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* Aula 2 - MEDIDAS DE DISTÂNCIAS DIRETAS * Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas GRAMOMETRIA É a parte da Topografia que estuda os processos e instrumentos empregados na medição dos alinhamentos entre pontos topográficos que pretende-se representar no desenho. * Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas Existem 05 tipos de distâncias a serem consideradas para a representação dos elementos geográficos do terreno em uma planta topográfica: GRAMOMETRIA Distância inclinada; Distância horizontal; Distância vertical. * Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas GRAMOMETRIA Distância Esférica ou Elipsoidal: É a distância projetada sobre a superfície elipsoidal, a qual será projetada sobre o plano de projeção cartográfica. * Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas GRAMOMETRIA Distância Plana: É a distância elipsoidal projetada sobre um plano de projeção cartográfica * Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas GRAMOMETRIA Distâncias inclinada, horizontal e vertical: Distância horizontal Distância Inclinada A relação entre as distâncias inclinada e horizontal é válida somente para pontos próximos, que se possa desconsiderar a curvatura da terra Distância vertical * Na mensuração, o comprimento de um alinhamento pode ser obtido por: 1. Medições diretas 2. Medições indiretas 3. Medições eletrônicas Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas GRAMOMETRIA * Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas Medições de Distâncias Diretas Uma medição é considerada ‘direta’ se o instrumento usado na medição apoiar-se no terreno ao longo do alinhamento, ou seja, se for aplicado no terreno. * As primeiras medições eram feitas em termos de dimensões de partes do corpo humano, tais como: cúbito = distância da ponta do dedo médio da mão de um homem até o seu cotovelo (≊ 0,45 m) (construção da arca de Noé). braça = distância entre as pontas dos dedos médios das mãos de um homem com seus braços abertos (≊ 1,83 m). pé = distância da ponta do dedão do pé de um homem até a parte de trás do seu calcanhar. Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * O sistema métrico foi desenvolvido na França (1790) e todos os países do mundo o utilizam, exceto Myanmar, Libéria, e USA. Metro = 1/10.000.000m (distância entre o equador ao polo norte) Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas SISTEMA MÉTRICO * Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas Em 1866, o Congresso dos USA legalizou o uso do sistema métrico, definindo um metro como sendo 3,280833 pés, com base no comprimento a 0°C do Metro Protótipo Internacional, mantida na França. Em 1959, o metro foi redefinido com igual a 1.650.763,73 comprimento de onda do gás laranja-avermenhado do criptônio, igual a 3,280840 pés. Em 1983, a definição do metro mudou novamente para a distância percorrida pela luz em 1/229.792.458 segundo. * Unidade de medida linear: - Sistema Métrico Decimal: Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Múltiplos e submúltiplos do “METRO” No Brasil, somente a partir de 1874 foi criado por lei o SISTEMA MÉTRICO DECIMAL. Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Outras unidades: Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Medições a passos: a medição de distâncias a passos é útil para quase todo mundo. O topógrafo pode usar as medidas a passos para fazer medições rápidas, ou checar medições. Uma pessoa pode determinar o valor de seu passo médio contando o número de passos necessários para andar uma distância previamente definida: Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Medições a passos: Os passos tendem a ser mais curtos na subida de inclinações, e maiores nas descidas. Assim, o topógrafo deve fazer a aferição dos seus passos em terrenos planos e inclinados. Precisão das medidas a passos: 1/200 (planos), e 1/50 (inclinados). Distância longa usa-se um contador mecânico, ou um podômetro. Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Hodômetro e Rodas de medição Hodômetro: dispositivo acoplado em uma roda que faz a contagem e converte o número de resoluções para uma distância, usando a circunferência da roda. É geralmente usado para levantamentos preliminares, e em linhas curvas. Rodas de medição: roda montada em uma haste, onde o usuário empurrar a roda ao longo do comprimento a ser medido. Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * 3) Medições a Trena: Trenas de aço: começaram a ser usadas no início do século XX. Para as condições normais, as precisões obtidas são de 1/1000 a 1/5000. Trenas de Fibra de Vidro: são mais duráveis, fortes e flexíveis, e não alteram o comprimento com as mudanças na temperatura e umidade. Quando são aplicadas forças de tração até 2,25 kg, as correções são desprezíveis. Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * 3) Acessórios para as medições a trena: Balizas: usadas para marcar pontos no terreno e para alinhar a medição à terna. Possui comprimento de 2 e 3m, e são pintadas com faixas alternadas de vermelho e branco para torná-las mais visíveis. Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Nível de Bolha 3) Acessórios para as medições a trena: Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * 3) Acessórios para as medições a trena: Fichas: são hastes de ferro usadas para marcar os fins das medições ao longo das trenadas, ou pontos intermediários de uma medição. Prumos: é um peso suspenso por um fio ou arame, usado para estabelecer a linha vertical. Nivéis de mão: é um dispositivo que ajuda o topógrafo a manter a trena horizontal enquanto realiza as medições. Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Piquete 3) Acessórios para as medições a trena: Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * A unidade adotada é o metro quadrado (ou centiare) porém, quando se trata de medidas de terra, denominada de medida agrária, a unidade de superfície adotada é o are (a) e corresponde ao quadrado de 10m de lados, ou seja, 100m² Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Unidade de superficie: - Sistema Métrico Decimal - Sistema Antigo Brasileiro Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Unidades de Superfície: Qualquer unidade linear elevada ao quadrado, pode virar unidade de área. Aula 4 – Medidas de Distâncias Diretas * Aula 2 – Introdução às Medições Medições A topografia trabalha com medições de quantidades, cujo valor exato, ou verdadeiro, não pode ser, tais como: distâncias, alturas, volumes, direções, e pesos. * Aula 2 – Introdução às Medições Medições Quanto melhor for o equipamento, mais próximo do valor exato uma pessoa pode estimar um resultado, mas nunca será capaz de determinar esse valor absolutamente. Um princípio fundamental em Topografia é que nenhuma medida é exata, e que o valor verdadeiro da quantidade nunca é conhecido. * Aula 2 – Introdução às Medições Exatidão x Precisão Exatidão Refere-se ao grau de perfeição obtida nas medições. Denota o quanto uma dada medida está próxima do valor verdadeiro da dimensão medida. Precisão (ou acurácia aparente): é o grau de refinamento com que dada dimensão é medida. Ex: Várias medidas de um objeto com valores próximos, a precisão é considerada alta. * Aula 2 – Introdução às Medições Exatidão x Precisão Exemplo: Considere três medições de uma distância com uma trena de aço de 30m, obtendo-se os valores, 100,15m; 100,14m, e 100,16m. Depois foi descoberto que a trena tinha 30,02m de comprimento. Assim, os valores medidos não são exatos, apesar de serem precisos. Precisão: é o grau de refinamento com que dada dimensão é medida. * Aula 2 – Introdução às Medições Exatidão x Precisão Estas medidas podem ser exatas,fazendo uma correção numérica de 0,02m por comprimento de trena. * Aula 2 – Introdução às Medições Exatidão x Precisão Exemplo: Tiro ao alvo Preciso: quando os furos de bala ficarem muito próximos; Exato: quando os furos ficarem posicionados relativamente próximos ao centro do alvo. O objetivo da topografia é fazer medições que sejam precisas e exatas. * Aula 2 – Introdução às Medições Na medição de distâncias, a precisão é definida como a razão entre o erro da medição e a própria distância medida, sendo reduzida para que o numerador seja a unidade. Exemplo: Se uma distância mede 1200m, e o erro estimado foi de 0,2m, a precisão da medição será: 0,2/1200 = 1/6000 Conclusão: a cada 6000m medidos, o erro deve ser de 1m. Exatidão x Precisão * - manutenção do alinhamento a medir; - horizontalidade da trena; - tensão uniforme nas extremidades. Aula 2 – Introdução às Medições * Erros nas Medições Não existe alguém cuja percepção seja perfeita o suficiente para medir qualquer quantidade exatamente, e não existe instrumento perfeito que faça tal medição. Aula 2 – Introdução às Medições * Erros nas Medições - Fontes de Erros Existem três fontes de erros: o operador (erros operacionais), os instrumentos (erros instrumentais), a natureza (erros naturais). Erros operacionais: ocorrem porque nenhum topográfo tem sentido perfeito de visão e tato. Ex: Ao estimar a parte fracionária de um diastímetro, o topógrafo não consegue lê-la perfeitamente. Aula 2 – Introdução às Medições * Fontes de Erros Erros instrumentais: ocorrem porque os instrumentos não podem ser fabricados perfeitamente e as diferentes partes não podem ser ajustadas perfeitamente uma em relação à outra. Ex: A parte fracionária de um diastímetro, pode ter erro de fabricação. Aula 2 – Introdução às Medições * Fontes de Erros Erros naturais: são causados por temperatura, vento, umidade, variações magnéticas, etc. Ex: Em dias do verão, uma trena de aço pode aumentar o seu comprimento. O topógrafo não pode eliminar a causa desse tipo de erros, mas pode minimizar seus efeitos, fazendo correções matemáticas. Aula 2 – Introdução às Medições * Tipos de Erros Erro Grosseiro: resultante da diferença para um valor verdadeiro, causado pela desatenção do topógrafo. Ex 1: leitura de um valor errado do comprimento na trena: valor correto seria 27,5m, mas foi lido 26,5m. Ex 2: Valor correto foi lido (27,5m), mas foi anotado na caderneta outro valor errado: 26,5m. Obs.: Estes erros podem ser eliminados por uma verificação cuidadosa da medida. Aula 2 – Introdução às Medições * Tipos de Erros Erro Sistemático ou Cumulativo: é o que, sob condições constantes, permanece o mesmo tanto em sinal, como em magnitude. Ex: Uma trena de aço foi fabricada com 0,03m mais curta, e cada vez que essa trena for usada, o mesmo erro será cometido na medição. Aula 2 – Introdução às Medições * Tipos de Erros Erro Aleatório ou Acidental: é aquele cuja magnitude e direção é desconhecida e fora do controle do topógrafo (resultante do operador e/ou equipamento). Ex: Ao medir uma distância, o valor lido na trena pode ser maior, e na próxima vez, poderá ler um valor menor. Obs.: São erros equivalentes em módulos, possuem sinais contrários, e tendem a compensar uns aos outros. Aula 2 – Introdução às Medições * Valor mais provável de observações (média aritmética simples): é a relação entre a soma dos valores das observações pelo número de observações efetuadas: Aula 2 – Introdução às Medições Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Erro absoluto verdadeiro: é a diferença entre a medição de uma grandeza e o seu verdadeiro valor, em valor absoluto. Aula 2 – Introdução às Medições Erro absoluto médio (em): é a média aritmética dos erros absolutos cometidos em certo número de medidas ‘n’: Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Aula 2 – Introdução às Medições A qualidade de uma medição pode ser expressa pela indicação de um erro relativo. Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Desvio, resíduo ou erro: avalia se a observação tem um erro por excesso (caso positivo) ou por falta (caso negativo): Aula 2 – Introdução às Medições Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Considerando a medição de uma distância por várias vezes, em cada medida esta poderá ser maior ou menor. Aula 2 – Introdução às Medições Exemplos de Resíduo ou Desvios Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Os erros das medições não são conhecidos porque o valor verdadeiro da medição não é conhecido. Considera-se então, o valor verdadeiro da medição à média aritmética dos valores medidos. No exemplo anterior, o valor mais provável será: Xm = 96,94 m Aula 2 – Introdução às Medições Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Erro provável pode ser para mais ou para menos, entre os limites dentro do qual o erro provavelmente está. Se dissermos que dada medida é de 92,73 m e que há um erro de 90% de ± 0,03m, isto significa dizer que, há 90% de chance do erro seja ± 0,03m ou menos, e de 10% do erro seja maior. Se estas percentagens forem de 95%, ou 99,7%, as chances serão maiores para o erro ser menor ou igual a 0,03m. Aula 2 – Introdução às Medições Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Discrepância e amplitude: quando se comparam as extremidades (valor máximo menos valor mínimo) de um conjunto de observações. Aula 2 – Introdução às Medições Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Desvio-padrão (σ ou DM) ou Erro médio quadrático: é a média aritmética dos valores absolutos dos desvios das em relação a média, Aula 2 – Introdução às Medições Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Desvio-padrão (σ) ou Erro médio quadrático: é a raiz quadrada do somatório dos quadrados dos resíduos, dividida pelos ‘n-1’ termos da amostra: onde, ν = resíduo n = nº de observações da amostra Aula 2 – Introdução às Medições Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Erro médio quadrático da média ou desvio padrão da média (m): Aula 2 – Introdução às Medições Erro Aleatório ou Acidental - Definições * Definições e conceitos importantes: Erro tolerável (e t ): em algumas práticas topográficas, considera-se, normalmente o erro tolerável como o triplo do erro médio quadrático (ou desvio padrão): et = 3 . σ Obs: Existem várias formas para definição da tolerância dos trabalhos executados. Aula 2 – Introdução às Medições * Curva de Probabilidade Quase todas as medições em Topografia se adaptam a curva de probabilidade. Mostra a relação entre o tamanho do erro e a probabilidade de sua ocorrência. A curva de probabilidade fornece o método mais adequado para se estudar a precisão de levantamentos, e também é um meio para estimar a precisão de futuros levantamentos. Aula 2 – Introdução às Medições Esta curva pode ser usada para estimar o comportamento mais provável dos erros aleatórios. * Curva de Probabilidade A área azul escuro mostra que há uma chance de 50% do erro de uma medição, cair nessa região, e uma chance de 50% cair fora (azul claro) O valor xp é denominado de erro provável (erro de 50%) Há diversos modos pelos quais os erros podem ser indicados, mas o mais comum deles é referir os erros ao desvio-padrão (σ) Aula 2 – Introdução às Medições * Curva de Probabilidade O desvio-padrão (σ) indica a confiabilidade de um conjunto de medições repetidas. Existe ponto de inflexão em cada lado da curva, a área sob a curva, entre esses pontos, é igual a 68,3% da área total Os resíduos nos pontos de inflexão são chamados de desvios-padrão ou erros-padrão Aula 2 – Introdução às Medições * Intervalos de confiança: Se efetuássemos infinitas medições de uma certa grandeza, não obteríamoso mesmo resultado em todas elas. Existe sempre uma dispersão dos valores que ocorre devido a erros aleatórios, e que, portanto, foge ao nosso controle. Nesse caso, sendo ‘y’ o valor médio encontrado, constata-se, que aproximadamente 68,27% dos resultados encontrados estaria no intervalo (y ± σ). Aula 2 – Introdução às Medições * Intervalos de confiança: Desse modo, se multiplicamos o desvio padrão experimental por um certo valor k, o intervalo (Y ± Kσ), contem uma certa porcentagem dos resultados obtidos. Essa porcentagem é chamada de nível de confiança, enquanto que o intervalo a ela associado é denominado intervalo de confiança. Aula 2 – Introdução às Medições * Exemplo 1 : Considere uma medição para materializar uma base topográfica, em que se tenha medido 06 vezes um alinhamento. Os valores foram obtidos com um aparelho eletrônico com alcance de 1,5 km (em condições normais) e precisão nominal de 3mm + 3ppm. Pede-se: Aula 2 – Introdução às Medições * a) A maior discrepância entre duas medidas: A maior medida foi 128,44 m e a menor medida foi 128,40 m. Disc = (128,44 – 128,40) = 0,04 m = 4 cm Aula 2 – Introdução às Medições * b) O valor mais provável desta medida (média aritmética simples): Aula 2 – Introdução às Medições * c) O erro absoluto médio: Aula 2 – Introdução às Medições * d) O desvio padrão das observações: Aula 2 – Introdução às Medições * e) O desvio padrão da média: Aula 2 – Introdução às Medições * f) O erro de tolerância: g) O erro relativo médio: é a relação entre o erro absoluto Médio e o valor médio das observações: Ou seja, a precisão foi aproximadamente de 1 m em 11.000 km Aula 2 – Introdução às Medições * h) Se a precisão absoluto considerada foi de ±0,01%, isto significa que a tolerância de erro, em qualquer medida, para um equipamento com alcance máximo de 1.500m, é igual a: i) Se a tolerância para uma precisão relativa foi de ±0,01%, a tolerância para a medida da média das observações é: Aula 2 – Introdução às Medições * j) A tolerância, considerando a precisão nominal do equipamento de 10 mm ± 3 ppm, será de: Obs: ppm = parte por milhão, ou seja, pode-se errar 3 mm em 1.000.000 mm, ou, 3mm em 1 km Aula 2 – Introdução às Medições * k) Precisão da amostra: Todos os desvios (σi ) calculados, ficaram menores do que o erro tolerável (±0,018m), exceto o da medida 128,40m, assim esta medida deve ser eliminada. Faz-se novamente o tratamento estatístico com os novos dados, para verificar se levantamento ficou preciso (todos resíduos devem ficar abaixo da tolerância). Aula 2 – Introdução às Medições * * * *