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11/11/2014 1 Metabolismo das Proteínas Prof. Ms Caio Victor Coutinho de Oliveira Objetivos Revisar conceitos básicos acerca da estrutura e função das proteínas Expor a importância do Glutamato no metabolismo proteico Compreender os processos digestórios e absortivos das proteínas Conceito: Os aminoácidos (aa) são as unidades fundamentais das proteínas. Existem cerca de 300 aa na natureza, porém apenas 20 aa são encontrados nas proteínas de todos os animais. Os aminoácidos estão conectados em diferentes combinações, números e sequências lineares. Os aminoácidos, neste sentido, são o alfabeto molecular pelo qual a estrutura protéica é escrita. Aminoácidos AA essenciais e não essenciais Classificação ISOLEUCINA (ile, I); VALINA (Val, V); METIONINA (Met, M); FENILALANINA (Phe, F); TRIPTOFANO (Trp, W); TREONINA (Ter, T) e LISINA (Lys, K), LEUCINA (Leu) Proteína = protos (Gr); Conceito: São polímeros de aminoácidos sólidos de diferentes tamanhos, composições, funções e formas; São o principal tipo de material orgânico dentro da célula; Praticamente todas as funções celulares são reguladas por algum tipo de proteína Proteínas Sólidos; Incolores; Normalmente hidrossolúveis; As propriedades dependem dos tipos de conteúdos de aminoácidos na estrutura; Tamanho médio: de 6 a 6000 resíduos de aminoácidos combinados de n! modos. Relação estrutura – forma – função. Propriedades físico- químicas 11/11/2014 2 Contração muscular: actina e miosina Neurotransmissão: receptores Transporte: hemoglobina Regulação: hormônios Comportamento: neuromoduladores Reprodução: integrina Patologias: Câncer Depressão, Dislipidemias Proteínas Proteínas Valor Biológico Proteínas animais X vegetais No tubo digestivo, as proteínas nativas são desnaturadas pela mudança de pH no estômago e, posteriormente, hidrolisadas por peptidases ou proteases Digestão Essas enzimas são encontradas no suco gástrico, entérico e pancreático. As peptidases dependendo do local da proteína em que agem, podem ser classificadas em: Endopeptidases – hidrolisam as ligações peptídicas internas quebrando as proteínas em fragmentos peptídicos cada vez menores. Mais relevantes para degradação inicial Digestão Exopeptidases: - São enzimas que só agem nas extremidades da molécula proteica, isto é, nas primeiras ligações peptídicas, retirando o último aminoácido da extremidade. Dependendo do extremidade que atuam, podem ser sub-classificados em: Digestão Carboxipeptidase: efetua a hidrólise somente na extremidade carboxilada, liberando o aminoácido e refazendo na proteína o grupo carboxílco, onde a enzima age novamente. Digestão Aminopeptidase: efetua a hidrólise na extremidade amínica, liberando os aminoácidos e refazendo na proteína o grupo amínico, onde a enzima age novamente. 11/11/2014 3 Digestão Endopeptidases: Digestão Pode ser dividida em 3 fases 1. Gástrica 2. Pancreática 3. Intestinal Digestão Estômago Suco Gástrico (contém HCl) Desnaturação das proteínas (melhora função das proteases) e destruição de microrganismos Pepsina (inicialmente inativa) Digestão Estômago Pepsinogênio (zimogênio) Produção em resposta a: refeição e pH Céls. Principais (zimogênicas) produzem Produtos: grandes peptídeos e AA livres Intestino Digestão Pepsina: inativada pelo pH alcalino (quimo estimulou secreção de Secretina e CCK) Suco pancreático: tripsinogênio (este é ativado pela enteropeptidase – enteroquinase – localizada na memb. apical de enterócitos); forma ativa: tripsina Enteropeptidase: estimulada por tripsinogênio (enquanto que sua liberação é estimulada pelos sais biliares). Intestino Digestão Pepsina: também ativa o tripsinogênio e outros precursores de peptidases: quimiotripsinogênio, proelastase, procarboxipeptidase A e B 11/11/2014 4 Digestão Mecanismo de estímulo de secreção de ácido RM: receptor muscarínico, PLG: peptídio liberador de gastrina, Ach: acetilcolina, RCCK-B: receptor de colecistocinina B, RH2: receptor H2 de hitamina, ECS: enterocromafim-símiles Gastrina R CCK-B R M R PLG RM Gastrina Célula ECS Histamina Mecanorreceptores ACh ACh R CCK-B peptídios, aminoácidos Distensão Célula G Vago Gastrina GastrinaSangue ACh PLG R H2 H+ R M Célula ECS Célula parietal Célula Oxíntica OX (Visão, cheiro e alimento na boca) Digestão Ação das enzimas pancreáticas Ala Ile Leu Val B Arg Lys His Trp Tyr Phe Ala Gly Ser Arg Lys His A Pró-elastaseQuimiotripsinogênioTripsinigênio QuimiotripsinaTripsina Elastase enteropeptidase R O – NH–C–C H R O R O +H3N–C–C–NH–C–C H H R O – NH–C–C H R – NH–C–COOH– H R O – NH–C–C H carboxipeptidase A carboxipeptidase B Digestão Pró-carboxipeptidase A Pró-carboxipeptidase B Absorção Importante: Produtos finais da digestão de proteínas no lúmen são AA livres (40%) e pequenos peptídeos (60%) – 2 a 8 resíduos Pequenos peptídeos: posteriormente hidrolisados por enzimas (aminopeptidases, dipeptidil aminopeptidase e dipeptidase) na m. do enterócito Absorção AA absorvidos são utilizados pelos enterócitos ou liberados dentro da circulação portal PepT-1 (transportador de oligopeptídeos): localizado na borda em escova dos enterócitos Transportadores de AA: NBB, PHE, IMINO, β (dependentes de Na+) AA: Jejuno e porção superior do íleo 7 sistemas de transporte na membrana da borda em escova 3 sistemas de transporte na borda basolateral Difusão passiva aa aaNa + Na + Metabolismo Na+ K+ Na+ / K+ ATPase Difusão facilitada transporte ativo aa aa aa aa aa aa aa aa hidrofóbicos triptofano aa Absorção 11/11/2014 5 Transporte ativo secundário – gradiente eletroquímico Co-trasportador H+-dependete aa K+ Dipeptídio, tripeptídio H + K+ Na+ Na+ Na+ Na+ H+ Dipeptídio, tripeptídio H+ H+ Dipeptídases Tripeptídases aa Na+/K+ ATPase Absorção Pequenos peptídeos Balanço Nitrogenado Anabolismo Catabolismo Ingestão Turnover proteico Proteína Tecidual Aminoácidos Livres Síntese de novo Excreção Oxidação Vias Não proteicas Perdas Fezes, pele TIRAPEGUI, 2009 Metabolismo Proteico Síntese Proteica Metabolismo de AA Os aminoácidos podem sofrer degradação oxidativa em 3 circunstâncias metabólicas: 1. Durante a renovação das proteínas celulares, alguns aminoácidos sofrem degradação oxidativa, caso não sejam necessários para a síntese de novas proteínas; 2. Durante o jejum severo ou diabetes melito, quando os carboidratos não são utilizados adequadamente, as proteínas corporais serão hidrolisadas e seus aminoácidos empregados como combustível. 3. Aminoácidos ingeridos em excesso, além das necessidades corporais de biossíntese de proteínas, o excedente é catabolizado, já que os aminoácidos livres não podem ser metabolizados; Oxidação dos AA O C NH2H2N Uréia COO- C H R +H3N aminoácidos CO2 + H2O glicose Corpos cetônicos NH4 + amônia COO- C H R O -cetoácidos 11/11/2014 6 Uma parte da amônia livre é excretada na urina, mas a maior parte é usada na síntese de uréia. AA: metabolismo do nitrogênio Esta é a principal rota de eliminação de nitrogênio pelo nosso organismo. O esqueleto carbonado que sobraé convertido em intermédiários das vias de produção de energia e pode ser metabolizado a CO2 e H2O, glicose, ácidos graxos, corpos cetônicos AA: metabolismo do nitrogênio Remoção do grupo amino O grupo amino dos aminoácidos é removido pela passagem deste para o -cetoglutarato, formando glutamato. Este processo é catalisado por aminotransferases. O glutamato atua como reservatório temporário de grupamentos amino, provenientes de diferentes aminoácidos. -cetoácido1 + aminoácido1 aminoácido2 + -cetoácido2 -cetoglutarato + aminoácido1 glutamato + -cetoácido2 -cetoglutarato + aspartato glutamato + oxaloacetato AST: aspartato aminotransferase -cetoglutarato + alanina glutamato + piruvato ALT: alanina aminotransferase Aminotransferases (vários tecidos) Existem inúmeras aminotranferases, específicas para cada aminoácido. Aminotranferases importantes: por serem enzimas intracelulares, a presença de níveis elevados de aminotranferases no plasma indica lesão celular (diagnóstico de doenças hepáticas, infarto do miocárdio e distúrbios musculares) O glutamato pode ser consumido em duas reações importantes 1) Conversão do glutamato em aspartato: glutamato + oxaloacetato -cetoglutarato + aspartato AST: aspartato aminotransferase 2) Desaminação oxidativa Liberação de Amônia (NH4+) Enzima mitocondrial Libera amônia livre no fígado Amônia é altamente tóxica e não deve ser liberada na circulação É convertida em uréia no fígado Desaminação Oxidativa 11/11/2014 7 Desaminação Oxidativa A cadeia carbônica formada por servir de intermediário metabólicos importantes: Formação de Glicose ou intermediários do Ciclo de Krebs Piruvato, Acetil CoA, Acetoacetil CoA, alfa- cetoglutarato, Succinil CoA, Fumarato, Oxalacetato Classificação dos AA de acordo com os produtos gerados por suas cadeias carbônicas Aminoácidos Cetogênicos: formam AcetilCoA ou Acetoacetil CoA (podem originar corpos cetônicos ou ácidos graxos) Aminoácidos Glicogênicos: AA que são degradados a Piruvato, Alfa-cetoglutarato, Succinil CoA, Fumarato, Oxalacetato (podem gerar glicose, via neoglicogênese, a partir da conversão desses produtos a Fosfoenolpiruvato – PEP-). Classificação dos AA de acordo com os produtos gerados por suas cadeias carbônicas AA Glicogênicos Glico e Cetogênicos Cetogênicos Não essenciais Alanina/ Aspartato/ Asparagina/ Cisteína/ Glutamato/ Glutamina/ Glicina/ Prolina/ Serina Tirosina Essenciais Arginina/ Histidina/ Metionina/ Treonina/ Valina Isoleucina/ Fenilalanina/ Triptofano Leucina/ Lisina Oxidação dos aminoácidos glicose Corpos cetônicos COO- C H R +H3N aminoácidos COO- C H R O -cetoácidos CO2 + H2O NH4 + amônia O C NH2H2N Uréia Ocorre exclusivamente no fígado ATP Ocorre em vários tecidos: Fígado, músculos, rins, cérebro, tecido adiposo,intestino, etc Formas de transporte não- tóxicas de amônia dos tecidos para o fígado Como a amônia é tóxica e sua conversão em uréia ocorre no fígado, ela deve ser incorporada a compostos não-tóxicos e que atravessam a membrana com facilidade: Glutamina Alanina Na maioria dos tecidos extra- hepáticos Nos músculos Alanina e glutamina são formas de transporte de amônia dos tecidos para o fígado URÉIA 11/11/2014 8 1. Glutamina Síntese de glutamina pela glutamina sintetase em vários tecidos, incluindo o cérebro. Glutaminase no fígado e rins converte glutamina em glutamato + amônia. Forma de transporte não tóxica de amônia na corrente sanguínea 2. Alanina Ciclo glicose-alanina Na contração muscular vigorosa é ativada a liberação de piruvato e lactato, da glicólise e amônia dos aminoácidos. A amônia e o piruvato formam alanina que no fígado é reconvertido em glicose -cetoglutarato + alanina glutamato + piruvato (ALT) Forma de transporte não tóxica de amônia na corrente sanguínea BCAA Ciclo de Alanina Oxidação Amônia Mudança no ambiente celular Piruvato AlaninaPiruvato Glicose Conversão Sangue Captação 1. Depleção do ATP celular Remoção de -cetoglutarato e NADH compromete o ciclo dos ácidos cítricos e a geração de ATP A amônia é tóxica aos animais Intoxicação severa leva a encefalopatia hepática: estado comatoso NH4+ ativa a glutamina sintetase Colabora para a redução no nível celular de ATP Mecanismos Intoxicação severa leva a encefalopatia hepática: estado comatoso 2. Interferência na síntese de neurotransmissores NH4+ ativa a glutamina sintetase e inibe a glutaminase Reduz o nível de glutamato que atua como um potente neurotransmissor excitatório mediando um grande número de funções cognitivas. Consequência: letargia e falta de direção GABA (-aminobutirato), sintetizado a partir de glutamato, um importante neurotransmissor inibitório Mecanismos A amônia é tóxica aos animais Síntese da Ureia Lembrar das etapas da eliminação do grupo amino: 1) Remoção do grupo amino do AA 2) Levar grupo amino para o fígado 3) Entrada do grupo amino na mitocôndria (onde acontece a síntese de ureia) 4) Preparação do nitrogênio para entrada no Ciclo da Ureia 5) Ciclo da Ureia 11/11/2014 9 A AMÔNIA produzida é imediatamente usada junto com o bicarbonato (CO2 do ciclo dos ácidos cítricos) para formar carbamoilfosfato Carbamoil fosfato sintetase (mit) Enzima reguladora “Triciclo de Krebs”
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