCIADA Confecções Veste Bem ASSINATURAS CREDENCIADAS PARA REQUISIÇÃO DE MATERIAIS Funcionário Matrícula Departamento Assinatura joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 35 Rotinas rigorosas para a retirada dos produtos preservam os materiais armazenados, protegendo-os contra furtos e desperdícios. A autoridade para retirada do estoque deve estar definida com clareza e somente pessoas autorizadas poderão exercer essa atribuição, mediante a apresentação de requisição. Requisição é uma solicitação para que seja entregue ao portador o material constante da mesma. Deve como foi dito acima, ser clara, precisa e conter o nome e assinatura da pessoa autorizada a solicitar a entrega do material/produto. Veja a seguir um exemplo de reposição. Confecções Veste Bem REQUISIÇÃO INTERNA DE MATERIAL Nº 0220 DATA ___/___/____ Quantidade Unidade Especificação Código do produto Departamento Responsável pela Solicitação: Nome Matrícula Assinatura Funcionário Responsável pela Retirada DESPACHO DO ALMOXARIFADO Despachado por Observações Data ___/___/_____ joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 36 DEVOLUÇÃO DE MATERIAL Confecções Veste Bem DEVOLUÇÃO DE MATERIAIS Data Material Unidade Código Motivo da Devolução Quantidade Um funcionário do setor de produção,Sr. Adolfo, necessita de retirar do Almoxarifado os seguintes materiais: 3 bobinas de linha para costura preta; 4 bobinas de linha para costura azul; 1 tesoura de pesponte; 3 agulhas médias para máquina Overloque e 26 metros lineares de tecido brim azul marinho. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 37 Após solicitação ao encarregado do setor, Sr. Márcio. O funcionário Adolfo recebe o seguinte documento interno, preenchido pelo próprio encarregado: CONFECÇÕES VESTE BEM REQUISIÇÃO INTERNA DE MATERIAL Nº 10.256 DATA _05__/__01_/__2009___ QUANTIDADE UNIDADE ESPECIFICAÇÃO CÓDIGO DO PRODUTO 03 bobina Linha corrente nº 07 costura preta 100259 04 bobina Linha corrente nº 07 costura azul 100264 01 peça Tesoura média p/pesponte 100055 03 peça Agulha média p/Oveloque 100022 26 m.I. Brim Santista azul marinho 100354 DEPARTAMENTO Produção III RESPONSÁVEL PELA SOLICITAÇÃO NOME: Márcio MATRÍCULA: 0622 ASSINATURA: Márcio Silva FUNC. RESP. PELA RETIRADA NOME: Adolfo MATR.: 2365 DESPACHO DO ALMOXARIFADO DESPACHADO POR OBSERVAÇÕES DATA ____/____/_____ joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 38 De posse da Requisição de Material, Adolfo vai até o Almoxarifado e entrega a Requisição para o Almoxarife, Roberto. Após analisar o documento, pega uma ficha. Essa é a já descrita Ficha de Assinaturas Credenciadas. Veja a ficha que Roberto pegou: CONFECÇÕES VESTE BEM ASSINATURAS CREDENCIADAS PARA REQUISIÇÃO DE MATERIAIS FUNCIONÁRIO MATRÍCULA DEPARTAMENTO ASSINATURA ADELMO FONSECA 0156 CONTABILIDADE ADELMO FONSECA INÁCIO PINTO SENA 0287 DPT. PESSOAL INÁCIO P. SE MÁRCIO SILVA 0622 PRODUÇÃO III MÁRCIO SILVA MARIA BERNADETE RISO 0701 SERV. GERAIS MARIA B. RISO ICARO BELOUBE 1209 TESOURARIA ICARO BELOUBE joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 39 Roberto comparou a assinatura do Sr. Márcio da requisição com a Ficha de Assinaturas Credenciadas e constatou que se trata realmente do Sr. Márcio. Também verificou o número da matrícula. Depois da confirmação, Roberto separou todos os materiais e os entregou a Adolfo. Em seguida, deu seu despacho no campo d’rodapé da Requisição. Com a entrega, Roberto anotou na Ficha de estoque de cada produto entregue a respectiva saída da quantidade. Veja como ficou uma delas: Confecções Veste Bem ESTOQUE DE MATERIAL MATERIAL UNIDADE CÓDIGO Linha corrente nº 07 costura preta bobina 100259 DATA HISTORICO ENTRADA SAÍDA SALDO 12/09/2008 Saldo Atual ----- ----- 06 15/09/2008 Requisição 09.123 ----- 03 03 03/10/2008 N.F. 22.251 50 ----- 53 22/11/2008 Requisição 09.566 ----- 06 47 18/11/2008 Requisição 10.091 ----- 05 42 05/01/2009 Requisição 10.256 ----- 03 39 Roberto fez semelhante com todas as Fichas de Estoque do restante do material entregue. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 40 CONTROLE DE MATERIAIS O controle de materiais consiste em ordená-los segundo um plano sistemático capaz de classificar cada produto, ou grupo deles, de maneira que possam ser facilmente localizados. Dentre os vários tipos de codificação, demonstraremos os três mais usados: 1. Numérica: feita apenas com números arábicos. Exemplo: grampo para grampeador – 26/6 – nº 6006 2. Alfanumérica: combinação entre letras e números. Exemplo: grampo para grampeador – 26/6 – GG – 60 3. Decimal: o mais utilizado se compõe de três grupos: Aglutinante: é aquele que corresponde ao agrupamento de materiais. Exemplo: material de escritório, produto de limpeza, produto de segurança etc. Individualizados: informa cada um dos materiais que constam do primeiro grupo. Exemplo: pano de chão, água sanitária, lã de aço Etec. Descritivo: descreve os materiais pertencentes ao segundo grupo. Exemplo: pano de chão de 40X72 cm, água sanitária – bomba 5 litros, água sanitária – 1 litro. Política de Estoque As empresas geralmente estão envolvidas em um dilema: quando a empresa deverá estocar? O departamento de vendas deseja um estoque elevado para atender melhor o cliente e a área de produção prefere também trabalhar com uma maior margem de segurança de estoque. Em contrapartida, o departamento financeiro quer estoques reduzidos para diminuir o capital investido e melhorar seu fluxo de caixa. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 41 A melhor saída para isso é criar uma boa política de estoques, para que os interesses da empresa sejam atendidos e os clientes também fiquem satisfeitos. O planejamento é um dos principais instrumentos para o estabelecimento de uma política de estoque do eficiente. Para isso, a empresa deverá acompanhar sistematicamente: a) Os itens em estoque, verificando lucratividade e posicionamento da empresa no mercado; b) O recebimento e a correta armazenagem das mercadorias; c) Inventários periódicos para avaliação das quantidades e do estado dos materiais estocados. d) O tempo de reposição de cada mercadoria. Dimensionar o estoque significa definir as quantidades corretas de cada mercadoria que deve estar no estoque em um determinado período de tempo, para que a empresa não sofra nenhum prejuízo. Para fazer esse dimensionamento do estoque existem três instruções básicas: 1) Os produtos devem ser estocados no menor tempo possível, fato que reduz custo de Manutenção e indica que o investimento feito pela empresa na compra destes produtos rapidamente. 2) O estoque precisa garantir os objetivos principais da empresa, sejam eles a produção de 1.000 peças, R$ 10.000,00 em vendas ou a entrega de mercadorias no máximo em 48 horas. 3) O custo de manutenção dos estoques aumenta na proporção de sua dimensão. Isso quer dizer que quanto maior a quantidade de mercadoria estocada, maior será o espaço físico necessário para guardá-la, maior o número de funcionários necessários e maiores os gastos para controle. Sem um adequado planejamento e uma eficiente política de estoques, a empresa fica a mercê da sorte, podendo sofrer grandes prejuízos. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 42 LEMBRE-SE: Estocar mercadorias por muito tempo é um fator de diminuição da lucratividade da empresa. Métodos de manejo de estoque Existem basicamente dois métodos de manejo do estoque e eles têm aplicações diferentes. 1º método – PEPS = Primeiro a entrar, primeiro a sair. Ou seja, o material recebido em estoque é guardado de forma seriada. Por exemplo, suponha que um item tenha entrado no estoque em 3 ocasiões no mês (três entradas) e que a primeira tenha sido no dia 02, a segunda no dia 10 e a terceira no dia 18. No método PEPS, ao ser solicitada por algum setor a mercadoria desse item, deverá ser entregue aquela que entrou no dia 02, ou seja, a entrada “mais velha”. Assim, trabalhamos com mercadorias mais “recentes”. Esse método é utilizado quase em sua totalidade em empresas que tenham gêneros alimentícios em estoque. 2º método– UEPS = Último a entrar, primeiro a sair. Nesse método o custo do item é “empilhado” de modo que o último fica no “topo” da pilha e, portanto, é o primeiro a sair. É muito utilizado quando se trata de materiais não-perecíveis, como depósitos de materiais de construção em que a areia, por exemplo, que entra hoje, é despejada sobre a que já estava no local. Como a areia não “estraga”, esta será a primeira a sair. Localização de materiais Localizar materiais dentro do Almoxarifado pode parecer uma tarefa fácil, contudo, pode tornar-se uma verdadeira “caça ao tesouro” se não houver, ao menos, um processo de sistematização, principalmente se esse Almoxarifado contiver uma grande variedade de itens. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 43 Há algumas formas de se organizar um Almoxarifado, uma delas já vimos anteriormente, quando dividimos as prateleiras através de códigos numéricos. Outra forma é o arranjo por setores, quando os produtos não puderem ser colocados em prateleiras. Podem-se dividir cada setor do Almoxarifado em cores, por exemplo: setor azul – material de higiene; setor verde- material de escritório e assim por diante. Lembre-se de que a combinação de todas as variáveis possíveis para identificação irão facilitar a localização das prateleiras. Evite adotar critérios muito complexos ou inconvenientes, pois isso dificultará a memorização. Ponto de pedido de compra É importante que o administrador do Almoxarifado saiba qual o momento em que deve repor seu estoque. É muito desagradável não poder atender a uma requisição em razão da inexistência do material no Almoxarifado. Mais desagradável ainda é quando a ausência do produto é decorrente de uma falha de previsão. Para minimizar tal problema, uma vez que é muito difícil evita-lo, principalmente em Almoxarifados de elevada rotatividade de materiais, deve- se conhecer o ponto de pedido de cada material e, periodicamente, realizar um controle capaz de determinar o ponto de pedido em função de seus estoques. Como há inúmeras variáveis que influem no estabelecimento do ponto de pedido de um determinado item, as mais representativas são: A quantidade máxima do item que deverá ser mantido em estoque; O tempo, em média, que esse material permanece estocado; O tempo que esse material leva para ser consumido nas unidades requisitantes; Condições de mercado (sazonalidade, escassez, greves Etec.) joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 44 Levando-se em conta as variáveis acima, pode-se então estabelecer um ponto de pedido de compra de um determinado item em função do estoque mínimo e máximo. O método ABC de materiais e estoques Esse método consiste em separar os materiais, em três grupos: A, B, C, classificando-os de acordo com os seus valores, e dando mais importância aos materiais de maior valor monetário. Em todos os Almoxarifados existe um pequeno número de itens que possuem elevado teor financeiro e um grande número de outros de menor valor, assim como uma quantidade intermediária de itens que têm custos médios. Fazendo-se uma comparação entre os valores dos materiais adquiridos e sua correlação de necessidades, poderíamos dividir os itens numa escala de 100%, da seguinte maneira: MATERIAIS ITENS VALOR FINANCEIRO A 5% 75% B 20% 20% C 75% 5% TOTAL 100% 100% Os diversos fatores que devem ser considerados para classificar os materiais dentro desse método são: Tempo de fornecimento; Volume do material; Perecebilidade; Condições de mercado; Características particulares. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 45 Materiais A Por serem os mais caros e em menor número, em geral, devem permanecer em estoque por pouco tempo. Materiais B São os materiais de quantidades e valores intermediários e podem ficar estocados por um período de tempo médio (em torno de 60 dias). Materiais C São os materiais de pouco valor e de grandes quantidades; portanto, podem ficar estocados por mais tempo. Os critérios acima servem como regra, mas cabe ao administrador perceber que cada material, de acordo com as características de seu Almoxarifado. Tem armazenamento próprio e poderá sair de um nível de classificação para outro. Por exemplo: materiais perecíveis, mesmo que custem pouco em razão de sua pouca durabilidade, deverão transpor o item C e rumar para o item A. Portanto, cabe ao administrador do Almoxarifado classificar os produtos de acordo com as próprias características de cada item, levando em conta sua própria experiência e as notas fiscais com os respectivos valores. Controle de Qualidade Embora pareça irrelevante, o Controle de Qualidade tem função primordial no controle de materiais, e esse conceito ultrapassa seus limites vocabulares alcançando a ideia, aparentemente absurda, de assegurar que o dinheiro, investido em materiais, esteja sendo corretamente aplicado. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 46 O controle de qualidade, através de processos estatísticos, tem condições de informar ao setor responsável pelas especificações os resultados obtidos nos testes de desempenho de um dado produto, que até então eram desconhecidas, melhorando assim a sua qualidade. Não raro, ocorrem fatos descabidos como a entrega de produtos como o prazo de validade vencido, sem identificações legais de embalagem e rótulo e, por incrível que possa parecer, um produto completamente diferente daquele que foi ofertado. O controle de qualidade deve também exercer uma espécie de averiguação periódica nos estoques, de forma assegurar a qualidade do material estocado. Com esse controle, novas formas de estocagem e armazenamento de vários produtos poderão ser sugeridas, assegurando maior durabilidade e diminuindo sensivelmente as perdas. Uma política inteligente nos estoques A ausência de padronização nos matérias adquiridos ocasiona um aumento considerável de itens com a mesma finalidade. Produtos, cujos fins e metodologia de ação estão ultrapassados, são adquiridos muitas vezes a preços absurdos, para satisfazer necessidades pouco significativas. Esse procedimento “incha” o Almoxarifado ocasionando um desgaste desnecessário de pessoal e de maquinário. Quando se fala de uma política inteligente de estoques, não estamos apontando apenas para as formas de estocagem, mas na maneira de compra que gera esse estoque. Estocar produtos ultrapassados implica em aumento de gastos e dispendido de recurso que poderiam ser utilizados de outra forma. Compra demais, compra sem realizar uma avaliação criteriosa do consumo e sem levar em conta as normas mínimas de segurança, fazem do Almoxarifado um lugar cheio de produtos, mas vazio de utilidade. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 47 Uma política inteligente de estoque é aquela que respeita os limites físicos do Almoxarifado e do dinheiro da empresa atendendo a todas as necessidades, sem desperdício. Controle de estoque mínimo Quando se requisita um material ao Almoxarifado é porque há necessidade dele naquele momento. Não atender um pedido pode ocasionar a paralisação de um determinado setor ou trabalho. É muito desagradável quando, por ausência de um estoque mínimo de segurança, não se pode cumprir a funçãobásica de qualquer Almoxarifado: Suprir Para evitar que isso ocorra, basta que se tenha um ESTOQUE MÍNIMO de itens como garantia mínima de fornecimento. Estoque mínimo, ou estoque de segurança tem a função de assegurar que não ocorra falta de um determinado item, cobrindo eventuais atrasos derivados dos processos de compra. Pode-se determinar o estoque mínimo através de : Projeção estimada de consumo; Cálculos e módulos matemáticos; Baseando-se nos consumos anteriores é possível se estabelecer uma projeção estimada de cada item, ou grupo de itens, por período. Lançando mão desses dados podem-se estimar os níveis de consumo e a partir dessa estimativa determinar o valor do estoque de segurança. Há uma considerável quantidade de maneiras e fórmulas para o cálculo do estoque mínimo. Ressaltaremos a mais simples, mas capaz de fornecer àquele que cuida do controle das quantidades, condições de calcular matematicamente seus estoques de segurança. Formula simples Emín = C x K Onde: Emín = estoque mínimo joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 48 C = consumo médio mensal K = Fator de segurança arbitrário com a qual se deseja garantir contra um risco de ausência. O fator K é arbitrado, ele é proporcional ao grau de atendimento desejado para o item. Exemplo: Se quisermos que determinada peça tenha um grau de atendimento de 90% ou seja, queremos uma garantia que somente 10% das vezes o estoque desta peça seja zero; Sabendo que o consumo médio mensal é de 60 unidades, o estoque mínimo será: Emín = 60 x 0,9 Emín = 54 unidades Inventário Físico Como garantir do bom funcionamento de um Almoxarifado é necessário que, periodicamente, executem-se contagens físicas de seus itens de estoque, para verificar as discrepâncias entre o estoque físico e os registros. Os inventários podem ser: a) Geral: Efetuado no final do exercício, abrange todos os itens de estoque de uma só vez. Por tratar-se de uma operação de duração prolongada, que, por incluir quantidade elevada de itens, impossibilitam as reconciliações, análise das causas e divergências e consequentemente ajustes. b) Rotativos Tem como norma distribuir as contagens ao longo do ano, com maior frequência, porém concentrada a cada mês um menor quantidade de itens, reduzindo o tempo da operação dando melhores condições de análise das causas de ajustes e visando melhor controle. Abrangerá através de contagens programadas todos os itens de várias categorias de estoque. Dividindo-se em três grupos: Grupo 1 – neste grupo estão enquadrados os materiais de maior valor em estoque e os mais requisitados. Deverão ser inventariados três vezes ao ano. Grupo 2 – constituído por itens de importância intermediária quando ao valor de estoque, estratégia e manejo. Estes serão inventariados duas vezes ao ano. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 49 Grupo 3 – formado pelos demais itens. Caracterizado por itens de pequeno valor de estoque. Os materiais desse grupo serão inventariados uma vez por ano. Preparação e Planejamento para o inventário A realização de um bom inventário depende muito de seu planejamento e preparação. Deverão ser providenciados: a) Folhas de convocação e serviços, definindo os convocados, datas, horários e locais de trabalho. b) Fornecimento de meios de registros de qualidade e quantidade adequada para uma correta contagem. c) Reanálise da arrumação física. d) Método de treinamento e execução. e) Atualização e análise dos registros. f) Cut-off para documentação e movimentação de materiais a serem inventariados. Convocação Tem como função esclarecer a motivar as equipes que irão participar do inventário, garantindo o bom andamento do trabalho. Com aproximadamente três semanas de antecedência a lista de convocação deve ser distribuída para cada funcionário participante. Nesta lista deve conter ainda: as equipes de 1ª contagem (reconhecedores) e as equipes de 2ª contagem (revisores). Já organizadas. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 50 Arrumação física As áreas e os itens a serem inventariados deverão ser arrumados da melhor forma possível, agrupando os produtos iguais, identificando todos os materiais, deixando os corredores livres e desimpedidos para facilitar a movimentação, isolando os produtos que não devam ser inventariados, se for o caso. Deverá também ser providenciado com antecedência todo o equipamento necessário para a tomada do inventário. Registro do inventário É importante que o inventário seja controlado e registrado. Umas das formas de fazê-lo é criando um sistema de registro capaz de assegurar e garantir a contagem correta. Uma das melhores maneiras de fazê-lo é através de um cartão com partes destacáveis para até três contagens. Os cartões poderão ser impressos em cores distintas para identificar os tipos de estoque a serem contados. Estes cartões deverão ser preenchidos antes de alcançarem os lotes. Os cartões devem conter, no mínimo, as seguintes inscrições: a) Código; b) Descrição; c) Local; d) Quantidade; e) Unidade; f) Visto; g) Conferido; CUT-OFF Poderá consistir em um mapa com todos os detalhes dos três últimos documentos emitidos antes da contagem (notas fiscais, empenho, joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 51 requisições etc.) Caso este procedimento não seja vem feito, corre-se o risco do inventário não corresponder à realidade. Não deverá ocorrer movimentação de materiais na data da contagem. Os fornecedores deverão ser instruídos para não entregarem materiais nessa data. Atualização e registro de estoques Todas as entradas, saídas e saldos dos itens deverão estar obrigatoriamente atualizados até a data do inventário. O responsável pelo controle de estoque terá a incumbência de assegurar que todos os tipos de documentos utilizados para registrar o movimento forma considerados. Contagem de estoque Todo item do estoque, sujeito ao inventário, será contado necessariamente duas vezes. A primeira contagem será realizada pela 1ª equipe, a qual poderá efetuá-la imediatamente após ter fixado ao lote o cartão de inventário. Feita as anotações de contagem na primeira parte do cartão, o executor da contagem o entregará ao responsável pela primeira contagem, a qual os entregará, por sua vez, ao responsável pela segunda contagem. A segunda equipe analogicamente registrará o resultado de sua contagem na segunda parte do cartão, entregando-o depois ao coordenador de inventário. Se a primeira contagem conferir com a segunda contagem, o inventário para este item está correto; no caso de não conferir, faz-se necessário uma terceira contagem por outra equipe, diferente das que contaram anteriormente. A tala identificadora do lote permanecerá afixada ao material como prova de que foi contado. Esta poderá ser retirada somente após o término do inventário. joao.freitas Carimbo UFIEC – UNIDADE DE FORMAÇÃO INICIAL E EDUCAÇÃO CONTINUADA Página 52 Reconciliações e ajustes Os setores envolvidos nos controles de estoque deverão providenciar justificativas para as variações ocorridas entre o estoque contábil e o inventariado. O departamento de controle de estoque providenciará a valorização em um mapa, cuja função é exibir com clareza as diferenças a maior e a menos, com também a
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