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12/4/2011 1 Prof Dr Marcio Eduardo de Barros Transportes Celulares Prof. Dr. Marcio Eduardo de Barros Membranas Biológicas Funções da membrana celular ? Definir o limite externo da célula. ? Ser seletivamente permeável, deixando passar l á i i somente os elementos necessários e importantes para a célula, impedindo a entrada de componentes danosos a sua sobrevivência ? Transporte de informações, permitindo à célula que qualquer modificação no meio em que ela viva possa ser sentida e transmitida ao seu interior para que as providências necessárias possam ser tomadas. Membranas Biológicas ? São estruturas altamente diferenciadas, destinadas a uma compartimentação única, na natureza. ? São capazes de selecionar, por mecanismos de transporte Ativos e Passivos os ingredientes que devem passar tanto para dentro e Passivos, os ingredientes que devem passar, tanto para dentro, como para fora. ? As membranas biológicas estabelecem um gradiente entrópico entre interior (Entropia baixa), e o exterior (Entropia alta), e consegue manter o interior em Estado Estacionário. Membranas Biológicas ? Características principais: ? Dupla, ? fluida, ? flexível, ? viscosa viscosa, ? possuidora de permeabilidade seletiva e sensores químicos. Formação das membranas biológicas Organizam-se espontaneamente em camadas. “Selam” automaticamente quando rompidas, pois têm tendência a adquirir a estrutura energeticamente mais favorável (sem estruturas hidrofóbicas em contato com a água). 12/4/2011 2 Formação das membranas biológicas Criação das membranas mediada por interações hidrofóbicas Membranas Biológicas ? Composição química: lipo-glico-protéica 1. Lipídeos: ? ESTRUTURAL. São moléculas anfipáticas (com domínio polar e apolar) que se diferenciam pelo grupamento alcoólico e existem em 3 titipos: ? FOSFOLIPÍDEOS, como fosfoglicerídeos e esfingolipídeos; ? GLICOLIPÍDEOS, como cerebrosídeos (com monossacarídeos) e gangliosídeos (com polissacarídeos) ? COLESTEROL, que se encaixa entre os fosfolipídeos e confere rigidez à MP, diminuindo a funcionalidade. Camadas Bi-lipídicas Membranas Biológicas ? Composição química: lipo-glico-protéica 2. Glicídeos: ? São estruturas polares que formam o glicocálix. Existem em dois tipos: ? Monossacarídeos e oligossacarídeos dos glicolipídeos ? Oligossacarídeos das glicoproteínas de membrana. Membranas Biológicas ? Composição química: lipo-glico-protéica 3. Proteínas: ? FUNCIONAL. São moléculas também anfipáticas e existem em 2 tipos: Í? INTEGRAIS OU INTRÍNSECAS, são fortemente associadas aos lipídeos sendo, portanto, de difícil remoção; ? PERIFÉRICAS OU EXTRÍNSECAS, estão fracamente associadas aos lipídeos e podem ser facilmente removidas com expectrina (uma das formas de Hb) Proteínas de membrana 12/4/2011 3 Membranas Biológicas Estrutura da Membrana Biológica O MODELO DO MOSAICO FLUIDO: ? A dupla camada de lipídios com 5nm de espessura contendo blocos protéicos mergulhados parcial ou totalmente e com mobilidade ao longo d l d b é idéi d i d b li d Membranas Biológicas do plano da membrana, essa é a idéia da arquitetura da membrana ligada ao modelo do MOSAICO FLUIDO. ? Esse modelo que foi desenhado por observações indiretas, explica de modo satisfatório o comportamento elétrico e os transportes ativos e passivos das substâncias que atravessam as células. ? É aplicável ao movimento de gases, sólidos e líquidos hidro e lipossolúveis. Membranas Biológicas ? Modelo do Mosaico Fluido ? Sugerido por Singer e Nicholson, onde as proteínas da membrana estão engatadas na camada lipídica, do lado interno, do lado externo, ou atravessando completamente a membrana. ? Existe uma grande variedade de proteínas membranais. ? A fluidez está condicionada ao tipo de ligações intermoleculares na membrana. ? O termo mosaico se deve ao aspecto da membrana na microscopia eletrônica. ? Atualmente, o modelo do mosaico fluido é o mais aceito, por encontrar apoio em várias evidências experimentais. ? Nenhum modelo de membrana está pronto, e a evolução das pesquisas irá melhorar o conhecimento atual. Propriedades elétricas básicas das membranas biológicas ? As membranas são isolantes (os lípidos são isolantes). ? As moléculas de água permeiam a membrana com as suas regiões polares perto das cadeias de C. ? Isto cria d.d.p entre exterior e interior. H2O H2O Membrana 12/4/2011 4 Poros ou Canais ? São passagens que permitem a comunicação entre o lado externo e o interno da célula. Os canais podem ser olhados como uma "falha" na continuidade da membrana. ? Os canais podem possuir carga positiva, negativa, ou serem destituídos de lét i carga elétrica. Poros ou Canais ? A natureza da carga seleciona os íons: ? Canais positivos, repelem cátions (+) deixam passar anions (-). ? Canais negativos, repelem anions (-) deixam passar cátions (+). ? Há canais sofisticados que possuem, além da barreira da carga, um ou dois portões que se abrem sob comando. ? O canal de Na+ é desse tipo. O portão fica fechado durante o potencial de repouso e se abre durante o potencial de ação. Apesar do mecanismo do portão ser acionado ativamente, o trânsito é ainda passivo nesses canais. Poros ou Canais ? Nos canais com carga, não passam substâncias sem carga, porque esses canais estão sempre ocupados. ? Há também poros sem carga. Os canais sem carga não devem ser considerados como um orifício, ou conduto, permanentemente aberto, e sim como uma flutuação mecânica de moléculas vicinais. Essas moléculas se afastam pela pressão das substâncias que possuem passe livre através da membrana. Transporte de Membrana Prof. Dr. Marcio Eduardo de Barros Porção apical Porção basal Porção lateral 12/4/2011 5 Permeabilidade das bi-camadas fosfolipídicas Poros ou Canais Diâmetro dos Canais x Volume dos Transeuntes ? Além da carga, o diâmetro dos canais seleciona os passantes conforme o volume dos íons. O Cl i f ilid d O í K+ é á l Cl ? O Cl- entra e sai com facilidade. O íon K+ é menos permeável que o Cl-, mas cerca de 200 vezes mais permeável que o Na+. Os anions HCO3- e fosfatos são muito pouco permeáveis. O Ca2+ tem comportamento especial. Proteínas de membrana Canal de Potássio (K+) Canal de Cálcio (Ca++) Poros ou Canais Concentração dos íons e Direção do Transporte ? O trânsito, nos canais, é passivo, e se faz de acordo com o gradiente de concentração: "Sempre do lado mais concentrado para o menos concentrado"Sempre do lado mais concentrado, para o menos concentrado . 12/4/2011 6 Membranas e Transporte Transporte molecular ? 1. Passagem do solvente: difusão osmótica. ? 2. Passagem do soluto: Transportes ativo e passivo. ? TRANSPORTE PASSIVO: é impulsionado por gradientes iônicos, não havendo gasto de energia a partir da hidrólise de ATP. Podem ocorrer de 2 d2 modos: ? Através da bicamada; ? Por difusão facilitada: ? MEDIADA POR CANAIS IÔNICOS OU PROTÉICOS: ? MEDIADA POR TRANSLOCADORES: ? TRANSPORTE ATIVO: há hidrólise de ATP para produção de energia. ? BOMBAS IÔNICAS: Mecanismos que transportam íons de Na+ e K+ ATPase: mantém o potencial negativo no interior celular. ? de H+ : mantém o pH em mitocôndrias e lisossomos. ? de Ca2+ ATPase: membranas do retículo sarcoplasmático e eritrócitos. ? de H+ e K+ ATPase: membranas parietais do estômago. Transporte de Moléculas Pequenas Transporte de Moléculas Pequenas Osmose Através de Membranas Seletivamente Permeáveis — "Difusão Efetiva" de Água ? A substância mais abundante que se difunde através da membrana celular é a água. ? A água se difunde usualmente nas duas direções, através da membrana dashemácias, a cada segundo, em um volume correspondente a cerca de 100 X o volume da própria célula. Nas condições normais, a quantidade que se difunde nas duas direções é equilibrada tão precisamente que o movimento efetivo da água que ocorre é zero. ? Conseqüentemente, o volume da célula permanece constante. Entretanto, sob certas circunstâncias, pode-se desenvolver diferença da concentração da água através de uma membrana, do mesmo modo como as diferenças de concentração podem ocorrer para outras substâncias. Transporte de Moléculas Pequenas Fatores Que Afetam a Velocidade Efetiva da Difusão ? Essa velocidade efetiva da difusão da substância em uma determinada direção desejada é determinada por diversos fatores. O Efeito da Diferença de Concentração sobre a Velocidade Efetiva da Difusão Através da Membrana Difusão Através da Membrana. ? Ex: A membrana celular com uma substância com maior concentração no lado externo e concentração mais baixa no lado interno. A velocidade com que a substância vai se difundir para o lado interno é proporcional à concentração das moléculas no lado externo, porque essa concentração determina quantas moléculas atingem a parte externa da membrana a cada segundo. O inverso também é verdadeiro. Transporte de Moléculas Pequenas Fatores Que Afetam a Velocidade Efetiva da Difusão Efeito do Potencial Elétrico da Membrana sobre a Difusão dos íons — O "Potencial de Nernst." ? Se um potencial elétrico for aplicado através da membrana, a carga elétrica dos íons faz com que eles se movam através da membrana mesmo que não exista diferença de concentração para provocar esse movimento. ? A concentração iônica negativa é a mesma em ambos os lados da membrana, mas aplicou-se uma carga positiva ao lado direito da membrana e uma carga negativa ao lado esquerdo, criando um gradiente elétrico através da membrana. A carga positiva atrai os íons negativos, ao passo que a carga negativa os repele. Assim, a difusão efetiva ocorre da esquerda para a direita. Transporte de Moléculas Pequenas Fatores Que Afetam a Velocidade Efetiva da Difusão Efeito do Potencial Elétrico da Membrana sobre a Difusão dos íons — O "Potencial de Nernst." ? Na temperatura normal do corpo (37°C), a diferença elétrica que vai calibrar uma dada diferença de concentração de íons univalentes — como íons sódio (Na+) — pode ser determinada pela fórmula a seguir, chamada de equação de Nernst:p g q ç ? EMF (em millivolts) = ± 61 log C1/C2 ? EMF é a força eletromotriz (voltagem) entre o lado 1 e o lado 2 da membrana, ? C1 é a concentração no lado 1, ? C2 é a concentração no lado 2. Essa equação é extremamente importante para a compreensão da transmissão dos impulsos nervosos. 12/4/2011 7 Transporte de Moléculas Pequenas Fatores Que Afetam a Velocidade Efetiva da Difusão Efeito da Diferença de Pressão Através da Membrana. ? Algumas vezes, diferenças consideráveis de pressão se desenvolvem entre os dois lados de membrana difusível. ? Ex: na membrana capilar sanguínea em todos os tecidos do corpo. A pressão é cerca de 20 mm Hg, maior dentro do capilar do que fora. ? Pressão, na verdade, significa a soma de todas as forças das diferentes moléculas que se chocam com uma determinada área de superfície em um certo instante. Transporte de Moléculas Pequenas Fatores Que Afetam a Velocidade Efetiva da Difusão Efeito da Diferença de Pressão Através da Membrana. ? Então, quando a pressão é maior em um lado da membrana do que no outro lado, isso f d d f d lé l h d l significa que a soma de todas as forças das moléculas se chocando contra o canal em um lado da membrana é maior que do outro lado. ? Na maioria das vezes, isso é causado por grande número de moléculas se chocando a cada segundo com um dos lados da membrana, do que no outro lado. ? O resultado é uma quantidade maior de energia disponível para causar o movimento efetivo das moléculas do lado de alta pressão para o lado de menor pressão. Transporte de Moléculas Pequenas Osmose Através de Membranas Seletivamente Permeáveis — "Difusão Efetiva" de Água ? Quando isso ocorre, passa a existir movimento efetivo de água através da b l l f d él l i h lh d d d membrana celular, fazendo com que a célula incha ou encolha, dependendo da direção do movimento da água. ? Esse processo efetivo de movimento da água causado por sua diferença de concentração é designado como osmose. Transporte de Moléculas Pequenas Osmose Através de Membranas Seletivamente Permeáveis — "Difusão Efetiva" de Água Pressão Osmótica ? Em um recipiente com água pura de um lado da membrana semipermeável e solução de cloreto de sódio do outro lado, fosse aplicada pressão sobre a solução de cloreto de sódio, a osmose da água para essa solução poderia diminuir, parar, ou até mesmo se inverter. ? A quantidade exata de pressão necessária para interromper a osmose é conhecida como pressão osmótica da solução de cloreto de sódio. Transporte de Moléculas Pequenas 12/4/2011 8 Transporte de Moléculas Pequenas Osmose Através de Membranas Seletivamente Permeáveis — "Difusão Efetiva" de Água ? O fator que determina a pressão osmótica de uma solução é a concentração da solução em termos de número de partículas (que é o mesmo que a concentração molar, no caso de uma molécula não dissociada), e não em termos de massa do soluto. ? "Osmolalidade”: Para expressar a concentração de uma solução em termos do número de partículas, a unidade, chamada osmol, é usada no lugar de gramas. Transporte de Moléculas Pequenas Difusão Passiva ? Uma só molécula em solução colide violentamente com outras moléculas, primeiro em uma direção, e depois em outra, e assim por diante, sempre aleatoriamente, colidindo milhares de vezes a cada segundo., g . Esse movimento contínuo de moléculas, umas contra as outras, nos líquidos ou nos gases, é chamado difusão. Transporte de Moléculas Pequenas Difusão Passiva ? A difusão através da membrana celular é dividida em 2 subtipos: chamados difusão simples e difusão facilitada. ? A difusão simples significa que o movimento cinético das moléculas ou dos íons ocorre através de uma abertura na membrana ou através dos espaços intermoleculares, sem que ocorra qualquer interação com as proteínas transpotadoras da membrana. ? A difusão simples pode ocorrer através da membrana celular por 2 vias: ? pela bicamada lipídica, no caso de lipossolúveis ? pelos canais aquosos que penetram por toda a espessura da membrana, por meio de alguma das proteínas transportadoras. Transporte de Moléculas Pequenas Transporte de Moléculas Pequenas Difusão Passiva ? A difusão facilitada requer a interação com uma proteína transportadora. ? A difusão facilitada permite a passagem de moléculas polares carregadas como carboidratos, aminoácidos, nucleosídeos e íons, através da membrana plasmática. ? Duas classes de proteínas que participam da difusão facilitada são geralmente distinguidas: ? proteínas carreadoras ? canais proteicos 12/4/2011 9 Transporte de Moléculas Pequenas ? Efeito da concentração de uma substância sobre a velocidade de difusão através da membrana, por difusão simples e por difusão facilitada. A difusão facilitada tende para uma Vmax. Transporte de Moléculas Pequenas As Comportas das Proteínas Canais. ? As comportas das proteínas canais fornecem um meio para controlar a permeabilidade iônica dos canais. ? Acredita-se que algumas dessas comportas sejam extensões da molécula semelhantes às das proteínas transportadoras que podem ocluir a abertura de um canal ou podem ser retiradas dessa abertura por alteração da conformação da própria molécula de proteína. ? A abertura e o fechamento desses canais podem ser controlados por doismodos: Transporte de Moléculas Pequenas As Comportas das Proteínas Canais. 1. Por variações da voltagem. ? Nesse caso, a conformação molecular do canal ou das suas ligações químicas reage ao potencial elétrico através da membrana celular. químicas reage ao potencial elétrico através da membrana celular. ? Por exemplo, se existir forte carga negativa no lado interno da membrana celular, presumivelmente as aberturas externas do canal do sódio permanecerão fechadas; de modo inverso, se o lado interno da membrana perdesse sua carga negativa, essas aberturas poderiam, de modo abrupto, se abrir, permitindo que grande quantidade de sódio entrasse na célula, passando pelos poros de sódio. ? Esse é o mecanismo básico para a geração de potenciais de ação nas fibras nervosas responsáveis pelos sinais nervosos. Transporte de Moléculas Pequenas As Comportas das Proteínas Canais. 2. Por controle químico (por ligantes). ? Algumas comportas das proteínas canais dependem da ligação de substâncias químicas (ou ligante) com a proteína; isso causa alteração substâncias químicas (ou ligante) com a proteína; isso causa alteração conformacional da proteína ou de suas ligações químicas na molécula da proteína que abre ou fecha sua comporta. ? Um dos mais importantes exemplos de controle químico é o efeito da acetilcolina no chamado canal de acetilcolina. A acetilcolina abre esse canal, formando um poro negativamente carregado, que permite a passagem de moléculas sem carga ou de íons positivos menores que seu diâmetro. Esse tipo de comporta é extremamente importante para a transmissão dos sinais nervosos de uma célula nervosa para outra e das células nervosas para as células musculares, para a contração muscular. Transporte de Moléculas Pequenas ? Difusão facilitada ? O transportador de glicose alterna-se entre duas conformações nas quais o sítio de ligação da glicose é alternativamente exposto do lado de fora e do lado de dentro da célula. Na primeira conformação (A), a glicose liga-se ao sítio exposto no lado de fora da membrana plasmática. ? O transportador então passa por uma mudança conformativa de maneira que o sítio de ligação para a glicose passe a ficar voltado para o lado de dentro da célula e a glicose é liberada no citosol (B). O transportador então retorna à sua conformação original (C). 12/4/2011 10 Transporte de Moléculas Pequenas Canais lônicos ? Ao contrário das proteínas carreadoras, os canais proteicos simplesmente formam poros abertos na membrana, permitindo que pequenas moléculas com tamanho e carga apropriada passem livremente através da bicamada lipídica. ? Um grupo de canais proteicos, são as porinas, que permitem a passagem livre de íons e pequenas moléculas polares através da membrana externa de bactérias. ? Os canais proteicos também permitem a passagem de moléculas entre células conectadas por junções tipo fenda. ? A membrana plasmática de várias células também contém canais protéicos aquosos (aquaporinas), através dos quais moléculas de água são capazes de atravessar a membrana muito mais rapidamente do que difundirem-se através bicamada lipídica. Transporte de Moléculas Pequenas Canais lônicos ? Os canais proteicos mais bem conhecidos, contudo, são os canais iônicos, que intermedeiam a passagem de íons através da membrana plasmática. ? Embora os canais iônicos estejam presentes nas membranas de todas as células, eles têm sido bem estudados especificamente nos tecidos nervoso e muscular, onde a regulação da abertura e do fechamento destes é responsável pela transmissão de sinais elétricos. ? 3 propriedades dos canais iônicos são fundamentais para o desempenho de suas funções: Transporte de Moléculas Pequenas ? 1ª: o transporte através de canais é extremamente rápido. ? Mais de um milhão de íons atravessam canais abertos em cada segundo — uma taxa de fluxo aproximadamente 1000 X maior do que a taxa transportada por proteínas carreadoras. ? 2ª: os canais iônicos são altamente seletivos pois seus poros estreitos ? 2 : os canais iônicos são altamente seletivos pois seus poros estreitos restringem a passagem somente a íons com tamanho e carga apropriados. ? Assim, os canais proteicos específicos permitem a passagem de Na+, K+, Ca+2 e Cl- através da membrana. ? 3ª: a maioria dos canais não está permanentemente aberta. ? Ao invés disso, a abertura dos canais iônicos é regulada por "portas" que de forma transiente são abertas em resposta a estímulos específicos. Alguns canais abrem-se em resposta à ligação de neurotransmissores ou outras moléculas sinalizadoras; outros canais abrem-se em resposta alterações do potencial elétrico na membrana plasmática. Transporte de Moléculas Pequenas ? Na conformação fechada, o fluxo de íons é bloqueado por um portão. ? A abertura do portão possibilita que os íons fluam rapidamente através do canal. p ? O canal contém um poro estreito que restringe a passagem a íons que tenham tamanho e carga apropriados. 12/4/2011 11 Transporte de Moléculas Pequenas Canais lônicos ? Em 1952, Alan Hodgkin e Andrew Huxley em 1952, utilizando células nervosas gigantes de lulas como modelo (1 mm), no qual foi possível a inserção de eletrodos e a avaliação das mudanças no potencial de ação de i l d t lt õ t i l d impulsos nervosos, demonstraram que essas alterações no potencial de membrana resultam da regulação da abertura e do fechamento dos sinais de Na+ e K+ na membrana plasmática. ? Assim, tornou-se possível o estudo da atividade de um canal iônico individual, utilizando-se a técnica de patch clamp desenvolvida por Erwin Neher e Bert Sakmann em 1976, isolando com uma micropipeta (1μm) um único canal de membrana, permitindo a análise do fluxo de íons através de um único canal, aumentando muito a precisão com a qual as atividades dos canais iônicos podem ser estudadas. Transporte de Moléculas Pequenas ? A técnica de patch clamp: Uma pequena porção de membrana é isolada na ponta da micropipeta. ? Um estímulo pode então ser aplicado a partir da i i d bi d l i l d pipeta, criando um ambiente onde o canal isolado possa ser mensurado. Transporte de Moléculas Pequenas ? O fluxo de íons através de canais de membrana é dependente do estabelecimento de gradiente de íons através da membrana plasmática. ? Todas as células, incluindo células nervosas e musculares, contêm bombas d í ili i d i d d hid óli d ATP de íons que utilizam energia derivada da hidrólise do ATP para transportar ativamente íons através da membrana plasmática. ? Conseqüentemente, a composição iônica do citoplasma é substancialmente diferente daquela dos fluidos extracelulares. ? Ex: Na+ é ativamente bombeado para fora da célula, enquanto o K+ é bombeado para dentro. Transporte de Moléculas Pequenas Concentração (mM) Íon Intracelular Extracelular Axônio de lula K+ 400 20 Na+ 50 450 Cl- 40-150 560 Ca2+ 0,0001 10 Célula de Mamífero K+ 140 5 Na+ 50 440 Cl- 4 110 Ca2+ 0,0001 2,5-5 Transporte de Moléculas Pequenas ? O fluxo de íons através da membrana é dirigido tanto pela concentração como: ? Ex: o fato de a concentração de K+ ser 20 X superior no interior de ô i d l l d d fl id l l i axônios de lulas, quando comparada com os fluidos extracelulares, orienta o fluxo de K+ para fora da célula. Porém, como o K+ é positivamente carregada, este efluxo de K+ a partir da célula gera um potencial elétrico através da membrana, fazendo com que o interior da célula fique negativamente carregado. Esse potencial da membrana é contrário ao fluxo contínuo de K+ para o lado de fora da célula, sistema é encaminhado para um estado de equilíbrio, no qual o potencial de membrana equilibra o gradiente de concentração do K+. ? Gradientes de íonse potencial de membrana em repouso de axônios gigantes de lulas. O Na+ é bombeado para fora enquanto o K+ é bombeado para dentro. A membrana em repouso é mais permeável ao K+ do que ao Na+ ou outros íons, porque esta contém canais de K+ abertos. O fluxo do K+ através dos canais é um dos responsáveis pela manutenção do potencial de membrana em repouso de -60mV, que é próximo do potencial de equilíbrio do K+. 12/4/2011 12 ? Inativação dos canais de K+ e Na+ Após a abertura controlada por voltagem, os canais de K+ e Na+ são rapidamente inativados pela ligação de porções citoplasmáticas de cadeias polipeptídicas ao poro. Para o canal de K+, a inativação é mediada por um mecanismo de bola e cadeia (do inglês, ball-and- chain), no qual a bola corresponde à porção amino terminal da cadeia polipeptí- dica. Para o canal de Na+, a inativação é mediada por alças intracelulares que conectam os domínios III e IV. Transporte de Moléculas Pequenas ? Quantitativamente, a relação entre a concentração de íons e o potencial de membrana é dada pela equação de Nernst: V= RT 1n Co ZF CiZF Ci ? Onde: ? V é o potencial de equilíbrio em volts, ? R é a constante do gás, ? T é a temperatura absoluta, ? Z é a carga do íon, ? F é a constante de Faraday, e ? Co e Ci são as concentrações de íons fora e dentro da célula, respectivamente. Transporte de Moléculas Pequenas ? O potencial de equilíbrio existe separadamente para cada íon, e o potencial de membrana é determinado pelo fluxo de todos os íons que atravessam a membrana plasmática. ? O maior índice de seletividade de íons é conferido aos canais de Na+ e K+ controlados por voltagem. p g . ? Os canais de Na+ são mais de 10X mais permeáveis ao Na+ do que ao K+, enquanto os canais de K+ são mais de 1000X mais permeáveis ao K+ do que ao Na+. ? A Seletividade do canal de Na+ pode ser explicada, pelo menos em parte, pelo fato de o poro ser estreito e com isto funcionar como um filtro por tamanho. O raio do íon de Na+ (0,95Å) é menor do que o do K+ (1,33 Å), e parece que o poro do canal de Na+ é estreito o suficiente para interferir na passagem de K+ ou íons maiores. Transporte Ativo Dirigido por Hidrólise de ATP ? A rede de fluxo de moléculas por difusão facilitada, seja através de proteínas carreadoras ou de canais proteicos, é sempre energeticamente descendente na direção determinada por gradientes eletroquímicos através da membrana. ? Em vários casos porém, a célula necessita transportar moléculas contra seu gradiente de concentração. ? No transporte ativo, a energia fornecida por outra reação completa (como a hidrólise do ATP) é utilizada para possibilitar que ocorra o transporte de uma molécula em uma direção energeticamente desfavorável. Transporte Ativo Dirigido por Hidrólise de ATP ? As bombas de íons que são responsáveis pela manutenção dos gradientes de íons através da membrana plasmática. ? A concentração de Na+ é aproximadamente 10X mais alta do lado de f d él l d d l d d d fora da célula, quando comparada ao lado de dentro, ao passo que a concentração de K+ é maior dentro. ? Esses gradientes de íons são mantidos pela bomba de Na+/K+/ATPase, que utiliza energia da hidrólise do ATP para transportar Na+ e K+ no sentido contrário ao de seu gradiente eletroquímico. ? Este processo é resultante de alterações conformativas na bomba dirigida por ATP. 12/4/2011 13 Transporte Ativo Dirigido por Hidrólise de ATP Transporte Ativo Primário e Transporte Ativo Secundário. ? O transporte ativo é dividido em 2 tipos, de acordo com a fonte de energia usada para causar o transporte: T t ti i á i i é d i d di d ? Transporte ativo primário: a energia é derivada diretamente da degradação de ATP ou de qualquer outro composto de fosfato com alta energia. ? Transporte ativo secundário: a energia é derivada secundariamente da energia armazenada na forma de diferentes concentrações iônicas de substâncias moleculares secundárias ou iônicas, entre os dois lados da membrana da célula, gerada originariamente por transporte ativo primário. Transporte Ativo Dirigido por Hidrólise de ATP A Importância da Bomba de Na+-K+ no Controle do Volume Celular ? Uma das mais importantes funções da bomba de Na+-K+ é controlar o volume de cada célula. ? Sem a função dessa bomba, a maioria das células de corpo incharia até estourar. ? O mecanismo para controlar o volume celular é o seguinte: dentro da célula, existe grande número de proteínas e de outras moléculas orgânicas que não podem sair das células. ? A maioria delas tem carga negativa, atraindo grande número de potássio, sódio e outros íons positivos. Transporte Ativo Dirigido por Hidrólise de ATP A Importância da Bomba de Na+-K+ no Controle do Volume Celular ? Todas essas moléculas e íons vão provocar a osmose de água para o interior da célula. ? A menos que essa osmose seja interrompida, a célula irá inchar até estourar. ? O mecanismo normal para impedir que isso ocorra é o da bomba de Na+/K+/ATPase . ? Note, que esse mecanismo bombeia três íons Na+ para fora da célula a cada dois íons de K+ que são bombeados para o interior da célula. 12/4/2011 14 Transporte Ativo Dirigido por Hidrólise de ATP A Importância da Bomba de Na+-K+ no Controle do Volume Celular ? Isso representa uma perda real de íons para fora da célula, o que inicia a osmose da água para fora da célula. ? Caso uma célula comece a inchar por alguma razão, isso automaticamente ativa a bomba de Na+/K+/ATPase, transferindo ainda mais íons para fora da célula e conseqüentemente carregando mais água com eles. ? Por essa razão, a bomba de Na+/K+/ATPase exerce um papel de vigilância contínua para manter o volume normal da célula. Bomba de Ca2+ Transporte de Ca2+ na membrana do RE Energética do Transporte Ativo Transporte Ativo Secundário - Co-transporte e Contratransporte: ? Quando o sódio é transportado para fora da célula por transporte ativo primário, em geral forma-se grande gradiente de concentração dos íons sódio através da membrana celular — alta concentração fora da célula e ç concentração interna muito baixa. ? Esse gradiente representa um reservatório de energia, porque o excesso de sódio, do lado de fora da membrana celular, está sempre tentando se difundir para o interior. ? Sob condições apropriadas, essa energia de difusão do sódio pode empurrar outras substâncias, junto com o sódio, através da membrana celular. Esse fenômeno é referido como co-transporte; é uma forma de transporte ativo secundário. ? O transporte ativo de glicose O transporte ativo orientado pelo gradiente de Na+ é responsável pela internalização de glicose pelo lúmen do intestino. O transportador coordena a ligação e o transporte de urna glicose e dois Na+ dentro da célula. O transportador de Na+ na direção energeticamente favorável orienta a internalização da glicose contra seu gradiente de concentração. ? Transporte de glicose por células do epitélio intestinal. Um transportador no domínio apical da membrana plasmática é responsável pelo processo ativo de internalização de glicose (pelo cotransportador de Na+) do lúmen intestinal. Conseqüentemente, a glicose é absorvida e concentrada dentro das células epíteliais intestinais. ? A glicose é então transferida destas células para o tecido conjuntivo adjacente e depois para a corrente sanguínea por difusão facilitada mediada pelo transportador no facilitada, mediada pelo transportador no domínio basolateral da membrana plasmática. ? O sistema é orientado pela bomba de Na+ - K+, que é também encontrada no domínio basolateral. Vale destacar que a internalização de glicose do trato intestinal e sua transferência para a circulação é dependente da localizaçãorestrita dos transportadores de glicose, que medeiam o transporte ativo e a difusão facilitada dos domínios apical e basolateral da membrana plasmática, respectivamente. 12/4/2011 15 Transporte Ativo Dirigido por Gradiente Iônico ? A internalização coordenada de glicose e Na+ é um exemplo de "simporte", o transporte de duas moléculas na mesma direção. ? Diferentemente, a difusão facilitada de glicose exemplo de "uniporte", d lé l o transporte de somente uma molécula. ? O transporte ativo também pode ser do tipo "trocador“ (antiporte), no qual duas moléculas são transportadas em direções opostas. Transporte Ativo Dirigido por Gradiente Iônico ? Exemplos de trocador: Ca2+ e o H+ são exportados das células por estruturas trocadoras, que combinam a exportação destes com a p ç importação de Na2+ no sentido energeticamente favorável. Transporte Ativo Através das Camadas Celulares ? Em vários locais do corpo, as substâncias devem ser transportadas através de toda a espessura das camadas de células, em vez de, simplesmente, através da membrana celular. E i d é d i éli? Esse tipo de transporte ocorre através dos epitélios: ? intestinal, ? tubular renal, ? de todas as glândulas exócrinas, ? da vesícula biliar e ? da membrana do plexo coróide do cérebro e outras membranas. Transporte Ativo Dirigido por Hidrólise de ATP ? Em dois locais no corpo, o transporte ativo primário dos íons H+ é muito importante: ? Nas glândulas gástricas, as células parietais das camadas mais profundas apresentam o mecanismo ativo primário mais potente para transportar os íons H+ de qualquer parte do corpo. Ele é a base para a secreção de ácido clorídrico das secreções digestivas do estômago Nas extremidades secretoras clorídrico das secreções digestivas do estômago. Nas extremidades secretoras das células parietais da glândula gástrica, a concentração de íons H+ aumenta por até um milhão de vezes, sendo, então, liberada no estômago, junto com íons cloreto, para formar o ácido clorídrico. ? Nos túbulos renais, existem células intercaladas especiais, nos túbulos distais finais e nos ductos coletores corticais, que também transportam íons H+ por transporte ativo primário. Nesse caso, grandes quantidades de íons H+ são secretadas do sangue para a urina, para promover a eliminação do excesso de íons H+ dos líquidos corporais. Os íons H+ podem ser secretados na urina contra um gradiente de concentração de cerca de 900 X. Regulação do pH do estômago 12/4/2011 16 Membranas e Transporte Antibióticos ? Alguns antibióticos alteram o fluxo transmembrana de íons. ? A valinomicina aumenta a permeabilidade ao K+, e a gramicidina A, aumenta a permeabilidade aos íons K+, ou Na+. O d d dif ã f ili d ? O mecanismo de transporte pode ser difusão facilitada, como na valinomicina, ou a formação de canais, como na gramicidina A. ? Muitas outras substâncias que interferem no transporte de íons já foram sintetizadas, e foram denominadas de ionóforos (íon, caminhante; phorein, carregar, conduzir), ou seja carreadores de íons. Receptores de Membrana ? São sítios capazes de receber moléculas específicas. ? Com a ligação dessas moléculas, uma mensagem é transmitida, e a célula aciona mecanismos de abertura ou fechamento de poros, entrada ou saída d b â i de substâncias, etc. ? São sítios que possuem estrutura adequada à ligação de certas moléculas que, ao se ligarem deslancham uma série de processos celulares. ? As mensagens podem ser dirigidas a poros (canais) ou a operadores, e a ordem é executada. ? O receptor da insulina, ao receber essa molécula, inicia o processo de absorção da glicose pela célula, além de outros processos fisiológicos. Receptores de Membrana ? Existem receptores na membrana e no citosol: ? Os da membrana são para insulina, glucagon, hormônios proteicos, adrenalina, acetilcolina, etc. ? Os do citosol, em geral, reconhecem hormônios lipídicos (esteróides) que atravessam facilmente a membrana, como os andrógenos, estrógenos e corticosteróides. A Calmodulina, que é um receptor de Ca2+, localizado no citosol, é uma proteína de baixo peso molecular. Receptores de Membrana Funcionamento do Receptor ? A molécula mensageira M se acopla ao receptor, que muda sua conformação. A adenilciclase, recebe energia da hidrólise de um ATP, e sintetiza o cAMP, que é o segundo mensageiro, já no citosol. ? Além dessa execução de tarefas, cabe aos receptores parte importante na regulação da atividade celular. Essa atividade reguladora, se deve ao jogo dos nucleosídeos cíclicos, cAMP e cGMP, que geralmente são antagônicos: ? onde um estimula, o outro inibe. É a teoria do Ying-Yang: Não há bom, nem mau agente. Ora um é "bom", ora é "mau". Receptores de Membrana Funcionamento do Receptor ? Pode-se imaginar muitos tipos de modo de funcionar para receptores. Na figura está representado um receptor que controlaria a passagem através do canal de sódio. ? O mensageiro, tendo carga elétrica (+), atrairia as cargas negativas do canal, obstruindo o trânsito. ? Não é necessário imaginar que esse mecanismo ocorra somente através de cargas. Mudanças conformacionais das moléculas teriam efeitos semelhantes. 12/4/2011 17 Funcionamento do Receptor ? O receptor da insulina já está bem purificado. Sabe-se que sua massa é cerca de 3 x105 dáltons, possui carbohidratos e grupos SH (sulfidrila). ? Há substâncias que ocupam os receptores, impedindo o acesso do i Receptores de Membrana mensageiro. ? Exemplo clássico é o da atropina (Belladonna) , que se liga aos receptores muscarínicos da acetilcolina, e bloqueia o efeito da acetilcolina. ? A tetradotoxina (baiacu) é capaz de obstruir mecanicamente, por impedimento estéreo, o canal de sódio, bloqueando o potencial de ação. ? Nas sinapses, não há necessidade do 2º mensageiro. Endocitose ? As células eucarióticas são são capazes de englobar macromoléculas e partículas do meio que as circunda. ? Na endocitose, o material a ser internalizado é circundado por uma área de b l á i b l d d f f í l membrana plasmática, que brota para o lado de fora para formar a vesícula que conterá o material a ser internalizado. ? O termo Endocitose (Christian deDuve em 1963) foi criadodo para incluir tanto as grandes partículas (como as bactérias) – fagocitose - como a captação de fluidos ou macromoléculas em pequenas vesículas – pinocitose. ←Partículas sólidas Partículas líquidas→ Fagocitose ? Durante a fagocitose, as células internalizam grandes partículas como bactérias e restos celulares ou até células intactas. ? A ligação de uma receptores de superfície de uma célula fagocítica leva à emissão de pseudópodos - movimento de superfície celular mediado por actina. O dó d fi l i d í l b ? Os pseudópodos finalmente circundam as partículas e suas membranas fusionam-se formar uma grande vesícula intracelular (> 0,25 µm de diâmetro), denominado fagossomo. ? Os fagossomos fusionam-se com os lisossomos, produzindo os fagolisossomos, nos quais o material ingerido é digerido por ação de hidrolases ácidas dos lisossomos. ? Durante a maturação do fagolisossomo, algumas das proteínas de membrana internalizadas são recicladas para a membrana plasmática. Fagocitose 12/4/2011 18 Fagocitose ? Em animais multicelulares o principal papel da fagocitose é fornecer defesa contra microrganismos invasores e eliminar células velhas ou danificadas do corpo. ? Nos mamíferos, a fagocitose é uma função de dois tipos celulares de glóbulos brancos, macrófagos e neutrófilos, que são freqüentemente d "f ó f " mencionados como "fagócitos profissionais". ? Desempenham funções cruciais no sistema de defesa do organismo, eliminandomicroorganismos de tecidos infectados, células exaustas ou mortas de tecidos através do corpo. ? Ex: macrófagos do baço e do fígado humano são responsáveis pela eliminação de mais de 1.000.000.000.000 células sanguíneas velhas por dia. NEUTRÓFILO FAGOCITANDO UMA HEMÁCEA MACRÓFAGO FAGOCITANDO HEMÁCEAS Fagocitose - Exocitose Endocitose Mediada por Receptor ? Ao contrário da fagocitose, que desempenha somente funções especializadas, a pinocitose é comum nas células eucarióticas. ? O melhor exemplo deste processo é a endocitose mediada por receptor, que possibilita o mecanismo de captação seletiva de macromoléculas específicas. ? As macromoléculas que serão internalizadas ligam-se inicialmente a receptores específicos de superfície celular. ? Esses receptores estão concentrados em regiões especializadas da membrana plasmática, denominadas de regiões recobertas por clatrina. ? Estas fossas iniciais na membrana dão origem a pequenas vesículas cobertas por clatrina contendo os receptores e suas respectivas macromoléculas ligadas (os ligantes). 12/4/2011 19 Endocitose Mediada por Receptor ? As vesículas cobertas por clatrina fusionam-se com os endossemos jovens, nos quais os seus conteúdos são classificados para serem transportados para o lisossomo ou para serem reciclados na membrana plasmática. ? A internalização de colesterol por células de mamíferos representa um modelo-chave, em nível molecular, da endocitose mediada por receptor. ? O colesterol é transportado através da corrente sanguínea na forma de as lipoprotéicas, mais comumente denominadas de lipoproteínas de baixa densidade ou LDL. ? Uma série de estudos indica que as células também possuem vias de endocitose independente de clatrina. ? Formação de vesículas cobertas por clatrina (A) Macromoléculas extracelulares (ligantes) ligam-se a receptores de superfície celular que estão concentrados nas regiões recobertas por clatrinas. Estas invaginações de membrana formam as vesículas intracelulares cobertas por clatrina. (B) Micrografias eletrônicas demonstrando quatro estádios de formação de vesículas cobertas por clatrina a partir das regiões recobertas por clatrinas. Endocitose Mediada por Receptor ? Descobertas importantes deste processo surgiram dos estudos de pacientes com uma doença hereditária conhecida como hipercolesterolemia familiar. ? Pacientes com essa doença apresentam níveis muito elevados de colesterol sérico e sofrem de ataques cardíacos precocemente. ? As células desses pacientes são incapazes de internalizar LDL a partir dos fluidos extracelulares, resultando na acumulação de altos níveis de colesterol na circulação. ? A endocitose mediada por receptor é a principal atividade mediada pela membrana de células eucarióticas. ? Mais de 20 receptores diferentes mostraram ser esta uma via seletiva de internalização. Fibrose cística ? O canal de Cl- CFTR nas células epiteliais, é incomum, pois necessita tanto da hidrólise do ATP como de fosforilação dependente do AMPc para abrir-se. ? A base estrutural para o funcionamento do CFTR como regulador de canal iônico ainda precisa ser esclarecido por pesquisas futurascanal iônico ainda precisa ser esclarecido por pesquisas futuras. ? Um transportador deficitário de Cl- é o que caracteriza a doença fibrose cística. Fibrose cística A Doença ? A fibrose cística é uma doença genética recessiva que afeta crianças e adultos jovens. ? É a doença hereditária letal mais comum em brancos, com aproximadamente um afetado em cada 2.500 recém-nascidos, embora seja rara em outras raças. ? A disfunção característica da fibrose cística é a produção de um fino muco por vários tipos de células epiteliais, incluindo as células que envolvem os tratos respiratório e gastrintestinal. ? A primeira manifestação clínica é uma doença respiratória resultante da obstrução das vias aéreas superiores por pequenas concentrações de muco, seguida por infecções bacterianas recorrentes. 12/4/2011 20 Fibrose cística A Doença ? Na maioria dos pacientes, o pâncreas também fica comprometido, uma vez que os ductos pancreáticos ficam obstruídos por muco. ? As glândulas sudoríparas também apresentam um funcionamento anormal, g p p e a presença excessiva de sal no suor é um indicativo para o diagnóstico de fibrose cística. ? Os procedimentos-padrões para essa doença incluem terapia física para promover drenagem bronquial, administração de antibióticos e reposição de enzimas pancreáticas. ? Apesar deste tratamento promover uma sobrevida até cerca de 30 anos de idade em média, a fibrose cística é definitivamente letal, com as doenças pulmonares sendo responsáveis por cerca de 95% da mortalidade. Fibrose cística Bases Moleculares e Celulares ? A característica marcante da fibrose cística é um defeito no transporte de Cl- nos epitélios afetados, incluindo os ductos de glândulas sudoríparas e as células envolvendo o trato respiratório. ? Em 1984, foi demonstrado que os canais de Cl- não funcionam adequadamente nas células epiteliais dos pacientes com fibrose cística. ? A base molecular da doença foi elucidada em 1989, com o isolamento do gene da fibrose cística através de clonagem molecular. ? A sequência do gene revelou que este codifica uma proteína (denominada CFTR), que pertence à família dos transportadores ABC. Fibrose cística Prevenção e Tratamento ? Assim como outras doenças hereditárias, o isolamento do gene da fibrose cística possibilita um mapeamento genético para a identificação dos indivíduos portadores do alelo mutado. ? A compreensão do funcionamento da CFTR como canal de Cl- tem sugerido novas abordagens para o tratamento. ? Uma possibilidade é a utilização de drogas que estimulem a abertura dos canais de Cl- nos epitélios afetados. ? Alternativamente, a terapia gênica possibilita a reposição dos genes da CFTR normal no epitélio respiratório dos pacientes com fibrose cística. Fibrose cística Prevenção e Tratamento ? A aplicação em potencial da terapia gênica para fibrose cística é aumentada pela facilidade de acesso às células epiteliais, que envolvem as vias aéreas superiores, por meio da utilização do sistema de aspersão de aerossóis. ? Estudos com animais experimentais têm demonstrado que vetores virais podem transmitir o cDNA da CFTR para o epitélio respiratório e o podem transmitir o cDNA da CFTR para o epitélio respiratório, e o primeiro protocolo experimental de tratamento em humanos para fibrose cística foi iniciado em 1993. ? Os protocolos experimentais de tratamento têm demonstrado que a CFTR pode ser seguramente liberada e expressada pelas células epiteliais dos brônquios de paciente. ? A base para o sucesso da transferência gênica tem sido estabelecida, mas obstáculos significativo precisam ainda ser transpostos para a obtenção de um protocolo de terapia gênica eficiente. ? Modelo do regulador da condutância da fibrose cística (CFTR)
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