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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO PUBERDADE PRECOCE: COMO CONDUZIR? Luiz Philippe Jorge de Nazareth Orientadora: Profª Juraci Ghiaroni RIO DE JANEIRO 2013 Puberdade Normal � Limite de normalidade para o início puberal em 8 anos para as meninas e em 9 anos para os meninos; � Período de transição entre a infância e a idade adulta: � maturação gonadal;� maturação gonadal; � aparecimento dos caracteres sexuais secundários; � aquisição das funções reprodutivas; � Modificações físicas e psicológicas. (REYNOLDS & WINE, 1948) (MARSHALL & TANNER, 1969) (BEREK & NOVAK, 2012) Puberdade Normal � Aceleração da velocidade de crescimento antecede a telarca. � Telarca: - ação de estrogênios de origem ovariana.- ação de estrogênios de origem ovariana. � Pubarca: - ação de androgênios de origem adrenal. � Menarca: - marcador tardio da puberdade feminina. (SORENSEN et al, 2012) Puberdade Normal � Idade da telarca: (SORENSEN et al, 2012) Puberdade Normal � Idade da menarca: (SORENSEN et al, 2012) Puberdade precoce � Aparecimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos de idade cronológica na menina ou antes dos 8 anos de idade cronológica na menina ou antes dos 9 anos no menino. (REYNOLDS & WINE, 1948) (MARSHALL & TANNER, 1969) (BEREK & NOVAK, 2012) . Quadro clínico � Aparecimento precoce de mamas e pêlos; � Aceleração da velocidade� Aceleração da velocidade de crescimento; � Maturação esquelética; � Padrão puberal de secreção de gonadotrofinas e esteroides sexuais. (FREITAS et al, 2011) Quadro clínico Classificação Resulta da ativação precoce do eixo hipotálamo-hipófise- � Puberdade precoce central (PPC): Resulta da ativação precoce do eixo hipotálamo-hipófise- ovário, levando ao desenvolvimento puberal precoce, porém com padrão semelhante ao da puberdade fisiológica. (BEREK & NOVAK, 2012) Classificação � Puberdade precoce periférica (PPP): Resulta do estímulo por esteróides Resulta do estímulo por esteróides sexuais não associado à produção de gonadotrofinas hipofisárias. � Isossexual ou heterossexual. (BEREK & NOVAK, 2012) Classificação � Variantes normais da puberdade: - Telarca isolada; - Menarca isolada; - Pubarca isolada. �Diagnóstico: - Todos os exames de rotina são normais, inclusive gonadotrofinas e esteróides sexuais. �Conduta: - Devem ser acompanhadas, principalmente se o quadro se instalar antes dos 6 anos. (BEREK & NOVAK, 2012) (BERBEROGLU, 2009) Diagnóstico O diagnóstico é clínico; Quem deve ser avaliado?Quem deve ser avaliado? A causa é central ou periférica? A precocidade é devido excesso de estrogênios ou androgênios? (FREITAS et al, 2011) Diagnóstico � Anamnese: - idade de início dos sinais de puberdade; - velocidade de crescimento;- velocidade de crescimento; - mudanças de comportamento; - história puberal familiar; - manifestações neurológicas; - dor ou aumento do volume abdominal. (LIMA et al, 2007) Diagnóstico � Exame físico: - estadiamento de Tanner; - estatura e velocidade de crescimento; - acne, oleosidade, pêlos axilares, odor axilar;- acne, oleosidade, pêlos axilares, odor axilar; - palpação abdominal; - exame da genitália externa; - hipertrofia muscular; - lesões cutâneas. (LIMA et al, 2007) (MARSHALL & TANNER, 1969) Diagnóstico Teste do GnRH Diagnóstico � Os níveis basais de gonadotrofina e estrogênio podem ser semelhantes em meninas pré-púberes e no início da puberdade; � 100µg de Gonadorelina EV; Amostras antes da injeção e a intervalos de 30 minutos na� Amostras antes da injeção e a intervalos de 30 minutos na primeira hora após a admnistração: - Resposta infantil: ↑ irrisório do LH e acentuado do FSH em relação aos níveis basais; - Resposta puberal: ↑ importante do LH, com frequência suplantando o aumento de FSH. - valores do pico de LH > 5-8 UI/L; - relação LH/FSH > 0,66-1. (AZEVEDO et al, 2006; CAREL et al, 2009; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010) Exames complementares Diagnóstico � PPC: - RNM: lesões em 2% após 6 anos; - TSH e T4 livre: baixa estatura e IO atrasada; - GH: irradiação do crânio.- GH: irradiação do crânio. � PPP: - USG abdome e pelve: lesões ovarianas e adrenais; - Estradiol, testosterona, progesterona, 17- hidroxiprogesterona, cortisol e S-DHEA: hiperplasia de adrenal e tumores adrenais ou ovarianos. (CAREL & LEGER, 2008; DE VRIES et al, 2006; FREITAS et al, 2011) Telarca precoce Diagnóstico Característica Telarca isolada Precocidade atípica Início < 2 anos > 2 anos Crescimento Normal AceleradoCrescimento Normal Acelerado Curso Não progressivo Progressivo Gonadotropinas FSH �, LH normal FSH e LH � Idade óssea Normal Avançada USG pélvico Pré-puberal Puberal Tratamento Não é necessário Análogos GnRH (Adaptado de: BAJPAI & MENON, 2011) Pubarca precoce Diagnóstico S-DHEA Testosterona Diagnóstico provável � � Pubarca isolada (Adaptado de: BAJPAI & MENON, 2011) � � Pubarca isolada �� � Hiperplasia adrenal congênita ��� �� Tumor adrenal Normal ��� Tumor ovariano (BAJPAI & MENON, 2011) Tratamento �Tratar a causa básica; �Estacionar a maturação sexual; �Atenuar as características precoces; �Não comprometer a estatura final; �Atender os aspectos socioemocionais; �Evitar o abuso sexual. (HULSE, 2013) Puberdade precoce central �Análogos de GnRH: Tratamento MEDICAMENTO DOSE Goserelina 3,6 mg (impl. subcutâneo) a cada mês ou 10,8 mg a cada 3 meses Leuprolide 3,75 mg (IM) a cada mês ou 11,25 mg a cada 3 meses - Regressão das características puberais, amenorreia e redução da VC; - Estatura final depende da fase de início. Mais efetivo se IO ≤ 12 anos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010) Leuprolide 3,75 mg (IM) a cada mês ou 11,25 mg a cada 3 meses Triptorelina 3,75 mg (IM) a cada mês ou 11,25 mg a cada 3 meses Puberdade precoce central �Análogos de GnRH: - Monitoração: - estágio puberal, crescimento linear e efeitos Tratamento - estágio puberal, crescimento linear e efeitos adversos - trimestral; - radiografia mãos e punhos - anual; - antes da próxima dose, avaliar LH: - < 2,3 Ul/l 30’ após GnRH; - < 6,6 Ul/l 60’ após Leuprolide. (BRITO et al, 2008) Puberdade precoce central �Análogos de GnRH: - Efeitos adversos: - obesidade, cefaleia, fogachos e depressão; - redução da densidade mineral óssea. Tratamento - redução da densidade mineral óssea. - Tempo de Tratamento: - até a idade cronológica normal para desenvolvimento da puberdade; - expectativa de altura final dentro do alvo familiar; - IO entre os 12 e 12,5 anos. (BRITO et al, 2008; LEE et al, 2012) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010) Puberdade precoce periférica � Tumor ovariano/adrenal: excisão cirúrgica; � Cisto ovariano: - autônomo: expectante ou cirúrgico; Tratamento - autônomo: expectante ou cirúrgico; - secundário: PPC. � Sd. McCune-Albright: - Testolactona; - Anastrozol, Tamoxifeno. (HADDAD & EUGSTER, 2007; HULSE, 2013) REFERÊNCIASREFERÊNCIAS � AZEVEDO, M. et al. Testes funcionais em endocrinologia feminina. In: FREITAS, F. et al. Rotinas em Ginecologia. 6. ed. Porto Alegre, Artmed, p. 644, 2011. � BAJPAI, A.; MENON, P.S.N. Contemporary issues in precocious puberty. Indian J Endocrinol Metabol. v. 15, n. 7, p. 172-79, 2011. � BERBEROGLU, M. Precocious puberty and normal variant puberty. J Clin Res Pediatr Endocrinol. v. 1, n. 4, p. 164-174, 2009.Endocrinol. v. 1, n. 4, p. 164-174, 2009. � BEREK, J.S. Berek & Novak: tratado de ginecologia. 14. ed. Riode Janeiro, Guanabara Koogan, 2012. � BRITO, V.N. et al. Update on the etiology, diagnosis and therapeutic management of sexual precocity. Arq Bras Endocrinol Metabol. v. 52, n. 1, p. 18-31, 2008. � CAREL, J.C. et al. Consensus statement on the use of gonadotropin-releasing hormone analogs in children. Pediatrics. v. 123, n. 4, 2009. � CAREL, J.C.; LEGER, J.. Precocious puberty. N. Engl. J. Med. v. 358, n. 22, p. 2366-2377, 2008. � DE VRIES, L.G. et al. Ultrasonographic and clinical parameters for early differentiation between precocious puberty and premature thelarche. Eur. J. Endocrinol. v. 154, n. 6, p. 891-898, 2006. � FREITAS, F. et al. Rotinas em Ginecologia. 6. ed. Porto Alegre, Artmed, p. 636-650, 2011. REFERÊNCIASREFERÊNCIAS � HADDAD, N.E.; EUGSTER, E. An update on the treatment of precocious puberty on McCune-Albright syndrome and testotoxicosis. J. Pediatr. Endocrinol. Metabol. v. 20, n. 6, p. 653-661, 2007. � HULSE, A. Recent trends in pubertal timing and current management of precocious puberty in girls. Apollo Medicine. v. 10, p. 134-37, 2013. � LEE, P.A. et al. Efficacy and Safety of Leuprolide Acetate 3-Month Depot 11.25 Milligrams or 30 Milligrams for the Treatment of Central Precocious Puberty. J Clin Endocrinol Metab. v. 97, n. 5, p. 1572-1580, 2012. LIMA et al. Avanços diagnósticos e terapêuticos da puberdade precoce em meninas. FEMINA. v. 35, n. 12,� LIMA et al. Avanços diagnósticos e terapêuticos da puberdade precoce em meninas. FEMINA. v. 35, n. 12, 2007. � MARSHALL, W.A.; TANNER, J.M.. Variations in the pattern of pubertal changes in girls. Arch Dis Child. n. 44, p. 291-303, 1969. � MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo clinic e diretrizes terapêuticas: Puberdade Precoce Central. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_puberdade_precoce_central_.pdf. Acessado em 15/11/13 às 13:30:00. � REYNOLDS, E.L.; Wine, J.V.. Individual difference in physical changes associated with adolescence in girls. Am J Dis Child. n. 75, p 329-50, 1948. � SORENSEN et al. Recent Secular Trends in Pubertal Timing: Implications for Evaluation and Diagnosis of Precocious Puberty. Horm Res Paediatr. n. 77, p. 137–145, 2012. � WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Height-for-age GIRLS, 2007. Disponível em http://www.who.int/growthref/cht_hfa_girls_z_5_19years.pdf. Acessado em 26/11/2013 às 20:45:00.
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