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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 06.01

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 06
 O Sistema Tributário Nacional. Limitações constitucionais ao poder de tributar. A repartição de competências na federação brasileira. Delegação de arrecadação. Discriminação constitucional da rendas tributárias. Legislação sobre o Sistema Tributário Brasileiro. Definição de tributo. Espécies de tributos.
Autor: Alexandre Henry Alves
Revisado por Rafael Ianner em setembro de 2010. Alterações na cor verde.
Atualizado por Rodrigo Parente Paiva Bentemuller – agosto de 2012
O Sistema Tributário Nacional
Conceito: conjunto de normas jurídicas constitucionais que disciplinam a tributação em caráter nacional. Para alguns, incluem-se as normas jurídicas infraconstitucionais.
Constituição Federal: traz normas de estrutura do STN e competência dos entes da Federação
Código Tributário Nacional: traz normas gerais, em atendimento ao art. 146 da CF/1988
Leis ordinárias: editadas por cada um dos entes da Federação no exercício de suas competências, para a instituição e regulação de cada um dos tributos
Normas infralegais: regulamentação
Limitações constitucionais ao poder de tributar
O poder de tributar está associado à competência tributária, que é de titularidade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. É o poder de criar tributos em abstrato.
Como esse poder de invasão patrimonial tem índole compulsório, é imprescindível a existência de balizamentos constitucionais, que são as limitações ao poder de tributar, as quais se referem aos princípios constitucionais tributários e às imunidades tributárias.
Garantias como rol não exaustivo:o art. 150 da CF estatui as principais limitações ao poder de tributar, mas não todos. Exemplo de outra limitação: inciso XXXIV do art. 5º da CF: “são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Algumas limitações podem configurar cláusulas pétreas (leading case: ADI 939-7 DF). Ex: imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a, CF); imunidade de templos de qualquer culto (art. 150, VI, b); imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (todos reconhecidos no aludido julgamento). 
PRINCÍPIOS:
Princípio da legalidade: a criação e majoração de tributos só pode ser feita por lei. 
Exceção: para a majoração de alíquotas: II, IE, IOF, IPI (alíquotas fixadas por decreto, dentro dos limites fixados em lei), CIDE-combustíveis (o Poder Executivo pode reduzir e restabelecer as alíquotas – art. 177, § 4º, I, b, da CF/88) e ICMS monofásico sobre combustíveis (alíquotas fixadas por convênio celebrado entre Estados e DF – CONFAZ – art. 155, § 4º, IV, da CF).
- Legalidade e delegação legislativa: nada impede a utilização de lei delegada em matéria tributária. Contudo, a grande liberdade na edição de medidas provisórias acaba inutilizando o instrumento.
- Legalidade e regulamentos: STF: “os decretos regulamentadores, ao tratarem da atividade econômica preponderante e do grau de risco acidentário, delimitaram conceitos necessários à aplicação concreta da Lei 8.212/91, não exorbitando o poder regulamentar conferido pela norma ... (STF, RE 343.446-2/SC, j. 20.3.2003). Assim é possível que o legislador atribua ao regulamento a incumbência de complementar conceitos jurídicos indeterminados, sem que com isto se fira o princípio da legalidade.
O princípio restringe-se aos elementos do tributo previstos no art. 97 do CTN (fato gerador, base de cálculo, alíquotas, sujeitos, penalidades, disciplina relativa ao crédito tributário e à obrigação tributária), salvo exceções constitucionais acima mencionadas.
Segundo o STF, não estão sujeitas à reserva legal as seguintes matérias: a) obrigações acessórias; b) prazos para pagamento de tributos; c) atualização monetária da base de cálculo do tributo. Em relação a esta última, tanto o STF e STJ entendem ser possível a fixação de índice local para a correção monetária, o qual somente teria como limite o índice oficial de correção monetária. Neste sentido, Sumula 160 do STJ.
Alguns tributos devem ser instituídos por lei complementar: imposto sobre grandes fortunas, empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais residuais da União.
- Legalidade e medida provisória: a EC 32/2001 veio constitucionalizar a medida provisória como meio adequado para criar ou aumentar tributo. No entanto, antes mesmo da EC, a STF entendia ser a MP veículo normativo hábil a criar ou majorar tributos. Restrição: regulação dos conteúdos cuja disciplina esteja reserva à lei complementar (art. 62, § 1º, CF).
Princípio da isonomia (art. 150 , II, CF): 
Acepção horizontal: refere-se a pessoas que estão niveladas, na mesma situação, e que, portanto, devem ser tratadas da mesma forma.
Acepção vertical: refere-se a pessoas que se encontram em situações distintas e que, justamente por isso, devem ser tratadas de maneira diferenciada, na medida em que se diferenciam.
Também conhecido como princípio da igualdade, veda o tratamento tributário diferenciado para pessoas que estão na mesma condição. Não há exceções constitucionais a este princípio. A CF foi explícita, ainda, ao dispor ser vedado aos entes tributantes instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Isso significa que pessoas em condições diferentes podem ter tratamento tributário diferente, senão vejamos:
Tratamento jurídico diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
As contribuições sociais previstas no inciso I do caput do art. 195 poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
É admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócioeconômico entre as diferentes regiões do País (art. 151, I).
Deduções da base de cálculo do imposto de renda (saúde, educação, dependentes).
Vale frisar que o STF tem jurisprudência consagrada segundo a qual não é possível ao Judiciário, por força da isonomia, atuar como legislador positivo para colmatar lacunas que representam inconstitucionalidades decorrentes de exclusão discriminatória de benefício tributário, sob pena de violar o princípio da separação dos poderes.
São desdobramentos do princípio da isonomia:
Princípio da interpretação objetiva do fato gerador, ou princípio do pecunia non olet (arts. 118 e 126 do CTN).
Princípio da capacidade contributiva (art. 145, § 1º , CF)
Princípio da irretroatividade (art. 150, III, a, CF): 
A nova lei só alcança fatos geradores futuros. Não alcança fatos geradores totalmente concluídos, mas alcança fatos pendentes (art. 105 do CTN: “A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116”.). 
- Fatos instantâneos: fatos geradores que ocorrem em um momento preciso da linha do tempo. Ex: II
- Fatos periódicos: fatos geradores que se prolongam no tempo, sendo considerados ocorridos nos instantes legalmente determinados. Ex: IPVA. Pode ser divididos em simples e compostos (complexivos). Os fatos periódicos simples tomam por base um único evento que se prolonga no tempo (Ex:IPTU e IPVA). Já os fatos periódicos compostos são fatos geradores compostos de diversos eventos que devem ser considerados de maneira global, dentro de um determinado período de tempo legalmente definido (Ex: IR e CSLL).
Obs: existe doutrina que defende que jamais os fatos poderiam ser considerados como pendentes, uma vez que, mesmo nos fatos periódicos compostos ou complexivos, existe determinação (legal) do instante da completude e perfeição de tais fatos, o que faz com que possam ser tratados como instantâneos.
- Irretroatividade e CSLL: “ se o fato gerador relativo à contribuição social reputa-se ocorrido em 31 de dezembro, conforme a orientação do STF, a lei que esteja em vigor nessa data é aplicável imediatamente ... (AI – AgR-ED 333.209/PR – Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 02.03.2007).
- Irretroatividade e IR: SÚMULA Nº 584 do STF: Ao Imposto de Renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. Tal súmula parece desprezar tanto a anterioridade quanto a irretroatividade. Não obstante, ainda é aplicada pelo STF, embora a matéria esteja sendo rediscutida no RE 183.130 (suspenso em razão de pedido de vista). Vale registrar que, no âmbito do STJ, existem precedentes afirmando a inaplicabilidade da referida Sumula.(entre outros, AgRg no Ag 1363478, j. 15/03/2011)
Exceção ao princípio (art. 106 do CTN): A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Princípio da anterioridade: É vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Diz respeito à publicação, não à vigência da lei. Não se aplica quando benéfica ao contribuinte. Há duas modalidades: anterioridade de exercício e anterioridade nonagesimal (ou mitigada). Na primeira, exige-se que a lei que institua ou aumente o tributo tenha sido publicada no exercício anterior. Na segunda, exige-se o decurso de um prazo de 90 dias, contados da data em que haja sido publicada a lei que institui ou aumentou o tributo. 
Há exceções aos dois princípios:
- Anterioridade de exercício: II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustíveis e ICMS monofásico sobre combustíveis (ambos no que tange apenas ao restabelecimento da alíquota), EC para custear guerra ou calamidade, IE de guerra, e contribuições para o financiamento da Seguridade Social.
- Anterioridade nonagesimal: II, IE, IOF, IR, EC para custear guerra ou calamidade, IE de guerra, alterações da base de cálculo do IPVA e IPTU.
Anterioridade e MP: MP que implique instituição ou majoração de impostos, exceto o II, IE, IPI, IOF e o IE de guerra só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Não se aplica tal regra a outros tributos, só impostos.
O prazo de 90 dias da anterioridade nonagesimal, segundo o STF, é contado da data de publicação da MP, não havendo interrupção sempre que ela for convertida sem alteração substancial. Caso haja mudança substancial no texto da medida provisória, no momento de sua conversão em lei, o prazo deve ser contado da publicação da lei de conversão (RE 169.740).
Ainda sobre MP, caso seja rejeitada ou perca a eficácia por decurso de prazo (120 dias), o tributo (ou a majoração) deixa imediatamente de ser cobrado, cabendo ao Congresso Nacional disciplinar por decreto legislativo as relações jurídicas geradas (CF, art. 62, § 3º).
Para o STF, a modificação do prazo para pagamento é exigível de imediato, pois não é aumento (RE AgR 274.949, 1ª Turma, j. 13.11.2001). Mesmo raciocínio no que tange à atualização monetária do valor do tributo ou da sua base de cálculo (RE-AgR 200.844/PR, 2ª Turma, j. 25.06.2002)
Para o STF, o princípio em tela é cláusula pétrea.
Não existe mais o princípio da anualidade (CF/46), em que se exige a prévia autorização orçamentária.
Revogação de isenção e anterioridade: segundo o art. 104, III do CTN, lei que extinga ou reduza isenção relativa a imposto sobre o patrimônio ou a renda entra em vigor apenas no exercício seguinte. O STF, no entanto, tem precedentes no sentido de que a revogação de isenção não se submete à anterioridade tributária, sendo imediatamente exigível (RE 204.062 – a decisão é antiga e um tanto quanto nebulosa). Cabe ressaltar, porém, que esses precedentes versavam, no caso concreto, sobre o antigo ICM (atual ICMS), que é imposto sobre a produção e circulação, enquanto que o CTN trata de imposto sobre patrimônio e renda.
 
Princípio do não-confisco: veda a exigência de tributos que tenham caráter confiscatório, sendo tal termo de difícil definição. Porém, pode adotar-se a definição de confisco como sendo a exigência tributária que inviabiliza a existência ou o desenvolvimento das pessoas jurídicas, ou que priva as pessoas físicas de suas necessidades básicas. Por isso o STF já decidiu que o caráter de confisco deve ser avaliado não apenas em função de um determinado tributo, isoladamente, e sim tendo em conta a totalidade da carga tributária suportada (todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de determinado período, à mesma pessoa política que os houver instituído) ADC 8 – MC: “Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar substancialmente , de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte”.
- Pena de perdimento e confisco: a pena de perdimento de bens foi recepcionada pela CF (art. 5º, XLVI, b), razão pela qual nada impede que, em casos de comprovação de graves infrações tributárias, a legislação específica preveja o perdimento como punição. Neste sentido, STF.
- Taxas e principio do não- confisco: A taxa tem caráter contraprestacional. A verificação do caráter confiscatório é feita comparando o custo da atividade com o valor cobrado a título de taxa (STF, ADI-MC-QO 2.551/MG, j. 02.04.2003).
- Multas e princípio do não-confisco: aplica-se o princípio em relação às multas (ADI 551)
Princípio da liberdade de tráfego (inciso V do art. 150 da CF): O trânsito de pessoas e mercadorias não pode ser restringido por meio da imposição de tributos. 
A regra possui exceções: a) ICMS interestadual; b) pedágio.
A ressalva feita ao pedágio no dispositivo constitucional parece indicar que, para o constituinte, o pedágio se afigura como tributo. O STF entende que o pedágio-tributo tem natureza de taxa de serviço (RE 181.475-6). Entretanto, é cediço que o pedágio tem sido cobrado por particulares em regime de concessão, permissão ou autorização. Nestes casos, terá natureza de tarifa ou preço público.
Princípio da uniformidade geográfica (inciso I do art. 151 da CF): a tributação deve ser uniforme em todo o território geográfico do ente da Federação, mas são permitidos os incentivos para desenvolvimento regional.
Princípio da uniformidade da tributação da renda (inciso II do art. 151 da CF: é vedado à União (…) “tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes”). 
Perceba-se que não se está a tributar o rendimento do ente federado que emitiu o título da dívida pública (o que é vedado pelo art. 150, VI, a, da CF), mas sim a renda gerada pela operação (juros), queé rendimento do particular adquirente do título.
Princípio da vedação às isenções heterônomas (inciso III do art. 151 da CF: é vedado à União (...): “instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios”).
Duas exceções expressas:
- Art. 155, § 2º, XII, e, CF: permite que a União conceda, por meio de lei complementar, isenção heterônoma do ICMS incidente nas operações com serviços e outros produtos destinados ao exterior. A partir da EC 42/2003, está exceção perdeu a utilidade, uma vez que tal emenda estendeu tal isenção (rectius, imunidade) a todas as operações que destinem bens e serviços para o exterior.
- Art. 156, § 3º, II, CF: permite que a União conceda, por meio de lei complementar, isenção heterônoma do ISS nas exportações de serviços para o exterior.
Exceção implícita (jurisprudência do STF): possibilidade de tratado internacional conceder isenções de tributos estaduais e municipais. Isto porque o Presidente da República, quando firma tratados, age como Chefe de Estado, em nome da soberana República Federativa do Brasil, e não em nome da União. Ex: GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, que prevê a regra do tratamento tributário nacional ao produto importado.
Princípio da não-discriminação tributária em razão da procedência ou do destino dos bens (art. 152, CF: “É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino”). Procura evitar a “guerra fiscal”.
Exigência de lei específica par concessão de benefícios fiscais (art. 150, § 6º, CF): “Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g”.
Princípio da capacidade contributiva: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. Isso significa que quem pode mais, paga mais. A maioria dos autores entende que esse princípio só se aplica aos impostos ditos “pessoais” (ex.: Imposto de Renda, não o ITR). O STF no julgamento do RE 423.768 relativizou essa diferença de impostos pessoais e reais para fins de incidência do princípio da capacidade contributiva, aduzindo que, esta tradicional dicotomia deve ceder ante o teor do §1º do art. 145 da CF.
Apesar de o texto constitucional só determinar a aplicação desse princípio aos impostos, a jurisprudência do STF entende que tal princípio é extensível às outras espécies tributárias.(“1. Todos os tributos submetem-se ao princípio da capacidade contributiva (precedentes), ao menos em relação a um de seus três aspectos (objetivo, subjetivo e proporcional), independentemente de classificação extraída de critérios puramente econômicos.” - RE 406955 AgR, 2ª Turma, j. 04/10/2011)
 As técnicas mais importantes para sua efetivação são:
a) autorização legal para exclusão, da base de cálculo, de gastos essenciais (deduções): procura-se tributar somente a renda disponível.
b) progressividade: significa incidência de maiores alíquotas quanto maior for a base de cálculo. Os impostos progressivos, segundo a CF, são:
o IR (art. 153, §2º, I)
o IPTU: antes da EC 29/00, a progressividade variava apenas com base na função social da propriedade (art. 182, §4º, II). Após, passou a poder variar com base no valor do imóvel, seu uso e localização (art.156, §1º, I e II). Súmula 668, STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
o ITR: progressividade com o fito de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, trazida pela EC 42/2003 (art. 153, §4º, I). Tem caráter extrafiscal, para prestigiar a função social da propriedade.
IMUNIDADES: são normas constitucionais de estrutura que delimitam a competência tributária, impedindo a atuação do legislador
- Diferenciação de institutos assemelhados.
Não incidência: refere-se a situações em que um fato não é alcançado pela regra da tributação. Pode ocorrer de três formas: a) o ente tributante, podendo fazer, deixa de definir determinada situação como hipótese de incidência tributária; b) o ente tributário não dispõe de competência para definir determinada situação como hipótese de incidência do tributo; c) a própria Constituição delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir determinadas situações como hipóteses de incidência de tributos. As duas primeiras formas configuram não incidência pura e simples. A última, não incidencia qualificada ou imunidade.
Isenção: dispensa legal de pagamento do tributo. O ente tributante tem competência para instituir o tributo e, ao fazê-lo, opta por dispensar o pagamento;
Alíquota zero: o ente tributante tem competência para instituir o tributo – e o faz -, o fato gerador ocorre no mundo concreto, mas a obrigação tributária dele decorrente, por uma questão de cálculo, é nula.
As imunidades são limitações constitucionais ao poder de tributar consistentes na delimitação da competência tributária constitucionalmente conferida aos entes políticos. As normas imunizantes atuam no âmbito da delimitação da competência, e não no seu exercício. A isenção opera no âmbito do exercício da competência.
Obs: a imunidade não exime as pessoas por ela protegidas da condição de responsáveis pela retenção de tributo.
Imunidade recíproca (art. 150, VI, a, CF): é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos (não alcança taxas e contribuições – STF, RE-AgR 378.144/PR e RE 364.202/RS) sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros (independentemente da finalidade). A regra é extensiva (imunidade tributária recíproca extensiva) às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público (§ 2º do art. 150), no que se refere ao patrimônio, renda ou serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes. Trata-se de cláusula pétrea, fundada no pacto federativo.
- Empresas públicas e sociedade de economia mista: quando prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, são abrangidas pela imunidade recíproca. Entendimento jurisprudencial sedimentado pelo STF no RE 407.099/RS (ECT) e na AC 1.550-2 (Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia). 
- § 3º do art. 150: “as vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel”
Obs: serviço notarial e de registro é uma atividade estatal delegada, mas, por ser exercido em caráter privado, não é imune à incidência do ISS (STF, ADI 3.089)
SÚMULA Nº 583 do STF: O promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do Imposto Predial Territorial Urbano.
O entendimento da Corte Excelsa somente abrange as entidades quando a mesma se encontra na posição de contribuinte de direito, e não contribuinte de fato. Com base nesse entendimento, o STF negou o pedido de um município que invocava direito a imunidade quanto ao ICMS incidente no fornecimento de energia elétrica para iluminação pública, por estar o município na posição de contribuinte de fato, logo a imunidade recíproca não beneficia o contribuinte de fato (AI-AgR 671.412/SP, 2ª Turma, 1º/04/2008)
Pode-se concluir, conforme entendimentode Sasha Calmon Navarro Coelho, que a Corte, quanto ao alcance da imunidade tributária recíproca, já assentou que não é restrita aos impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda ou o serviço, senão que alcança todo e qualquer imposto que possa comprometer o funcionamento do ente imune. 
O STF entendeu que o Estado está amparado pela imunidade recíproca quando faz aplicações no mercado financeiro
Imunidade religiosa: é vedado instituir impostos sobre templos de qualquer culto, regra que abrange apenas o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais das entidades. Fundada na liberdade religiosa. O STF tem uma visão ampla, reconhecendo imunidade de imóveis alugados, desde que o produto seja revertido em prol das atividades essenciais (STF, RE 325.822/SP). No caso de ICMS, havia acirrada controvérsia, mas o STF entendeu pela não incidência do imposto nas vendas de mercadorias, desde que o lucro fosse destinado às finalidades do templo. Incluem-se também, na regra de imunidade, os cemitérios que funcionem como extensão de entidades religiosas, sem fins lucrativos, e dedicado exclusivamente à realização de serviços religiosos e funerários.�
Imunidade dos partidos políticos e sindicatos dos trabalhadores: é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais dos partidos políticos, inclusive suas fundações, e das entidades sindicais dos trabalhadores (não abrange sindicatos patronais).
Imunidade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos: é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais dessas entidades, atendidos os requisitos da lei. A doutrina entende que os requisitos devem estar previstos em lei complementar (também neste sentido, STF ADI-MC 1.802/DF). O art. 14 do CTN delineia o conteúdo da expressão “sem fins lucrativos” (I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão). No caso das entidades de assistência social, existe outra regra específica de imunidade, aplicável a todas as contribuições de seguridade social, desde que atendam às exigências legais (art. 195, §7º). Não se aplica às entidades fechadas de previdência social privada (fundos de pensão), quando exista contribuição por parte do futuro beneficiário. Súmula 730, STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. 
- SÚMULA Nº 724 do STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, vi, "c", da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, o STF entendeu aplicável a imunidade a livraria de entidade beneficente (RE 345.830) e nos casos de venda de ingressos de cinema ao público em geral, realizada por serviço social autônomo (AI 155.822-AgR). 
Imunidade cultural: é vedado instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Das imunidades previstas no inciso VI do art. 150, é única puramente objetiva. Conforme STF, não alcança o serviço de composição gráfica, nem a renda da entidade. Alcança, todavia, os serviços prestados pela empresa jornalística na veiculação de anúncios e propagandas, desde que estejam impressos no corpo do jornal ou do periódico (folheto separado, não). A extensão da imunidade a publicações em meios eletrônicos, a softwares, CD´s, DVD´s ou qualquer outro meio que não seja o papel não é aceita pelo STF. 
Súmula 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
	ALCANÇA
	NÃO ALCANÇA
	As operações de importação, produção e circulação de bens enunciados como imunes (IPI, II e ICMS)
	Os rendimentos decorrentes das atividades das empresas que produzem ou comercializam os bens imunes
	Papel fotográfico, inclusive para a fotocomposição por laser, e papel para telefoto (STF, RE 273.308/SP)
	Publicações em meio diferente de papel (softwares, CD, DVD)
	Filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas
	Tinta, solução de base alcalina concentrada e quaisquer máquinas, utilizados na impressão ou fabricação dos bens imunes
	Películas de polímero de propileno utilizadas em capas de livros, integrando-se ao produto final
	Tiras de plástico para amarrar jornais
	Listas telefônicas, ainda que veiculem anúncios e publicidade (STF, RE 199.183/SP)
	Encartes ou folhetos de propaganda comercial separados do corpo do jornal e distribuídos com ele (STF, RE 213.094/ES)
	Serviço de veiculação de anúncios e propaganda em jornais e revistas, impressos em seu corpo
	Calendários, manuais ou papéis impressos de propaganda mercantil, industrial ou profissional
	Apostilas didáticas (STF, RE 183.403/SP) e álbuns de figurinha
	Agenda de anotações
Outras imunidades: 
Imunidade de custas judiciais, na ação popular, salvo comprovada má-fé (art. 5º, LXXIII)
Imunidade de emolumentos referentes ao registro civil de nascimento e certidão de óbito, para os reconhecidamente pobres (art. 5º LXXVI, CF)
Imunidade das receitas decorrentes de exportação a contribuições sociais e de CIDE (Art. 149, § 2º, I, CF). Tal imunidade não se estende à CSLL e à CPMF. Neste sentido, recente decisão proferida pelo pleno do STF nos RE 474.132/SC e RE 564.413/SC (Info STF 565).
Imunidade ao ITR das pequenas glebas rurais definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, § 4º, II, CF).
Imunidade ao IPI das exportações de produtos industrializados (art. 153, § 3º, III, CF)
Imunidade do ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, que se sujeita apenas ao IOF e à extinta CPMF (art. 153, § 5º, CF).
Imunidade ao ICMS de operações que destinem mercadorias para o exterior e sobre serviços prestados a destinatários no exterior (art. 155, § 2º, X).
Imunidade ao ICMS nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, § 2º, X).
Imunidade a todos os impostos nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (art. 184, § 5º).
Imunidade das entidades beneficentes de assistência social às contribuições para financiamento da seguridade social (art. 195, § 7º, CF)
Relativas a taxas (inciso XXXIV do art. 5º da CF) : 	“são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal”.
Repartição de competências na federação brasileira
Impostos: a competência é discriminada exaustivamente na Constituição, que faculta apenas à União Federal criar impostos residuais, mas por lei complementar, não-cumulativos e desde que não incidam sobre a mesma base de cálculo ou fato gerador dos demais impostos já discriminados.
Taxas: a competência é concorrente, ou seja, todos os entes podem instituir taxas, bastando que tenham competência para prestar o serviço ou exercer o poder de polícia (ex.: taxa de emissão de passaporte só a União Federal pode criar, pois só ela tem a competência para tanto). 
Contribuições de melhoria: competência concorrente. Institui a contribuição demelhoria o ente que realiza a obra pública.
Empréstimos compulsórios: competência exclusiva da União Federal.
Contribuições gerais: a competência é, em regra, da União Federal. Exceção para as contribuições para iluminação pública, de competência dos municípios e do DF, bem como para o custeio da previdência dos servidores.
Impostos:
Federais: II, IE, IPI, IOF, IR, ITR, Imposto sobre Grandes Fortunas, impostos residuais, impostos extraordinários.
Estados: IPVA, ICMS, ITCMD.
Municípios: ISS, IPTU, ITBI
Terminologias de competências tributárias para os impostos:
	COMPETÊNCIA PRIVATIVA
	É a competência “exclusiva” da entidade impositora.
	Todos os entes políticos
	COMPETÊNCIA RESIDUAL
	É a competência “remanescente” dada com exclusividade à União para a instituição de impostos “novos”.
	Só a União
	COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA
	É a competência afeta à União no tocante à instituição do IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA (IEG – artigo 154, CF)
	Só a União
	COMPETÊNCIA CUMULATIVA
	É a competência afeta aos IMPOSTOS no DF e nos territórios.
	DF 
(artigo 155, caput, c/c artigo 147, in fine) 
(impostos estaduais e municipais)
	
	
	TERRITÓRIOS
	
	
	Sem Municípios
	Com Municípios
	
	
	União é competente para a instituição dos impostos estaduais e municipais
	União competente para a instituição somente dos impostos estaduais
Competência extraordinária – regras gerais:
Guerra externa ou sua iminência: são circunstâncias que permitem a criação do imposto, mas jamais serão seus fatos geradores.
Terão a mesma hipótese de incidência, base de cálculo e fato gerador de imposto ordinário já instituído pela União, Estados, DF ou Municípios; ou seja, ele é repetitivo, é uma clonagem tributária, que vai conviver, simultaneamente, com o imposto ordinário ou residual já existente. Ou seja, poderá haver bitributação ou bis in idem
Não exige não-cumulatividade.
Devem ser transitórios, mas podem perdurar por 5 anos depois da celebração da paz (art. 76 do CTN).
Podem ser instituídos por lei ordinária ou MP.
Não se submetem ao princípio da anterioridade simples e nonagesimal.
Competência residual – regras gerais:
Pode ser utilizada a qualquer tempo.
Exige lei complementar.
Exige não-cumulatividade
Exige inovação do fato gerador e base de cálculo (segundo o STF, só existe dentro da própria espécie tributária. Ex.: uma contribuição só pode ser criada se o seu fato gerador e a sua base de cálculo forem diferentes daqueles definidos para as contribuições já criadas)
São permanentes (não há exigência de natureza temporária)
Submetem-se ao princípio da anterioridade e à noventena.
Bis in Idem (ou bitributação econômica) – quando o mesmo ente tributante institui mais de tributo decorrente do mesmo fato gerador.
Não há no texto constitucional uma genérica vedação expressa ao bis in idem. Exemplo de bis in idem: COFINS e PIS; II e IPI/Importação (REsp 846.667/RJ)
Bitributação (ou bitributação jurídica) - quando entes tributantes diversos exigem do mesmo sujeito passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador.
Em regra, é proibida no Brasil.
- Duas situações em que a bitributação é legítima: 1) Instituição, pela União, de impostos extraordinários de guerra com fato gerador próprio de tributos de competência estadual ou municipal; 2) casos envolvendo Estados-nações diversos (ex: possibilidade de cobrança de IR por Estados-Nações diversos)
 Delegação da Arrecadação
- A competência tributária é indelegável.
Não constitui delegação de competência o cometimento a pessoas de direito privado do encargo ou da função de arrecadar tributos.
Ou seja: é possível delegar a arrecadação, inclusive para pessoas jurídicas de direito privado, como acontece usualmente em relação aos bancos, que formam a rede arrecadadora.
Não é delegação de fiscalização! Só de arrecadação.
É revogável a qualquer tempo por ato unilateral.
Definição de Tributo
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Tributo é toda:
prestação pecuniária: dar dinheiro
compulsória: ou seja, é prestação obrigatória, não-facultativa, não-contratual
em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir: não pode ser em algo que não seja economicamente apreciável ou que não possa ser transformado em pecúnia. Não se permite concluir pela existência de tributos in natura ou in labore. Entende-se que a expressão “cujo valor nela se possa exprimir” possui a utilidade de permitir a utilização de indexadores (ex. UFIR). A Lei Complementar 104/2001 acrescentou o inciso XI ao art. 156 do CTN, permitindo a dação em pagamento de bens imóveis como forma de extinção do crédito tributário. Tal fato não habilita a conclusão de que a expressão acima referida teria possibilitado a instituição de tributos in natura (bens) ou in labore (em serviços), uma vez que não se pode tomar a autorização da dação como regra geral. 
que não constitua sanção de ato ilícito (diferencia tributo da multa): não se paga tributo como punição, pelo contrário, o fato gerador do tributo é sempre lícito, embora possa derivar de uma causa ilícita (princípio do “pecunia non olet”)
criada por lei: lei aqui é no sentido de norma produzida pelo Poder Legislativo (ex.: lei ordinária) ou que passe pelo seu crivo para ter validade permanente (ex.: medida provisória)
cobrada mediante atividade administrativa: quem exige o tributo é a Administração Pública, por meio de seus servidores, não podendo o tributo ser instituído e fiscalizado por entidades privadas
plenamente vinculada: a atividade de imposição de tributos é vinculada, não havendo espaço para a discricionariedade (ocorrido o fato gerador, o tributo deve ser obrigatoriamente exigido e nos exatos termos determinados pela lei).
Tributos em Espécie
Quatro principais correntes doutrinárias: 1) dualista, bipartida ou bipartite (somente impostos e taxas); 2) tripartida, tricotômica ou tripartite (impostos, taxas e contribuições de melhoria; 3) quadripartida, tetrapartida ou tetrapartite (impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios; 4) pentapartida, ou quinquipartida (impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. 
A corrente doutrinária clássica (escola tricotômica), baseando-se no Código Tributário Nacional, entendia haver apenas três espécies tributárias. Para diferenciá-las, bastava analisar a hipótese de incidência:
impostos
taxas
contribuições de melhoria
A visão mais moderna do Direito Tributário, inclusive com respaldo do STF, reconhece a existência de cinco espécies (classificação qüinqüipartida), com base na Constituição Federal:
impostos
taxas
contribuições de melhoria
contribuições sociais
empréstimos compulsórios
A jurisprudência do STF firmou-se antes de existir a contribuição de iluminação pública (CIP), introduzida pela EC 39/2002. Não se sabe, ainda, se será considerada pelo STF uma sexta espécie tributária ou se será classificada no gênero das contribuições.
- A determinação da natureza jurídica específica do tributo
CTN, Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Contribuições para Financiamento da Seguridade Social e Impostos: a diferenciação entre as duas espécies de tributos somente ocorre pelo nome e pela destinação do produto da arrecadação, critérios considerados irrelevantes pelo citado art. 4º. Para compatibilizar a realidade com o dispositivo, a doutrina vem entendendo que o art. 4º foi parcialmente não recepcionado pela CF de 1988, nãosendo mais aplicável às contribuições especiais e aos empréstimos compulsórios.
Imposto: tributo não vinculado a qualquer contraprestação estatal específica (não-vinculado�), que tem a finalidade de custear serviços públicos gerais e universais (uti universi), não remunerados por taxas. 
A vinculação da receita oriunda dos impostos a órgão, fundo ou despesa é proibida expressamente pela Constituição Federal (art. 167, IV). Portanto, além de serem tributos não-vinculados, os impostos são tributos de arrecadação não-vinculada (dupla desvinculação)
O imposto, em regra é criado por lei ordinária. Há apenas duas exceções que dependem de lei complementar para a sua criação: Imposto sobre grandes fortunas e impostos residuais. A disciplina integral dos impostos se dá por meio de lei ordinária. Muitos impostos são criados por lei ordinária, mas disciplinados por lei complementar (ex: ISSQN).
Taxa: tributo cobrado pelo exercício regular do poder de polícia ou pela prestação, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
- Taxas de polícia: art. 78, CTN
O STF, em decisões recentes, tem presumido o exercício do poder de polícia quando existente o órgão fiscalizador, mesmo que este não comprove haver realizado fiscalizações individualizadas no estabelecimento de cada contribuinte (RE 416.601). Adiante, no RE 588.322/RO, nem mesmo a existência de um órgão fiscalizador específico seria sempre necessária para legitimar a cobrança de uma taxa de policia, desde que ocorrendo essa situação, possa ser demonstrado que o ente estatal realmente desempenha a atividade de policia correspondente ao fato gerador da taxa. 
- Taxas de serviço: serviços públicos específicos ou singulares (quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas – art. 79, II, CTN – ou seja, os titulares são identificáveis) e divisíveis (quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários – art. 79, III, CTN).
SÚMULA Nº 670 do STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
- A Base de Cálculo das Taxas: art. 145, § 2º, CF: “As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos”, todavia é constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra (Súmula Vinculante 29)
SÚMULA Nº 595 do STF: É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do Imposto Territorial Rural. 
SÚMULA Nº 667 do STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
Súmula Vinculante 19 - a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
- Taxas e Preços Públicos: 
	Taxa
	Preço Público (Tarifa)
	Regime Jurídico de Direito Público
	Regime Jurídico de Direito Privado
	O vinculo obrigacional é de natureza tributária, não admitindo rescisão 
	O vinculo obrigacional é de natureza contratual, admitindo rescisão
	O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito público
	O sujeito ativo pode ser uma pessoa jurídica de direito público ou de direito privado
	O vinculo nasce independentemente de manifestação de vontade
	Necessidade de manifestação de vontade
	Pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva ou potencial do serviço público
	Somente pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva do serviço público
	A receita arrecadada é derivada
	A receita arrecadada é originária
	Sujeita-se aos princípios tributários (legalidade, anterioridade, noventena)
	Não se sujeita
SÚMULA Nº 545 do STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.
RE 209.365-3/SP – o STF adotou a seguinte classificação:
serviços públicos propriamente estatais: cuja prestação o Estado atue no exercício da sua soberania. São serviços indelegáveis e remunerados mediante taxa. Ex: emissão de passaporte e serviço jurisdicional;
serviços públicos essenciais ao interesse público: prestados no interesse da comunidade. Remunerados mediante taxa, a qual incidirá sobre a utilização efetiva ou potencial do serviço. Ex: coleta de lixo, de esgoto, de sepultamento;
serviços públicos não essenciais: quando não utilizados, não resulta dano ou prejuízo para a comunidade ou para o interesse público. São em regra delegáveis, e podem ser remunerados mediante preço público. Ex: serviço postal, serviços telefônicos, de distribuição de energia, de gás.
Serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de serviço público: tarifa ou preço público (STF – RE 518.256; STJ – Súmula 412, AgRg no REsp 1236750)
Serviços de água e esgoto, quando prestado pelo próprio ente público (mesmo que por autarquia): taxa (AI 765898 AgR, Min. Luiz Fux, j. 03/04/12)
Contribuição de melhoria: tributo cobrado em decorrência da valorização de imóvel (fato gerador) particular em virtude de uma obra pública. Tem fundamento ético-jurídico no princípio da vedação ao enriquecimento sem causa. Não é legítima a sua cobrança antes da realização da obra pública. Segundo o STF, a base de cálculo será exatamente o valor acrescido (RE 114.069/SP). Limites total e individual (art. 81 do CTN): limite total: a despesa realizada; limite individual: o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Empréstimos compulsórios (art. 148, CF): tributo restituível e vinculado a causas específicas (guerra ou sua iminência, calamidade, investimentos públicos urgentes e relevantes). São tributos de arrecadação vinculada.
Como a definição de tributo, inserta no art. 3º do CTN, não contempla nenhum requisito relativo à definitividade do ingresso da receita tributária nos cofres públicos, o fato de o empréstimo compulsório ser restituível não retira a sua qualidade de tributo. Ademais, o STF considera o empréstimo compulsório como tributo (RE 146.733-9/SP)
O STF tem entendimento firmado de que a restituição do valor arrecadado deve ser efetuada na mesma espécia em que recolhido (RE 175.385/CE)
Contribuições especiais (arts. 149 e 149-A, CF): tributos cujo produto da arrecadação tem destinação específica (contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas e contribuição de iluminação pública)
- Contribuições sociais: Consoante entendimento do STF (RE 138.284-8/CE), esta subespécie está sujeita a mais uma divisão: a) contribuições de seguridade social (art. 194, CF) e PIS/PASEP; b) outras contribuições sociais (as residuais, previstas no art. 195, § 4º, CF); c) contribuições sociais gerais - são elas: c.1) salário-educação – art. 212, § 5º -; c.2) contribuições para os serviços sociais autônomos – art. 240, CF – consoante entendimento do STF – RE 138.284/CE, estas últimas não são contribuições especiais de interesses de categorias profissionais.
- Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE): sua instituição não está sujeita a reserva de lei complementar. São tributos extrafiscais (cuja finalidade precípua não é arrecadar, mas sim intervir numa situação social ou econômica). Nas CIDE, a intervenção ocorre pela destinação do produto da arrecadação a uma determinada atividade que se tem por incentivada. Ex: Lei 10.168/2000 (Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para Apoio à Inovação – CIDE-royalties. Ex²: CIDE - Combustíveis
​ - Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas– Contribuições Corporativas
Criadas pela União Federal, com o objetivo parafiscal de obter recursos destinados a financiar atividades de interesses de instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas.
Contribuição Sindical: (art. 8º, IV, parte final, CF)
Obs: é importante registrar que a contribuição prevista na primeira parte do aludido inciso (contribuição fixada pela assembleia geral para o custeio confederativo do respectivo sindicato) não tem caráter tributário, dado o fato de não ser compulsória (só paga quem é filiado) e não ser instituída por lei. Neste sentido: SÚMULA Nº 666 do STF: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
Contribuições corporativas para o custeio das entidades de fiscalização do exercício de profissões regulamentadas: típica utilização do tributo com finalidade parafiscal, uma vez que o Estado cria o tributo e atribui o produto de sua arrecadação a terceira pessoa que realiza atividade de interesse público.
No julgamento da ADI 1.717, DJ 28.03.2003, o STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei 9.649/98 que atribuíam caráter privado aos serviços de fiscalização de profissões regulamentadas. Por conseguinte, restou fixado o caráter autárquico dos conselhos de fiscalização. Tal decisão não abarcou o § 9º do art. 58 da referida lei, dispositivo este que exclui a OAB do regime nela instituído.
OAB: é uma autarquia sui generis, razão pela qual suas contribuições não têm natureza tributária (STJ, Resp 915.753, j. 22/05/2007). No âmbito do STF, a decisão mais recente (ADI 3.026/DF, j. 08.06.2006), apesar de não tratar da questão tributária, fixa o entendimento de que a OAB não é uma entidade da ADM Indireta da União e também não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional (STJ parece aderir a esse posicionamento: HC 232.230, j. 26/06/2012)
 - Contribuição de Iluminação Pública – (COSIP): STF decidiu pela constitucionalidade da referida contribuição e definiu-a como tributo sui generis, “que não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte”. (RE 573.675, j. 25/03/2009; e ainda RE 642938 AgR, j. 29/05/2012) 
Classificações Doutrinárias dos Tributos:
- Quanto à hipótese de incidência:
Tributos vinculados (ou retributivos): fato gerador é alguma atividade específica do Estado relativa ao contribuinte. Ex: taxas e contribuições de melhoria.
Tributos não vinculados (ou contributivos): fato gerador não é nenhuma atividade específica do Estado direcionada ao contribuinte. Ex: impostos (fatos geradores são manifestações de riqueza – renda, patrimônio, consumo).
obs: no que tange aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais, não há regra, devendo ser analisado o fato gerador de cada um destes tributos instituídos para se aferir a sua vinculação ou não-vinculação 
- Quanto ao destino da arrecadação:
Tributos de arrecadação vinculada: receita está previamente destinada ou afetada a determinado órgão, fundo ou despesa. Ex: contribuições sociais para financiamento da seguridade social; empréstimos compulsórios.
Tributos de arrecadação não vinculada: não há prévia vinculação constitucional do produto de sua arrecadação. Ex: Impostos.
obs: as taxas são tributos de arrecadação não vinculada, salvo as custas e emolumentos (art. 98, § 2º, CF)�
- Quanto à finalidade:
Tributos de natureza fiscal: têm por finalidade preponderante arrecadar dinheiro e prover de recursos o Estado. Ex: ISS, ICMS, IR e outros.
Tributos de natureza extrafiscal: têm finalidade diversa da simples obtenção de recursos. Objetivam, fundamentalmente, intervir numa situação social ou econômica. Ex: II, IE
Tributos parafiscais: quando a lei nomeia sujeito ativo diverso da pessoa que a expediu. Ex: contribuições previdenciárias, antes da criação da Secretaria da Receita Previdenciária 
- Quanto à possibilidade de repercussão do encargo econômico-financeiro:
Tributos diretos: o contribuinte eleito pela lei é aquele que, efetivamente, suporta o ônus.
Tributos indiretos: o contribuinte eleito pela lei (contribuinte de direito) é o que tem a obrigação de efetuar o pagamento do tributo, mas não é ele quem, efetivamente, suporta o ônus tributário, que é repassado a um terceiro (contribuinte de fato). Ex: ICMS
obs: a classificação proposta inclui apenas os tributos tecnicamente concebidos como aptos à transferência do encargo (repercussão jurídica), já que, sob o ponto de vista econômico, a translação verifica-se praticamente em todo tributo. Neste sentido, STJ (REsp 118.488).
- Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência:
Tributos reais: são os que a lei valoriza, objetivamente, a operação ou o bem envolvido na relação jurídica tributária, desconsiderando as características pessoais do contribuinte. Ex: IPVA.
Tributos pessoais: são os que a lei valoriza as características pessoais do contribuinte, para o fim de determinar o alcance da imposição tributária. Ex: IR.
- Quanto ao exercício da competência impositiva:
Tributos privativos: a CF defere a determinado ente político competência exclusiva para a sua instituição, não sendo possível delegação. Ex: Impostos, empréstimos compulsórios, contribuicoes especiais e contribuição de iluminação pública.
Tributos comuns: cuja instituição é deferida a todos os entes políticos. Ex: taxas e contribuições de melhoria 
Tributos residuais: novos impostos (CfF, art. 154, I) e as novas contribuições sociais para a seguridade social (CF, art. 195, § 4º)
O CTN divide os impostos em quatro grupos, a saber (com as devidas atualizações, de acordo com a CF): a) impostos sobre o comércio exterior (II e IE); b) impostos sobre o patrimônio e a renda (IR, ITR, IGF, IPVA, ITCD, IPTU, ITBI); c) impostos sobre a produção e a circulação (IPI, ICMS, IOF E ISS); d) impostos especiais (IEG).
�	Ricardo Alexandre. Direito Tributário Esquematizado. 4ª Ed., p. 184.
�	 Os tributos podem ser vinculados ou não vinculados, dependendo da necessidade ou não de o Estado realizar alguma atividade específica relativa ao contribuinte para legitimar a cobrança.
�	 Acerca da exigência ou não de vinculação do produto da arrecadação tributária ao serviço público que justificou a instituição e cobrança de determinada taxa, transcrevo os comentários de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, tecidos no excelente livro “Direito Tributário na Constituição e no STF”:
	“(...) quanto ao destino do produto da arrecadação das taxas, cabe notar que não existe vinculação constitucional expressa entre a receita e a despesa, vale dizer, não é obrigatório que a arrecadação da taxa seja legalmente destinada a um fundo ou órgão específico incumbido de custear ou desempenhar a atividade estatal que constitui o fato gerador do tributo. Mas a lei pode estabelecer vinculação da arrecadação de taxas, porque não se lhes aplica o art. 167, inciso IV, da Constituição, dispositivo específico para impostos. (...) Mesmo quanto à vinculação legal da arrecadação de taxa ao custeio de determinado serviço público, ou atividade de polícia, desempenhado por pessoa de direito público, o STF parece inclinar-se a entender que a atividade estatal custeada deve ser o próprio fato gerador da taxa, ou, pelo menos, guardar alguma relação com esse fato gerador. (...) Quanto à total ilegitimidade de vinculação legal do produto de arrecadação de taxas a entidades privadas, ou com personalidade jurídica de direito privado, a jurisprudência do STF é abundante.”

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