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Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PRODUÇÃO E SISTEMAS
AGROINDUSTRIAIS
unidade I
unidade II
unidade III
Professora Me. Thays J. Perassoli Boiko
Professor Me. Silvio Sil
y
essor Me. Silvio Sil
y
vestre Barczsz
SISTEMAS
AGROINDUSTRIAIS
CADEIA DE PRODUÇÃO
AGROINDUSTRIAL
COMPETITIVIDADE
NOS SISTEMAS
AGROINDUSTRIAIS
definições de
agronegócio
aplicações do conceito
de cadeia de produção
agroindustrial nos sistemas agroindustriais
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca por 
tecnologia, informação, conhecimento de qualida-
de, novas habilidades para liderança e solução de 
problemas com eficiência tornou-se uma questão 
de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsa-
bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos 
nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário 
Cesumar – assume o compromisso de democra-
tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia 
e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promo-
ver a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cida-
dãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro 
Universitário Cesumar busca a integração do 
ensino-pesquisa-extensão com as demandas 
Reitor 
Wilson de Matos Silva
palavra do reitor
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson 
de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora 
Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, Coordenação 
de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais Renato 
Dutra, Coordenação de Graduação Kátia Coelho, Coordenação Administrativa/Serviços Compartilhados 
Evandro Bolsoni, Gerência de Inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson 
Brait, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Design Educacional 
Camila Zaguini, Diagramação André Morais, Aline Morais, Revisão Textual Yasminn Zagonel, Fotos Shutterstock.
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
institucionais e sociais; a realização de uma 
prática acadêmica que contribua para o desen-
volvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento aca-
dêmico com a articulação e a integração com 
a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar 
almeja ser reconhecida como uma instituição univer-
sitária de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de com-
petências institucionais para o desenvolvimento de 
linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-
sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e 
a distância; bem-estar e satisfação da comunidade 
interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-
trativa; compromisso social de inclusão; processos 
de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relacionamento 
permanente com os egressos, incentivando a edu-
cação continuada.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância:
C397 
 Produção e Sistemas Agroindustriais. Silvio Silvestre Barczsz / 
Thays J. Perassoli Boiko
 Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014.
 95 p.
 “Pós-Graduação MBA Agronegócio - EaD”.
 1. Agronegócio 2. Gestão de sistemas. 3. Agroindustrias. 4. EaD. I. 
Título.
CDD - 22 ed. 338.1
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do 
Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido 
conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. 
Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais 
daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um 
conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-
mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos 
aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-
cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em 
diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-
ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso 
horário e atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje 
em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das 
desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-
nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está 
disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda 
uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-
ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura 
e transformando a todos nós.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos 
em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao 
mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como 
já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso 
que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer. 
Pró-Reitor de EaD
Willian Victor Kendrick 
de Matos Silva
boas-vindas
sobre pós-graduação
a importância da pós-graduação
O Brasil está passando por grandes transformações, em especial 
nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento 
da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-
tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se 
refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais 
nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior 
devido a uma grande carência de mão de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada 
vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador 
da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega-
bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade 
dos estudos para quem quer crescer profissionalmente. 
A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR 
conta hoje com 21 cursos de especialização e MBA nas áreas de 
Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados 
pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, 
trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-
des deste novo Brasil. 
 Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na 
UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-
to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida, 
fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação 
no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal 
e profissional.
Professor Dr. Renato Dutra
Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais 
NEAD - UNICESUMAR
“Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária”
Missão
apresentação do material 
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à discipli-
na Produção e Sistemas Agroindustriais.
Sou a Professora Me. Thays J. Perassoli Boiko, 
Engenheira de Produção Agroindustrial e Mestre 
em Engenharia de Produção, e é com muito prazer 
que apresentoo livro que fará parte desta disciplina. 
O professor Me. Silvio Silvestre Barczsz, co-au-
tor do livro, é Doutorando em Geografia (UEM/
PGE), mestre em Agronegócio (UFMS/DEA), pós-
graduado lato sensu em Economia e Gestão do 
Agronegócio (UEM/PCE), graduado em Ciências 
Econômicas com concentração em Economia do 
Agronegócio (UEM/PCE). Atua como coordena-
dor de curso de graduação em EAD também é 
Professor Universitário e autor de Livros Didáticos 
em EAD de graduação e de Pós Graduação. Além 
disso, também atuou como Coordenador dos 
cursos das Pós Graduações de Gestão no EAD. 
Atualmente é representante da Unicesumar nos 
Comitês: Comitê das Bacias Hidrográficas do 
Piraponema, como membro titular, e no Comitê 
Federal da Bacia Hidrográfica Rio Paranapanema, 
como membro suplente. Entre as principais ati-
vidades profissionais desenvolvidas, destaca-se: 
Sindicato Patronal Rural de Maringá, onde atuou 
em prol do desenvolvimento do agronegócio re-
gional e do meio ambiente; SEBRAE/PR, consultor 
e instrutor do nas áreas de marketing, associati-
vismo e cooperativismo.
Neste livro, que preparamos com muito carinho, 
apresentamos os principais conceitos e defini-
ções relacionados ao Agronegócio e aos Sistemas 
Professora Mestre 
Thays J. Perassoli Boiko
Professor Mestre 
Silvio Silvestre Barczsz
Agroindustriais. Veremos as duas principais cor-
rentes metodológicas que norteiam os estudos 
e/ou a gestão dos Sistemas Agroindustriais, bem 
como quando, onde e quais contextos surgiram.
Veremos também, quais os níveis de análise 
em estudos e/ou em Gestão de Sistemas 
Agroindustriais, os agentes que os compõem 
e como se dá a coordenação desses Sistemas. 
Você irá perceber que dependendo dos propó-
sitos do(a) pesquisador(a) e/ou do gestor(a) em 
Agronegócio um nível de análise é considerado. 
É muito provável que você querido(a) aluno(a), se 
identifique como um dos agentes que compõe os 
Sistemas Agroindustriais. A dinâmica de relaciona-
mento entre os diversos agentes que compõem 
os Sistemas Agroindustriais determina a dinâmi-
ca de funcionamento desses Sistemas. Como os 
Sistemas Agroindustriais estão inseridos em mer-
cados cada vez mais competitivos, complexos, 
dinâmicos e globalizados, é frequente que mudan-
ças tecnológicas, de legislação, das exigências dos 
consumidores e de concorrência ocorram. Essas 
mudanças alteram a dinâmica de relacionamen-
to entre os agentes e isto exige que os Sistemas 
Agroindustriais sejam constantemente coorde-
nados, por parte de seus pesquisadores e/ou 
gestores, para garantir sua organização, eficiência, 
produtividade, qualidade, eficácia na agregação de 
valor e, consequentemente, sua competitividade.
Um dos níveis de análise em estudos e/ou em 
Gestão de Sistemas Agroindustriais é o de Cadeias 
de Produção Agroindustrial, que tem seu concei-
to associado a um produto final ou família/linha 
de produtos finais, por isso este nível de análise é 
bastante usado. Veremos como este termo passou 
a ser utilizado no Brasil, suas principais definições 
e aplicações, os mercados tipicamente identifica-
dos em uma Cadeia de Produção Agroindustrial, 
seus setores, seus ambientes institucional, or-
ganizacional e empresarial e os aspectos das 
Cadeias de Produção Agroindustrial, aspectos 
esses que afetam a coordenação dos Sistemas 
Agroindustriais.
Por fim, iremos discutir a competitividade nos 
Sistemas Agroindustriais. Iniciamos esta discussão 
apresentando as definições de competitividade 
e concorrência. Em seguida veremos que a com-
petitividade do Agronegócio brasileiro se dá nos 
mercados interno e externo e quais os pontos 
que mais afetam esta competitividade. Depois, 
apresentamos a vocês as estratégias competitivas 
utilizadas no Agronegócio, quais são as capacida-
des competitivas em Sistemas Agroindustriais, a 
importância da agregação de valor aos produtos 
das cadeias de produção agroindustrial, os setores 
de apoio às cadeias de produção agroindustrial e 
finalizamos discutindo os principais aspectos dos 
custos de transação e das relações contratuais no 
Agronegócio.
Assim, este livro está dividido em três unidades. 
Na primeira, trato de Sistemas Agroindustriais, na 
segunda, de Cadeias de Produção Agroindustrial 
e, na última, de Competitividade nos Sistemas 
Agroindustriais. 
Nosso objetivo ao escrever este livro não foi adotar 
conceitos e definições, mas sim mostrar os pontos 
de vista dos principais autores utilizados no Brasil, 
exemplos e aplicações, de tal maneira que você, 
aluno(a) do Curso de MBA em Agronegócios, se 
sinta capacitado(a) a utilizar esses conceitos e 
definições de maneira prática em seu dia a dia 
profissional.
Tivemos como objetivo também, fazer você 
pensar sobre a complexidade e a competitivida-
de nos Sistemas Agroindustriais e como coordenar 
e competir nestes Sistemas.
Para iniciar nossos estudos, queremos apresen-
tar sites que são ricas fontes de pesquisa sobre 
Agronegócio e Sistemas Agroindustriais e que 
provavelmente vão ajudar muito você, em suas 
atividades profissionais.
Esses sites são:
• AGRONLINE - <http://www.agronline.com.
br>: apresenta artigos científicos, links, 
reportagens, divulgação de eventos e 
softwares relacionados à agropecuária.
• AGROSOFT Brasil <http://www.agrosoft.
org.br/>: disponibiliza o Jornal Agrosoft, 
publicação gratuita diária sobre tecnologia, 
economia e política do agronegócio.
• CANAL DO PRODUTOR - <http://www.
canaldoprodutor.com.br>: site da 
Confederação da Agricultura e Pecuária do 
Brasil (CNA) que apresenta notícias, vídeos, 
artigos, áudios, guias, legislação e serviços, 
referentes à produção animal, vegetal e 
temas específicos. 
• CEPEA-ESALQ/USP (CENTRO DE ESTUDOS 
AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA 
- ESALQ/USP) - <http://www.cepea.esalq.
usp.br/>: site do CEPEA-ESALQ/USP, com 
divulgação dos indicadores, análises, 
estudos e pesquisas, realizados pelo Centro 
em relação ao agronegócio.
• EMBRAPA (EMPRESA BRASILEIRA DE 
PESQUISA AGROPECUÁRIA) - <http://www.
embrapa.br/>: site da EMBRAPA em que 
é possível acessar informações, notícias, 
divulgação de cursos, eventos e programas, 
a Livraria Embrapa e publicações em geral 
da EMBRAPA.
• GEPAI (GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS 
AGROINDUSTRIAIS – UFSCar) - <http://
www.gepai.dep.ufscar.br/>: site do GEPAI 
em que é possível acessar as publicações 
do Grupo.
• IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE PESQUISA 
E ESTATÍTICA) - <http://www.ibge.gov.
br>: site do IBGE em que é possível acessar 
os indicadores e estatísticas, inclusive 
referentes ao Agronegócio (Agropecuária e 
Agroindústria).
• MAPA (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO) - <http://
www.agricultura.gov.br/>: site do MAPA 
em que é possível acessar a legislação e 
políticas referentes à agricultura, pecuária e 
abastecimento.
• PENSA – FEA/USP (CENTRO DE 
CONHECIMENTO EM AGRONEGÓCIOS – 
FEA/USP) - <http://www.pensa.org.br/
Pensa.aspx>: site do PENSA em que é 
possível acessar as publicações do Grupo.
• SOBER (SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO DE 
SOCIOLOGIA RURAL) - <http://www.sober.
org.br/>: em que é possível acessar os Anais 
do Congresso da SOBER.
Bem, agora vamos iniciar nossos estudos. Espero 
contribuir para o seu conhecimento!
su
m
ár
io 01
14 definições de agronegócio
16
definições e correntes 
metodológicas de sistemas 
agroindustriais
20
níveis de análise em estudos 
e/ou em gestão de sistemas 
agroindutriais
29 coordenação dos sistemas agroindustriais
SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
0203
42
o início da utilização do termo 
cadeia de produção agroindustrial 
no brasil - um breve histórico
44 conceituação e definições de cadeia de produção agroindustrial
46 aplicações do conceito de cadeia de produção agroindustrial
49
mercados típicos identificados 
em uma cadeia de produção 
agroindustrial
51 setores das cadeias de produção agroindustrial
53 ambientes das cadeias de produção agroindustrial
55 aspectos das cadeias de produção agroindustrial
71 definição de competitividade e 
de concorrência
82 custos de transação no agronegócio
83 relações contratuais no agronegócio
CADEIA DE PRODUÇÃO 
AGROINDUSTRIAL
COMPETITIVIDADE NOS 
SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
1 SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
Professora Me. Thays J. Perassoli Boiko / Professor Me. Silvio Silvestre Barczsz
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-
dará nesta unidade:
• Definições de Agronegócio
• Definições e Correntes Metodológicas de Sistemas 
Agroindustriais
• Níveis de Análise em Estudos e/ou Em Gestão de 
Sistemas Agroindustriais
• Os Agentes que compõem os Sistemas 
Agroindustriais
• Coordenação dos Sistemas Agroindustriais 
Objetivos de Aprendizagem
• Discutir as duas principais correntes metodo-
lógicas que definem os estudos dos Sistemas 
Agroindustriais: as noções de commodity system 
approach (CSA) e agribusiness e de analyse de 
filière (ou cadeias de produção).
• Apresentar as definições de: agronegócio, sistemas 
agroindustriais, commodity, cadeia de produção 
agroindustrial e complexo agroindustrial.
• Apresentar os níveis de análise em estudos e/ou 
gestão dos Sistemas Agroindustriais.
Olá caro(a) aluno(a), 
Estamos começando nosso estudo e, inicialmente, é preciso 
que você entenda, estude e compreenda as definições relacio-
nadas aos Sistemas Agroindustriais, as correntes metodológicas 
utilizadas e os níveis de análise em estudos e/ou gestão dos 
Sistemas Agroindustriais. 
Neste contexto, são abordados os seguintes conceitos e de-
finições: agronegócio, commodity, sistemas agroindustriais, 
cadeia de produção agroindustrial e complexo agroindustrial. 
Exemplos destes conceitos e definições são apresentados, bem 
como um breve relato da evolução histórica do conceito de 
Sistemas Agroindustriais.
Em seguida, o foco de estudo concentra-se nos agentes dos 
Sistemas Agroindustriais e, por fim, na dinâmica de coordena-
ção dos Sistemas Agroindustriais, envolvendo estes agentes.
O conteúdo apresentado nesta unidade servirá de base para o 
entendimento das unidades seguintes.
Bom estudo!
Nome do Livro
14
DEFINIÇÕESDE 
AGRONEGÓCIO
Pós-Graduação | Unicesumar
15
Na literatura encontram-se muitas definições 
de Agronegócio (em inglês Agribusiness), 
tais como:
i) O Agronegócio é um conjunto, 
entendido como um sistema 
composto de operações e processos 
de produção, processamento, 
armazenamento, distribuição 
e comercialização de insumos 
e produtos agropecuários e 
agroflorestais, incluindo instituições 
ligadas pelos objetivos comuns 
de suprir o consumidor final de 
produtos de origem agropecuária e 
agroflorestal (CASTRO, 2000).
ii) O Agronegócio é um conjunto de 
empresas que produzem insumos 
agrícolas, as propriedades rurais, as 
empresas de processamento e toda a 
distribuição (CALLADO, 2006).
De acordo com essas definições e conforme 
afirmam Batalha e Souza Filho (apud BATALHA; 
SOUZA FILHO, 2009), o Agronegócio compre-
ende as atividades e empresas agropecuárias 
e agroflorestais e aquelas ligadas aos insumos 
agropecuários e agroflorestais (defensi-
vos animais e vegetais, adubos, máquinas, 
equipamentos etc.), à agroindústria de pro-
cessamento e aos sistemas de distribuição.
Desta forma, é possível perceber que o 
Agronegócio engloba, como detalham 
Araújo, Wedekin e Pinazza (1990), todos os 
envolvidos na geração e no fluxo dos pro-
dutos agropecuários e agroflorestais até o 
consumidor final. Sendo esses envolvidos:
iii) os fornecedores de bens e serviços 
à agricultura, pecuária e atividades 
agroflorestais;
iv) os produtores agrícolas, pecuários e 
agroflorestais;
v) os processadores;
vi) transformadores;
vii) distribuidores.
Araújo, Wedekin e Pinazza (1990) comple-
mentam dizendo que, também participam 
do Agronegócio os agentes que afetam e 
coordenam o fluxo dos produtos, tais como:
i) o governo;
ii) os mercados;
iii) as entidades comerciais;
iv) as entidades financeiras;
v) as entidades de serviços. 
Na definição de Castro (2000), você pode per-
ceber que o Agronegócio é entendido como 
um sistema, formado por sistemas menores 
ou subsistemas, os chamados Sistemas 
Agroindustriais.
Nome do Livro
16
Os estudos e/ou gestão dos Sistemas 
Agroindustriais seguem duas principais 
correntes metodológicas, que surgiram 
em tempos, locais e contextos diferentes, 
segundo Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN; 
NEVES, 2000) e Batalha e Silva (apud BATALHA, 
2001):
i) Agribusiness e Commodity System 
Approach (CSA, do inglês para o 
português, Enfoque de Sistema de 
Commodities).
ii) Analyse de Filière (do francês para o 
português, Cadeias de Produção). 
Estas duas correntes metodológicas, 
também entendidas como enfoques teóricos 
Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 
2000) e vertentes metodológicas Batalha 
e Silva (apud BATALHA, 2001) represen-
tam uma evolução histórica do conceito de 
Sistemas Agroindustriais Zylbersztajn (apud 
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000). 
Além disso, estas duas correntes meto-
dológicas são utilizadas para “... fundamentar 
as discussões sobre a utilização de novas fer-
ramentas gerenciais e conceituais aplicadas 
ao entendimento da dinâmica de funciona-
mento e a busca da eficiência...” (BATALHA; 
SILVA apud BATALHA, 2001, não paginado). 
A primeira corrente teve origem nos 
Estados Unidos, na Universidade de Harvard, 
definições e correntes 
metodológicas de sistemas
AGROINDUSTRIAIS
Pós-Graduação | Unicesumar
17
nos trabalhos de Davis e Goldberg, com a criação do conceito de agribusiness, 
tendo como foco inicial uma análise histórica e evolutiva do caso particular do 
agribusiness americano e depois no trabalho de Goldberg com a primeira utili-
zação de Commodity System Approach.
Durante os anos de 1960, na França, foi desenvolvido o conceito de Analyse 
de Filière. O conceito, que inicialmente não foi desenvolvido para estudar as ques-
tões agroindustriais, teve entre os economistas agrícolas e pesquisadores dos 
setores rurais e agroindustriais seus principais defensores. 
No Quadro 1 apresenta-se um resumo da origem e dos conceitos principais 
destas duas correntes metodológicas. 
Quadro 1- Principais Correntes metodológicas em estudos e/ou gestão de Sistemas Agroindustriais 
Fonte: Elaborado a partir de Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000) e Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001)
CORRENTES METODOLÓGICAS
RESUMO AGRIBUSINESS E COMMODITY SYSTEM APPROACH (CSA) ANALYSE DE FILIÈRE (OU CADEIAS DE PRODUÇÃO)
Origem EUA – Universidade de Harvard França – Escola Industrial Francesa
Autores/Ano x Conceito
i) Davis; Goldberg (1957) – conceito de agribusiness; Anos 1960 – diferentes definições de Cadeias de 
Produção
ii) Goldberg (1968) – CSA.
Foco Inicial do Estudo
i) Davis; Goldberg (1957) – caso particular do agribusi-
ness americano;
Problemática industrial
ii) Goldberg (1968) – estudo do comportamento dos 
sistemas de produção de laranja, trigo e soja nos EUA.
Ponto de Partida da Análise Matéria-prima de base e uma limitação geográfica Produto agroindustrial final
Estas duas correntes metodológicas apresen-
tam muitas semelhanças, como apresentam 
Batalha e Silva (apud BATALHA,2001):
i) Ambas, para estudar a lógica 
de funcionamento do Sistema 
Agroindustrial, realizam cortes 
verticais no sistema econômico, ou a 
partir de determinado produto final 
ou a partir de uma matéria-prima de 
base.
ii) Ambas deixam a divisão do sistema 
em três setores: agricultura, indústria e 
serviços.
iii) Ambas veem a agricultura dentro 
de um sistema mais amplo que é 
composto também pelos produtores 
de insumos, pelas agroindústrias e 
pela distribuição/comercialização.
iv) Ambas utilizam, em suas análises, 
a noção de etapas sucessivas de 
Nome do Livro
18
produção, desde a produção de 
insumos até o produto acabado.
v) Ambas consideram o Sistema 
Agroindustrial como dinâmico.
vi) Ambas, em suas análises fazem 
prospecções.
vii) Ambas analisam o Sistema 
Agroindustrial de um ponto de vista 
sistêmico.
A principal diferença entre as duas corren-
tes metodológicas “reside na importância 
dada ao consumidor fi nal como agente di-
namizador...” (BATALHA; SILVA apud BATALHA, 
2001, p. 36):
i) Na corrente Agribusiness e 
Commodity System Approach, o 
ponto de partida para a análise é, 
normalmente, uma matéria-prima de 
base.
ii) Na corrente Analyse de Filière, o ponto 
de partida para a análise é sempre um 
produto acabado, ou seja, o mercado 
fi nal, em direção à matéria-prima de 
base que lhe deu origem.
No trabalho realizado por Davis e Goldberg 
(1957), agribusiness era assim defi nido: “a 
soma das operações de produção e distribui-
ção de suprimentos agrícolas, das operações 
de produção nas unidades agrícolas, do ar-
mazenamento, processamento e distribuição 
dos produtos agrícolas e itens produzidos a 
partir deles” (DAVIS; GOLDBERG, 1957 apud
BATALHA); (SILVA apud BATALHA, 2001, p. 27).
Do trabalho de Goldberg (1968), o termo 
commodity é atualmente utilizado para se 
referir aos produtos de origem primária, ou 
seja, em estado bruto, ou com baixo grau 
de industrialização que são produzidos em 
grandes volumes por uma diversidade de 
produtores e que podem ser estocados por 
um determinado período sem perda de 
qualidade. 
O café, o trigo, a soja, são exemplos de 
commodities agrícolas. A água, o ouro e o 
petróleo são exemplos de commodities não 
agrícolas. 
Embora Filière (ou Cadeias de Produção) 
sejam divergentes em vários aspectos, 
existem dois pontos comuns entre elas 
(ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 
2000 e BATALHA; SILVA apud BATALHA, 2001):
i) “... a percepção de que as relações 
verticais de produção ao longo das 
cadeias produtivas devem servir 
de balizador para a formulação de 
estratégias empresariais e políticas 
públicas” (ZYLBERSZTAJN apud 
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p. 2).
ii) focalização dos Sistemas 
Agroindustriais sob ótica sistêmica.
A partir destes dois pontos comuns, um 
Sistema Agroindustrial pode ser defi nido 
como: 
... o conjunto de atividades que concorrem 
para a produção de produtos agroindus-
triais, desde a produção dos insumos 
(sementes, adubos, máquinas agríco-
las etc.) até a chegada do produto fi nal 
(queijo, biscoitos, massas etc.) ao consu-
midor. Ele não está associado a nenhuma 
matéria-prima agropecuária ou produto 
fi nal específi co (BATALHA; SILVA apud 
BATALHA, 2001, p. 30). 
Pós-Graduação | Unicesumar
19
Ao longo do nosso material 
didático trabalhamos o ter-
mo “Agronegócio”. Gostaria 
de neste momento falar um 
pouco sobre as projeções 
que a Assessoria de Gestão 
Estratégica do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento (MAPA) fez para a 
safra brasileira de 2012/2013 
a 2022/2023. Segundo o rela-
tório o agronegócio brasileiro 
caminha para a próxima dé-
cada com foco na competi-
tividade e na modernidade, 
fazendo da utilização per-
manente da tecnologia um 
caminho para a sustentabi-
lidade. Os números desta 
publicação atualizam o po-
tencial de 26 atividades pro-
dutivas prósperas, seguras 
e rentáveis. Em um cenário 
promissor, os resultados das 
projeções do Mapa 2022/23, 
o que nos permitirá abastecer 
anualmente um total de 200 
milhões de brasileiros e gerar 
excedentes exportáveis para 
algo em torno de 200 países. 
O saldo é um mercado agrí-
cola e pecuário interno forte 
e uma balança comercial que 
gera mais de 100 bilhões de 
dólares a cada ano.
Para mais informações sobre 
os produtos que mais irão 
crescer segundo as proje-
ções do MAPA acesso o link 
e confira. 
http://goo.gl/AgV8UL.
Fonte: Brasil. Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento. Projeções do Agro-
negócio: Brasil 2012/2013 
a 2022/2023 / Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento. Assessoria de 
Gestão Estratégica. Brasília: 
Mapa/ACS, 2013. P 96.
O Sistema Agroindustrial quando assim definido, apresenta-se como de pouco 
utilidade como ferramenta de gestão e de apoio à tomada de decisão, como 
bem afirmam Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001).
Assim, é necessário estabelecer o nível de análise em estudos e/ou em gestão 
de Sistemas Agroindustriais.
Na revista Comunicação & 
Mercado da UNIGRAN de 
Dourados - MS, os autores 
Alessandro Vinicios Schnei-
der, Vitor Afonso Hoeflich, 
Luciene Moesh Koche e Mar-
celo Ioris Koche, fizeram uma 
análise de filière da cadeia 
produtiva da farinha de tri-
go da Cooperativa Central de 
moinho de trigo, localizada 
na região Oeste do Paraná. 
Foi realizado um estudo de 
caso através de entrevista 
não estruturada ao gerente 
comercial. 
No que se refere à filière da 
farinha de trigo, observou-se 
dois ambientes denominados 
controlável e incontrolável. 
Observa se que a cooperativa 
tem localização privilegiada, 
pois está inserida numa re-
gião produtora de trigo. 
No que se refere à logística, 
observa-se que a cooperati-
va tem maior rigor a jusante 
ao processo de produção, 
ou seja, na distribuição do 
produto acabado até o con-
sumidor, pois a qualidade 
do produto deve manter os 
requisitos que foram prees-
tabelecidos 
Em todas as etapas, ou elos 
da filière, a cooperativa de-
monstra a busca pela me-
lhoria de seus processos, 
produtos e serviços, buscan-
do a melhor qualidade para 
atender mercados específi-
cos e clientes especiais, no 
caso, indústrias de massas 
alimentícias e indústrias de 
biscoitos.
Caso você fique interessado 
em ler a pesquisa deste arti-
go na integra, acesso o link 
disponível em:
http://goo.gl/caQwZL.
Fonte: KOCHE, et al. ANÁ-
LISE DE FILIÈRE DA CADEIA 
PRODUTIVA DA FARINHA DE 
TRIGO: UM ESTUDO DE CASO 
NA REGIÃO OESTE DO PARA-
NÁ. In: Comunicação & Mer-
cado/UNIGRAN - Dourados 
- MS, vol. 01, n. 03, p. 87-99, 
jul-dez 2012.
Nome do Livro
20
Em estudos e/ou em gestão de Sistemas 
Agroindustriais deve ser estabelecido um 
nível de análise, ou dimensão. 
Três níveis de análise são apresentados 
por Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001). 
Estes níveis estão resumidos no Quadro 2.
SISTEMAS 
AGROINDUTRIAIS
níveis de análise em 
estudos e/ou em gestão de
NÍVEL DE ANÁLISE
PONTO DE PARTIDA PARA O CONCEITO ou OBJETO DO PESQUISADOR E/OU 
GESTOR DE SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
Complexo Agroindustrial Uma matéria-prima de base
Cadeia de Produção Agroindustrial Um produto fi nal ou uma família/linha de produtos fi nais
Agronegócio
Um complemento delimitador:
i) uma limitação geográfi ca;
ii) uma matéria-prima de base, e/ou;
iii) um produto fi nal ou uma família/linha de produtos fi nais.
Quadro 2- Níveis de análise em estudos e/ou em gestão de Sistemas Agroindustriais
Fonte: Elaborado a partir de Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001)
Como você pôde visualizar no Quadro 2, o estabelecimento do nível de análise em 
estudos e/ou em gestão de Sistemas Agroindustriais, depende do objeto do pesquisa-
dor e/ougestor. 
O ponto de partida para o conceito de Complexo Agroindustrial é uma matéria-prima 
de base. Ou seja, se o pesquisador e/ou o gestor de Sistemas Agroindustriais tiver como 
objeto de pesquisa e/ou de gestão uma matéria-prima específi ca, a análise se dará em 
termos do complexo agroindustrial desta matéria-prima. 
Pós-Graduação | Unicesumar
21
Assim, pode-se falar em complexo agroin-
dustrial da soja, do leite, do milho, do café, 
por exemplo. 
Pode-se definir Complexo Agroindustrial 
como um conjunto de cadeias de produção 
agroindustriais, com cada uma delas tendo 
seu conceito associado a um produto final 
ou família/linha de produtos finais (BATALHA; 
SILVA apud BATALHA, 2001). 
No caso, por exemplo, do complexo 
agroindustrial do leite, podem ser identifi-
cadas a cadeia de produção do leite UHT, 
do requeijão, do iogurte, da margarina entre 
outros.
O ponto de partida para o conceito de 
Cadeia de Produção Agroindustrial é um 
produto final ou família/linha de produtos 
finais. Logo, se o pesquisador e/ou o gestor 
de Sistemas Agroindustriais tiver como objeto 
de pesquisa e/ou de gestão um produto final 
ou família/linha de produtos finais, a análise 
se dará em termos da cadeia de produção 
agroindustrial deste. 
Cadeia de Produção Agroindustrial pode 
ser definida, a partir da definição de Cadeia 
de Produção de Parent (1979 apud BATALHA; 
SILVA, 2001, p. 41), como a soma de todas as 
operações de produção e de comercialização 
que foram necessárias para passar de uma ou 
várias matérias-primas agroindustriais de base 
a um produto agroindustrial final. 
Pode-se citar como exemplos, a cadeia 
de produção agroindustrial dos cortes de 
carne bovina, da farinha de trigo, dos molhos 
de tomate. 
No caso do conceito de Agronegócio, 
quando transcrito para o português deve 
apresentar um ou dois complementos de-
limitadores, dependendo do(s) foco(s) de 
estudo e/ou gestão. Assim, o conceito pode 
partir de uma limitação geográfica, de uma 
matéria-prima de base e/ou de um produto 
final ou uma família/linha de produtos finais. 
Por exemplo, se o foco de estudo e/
ou gestão do Sistema Agroindustrial fosse 
o Brasil, ou o Estado do Paraná, a análise 
seria, então, do agronegócio brasileiro ou 
agronegócio paranaense. O complemen-
to delimitador nestes casos são limitações 
geográficas. 
Nome do Livro
22
Já se o foco de estudo ou gestão fosse a soja ou o milho, por exemplo, a análise seria, 
então, do agronegócio da soja ou agronegócio do milho. Nestes casos, o complemento 
delimitador são matérias-primas de base. 
Caso fosse, por exemplo, o etanol, ou a farinha de trigo, a análise seria do agronegócio 
do etanol ou agronegócio da farinha de trigo. Aqui o complemento delimitador são pro-
dutos finais. 
E, se os focos fossem, por exemplo, o leite e o Estado de Minas Gerais, a análise seria 
do agronegócio do leite em Minas Gerais. Neste caso, os complementos delimitadores 
são uma matéria-prima de base e a limitação geográfica.
Como você pôde perceber, estes diferentes níveis de análise em estudos e/ou em 
gestão de Sistemas Agroindustriais, embora tratem do mesmo problema, “... represen-
tam espaços de análise diferentes e prestam-se a diferentes objetivos”. (BATALHA; SILVA 
apud BATALHA, 2001, p. 32).
Pós-Graduação | Unicesumar
23
Os agentes, como denomina Zylbersztajn 
(apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000) ou atores, 
como denominam Batalha e Silva (apud 
BATALHA, 2001) que compõem os Sistemas 
Agroindustriais podem ser separados em seis 
conjuntos:
i) produção primária: formada pelos 
agentes atuantes na geração de 
matéria-prima para as agroindústrias, 
sendo subdividida nos seguintes 
setores e respectivos agentes 
(normalmente denominados 
“produtores”):
a) agricultura, cujo agente é denominado 
agricultor (ou produtor rural ou 
lavrador);
b) pecuária – bovinocultura (criação de 
bois de corte e/ou de leite), suinocultura 
(criação de suínos), ovinocultura 
(criação de ovelhas de corte, leite e/
ou extração de lã) caprinocultura 
(criação de cabras), ranicultura (criação 
de rãs), avicultura (criação de aves de 
corte e/ou ovos), apicultura (criação de 
abelhas), sericultura (criação de bicho 
da seda) - cujo agente é denominado 
pecuarista. Como existem diversos tipos 
de gados, os diferentes pecuaristas 
recebem diversas denominações, 
como bovinocultor (quem exerce a 
bovinocultura), suinocultor (quem 
exerce a suinocultura), avicultor (quem 
exerce a avicultura), por exemplo;
c) pesca, cujo agente é denominado 
pescador;
d) piscicultura (criação de peixes), cujo 
agente é denominado piscicultor;
e) extrativismo florestal – coleta de frutos, 
sementes, cascas, raízes e plantas 
da mata, derrubada de árvores para 
obtenção de madeira e celulose, 
extração de palmito, retirada do látex da 
seringueira - cujo agente é denominado 
extrativista.
ii) agroindústrias – formado pelos 
agentes que atuam na transformação 
dos produtos da produção primária, 
naturais ou manufaturados, para a 
sua utilização intermediária ou final 
(LAUSCHNER, 1995):
a) indústrias alimentares e de bebidas; 
b) indústrias não alimentares: exploração 
florestal, indústrias de fumo, couros 
e peles (roupas, sapatos, objetos em 
geral), têxtil, móveis, papel e papelão, 
biodiesel, óleos não comestíveis.
iii) distribuição agrícola e agroalimentar: 
formada pelos agentes que possuem 
por função distribuir os produtos 
dos Sistemas Agroindustriais, assim 
subdivididos:
a) varejo, tanto de venda física quanto 
digital: formado por grandes cadeias 
transnacionais, cadeias nacionais e locais 
Os agentes que compõem os sistemas 
agroindustriais
Nome do Livro
24
de distribuição; 
b) atacado, tanto de venda física quanto 
digital;
c) restaurantes, bares; 
d) hotéis etc.
iv) comércio internacional.
v) consumidor: ponto final para onde 
converge o fluxo dos produtos do 
Sistema Agroindustrial.
vi) indústrias e serviços de apoio: 
formados pelos agentes que fornecem 
produtos e serviços que apoiam a 
produção primária, as agroindústrias 
e/ou a distribuição:
a) transporte; 
b) combustíveis; 
c) indústria química;
d) indústria mecânica; 
e) indústria eletrodoméstica; 
f ) embalagens; 
g) outros serviços.
Alguns destes agentes merecem ser deta-
lhadamente analisados, tendo algumas de 
suas características identificadas e tratadas, 
pois a análise dos Sistemas Agroindustriais 
“.... passa necessariamente pelo estudo e 
identificação dos agentes que o compõem” 
(ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 
2000, p.16). 
Produção Primária
A produção primária, composta pela agricultura, pecuária, pesca, piscicultura e extrativismo 
florestal, representa um dos elos com mais conflitos nos agronegócios e de crescente com-
plexidade (ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p.19).
Alguns motivos apresentados por Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000), podem 
justificar os conflitos e a complexidade dos agentes que atuam na produção primária:
i) estes agentes estão distantes do consumidor final;
ii) possuem informações assimétricas;
iii) são, normalmente, dispersos geograficamente;
iv) são, normalmente, bastante heterogêneos.
A heterogeneidade dos agentes da produção primária se dá, principalmente, porque estes 
podem ser divididos em dois tipos, conforme, a extensão de terra em que produz e os re-
cursos financeiros que dispõe:
i) minifundiários: produtores que contam com áreas pequenas de terra e poucos 
recursos financeiros são os micros e pequenos produtores, normalmente dedicados a 
agricultura familiar;ii) latifundiários: produtores proprietários ou arrendatários de grandes extensões de 
terra e muitos recursos financeiros.
Pós-Graduação | Unicesumar
25
A complexidade da produção primária faz 
com que os seus agentes tenham que lidar 
com aspectos técnicos, mercadológicos, de 
recursos humanos e recursos ambientais.
Agroindústrias
As agroindústrias compostas pelas indústrias 
alimentares e de bebidas pelas indústrias 
não alimentares, “trata-se de um conjunto 
de atividades exercidas por empresas de 
portes variados, desde empresas familiares 
até grandes conglomerados internacionais...” 
(ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 
2000, p. 18).
Segundo Araújo (2005), essas atividades 
correspondem às etapas de beneficiamento, 
processamento e transformação dos pro-
dutos da produção primária, naturais ou 
manufaturados, até a embalagem, prontos 
para a comercialização, para a sua utilização 
intermediária ou final (LAUSCHNER, 1995).
Estes agentes podem ser classificados 
nos seguintes tipos (ZYLBERSZTAJN apud 
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000) e (BATALHA; 
SILVA apud BATALHA, 2001):
i) agroindústrias de primeira 
transformação: que adicionam atributos 
ao produto, sem transformá-lo;
ii) agroindústrias de segunda 
transformação: quando o produto 
sofre uma transformação física;
iii) agroindústrias de terceira 
transformação.
Apesar dos Minifúndios representar, 
em número, 61,8% dos imóveis ru-
rais brasileiros, em área representa 
somente 6,8%.
Fonte: INCRA, 2005.
A Lei nº 11.326, de 24 de julho de 
2006, considera-se agricultor fami-
liar e empreendedor familiar rural 
aquele que pratica atividades no 
meio rural, atendendo, simultane-
amente, aos seguintes requisitos: I - 
não detenha, a qualquer título, área 
maior do que 4 (quatro) módulos fis-
cais; II - utilize predominantemente 
mão-de-obra da própria família nas 
atividades econômicas do seu esta-
belecimento ou empreendimento; 
III - tenha percentual mínimo da ren-
da familiar originada de atividades 
econômicas do seu estabelecimento 
ou empreendimento, na forma defi-
nida pelo Poder Executivo; IV - dirija 
seu estabelecimento ou empreen-
dimento com sua família.
Para saber mais sobre as diretrizes 
para a formulação da Política Nacio-
nal da Agricultura Familiar e Empre-
endimentos Familiares Rurais acesse 
a Lei na integra através do site do 
planalto em:
http://goo.gl/Yuumxt. 
Acesso em: 30 Jun. 2014.
Nome do Livro
26
Para exemplificarmos agroindústrias de 
primeira, segunda e terceira transforma-
ção, tomemos, por exemplo, o Sistema 
Agroindustrial de Frutas. 
A extração da polpa e do suco con-
centrado, assim como, o processamento 
mínimo desta fruta - lavagem, processamen-
to (descasque, corte, fatiamento), sanitização, 
embalagem entre outras, a depender do 
produto conforme Oliveira, Srur e Vacari 
(2003), são exemplos de agroindústrias de 
primeira transformação.
A produção de sucos prontos para 
consumo, doces, geleias e frutas em compota, 
em calda, são exemplos de agroindústrias de 
segunda transformação.
Já como exemplos de agroindústrias de 
terceira transformação, podem-se citar os 
bolos recheados com doces, geleias e frutas 
em compota ou em calda.
Programa de Agroindústria Familiar
O Ministério do Desenvolvimento 
Agrário – MDA, através da sua Secre-
taria da Agricultura Familiar tem um 
Programa de Agroindústria que apoia 
a inclusão dos agricultores familiares 
no processo de agroindustrialização 
e comercialização da sua produção, 
de modo a agregar valor, gerar renda 
e oportunidades de trabalho no meio 
rural. Para saber mais sobre o progra-
ma acesse o site:
http://goo.gl/ctfsc4.
Para que uma Agroindústria seja con-
siderada Agroindústria Familiar, o MDA 
diz que ela deve ser formada por agri-
cultores familiares, pessoas físicas e 
jurídicas formada por no mínimo 90% 
destes agricultores e com no mínimo 
70% da matéria-prima própria.
Distribuição Agrícola e Agroalimentar
A distribuição agrícola e agroalimentar “... passou a ser altamente especiali-
zada e realizada por agentes com diferentes características” (ZYLBERSZTAJN 
apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p. 17), que podem ser subdivididos 
em: varejo; atacado, restaurantes, bares e hotéis.
No caso da ligação entre a agroindústria e o consumidor final, têm-se 
tanto as grandes cadeias transnacionais, quanto cadeias nacionais e locais 
de distribuição. Além disso, esta distribuição ocorre tanto por meio da 
venda física quanto da digital.
Entre os agentes da distribuição agroalimentar, merecem destaque 
o varejo e o atacado.
Pós-Graduação | Unicesumar
27
O Varejo
O varejo agroalimentar é formado por di-
versos agentes e caracterizado por intensa 
competição entre as empresas.
Pode-se citar como exemplos desses 
agentes os hipermercados, supermercados, 
padarias, panifi cadoras, mercearias, açou-
gues, adegas, feiras do produtor, empórios, 
lojas de conveniência e postos de combus-
tível entre outros.
A importância do varejo no Sistema 
Agroindustrial reside no fato de que este 
agente tem grande contato com o con-
sumidor fi nal, o que “... permite ao agente 
especializado ter grande poder de coorde-
nação do Sistema Agroindustrial, seja por 
exercer poder de barganha, seja por ter 
acesso privilegiado às informações a res-
peito das preferências dos consumidores” 
(ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 
2000, p. 17). 
O Atacado
A função do atacado na distribuição agroali-
mentar é “concentrar os produtos e permitir 
que os agentes varejistas se abasteçam”, 
por isso são entendidos como centrais de 
distribuição ou plataformas centrais de distri-
buição (ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; 
NEVES, 2000, p. 18).
Estas centrais de distribuição podem ser 
tanto públicas quanto privadas.
Quanto à variedade de produtos que dis-
tribuem podem classifi car-se em:
• centrais de distribuição multiprodutos;
• centrais de distribuição especializada 
em produtos (também denominada 
mercados alternativos especializados 
em produtos específi cos).
Nos últimos anos o agente atacadis-
ta tem sofrido algumas transformações 
(ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 
2000, p. 18):
Nome do Livro
28
• muitas cadeias varejistas passaram a ter 
sua própria central de distribuição;
• surgiram muitas centrais de distribuição 
especializadas em produtos;
• cresceu a formação de contratos entre 
os supermercados e os agentes da 
produção primária, em especial de 
produtos frescos;
• cresceu o número de contratos entre 
as agroindustriais e o varejo.
Estas duas últimas mudanças indicam uma 
diminuição do atacado na distribuição agro-
alimentar. Enquanto que a primeira mudança 
indica uma redução das centrais públicas. 
Quanto às centrais de distribuição especiali-
zada em produtos, essas passam a ter maior 
eficiência, quando comparadas com as cen-
trais de distribuição multiprodutos. 
A dinâmica de relacionamento entre os 
diversos agentes que compõem os Sistemas 
Agroindustriais determina a dinâmica de fun-
cionamento desses Sistemas.
Na medida em que as relações entre 
os agentes que compõem os Sistemas 
Agroindustriais mudam, seja por intervenções 
externas, seja por mudanças tecnológicas, de 
legislação, por exigências dos consumido-
res ou devido à concorrência, os Sistemas 
Agroindustriais mudam. As mudanças cons-
tantes nos Sistemas Agroindustriais exigem 
que estes sejam constantemente coordena-
dos, por parte de seus pesquisadores e/ou 
gestores, para garantir sua organização, efi-
ciência, produtividade, qualidade, eficácia 
na agregação de valor e, consequentemen-
te, sua competitividade.
Pós-Graduação| Unicesumar
29
Importância da coordenação dos sistemas agroindustriais
O consumidor é o ponto para onde convergem os produtos dos Sistemas Agroindustriais. 
Esse adquire os produtos finais para atender suas necessidades, “... que variam de acordo com 
a renda, preferências, faixa etária e expectativa entre outros aspectos...” (ZYLBERSZTAJN apud 
ZYLBERSZTAJN; NEVES, 2000, p. 16).
Os consumidores têm apresentando algumas mudanças nos seus hábitos e padrões de 
consumo, nos últimos anos, tais como as apontadas por Zylbersztajn (apud ZYLBERSZTAJN; 
NEVES (2000):
• globalização dos hábitos e padrões de consumo;
• preocupação com qualidade e aspectos de saúde;
• valorização do tempo;
• preocupação ambiental, tanto quanto com a embalagem do produto quanto com 
sua tecnologia de produção;
• preocupação com criação e abate de animais;
• preocupação com padrões de produção socialmente equilibrados.
SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
COORDENAÇÃO DOS
Nome do Livro
30
Assim, qualidade, aspectos de saúde, ques-
tões ambientais, de tecnologia de criação 
e abate animal, trabalho infantil e questões 
de responsabilidade social passam a fazer 
parte do processo de compra por parte do 
consumidor.
As mudanças nos hábitos e padrões de 
consumo fazem com que os atributos que os 
consumidores valorizam nos produtos, para 
decidir a comprar, se alterem. Essas mudan-
ças também levam a uma maior exigência 
por informação por parte do consumidor. 
Isto tudo, aliado ao fato de que os con-
sumidores normalmente estão distantes da 
etapa de produção, demanda grande co-
ordenação entre os agentes dos Sistemas 
Agroindustriais e o estabelecimento de 
relações bastante complexas entre eles 
(ZYLBERSZTAJN apud ZYLBERSZTAJN; NEVES, 
2000).
A coordenação dos agentes dos Sistemas 
Agroindustriais está diretamente relacionado 
à competitividade dos Sistemas, pois permite 
receber, processar, difundir e utilizar infor-
mações sobre o Sistema e seus agentes, de 
modo a definir e viabilizar estratégias compe-
titivas, reagir a mudanças no meio ambiente 
e aproveitar oportunidades de mercado 
(CORRÊA; SILVA, 2006).
Assim, a coordenação tem maior im-
portância em Sistemas Agroindustriais 
inseridos em mercados internacionais ou ex-
postos a constantes pressões por parte dos 
consumidores.
Definições de coordenação 
dos sistemas agroindustriais
Quando o nível de análise dos Sistemas Agroindustriais se der em termos 
de Cadeias de Produção Agroindustriais, a coordenação do Sistema 
Agroindustrial (ou coordenação da Cadeia de Produção Agroindustrial) 
pode ser entendida como:
i) “... um processo dinâmico para promover explicitação de normas 
de relacionamentos vigentes” (CORRÊA; SILVA, 2006, não paginado);
ii) a habilidade de transmitir estímulos, informações e controles ao 
longo de um Sistema Agroindustrial (ZYLBERSZTAJN; FARINA, 
1999).
A partir destas definições, é possível perceber que a eficácia em promo-
ver as normas dos relacionamentos entre os agentes e em transmitir este 
fluxo de estímulos, informações e controles garante a harmonia entre os 
agentes envolvidos, ou seja, garante a eficácia da coordenação.
Pós-Graduação | Unicesumar
31
Dinâmica de coordenação dos sistemas 
agroindustriais e mecanismos de governança
A Sementes Selecta Ltda. é 
uma empresa que coordena 
uma rede produtiva. De um 
lado, por meio do sistema IP, 
utiliza tecnologia e informa-
ção para coordenar produ-
tores segregando produtos 
com características diferen-
ciadas, e de outro desenvol-
ve canais de distribuição que 
alcancem um consumidor 
que pague um preço prêmio 
por esta soja especial.
O presente caso enfoca o 
tema de redes e estratégias 
compartilhadas em agrone-
gócios, aplicando-se no sis-
tema agroindustrial da soja. 
O caso aborda a rede coorde-
nada pela Selecta, empresa 
atuante desde a produção 
de sementes de soja, até a 
comercialização de grãos. 
Trata-se de uma corporação 
de porte médio, com ges-
tão familiar, sobrevivendo e 
crescendo em um ambien-
te altamente competitivo, o 
das commodities agrícolas, 
onde a estratégia dominante 
pauta-se na exploração de 
economias de escala. 
Para saber mais sobre esse 
caso da Selecta, acesse o link 
abaixo. 
MARINO, Matheus Kfouri; 
SCARE, Roberto Fava; ZYL-
BERSZTAJN, Décio. Selecta: 
diferenciação e coordena-
ção de redes no agribusi-
ness brasileiro. SEMINÁRIOS 
PENSA DEAGRONEGÓCIOS: 
redes estratégias comparti-
lhadas (Seminário IV – Goiâ-
nia: 29/11/2002). São Paulo: 
2002, p. 01-26.
Disponível em:
http://goo.gl/VNyq7Z.
Os mecanismos de coordenação dos Sistemas 
Agroindustriais, como afirmam Corrêa e Silva 
(2006), são usados por todos os agentes da 
Cadeia para definir suas estratégias compe-
titivas, podendo ser usados também para 
sustentar cooperações interorganizacionais.
O processo de coordenação pode ser 
alcançado pela aplicação de mecanismos 
de governança, usados nas interações 
entre todos os agentes de um Sistema 
Agroindustrial (CORRÊA; SILVA, 2006). 
Os mecanismos de governança são uti-
lizados para regular as transações entre 
os agentes e tem por função os custos de 
transação (assunto que iremos ver deta-
lhadamente na unidade III do nosso Livro) 
(AZEVEDO, 1999).
Os mecanismos de governança podem 
ser divididos em cinco categorias, adaptadas 
das categorias de coordenação vertical pro-
postas por Peterson e Wysocki (1997):
i) relações mercado spot – mercado 
em que a realização de transações 
multilaterais se dá por meio de leilão 
eletrônico de contratos padronizados 
de curto prazo, para compra e venda 
de produtos e de capacidade de 
transportes destes produtos;
ii) relações contratuais, de curto, médio e 
longo prazos;
iii) alianças estratégicas; 
iv) cooperação formal; 
v) integração vertical. 
Nome do Livro
32
Para Peterson e Wysocki (1997), a adoção de um mecanismo ou outro depende:
• dos interesses dos agentes; 
• das características de curto ou longo prazo das relações entre os agentes 
envolvidos; 
• do comportamento oportunístico ou divisão de benefícios; 
• da disponibilidade de informações; 
• da fl exibilidade versus estabilidade econômica dos agentes, e/ou;
• da independência versus interdependência entre os diferentes agentes dos 
Sistemas Agroindustriais, quanto as suas necessidades de recursos.
Quanto mais bem defi nida for a Coordenação dos Sistemas Agroindustriais, mais orga-
nizados, efi cientes, produtivos e de qualidade os Sistemas serão. 
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33
atividade de autoestudo
Para melhor fixação e aprendizagem do conteúdo, conceitos e definições desta 
unidade, responda as questões a seguir.
1. Nesta unidade, estudamos as principais definições e correntes 
mercadológicas ligadas ao estudo dos Sistemas Agroindustriais. Tendo 
isso como base, explique as duas principais correntes metodológicas que 
definem os estudos dos Sistemas Agroindustriais. 
2. Vimos que o conceito de competitividade em Sistemas Agroindustriais 
está diretamente relacionado com a distinção entre produtos com 
valor agregado ou diferenciados e produtos do tipo commodities 
(sem diferenciação, como os grãos). Diante deste contexto, diferencie: 
agronegócio; commodity; sistema agroindustrial; complexo agroindustrial 
e cadeia de produção agroindustrial.
3. Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001) apresentam Três níveis de análise 
em estudos e/ou em gestão de Sistemas Agroindustriais. Tendo com base 
esses autores, descreva: 
a) Quais são os níveis de análise em estudos e/ou em gestão de Sistemas 
Agroindustriais? 
b) Quais os pontos de partida para os conceitos relacionados a estes níveis de 
análise?
Nome do Livro34
considerações finais
Encerramos esta unidade, que teve como um dos seus objetivos apre-
sentar as definições utilizadas em estudos e/ou na gestão dos Sistemas 
Agroindustriais. 
Estudamos, também, as correntes metodológicas utilizadas em estudos 
e/ou na gestão dos Sistemas Agroindustriais. Foi possível perceber que 
essas correntes metodológicas estabelecem as origens históricas dos 
estudos dos Sistemas Agroindustriais e remetem às definições e concei-
tos utilizados no dia a dia dos profissionais do Agronegócio. 
Nesta unidade, você pôde entender a dinâmica de coordenação 
dos Sistemas Agroindustriais e as relações entre os agentes envolvidos. 
Entender esta dinâmica e essas relações é extremamente importante 
para o profissional do Agronegócio, pois possibilita analisar tendências 
em qualquer segmento do Agronegócio ou em qualquer Cadeia de 
Produção, tornando-o capaz de selecionar e aplicar as ferramentas em-
presariais mais adequadas à gestão do Agronegócio.
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35
Título: Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares
Autor: André Meloni Nassar
Sinopse: Os dois volumes desta obra apresentam uma abordagem sistêmica dos estudos e/
ou gestão dos Sistemas Agroindustriais, o que é uma tendência em estudos e/ou gestão do 
agronegócio. No Volume I, são inicialmente apresentadas as principais definições e correntes 
mercadológicas ligadas ao estudo dos Sistemas Agroindustriais. Depois, os nove capítulos se-
guintes tratam da gestão do Sistema Agroindustrial, discutindo os principais aspectos desta 
gestão, apresentando, conceitos, definições, atividades e operações de gestão, bem como téc-
nicos, ferramentas e métodos aplicados ao estudo e/ou gestão dos Sistemas Agroindustriais: 
comercialização de produtos agroindustriais; marketing estratégico aplicado ao agronegócio; 
logística agroindustrial; gestão estratégica do comércio varejista de alimentos; planejamento e 
controle da produção; sistemas de apuração de custos; gestão da qualidade na agroindústria; 
projeto de produtos agroindustriais; gestão da produção rural no agronegócio. Além disso, no 
Volume I trata-se, em capítulos, de desenvolvimento agrícola sustentável, agronegócio coopera-
tivo, finalizando com um capítulo sobre as concepções sobre o desenvolvimento da agricultura 
brasileira.
Fonte: ZYLBERSZTAJN, Décio; NEVES, Marcos Fava (Org.) Economia e Gestão dos Negócios 
Agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000.
Acesse o link a baixo. e veja que nesta reportagem é possível ver uma descrição do Sistema 
Agroindustrial do leite, em termos da Cadeia de Produção do leite. Neste vídeo é possível 
identificar vários agentes deste Sistema: produção primária – pecuária – bovinocultura do 
leite, do tipo agente minifundiário; agroindústria – laticínio; distribuição agroalimentar – 
panificadoras, supermercados e mercearias; consumidor. Também é possível identificar 
na reportagem vários produtos derivados do Sistema Agroindustrial do leite, quando o 
nível de análise se dá em termos do Complexo Agroindustrial do Leite, além de aspectos 
técnicos da produção primária, como a ordenha.
http://youtu.be/9PgTMdgvpEE
Conheça a Série Agronegócios. Ela é uma serie de grupo de nove publicações, que reúne 
uma síntese das informações mais recentes sobre as principais cadeias produtivas do Brasil.
A Série Agronegócios, editada pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em parceria com o Instituto Interamericano 
de Cooperação para a Agricultura (IICA). 
A série é composta por nove livros, com análises sobre os seguintes setores: milho, soja, 
carne bovina, agroenergia, algodão e têxteis, flores e mel, florestas plantadas e madeira, 
frutas, produtos orgânicos. Os organizadores da coleção propõem-se a apresentar uma 
análise de pontos positivos, bem como de fatores críticos de competitividade, de cada 
uma das cadeias. E, com isso, oferecem subsídios à elaboração de políticas públicas na 
área do agronegócio.
Para ter acesso a todos os livros da Série Agronegócios acesse o link disponível em:
http://goo.gl/il36cR
E se divirta aprendendo mais sobre cada uma das suas cadeias produtivas.
Web
Nome do Livro
36
Título: Gestão Agroindustrial
Autor: Mário Otávio Batalha
Sinopse: Nesta obra, o Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial (Pensa) da 
Universidade de São Paulo (USP) discute, em 18 capítulos e um apêndice, os aspectos Econômicos 
e de Competitividade e Gestão dos Negócios Agrolimentares, em sua dimensão contemporânea, 
numa perspectiva de cadeia de produção. A evolução do assunto no Brasil e no mundo e seus des-
dobramentos na atualidade são apresentados. São apresentados os conceitos necessários para a 
compreensão das cadeias de produção. Apresenta-se também, os vários aspectos do funcionamen-
to e da gestão das cadeias de produção: organização industrial; concorrência; política financeira; 
marketing; competitividade; perfil organizacional; transporte e logística; mercados futuros; coo-
perativismo; gestão ambiental; gerenciamento de tecnologia; leilões; licitações públicas; produtos 
diferenciados; presença internacional.
Fonte: BATALHA, Mário Otávio. (Coord.) Gestão Agroindustrial. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2007. 2v. v.1.
Desde 2002, a BMFBOVESPA em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA) realiza o SEMINÁRIO PERSPECTIVAS PARA O AGRIBUSINESS. Em 2014, o semanário traba-
lhou as perspectivas para a safra de 2014/2015. Entre os temas trabalhados destaca-se: o panorama 
macroeconômico mundial e brasileiro; os principais fatos do mercado mundial de commodities 
e seus impactos sobre o agronegócio brasileiro; as tendências das cadeias produtivas de milho, 
aves, suínos, café, algodão, açúcar, etanol, pecuária de corte e soja. 
Dentre as apresentações dos especialistas, temos: A palestra do senhor Seneri Paludo, que é o se-
cretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que trabalhou 
o tema: A política agrícola para a safra 2014-2015. Outro palestrante em destaque foi o senhor 
Fabio Dutra, diretor Comercial e de Desenvolvimento de Mercado da BM&FBOVESPA, que traba-
lhou os Instrumentos de financiamento e gestão de risco: O agronegócio na BM&FBOVESPA. Para 
ter uma perspectiva do crescimento do agronegócio o senhor Kate Chen Eisenman, gerente global 
de produtos derivativos de commodities, Bloomberg, trabalhou o tema Panorama e tendências do 
mercado global de agribusiness. No que tange a política brasileira, o senhor Mailson da Nóbrega 
da Tendências Consultoria Integrada Economia, buscou fazer um paralelo sobre as eleições e o 
agronegócio, como tema instituições e eleições: impactos no agronegócio em 2014 e 2015. 
Nos temas específicos, houve 4 painéis sobre as commodities, são eles:
• Painel 1 – Perspectivas dos mercados de milho, aves e suínos
• Palestrante: Fabio Silveira, GO Associados 
• Painel 2 – Perspectivas do mercado de café
• Palestrante: Gil Carlos Barabach, Safra & Mercados 
• Painel 3 – Perspectivas do mercado de algodão
• Palestrante: Marcelo Escorel Filho, Louis Dreyfus Commodities 
• Painel 4 – Perspectivas dos mercados de açúcar e etanol
• Palestrante: Arnaldo Luiz Corrêa, Archer Consulting 
As apresentações podem ser acessadas no link do evento, disponível em: 
http://goo.gl/mm16RK. 
Pós-Graduação | Unicesumar
37
relato de 
caso
No seu livro “Sistema agroindustrial da carne ovina: 
o exemplo do Mato Grosso do Sul”, do Me. André 
Sorio, o autor apresenta um trabalho de pesquisa 
desenvolvido durante o ano de 2008 e início de 
2009, num período em que ocorreram diversas mo-
dificações nos agentes do SAG da carne ovina em 
Mato Grosso do Sul, principalmente no elo da in-
dústria, como também no ambiente institucional.
Para descrever a cadeia produtiva da carne ovina, o 
autorlevantou informações sobre o fornecimento 
de insumos; a produção primária; os frigoríficos; o 
varejo e o consumo e as preferências do consumidor.
Para identificar os fatores organizacionais que atuam 
sobre a cadeia produtiva da ovinocultura foram co-
letados dados e informações sobre a câmara setorial 
específica; sobre os ovinocultores e suas associa-
ções; sobre as entidades promotoras e apoiadoras 
da atividade e sobre as universidades e instituições 
de pesquisa.
Finalmente, para investigar os fatores institucionais 
que influenciam a cadeia da ovinocultura foram 
coletadas informações sobre a legislação sanitária 
e de abate; o crédito oficial disponível; o sistema 
de tributação; as políticas públicas de incentivo e 
fomento; os fluxos de importação e exportação e 
o abate clandestino.
Resumindo, neste livro o autor abordou as relações 
entre estes grupos e a influência que o ambiente 
institucional e o ambiente organizacional exercem 
sobre a cadeia produtiva da ovinocultura e no SAG 
como um todo.
Fizeram parte do conjunto de agentes econômicos 
e sociais entrevistados para a execução desta obra 
produtores rurais, indústrias, varejistas, associações 
de produtores, empresas de pesquisa e ensino e 
órgãos governamentais.
Uma conclusão que o autor colocou em seu trabalho 
foi que a prática do abate clandestino aparece como 
grande impedimento ao desenvolvimento do SAG 
da ovinocultura, na medida em que provoca uma 
pressão baixista de preços através da concorrên-
cia desleal. Além disso, não estimula a melhoria 
das técnicas de criação pelo produtor rural e não 
é capaz de garantir ao mercado um produto com 
qualidade superior e que seja competitivo com as 
demais carnes. Existe deficiência de cooperação 
e de conhecimento dos problemas dos diferen-
tes atores em relação às dificuldades dos outros 
elos que compõem a cadeia. É fundamental que se 
aprofunde a integração dos agentes como forma 
de buscar mecanismos de coordenação mais efi-
cientes e que possam ampliar a competitividade 
do SAG da ovinocultura no estado.
O sistema agroindustrial (SAG) da ovinocultura 
no Mato Grosso do Sul vem aumentando sua im-
portância no cenário econômico, alavancada pela 
necessidade de diversificação das atividades produ-
tivas no meio rural. Por isso, é importante que sejam 
estudadas as relações entre as organizações e o am-
biente institucional do setor visando a descobrir os 
gargalos à obtenção de uma maior competitividade 
da cadeia produtiva da carne ovina. O desenvol-
vimento do agronegócio da ovinocultura é uma 
estratégia para o desenvolvimento rural, que pode 
gerar um grande impulso para a economia do país. 
Em Mato Grosso do Sul a ovinocultura é setor emer-
gente e com grande potencial de crescimento.
Os diagnósticos existentes sobre o sistema agroin-
dustrial da ovinocultura, em sua maioria, focalizam 
o assunto sobre o aspecto do impacto econômico 
da produção agrícola sobre o setor. No que se refere 
aos segmentos processamento, indústria, atacado 
e varejo, os indicadores de competitividade não 
estão disponíveis com a mesma facilidade. E mais 
Gestão de Negócios
38
relato de 
caso
raras ainda são as informações relativas a contra-
tos e formas de coordenação ao longo do sistema 
agroindustrial da ovinocultura.
Nesse sentido, é importante para os agentes do SAG 
da ovinocultura entender o contexto de relação 
dos ambientes institucionais e das organizações 
no suporte ao funcionamento e à coordenação da 
cadeia produtiva. Assim, será possível buscar formas 
consistentes de atuação, com o intuito de garantir 
a expansão da ovinocultura e aumentar os resul-
tados econômicos da atividade.
Diferente de uma análise voltada para um único 
agente, a abordagem de SAG remete à visão sis-
têmica do processo como um todo, englobando 
todos os agentes envolvidos desde a compra de 
insumos para produção, até a venda ao consumi-
dor final. Essa análise inclui o ambiente institucional 
e organizacional, que nem sempre é considerado 
quando se delimitam as cadeias produtivas para 
estudo, porém são indispensáveis para seu funcio-
namento e sustentabilidade. 
Instituições e organizações são os agentes que re-
almente fazem os sistemas funcionarem, atuando 
como margens para o fluxo das cadeias produtivas 
Já foram feitos diversos estudos sobre a cadeia pro-
dutiva da ovinocultura, no Brasil e mesmo em Mato 
Grosso do Sul. No entanto, as análises de maneira 
geral contemplam somente uma das dimensões do 
SAG, sem demonstrar a importância e a influência 
efetiva que o ambiente institucional e organizacio-
nal pode exercer sobre a cadeia produtiva da carne 
ovina. A partir deste estudo, poderão ser apontados 
caminhos para a busca de relações mais harmôni-
cas e formas mais eficientes de coordenação da 
atividade.
Saiba mais sobre este assunto pelos links:
http://goo.gl/WzL4FP
http://goo.gl/SrIiLi 
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39
2 CADEIA DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL
Professora Me. Thays J. Perassoli Boiko / Professor Me. Silvio Silvestre Barczsz
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará 
nesta unidade:
• O Início da Utilização do Termo Cadeia de Produção 
Agroindustrial no Brasil – Um Breve Histórico
• Conceituação e Definições de Cadeia de Produção 
Agroindustrial
• Aplicações do Conceito de Cadeia de Produção 
Agroindustrial
• Mercados Típicos Identificados em uma Cadeia de 
Produção Agroindustrial
• Setores das Cadeias de Produção Agroindustrial
• Ambientes das Cadeias de Produção Agroindustrial
• Aspectos das Cadeias de Produção Agroindustrial
Objetivos de Aprendizagem
• Enfatizar a origem e a importância do conceito de cadeia 
de produção.
• Apresentar as definições e conceitos de cadeia de produ-
ção e Cadeia de Produção Agroindustrial.
• Listar as aplicações do conceito de Cadeia de Produção 
Agroindustrial.
• Apresentar os mercados típicos identificados em uma Cadeia 
de Produção Agroindustrial.
• Apresentar os ambientes de Cadeias de Produção 
Agroindustriais.
• Analisar os aspectos que envolvem o conceito de Cadeia de 
Produção Agroindustrial.
Caro(a) aluno(a), seja bem vindo(a) a unidade II, porém antes de 
iniciar essa unidade, gostaria de relembrar alguns itens estudados 
da unidade anterior. 
Na unidade I, nós estudamos sobre Sistemas Agroindustriais, corren-
tes metodológicas, os principais conceitos e definições utilizados, 
sobre os agentes dos Sistemas Agroindustriais e sobre a coorde-
nação desses Sistemas.
Entre os conceitos e definições estudados, estava o de Cadeia de 
Produção Agroindustrial.
O conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial parte da identifi-
cação de um produto final, por isto é bastante usado nos estudos 
e/ou na gestão do Agronegócio. 
Por isso, nesta unidade o seu estudo estará focado nos conceitos 
e definições de Cadeia de Produção Agroindustrial, nas aplicações 
desses conceitos, nos mercados típicos identificados em uma Cadeia, 
nos setores, nos seus ambientes e nos aspectos das Cadeias, que 
influenciam diretamente em sua gestão.
Vamos iniciar esta unidade vendo um breve histórico da utilização 
do termo Cadeia de Produção Agroindustrial no Brasil.
Então, vamos aos nossos estudos. Espero que você aproveite!
Produção e Sistemas Agroindustriais
42
O INÍCIO DA UTILIZAÇÃO 
DO TERMO CADEIA DE PRODUÇÃO 
AGROINDUSTRIAL NO BRASIL – 
UM BREVE HISTÓRICO
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43
O conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial foi utilizado pela primeira vez no Brasil nos Anos de 1990, no processo de planeja-mento estratégico da Embrapa.
Neste momento, segundo Castro, Lima e Cristo (2002), a Embrapa 
buscava um foco conceitual para lidar com o ambiente externo e determi-
nar o seu planejamento estratégico, buscando uma mudança institucional. 
O objetivo central era rever quem eramos seus clientes, para incluir 
novos agentes. 
O conceito de agribusiness do trabalho de Davis e Goldberg (1957) foi 
utilizado e, nos anos seguintes, introduzido no Brasil com as seguintes de-
nominações: complexo agroindustrial, negócio agrícola e agronegócio. 
Assim, o conceito de Agronegócio passou a ser definido no Brasil em 
relação ao que ocorre em todos os processos interligados que propiciam a 
oferta dos produtos da agricultura e não apenas em relação ao que ocorre 
dentro dos limites da propriedade rural.
Produção e Sistemas Agroindustriais
44
A definição de Cadeia de Produção Agroindustrial parte da definição de Cadeia de Produção, termo adotado 
por Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001), 
também denominada, na literatura, de Cadeia 
Produtiva, termo adotado por Castro (2000) 
e Souza et al., (2003).
Neste Livro adota-se o termo Cadeia de 
Produção, que pode ser definido como:
 “a soma de todas as operações de pro-
dução e de comercialização que foram 
necessárias para passar de uma ou várias ma-
térias-primas de base a um produto final, isto 
é, até que o produto chegue às mãos de seu 
usuário (seja ele um particular ou uma or-
ganização)” (PARENT, 1979 apud BATALHA; 
SILVA, 2001, p. 41).
“... uma sucessão linear de operações téc-
nicas de produção” (BATALHA; SILVA apud 
BATALHA, 2001, p. 41).
A partir dessas definições, você pode per-
ceber que as Cadeias de Produção podem 
ser entendidas como um conjunto de com-
ponentes interativos, que incluem sistema 
de produção, fornecedores de insumos 
e serviços, indústrias de processamento e 
transformação, agentes de distribuição e 
comercialização.
CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÕES 
DE CADEIA DE PRODUÇÃO 
AGROINDUSTRIAL
Pós-Graduação | Unicesumar
45
Assim, a partir da definição de Cadeia 
de Produção, pode-se definir Cadeia de 
Produção Agroindustrial como a soma de 
todas as operações de produção e de comer-
cialização que foram necessárias para passar 
de uma ou várias matérias-primas agroindus-
triais de base a um produto agroindustrial final. 
Na Figura 1, apresenta-se uma ilustração 
de uma Cadeia de Produção Agroindustrial 
típica e genérica.
MERCADOS ENTRE OS 
PRODUTORES DE 
INSUMOS E SERVIÇOS DE 
APOIO E OS 
PRODUTORES RURAIS
FORNECEDORES E INSUMOS E 
SERVIÇOS DE APOIO
SETOR 
ANTES DA 
PORTEIRA
PRODUTORES RURAIS
Sistemas de Produção 1, 2, ..., n.
SETOR 
DENTRO DA 
PORTEIRA
MERCADOS ENTRE 
OS PRODUTORES 
RURAIS E AS 
AGROINDÚSTRIAS
AGROINDÚSTRIAS
SETOR 
DEPOIS DA 
PORTEIRA
MERCADO ENTRE 
AS AGROINDÚSTRIAS E 
OS DISTRIBUIDORES
DISTRIBUIDORES
MERCADOS ENTRE 
OS DISTRIBUIDORES E 
OS CONSUMIDORES
CONSUMIDOR
 Fluxo de Materiais Fluxo de Capital
Figura 1 - Uma Cadeia de Produção Agroindustrial Típica e Genérica
Fonte: Adaptado de Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001)
Nas Cadeias de Produção Agroindustriais, os sistemas de produção (ou sistemas produtivos) correspondem a um conjunto de componentes interativos, que tem por obje-
tivo a produção de alimentos, fibras, recursos energéticos e outras 
matérias-primas de origem agroindustrial, sendo um subsistema 
da Cadeia (CASTRO, 2000).
Produção e Sistemas Agroindustriais
46
APLICAÇÕES DO CONCEITO 
DE CADEIA DE PRODUÇÃO 
AGROINDUSTRIAL
Pós-Graduação | Unicesumar
47
Entender o conceito de Cadeia de Produção Agroindustrial é extrema-mente importante, devido às várias 
aplicações deste conceito.
Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001), ba-
seando-se em Morvan (1988), afirmam que a 
literatura aponta cinco principais utilizações 
para o conceito de Cadeia de Produção. Assim, 
eles listam e detalham as seguintes aplicações:
i) Cadeias de Produção 
Agroindustriais como 
metodologia de divisão setorial 
do sistema produtivo: esta 
utilização do conceito de Cadeias de 
Produção Agroindustrial consiste na 
tentativa de explicar a formação de 
ramos e setores, dentro do sistema 
produtivo.
ii) Cadeias de Produção 
Agroindustriais como ferramenta 
de formulação e metodologia 
de análise de políticas públicas 
e privadas: esta utilização consiste 
fundamentalmente em “... identificar 
os elos fracos de uma cadeia e 
incentivá-los através de uma política 
adequada”, conforme Batalha e 
Silva (apud BATALHA, 2001, p. 40) 
e ter uma visão global da Cadeia, 
evidenciando como ter uma melhor 
coordenação entre seus agentes.
iii) Cadeias de Produção 
Agroindustriais como ferramenta 
de formulação e metodologia 
de análise de estratégias 
organizacionais e setoriais: esta 
utilização busca analisar como as 
organizações (agentes), dentro 
de uma Cadeia de Produção 
Agroindustrial, formulam suas 
estratégias frente à concorrência, 
buscando defender-se ou colocar-
se em uma melhor situação. Esta 
utilização, também busca analisar as 
relações tecnológicas e econômicas 
entre os agentes de uma cadeia.
iv) Cadeias de Produção 
Agroindustriais como ferramenta 
de descrição técnica e econômica: 
esta utilização busca descrever as 
questões técnicas – “.... Operações 
de produção responsáveis pela 
transformação da matéria-prima em 
produto acabado ou semiacabado” 
(BATALHA; SILVA apud BATALHA, 
2001, pp. 40-41). E analisar as “...
relações econômicas que se 
estabelecem entre os agentes 
formadores da cadeia” (BATALHA; 
SILVA apud BATALHA, 2001, p. 41).
v) Cadeias de Produção 
Agroindustriais como 
metodologia de análise das 
inovações tecnológicas e apoio à 
tomada de decisão tecnológica: 
esta utilização busca estudar como 
se dá o processo de inovação 
tecnológica ao longo das Cadeias, 
quais os mecanismos utilizados no 
processo de inovação tecnológica 
e como ela altera a dinâmica de 
concorrência.
Produção e Sistemas Agroindustriais
48
Castro, Lima e Cristo (2002) listam as seguin-
tes aplicações do conceito de Cadeias de 
Produção Agroindustriais como:
i) Ferramenta de 
desenvolvimento setorial;
ii) Ferramenta de formulação de 
políticas públicas;
iii) Fóruns e câmaras de 
negociação entre elos das 
cadeias produtivas.
iv) Ferramenta de gestão de 
pesquisa e desenvolvimento e 
inovações tecnológicas.
v) Ferramenta de gestão de 
eficiência (produtividade e 
custo).
vi) Ferramenta de gestão da 
qualidade (diferenciação).
vii) Ferramenta de gestão da 
sustentabilidade ambiental.
viii) Ferramenta de gestão de 
mercados e oportunidades.
ix) Ferramenta de gestão de 
contratos.
x) Ferramenta de gestão da 
comunicação e da informação.
xi) Ferramenta de melhoria 
da base de informações 
(bibliografia, sites, bases de 
dados).
xii) Ferramenta de conscientização 
de lideranças.
xiii) Ferramenta de melhoria da 
imagem e sustentabilidade 
institucional.
Após analisar as aplicações do conceito de 
Cadeia de Produção Agroindustrial, podemos 
perceber que estas podem ser resumidas em 
três grupos de aplicações:
i) Ferramentas: de formulação, 
desenvolvimento, gestão, melhoria e 
de conscientização.
ii) Metodologia: divisão setorial e 
análise. 
iii) Fóruns e câmaras de negociação.
Além de ser importante estudar Cadeias de 
Produção Agroindustrial, devido às várias 
aplicações deste conceito, é importante 
também estudá-las, pois este estudo, como 
afirma Souza et al. (2003), leva à compre-
ensão da estrutura, do funcionamento, 
dos mercados e agentes das Cadeias, bem 
como compreender a interação entre estes 
agentes.
Pós-Graduação | Unicesumar
49
Em uma Cadeia de Produção Agroindustrial típica podem, segundo Batalha e Silva (apud BATALHA, 2001), 
ser identifi cados, no mínimo, quatro merca-
dos com diferentes características:
i) mercados entre os produtores de