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PREZADOS ESTUDANTES: Bem vindos à disciplina Bioquímica Fundamental, que fornecerá a você as bases estruturais e funcionais das biomoléculas. A disciplina pretende levá-lo a construir um conhecimento básico em bioquímica, que lhe será valioso em outras disciplinas de seu curso. Nossa dedicação ao curso, do professor e dos estudantes, é fundamental para essa construção. Lembre-se que o professor é um “facilitador”, mas o seu bom desempenho será fruto de seu esforço pessoal. Sejam Bem Vindos! CONSIDERAÇÕES GERAIS Material: CRONOGRAMA (Já disponível no PVAnet) Para garantir melhor rendimento na disciplina, sugerimos: 1 – Acompanhar as aulas pelo cronograma do curso, identificar o assunto no livro pelo objetivo citado no cronograma. BIOQUIMICA, não é difícil, mas a quantidade de matéria é muito grande. Portanto, fique em dia com a matéria. 2 – Antes da aula, ler a matéria anterior. 3 – Importante para uma boa prova: ler a matéria no mínimo 3 vezes: a primeira para tomar conhecimento do assunto. A segunda para tirar as dúvidas (procurar ajuda se necessário) e a terceira leitura é para a fixação. 4 – A prova consta de perguntas abertas, principalmente, por isso é importante ler o livro, pois assim você estará apto para responder bioquimicamente às perguntas. 5 – Importante não faltar às aulas, pois cada semana, pelo cronograma, é dado um capítulo com assunto diferente. Acima de 25% de aulas perdidas, o aluno é automaticamente reprovado. As faltas serão lançadas no Sapiens. 6 – As sabatinas deverão ser realizadas em sala de aula, na turma onde está matriculado. BQI 100 – BIOQUÍMICA FUNDAMENTAL – 4 (4-0) 2018 – I OBJETIVOS DA DISCIPLINA: Apresentar estruturas e propriedades de biomoléculas, correlacionando-as com suas funções celulares; Estudar o metabolismo destas biomoléculas, visando à compreensão da bioenergética envolvida em reações de degradação e de biossíntese; Entender a integração das vias metabólicas celulares. INFORMAÇÕES GERAIS: Coordenador Geral: Prof Pedro A. B. Reis (pedrobqi@gmail.com) Turma 07 - Profa. Juliana Rocha Lopes Soares Ramos (juliramos@ufv.br) Horário/Local: 2a 14-16h (PVB 109); 4a 16-18h (PVB 109) CONTROLE DE PRESENÇA: Chamada oral; Conforme Catálogo Geral UFV, para aprovação o aluno deverá ter, NO MÍNIMO, 75% de presença. AVALIAÇÕES: 3 Provas: 1a - 30 pontos; 2a 30 pontos; 3a 30 pontos - Realizadas nos horários normais de aula; Sabatinas: 10 pontos (em sala, ao longo do semestre ). LIVROS-TEXTO: NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5a ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 1274 p. OUTRAS REFERÊNCIAS: Cronograma. SEMANA CONTEÚDO 1 Apresentação da disciplina Carboidratos 2 Lipídios, Vitaminas Lipossolúveis 3 Nucleotídeos e Ácidos Nucleicos 4 Aminoácidos e Peptídeos 5 Proteínas 6 Princípios de Bioenergética 7 Enzimas PROVA 1 – (Carboidratos a Proteínas) SEMANA CONTEÚDO 8 Glicólise e catabolismo das hexoses 9 Ciclo do Ácido Cítrico 10 Fosforilação Oxidativa 11 Oxidação de Ácidos Graxos PROVA 2 – (Princípios de bioenergética a Fosforilação Oxidativa) SEMANA CONTEÚDO 12 Oxidação de aminoácidos e produção de uréia 13 Biossíntese de carboidratos 14 Fotossíntese 15 Biossíntese de lipídeos PROVA 3 – (Oxidação de ácidos graxos a fotossíntese) 16 Integração metabólica PROVA SUBSTITUTIVA – Data e local a combinar 17 Metabolismo de DNA, RNA e Proteínas CARBOIDRATOS 1 - INTRODUÇÃO • Carboidratos, açúcares, sacarídeos ou glicídeos • Biomoléculas mais abundantes na natureza CONCEITO: • Aldeídos ou cetonas poliidroxilados • No geral, possuem a relação C:H:O de 1:2:1 = (CH2O)n Ex.: Glicose = C6H12O6 ou (CH2O)6 FUNÇÕES: • Energética • Armazenamento (amido, glicogênio) • Estrutural e proteção (celulose, pectina, quitina, peptídeoglicano) • Reconhecimento celular (glicolipídeos ou glicoproteínas) 2 – CLASSIFICAÇÃO (Tamanho) Três classes principais: • Monossacarídeos Sakkharon (do grego) = açúcar • Oligossacarídeos (inclui dissacarídeos) • Polissacarídeos b - De acordo com o número de átomos de carbono: 3C – Trioses (aldotriose ou cetotriose); 4C – Tetrose (aldotetrose ou cetotetrose); 5C – Pentose (aldo ou cetopentose); 6C – Hexose (aldo ou cetoexose); 7C – Heptose (aldo ou cetoheptose). 2.1 – MONOSSACARÍDEOS • Uma só unidade de poliidroxialdeído ou -cetona • Unidades de construção de sacarídeos mais complexos - polissacarídeos • Características: Compostos sólidos Incolores Cristalinos Livremente solúveis em água Insolúveis em solventes apolares Sabor adocicado no geral • Classificação: a - De acordo com a posição da carbonila: - aldoses: na extremidade da cadeia (gliceraldeído) - cetoses: no interior da cadeia (diidroxicetona) 2.2 – ESTRUTURA DOS PRINCIPAIS MONOSSACARÍDEOS: 2.2.1 Trioses D-Gliceraldeído (GA) Aldotriose Diidroxicetona (DHA) cetotriose 2.2.2 Aldotetroses D-eritrose D-treose 2.2.3 Pentoses: D-ribose D-arabinose D-xilose Aldopentoses: D-ribulose D-xilulose Cetopentoses: 2.2.4 Hexoses: Aldoexoses: Cetoexoses: D-glicose D-manose D-galactose D-frutose ESTEREOISÔMEROS Compostos com mesma composição e mesma ordem de conexão de átomos, com arranjos moleculares diferentes D-gliceraldeído L-gliceraldeído A maioria das hexoses dos organismos vivos = forma D C* : - carbono quiral ou centro quiral - quatro ligantes diferentes (C assimétrico) - 2n estereoisômeros (n = nº de C*) CARBOIDRATOS se dividem em 2 grupos:: Quando o C* mais distante da carbonila (C de referência) 2 - mesma configuração do C* do L-gliceraldeído (Isômero L) 1 - mesma configuração do C* do D-gliceraldeído (Isômero D) 3 – ISOMERIA: 3.1 – Formas estruturais D e L A configuração no último C assimétrico baseia-se no D e L gliceraldeído. Os açúcares mais comuns são da série D. 3.2 – Epímeros São monossacarídeos que diferem em apenas um carbono assimétrico. • D-manose é epímero da D-glicose no C-2; • D-galactose é epímero da D-glicose no C-4. Epímeros (diferença em um átomo de carbono) 3.2 – Epímeros 4 – CICLIZAÇÃO DOS MONOSSACARÍDEOS: • Monossacarídeos com 5 ou mais C formam hemiacetais ou hemicetais • Novo carbono assimétrico na carbonila • Dois isômeros cíclicos: α e β Fórmulas de Haworth: • Forma furanosídica (anel de 5 elementos) e piranosídica (anel de 6 elementos) 4.1 – Aldoses: Forma de furanose → deriva do furano Ciclização entre a carbonila (C-1) e a hidroxila do C-4: α 4.2 – Ciclização da frutose: • A D-frutose é comumente encontrada na forma de furanose • Ocorre uma condensação entre a carbonila e C-5 D-frutose (forma de cadeia aberta) α-D-frutofuranose β-D-frutofuranose Ocorre uma condensação entre a carbonila e C-5 α-D-glicopiranose β-D-glicopiranose mutarrotação D-glicose Forma de piranose → derivado do pirano AÇÚCARES REDUTORES (a) Reação de Fehling e de Benedict (b) Reação catalisada pela glicose oxidase para a medida de glicose sanguínea D-glicose + O2 D-gliconato + H2O2 Glicose Oxidase AÇÚCARES REDUTORES Abreviações de monossacarídeos e alguns de seus derivados 5 – OLIGOSSACARÍDEOS:• São formados pela ligação glicosídica entre 2 até 10 monossacarídeos 5.1 – Dissacarídeos: • Seus nomes químicos derivam dos seus dois monossacarídeos constituintes 5.1.1. Naturais • Sacarose → O-α-D-glicopiranosil (1→2) β-D-frutofuranosídeo • Lactose → O- β-D-galactopiranosil (1→4) α-D-glicopiranose • Trealose → O-α-D-glicopiranosil (1→1) α-D-glicopiranosídeo 5.1.2. Produtos de hidrólise • Maltose → O-α-D-glicopiranosil (1→4) α-D-glicopiranose • Isomaltose → O-α-D-glicopiranosil (1→6) α-D-glicopiranose • Celobiose → O-α-D-glicopiranosil (1→4) β –D-glicopiranose 5.2 – Estruturas: • A união de dois monossacarídeos para formar a ligação O-glicosídica libera uma molécula de H2O e envolve um C anomérico de um dos monossacarídeos e a OH do outro monossacarídeo (do C anomérico ou não) 5.2.1 – SACAROSE: • Produto intermediário da fotossíntese, forma de transporte dos hidratos de carbono em alguns vegetais, através dos sistemas vasculares das folhas até as demais partes das plantas. O-α-D-glicopiranosil (1↔2) β-D-frutofuranosídeo Glc (α1↔2β) Fru SACAROSE É UM AÇÚCAR NÃO REDUTOR • Quando uma ligação ocorre entre um C anomérico e um gupo NH de uma outra molécula, temos a ligação N-glicosídica: glicoproteínas e nucleotídeos 5.2.2 – LACTOSE: • Ocorre apenas no leite O C anomérico do resíduo de glicose está disponível para a oxidação e assim lactose é um açúcar redutor 5.2.3 – TREALOSE: • principal constituinte da hemolinfa, fluido circulante dos insetos Apresenta poder redutor? Por quê? 5.3 – Dissacarídeos derivados de hidrólise de polissacarídeos: MALTOSE Apresenta poder redutor? Glc (α1→ β4) Glc ISOMALTOSE O-α-D-glicopiranosil (1→6) α-D-glicopiranose CELOBIOSE O- β -D-glicopiranosil (1→4) β –D-glicopiranose EXERCÍCIO Fazer a estrutura do seguinte trissacarídeo e dizer se é redutor ou não e porque: O-β-D-manopiranosil (1→6) O-α–D-glicopiranosil (1→4) O-α-D- galactopiranose Homopolissacarídeos Heteropolissacarídeos Não ramificada Ramificada Dois tipos de monômeros Múltiplos monômeros Polissacarídeos Polissacarídeos de reserva Amido – células vegetais Glicogênio – células animais Amido – amilose + amilopectina a) amilose • Estrutura com ± 300 unidades de α-D-glicopiranoses • Ligações α (1→4) • Cadeias longas não ramificadas (conformação helicoidal) Extremidad e não redutora Extremidad e redutora b) amilopectina • Estrutura com > 300 unidades de α-D-glicopiranoses • Ligações α (1→4) nas cadeias e α (1→6) nas ramificações • Cadeias com ramificações entre 24 a 30 resíduos GLICOGÊNIO • Polissacarídeo de reserva nos animais • Ocorre principalmente no fígado e músculos esqueléticos • Formado por mais de 500 unidades de α-D-glicopiranoses • Ligações α (1→4) nas cadeias e α (1→6) nas ramificações • Estrutura com ramificações a cada 8 ou 12 resíduos • Porquê não armazenar glicose livre? CELULOSE • Polissacarídeo mais abundante na natureza • É uma substância fibrosa, resistente e insolúvel em H2O • É formada por mais de 10.000 moléculas de β-glicose; • Encontrado na parede celular dos vegetais, onde tem função estrutural • Fornece energia para microrganismos e animais (cupins, ruminantes) que apresentam no trato digestivo microrganismos que secretam a enzima celulase, que hidrolisa as ligações β(1→4) Cadeia distendida (conformação em fibras) QUITINA • • Polissacarídeo estrutural dos invertebrados Estrutura química da quitina • Principal componente do exoesqueleto de aproximadamente 1.000.000 de espécies de artrópodes (insetos, lagostas e caranguejos) • Provavelmente, depois da celulose, é o polissacarídeo mais abundante • Também encontrado na parede celular de certos fungos • Formada por unidades de N-acetilglicosamina • Ligações β (1→4) • Cadeia distendida como a celulose DEXTRANAS • • Polissacarídeos bacterianos • Placa dentária • Sintética: utilização em produtos comerciais ÁGAR (AGAROSE) • • Polissacarídeo estrutural de parede celular de algas marinhas vermelhas • Heteropolissacarídeos sulfatados • Utilização em produtos comerciais Ácido hialurônico: formam soluções altamente viscosas e claras, as quais funcionam como lubrificantes nos fluidos sinoviais das juntas e conferem ao humor vítreo dos olhos dos vertebrados sua consistência gelatinosa. Glicoproteínas: apresentam um ou vários oligossacarídeos ligados covalentemente a proteínas; são encontradas no lado externo da membrana plasmática, na matriz extracelular e no sangue. Imunoglobulina G: é a principal classe de moléculas de anticorpos e uma das proteínas mais abundantes do soro sanguíneo. A porção Fc da molécula contém carboidratos associados. N-acetilglicosamina + D-glucurônico