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Enterobactérias: Patógenos e Infecções

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CONSIDERAÇÕES GERAIS 
A família Enterobacteriaceae é uma das mais importantes famílias bacterianas, possuindo muitos patógenos que afetam tanto os humanos, quanto os animais. Essa família é constituída por aproximadamente 40 gêneros e mais de 150 espécies.
Esses microrganismos se encontram facilmente na natureza e, também, grande parte habita o intestino do homem e dos animais, sendo os principais causadores de infecção intestinal. 
 PRINCIPAIS ENTEROBACTÉRIAS 
Escherichia coli, Salmonella, Shigella, Neisserias, Klebsiella e Enterobacter, são algumas das enterobactérias que mais causam doenças em humanos e, até mesmo, animais. Esses microrganismos constituem uma das maiores causas de infecções intestinais em muitos países, principalmente, nos subdesenvolvidos. 
São bacilos gram – negativos anaeróbios facultativos, não esporulados, não são resistentes à dessecação e podem ser cultivadas em diversos meios de cultura. 
Sua estrutura é constituída por membrana citoplasmática e membrana externa, peptideoglicano ou mureína, plasmídeo, cromossomo circular, fímbrias, flagelos e algumas podem possuir capsulas. 
A maioria das enterobactérias é encontrada no trato gastrointestinal de humanos, nos animais, na água e no solo. Nesse sentido, vale destacar que algumas são consideradas enteropatógenos por causarem infecções especialmente no trato intestinal.
 As enterobactérias representam a maior parte dos Gram negativos de importância clínica isolados na rotina microbiológica, sendo responsáveis por grande parte das infecções urinárias, intestinais, septicemias, infecções hospitalares e, também, na comunidade. 
Salmonela 
Pertencem à família Enterobacteriaceae. Morfologicamente, caracterizam-se como bastonetes Gram negativos, móveis formam ácido e gás a partir da glicose. A salmonelose é uma das principais infecções transmitidas pelo consumo de alimentos. 
Esta bactéria, geralmente, é eliminada nas fezes, contaminando o solo e a água. A sobrevida é longa na matéria orgânica. Pode permanecer viável no material fecal por até anos, em fezes secas, podendo sobreviver até 28 meses em fezes de aves, 30 meses no estrume bovino, 280 dias no solo cultivado e 120 dias na pastagem, sendo ainda encontrada em efluentes de água de esgoto, como resultado de contaminação fecal.
 As infecções podem ser associadas a produtos agrícolas, como hortaliças e frutas, e os alimentos de origem animal, como as carnes cruas, o leite e os ovos. A contaminação desses alimentos, geralmente acontece através da exposição à água contaminada. 
Os microrganismos penetram por via oral, invadem a mucosa intestinal, migram para a submucosa, resultando em Gastrenterite: a sintomatologia surge 6 a 48 horas após ingestão de alimentos ou água contaminados; sintomas mais comuns são: diarreia não sanguinolenta, náuseas, dores abdominais tipo cólica e cefaleias. É autolimitada, durando de 2 dias a 1 semana, septicemia: quadro clinico onde a bactéria entra na corrente sanguínea se disseminando por todo o organismo possuindo como grupo de risco, crianças, idosos, gestantes e soropositivos. Febre entérica, vulgarmente conhecida por febre tifoide, infecção sistêmica febril caracterizada por febre gradual constante, 10 a 14 dias após a infecção, os sintomas incluem cólicas abdominais, náuseas, vômitos, diarreia, calafrios, febre e cefaleia. 
A prevenção estar principalmente relacionada ao habito de higiene correta das mãos, evitar o consumo alimentos crus ou mal cozidos, correta pasteurização do leite e conservação de outros produtos como azeitonas, palmitos, etc. É importante o controle de pragas urbanas, especialmente ratos, baratas e formigas. A vacina é apenas em populações com alto risco, essa contendo antígeno do microrganismo.
Shigella spp.
É uma bactéria gram negativa, bacilo, imóvel, não forma esporos e são anaeróbias facultativas. Espécies de Shigella, que incluem Shigella sonnei, Shigella boydii, Shigella flexneri, e Shigella dysenteriae, são agentes altamente infecciosos. 
A S. dysenteriae seja a espécie responsável por surtos graves de disenteria bacilar em países tropicais, raramente é encontrada na Europa e na América do Norte onde S. sonnei é a espécie mais comum. Esta é a espécie que origina sintomas menos severos enquanto que a sintomatologia causada por S. flexneri e S. boydii pode ser considerada de severidade intermédia.
O homem é o hospedeiro natural destas bactérias, sendo liberadas nas fezes em grandes números contaminando o solo, a água e os alimentos. São altamente invasivas, produzem a Exotoxina ShT1, responsável por destruir ribossomos das células, bloqueando a síntese proteica levando a célula a morte. 
A infecção pode ser assintomática ou com episódios benignos de diarreia aquosa, até formas clinicas de disenteria grave com a presença de febre, cólicas abdominais. Emissão permanente de fezes mucopurulentas e sanguinolentas. A colite hemorrágica é caracterizada por intensa inflamação e ulceração do intestino afetando principalmente a porção final do intestino delgado e o intestino grosso. 
Em países em desenvolvimento com superpopulações em que prevalecem condições de saneamento inadequado, a infecção é comumente transmitida por meio do contato, a partir de fluidos de indivíduos contaminados. A infecção direta fecal-oral é, mais frequente, em ambientes de aglomerados, podendo acontecer através de alimentos mal cozidos, água contaminada e insetos. Assim, compreende-se que as medidas profilaxias corresponde a hábitos corretos de higiene, saneamento básico nas comunidades e educação em saúde. 
4. Escherichia coli 
A espécie Escherichia coli pertencente à família Enterobacteriaceae, o gênero Escherichia. É uma bactéria que pertence ao grupo dos coliformes fecais e suas principais características são: formato em bastonete, Gram negativo, medindo entre 1,1 a 1,5 µm por 2 a 6 µm, anaeróbio facultativo, capaz de fermentar glicose e lactose, temperatura ótima de crescimento é por volta dos 37 ºC, não esporula e, também, alguns possuem peritríquias, portanto, uns são móveis e outros imóveis. A Escherichia coli, encontra-se na lista dos inúmeros microrganismos que colonizam o intestino humano e animais do sangue quente.
 Entretanto, sabe-se da potencialidade dessa bactéria de causar danos tanto no órgão que é o seu habita, quanto em outras regiões, quando migra, por exemplo, para o trato urinário causando infecção como: uretrite, pielonefrite e cistite. 
Esta bactéria coloniza o trato intestinal dos seres humanos, poucas horas após o nascimento, ou seja, ela é uma enterobactéria que faz parte da microbiota residente do organismo humano. No entanto, pode-se dizer que este agente, causa infecções de origem endógenas quanto exógenas. 
A sorologia é baseada em diferentes antígenos encontrados na estrutura de superfície bacteriana. As cepas da E. coli, são capazes de causar gastroenterite em crianças e adultos. Os principais métodos de prevenção contra a Escherichia coli, são os mesmo aplicados para outros patógenos de transmissão oral-fecal. Visto que, tais métodos visam controlar infecções com medidas básicas de higiene pessoal como, por exemplo, a lavagem correta das mãos, higienização de alimentos e eliminação de desejos humanos em locais adequados para evitar a contaminação do solo e da água.
Em crianças, o aleitamento materno é fundamental como medida de prevenção. E, também, outras medidas preventivas mais genéricas também podem contribuir para a profilaxia das infecções, principalmente nos países em desenvolvimento como, por exemplo, o saneamento básico adequado e práticas apropriadas de higiene e de alimentação.
Além disso, vale salientar que, em casos de indivíduos infectados pela bactéria, recomenda-se uma considerável ingestão de liquido, visto que a hidratação oral reduz a mortalidade precoce. Terapia com antimicrobianos é recomendada apenas nos casos mais severos de diarreia persistente associadas com EPEC. A resistência de microrganismos contra os antibióticosvaria muito de acordo com a localização geográfica e, por este motivo, faz-se fundamental a determinação do perfil de sensibilidade da bactéria, antes do tratamento.
 São denominadas de enteropatogênicas, podendo se distinguir em: 
Enteropatogênica (EPCE): A E. coli EPCE esta diretamente relacionada a induções de lesões histopatológicas. Além disso, tal grupo se divide em: típicas, com base na presença do plasmídeo e atípicas, na ausência desta molécula. Mas, vale ressaltar que os fatores que podem diferenciar a típica da atípica são: o reservatório, na típica ocorre somente nos seres humanos e na atípica, em humanos e animais; a faixa etária dos indivíduos contaminados, na típica ocorre em crianças até dois anos e na atípica em crianças e adultos; o padrão de aderência; presença de plasmídeo e, também, os diferentes sorotipos mais frequentes. 
O microrganismo que contém plasmídeo possui um gene capaz de codificar a produção de uma fimbria que tem função adesiva em células epiteliais, formando micro colônias compactas causando lesões na região após um período de infecção de 3hrs. Por outro lado, as bactérias atípicas, podem ou não aderir às células epiteliais, sendo que, as cepas aderentes formam colônias mais frouxas e que só podem ser visualizadas após um período mais prolongado. Além do mais, esse grupo é capaz de produzir proteínas, adesinas e toxinas. 
Enterotoxigênica (ETEC)
Este sorogrupo de E. coli, em humanos e animais, colonizam as proximidades do intestino delgado causam diarreia aquosa e produzem hipotermia. São capazes de aderir à mucosa do intestino delgado e causar diarréia sem adentrar a mucosa, entretanto, produz toxinas que agem nas células da mucosa. 
Além disso, ela é potencialmente capaz de sintetizar dois tipos de enterotoxinas denominadas: toxina termolábil e toxina termoestável. 
enteroinvasora (EIEC) 
Afeta humanos e animais, causando distúrbios no intestino grosso, provocam febre e diarréias profusas contendo muco e sangue. A E. coli (EIEC) coloniza o colón e contém uma quantidade expressiva de plasmideos necessários que carregam genes para invadir as células e os genes necessários para a virulência. 
Invadem ativamente as células do cólon e propagam-se lateralmente para as células adjacentes. No entanto, as EIEC não produzem shigatoxinas mas, mesmo assim, podem causar infecção induzindo a uma forte reação inflamatória com grande ulceração. 
enterohemorragica (EHEC)
O grupo das enterohemorragicas é responsável por patologias no intestino grosso como, por exemplo, diarreia sanguinolenta, colite hemorrágica, síndrome urêmica hemolítica e púrpura trombótica trombocitopênica. Possuem a capacidade de destruir células epiteliais produzindo uma citotoxina potente, a toxina Shiga. Essa toxina causa diarreia com ou sem a presença de sangue e é fatal para crianças.
Vale ressaltar, também, a existência de dois tipos de toxinas Shigas, denominadas Stx1 que é semelhante à principal citoxina produzida pela Shigella dysenteriae e a Stx2 que inclui três sorotipos diferentes e são responsáveis pela lesão em pedestal. E, não menos importante, caracteriza-se por possuir plasmídeos de variados tamanhos. 
enteroagregativa (EAEC) 
Essas cepas colonizam e causam, tanto no intestino grosso, quanto o delgado, diarreia aquosa persistente, durando mais de 14 dias. Aderem-se ao tecido epitelial e estimulam a secreção mucóide, formando um biofilme.
Além de produzirem toxina termolábil e outra toxina termoestável e, também, algumas cepas são conhecidas por produzirem uma toxina do tipo shigatoxina. 
patogênica extra intestinal (ExPEC)
Pode causar infecção em todos os sítios extraintestinais, tanto em seres humanos como em diversos animais. Estas, tem sido denominadas segundo o seu local de isolamento, e não pelo conjunto de fatores de virulência que possuem.
Assim, de acordo com a localização da infecção, pode-se denominar o grupo da E. coli ExPEC como, por exemplo, a E. coli uropatogênica causadora da infecções no trato urinário, outras associadas a meningite neonatal e, até mesmo, septicemias. É importante salientar que as ExPEC isoladas de outras infecções, como: pneumonias, infecções de feridas cirúrgicas e infecções intra-abdominais, não recebem denominações específicas.
5. KLEBSIELLA spp.
O gênero Klebsiella spp compreende varias espécies como, por exemplo, a Klebsiella pneumoniae, Klebsiella oxytoca, Klebsiella ozaenae, dentre outras. São anaeróbios facultativos ou aeróbios, fermentam um grande número de carboidratos, possuem estrutura antigênica complexa e produzem uma variedade de toxinas. 
Estabelecem-se no trato intestinal normal alguns dias após o nascimento e, a partir daí, constituem uma parte importante da flora microbiana. A espécie mais isolada é a Klebsiella pneumoniae, é encontrada nas fezes e, também, na nasofaringe em menor quantidade. 
A facilidade para colonizar mucosas privilegia a K. pneumoniae como patógeno oportunista. Por isso, sabe-se que infecções causadas por essa bactéria, são capazes de comprometer o trato respiratório, levando à bacteremia grave e à pneumonia aspirativa, com altas taxas de morbidade e mortalidade. Além dessas infecções mencionadas, esse microrganismo pode ocasionar a meningite neonatal, endocardite, infecções de tecidos moles, feridas cutâneas e enterite.
A prevenção contra esse patógeno é realizada através de medidas simples de higiene como, por exemplo, lavar corretamente as mãos. Visto que, a transmissão acontece após contato com secreção ou excreção de pacientes infectados ou colonizados.
 
REFERENCIAS 
NUNES, Kamila Oliveira. Escherichia coli:: como uma bactéria do intestino pode causar infecção urinária?. Disponível em: <http://microbiologia.icb.usp.br/cultura-e-extensao/textos-de-divulgacao/bacteriologia/bacteriologia-medica/escherichia-coli-como-uma-bacteria-do-intestino-pode-causar-infeccao-urinaria/>. Acesso em: 01 jun. 2018.
CORRÊA, Fernando Augusto Fernandes. Características dos patótipos de E.coli e implicações de E. coli patogênica para aves em achados de abatedouros frigoríficos. 2012. 05-21 f. Pós-Graduação (Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia )- Universidade Federal de Goiás, UFG, Goiânia, 2012. Disponível em: <http://ppgca.evz.ufg.br/up/67/o/Ferando_Augusto_1c.pdf?1349206212>. Acesso em: 05 jun. 2018
PELCZAR, M. J. et al. Microbiologia: conceitos e aplicações vol. 1 e 2 São Paulo: Makron books, 1997
TRABULSI, L.R., ALTERTHUM, F. Microbiologia. 6ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2015.

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