Buscar

Transição do Feudalismo para o Capitalismo e a Colonização do Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMOS
TEXTO 1
Em meio à crise instalada na Europa a partir do séc. XIV gerada pela falta de suprimentos, crescimento demográfico significativo e crise monetária, observa-se uma longa transição do feudalismo para o capitalismo. A expansão marítima foi a resposta portuguesa à crise. Para os comerciantes o comércio geraria recursos que seriam investidos em terra (bem de raiz). O ultramar foi a solução para que a pobreza recompôs-se suas rendas. Embora tivesse sido resposta a crise, não modificou o ideal antigo de sociedade. Estado e Nobreza se mercantilizam, mas não se aburguesam. Em 1415 com a conquista de Ceuta, Portugal inicia seu processo expansionista. Tinham o interesse de proteger as rotas comerciais do avanço espanhol. “Mas dizer que o Brasil foi descoberto em 1500 é atribuir a Cabral a fundação do Brasil, o que é um anacronismo evidente”. Fernando Novais (2000)
TEXTO 2
Iniciando com a conquista de Ceuta em 1415, seguindo com o Tratado de Tordesilhas em 1494, foi reconhecida a Portugal o controle da navegação no Atlântico Sul e posse das margens. As conquistas portuguesas foram marcadas por diferentes formas de governação: estatuto colonial múltiplo (Manuel Hespanha). O Brasil em 1502 passa por exploração sistemática com extrativismo de madeira e expedições pelo litoral. Algumas medidas de povoamento e exploração agrícola da terra podem ser explicadas pela necessidade de metais e aumento d consumo de açúcar. O interesse maior nas expedições não era somente exploração, era a consolidação da presença da autoridade do Estado. Martim Afonso foi o 1° delegado da soberania régia na colônia. Uma das opções encontradas para uma colonização sistemática foram as Capitanias Hereditárias, quinze no total. As capitanias procuravam enfrentar as ameaças estrangeiras, ajudar na crise da Europa e impossibilidade de manter uma extensa conquista da mesma maneira como foi na África e nas ilhas. A terra, concessão do rei, era hereditária e podia ser concedida para segundos ou terceiros em sesmarias. Em 1548, temos a criação do Governo-Geral com Tomé de Souza como governador. O motivo do fracasso de algumas capitanias foi: o desenvolvimento colonizador teve um início, mas foram freadas. As capitanias de Pernambuco e São Vicente foram as que tiveram mais sucesso, pois mantinham ligações com o comércio europeu. O Governador-geral foi à centralização colonial e trouxe novos ofícios como ouvidor-geral, provedor e capitão da costa. Essa criação durou ate 1580, o momento em que Portugal e Brasil se tornaram da Espanha. Observamos tensões, pois tínhamos multiplicidade de poder: força centrípeta (rei, centro da administração) e força centrífuga (redes sociais, grupos específicos, entorno da administração). Suas principais dificuldades foram a escassez de recurso, distância e a lentidão e as normas “profusas e confusas”. A partir de 1642, temos o Conselho Ultramarino que centralizou os assuntos. Possuía as características de um Estado Moderno. 
TEXTO 3
Embora um dos motores da expansão comercial marítimo-ultramarina foi o comércio, não podemos interpretar à luz do capitalismo. Tese clássica: Caio Prado Júnior- História é linear, evolução com objetivo final. Formado por momentos e aspectos que são o objetivo do historiador. Objetivo principal do Brasil: abastecer a Europa. Portugal não via interessa em habitar o Brasil. A crise propiciou esse aspecto. Comércio e produtos voltados para o exterior. Falta de interesse em sua própria economia. Fernando Novais- Exclusivismo. Produtos coloniais eram vendidos somente para os burgueses mercantis pelo preço que queriam. Lucro de compra e venda. Os produtos eram sobretaxados. Duas maneiras de exclusivismo: empresário único e grupo de empresários. O Sistema Colonial era a fonte primária do acúmulo de capital. João Luís Fragoso- Perspectiva macroeconômica que não serve para as explicações. Capitalismo Comercial – Errado. O comerciante não possuía prestígio embora o comércio fosse extremamente importante. Renda fundiária não passa na mão do Estado e sim aristocracia e clero. Renda dele era o imposto. Acumulação de capital não era o resultado da exploração colonial. Era só pra manter a renda. 
TEXTO 4
Observa-se a escravidão como ferramenta de consolidação da colonização. A escravidão (tanto indígena como escrava) foi elemento central econômico e social. Serviu para promover a produção mercantil. Observa-se um grande número de escravos vindos da Costa da Mina (mão de obra especializada para as minas de ouro brasileiras) e Angola. Observamos uma sociedade estamental (status quo). Ter e ser escravo é a possibilidade de acesso à terra. Posse de escravos assegurava a exteriorização da condição social do seu proprietário. 
TEXTO 5
Com a União Ibérica em 1580, Portugal e suas colônias ficaram sob domínio espanhol. Observamos modificações como: licença aos barcos estrangeiros para ir qualquer posto do Império, prática do exclusivo, tendência de direção centralizada dos negócios do Estado, cuidado especial com as minas. Com Francisco de Souza como governador geral da Bahia, intensifica-se o movimento expansionista na busca por minerais e cativos. Observamos o movimento das bandeiras, financiados por interesses privados (expansão agrícola), tendo São Paulo como pioneira. Temos as bandeiras mais famosas de Manoel Preto e Raposo Tavares. O trabalho indígena predominou no início da colonização. Observamos em sessenta anos de domínio espanhol a ampliação da exploração econômica e domínio de território. Características principais: Centralização de poder, regras monopolistas, atividades econômicas regulamentadas, expansão territorial. 
TEXTO 6
Com a devastação causada por guerras e epidemias ao povo indígena, buscaram-se mão de obra no exterior. Nesse caso, África. Com o inicio da mineração nas Minas Gerais, o tráfico com essa região intensificaria. O número de cativos nos portos do RJ foi alto a partir de 1648 devido ao financiamento da reconquista de Angola. O tráfico foi majoritariamente financiado pelos comerciantes coloniais. Não tínhamos como resultado da expansão agrícola somente economia de subsistência, mas sim uma atividade geradora de riquezas e de acumulação. O tráfico tinha ajuda dos próprios reinos costeiros africanos por interesse próprio. A diáspora (dispersão) dos povos africanos nas terras americanas não reproduziu uma cópia fiel de seus locais de origem e nem originou uma unificação da cultura negra. O único denominador comum a essa diversidade de povos e cultura é o tráfico. 
TEXTO 7
A presença holandesa no Brasil em 1624 (Bahia) e 1630 (Pernambuco) para o autor Varnhagem (2002) é produto das disputas de caráter mercantilista entre os países europeus. Um dos motivos da escolha batava (holandesa) por Pernambuco foi o controle do comércio, em especial açúcar. Na virada do séc.XVI o Brasil ocupava lugar central para o Império Português. Embora na época da dominação espanhola no Brasil, o comércio esteve restrito aos estrangeiros, com a trégua de 1609-1621 (Companhia das Índias Ocidentais), as relações comerciais se estabeleceram. Embora a invasão holandesa de 1624 fosse um fracasso, em 1630 se tornou a investida na capitania de Pernambuco, que era muito rica. Prosperava, pois escoava produtos como açúcar, responsável pelo prodígio, algodão e pau Brasil, o ano todo e os dízimos rendiam. Entre 1635 e 1637, a resistência aos holandeses, cessou. Contratado pela Companhia, João Maurício de Nassau Siegen, considerava que o preço alto do açúcar estimulava todos a plantar e também a confiança dos mercadores. Estendeu-se até 1644. Com a Restauração (fim do domínio espanhol sobre Portugal e suas colônias), Portugal evitou implicar com a Holanda devido à aliança que a monarquia portuguesa precisava naquele momento para se consolidar. Nassau vendeu engenhos abandonados, forneceu créditos e garantiu mão de obra escrava da África, além de incentivar a diversificação agrícola. Com a saída de Nassau, os problemas holandeses apareceram. Os senhores de engenho do Brasilreagiram frente ao endurecimento (cobrança de dívidas e tributos). Observamos uma manifestação nativista, expressão de um nascente sentimento de brasilidade. A Holanda tenta retomar o Brasil, pois via a importância comercial que possuía para o mundo colonial. 
TEXTO 8 
Desde o início da colonização, havia o interesse nas minas em busca de metais e pedras preciosas. Era a partir do quinto (20%) que os direitos eram arrecadados. Foi no final do séc. XVII e início do XVIII. 
TEXTO 9
Como processo de colonização foi afirmado, o princípio conhecido como civis régio illius et religio, ou seja, a religião do rei deveria ser a dos seus súditos. Iniciou-se um modelo confessional de cristandade. Houve uma disputa entre católicos e protestantes para conquistas novos fiéis. Como exemplo da influência religiosa na América Portuguesa, temos o funcionamento do sistema do padroado através da criação e funcionamento das paróquias ou freguesias coloniais. Como ação missionária, a criação da Companhia de Jesus em 1534 e vinda ao Brasil junto ao Governo Geral em 1549, catequizando indígenas e negros cativos. O elemento indígena foi demonizado. “Como afirma Maria Regina Celestina de Almeida, os índios, além de mão de obra, foram também responsáveis pela ocupação do território e manutenção do mesmo, principalmente diante das invasões estrangeiras.” Quanto aos negros, de acordo com o pensamento da Igreja, seu destino ao cativeiro era justo devido à marca do pecado e inferioridade ética. Além da catequese também se praticou a inserção de santos negros na religião. 
TEXTO 10
As abordagens desenvolvidas pela historiografia oficial, ligada ao IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) e pelos estudos eclesiásticos realizavam juízos de valor, ao considerarem o catolicismo oficial como superior às religiões e às vivências religiosas de índios e africanos. Incorporando as concepções institucionais da época colonial, que realizavam um elogio à ação, considerado civilizadora do catolicismo, qualificavam as religiosidades, como “bárbaras” e selvagens, tratando-as como superstições e ignorâncias populares, quando não as ignoravam completamente. Os estudos das décadas de 1960-70, ligados à teologia da libertação, inverteram esta perspectiva, apresentando uma visão igualmente evolucionista ao associarem o chamado catolicismo popular como “verdadeiro” e autentico do que o oficial. Diferente destas abordagens, os estudos a partir dos anos 1980 procuraram mostrar as complexidades da vivencia religiosa no Brasil Colonial, fazendo uso de novas fontes e metodologias. Na América Portuguesa a Inquisição atuou através de seus comissários, familiares do Santo Ofício, das devassas eclesiásticas e dos visitadores. Para os africanos os locais de devoção eram espaços privilegiados de organização e preservação de identidades étnicas para africanos e seus descendentes na América Portuguesa.
TEXTO 11
A família na América Portuguesa não se definia pelos limites de consanguinidade e ou coabitação, porém dois elementos são importantes na origem da constituição dos grupos familiares: mistura de populações e vivencias culturais e predominância do elemento masculino. O que se adotou, no entanto, foi o modelo europeu como tendência. O casamento escravo era permitido pela legislação, não cabendo aos senhores impedi-lo. Para os senhores a estabilidade familiar era interessante. Para o escravo também. Elementos religiosos como batismo circundavam as vidas das famílias. A aculturação mostrou-se importante e que facilitou a exploração colonial. Apesar da vigilância da Igreja e do seu caráter pecaminoso, tais práticas compuseram a rica dinâmica das relações sociais na colônia. 
TEXTO 12
O descaminho significa deter ou desviar o curso esperado dos tributos e direitos reais. É um modo de reinventar a colonização portuguesa. 
TEXTO 13
A Ilustração pode ser definida, portanto, como uma “linha filosófica caracterizada pelo empenho em estender a razão como crítica e guia de todos os campos da experiência humana”. A aplicação das ideias ilustradas em reformas do Estado não significou necessariamente a ruptura como o poder absoluto, mas um conjunto de medidas de racionalização que acabavam por fortalecer o Estado. Na época da extração do ouro, Portugal voltou a ter impactos positivos, estabelecendo Minas Gerais capitania autônoma em 1709, em relação ao Rio de Janeiro. Com o Tratado de Madri em 1750, Portugal legitimava o domínio sobre a Região central do Brasil, mas devolvia Colônia de Sacramento à Espanha. Houve resistência indígena e jesuítica (Guerra Guaranítica) por ter que desocupar Os Sete Povos. Pombal com suas ações que conflitavam com setores tradicionais ao apoiar interesse dos comerciantes, valia-se de práticas tradicionais como a política mercantilista para implementar suas formas. Buscou centralizar administrativamente e afirmar a exclusividade da soberania do Estado. 
TEXTO 14 
O tema das comunidades quilombolas é discutido entre os historiadores brasileiros e apresenta duas tendências: culturalista e materialista. Na primeira, defendida por Nina Rodrigues, os quilombos eram entendidas como uma espécie de recriação da África no Brasil. A segunda enfatizou a rebeldia, muitos passaram a eleger o quilombo como símbolo do movimento negro no Brasil. Ambas viam o quilombo como marginalizados. Atualmente existe uma terceira vertente que estuda o quilombo integrado na sociedade. Flávio Gomes- campo negro (complexa rede social). Outra forma de conseguir liberdade era através da alforria, que segundo Jacob Gorender, estava associada aos tempos de crise e prosperidade financeira. Outros acreditam que é justamente na prosperidade financeira que os cativos conseguiam juntar recursos para comprar a alforria. O documento que regia a alforria era a “carta de liberdade”. Algumas alforrias eram acondicionais. 
TEXTO 15
A Historiografia brasileira privilegiou, nas suas principais interpretações, o estudo da economia colonial centrada nas atividades produtivas voltadas para o mercado externo, relegando como secundárias a produção de abastecimento ou de subsistência. Roberto Simonsem- “teoria dos ciclos”. Caio Prado- dinâmica interna na economia colonial. Celso Furtado- unidades escravistas prevalecendo o papel determinante da demanda externa sobre os fluxos da produção. Diferença entre subsistência e abastecimento: A subsistência supõe uma produção de autoconsumo para o próprio grupo produtor. Abastecimento está ligado aos circuitos mercantis, destinando-se, no todo ou em grande parte, ao mercado. O vínculo que dinamiza a relação entre os diversos elementos é o capital comercial. Brecha camponesa é caracterizada por “pequenos lotes de terra concedidos em usufruto, nas fazendas, aos escravos não domésticos, criando uma espécie de mosaico camponês- escravo”. Três etapas da exploração econômica da região Sudeste: economia de passagem, expansão agrícola voltada para abastecimento e lavoura cafeeira. O divisor de águas da economia regional foi o café, com destaque crescente na produção e nas exportações, caracterizando um novo patamar de atividade econômica fluminense com o desenvolvimento de uma nova produção escravista de exportação.
TEXTO 16
A mudança estrutural que está na base da crise do Antigo Regime e do antigo sistema colonial é no plano econômico, na emergência do capitalismo, enquanto sistema econômico principal e dominante, cujo marco é a Revolução Industrial Inglesa (segunda metade do séc. XVIII). No âmbito político observamos a desestruturação, a perda de legitimidade e a queda do absolutismo monárquico e da sociedade do Antigo Regime. Nas antigas colônias europeias, observamos independência politica. Movimentos no Brasil como Conjuração Baiana e Inconfidência Mineira que, influenciados pelo Iluminismo, criticaram duramente os pilares do sistema colonial mercantil. A crise do antigo sistema colonial é entendida como o conjunto de tendências politicas e econômicas que forcejavam no sentido de distender ou mesmo desataros laços de subordinação que vinculavam as colônias ultramarinas às metrópoles europeias.

Continue navegando