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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES - IED Professora Vanessa Carvalho A Disciplina Esta disciplina tem como objetivo fornecer ao estudante uma visão global do direito, demostrando a complementaridade das disciplinas jurídicas, estabelecendo o sentido dos vocábulos jurídicos. O que é direito? Direito é o conjunto de normas jurídicas vigentes no país. Diferentes significados: Direito natural – é aquele que se compõe de princípios inerentes a própria essência da pessoa. Direito positivo – é aquele gravado nas leis e códigos. Direito subjetivo – é a possibilidade que a norma jurídica dá de um indivíduo exercer conduta prevista em lei. Direito objetivo – é a norma Ex: Direito Civil Ciência do direito – é a maneira de se entender o direito como objeto de estudo científico. FUNÇÃO SOCIAL DO DIREITO A função social do direito é solucionar conflitos e orientar a vida em sociedade (paz social). A SOCIEDADE E O DIREITO Desde a família percebe-se o propósito da existência de regras. O Direito surge como fenômeno humano e social uma vez que não se dirige ao homem isolado. “Ubis societas, ib jus; ubi jus, ib societas” Onde está a sociedade está o Direito, onde está o Direito está a sociedade. Natureza e cultura A cultura é o conjunto de tudo aquilo que o homem constrói sob a base da natureza, quer para modifica-la, quer para modificar-se. Sua finalidade de atender às necessidades do homem e da sociedade para concretizar valores ou ideias. Instrumento de Controle Social O direito não atua sozinho e sim com outros instrumentos de controle social. Direito e religião – Inegável a influência da religião como controladora ou limitadora da sociedade. Direito e moral – A moral é o instrumento de controle social que esta preocupado com o aperfeiçoamento humano. Teorias – distinção entre direito e moral. Teoria dos círculos concêntricos – O direito esta subordinado a moral. O campo da moral é mais amplo que o do direito. Teoria dos círculos secantes – Direito e moral estão em campos diferentes, porém com uma espécie de área de competência comum. Teoria dos círculos independentes – Direito e moral tem campo de atuação próprios. Teoria do mínimo ético – O direito é necessário para manter o equilíbrio de forças tendo por finalidade a segurança social e não o aperfeiçoamento social, característica essa da moral, pois se assim fosse, observar-se-ia o máximo ético. Tudo que é jurídico é moral, mas nem tudo que é moral é jurídico. CONCEITOS Moral – É tudo aquilo referente a um conjunto de princípios, preceitos, comandos, proibições, permissões, normas de conduta, valores e ideais de uma vida boa. Amoral – É tudo aquilo que não é nem contrário nem conforme a moral. É toda pessoa que não tem senso d que seja moral. Imoral – É tudo aquilo que é considerado desonesto, libertino, contrário à moral, ou seja, conduta que contraria a moral. Divisão do direito Direito Natural – é o direito concebido sob a forma abstrata, correspondendo a uma ordem de justiça, não é criação do homem, independe de atos de vontade. É a permanente aspiração e justiça que acompanha o homem. A corrente jusnaturalista trabalha no sentido de que além do direito escrito, há uma outra ordem superior aquela que é a expressão do direito justo. Direito positivo – o positivismo despreza os juízos de valor pra se apegar apenas aos fenômenos observáveis. Para essa corrente de pensamento o objeto da ciência do direito tem por missão estudar as normas que compõem a ordem jurídica vigente. CRÍTICA – O direito não se compõe exclusivamente de normas, as regras jurídicas tem sempre um significado, um valor a realizar. Teoria Pura do Direito Essa Teoria de Hans Kelsen, consistia em estudar o direito na sua essência, privado dos valores, ou seja, sem ser o direito comunista, nazista, espanhol ou capitalista. Kelsen não nega a ligação do direito a outros ramos, ele simplesmente afirma que a ciência jurídica é autônoma e não deve se contaminar com ideologias políticas. Pirâmide de Kelsen No Brasil de hoje, temos uma norma fundamental a (CRFB/88) e a partir dela vem uma série de novas normas que organizam nosso país Cada norma da pirâmide busca seu fundamento na norma imediatamente superior e todas em última análise estão ligadas a CRFB. TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO Essa teoria foi criada pelo jurista Miguel Reale em 1968. Segundo o filósofo, o direito deve ser estudado como NORMA, VALOR E FATO social. Reale pressupõe que não dá para imaginar leis, ou seja, a norma independente dos eventos sociais, dos hábitos, da cultura, das carências da sociedade. Inicialmente surge um Surge o fato novo e em seguida a necessidade de uma norma para lidar com ele, então atribuem-se um ou mais valores ao fato. Classificação do Direito Positivo O Direito positivo, institucionalizado pelo Estado divide-se: DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO Direito objetivo – é o direito como conjunto de regras obrigatórias que a todos se dirige e a todos vincula, ou seja, norma de comportamento que o indivíduo deve se submeter. Direito subjetivo – é a faculdade, derivada do direito objetivo, ou seja, poder reconhecido ao titular do direito de exigir de uma pessoa uma prestação capaz de satisfazer um interesse legítimo. DIREITO PÚBLICO E PRIVADO Direito Público – é o ramo do direito em que predomina o interesse público, ou seja, o do Estado. Ex: D. Adm, D. eleitoral, D. tributário. Direito Privado – é o ramo do direito em que predomina o interesse privado e que as partes se encontram em situação de igualdade. Ex: D. civil OBS: Alguns doutrinadores entendem pela existência de um direito misto, onde há confusão entre o interesse público e o provado. Ex: D. marítimo, D. do trabalho. FONTES DO DIREITO As fontes do direito são os fatos jurídicos de que resultam as normas (nascimento do direito). Dividem-se: Fonte formal – é a lei, é a doutrina, jurisprudência, os costumes, analogia e o princípios gerais do direito Fonte material – é matéria-prima da elaboração do direito. Delas se ocupam a sociologia e filosofia jurídica Lei – Para dirimir uma questão submetida à apreciação do judiciário a primeira fonte de que se lança mão é a lei. O poder competente para editá-la é o legislativo (regra geral) – Artigo 62 CRFB/88. Costume – As leis escritas não compreendem todo o direito, existem também as normas costumeiras (consuetudinárias) que obrigam igualmente. O costume é a regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo. Doutrina – é o conjunto de investigações e reflexões teóricas analisados e sustentados pelos autores no estudo das leis. Jurisprudência – é o conjunto de normas emanadas pelos juízes na sua atividade jurisdicional. São regras que se extraem das reiteradas decisões dos tribunais em uma mesma direção interpretativa. Não vincula o juiz. OBS: Existe uma divergência quanto ao entendimento de que a jurisprudência é fonte formal do direito. Para alguns autores como Caio Mario e Orlando Gomes a jurisprudência não pode ser considerada fonte formal porque o juiz é servo da lei e a função criadora da lei incumbe ao poder legislativo. Todavia a maior parte da doutrina entende como fonte formal já que ela é a atividade jurisdicional do Estado no exercício da aplicação do direito. Súmulas – são enunciados normativos que resumem as teses consagradas retiradas das decisões dos Tribunais Superiores (STJ e STF). Súmula Vinculante – São aquelas que vinculam , ou seja, não podem ser contrariadas pelos demais Juízes (artigo 130ª da CRFB/88) Da Integração da Norma Jurídica A integração da norma jurídica é o processo com o qual o magistrado recorre para a aplicação do direito ao caso concreto diante da falta de norma jurídica reguladora. Analogia – Aplicação a um caso não previsto a norma que rege caso análogo, pois fatos semelhantes exigem regras semelhantes. OBS: não é aplicada as leis penais Equidade – é a justiça no caso concreto. Algumas vezes o juiz se encontra face a um caso em que a lei lhe impõe determinada decisão porém sua consciência lhe dita solução contrária, nesse caso o julgador, quando expressamente autorizado pelo legislador, poderá socorrer-se da equidade afim de uma decisão justa. Ex: Artigo 413 do CC Princípios gerais do direito – São uma regra de convivência e por meio deles o intérprete investiga o pensamento mais elevado da cultura jurídica universal, buscando orientar seu pensamento jurídico. Tais princípios não vem especificados pelo legislador, constituindo seu enunciado manifestação do espírito do legislador. Ex: No direito de família os princípios gerais visam ao esforço do núcleo familiar; já no direito do trabalho o princípio dominante é a proteção do empregado. NORMA JURÍDICA Dentre as normas que regem o comportamento social do homens devemos distinguir as leis jurídicas. LEIS JURÍDICAS: LEI (direito escrito) COSTUME (d. não escrito) A norma jurídica é uma regra de conduta social, objetiva regular a atividade dos homens em suas relações sociais. OBS: Estudar as características (generalidade, abstratividade ...)e os critérios de classificação da norma jurídica (conteúdo, extensão territorial...) VALIDADE DA NORMA JURÍDICA A validade da norma jurídica decorre do ato de haver satisfeita todas as exigências legais. Segundo Reale a validade de uma norma jurídica pode ser vista por 3 aspectos: Técnico-formal – vigência Social – eficácia Ético - fundamento Vigência – Ter sido elaborada com observância dos requisitos essenciais: Emanada pelo órgão competente Com obediência dos trâmites legais Matéria de competência do órgão elaborador Eficácia – É o reconhecimento e vivência do direito pela sociedade. Fundamento – O valor ou o fim visado pela norma. Relação Jurídica Segundo Hermes Lima: “relações jurídicas são relações da vida social, entre pessoas consideradas sujeitos de direito, e cujos efeitos a lei garante”. Elementos: Sujeitos - Aqueles que se localizam no polo passivo e ativo. Chamam-se de sujeitos passivos aqueles que lhe é atribuído o dever ou obrigação e sujeitos ativos aqueles que atribuem o direito ou poder respectivamente. Objeto - Quando alguém possui um direito e outro uma obrigação, logo há de se supor a existência de algo concreto entre os dois, um liame, o objeto. Ex: compra e venda de imóvel onde figura o sujeito ativo como vendedor transmitente, o sujeito passivo comprador ou adquirente tendo como vínculo jurídico uma escritura e como objeto o imóvel. OBS: estudar as espécies de relação jurídica(abstrata/concreta; simples/ complexa ...) Conceitos importantes Direito potestativo – é o poder de praticar certo ato em conformidade com o direito que vai resultar certo efeitos na esfera jurídica de outras pessoas. Poder jurídico – é a situação jurídica em que a uma pessoa são atribuídos poderes relativo sobre outra, exercível em favor e no interesse desta. Abuso de direito – ocorre quando o titular o exerce fora dos limites do direito. Ônus – é a necessidade que o agente tem de comportar-se de determinado modo para realizar interesse próprio. HERMENÊUTICA JURÍDICA Hermenêutica é a interpretação do sentido das palavras. Tipos de interpretação das normas: A) QUANTO A ORIGEM: Autêntica – é quando emana do próprio poder que fez o ato cujo sentido e alcance ela declara. Obs: quando uma lei é emanada para interpretar outra lei. Judicial – é resultante das decisões prolatadas pela justiça, encontrada nas sentenças, súmulas... Administrativa – aquela cuja fonte é a própria administração pública através de despachos, pareceres... Doutrinária – é realizada cientificamente pelos juristas e doutrinadores em suas obras. B) QUANTO A NATUREZA Literal ou gramatical – toma como ponto de partida o exame do significado de cada palavra. Racional – Feita com a utilização de sistemas lógicos que priorizam o formalismo. Lógico sistemática – busca descobrir o sentido da norma situando-a no conjunto do sistema jurídico, compreendendo-a como parte do todo. Sociológica – discute o direito a partir das relações sociais, discutindo a efetividade e função social do direito. Histórica – Indaga as condições e o meio (momento histórico) em que a norma foi elaborada. Teleológica – Busca o fim que a norma jurídica tenciona servir ou tutelar. C) QUANTO AOS EFEITOS Extensiva – quando o intérprete conclui que o alcance da norma é mais amplo do que indicam os seus termos. Ex: Quando a lei diz filho e não descendente Restritiva – quando o intérprete restringe o sentido da norma ou limita sua incidência (escreveu mais do que pretendia). Ex: A lei diz descendente quando queria dizer filho Declarativa – quando se limita a declarar ou especificar o pensamento expresso na norma jurídica. As palavras expressam o espírito da lei. A LINDB O ordenamento jurídico compreende o sistema de legalidade do Estado, formado pela totalidade das normas vigentes. Assim, não pode deixar descoberto, sem dar solução ao litígio o que abalaria o equilíbrio e a ordem social. As normas se exprimem por meio de regras e princípios. Quando as regras colidem falamos em CONFLITO. O conflito entre normas deve ser resolvido através de meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga lei geral, a lei posterior afasta a anterior .... Os princípios são diretrizes gerais do ordenamento jurídico e entre eles não há conflito, mas sim COLISÃO, quando colidem não se excluem . A estrutura hierárquica da norma, segundo Hans Kelsen, enfatiza que as normas não estão todas no mesmo plano. Existem normas superiores e inferiores. Hierarquia das normas Normas constitucionais – ocupam o grau mais elevado da hierarquia das noras; todas as demais devem subordinar-se ás normas presentes na CRFB/88. Normas complementares – São as leis que complementam o texto constitucional. Normas ordinárias – São as elaboradas pelo Poder Legislativo em sua função típica. Ex: CC, CP, CTN ... Noras regulamentares – São os regulamentos estabelecidos pelas autoridades administrativas . Ex: Decretos, portarias Normas individuais – São normas que representam a aplicação concreta das demais normas. Ex: Sentença A LINDB é um decreto-lei 4657/42 que regula a vigência, validade, eficácia, aplicação, interpretação e revogação das normas do direito brasileiro. É uma lei sobre a lei. LINDB Art. 1º - “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada.” Vacatio legis – é o período que medeia a data da publicação da lei e da sua entrada em vigor. Busca facilitar ao cidadão o cumprimento da lei. Art. 2º - “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.” (P. da continuidade das leis) Derrogação – Revogação parcial Ab-rogação – revogação total A lei nova revoga a anterior quando trata sobre o mesmo assunto de forma diversa. Nos fatos ocorridos após a revogação, a lei antiga não produzirá qualquer efeito, cessando, desta forma a sua eficácia. Os fatos ocorridos anteriormente a edição da nova lei, a lei antiga poderá continuar produzir seus efeitos (ULTRATIVIDADE DA LEI) P. da Irretroatividade - A princípio as leis não devem retroagir para proteger o indivíduo contra possíveis arbitrariedades do legislador. RETROATIVIDADE – A lei nova pode atingir situações abrangidas por leis anteriores IRRETROATIVIDADE – A lei nova não pode atingir situações reguladas pela lei anterior. MAIS CONCEITOS IMPORTANTES Direito adquirido – é aquele que, na vigência de determinada lei, incorporou-se ao patrimônio do seu titular. Ex: Uma determinada norma garante aposentadoria por 30 anos de serviço e João trabalhou por 34 e ainda não se aposentou mas já tem direito adquirido visto que este independe do exercício. Coisa julgada – depois de decidida uma questão pelo judiciário, se não há mais possibilidade de recurso, faz ela lei entre as partes. Ato jurídico perfeito – é aquele que se realizou inteiramente sob a vigência de determinada lei.
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