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TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Thiago de Andrade Paleari PROJETO EMPRESARIAL E GESTÃO DE PESSOAS Nome do Coordenador Acadêmico: André Limeira Nome do Professor Orientador do TCC: André Limeira Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso MBA em Gestão Empresarial de Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, do Programa FGV Management como pré-requisito para obtenção do título de Especialista. TURMA GE 26 Bauru/SP 2014 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Thiago de Andrade Paleari PROJETO EMPRESARIAL E GESTÃO DE PESSOAS Elaborado por Thiago de Andrade Paleari e aprovado pela Coordenação Acadêmica foi aceito como pré-requisito para a obtenção do MBA em Gestão Empresarial Curso de Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização, do Programa FGV Management. Data da conclusão: 09 de Abril de 2014. Data da aprovação: ________ de___________ de_________ Assinatura do Coordenador Acadêmico ____________________________ Nome do Coordenador Acadêmico: André Limeira Assinatura do Professor Orientador do TCC___________________________ Nome do Professor Orientador do TCC: André Limeira TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Primeiramente dedico este trabalho a Deus que me deu forças para completar mais esta jornada em minha vida. À minha esposa Josy, pela compreensão em todos os momentos em que não estive presente. À minha filha Clara que mesmo sem saber também foi muito importante para a superação dos obstáculos. Ao meu filho Arthur que mesmo antes de nascer esteve presente com o papai nessa caminhada. Por fim, em especial, dedico este trabalho a meu pai que, com certeza, foi minha fonte de inspiração. TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter conseguido chegar até aqui. Agradeço à Josy, minha esposa, por todo seu esforço para que eu pudesse realizar minhas tarefas. À minha família que me apoiou e me incentivou a levar à diante esse trabalho. A todos os amigos, colegas e professores que me orientaram e se dispuseram a contribuir com essa empreitada. TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 RESUMO O presente trabalho apresenta informações relativas à empresa Sefert. Iniciamos com a apresentação da empresa fazendo uma introdução dos principais assuntos a serem abordados. Realizamos a descrição do projeto de ganho de participação de mercado formulado pela empresa. Estabelecemos a estrutura organizacional e conduzimos ao público alvo e principais produtos comercializados pela Sefert bem como o projeto de expansão do leque de produtos. Dentro do planejamento estratégico visamos os principais concorrentes e o Market Share da empresa dentro do mercado onde atua. Propomos também e destacamos a análise SWOT com os pontos fortes e fracos da Sefert. Dentro da análise do mercado trazemos informações a respeito das cinco forças de Porter e Balanced Scorecard. No terceiro capítulo observamos os principais pontos referentes às pessoas e a qualidade. Apresentamos a opinião de alguns autores sobre liderança e motivação. Os aspectos éticos e o trabalho em equipe também são apontados. Sobre qualidade apontamos as principais informações sobre as normas ISO e o ciclo PDCA. Observamos a necessidade de as empresas realizarem os investimentos necessários em qualidade e em pessoas. É trazida a importância do departamento de gestão de pessoas no momento da tomada de decisão dentro da organização. Palavras-chave: Pessoas. Qualidade. Forças de Porter. Normas ISO. Ciclo PDCA. Capítulos I e II realizados em grupo: Thiago de Andrade Paleari e Carlos Henrique A. Myra. TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 SÚMÁRIO 1 CAPÍTULO I 07 1.1 Introdução 07 1.2 Descrição do Projeto 09 1.3 Estrutura Organizacional 12 1.4 Produto e Público Alvo 13 1.5 Principais Objetivos 14 1.5.1 Missão 14 1.5.2 Visão 14 1.5.3 Valores 14 1.6 Barreiras de Mercado e Market Share Estimado 14 2 CAPÍTULO II 15 2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 15 2.1.1 Principais concorrentes 15 2.1.2 Análise modelo SWOT 16 2.1.3 5 Forças de Porter 18 2.1.4 Balanced Scorecard 22 3 CAPÍTULO III 26 3.1 PESSOAS E QUALIDADE 26 3.1.1 Liderança 26 3.1.2 Motivação 27 3.1.3 Ética 29 3.1.4 Formação e desenvolvimento de equipes 31 3.1.5 Gestão de competências 32 3.1.6 Gerenciamento de talentos 32 3.1.7 Aprendizagem 33 3.1.8 Cultura organizacional 34 3.1.9 Normas ISSO 35 3.1.10 Ciclo PDCA 36 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 39 REFERÊNCIAS 40 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 7 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 1-CAPÍTULO I 1.1 Introdução O Agronegócio brasileiro vem crescendo significativamente nos últimos anos, segundo dados da instituição CEPEA – ESALQ. A forte demanda por alimentos devido ao crescimento da população mundial mostra a responsabilidade de aumentarmos as produções. Abraham Maslow criou uma divisão chamada de Hierarquia de Necessidades de Maslow, onde as necessidades na base da pirâmide devem ser satisfeitas antes das localizadas em nível mais alto para buscar a realização pessoal, e como vemos os alimentos estão nessa classificação. Segundo HÉLDER MUTEIA, representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a população mundial deverá chegar a nove bilhões até o ano de 2050 e a produção de alimentos deverá crescer 70% para suprir esta demanda. E o Brasil é uma das grandes esperanças para chegar a este aumento, visto que ainda tem muitas áreas degradadas que podem se 8 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 tornar produtivas, tem abundância hídrica e pessoas qualificadas para desenvolver novas tecnologias. Dentro deste cenário vemos a importância de investir no agronegócio brasileiro, investir em pessoas e levar soluções para os desafios encontrados. O presente estudo visa à criação de um plano de negócios para uma empresa relativamente nova no mercado, que vê uma grande possibilidade de crescimento pelo fato de que o mercado apresenta e necessita de novas ferramentas para crescer de forma sustentável buscando ser umas das referências em sua área de atuação. A Sefert Com. Produtos Agrícolas é uma empresa que atua no mercado de insumos agrícolas e tem na comercialização de sementes de milho e soja, fertilizantes e defensivos agrícolas seus principais produtos. A empresa está há cinco anos no mercado e surgiu com intuito de explorar o comercio de insumos agrícolas de Santa Cruz do Rio Pardo e região vendendo inicialmente apenas sementesde milho e fertilizantes. Com o decorrer do tempo a Sefert obteve ganho de participação da fatia de mercado e foi agregando mais produtos ao seu portfólio como, por exemplo, sementes de soja e defensivos agrícolas. Atualmente a empresa está assumindo um novo desafio: atuar também no mercado máquinas agrícolas. Em sua fundação a empresa possuía poucos colaboradores, assim como uma pequena estrutura física, com o decorrer do tempo houve a necessidade de investir na expansão do negócio bem como contratar mais colaboradores para atender o público alvo, aumentar a frota e o espaço físico. A empresa também observou a necessidade da implantação de um sistema operacional que permite a visualização de todo o processo de compra e venda de produtos bem como um histórico desde o pedido de venda até as vendas já realizadas, organizando assim o trabalho e proporcionando segurança nos processos realizados, ou seja, melhoria dos processos internos de controle. Todos sempre buscando maneiras e processos cada vez mais avançados para estar à frente e proporcionar comodidade e praticidade aos clientes e trabalhadores da empresa. Com sede localizada na Rodovia Engenheiro João Batista Cabral Rennó, km 319, Bairro Serrinha em Santa Cruz do Rio Pardo – SP, ou Rodovia SP 225, que é a principal rodovia que dá acesso tanto à Santa Cruz do Rio Pardo quanto às demais 9 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 cidades que são atendidas, facilitando assim o deslocamento de nossos veículos de entrega e também de nossos fornecedores. Adquirido em 2013, possui amplo terreno medindo aproximadamente 15.000 m², com salas amplas, estacionamento interno, barracão para estoque e ainda conta com espaço livre para novas construções e ampliação. Composta por dois sócios proprietários, José Vagner Azanha Myra, graduado em Engenheiro Agronômica pela ESAPP (Escola Superior Agronômica de Paraguaçu Paulista), pós graduado em Gestão de Marketing e RH pela Estácio de Sá em Ourinhos - SP e Carlos Henrique Azanha Myra, engenheiro agrônomo graduado pela FIO (Faculdades Integradas de Ourinhos), pós-graduando em MBA Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getúlio Vargas, Bauru – SP), juntos administram a empresa. O setor financeiro conta com um assistente financeiro responsável por organizar os pagamentos e recebimentos de contas, um responsável pelo faturamento que também auxilia na organização de entradas e saídas de produtos (estoque), uma psicóloga que objetiva promover saúde e qualidade de vida, assim como organizar as funções e treinar a equipe, oito vendedores que atendem interna e externamente e três motoristas que cuidam da logística de entrega dos produtos, sendo um deles responsável pela manutenção da frota. Possui frota própria, constituída por 11 carros, 3 caminhões, 1 caminhonete e 1 moto. 1.2 Descrição do Projeto O presente projeto tem a função de indicar melhorias para a empresa Sefert, com análises críticas das diversas áreas de atuação, possibilitando assim uma gestão adequada ao cenário em que a empresa está instalada. Segundo Valle (2010), um dos nomes famosos em estratégias corporativas é Porter, que defende que estratégia é uma corrida para a melhor posição, sendo a escolha correta dos tradeoffs de competir e a escolha do que não fazer, baseadas nas forças competitivas. 10 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Aponta ainda, o autor acima, que a estratégia corporativa sempre deve ter o alinhamento com algumas palavras-chaves: Meio ambiente; Atividades críticas – ações; Metas/objetivos; Negócios; Recursos; Oposição/concorrência; Sobrevivência/extinção. Outro destaque que Valle (2010) traz é nunca se esquecer do passado, trazendo exemplo de vários impérios empresariais que sucumbiram: Grupo Matarazzo (200 empresas, 37 mil funcionários, 365 fábricas). Bamerindus (700 lojas, faturamento de US$ 1 bilhão). Pan Am (maior empresa aérea do mundo no passado). Dentre vários aspectos a serem levantados, temos como prioridade uma análise do ambiente onde a empresa está instalada, levando em conta o perfil dos consumidores, participação de mercado (Market Share) de seus concorrentes, além de um estudo para redução de custos e definição dos objetivos estratégicos a serem seguidos. A seguir segue gráfico explicativo sobre a participação de mercado da Sefert e seus principais concorrentes. 11 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Dentro das mudanças indicadas, a Sefert disponibiliza R$ 200.000,00 com capital próprio para a implementação do controle de custos e análises de mercado, para isso é necessário a contratação de um gestor de custos para a empresa e o tempo necessário para aprendizado e implantação dessas mudanças será de seis meses. Com a finalização deste projeto, a tendência é a diminuição de custos, que vai proporcionar um aumento no lucro líquido da empresa, e com os relatórios de análises de mercado facilitará as tomadas de decisão sobre os caminhos a serem traçados pela empresa, onde no prazo de dois anos espera-se que seu Market share passe de 12% para 20%, aumentando assim a receita da empresa. Após este período, com o aumento das receitas parte deste capital deverá ser redirecionado para a implantação de novos projetos buscando constantes melhorias para a empresa. A Sefert acredita muito na fidelização de seus clientes, pois trabalha de forma ética, honesta, transparente e leva até seus clientes soluções para os diversos problemas que a agricultura enfrenta e dentro deste contexto está almejando uma ampliação de seu portfólio de produtos, idealizando a construção de uma loja de máquinas agrícolas já que a cidade é carente nesse setor comercial e por se encontrar entre os produtores rurais da região. A Sefert é uma empresa que preza seus fornecedores e busca exclusividade com os produtos que comercializa em sua região atuante. 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% SEFERT AGROFERRARI COOPERMOTA AGRO RIO PARDO OUTROS MARKET SHARE 12 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Atualmente a empresa conta com 20 colaboradores dentre eles, engenheiros agrônomos, tecnólogo em agronegócios e técnicos agrícolas com intuito de atender as necessidades de nossos clientes, oferecendo produtos e assistência técnica de qualidade, conciliando a inovação tecnológica e o desenvolvimento sustentável. 1.3 Estrutura Organizacional A estrutura organizacional é representada pelo organograma abaixo, onde os diretores participam de todas as decisões e caminhos que a empresa deve seguir. Logo abaixo a gerência tem o papel de colocar as decisões dos diretores em prática, orientando as partes abaixo. Os setores de RH, Administrativo e Comercial é uma divisão de tarefas onde RH é responsável pelo departamento pessoal de todos os funcionários, além de promover trabalhos buscando alinhar todos os envolvidos na instituição, administrativo tem a responsabilidade pela parte contábil e organizacional da empresa e comercial representa a equipe de vendas. Direção RH Administrativo Estoque Limpeza Comercial Gerência 13 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 1.4 Produto e Público Alvo O portfólio da empresa representa a comercialização de insumos agrícolas, com um foco maior nas culturas de milho e soja, e outras culturas como cana-de- açúcar, pastagem, feijão, tomate, pimentão que também estão presentes na região onde a empresa atua. Dentreestas culturas, são comercializadas sementes, fertilizantes (líquidos e sólidos), defensivos agrícolas e corretivos de solo. Dentre os produtos comercializados, a empresa tem um foco especial em produtos diferenciados, que possuem alto valor agregado e levam melhores resultados para os clientes. Hoje a Sefert tem como principal produto a variedade de milho 30A37 PW, desenvolvida pela marca Morgan Sementes e Biotecnologia, vem se destacando em vários resultados realizados por instituições de pesquisas e apresenta características que se adaptam perfeitamente as que o mercado busca na região de atuação da Sefert, como precocidade, ótima sanidade e alto potencial produtivo, e outro produto que traz grandes expectativas é o lançamento de mais uma variedade de milho, MG652, com características que também se adaptam as comercializadas na região, apresenta menor custo sendo uma ótima opção para produtores que realizam médio investimento. Aos clientes que compram regularmente, a empresa leva também a seus clientes uma assistência técnica sem custos adicionais, visando o correto uso de seus produtos e um melhor aproveitamento para o cliente buscando assim agir de forma ética e incentivar a fidelização de clientes. O público alvo são agricultores do Vale do Paranapanema no estado de São Paulo, onde os municípios de Ibirarema, Salto Grande, Ribeirão do Sul, Campos Novos Paulista, Ourinhos, Chavantes, Ipaussu, Santa Cruz do Rio Pardo, Bernardino de Campos e Pirajú são visitados com frequência pela equipe de vendas, segundo um levantamento de mercado feito pela empresa, nestas regiões possuem cerca de 500 clientes, com uma área de plantio de 60.000 há de soja e 50.000 há de milho, que representam o foco da empresa. 14 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 A região é caracterizada por possuir poucos clientes com áreas grades, em sua maioria são pequenos e médios agricultores o que contribui para diminuir o risco, visto que grandes clientes possuem maior poder de compra perante o mercado, o que acaba por reduzir as margens das empresas, e também a pulverização dos clientes diminui o risco de inadimplência elevada. 1.5 Principais Objetivos 1.5.1 Missão: Atender as necessidades de nossos clientes, oferecendo produtos e assistência técnica de qualidade, conciliando a inovação tecnológica e o desenvolvimento sustentável. 1.5.2 Visão: Estar entre as empresas mais conceituadas em seu ramo de atuação, concretizar a marca e proporcionar crescimento profissional a todos os clientes e colaboradores. 1.5.3 Valores: Ética: Trabalhar de forma honesta e transparente. Simplicidade: Valorizar ideias simples e práticas. Pró- atividade: Solucionar e antecipar problemas. Resiliência: Habilidade para lidar e superar adversidades. 15 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Valorização das Pessoas: Investir no desenvolvimento dos colaboradores. 1.6 Barreiras de Mercado e Market Share Estimado O mercado de produtos agrícolas apresenta diversos fatores que dificultam os acessos aos mercados, as constantes variações cambiais estão no topo na lista já que são constantes e a maioria das matérias primas dos produtos comercializados é de origem estrangeira acaba impactando diretamente no mercado, onde o custo do estoque a ser comercializado pode ser muito diferente entre os concorrentes variando de acordo com o momento da compra. O perfil dos clientes deste ramo de atuação também dificulta a entrada de novas empresas no mercado, pois embora sejam grandes áreas a serem exploradas, estão nas mãos de poucos clientes que praticamente exigem uma relação muito próxima entre cliente e revenda, procurando confiança e credibilidade. Dessa forma se faz necessárias ações que devem ser demostradas no cotidiano da empresa e levam algum tempo para os consumidores aceitá-las. De acordo com a área de atuação da empresa e seu potencial de compra a Sefert atualmente está com um Market Share de 12% do mercado, com possíveis mudanças e novas estratégias de trabalho o objetivo é que esta participação de mercado atinja 20%. 2 CAPÍTULO II 2.1 Planejamento Estratégico 2.1.1 Principais concorrentes 16 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 A empresa Sefert é relativamente nova no mercado, aproximadamente cinco anos, e seus principais concorrentes também atuam no setor de insumos agrícolas, a saber: Agroferrari Produtos Agrícolas LTDA Agrofito LTDA Agro Rio Pardo Produtos Agrícolas LTDA Coopermota Cooperativa dos Cafeicultores da Média Sorocabana 2.1.2 Análise modelo SWOT Segundo Lobato (2009), SWOT pode ser traduzido para o português como: forças, oportunidades, fraquezas e ameaças da organização. O autor ainda destaca que a avaliação estratégica realizada a partir da matriz SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica competitiva. A empresa Sefert se insere neste contexto primeiramente analisando internamente seus pontos fortes e ideias que podem potencializar a utilização dos pontos fortes no alcance de resultados. Dentro da análise interna também, apontamos os pontos fracos e ideias que mitiguem essas fraquezas. Análise Interna: Pontos Fortes: - Equipe jovem buscando crescimento profissional. - Equipe aberta a novas tecnologias - Força de vendas se adapta a novos produtos - Espaço físico amplo para bem atender os clientes - Atua fortemente no pós-venda Ideias que potencializam essas forças - Programas de reconhecimento - Programas de treinamento - Projetos visando maior relacionamento com o cliente - Ofertar novos produtos ao cliente 17 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Pontos Fracos: - Por ser uma equipe jovem falta experiência - Preços acima do mercado concorrente - Custos operacionais elevados - Dificuldade em fidelizar clientes Ideias que mitiguem essas fraquezas - Treinamento de gestão - Identificação de valor agregado - Implantação de controle de custos - Programas de fidelidade A partir da avaliação dos itens acima se pode observar a inter-relação entre forças e fraquezas e ameaças e oportunidades da empresa Sefert. Análise Externa: Oportunidades: - Utilizar o pós-venda e a assistência técnica para fidelizar os clientes - Ofertar produtos diferenciados para obter maior margem de contribuição Ideias que potencializam essas forças - Conhecer melhor a concorrência e diferenciar-se. - Agregar valor ao produto/serviço. - Participar de feiras e eventos e manter contato com fornecedores inovadores. Ameaças: - Preços dos concorrentes mais baratos - Concorrentes com maior poder de barganha junto aos fornecedores. Ideias que mitiguem essas fraquezas - Demonstrar valor agregado para o cliente - Buscar fornecedores variados Análise da SWOT Oportunidades x Pontos Fracos: - Utilizar o pós-venda e a assistência para fidelizar os clientes x Dificuldade em fidelizar clientes - Ofertar produtos diferenciados para obter maior margem de contribuição x Preços acima do mercado concorrente Restrições a melhorar - Treinamento em prestação de pós venda e fidelização do cliente - Estudo de mercado para comercialização de produtos inovadores. Ameaças x Pontos Fracos: - Concorrentes com maior poder de barganha junto aos fornecedores. x Custos operacionais elevados Problemas a eliminar - Melhorar a eficiência operacional- Implantar e implementar controle de custos Oportunidades x Pontos Fortes: - Atua fortemente no pós-venda x Utilizar o pós-venda e a assistência técnica para Alavancas a capitalizar - Implantar programas de fidelidade - Promover palestras educativas e 18 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 fidelizar os clientes - Ofertar produtos diferenciados para obter maior margem de contribuição x Espaço físico amplo para bem atender os clientes encontros com os clientes e produtores rurais potenciais Ameaças x Pontos Fortes: - Preços dos concorrentes mais baratos x Força de vendas se adapta a novos produtos - Concorrentes com maior poder de barganha junto aos fornecedores x Equipe jovem buscando crescimento profissional. Vulnerabilidades a monitorar - Buscar diversificação de fornecedores sem abrir mão de qualidade e marcas renomadas - Investir em relacionamento em busca de compensar o quesito preço. 2.1.3 5 Forças de Porter Michael Eugênio Porter é professor da Harvard Business School na área de administração e economia, também é autor de muitos livros sobre estratégia e competitividade. De seus estudos e trabalhos resultaram conceitos como a análise das cinco forças competitivas conforme ilustrado abaixo. 19 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 O modelo das cinco forças de Porter permite analisar o grau de atratividade de um setor da economia. Ele identifica os fatores que afetam a competitividade, dentre os quais uma das forças está dentro do próprio setor, sendo que os demais são externos. Segundo Lobato (2009), o modelo desenvolvido por Porter apresenta uma metodologia analítica visando auxiliar a organização a: Analisar o setor como um todo e prever sua evolução. Compreender a concorrência e a sua própria posição no setor. Formar uma estratégia competitiva para o ramo de negócio. 20 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 A Sefert está em busca constantemente de analisar o mercado regional de atuação e manter foco na evolução mercadológica atual a fim de ganhar participação sustentável de maior fatia de mercado e para que isso ocorra a empresa vai expandir o portfólio de seus produtos passando a comercializar equipamentos e máquinas agrícolas. Esse novo ramo de atuação partiu do estudo de mercado relativo ao nível de exploração desse setor, foi constatado que havia certa carência na região de empresas locais que comercialização esse tipo de produto, dessa forma a Sefert interagiu com o mercado e iniciou o projeto e vai atender seus clientes com maquinários diversos. Lobato (2009) aponta que segundo Porter, saber onde e como competir são as duas questões-chave para formulação da estratégia competitiva. Para dar resposta a essas questões a empresa pode desenvolver dois tipos básicos de vantagem competitiva: liderança em custo ou diferenciação. Para os administradores da Sefert a palavra diferenciação deve ser uma das bases de sustentação da empresa, pois os concorrentes de maneira geral se comportam de forma muito semelhante no tocante a preços e condições de pagamento, dessa forma a diferenciação em atendimento e pós venda, por exemplo, podem ajudar na conquista do Market Share almejado. A empresa para o ano de 2014 busca capacitar a força de vendas com treinamentos em pós-venda e assistência técnica em parceria com fornecedores elevando assim o nível de atratividade de seus produtos e serviços. Rivalidade entre concorrentes – Lima (2007) destaca que a rivalidade é consequência da interação de vários fatores estruturais, tais como: Concorrentes numerosos ou bem equilibrados; Crescimento lento da indústria; Elevados custos fixos ou de armazenamento; Ausência de diferenciação ou custos de mudança; 21 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Expansão da capacidade; Concorrentes divergentes; Grandes interesses estratégicos; Barreiras de saída elevadas. Atualmente a rivalidade na região de Santa Cruz do Rio Pardo é crescente e acompanhada de perto pela diretoria da Sefert que investe dinheiro e tempo na análise desse mercado. Justamente de olho no mercado e na rivalidade a Sefert busca elencar os principais concorrentes a fim de saber que tipo de produto e abordagem está sendo utilizada no momento e, dessa forma, manter o foco no mercado. Novos entrantes na indústria – Lima (2007) aponta que a ameaça de entrada de concorrentes numa indústria irá depender das barreiras existentes e da reação que os novos concorrentes esperam por parte daqueles já estabelecidos nessa indústria. Barreiras à entrada de concorrentes – O autor acima ainda destaca as principais barreiras à entrada de concorrentes, a saber: Economia de escala – se o entrante optar por produção em larga escala pode ter reação das organizações já estabelecidas, porém se optar por baixa escala terá custos maiores. Diferenciação de produto – o entrante arcará com altos custos para se estabelecer ante a fidelidade já existente no mercado. Necessidade de capital – altos custos em publicidade e pesquisa e desenvolvimento e risco de retorno. Custos de mudança – recursos alocados em convencer os clientes a mudarem de fornecedor. Acesso aos canais de distribuição – o entrante terá que persuadir os meios de distribuição a trocarem os fornecedores e isso acarretará altos custos. Desvantagens de custos independentes de escala – localização privilegiada, subsídios oficiais, curva de aprendizagem ou de experiência, tecnologia patenteada do produto, tudo isso confere aos concorrentes já estabelecidos vantagens que o entrante não terá condições de igualar e suplantar. 22 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Políticas governamentais – o governo pode de alguma forma, restringir a entrada de novos concorrentes na indústria. As várias barreiras de mercado citadas acima também estão presentes em Santa Cruz do Rio Pardo e região, a medida que o mercado expande temos a transposição de fronteiras e nos deparamos com novos concorrentes que às vezes vêm para ficar. A diferenciação do produto é uma das barreiras de mercado adotadas pela Sefert que está elencada entre as empresas que inovam na região. A empresa acredita e aposta no encantamento do cliente para fidelizá-lo e agregar valor ao produto ou serviço e, dessa forma, dificultar a entrada de novos concorrentes. Poder de barganha dos compradores – Existe também a competição pelos produtos de melhor qualidade a preços mais baixos, o que afeta a rentabilidade das organizações. Ameaça de produtos ou bens substitutos – Lima (2007) explica que de qualquer forma as organizações estão sempre competindo com indústrias que fabricam produtos substitutos. Produtos substitutos são aqueles que podem desempenhar a mesma função do produto da indústria, mas não possui a mesma forma necessariamente. 2.1.4 Balanced Scorecard O Balanced Scorecard, segundo Lobato (2009) é uma ferramenta para o controle e alinhamento estratégico da organização. O autor também destaca algumas razões que levam os estrategistas e implantar o BSC, vejamos: Obter clareza e consenso sobre a estratégia do negócio; Proporcionar foco ao negócio Desenvolver a liderança da alta direção Educar a organização Alinhar programas de investimentos 23 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Tornar a estratégia clara para toda a organização Promover o aperfeiçoamento.Lobato (2009) menciona Kaplan e Norton: “Hoje, na maioria dos setores, é possível comprar no mercado internacional máquinas e equipamentos comparáveis aos das principais organizações globais. O acesso a itens do ativo fixo não mais representa o fator diferenciador; atualmente, a distinção resulta da capacidade de usar esses recursos com eficácia. A organização que perder todos os seus equipamentos, mas preservar as habilidades e conhecimentos da força de trabalho retornará aos negócios com razoável rapidez. A organização que perder sua força de trabalho, mas mantiver seus equipamentos, jamais se recuperará.” O autor ainda destaca que as medidas usadas pelo BSC derivam da visão de futuro, da missão e da estratégia da organização. Trata-se de um sistema de integração da gestão estratégica a curto, médio e longo prazo que visa ao aprendizado e ao crescimento organizacional. Abaixo as quatro perspectivas do Balanced Scorecard 24 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Fonte: Kaplan e Norton As perspectivas do Balanced Scorecard se inserem na visão estratégica da empresa Sefert conforme abaixo: Perspectiva financeira: para sermos bem-sucedidos financeiramente, como deveríamos ser vistos pelos nossos acionistas? A resposta está exatamente na análise SWOT elaborada acima. Os investidores da empresa querem se deparar com melhorias na estrutura de custos da empresa bem como expandir as oportunidades de receitas e é o que propõe a análise SWOT da Sefert. 25 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Perspectiva do cliente: para alcançarmos nossa visão, como deveríamos ser vistos pelo nosso cliente? Visão da empresa: “Estar entre as empresas mais conceituadas em seu ramo de atuação, concretizar a marca e proporcionar crescimento profissional a todos os clientes e colaboradores.” Buscar cada vez mais a satisfação do cliente aliada ao bom relacionamento investindo em pós-venda e programas de fidelidade. Perspectivas de processos internos: para alcançarmos a nossa visão como sustentaremos a nossa capacidade de melhorar? Processos bem elaborados na gestão dos clientes e operacional para trazer capacidade de melhorias para empresa como um todo é o objetivo dentro dessa perspectiva. Perspectiva de aprendizado e crescimento: para satisfazer nossos acionistas e clientes, como sustentaremos a habilidade de aperfeiçoamento e mudança? A empresa busca o amadurecimento operacional bem como em novas tecnologias da informação com maior qualidade para obter maior eficiência, dessa forma cria-se uma valorização do capital humano. 26 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 3 CAPÍTULO III 3.1 PESSOAS E QUALIDADE 3.1.1 Liderança No mundo corporativo atual é de domínio público que as empresas estão em busca de profissionais que exercem liderança sobre suas equipes, mas o que é Liderança? Para Hunter (2006) “liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns, inspirando confiança por meio da força do caráter” o autor ainda complementa dizendo que nessa definição as palavras de destaque são habilidade e influenciar pessoas. Segundo Macêdo (2012) entende-se por liderança a arte de educar, orientar e estimular as pessoas a persistirem na busca de melhores resultados em um ambiente de desafios, riscos e incertezas. O autor acima ainda aponta que existem comparações sobre as afinidades e os contrapontos dos papéis de chefe e líder e destaca: Chefe: profissional investido de autoridade formal que ocupa cargo previsto na organização e possui autonomia para decidir no âmbito de sua função. Gerente: É a figura do chefe reforçada pelos conhecimentos técnicos específicos de sua área de atuação e pelo exercício pleno de funções administrativas. Gestor líder: é aquele que realizando o exercício de qualquer função de comando permanente ou temporária, formalmente ou não, é capaz de influenciar a equipe, e sendo legitimado por ela, representá-la e conduzi-la em determinada situação. A Sefert não foge à realidade e procura no mercado, profissionais que, além dos requisitos técnicos requeridos pela função a ser exercida dentro da empresa, 27 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 também contribuam com o aspecto liderança para os cargos e funções estratégicos no ambiente negocial. Macedo (2012) também destaca que do exercício da influência nos aproximamos do conceito de poder. Para o autor poder é a capacidade, inata ou adquirida, de exercer influência sobre indivíduos, grupos, acontecimentos, épocas e decisões. Dentro do mercado competitivo do mundo corporativo atual os profissionais necessitam não só de informação e conhecimento, mas também de capacidade de influenciar pessoas para que elas façam as coisas acontecerem da maneira correta. Na realidade das empresas que atuam no mesmo mercado que a Sefert estamos falando de pequenas equipes onde esses conceitos também se aplicam embora de forma diferente. Para Macedo (2012) além de exercer poder outra atitude do líder é dar poder, ou em suas palavras empowerment, aos seguidores para que individualmente ou em equipe, alcancem o máximo desempenho. Também destaca o autor acima que o poder não se limita ao indivíduo, uma vez que pode ser exercido coletivamente por várias pessoas que individualmente não conseguiriam exercer o poder. Nas palavras de Macedo (2012) a discussão sobre influência pode nos levar a palavra política dando uma ideia de atos ilícitos de politicagem, mas a política dentro das organizações pode ser útil nos processos de mudança, na facilitação de relacionamentos e também para evitar ou dirimir confrontos. Dessa forma os conceitos acima ajudam a definir qual o perfil adequado para um gestor de equipes atual, bem como quais são as principais características a serem buscadas pelas empresas quando o assunto é liderança e poder. 3.1.2 Motivação Para Kaufman (2010) a motivação é um estado emocional que vincula com as partes do nosso cérebro que sentem com as partes responsáveis pela ação. Na maioria dos casos a motivação é automática aponta o autor e complementa que a 28 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 mente humana percebe a diferença entre como as coisas são e como gostaríamos que elas fossem e o corpo automaticamente age para eliminar a diferença. Kaufman (2010) destaca que a motivação é uma emoção e não uma atividade lógica e racional. Segundo Macedo (2012) as empresas devem procurar despertar em seus funcionários motivação para fazer parte e permanecer na organização, comparecer ao trabalho regularmente, ter um bom desempenho e demonstrar comportamentos de cidadania. O autor acima ainda destaca que de empregados motivados é esperado alta produtividade, resultados de excelente qualidade e ações que busquem o bem coletivo. Macedo (2012) aponta que a gerência estratégica das organizações deve entender essas motivações específicas e dispor de uma política clara, de um leque de processos de gestão de pessoas e de decisões gerenciais adequadas para sustentar os processos motivacionais do capital intelectual da organização. No mundo empresarial muito se fala em motivação para que a organização alcance seus resultados esperados, suas metas, nesse contexto incluímos a Sefert e destacamos que se trata de uma empresa nova onde seus proprietáriosincorporaram o desejo de realizar um projeto empresarial e podemos dizer que essa atitude, de certa forma, motivou todos os colaboradores da empresa. Logicamente a inspiração citada acima não será a única motivação para que as pessoas façam alguma coisa, dessa forma, citamos Macedo (2012) que prefere tratar da motivação dos colaboradores nas organizações, como por exemplo, os porquês de profissionais altamente qualificados e com altos salários não estão motivados. O autor acima também trata da motivação dentro dos comportamentos condicionados destacando que a pessoa pode ser estimulada para o trabalho extrinsecamente quando deseja receber recompensas extrínsecas. Como exemplo o autor cita remuneração, benefícios e ingressos para um evento esportivo ou cultural como reconhecimento de desempenho. Macedo (2012) ainda relata que é fácil notar que esses estímulos são largamente utilizados pelas organizações para começar e sustentar comportamentos na direção da obtenção dessas recompensas. 29 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 O autor acima cita a crítica formulada por Bergamini que assevera que nas organizações, os estímulos, tais como salário, segurança, políticas, qualidade da ambiência, condições físicas do ambiente de trabalho, promovem apenas satisfação das pessoas, mas não desenvolvem a motivação. Para o autor as ações de pressão e solicitações externas apenas orientam pessoas condicionadas por outro lado destaca que a diversão e os desafios dirigem as pessoas motivadas, finaliza relatando que essas ideias representam os pensamentos de vários pesquisadores sobre o tema, e, por isso, não restam dúvidas sobre a interioridade da motivação. Dessa forma entendemos que a motivação bem trabalhada e estruturada dentro das organizações pode ser um diferencial na busca por resultados e metas da empresa. 3.1.3 Ética Segundo Macedo (2012) a ética tem como objetivo o próprio comportamento, a ação humana, e não as reações que dela decorrem e cita o exemplo de que quando um funcionário desobedece às regras da empresa onde trabalha, mesmo que seja para beneficiar um grande número de pessoas, que reagem positivamente, este fato não é relevante, pois esse colaborador será julgado por seu comportamento de rebeldia. O autor acima ainda destaca que problemas éticos são diferentes de problemas morais, aqueles abordam reflexões teóricas sobre comportamentos morais, são abrangentes e sempre atingem a comunidade como um todo, já estes são relativos à prática e localizados em cada situação específica, podendo afetar uma ou algumas pessoas. No universo empresarial os gestores buscam formas de controle ético de seus colaboradores como, por exemplo, instrumentos escritos legais, códigos de conduta e regulamentos administrativos. Neles estão elencados limites de conduta tanto para os funcionários estatais quanto para os da iniciativa privada. Como exemplo de 30 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 normas podemos citar a regulamentação para recebimento de doações, o uso de material de escritório, regras para resolução de conflitos e outros. Para Macedo (2012) de maneira geral, os códigos de conduta ética, criam normas que dizem respeito aos acionistas, ao governo, fornecedores, clientes, empregados e concorrentes tratando de comportamentos que trazem benefícios para as organizações e para todas as partes interessadas a fim de promover um relacionamento sustentável e elenca alguns exemplos de comportamentos, a saber: Relações com os acionistas; Relações com público interno; Relações do colaborador com a empresa; Relações com os clientes; Relações com fornecedores; Relações com concorrentes; Relações com órgãos públicos; Relações com o meio-ambiente; Relações com a comunidade. Para o autor acima como toda conduta de negócio a ética também deve ser trabalhada nas formas estratégicas e políticas que se materializem num plano de ação que seja capaz de prever as principais etapas abaixo discriminadas: Comprometimento da direção; Adoção de sólidas e convergentes políticas éticas; Realinhamento dos sistemas de RH; Educação e treinamento em ética; Elaboração e implantação de um código de conduta ética; Criação de conselhos de ética. Dessa forma observamos que os resultados da empresa estão intimamente relacionados aos programas éticos, porém existe muita resistência a sua implementação por causa das dúvidas quantos às respostas que poderão resultar esses programas. Mas se o foco está no cliente não resta dúvida de que ele quer se 31 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 relacionar com empresas íntegras e confiáveis e esse mesmo enfoque pode ser estendido aos fornecedores, que privilegiam empresas confiáveis para que possam manter relações sustentáveis e evitar riscos e desgastes para suas empresas. 3.1.4 Formação e desenvolvimento de equipes Quando falamos em organizações não podemos deixar de falar em equipes e um pouco mais afundo em formação e desenvolvimento dessas equipes. Macedo (2012) cita a teoria do campo de Lewin que apresenta movimentos e forças que atuam dentro do grupo por meio das interações de seus participantes, redundando em mudanças de comportamento nos indivíduos que dele participam. O autor acima também destaca que Lewin contribuiu, além da teoria do campo, com experimentos que deram base à formulação de teorias sobre os estados evolutivos do desenvolvimento de grupos, ou seja, dos processos grupais. Ainda aponta Macedo (2012) que através de relacionamentos interpessoais os indivíduos se expõem aos outros e, dessa forma, obtém um maior conhecimento de si mesmo. Destaca ainda que as discussões que permeiam o grupo não são neutras se apresentando carregadas de significados implícitos, inerentes ao comportamento do grupo e para compreendê-las será necessário levar em consideração quem fala, para quem fala e o que fala. Diante disso o termo processo significa uma inferência realizada com intuito de compreender o comportamento do grupo. Nos dias de hoje é um grande desafio a formação de equipes que correspondam aos anseios da organização e mais difícil ainda manter a equipe em pleno entendimento de sua importância dentro da empresa. Macedo (2012) relata que trazendo seu raciocínio da área da educação para a área de administração, o líder, ao tomar consciência do processo do grupo, deve tornar-se gestor atento de sua dinâmica, que é inerente a todo o desenvolvimento do trabalho proposto à equipe. Chegando aqui trazemos a realidade da empresa Sefert que possui uma equipe jovem e arrojada como característica principal. A formação da equipe se deu ao longo desses cinco anos de vida com poucas alterações no quadro funcional e 32 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 como já explanado acima o gerenciamento de equipes é uma tarefa árdua que leva tempo para ser compreendido e gerar bons resultados. Por outro lado o entendimento por parte da equipe de sua importância e de seu papel dentro da organização traz ganhos inigualáveis ao empreendimento, como por exemplo, a solução dos problemas em conjunto e a criação de novos procedimentos. Desta forma destacamos a equipe como membros principais na atuação da organização e responsável pelos resultados almejados pela empresa que quer alcançar suas metas e objetivos. 3.1.5 Gestão de competências O que é competência? Segundo Fleury e Fleury citado por Macedo (2012) uma definição de competência comumenteutilizada entre os profissionais de RH é: “conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes que afetam a maior parte do trabalho de uma pessoa, e que se relacionam com o desempenho no trabalho; a competência pode ser mensurada, quando comparada com padrões estabelecidos e desenvolvidos por meio de treinamento”. O autor acima destaca ainda que o desenvolvimento de competências é uma condição imprescindível para que se atinjam os resultados organizacionais. Complementa Macedo (2012) que a noção de competência está ligada ao desempenho profissional que exige do funcionário além de saber fazer bem as coisas também ser um bom profissional. Cita como exemplo o vendedor competente, que não é apenas o que sabe fazer uma negociação, e sim aquele que sabe ser um bom negociador, implicando conhecimentos técnicos, crenças, valores, características e traços da personalidade, dessa forma, para saber ser é imprescindível saber fazer. 3.1.6 Gerenciamento de talentos 33 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Segundo Macedo (2012) saber atrair e selecionar pessoas certas para lugares certos é o que dirigentes e gestores de pessoas desejam desde a revolução industrial e existem vários livros que prometem alcançar esse resultado. Ainda aponta o autor que é crescente o número de obras de autoajuda que visam oferecer aos candidatos dicas de como conquistar uma boa colocação no mercado de trabalho e destaca que o mais interessante é que esses livros vendem tanto a ponto de se tornarem best sellers.. Para Macedo (2012) o processo de seleção de talentos define-se como um conjunto de atividades que visa atrair e selecionar pessoas adequadas às diversas funções de uma organização e essas atividades devem estar alinhadas às políticas e diretrizes emanadas do nível estratégico, as quais, por sua vez estão subordinadas às leis de mercado, aos cenários e à legislação trabalhista. Dessa forma vemos que o processo de captação e seleção de talentos exige uma minuciosa análise do caminho a ser seguido desde o momento da atração de candidatos até a contratação dos candidatos selecionados, sendo assim qualquer informação imprecisa pode repercutir negativamente dentro da organização. É o ponto inicial para o sucesso empresarial. 3.1.7 Aprendizagem Macedo (2012) destaca que atualmente o ambiente de trabalho passou a ser uma dinâmica de saberes e competências e nessa perspectiva, as empresa buscam as pessoas que saibam explorar esse contexto construindo constantemente as práticas constitutivas do diferencial competitivo em relação à concorrência. As organizações passaram a ter que se adaptar quando o assunto é gestão do conhecimento. Muitas foram as mudanças ocorridas dentro das organizações no aspecto de como tratar o treinamento e desenvolvimento das equipes. Para o autor acima o conjunto de conhecimentos e competências exigido passou a ser definido pelas estratégias empresariais, pelas particularidades tecnológicas, e não mais pelo ofício ou especialidade do funcionário. 34 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Segundo Macedo (2012) torna-se inquestionável a necessidade de mudanças profundas nos programas de treinamento e desenvolvimento elaborados pelas empresas. O desafio de mudar o perfil de seus colaboradores coloca em evidência e política de gestão de pessoas da organização. Complementa o autor que para obter a mudança de perfil e conhecimentos dos funcionários a organização deve elaborar uma metodologia de gestão do conhecimento que privilegie o desenvolvimento de atitudes, posturas e habilidades alinhadas com o movimento estratégico da organização. Dessa forma observamos que as mudanças no mercado de trabalho são muitas e constantes e as organizações representadas pelo departamento de gestão de pessoas devem estar focadas no desenvolvimento dos profissionais como forma de garantir o próprio sucesso empresarial. 3.1.8 Cultura organizacional Segundo Macedo (2012), inicialmente o conceito de cultura organizacional foi elaborado a partir da antropologia comportando ideias de várias áreas do conhecimento. A abordagem antropológica permite identificar as diferenças entre culturas de povos, tribos e grupamentos humanos. Ainda relata o autor acima que nos últimos anos os conceitos de cultura organizacional tiveram influencias da sociologia, história e psicologia social permitindo aplicação na realidade social. Trata-se de um complexo processo social que compreende a interação de fatores tangíveis e intangíveis (Macedo, 2012). O autor acima explica que os fatores tangíveis compreendem a arquitetura dos prédios, as tecnologias de gestão de processos, o estilo do vestuário predominante na empresa, o visual e leiaute de seus diferentes setores e unidades, além de diversos artefatos materiais, produtos e serviços criados pela empresa, já os fatores intangíveis são símbolos, marcas, costumes, ideais preestabelecidas, regras e tabus. 35 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 A cultura organizacional é única dentro de cada empresa, mesmo empresas de segmentos similares têm culturas diferentes e nunca são idênticas. Inegavelmente existe um desafio no gerenciamento da cultura organizacional principalmente quando nos deparamos com o atual panorama empresarial vivido no mundo globalizado de hoje onde ocorrem mudanças que envolvem a reavaliação de premissas culturais, em outras palavras diferenças culturais. Para Macedo (2012) o papel da cultura e de seus impactos na gestão empresarial vem sendo repensado, a fim de se traçarem estratégias de sobrevivência. Programas de privatização, de expansão de mercado, fusões e aquisições, entre outras alternativas, são questões do momento. As organizações devem, dessa forma, posicionar-se diante dos desafios que as diferenças culturais impõem. A cultura organizacional nasce com a empresa e nos dias de hoje deve ser analisada e repensada desde o início das atividades empresarias como forma de garantir a criação de uma estrutura de desenvolvimento na gestão da cultura empresarial e logicamente traçar um caminho de sucesso para a empresa e funcionários. 3.1.9 Normas ISO. Segundo Marshall Junior (2012), em 1946, na cidade de Londres, representantes de vários países se reuniram e decidiram criar uma organização internacional com o objetivo de facilitar, em nível mundial, a coordenação e a unificação de normas industriais, foi criada a International Organization Standardization (ISO), ou Organização Internacional de Normatização oficialmente em 23 de fevereiro de 1947, com sede em Genebra, Suíça. Para o autor acima, a ISO concilia interesses de produtores, usuários, governos e da comunidade científica na preparação de normas internacionais, sendo seu trabalho desenvolvido por mais de 2.600 grupos técnicos, composto por mais de 20.000 especialistas de todo o mundo e que já resultou na edição de mais de 13.000 normas desde a fundação da organização. 36 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 O autor ainda destaca os principais objetivos da normatização, a saber: Economia – proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos; Comunicação – proporcionar meios mais eficientes de troca de informações entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais; Segurança – proteger a vida e a saúde; Proteção ao consumidor – prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos bens e serviços; Eliminação de barreiras técnicase comerciais – evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre bens e serviços em diferentes países, facilitando, assim, o intercâmbio comercial. Mas como saber se uma empresa aplica a normatização conforme as normas ISO de qualidade? Segundo o autor acima, a necessidade de as empresas comunicarem aos seus clientes e ao mercado a adequação de seu sistema da qualidade às normas de referência originou a atividade de certificação. Ainda complementa o autor que Certificação é o conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente, sem relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que determinado produto ou processo está em conformidade com os requisitos especificados, podendo ser requisitos nacionais, estrangeiros ou internacionais. A Sefert estuda anualmente as normas ISO, através de seu grupo de controle de qualidade chefiado pelos sócios proprietários. A implantação da Certificação ISO é questão de tempo tendo em vista que a empresa é relativamente nova no mercado e ainda está em estágio de expansão dentro de sua região de atuação. Dessa forma, a Certificação ISO torna-se cada vez mais importante dentro do mundo empresarial motivo pelo qual a Sefert se prepara para mais essa conquista. 3.1.10 Ciclo PDCA 37 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 As empresas necessitam de constantes melhoramentos em seus processos internos, com objetivo de sempre manter a qualidade em seus produtos e serviços, bem como demonstrar para os clientes maior valor agregado. Segundo Marshall Junior (2010) a filosofia do melhoramento contínuo possui como sua mais conhecida representação o ciclo PDCA também conhecido como ciclo de Deming ou ciclo de Shewhart seu idealizador. O ciclo PDCA, para o autor acima, é um método gerencial para a promoção da melhoria contínua e reflete, em suas fases, a base da filosofia do melhoramento contínuo, o autor destaca ainda que praticando as fases de forma cíclica promove-se a melhoria contínua e sistemática dentro da organização. O autor ainda destaca as fases do PDCA, a saber: Primeira fase: Plan (planejamento) – Trata-se da fase onde são estabelecidos objetivos e metas para que sejam desenvolvidos métodos e procedimentos para alcançá-los. Segunda fase: Do (execução) – Nesta fase deve-se implementar o que foi planejado sendo preciso fornecer educação e treinamento para a execução dos métodos desenvolvidos na fase de planejamento. 38 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 Terceira fase: Check (verificação) – Esta é a fase da comparação entre as metas desejadas e os resultados obtidos para verificar se os resultados foram alcançados. Quarta fase: Act (agir corretivamente) – São duas alternativas compreendidas nesta fase, a primeira é buscar os motivos a fim de prevenir a repetição dos efeitos indesejados e a segunda é adotar como padrão o planejado na primeira fase. Dessa forma, segundo Marshall Junior (2010), ao girar o ciclo PDCA se obtém previsibilidade no processo e consequentemente aumento da competitividade organizacional. Todas essas fases fazem parte do planejamento da Sefert. A empresa busca no ciclo PDCA a melhoria contínua de seus procedimentos, caso os resultados não sejam os esperados volta-se ao ciclo anterior para planejá-lo novamente. Também destacamos que ao longo da utilização desta metodologia são trazidas ao trabalho outras ferramentas como: diagrama de causa e efeito, diagrama de Pareto, brainstorming, etc. Sabemos que somente o uso dessas ferramentas de gestão não resolverão todos os problemas, porém nos aproximam do seu entendimento o que proporciona um bom caminho no desenvolvimento de novas soluções dentro da organização. 39 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O mundo empresarial atual traz diversos desafios às empresas que desejam se estabelecer no mercado de forma consistente, desde a fundação da empresa, passando pelo projeto, pela gestão dos recursos, pelos estudos mercadológicos, pela gestão de pessoas e também pelo estabelecimento das metas de crescimento e o seu atingimento. Cabe aos gestores o papel de maior responsabilidade que é estarem antenados às mudanças de mercado e às principais práticas de gestão, bem como de governança corporativa. A empresa em foco do trabalho – Sefert –, como já relatado, é uma empresa jovem, mas com ambições de empresa veterana, que pretende fixar sua parcela de mercado: Market Share -. Os desafios são grandes quando contextualizamos os objetivos da empresa com o ambiente onde ela atua, destacando: a concorrência, já estabelecida e com barreiras a novos entrantes; clientela, muitas vezes já fidelizadas pela concorrência; fornecedores que possuem poder de barganha; ect. Esses desafios somente são superados com muita dedicação por parte dos gestores e planejamento estratégico profissional levado a sério. Na gestão de pessoas observamos a importância de uma gestão moderna encarada de forma profissional que perdure durante a gestão da empresa levando em conta as mudanças do perfil do profissional a todo instante e implantando uma gestão sólida e transparente. A gestão da qualidade é outro desafio imenso a ser gerido pela empresa. As empresas estão, cada vez mais, buscando se normatizarem e informando ao cliente e aos fornecedores essa nova condição, sendo assim a análise e o investimento em qualidade torna-se ferramentas de grande valor e potencial na busca pelo sucesso empresarial. Portanto a gestão de um projeto que se chama Empresa é muito complexo e recheado de pormenores motivo pelo qual a capacitação de gestores se faz necessária neste contexto juntamente com a qualificação da equipe onde cada colaborador tem papel crucial no atingimento das metas da empresa. 40 TCC – FGV – Bauru - MBA Gestão Empresarial - GE 26 REFERÊNCIAS Hunter, James C. Como se tornar um líder servidor, 2 ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2006. Kaufman, Josh. Manual do CEO: um verdadeiro MBA para o gestor do século XXI, São Paulo: Saraiva, 2012. Lima, Miguel Ferreira. et al. Gestão de marketing. 8 ed. ver. atual. - Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2007. Lobato, David Menezes. et al. Estratégias de empresas, 9 ed. Rio de Janeiro: Ed FGV, 2009. Valle, André Bittencourt do. et al. Fundamentos do gerenciamento de projetos, 2 ed. Rio de Janeiro: Ed FGV, 2010. CEPEA, Relatório Pib Agro Brasil, São Paulo, 2013, pág. 1 a 11, disponível em http://cepea.esalq.usp.br/pib/. Portal Brasil, Produção Global de Alimentos, São Paulo, 2013, disponível em http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2013/10/brasil-e-referencia-no-combate-a-fome- no-mundo
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