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Avaliação Escolar: Finalidade e Histórico

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Aula 8 – A Avaliação Escolar
Constantemente estamos diante de situações concretas que nos fazem avaliar um comportamento, uma ideia, uma obra de arte, uma comida, uma música, um transporte etc. Podemos perceber que a avaliação é diária, mas nem sempre reflexiva, ou seja, não refletimos sobre o conteúdo e a forma da avaliação, bem como quando e para que se avalia.  Mas qual a finalidade da avaliação? Qual a relação entre a avaliação e a prática de ensino?
Na perspectiva do racionalismo, a avaliação da aprendizagem manteve-se, por muito tempo, mensuradora, focada em resultados finais, classificatória e seletiva. O cotidiano escolar brasileiro é marcado profundamente pelo que Luckesi (1997) chama de “pedagogia do exame”, que se apoia na promoção/reprovação dos alunos, dando mais importância ao desempenho final do que aos seus percursos de aprendizagem. Neste modelo, as provas e notas assumem o papel de instrumentos de poder na busca da disciplina e da obediência dos estudantes. Mas será que sempre foi assim? Antes de traçarmos um breve histórico sobre a avaliação, vamos relacionar avaliação e planejamento para que possamos compreender melhor essa prática no âmbito escolar.
Avaliação e Planejamento
Não podemos separar a prática avaliativa do planejamento. A avaliação está diretamente relacionada ao planejamento na medida em que o ensino é uma prática pedagógica intencional e sistemática e, portanto, precisa de uma organização específica. Enquanto prática científica o ensino e, a avaliação, como parte deste, necessita de um planejamento, que por sua vez exige que sejam considerados outros fatores, sejam eles legais – LDB; locais, a comunidade na qual a escola está inserida; e humano, a comunidade escolar como um todo. É através do planejamento que o professor procura organizar sua aula, selecionar seus conteúdos e decidir quais são as melhores formas de avaliar.
Uma instituição de ensino deve seguir a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sendo assim ela deve elaborar um projeto político pedagógico no qual deve conter, principalmente, os fundamentos da prática pedagógica a qual será seguida, as finalidades a serem atingidas no processo de ensino-aprendizagem, a metodologia de ensino, bem como as formas de avaliação de todo o trabalho. É claro que, como vimos, o projeto não se restringe apenas a isso e deve ser constantemente reformulado de forma democrática, mas a avaliação é um de seus principais temas, lembre-se que o planejamento é um ato político pedagógico, pois possui uma determinada visão de mundo e intencionalidade, expõe o que deseja realizar e os objetivos a serem atingidos.
Todo planejamento deve garantir mecanismos de acompanhamento da execução de um projeto e a avaliação é o mecanismo central para que se possa identificar problemas e dificuldades, além de apontar soluções para que se possa realizar tal projeto. No caso do processo de ensino aprendizagem, a avaliação é concebida a partir de uma determinada visão de mundo e em nossa sociedade atualmente existem diversos modelos avaliativos.
Breve Histórico da Avaliação Escolar no Brasil
Durante o período pombalino, a prática da avaliação nas aulas régias não se alterou. Continuou a se utilizar dos exames orais para a verificação da aprendizagem por parte do aprendiz. Contudo, vale destacar que a reforma promovida, que resultou na expulsão dos jesuítas, significou a primeira tentativa da Coroa Portuguesa em instituir um sistema de ensino leigo na colônia. Os republicanos adotaram no Brasil o modelo político americano baseado no sistema presidencialista. A reforma promovida por Benjamin Constant sustentava-se nos princípios da liberdade e da laicidade do ensino, bem como, na bandeira de caráter liberal em defesa da gratuidade da escola primária.
Quem Avalia as Escolas?
A Prova Brasil foi idealizada para atender à demanda dos gestores públicos, educadores, pesquisadores e da sociedade em geral por informações sobre o ensino oferecido em cada município e escola. O objetivo da avaliação é auxiliar os governantes nas decisões e no direcionamento de recursos técnicos e financeiros, assim como a comunidade escolar, no estabelecimento de metas e na implantação de ações pedagógicas e administrativas, visando à melhoria da qualidade do ensino. Veja o documento do Plano de Desenvolvimento da Educação do Governo Federal. De acordo com o site do MEC: A Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) são avaliações para diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC).
Os dados dessas avaliações são comparáveis ao longo do tempo, ou seja, pode-se acompanhar a evolução dos desempenhos das escolas, das redes e do sistema como um todo. Em 2011, as escolas rurais de ensino fundamental com mais de 20 alunos nas séries avaliadas também fizeram a Prova Brasil.
É justa a adoção de um mesmo modelo de avaliação para verificar a aprendizagem mediante a existência de um modelo dualista de ensino? É justo com os professores e alunos a sua exposição mediante resultados se a condição dos mesmos resulta das relações de poder e dominação da sociedade em que vivemos? É possível determinar a qualidade de ensino de um país diante da existência de condições diferenciadas (sociais, econômicas, estruturais) de ensino-aprendizagem das escolas públicas e privadas em nosso país?
Escolas Particulares X Escolas Públicas
De acordo com Silva, é preciso dizer que não se pode comparar com rigor a qualidade do sistema público com a do sistema privado enquanto não se cumpram, pelo menos, duas premissas metodológicas básicas: levar em consideração, na comparação, as condições socioeconômicas e culturais dos alunos que acedem a um sistema e a outro. Se não se controlam as variáveis externas, não se pode atribuir mérito às internas. O rendimento escolar é uma forma enviesada de avaliar a educação, a qual mantém estreita relação com o capital cultural familiar.
A Problemática do Erro na Avaliação
Se buscarmos no dicionário Aurélio a definição de erro, encontramos: “Erro: Ato ou efeito de errar; juízo falso; desacerto, engano; incorreção, inexatidão; desvio do bom caminho, desregramento, falta”. Geralmente, o significado atribuído ao verbo “errar” nos remete a uma interpretação contextual de fracasso. Em Ferreira (1986, p. 679), o verbo errar é apresentado com o significado de: “cometer erro; enganar-se; não acertar; falhar”. Significa, ainda, segundo o autor: “[...] ato ou efeito de errar; juízo falso; incorreção, inexatidão; desvio do bom caminho; falta” (FERREIRA, 1986, p.679).
Vale ressaltar que na década de oitenta, a pesquisa na área da Sociologia da Educação apontou que a escola ao invés de promover a aprendizagem do aluno, acabava produzindo o fracasso escolar com seus altos índices de reprovação e, consequentemente, de exclusão social. Contudo, as vertentes críticas e progressistas em educação apontavam que tal exclusão era um reflexo das relações sociais concretas e do projeto de massificação da escola de cunho liberal burguês, pois reduziram a finalidade da educação ao mercado de trabalho. Luckesi, ao analisar a problemática do erro na prática escolar, faz as seguintes considerações: No passado, em nossa prática escolar, castigava-se fisicamente.
A avaliação não deve priorizar apenas o resultado ou o processo, mas deve, como prática de investigação, interrogar a relação ensino-aprendizagem e buscar identificar os conhecimentos construídos e as dificuldades de uma forma dialógica.
E então, a partir do que foi estudado, vamos fazer uma autoavaliação de nossa prática de Estágio Supervisionado? Não é um bom tema para incluirmos no relatório? Não deixe de refletir sobre a reconstrução das práticas escolares para que possamos transformar a sociedade da exclusão em uma sociedade mais inclusiva.
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