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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES - IED Aula 22 de nov

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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES - IED
Professora Vanessa Carvalho
A Disciplina
Esta disciplina tem como objetivo fornecer ao estudante uma visão global do direito, demostrando a complementaridade das disciplinas jurídicas, estabelecendo o sentido dos vocábulos jurídicos.
O que é direito?
Direito é o conjunto de normas jurídicas vigentes no país.
Diferentes significados:
Direito natural – é aquele que se compõe de princípios inerentes a própria essência da pessoa.
Direito positivo – é aquele gravado nas leis e códigos.
Direito subjetivo – é a possibilidade que a norma jurídica dá de um indivíduo exercer conduta prevista em lei.
Direito objetivo – é a norma 
Ex: Direito Civil
Ciência do direito – é a maneira de se entender o direito como objeto de estudo científico.
FUNÇÃO SOCIAL DO DIREITO
A função social do direito é solucionar conflitos e orientar a vida em sociedade (paz social).
A SOCIEDADE E O DIREITO
Desde a família percebe-se o propósito da existência de regras. O Direito surge como fenômeno humano e social uma vez que não se dirige ao homem isolado.
“Ubis societas, ib jus; ubi jus, ib societas”
Onde está a sociedade está o Direito, onde está o Direito está a sociedade.
Natureza e cultura
A cultura é o conjunto de tudo aquilo que o homem constrói sob a base da natureza, quer para modifica-la, quer para modificar-se.
Sua finalidade de atender às necessidades do homem e da sociedade para concretizar valores ou ideias.
Instrumento de Controle Social
O direito não atua sozinho e sim com outros instrumentos de controle social.
Direito e religião – Inegável a influência da religião como controladora ou limitadora da sociedade.
Direito e moral – A moral é o instrumento de controle social que esta preocupado com o aperfeiçoamento humano.
Teorias – distinção entre direito e moral.
Teoria dos círculos concêntricos – O direito esta subordinado a moral. O campo da moral é mais amplo que o do direito.
Teoria dos círculos secantes – Direito e moral estão em campos diferentes, porém com uma espécie de área de competência comum.
Teoria dos círculos independentes – Direito e moral tem campo de atuação próprios.
Teoria do mínimo ético – O direito é necessário para manter o equilíbrio de forças tendo por finalidade a segurança social e não o aperfeiçoamento social, característica essa da moral, pois se assim fosse, observar-se-ia o máximo ético.
	Tudo que é jurídico é moral, mas nem tudo que é moral é jurídico.
CONCEITOS
Moral – É tudo aquilo referente a um conjunto de princípios, preceitos, comandos, proibições, permissões, normas de conduta, valores e ideais de uma vida boa.
Amoral – É tudo aquilo que não é nem contrário nem conforme a moral. É toda pessoa que não tem senso d que seja moral.
Imoral – É tudo aquilo que é considerado desonesto, libertino, contrário à moral, ou seja, conduta que contraria a moral.
Divisão do direito
Direito Natural – é o direito concebido sob a forma abstrata, correspondendo a uma ordem de justiça, não é criação do homem, independe de atos de vontade.
	É a permanente aspiração e justiça que acompanha o homem.
	A corrente jusnaturalista trabalha no sentido de que além do direito escrito, há uma outra ordem superior aquela que é a expressão do direito justo.
Direito positivo – o positivismo despreza os juízos de valor pra se apegar apenas aos fenômenos observáveis. Para essa corrente de pensamento o objeto da ciência do direito tem por missão estudar as normas que compõem a ordem jurídica vigente.
CRÍTICA – O direito não se compõe exclusivamente de normas, as regras jurídicas tem sempre um significado, um valor a realizar.
Teoria Pura do Direito
Essa Teoria de Hans Kelsen, consistia em estudar o direito na sua essência, privado dos valores, ou seja, sem ser o direito comunista, nazista, espanhol ou capitalista. 
	Kelsen não nega a ligação do direito a outros ramos, ele simplesmente afirma que a ciência jurídica é autônoma e não deve se contaminar com ideologias políticas.
Pirâmide de Kelsen
No Brasil de hoje, temos uma norma fundamental a (CRFB/88) e a partir dela vem uma série de novas normas que organizam nosso país
Cada norma da pirâmide busca seu fundamento na norma imediatamente superior e todas em última análise estão ligadas a CRFB.
TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO
Essa teoria foi criada pelo jurista Miguel Reale em 1968. Segundo o filósofo, o direito deve ser estudado como NORMA, VALOR E FATO social.
	Reale pressupõe que não dá para imaginar leis, ou seja, a norma independente dos eventos sociais, dos hábitos, da cultura, das carências da sociedade.
Inicialmente surge um 
Surge o fato novo e em seguida a necessidade de uma norma para lidar com ele, então atribuem-se um ou mais valores ao fato.
Classificação do Direito Positivo
O Direito positivo, institucionalizado pelo Estado divide-se:
DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
Direito objetivo – é o direito como conjunto de regras obrigatórias que a todos se dirige e a todos vincula, ou seja, norma de comportamento que o indivíduo deve se submeter.
Direito subjetivo – é a faculdade, derivada do direito objetivo, ou seja, poder reconhecido ao titular do direito de exigir de uma pessoa uma prestação capaz de satisfazer um interesse legítimo.
DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
Direito Público – é o ramo do direito em que predomina o interesse público, ou seja, o do Estado. Ex: D. Adm, D. eleitoral, D. tributário.
Direito Privado – é o ramo do direito em que predomina o interesse privado e que as partes se encontram em situação de igualdade.
Ex: D. civil
OBS: Alguns doutrinadores entendem pela existência de um direito misto, onde há confusão entre o interesse público e o provado. Ex: D. marítimo, D. do trabalho.
FONTES DO DIREITO
As fontes do direito são os fatos jurídicos de que resultam as normas (nascimento do direito).
Dividem-se:
Fonte formal – é a lei, é a doutrina, jurisprudência, os costumes, analogia e o princípios gerais do direito
Fonte material – é matéria-prima da elaboração do direito. Delas se ocupam a sociologia e filosofia jurídica
Lei – Para dirimir uma questão submetida à apreciação do judiciário a primeira fonte de que se lança mão é a lei.
	O poder competente para editá-la é o legislativo (regra geral) – Artigo 62 CRFB/88.
Costume – As leis escritas não compreendem todo o direito, existem também as normas costumeiras (consuetudinárias) que obrigam igualmente. 
	O costume é a regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo.
Doutrina – é o conjunto de investigações e reflexões teóricas analisados e sustentados pelos autores no estudo das leis.
Jurisprudência – é o conjunto de normas emanadas pelos juízes na sua atividade jurisdicional.
	São regras que se extraem das reiteradas decisões dos tribunais em uma mesma direção interpretativa.
	Não vincula o juiz.
OBS: Existe uma divergência quanto ao entendimento de que a jurisprudência é fonte formal do direito.
Para alguns autores como Caio Mario e Orlando Gomes a jurisprudência não pode ser considerada fonte formal porque o juiz é servo da lei e a função criadora da lei incumbe ao poder legislativo.
Todavia a maior parte da doutrina entende como fonte formal já que ela é a atividade jurisdicional do Estado no exercício da aplicação do direito.
Súmulas – são enunciados normativos que resumem as teses consagradas retiradas das decisões dos Tribunais Superiores (STJ e STF).
Súmula Vinculante – São aquelas que vinculam , ou seja, não podem ser contrariadas pelos demais Juízes (artigo 130ª da CRFB/88)
Da Integração da Norma Jurídica
	A integração da norma jurídica é o processo com o qual o magistrado recorre para a aplicação do direito ao caso concreto diante da falta de norma jurídica reguladora.
Analogia – Aplicação a um caso não previsto a norma que rege caso análogo, pois fatos semelhantes exigem regras semelhantes.
OBS: não é aplicada as leis penais
Equidade – é a justiça no caso concreto. Algumas vezes o juiz se encontra
face a um caso em que a lei lhe impõe determinada decisão porém sua consciência lhe dita solução contrária, nesse caso o julgador, quando expressamente autorizado pelo legislador, poderá socorrer-se da equidade afim de uma decisão justa.
Ex: Artigo 413 do CC
Princípios gerais do direito – São uma regra de convivência e por meio deles o intérprete investiga o pensamento mais elevado da cultura jurídica universal, buscando orientar seu pensamento jurídico.
	Tais princípios não vem especificados pelo legislador, constituindo seu enunciado manifestação do espírito do legislador.
Ex: No direito de família os princípios gerais visam ao esforço do núcleo familiar; já no direito do trabalho o princípio dominante é a proteção do empregado.
NORMA JURÍDICA
Dentre as normas que regem o comportamento social do homens devemos distinguir as leis jurídicas.
LEIS JURÍDICAS: 
LEI (direito escrito)
COSTUME (d. não escrito)
A norma jurídica é uma regra de conduta social, objetiva regular a atividade dos homens em suas relações sociais.
OBS: Estudar as características (generalidade, abstratividade ...)e os critérios de classificação da norma jurídica (conteúdo, extensão territorial...)
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
	A validade da norma jurídica decorre do ato de haver satisfeita todas as exigências legais.
	Segundo Reale a validade de uma norma jurídica pode ser vista por 3 aspectos:
Técnico-formal – vigência
Social – eficácia
Ético - fundamento
Vigência – Ter sido elaborada com observância dos requisitos essenciais:
Emanada pelo órgão competente
Com obediência dos trâmites legais
Matéria de competência do órgão elaborador
Eficácia – É o reconhecimento e vivência do direito pela sociedade. 
Fundamento – O valor ou o fim visado pela norma.
Relação Jurídica
Segundo Hermes Lima:
	
 “relações jurídicas são relações da vida social, entre pessoas consideradas sujeitos de direito, e cujos efeitos a lei garante”.
Elementos:
 Sujeitos - Aqueles que se localizam no polo passivo e ativo. Chamam-se de sujeitos passivos aqueles que lhe é atribuído o dever ou obrigação e sujeitos ativos aqueles que atribuem o direito ou poder respectivamente.
Objeto - Quando alguém possui um direito e outro uma obrigação, logo há de se supor a existência de algo concreto entre os dois, um liame, o objeto.
Ex: compra e venda de imóvel onde figura o sujeito ativo como vendedor transmitente, o sujeito passivo comprador ou adquirente tendo como vínculo jurídico uma escritura e como objeto o imóvel.
OBS: estudar as espécies de relação jurídica(abstrata/concreta; simples/ complexa ...)
Conceitos importantes
Direito potestativo – é o poder de praticar certo ato em conformidade com o direito que vai resultar certo efeitos na esfera jurídica de outras pessoas.
Poder jurídico – é a situação jurídica em que a uma pessoa são atribuídos poderes relativo sobre outra, exercível em favor e no interesse desta.
Abuso de direito – ocorre quando o titular o exerce fora dos limites do direito.
Ônus – é a necessidade que o agente tem de comportar-se de determinado modo para realizar interesse próprio.
HERMENÊUTICA JURÍDICA
	Hermenêutica é a interpretação do sentido das palavras.
Tipos de interpretação das normas:
A) QUANTO A ORIGEM:
Autêntica – é quando emana do próprio poder que fez o ato cujo sentido e alcance ela declara. Obs: quando uma lei é emanada para interpretar outra lei.
Judicial – é resultante das decisões prolatadas pela justiça, encontrada nas sentenças, súmulas...
Administrativa – aquela cuja fonte é a própria administração pública através de despachos, pareceres...
Doutrinária – é realizada cientificamente pelos juristas e doutrinadores em suas obras.
B) QUANTO A NATUREZA
Literal ou gramatical – toma como ponto de partida o exame do significado de cada palavra.
Racional – Feita com a utilização de sistemas lógicos que priorizam o formalismo.
Lógico sistemática – busca descobrir o sentido da norma situando-a no conjunto do sistema jurídico, compreendendo-a como parte do todo.
Sociológica – discute o direito a partir das relações sociais, discutindo a efetividade e função social do direito. 
Histórica – Indaga as condições e o meio (momento histórico) em que a norma foi elaborada.
Teleológica – Busca o fim que a norma jurídica tenciona servir ou tutelar.
C) QUANTO AOS EFEITOS
Extensiva – quando o intérprete conclui que o alcance da norma é mais amplo do que indicam os seus termos.
Ex: Quando a lei diz filho e não descendente
Restritiva – quando o intérprete restringe o sentido da norma ou limita sua incidência (escreveu mais do que pretendia).
Ex: A lei diz descendente quando queria dizer filho
Declarativa – quando se limita a declarar ou especificar o pensamento expresso na norma jurídica. As palavras expressam o espírito da lei.
A LINDB
	O ordenamento jurídico compreende o sistema de legalidade do Estado, formado pela totalidade das normas vigentes.
	Assim, não pode deixar descoberto, sem dar solução ao litígio o que abalaria o equilíbrio e a ordem social.
	As normas se exprimem por meio de regras e princípios. Quando as regras colidem falamos em CONFLITO.
	O conflito entre normas deve ser resolvido através de meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga lei geral, a lei posterior afasta a anterior ....
	Os princípios são diretrizes gerais do ordenamento jurídico e entre eles não há conflito, mas sim COLISÃO, quando colidem não se excluem .
	A estrutura hierárquica da norma, segundo Hans Kelsen, enfatiza que as normas não estão todas no mesmo plano. Existem normas superiores e inferiores.
Hierarquia das normas
Normas constitucionais – ocupam o grau mais elevado da hierarquia das noras; todas as demais devem subordinar-se ás normas presentes na CRFB/88.
Normas complementares – São as leis que complementam o texto constitucional.
Normas ordinárias – São as elaboradas pelo Poder Legislativo em sua função típica. Ex: CC, CP, CTN ...
Noras regulamentares – São os regulamentos estabelecidos pelas autoridades administrativas . Ex: Decretos, portarias
Normas individuais – São normas que representam a aplicação concreta das demais normas. Ex: Sentença
	A LINDB é um decreto-lei 4657/42 que regula a vigência, validade, eficácia, aplicação, interpretação e revogação das normas do direito brasileiro.
	É uma lei sobre a lei.
LINDB
Art. 1º - “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada.”
Vacatio legis – é o período que medeia a data da publicação da lei e da sua entrada em vigor. Busca facilitar ao cidadão o cumprimento da lei.
 Art. 2º - “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.” (P. da continuidade das leis)
Derrogação – Revogação parcial
Ab-rogação – revogação total
A lei nova revoga a anterior quando trata sobre o mesmo assunto de forma diversa.
	Nos fatos ocorridos após a revogação, a lei antiga não produzirá qualquer efeito, cessando, desta forma a sua eficácia.
	Os fatos ocorridos anteriormente a edição da nova lei, a lei antiga poderá continuar produzir seus efeitos (ULTRATIVIDADE DA LEI)
	P. da Irretroatividade - A princípio as leis não devem retroagir para proteger o indivíduo contra possíveis arbitrariedades do legislador.
RETROATIVIDADE – A lei nova pode atingir situações abrangidas por leis anteriores
IRRETROATIVIDADE – A lei nova não pode atingir situações reguladas pela lei anterior.
MAIS CONCEITOS IMPORTANTES
Direito adquirido – é aquele que, na vigência de determinada lei, incorporou-se ao patrimônio do seu titular.
Ex: Uma determinada norma garante aposentadoria por 30 anos de serviço e João trabalhou por 34 e ainda não se aposentou mas já tem direito adquirido visto que este independe do exercício.
Coisa julgada – depois de decidida uma questão pelo judiciário, se não há mais possibilidade de recurso, faz ela lei entre as partes.
Ato jurídico perfeito
– é aquele que se realizou inteiramente sob a vigência de determinada lei.

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