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Nutrição Animal 2

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Nutrição Animal 2 
 
1. Água, Consumo Voluntário e Partição de Energia 
 
a) Água 
Tendo em vista a grande variedade de suas funções e a magnitude de seus requisitos, a água pode 
ser considerada o nutriente essencial mais importante para os animais. A água é o maior constituinte 
do corpo, e a manutenção estável de sua quantidade é rigidamente controlada nos mamíferos e 
aves. 
 
“Água de má qualidade acarreta prejuízos maiores que rações nutricionalmente deficientes”. 
 
 
 
� Importância da água 
A vida no planeta, considerando tanto plantas como animais, é dependente da regulação de troca de 
água entre os compartimentos intracelular e extracelular. 
As biomoléculas orgânicas e inorgânicas dos organismos vivos só podem reagir em meio aquoso. 
Assim, a água é uma molécula essencial à vida que tem a capacidade de solubilizar e modificar as 
propriedades das biomoléculas tais como as proteínas, ácidos nucléicos e carboidratos através da 
formação de ligações de hidrogênio com os grupos polares dessas moléculas. Essas interações em 
solução modificam as conformações e propriedades dessas biomoléculas. 
A água está diretamente relacionada com as seguintes funções essenciais da vida animal: 
 
• Regulação da temperatura corporal 
• Transporte de nutrientes e metabólitos 
• Digestão e metabolismo de nutrientes 
• Diluente (Veículo de excreção uréia, ácido úrico) 
• Homeostase mineral 
• Meio para reações químicas (solvente) 
• Faz parte das reações químicas (Hidrólise de proteína, gordura e carboidratos) 
 
� Distribuição da água corpórea 
A água está distribuída no corpo animal de forma heterogênea, de maneira a manter o equilíbrio 
dinâmico entre os compartimentos do organismo. A água intracelular representa mais de 45% do 
peso vivo enquanto o conteúdo extracelular aproximadamente 20%. O funcionamento normal do 
organismo se faz à custa de perdas ininterruptas de água que devem ser repostas constantemente 
através da água de bebida principalmente. 
 
� Fontes de água 
Água livre (de bebida): é a principal fonte de água para os animais, devendo ser limpa e livre de 
contaminações. 
Água metabólica: refere-se à água formada durante o processo de oxidação dos H₂ contidas nas 
proteínas, carboidratos e gorduras a nível de metabolismo orgânico. As gorduras produzem maior 
quantidade de água metabólica do que os carboidratos e proteínas. No entanto, os carboidratos 
produzem maiores quantidades de água metabólica por Kcal de energia metabolizável (EM) 
produzida. Neste caso, em condições de privação de água, seria indicada a ingestão de carboidratos. 
Animais que hibernam metabolizam gorduras e carboidratos de reserva para o fornecimento de 
energia, e isto produz suficiente água metabólica para a sua mantença. 
Água coloidal: Representa a água presa nos alimentos. 
 
� Qualidade da água 
A água distribuída aos animais deve ser potável, ou seja, deve ser pura sob os aspectos físicos, 
químicos e microbiológicos; deve ser agradável ao gosto, límpida e não desprender odor. A 
temperatura aconselhável varia entre 5 e 18°C. 
A origem das águas, as condições nas quais ela circula, tais como a natureza dos terrenos, 
porosidade, fissuras, canalizações, reservatórios, bem como os locais onde ela é consumida têm 
muita influencia na qualidade da água. A água de bebida deve ser analisada sob os pontos de vista 
bacteriológico e químico. 
Os testes bacteriológicos são necessários somente se existe presença de nitritos ou se a 
concentração de amônia e cloreto de sódio são anormais. 
Quanto aos exames químicos, deve-se considerar dois aspectos: a presença de minerais tóxicos, tais 
como o flúor que está na dependência do solo onde a água se situa, assim como o arsênico e o 
chumbo que são provenientes de contaminações industriais; o outro aspecto diz respeito a 
mineralização da água que, se por um lado é benéfica, por outro pode induzir a distúrbios no caso de 
concentrações anormais. 
“A análise de qualidade e limpeza periódica do bebedouro (remoção da matéria orgânica) → 
prejuízos zootécnicos” 
 
Critérios de Avaliação: 
• Físicos: cor, sabor, cheiro, turbidez e temperatura. 
• Químicos: pH, sólidos dissolvidos totais, dureza e elementos. 
• Bacteriológicos: nível de contaminação microbiana. 
 
� Mecanismo de sede 
Em conjunto com o hormônio antidiurético, a sede exerce um papel muito importante na 
homeostase da água. 
A sede tem sido definida como um desejo consciente de beber e deve ser distinguida do ato de 
beber em si, pois este pode ocorrer por outras razões que não a sede - tais como hábitos sociais e 
associação com as refeições. A função do mecanismo da sede é assegurar que a água seja reposta 
prontamente, quando ocorre uma deficiência. Outro aspecto de regulação da sede é o da saciedade. 
Ratos nefrectomizados, perfundidos com solução salina hipertônica, ingerem justamente a 
quantidade de água necessária para restaurar a osmolaridade plasmática a nível basal. Jumentos 
deprivados de água bebem o suficiente para recompor 7-20% do seu peso inicial, em apenas 5 
minutos, sem aparente dano a saúde (Nunes, 1998). 
 
� Relação Temperatura Ambiente X Ingestão de Água 
O aumento da temperatura ambiente leva a um incremento no consumo de água. As perdas de calor 
corporal pelos suínos e aves é um processo dificultoso, já que estes não possuem glândulas 
sudoríparas. Em clima quente há a necessidade de auxiliar a perda de calor destes animais através de 
ambientes adequados e água fresca. Com o aumento da temperatura estes animais podem dobrar o 
consumo de água. 
 
� Consumo 
Um homem adulto, sedentário, necessita de 1 cm³ de água para cada kcal de energia metabolizável 
ingerida. 
Isto pode ser estendido aos animais de todas as espécies domésticas, numa dieta de mantença. 
Tomando-se como média que 1g de matéria seca de alimento contém 4 kcal de energia 
metabolizável, pode-se estabelecer que um animal necessita quatro vezes mais água do que 
alimento, peso a peso (Nunes, 1998). 
Dos animais domésticos, a vaca leiteira é que mais sofre com uma privação de água, primariamente 
pela grande excreção no leite. O corpo contém, em média, de 55 a 65% de água. Em temperatura 
elevada recusam alimento a partir do quarto dia de privação e a perda de peso pode chegar a 16%. O 
aumento da temperatura ambiente eleva o consumo de água, sendo 27-30°C a faixa em que ocorre 
diferença marcante de consumo. O aumento da umidade ambiente reduz o consumo de água, 
porque reduz a evaporação corporal. 
Dietas com alto conteúdo de fibra não digerível promovem grandes perdas de água nas fezes, o que 
aumenta a ingestão de água (Nunes, 1998). 
 
� Necessidades de água dos animais 
Todas as espécies animais ingerem água para manter um nível constante de água corporal. A 
quantidade de água consumida pelos animais domésticos depende principalmente da temperatura 
do ambiente, peso vivo e da taxa de atividade metabólica do animal, ou seja, um bovino de corte 
consumirá um volume total de água muito maior do que um frango de corte durante um dia, mas se 
for feita uma medida relativa do consumo de água pelo peso, o frango de corte ingere mais água 
devido ao seu maior metabolismo. 
Outros fatores importantes que influenciam o consumo de água são: 
• a temperatura da água disponível para consumo, 
• consumo de alimento seco, 
• qualidade da água (pH, salinidade) e sua palatabilidade (CO₂), 
• ingredientes contidos na dieta, 
• umidade relativa do ar, 
• disponibilidade de bebedouros, 
• estado de saúde e nível de estresse. 
Usualmente os animais bebem mais água do que necessitam, podendo chegar ao exagero quando o 
alimento é escasso. Em situaçõeslivres de estresse, a ingestão diária corresponde a 5 ou 6% do peso 
corporal, ou seja, 2 a 5 kg de água por kg de matéria seca ingerida. Animais mais jovens possuem 
uma maior necessidade quando comparada aos adultos, devido sua maior perda pelos pulmões, 
superfície corporal e da menor capacidade em concentrar a urina. O maior consumo de água ocorre 
nas horas claras do dia. Quando os animais são alimentados em horários determinados, os padrões 
de consumo de água se modificam, ocorrendo picos em torno do horário de consumo de alimentos 
secos. Em ambientes quentes o consumo voluntário de água para baixar a temperatura corporal é 
importante e as variações do volume de água ingerida podem chegar a 60%. 
Os métodos convencionais de determinação de exigências de nutrientes não podem ser aplicados 
diretamente para a água, uma vez que esta é utilizada para manutenção dos tecidos, crescimento 
corpóreo, desenvolvimento fetal ou lactação. Além disso, os animais necessitam de água para 
desempenhar inúmeras atividades fisiológicas importantes, como termorregulação, homeostase de 
minerais, excreção de metabólitos, entre outros. Por isso, de modo geral, os animais devem ter 
acesso livre a uma fonte de água potável, salvo exceções como a muda forçada das aves poedeiras. 
A água é o nutriente mais importante para a vida. Diferente de outros nutrientes, onde uma 
deficiência poderia resultar em apenas uma queda no desempenho, uma falha no fornecimento de 
água pode levar a graves consequências, levando, em casos extremos, até à morte. Um dos principais 
sintomas de ingestão inadequada de água é a queda no consumo de alimento. Outros sintomas são: 
• desidratação, 
• aumento da frequência cardíaca, 
• aumento da temperatura corpórea, 
• aumento da frequência respiratória, 
• estado comatoso e morte. 
Recomenda-se a verificação periódica do sistema de fornecimento de água para evitar que 
problemas simples causem grandes prejuízos ao produtor. Atenção especial deve ser dada aos 
animais recém desmamados, pois a mudança do tipo de dieta (predominante líquida para sólida) 
deve ser acompanhada de um aumento no consumo de água, e às fêmeas em lactação que 
demandam uma quantidade muito superior de água em vista da produção de leite. O importante é 
garantir água fresca, de boa qualidade e sempre disponível para os animais. 
 
“A não ingestão da quantidade de água adequada prejudica o potencial produtivo!” 
 
� Regulação da ingestão voluntária de água 
As perdas de água dos animais são decorrentes de cinco vias: 
• pelos rins (urina), 
• intestinos (fezes), 
• pulmões (respiração), 
• pele (evaporação) 
• e produção de secreções (leite pelos mamíferos e ovos pelas aves). 
A regulação da ingestão voluntária de água é regida por dois mecanismos principais: a desidratação 
celular e o sistema renina-angiontensina. Estes mecanismos atuam estimulando a sede e induzindo o 
animal a consumir água. 
A consequência das perdas naturais de água pelo organismo é a diminuição do volume de líquido 
intravascular. Esta diminuição de volume resulta em hipotensão, devido à diminuição do débito 
cardíaco em decorrência da queda da volemia, e um aumento relativo da concentração plasmática 
de minerais, principalmente Na⁺ e Cl⁻. 
Esses eventos são reconhecidos pelos osmorreceptores do hipotálamo e pelos rins desencadeando 
uma cascata de eventos fisiológicos que visam corrigir as alterações sistêmicas. 
A resposta fisiológica a essas alterações é a produção de hormônio antidiurético (ADH) pelo 
hipotálamo e de renina pelas células justaglomerulares dos rins. Estes mecanismos são mais 
eficientes nos animais adultos do que nos jovens, por isso o cuidado para garantir o consumo 
suficiente de água deve ser maior para os recém-nascidos, principalmente as aves, que não possuem 
o leite materno como fonte de água. 
 
b) Consumo Voluntário 
Quantidade de alimento ingerido espontaneamente por um ou mais indivíduos em um período c/ 
livre acesso (Pereira et al., 2003). 
A capacidade de um alimento ser ingerido pelo animal depende de vários fatores que interagem em 
diferentes situações de alimentação, comportamento animal e meio ambiente. 
O controle do consumo envolve estímulos de fome e saciedade, que operam por intermédio de 
vários mecanismos neurohumorais. Os mecanismos homeostáticos que regulam o consumo 
procuram assegurar a manutenção do peso corporal e as reservas teciduais durante a vida adulta. 
Os mecanismos homeorréticos ajustam o consumo para atender as exigências específicas de vários 
estágios fisiológicos, como crescimento, prenhês e lactação. 
O apetite ou impulso de alimentação é uma função dos requerimentos energéticos, determinados 
pelo potencial genético ou pela condição fisiológica (MERTENS, 1994). 
A maioria dos animais de produção é alimentada à vontade, ou seja, tem livre acesso ao alimento na 
maior parte do tempo. Para que a produção seja eficiente é necessário elevar o nível de consumo 
voluntário, pois em geral, quanto mais o animal come, mais ele produz e se torna mais eficiente. 
Qualquer decréscimo no consumo voluntário tem efeito significativo sobre a eficiência de produção. 
 
� Mecanismos de regulação do consumo voluntário 
Pode ser regulado por três mecanismos: o psicogênico, que envolve o comportamento do animal 
diante de fatores inibidores ou estimuladores relacionados ao alimento ou ao ambiente; o fisiológico, 
onde a regulação é dada pelo balanço nutricional, e o físico, relacionado com a capacidade de 
distensão do rúmen do animal (MERTENS, 1994). Por esta razão, tamanho e condição corporal, raça e 
“status” fisiológico e as características da dieta são fatores universalmente aceitos como 
determinantes do consumo voluntário. 
Segundo Curtis, (1983) “os animais comem para atender suas necessidades de energia”, ou seja, a 
ingestão de energia metabolizável é feita no sentido de manter as necessidades de energia para 
mantença, crescimento e formação dos produtos, respectivamente. Por isso a importância de se 
respeitar a correta relação de energia/proteína na formulação de uma ração, evitando dessa forma 
desbalanços ao animal. 
Várias teorias têm demonstrado o mecanismo pelo qual o animal controla o consumo de alimento. 
O centro da saciedade e o centro da fome localizados no hipotálamo estão envolvidos neste 
mecanismo, sendo que o estímulo de um inibe a ação do outro. Quando o animal está saciado, há 
um estímulo no centro da saciedade que inibe o centro da fome, causando diminuição do consumo. 
O apetite do animal de alguma forma diminui o estímulo sobre o centro da saciedade, o que diminui 
a inibição sobre o centro da fome e desta forma a ingestão de alimento é aumentada (Curtis, 1983). 
A presença de Grelina no estômago envia o sinal para o hipotálamo que gera a sensação de fome, 
quando o animal come, a quantidade de grelina no estômago diminui e o animal tem a sensação de 
saciedade. 
Ingestão restrita e à vontade são relevantes somente para alimentação em cocho (animais 
confinados ou em estábulos). Em condições de pastejo há outros fatores físicos que limitam a 
ingestão. Onde os termos disponibilidade e acessibilidade são usados com frequência. A 
disponibilidade de forragem é determinada pela taxa de pastejo dos animais, densidade e morfologia 
das plantas. Outros fatores como, por exemplo, o esforço realizado pelo animal para percorrer 
grandes distâncias até fontes de água pode limitar a alimentação e, portanto, a ingestão. 
A pastagem sempre oferece um grau de seleção, até mesmo em condições de ingestão limitada: o 
grau depende da densidade e morfologia das espécies forrageiras presentes na pastagem. Assim 
acessibilidade e seleção estão inter-relacionadas. É importantetambém mencionar que a competição 
entre animais reduz a acessibilidade. 
Os fatores que fazem com que os animais cessem a alimentação são fisiológicos e incluem apetite, 
exigência metabólica e qualidade do alimento. 
 
� Desempenho x Incremento Calórico 
O incremento calórico atua diretamente sobre as células do hipotálamo para produzir saciedade. Em 
estresse por calor, os receptores centrais são mais sensíveis a este estímulo. Em ambientes frios a 
taxa já é elevada, sendo o incremento calórico insignificante e a inibição térmica não ocorre. Assim a 
alimentação persiste até que o trato digestivo fique cheio. Algumas práticas nutricionais podem ser 
realizadas para tentar minimizar os efeitos da alta temperatura sobre a diminuição do consumo. 
 
� Teorias sobre o Controle do Consumo Voluntário 
 
1) Teoria da distensão do trato gastrointestinal: a densidade energética da dieta está 
diretamente relacionada, tanto em ruminantes quanto em monogástricos, com o consumo 
voluntário (Curtis, 1983). O consumo de suínos alimentados à vontade é influenciado pela 
energia metabolizável da dieta. Quando a concentração de energia metabolizável é baixa, os 
suínos aumentam o consumo de alimento e vice-versa (Sobestiansky, et. al., 1998). Dietas 
grosseiras ou alimentos muito lignificados podem diminuir a capacidade ingestiva dos 
ruminantes, e essa limitação física pode causar uma diminuição da energia metabolizável 
disponível. Porém, quando o volumoso não atende as necessidades dos animais, o 
concentrado, principalmente energético, deve ser oferecido na tentativa de suprir as 
necessidades. A suplementação de gordura nas rações de vacas de alta produção, além de 
aumentar a densidade energética da dieta, eleva a produção de leite durante a fase inicial de 
lactação quando aumenta a necessidade de ingestão de energia. Em porcas em gestação tal 
teoria pode ser observada, pois a inclusão de fibra na dieta para diminuir o consumo de 
energia e manter a saciedade é bastante efetiva. 
2) Teoria Quimostática: segundo essa teoria, a glicose em monogástrico e os ácidos graxos 
voláteis em ruminantes, presentes na circulação sanguínea, estão diretamente relacionados 
com a saciedade. Porém, quando os animais cessam a alimentação os picos desses 
metabólitos não estão no máximo, talvez os limiares estejam abaixo deste pico. Tem sido 
sugerido que há uma relação inversa entre a gordura corporal e o consumo voluntário de 
alimentos (Curtis, 1983). Suínos com alta capacidade para deposição de tecido magro têm 
menor ingestão de alimento porque parte do mecanismo pelo qual os profissionais do 
melhoramento genético conseguiram reduzir a gordura da carcaça foi através da seleção 
contínua de animais de menor apetite. Por isso devemos ficar atentos ao realizarmos a 
restrição alimentar em suínos melhorados geneticamente (Sobestiansky, et. al., 1998). 
3) Teoria Termostática: de acordo com esta teoria, os animais em ambientes quentes tendem a 
reduzir a taxa metabólica, reduzindo a taxa de consumo do alimento na tentativa de diminuir 
a temperatura corporal. Em ambientes frios, os animais aumentam o consumo para tentar 
elevar a temperatura corporal. Ambos os processos causam diminuição nos processos 
produtivos por desviarem energia da produção (Curtis, 1983). 
 
c) Partição de Energia 
A energia utilizada pelos animais para o crescimento dos tecidos, produção, atividades físicas e 
manutenção da temperatura corporal é derivada de carboidratos, gorduras e proteínas da dieta. 
Dessa forma, a energia consumida pelo animal pode ser usada para as atividades, é convertida em 
calor ou armazenada nos tecidos corporais. A energia que excede a necessária para manutenção e 
deposição de proteína corporal não pode ser excretada do corpo do animal, então é armazenada 
como gordura. 
A energia não é considerada um nutriente, mas o produto de processos metabólicos (reações de 
oxido-redução) durante a oxidação de carboidratos, proteínas e lipídeos, sendo parcialmente retida 
na forma de ATP e parte perdida na forma de calor, que irá compor o incremento calórico. Esse 
também é produzido durante processos de anabolismo advindos da quebra do ATP, uma vez que as 
reações para ocorrerem necessitam de liberação de energia. 
Dessa forma, os carboidratos, proteínas e lipídeos dos alimentos atuam como combustível para os 
processos vitais dos seres vivos e cada um desses nutrientes é considerado pelo seu potencial em 
produzir energia na combustão. 
A partir da determinação da energia contida em um alimento houve considerável avanço nos estudos 
de fracionamento da energia, buscando descrever a utilização, as perdas e as eficiências energéticas 
pelo animal para os diferentes alimentos, dietas, níveis de consumo e produção. 
Com o avanço da pesquisa, ensaios de metabolismo foram empregados para determinar 
primeiramente a energia aparentemente digestível (ED), pela diferença entre energia bruta (EB) 
ingerida (alimento) e aquela excretada (Perda fecal formada por resíduo alimentar e perda 
endógena). As perdas fecais podem representar de 10% a 70% EB ingerida, sendo o principal fator 
determinante do valor nutricional do alimento. 
 
• Energia Bruta (EB): ingerida (alimento) 
• Energia Digestível (ED): diferença entre energia bruta (EB) e aquela excretada (Perda fecal 
formada por resíduo alimentar e perda endógena). A perda urinária representa a energia 
absorvida que foi eliminada na forma de compostos não utilizados, metabolitos (ureia) e 
produtos endógenos. A perda energética do calor de fermentação e provenientes dos gases 
produzidos resultante da fermentação (CO₂, CH₄ e outros), eliminados por eructação. 
• Energia Metabolizável (EM): corresponde à energia efetivamente disponível para o 
metabolismo do animal (mantença, crescimento e produção) e em média corresponde por 
82% da energia digestível (NRC, 2001), mas é variável de acordo com a dieta e espécie. 
• Energia Líquida (EL): a diferença entre a energia metabolizável ingerida e a produção de 
calor resulta na energia líquida (EL), ou seja, disponível para crescimento e produção (feto, 
leite, carne ou lã). 
Portanto a energia líquida (EL) equivale à energia utilizada para a realização de diferentes funções, 
sejam essas funções a retenção de substâncias nos tecidos e produtos ou a produção de calor 
liberado durante os processos de mantença. O conteúdo de EL de um mesmo alimento varia em 
função da espécie e condição fisiológica do animal para a qual o alimento é fornecido e em função da 
finalidade para a qual a energia será utilizada (mantença ou ganho) (CHWALIBOG, 2004). Isso ocorre 
porque as perdas de energia durante os processos digestivos e metabólicos irão influenciar na 
eficiência de fluxo de energia no animal. 
 
 
2. A Importância das Vitaminas e Minerais na Formulação de Dietas 
 
a) Vitaminas 
As vitaminas são moléculas orgânicas de estruturas complexas, encontradas naturalmente nos 
alimentos na forma de precursores e são responsáveis pelo controle de muitos processos 
metabólicos (ZEOULA e GERON, 2006). São classificadas segundo a solubilidade em dois grandes 
grupos: lipossolúveis e hidrossolúveis. 
São compostos orgânicos, que não podem ser sintetizados pelo organismo. Encontram-se em 
pequenas quantidades na maioria dos alimentos. São essenciais para o bom funcionamento de 
processos fisiológicos do corpo. São substâncias extremamente frágeis, podendo ser destruídas pelo 
calor, ácidos, luz e certos metais. Suas principais propriedades envolvem dois mecanismos 
importantes: o de coenzima (substância necessária para o funcionamento de certas enzimas que 
catalisam reações no organismo) e o de antioxidante (substâncias que neutralizam radicais livres).Hipovitaminose: Carência parcial de vitaminas. 
Avitaminose: Carência extrema ou total de vitaminais. 
Hipervitaminose: Excesso de ingestão de vitaminas. 
Pró-vitaminas: Substâncias a partir das quais, o organismo é capaz de sintetizar vitaminas. Ex: 
carotenos (pró-vitamina A) e esteróis (pró-vitamina D). 
Complexo vitamínico: Conjunto de diversas vitaminas. 
 
� Importância das vitaminas 
As vitaminas desempenham diversas funções no desenvolvimento e no metabolismo orgânico. No 
entanto, não são usadas nem como energia, nem como material de reposição celular. Funcionam 
como aditivos – são indispensáveis ao mecanismo de produção de energia e outros, mas 
em quantidades pequenas. A falta delas, porém, pode causar várias doenças, como o raquitismo 
(enfraquecimento dos ossos pela falta da vitamina D) ou o escorbuto (falta de vitamina C). 
As vitaminas representam: 
• 1/3 dos ingredientes da ração; 
• 2% do custo da ração; 
• 0,1% do peso da ração; 
• 100% das funções metabólicas. 
 
� Fatores Influenciadores 
• Teor nos alimentos; 
• Temperatura; 
• Ambiente; 
• pH; 
• Dieta; 
• Reservas; 
• Umidade; 
• Biodisponibilidade; 
• Luz; 
• Consumo; 
• Processamento. 
 
� Vitaminas Lipossolúveis: 
A absorção das vitaminas lipossolúveis ocorre de forma semelhante a dos lipídeos, normalmente, são 
armazenadas no organismo e são excretadas principalmente pelas fezes. 
 
• Digestão e absorção lipídica → fezes; 
• Acumulativa (intoxicação); 
• Excesso armazenado no fígado. 
 
Vitamina A: Retinal, Ácido retinóico ou Retinol 
Pode ser encontrada na forma de retinol (pré-formada), que é a sua forma natural. Sendo 
encontrada apenas em alimentos de origem animal e usualmente associada ás gorduras. Ou na 
forma de betacaroteno (pró-vitamina A). É o precursor da vitamina A, encontrado nos alimentos de 
origem vegetal. 
Funções: Crescimento e desenvolvimento dos tecidos, capacidade antioxidante, funções 
reprodutivas, integridade dos epitélios e importante para a visão. 
Carência: Queratinização das membranas de mucosas que revestem o trato respiratório, tubo 
digestivo e trato urinário. Queratinização da pele e do epitélio do olho. Alterações na pele, insônia, 
acne, pele seca com descamações, diminuição do paladar e apetite, cegueira noturna (xeroftalmia), 
úlceras na córnea, perda de apetite, inibição do crescimento, fadiga, anormalidades ósseas, perda de 
peso nos últimos 3 meses e aumenta a incidência de infecções. 
Excesso: Dores nas articulações, afinamento de ossos longos, perda de cabelo e icterícia. 
Fontes alimentares: Disponível em retinol no fígado, rim, nata, manteiga, leite integral, gema de ovo, 
queijo e peixes oleosos. Fontes de carotenos presentes na cenoura, abobrinha, moranga, batata 
doce, manga, melão, mamão, pimentão vermelho, brócolis, vegetais verdes folhosos, agrião, 
espinafre e etc. 
 
Vitamina D: Calciferol 
D2: ergocalciferol 
D3: colecalciferol 
É um pré-hormônio do tipo de esterol e sua base precursora na pele humana é o lipídeo 7-
deidrocolesterol. É fabricada principalmente quando há exposição do corpo ao sol. 
Funções: Fundamental para a absorção de cálcio e fósforo. Ajuda no crescimento, resistência dos 
ossos, dos dentes, dos músculos e dos nervos. 
Carência: Formação anormal dos ossos. Raquitismo e osteomalácia. 
Excesso: Hipercalemia, dor óssea, enfraquecimento e falhas no desenvolvimento e depósito de cálcio 
no tecido renal. 
Fontes alimentares: Leite e derivados, margarinas enriquecidas, peixes gordos, ovos, levedo de 
cerveja e etc. 
 
Vitamina E: Tocoferol 
É conhecida como tocoferol. É um óleo amarelo, estável em ácidos e no calor, insolúvel em água. 
Oxida muito lentamente, o que lhe dá um papel importante antioxidante. 
Funções: Antioxidante, O antioxidante quebra a ação dos radicais livres. 
Carência: Anemia hemolítica, distúrbios neurológicos, neuropatia periférica e miopatia esquelética. 
Altera as características organolépticas da carne (rancificação, odor e sabor desagradável). Causa 
Encefalomácia – perda da força no pescoço em aves, a cabeça fica virada e caída, o animal não 
consegue comer. 
Excesso: Não existe toxicidade conhecida. 
Fontes alimentares: Óleos vegetais (milho, oliva e algodão), nozes, amêndoa, avelã, gérmen de trigo, 
abacate, aveia, batata doce, vegetais verdes e frutas. 
 
Vitamina K: Quinonas, Metaquinonas e Metadiona 
K1 – quinonas – encontrada nas plantas 
K2 – metaquinonas – síntese bacteriana, absorção no IG. 
K3 – metadiona – sintética 
Funções: Catalisar a síntese dos fatores de coagulação do sangue no fígado. A vitamina K produz a 
forma ativa de precursores, principalmente a protombina, que combina com cálcio para ajudar a 
produzir o efeito coagulante. É necessária para manter a saúde dos ossos. 
Carência: Tendência a hemorragias. 
Excesso: Dispnéia e Hiperbilirrubinemia. 
Fontes alimentares: Vegetais verdes folhosos, fígado, feijão, ervilha e cenoura. 
 
� Hidrossolúveis: 
A absorção das vitaminas hidrossolúveis ocorre de maneira simples, sem a necessidade de sais 
biliares, são armazenadas no organismo e, portanto, exigem abastecimento quase diário e são 
excretadas principalmente pela urina. 
 
• Digestão e absorção Chos/Prot. → urina; 
• Não acumulativa (deficiência); 
• Ingestão diária. 
 
Vitaminas do complexo B: 
Tiamina (B1): 
Hidrossolúvel e levemente estável. Absorvida por transporte ativo no duodeno. 
Funções: Está envolvido na liberação de energia dos carboidratos, gorduras e álcool. No 
funcionamento do SNC, músculos e coração. Tem ação central no Ciclo de Krebs e favorece a 
atividade olfatória. 
Carência: Beribéri (dor e paralisia das extremidades, alterações cardiovasculares e edema), anorexia, 
indigestão, constipação, atonia gástrica, secreção insuficiente de ácido clorídrico, fadiga, apatia geral, 
enfraquecimento do músculo cardíaco, edema, insuficiência cardíaca e dor crônica no sistema 
músculo-esquelético (fibromialgia). 
Excesso: Pode interferir na absorção de outras vitaminas do complexo B. 
Fontes alimentares: Gérmen de trigo, ervilha, levedura, cereais matinais fortificados, amendoim, 
fígado, batata, carne de porco e gado, fígado, grãos e leguminosas. 
 
 
 
Riboflavina (B2): 
É um pigmento fluorescente amarelo esverdeado que forma cristais de agulhas amarelo 
amarronzadas. É solúvel em água relativamente instável ao calor, mas facilmente destruída pela luz e 
irradiação. 
Funções: Disponibiliza a energia dos alimentos, crescimento em crianças, restauração e manutenção 
dos tecidos. Transporte e transferência de H⁺ dentro da cadeia respiratória, importante para a 
síntese de ácidos graxos. 
Carência: Queilose (rachaduras nos cantos da boca), glossite (edema e vermelhidão da língua), visão 
turva, fotofobia, descamação da pele e dermatite seborréica. 
Excesso: Não existe toxicidade conhecida. 
Fontes alimentares: Iogurte, leite, queijo, fígado, rim, coração, gérmen de trigo, cereais matinais 
vitaminados, grãos, peixes oleosos, levedura, ovos, siri, amêndoa, semente de abóbora e vegetais. 
 
Niacina (B3): 
A niacina (ácido nicotínico) é convertida para nicotinamida, que é solúvel em água, estável em ácido 
e ao calor. Tem origem no metabolismo do triptofano. 
Funções: Necessário para a produção de energia nas células, auxilia as coenzimas transportadoras de 
H⁺ (NADH e FADH). Está envolvida nas ações das enzimas, incluindo o metabolismo dos ácidos 
graxos, respiração dos tecidos e para expelir toxinas. 
Carência: Fraqueza, pelagra, anorexia, indigestão, erupções na pele, confusão mental, apatia, 
desorientação e neurite. Deficiência de B3 = Deficiência de Serotonina.Excesso: Não existe toxicidade conhecida. 
Fontes alimentares: Carnes magras, fígado, peixes oleosos, amendoim, cereais matinais vitaminados, 
leite, queijo cogumelo, ervilha, vegetais folhosos verdes, ovos, alcachofra, batata e aspargos. 
 
 
Ácido pantotênico (B5): 
É encontrado amplamente na natureza e nas diversas funções do organismo. As bactérias intestinais 
sintetizam quantidades consideráveis. 
Funções: Transformação de energia de gorduras, proteínas e carboidratos para a produção de 
substâncias essenciais no corpo, incluindo hormônios e ácidos graxos. Convertido em coenzima A, 
controla o estresse. 
Carência: Doenças neurológicas, cefaléia, cãibras e náuseas. 
Excesso: Não existe toxicidade conhecida. 
Fontes alimentares: Fígado, rim, gema do ovo, leite, gérmen de trigo, amendoim, nozes, cereais 
integrais e abacate. 
 
Piridoxina (B6): 
A piridoxina é formada por três compostos químicos (piridoxamina, piridoxal, piridoxol). É 
encontrada em fontes naturais. Suas três formas são rapidamente absorvidas pelo intestino. 
Funções: Desempenha papel no sistema nervoso central. Participa do metabolismo dos lipídeos, na 
estrutura da fosforilase, no transporte de aminoácidos através da membrana celular. Síntese e 
armazenamento de glicogênio hepático e muscular. Auxilio na produção de energia e de 
hemoglobina. 
Carência: Anomalias do sistema nervoso central, desordens da pele, anemia, irritabilidade e 
convulsões. 
Excesso: Ataxia e neuropatia sensorial. 
Fontes alimentares: Gérmen de trigo, batata, banana, vegetais crucíferos, castanhas, nozes, peixe, 
abacate e semente de gergelim. 
 
Biotina (B7): 
A maior parte da biotina nos alimentos está presente como biocitina. É hidrolisada pela biotidinase 
do suco pancreático e secreções da mucosa intestinal para gerar biotina livre. 
Funções: Produção de energia dos alimentos, para a síntese de gorduras e para excreção dos 
resíduos de proteínas. Neutralização do colesterol (LDL). 
Deficiência: Alterações cutâneas. 
Excesso: Não existe toxicidade conhecida. 
Fontes alimentares: Gema de ovo, fígado, rim, coração, tomate, levedura, aveia, feijão, soja, nozes, 
alcachofra, ervilha e cogumelo. 
 
Ácido Fólico (B9): 
É encontrado nos alimentos na forma química de ácido pteroilglutâmico. É absorvido no intestino 
delgado. A flora bacteriana intestinal sintetiza folato. 
Funções: Age como coenzima no metabolismo dos carboidratos. Mantém a função do sistema 
imunológico. Em conjunto com a vitamina B12, está presente na síntese de DNA e RNA e participa na 
formação e maturação de células do sangue. Formação de proteínas estruturais (colágeno, miosina, 
queratina, albumina). Prevenção a anemia. Viabilidade espermática. Favorecimento ao programa 
gestacional. 
Deficiência: Anemia megaloblástica, lesões de mucosas, má formação do tubo neural, problemas de 
crescimento, transtornos gastrointestinais e alterações na morfologia nuclear celular. 
Excesso: Não existe toxicidade conhecida. 
Fontes alimentares: Vegetais folhosos verdes, fígado, beterraba, gérmen de trigo, careais matinais 
vitaminados, nozes, amendoim, grãos e leguminosas. 
 
Cobalamina (B12): 
Conhecida como vitamina B12. É um composto vermelho, cristalino, de alto peso molecular com um 
único átomo de cobalto no seu núcleo. 
Funções: Age como coenzima ligada ao metabolismo dos aminoácidos e à formação da porção heme 
da hemoglobina. Fundamental para a fabricação de DNA e RNA. Formação de células vermelhas do 
sangue (eritropoiese). Síntese de mielina (catalisa o impulso nervoso). 
Carência: Anemia perniciosa, anemia megaloblástica e distúrbios gastrointestinais. 
Excesso: Não existe toxicidade conhecida. 
Fontes alimentares: Produtos de origem animal, fígado, rim, carne magra, leite, ovos, queijo e 
leveduras. 
 
Vitamina C: Ácido Ascórbico 
Ácido instável e facilmente oxidado. Pode ser destruída pelo oxigênio, álcalis e altas temperaturas. 
Funções: Antioxidante, cicatrizante, crescimento e manutenção dos tecidos corporais , incluindo 
matriz óssea, cartilagem, colágeno e o tecido conjuntivo. Estimulo aos mecanismos de defesa 
prevenindo a gripe, fraqueza muscular e infecções. 
Carência: Pontos hemorrágicos na pele e ossos, capilares fracos, articulações frágeis, dificuldade de 
cicatrização de feridas e sangramento de gengivas. 
Fontes alimentares: Frutas cítricas, tomate, batata inglesa, batata doce, repolho, brócolis e outros 
vegetais e frutas amarelas e verdes. 
 
b) Minerais 
São substâncias de origem inorgânica que fazem parte dos tecidos duros do organismo, como ossos e 
dentes. Também encontrados nos tecidos moles como músculos, células sanguíneas e sistema 
nervoso. Possuem função reguladora, contribuindo para a função osmótica, equilíbrio ácido-básico, 
estímulos nervosos, ritmo cardíaco e atividade metabólica. 
Representa 5% do peso vivo animal adulto. 
São muitos, mas existem 25 que são essenciais, divididos em Inorgânicos e Orgânicos. 
 
� Minerais Inorgânicos 
São substâncias naturais que ocorrem na natureza no estado sólido, possuem uma estrutura interna 
de átomos na forma de arranjo geométrico com uma composição química definida. Estão divididos 
em: 
 
Macroelementos / Macrominerais 
• Cálcio (Ca), 
• Fósforo (P), 
• Magnésio (Mg), 
• Enxofre (S), 
• Sódio (Na), 
• Cloro (Cl), 
• Potássio (K). 
 
Microelementos / Microminerais 
• Boro (B) 
• Cádmio (Cd) 
• Cromo (Cr) 
• Cobre (Cu) 
• Flúor (F) 
• Iodo (I) 
• Ferro (Fe) 
• Manganês (Mn) 
• Molibdênio (Mb) 
• Silício (Si) 
• Estanho (Sn) 
• Vanádio (Vn) 
• Zinco (Zn) 
 
Elementos Traços 
• Arsênico (As) 
• Cobalto (Co) 
• Lítio (Li) 
• Selênio (Se) 
• Níquel (Ni) 
 
� Minerais Orgânicos 
Produzidos pelo homem, os minerais na forma orgânica atendem prontamente as necessidades do 
animal e tem sido cada vez mais utilizados pela indústria, que busca melhores resultados zootécnicos 
de forma sustentável. 
Quando fornecidos aos animais, os minerais na forma inorgânica sofrem interações com outros 
minerais e componentes da dieta, o que prejudica sua absorção, retenção e metabolismo. A 
presença de gorduras (saturadas e insaturadas), fitatos e taninos também favorece a formação de 
complexos e redução da absorção dos minerais pelo animal. 
O uso de minerais na forma orgânica tem sido amplamente difundido na indústria, principalmente 
pela maior biodisponibilidade destes em relação às fontes inorgânicas. Na forma orgânica, as 
moléculas de minerais são associadas a proteínas e/ou aminoácidos ou produtos de levedura (no 
caso do selênio), o que impede que ocorram interações com outros minerais ou componentes da 
dieta ao longo do trato gastrointestinal. Com isso, há um maior aproveitamento pelo animal e menor 
excreção no meio ambiente, além de melhor desempenho e qualidade de carne. 
Além de não interagirem com outros componentes da dieta, as fontes orgânicas de minerais 
apresentam menores riscos de contaminação por metais pesados (arsênio, paládio, cádmio, 
mercúrio, chumbo), dioxinas e difenilos policlorados (PCBs). São produtos de alto valor agregado e 
submetidos a um rígido controle de qualidade. 
É importante salientar que a absorção é maior e a dose de inclusão de minerais na dieta é menor, 
resultando em mais rentabilidade ao produtor. 
 
� Interação entre minerais 
Os minerais podem interagir entre si, com outros nutrientes e com fatores não nutritivos. Essas 
interações podem ser sinérgicas ou antagônicas, tomam lugar no próprio alimento, no trato 
digestivo, nos tecidos e no metabolismo celular (Georgieviskii et al., 1982). 
Elementos sinérgicos são aqueles que aumentam mutuamentea sua absorção no trato digestivo e 
cumprem a mesma função metabólica no tecido ou na célula. 
Entre os minerais orgânicos não existe antagonismo, somente sinergia, por isso tem melhor 
aproveitamento. 
− Minerais orgânicos retidos na estrutura dos animais – Mineralização correta 
− Minerais inorgânicos excretados nas fezes – Mineralização deficiente 
 
 
 
 
3. Aplicabilidade dos Aditivos Alimentares nas Dietas e Rações Comerciais 
Os aditivos são substâncias não nutritivas utilizadas nas rações para modificar beneficamente as 
características químicas, físicas, microbiológicas e sensoriais das rações (BERTECHINI, 2012). 
O uso de microingredientes tem por finalidade a prescrição de fórmulas racionais e 
tecnologicamente corretas, assegurando nutrição sustentável e economicamente viável. 
 
� Objetivos 
Garantir que os nutrientes ingeridos sejam digeridos e protegidos da destruição, absorvidos e 
transportados para as células do organismo, otimizando o desempenho animal. É comum a inclusão 
de microingredientes NÃO fornecedores energia aos animais, mas que possuem e conferem 
propriedades e/ou características desejáveis as formulações dietéticas comerciais. 
 
� Conceito 
“Substâncias adicionadas às dietas e rações em pequenas quantidades, com funções (prónutricionais, 
condicionadoras e/ou profiláticas), não sendo prejudiciais aos animais e não deixando resíduos nos 
produtos de consumo, desde que prescritos racionalmente” (BUTOLO & FEED ADDITIVE 
COMPENDIUM, 1998). 
 
� Classificação 
 
PROMOTORES DE ABSORÇÃO (PRÓ-NUTRIENTES): Conferem otimização no desempenho animal; 
COADJUVANTES (SUBSTÂNCIAS AUXILIARES): Atuam sobre as propriedades organolépticas, 
armazenamento e mistura dos ingredientes; 
PROFILÁTICOS: Utilizados de maneira geral para controlar e/ou combater doenças. 
 
 
Acidificantes: adicionados à dieta para reduzir o pH estomacal com o objetivo de facilitar a digestão 
e controlar a microbiota; 
Adsorventes: substâncias não absorvidas no intestino, ligando-se quimicamente as micotoxinas, 
desativando-as e promovendo seu transporte ao longo do trato intestinal até sua excreção; 
Aglutinantes: substâncias naturais ou artificiais que auxiliam e melhoram o processo de peletização 
das rações, aumentando a qualidade e durabilidade dos peletes; 
Anticoccidianos: compostos químicos que adicionados as rações previnem o aparecimento de 
coccidiose; 
Antifúngicos: previnem e/ou eliminam a presença de fungos em matérias primas e/ou rações; 
Antioxidantes: previnem a oxidação lipídica, retardando a deterioração, rancificação e perda da 
coloração dos tecidos cárneos; 
Conservantes: inibem e/ou controlam o crescimento bacteriano nos ingredientes e/ou rações; 
Aromatizantes conferem aroma; 
Palatabilizantes: modificam o paladar dos produtos destinados a alimentação animal, melhora a 
aceitação e o consumo; 
Pigmentantes: substâncias naturais ou artificiais que conferem ou intensificam a cor aos produtos 
destinados a nutrição animal; 
Enzimas: promovem hidrólise dos componentes dos alimentos tornando os nutrientes mais 
disponíveis para a absorção; 
Probióticos: bactérias fornecidas através da dieta, estabelecem microbiota capaz de competir pelos 
sítios de ligação no intestino delgado; 
Prebióticos: ingredientes não digeríveis, estimulam seletivamente o crescimento e/ou atividade de 
uma ou mais espécies bacterianas no intestino delgado; 
Simbióticos: aliam conjuntamente os microrganismos com substâncias específicas, estimulando o 
desenvolvimento e a atividade intestinal; 
Antibióticos: produtos quimicamente sintetizados que inibem o crescimento de certas bactérias; 
Desodorizantes: substâncias adicionadas nas rações, com a finalidade de reduzir o mau cheiro 
provocado pelas fezes.

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