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Afecções neonatais – Equinos 1-) Septicemia - Disseminação hematógena de microrganismos ou de seus subprodutos pelo organismo - Maioria das mortes dos neonatos nas primeiras semanas de vida - Ocorre muito em indivíduos que o sistema imune possui uma baixa resposta, como neonatos e indivíduos senis - É uma doença multifatorial, resultado de uma pré-infecção in útero(placentite) ou por inoculação oral, respiratória, umbilical pós parto - Uma pneumonia pode induzir uma septicemia e uma septicemia pode induzir uma pneumonia, não dá para saber o que veio antes • Historia - Superpopulação e más condições de higiene, depressão e queda na ingestão de leite - Manejo sanitário deficitário, não ingeriu colostro adequadamente, não cuidou adequadamente do coto umbilical - Potros prematuros <320 de gestação - Úbere da mãe vai estar cheio, ele não tem interesse pelo leite OBS: - Gestação normal: 320 a 360 dias - Prematuros: <320 dias - Pós maturos ou dismaturo: >360 dias • Sintomas: - Quanto mais agressivo o agente causador ou quanto menos eficientes o sistema imune, mais sintomas vai ter - Febre, piremia por agentes hematógenos, > 39,5°C - Apatia(face ansiosa), letargia, diminuição das mamadas(anorexia, hiporexia), decúbito(em posição fetal), fraqueza muscular - Hiperextensão dos membros, posição de transcurvo(baixa proteica, relaxamento de musculatura e tendões), indivíduo em catabolismo - Taquicardia, Taquipnéia, alterações pulmonares, diarreia - Sintoma patognômonico: Hipópio bilateral, acúmulo de pus nas câmaras oculares. O pus é composto por restos de bactérias, leucócitos, fibrinogênio, a íris do animal começa a aderir ao pus(cinéquia da íris), então ele não consegue mais fazer miose e midríase correta, então ele pode vir a ficar cego ou a ter mais sensibilidade a luz. - Escore corporal baixo, esta magro - Mucosa seca e hiperêmica, congesta - Desidratação* ∆ Sinais clínicos da desidratação: - Turgor de pele aumentado, demora mais para descer a pele após feita a prega - Olho fundo, enoftalmia (quando o indivíduo esta desidratado o bulbo adiposo do fundo do olho perde liquido rapidamente, então ele afunda) - TPC aumentado, mais do que 2 segundos • Exames complementares: - Hemograma, vai ocorrer leucocitose - Proteína total e fibrinogênio (>500mg/dL)* * Fibrinogênio, é produzida pelo fígado para formar a fibrina na cascara de coagulação, indivíduos equinos com septicemia possuem hiperfibrinogenemia - Taxa glicêmica(<90mg/dL), as bactérias consomem as reservas glicêmicas desse indivíduo • Tratamento: - Antibioticoterapia: Ceftiofur, antibiótico de largo espectro, é uma Cefalosporina de 4° geração, 7 dias pelos menos, SID - Fluidoterapia intravenosa com soluções poli iônicas, Ringer Lactato - Manutenção da amamentação: Pode-se induzir a amamentação, ou sondagem nasogástrica - Plasma hiperimune, anticorpos - Alimentação parenteral - Manutenção do equilíbrio térmico, se apresentar febre, antipiréticos(Dipirona), se tiver hipotermia(cobertores, bolsas de água quente, banhos quentes, lâmpadas) - Anti-inflamatório não esteroidal: Cetoprofeno - Corticoide não pode administrar, o indivíduo já está imunossuprimido 2-) Pneumonia por Rodococcus Equi - É uma doença exclusiva de potros neonatos, entre 1 a 4 meses de idade - Afecção pulmonar mais grave em potros - Infecção por via alimentar ou respiratórias - É uma bactéria enzoótica, já está presente no solo, existe no ambiente naturalmente - É uma doença oportunista, durante a janela imunológica o indivíduo pode adquirir a infecção (período entre os ac passivos e os ac ativos) - É uma pneumonia granulomatosa, forma grandes abscessos caseosos no parênquima e superfície pulmonar - Após a cura do animal os abscessos viram fibroses, prejudicando a capacidade pulmonar e podendo causar gastos com morbidades futuramente • Historia: - Todo ano possui algum caso de óbito em potros com idade de 2 a 4 meses - Sinais de doenças respiratórias, digestivas - Propriedades com muito empoeiramento, sem cobertura vegetal adequada possuem mais casos de pneumonia por Hodococcus Equi - Casos ocorrem mais no outono, pelo aumento de aspersão de pó • Sintomas: - Apatia, hiporexia, febre - O estado geral do animal pode estar bom - Tosse seca e improdutiva, o pus e as secreções estão presos nos abscessos, por isso a tosse não é produtiva - Sem secreção nasal - Estertoração sibilante, os alvéolos estão contraídos por causa dos abscessos - Secreções na traqueia, são secreções aquosas por traqueite secundária - Potro “roncando”, sinal de secreção traqueal • Exames complementares: - Hemograma, Leucocitose (>13.000cel/mL) - Fibrinogênio, hiperfibrinogenemia (>1000mg/dL) - Lavado traqueal, insere um cateter e injeta solução fisiológica, depois aspira para poder realizar a cultura - Exames de imagem, RX e US - RX: Padrão algodão doce, dá para visualizar a superfície e o parênquima pulmonar - US: Visualização da superfície pulmonar somente, verificação de “caudas de cometa”, sombra acústica abaixo do abscesso(mais de 3 caudas, risco da doença) • Tratamento: - Antibioticoterapia: Rifampicina + Eritromicina ou Rifampicina + Azitromicina* * A Azitromicina pode causar hipertermia maligna, induz uma inibição da termorregulação do potro, então fazer a administração de deixa-lo fora da exposição solar - Anti-inflamatorio não esteroidal: Cetoprofeno - Antitérmico: Dipirona - Plasma hiperimune para profilaxia - Vacinação para éguas em gestação: Rodovac - Mudança de manejo do haras para prevenção 3-) Diarréia - Afecção muito comum em potros, eles são curiosos e ingerem e fuçam qualquer coisas, podendo levar os agentes patogênicos para o organismo - Pode ser diarreia autolimitante causando desidratação Causada por: - Bactérias: Salmonella, Escherichia coli, Clostridium perfringes - Vírus: Rotavírus, coronavírus OBS: Diarréia do cio do potro - De 7 a 10 dias do pós parto a égua apresenta cio fértil e o potro neonato apresenta diarreia banda, 2 a 3 dias - Isso ocorre por adaptação do sistema gastrointestinal, está alterando a microbiota do animal • História: - Diarreia, queda de apetite • Sintomas: - Aumento de liquido nas fezes - Diarreia de colorações alteradas, fétidas ou não - Diarréia fétida: Bactéria - Diarreia não fétida: Vírus - Diarreia amarelada: Bactéria - Diarreia esbranquiçada: Vírus ou endoparasitas - Diarreia mucosas: Endoparasitas - Precisa descartar infecções sistêmicas, se ele está com diarreia devido a agentes ou se é resultado se outras infecções - Alterações de temperatura: Hipotermia se for vírus, hipertermia se for bactéria - Desidratação e seu quadro se sintomas característicos, taquicardia, taquipnéia - Glúteos sem pelos e avermelhados • Exames complementares: Hematologia: - Leucocitose, se for bactéria - Eosinofilia, se for endoparasitas - PCR: Verificar vírus - Coprocultura: Bactéria - Coproparasitológico: Endoparasitas • Tratamento: - Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico: Fluidoterapia - Antibióticos: Somente se tiver confirmação de existência de infecção bacteriana, se administrar antibiótico sem ter essa certeza você pode induzir diarreia, pois muda a microbiota intestinal - Manutenção da ingestão do leite: Induzir a ingestão de leite, pode-se colocar sonda nasogástrica e administrar o leite, mamadeiras - Agentes adsorventes: Ele irá quelar os microrganismos e mandar embora nas fezes. Salicilato de Bismuto, Caulim, Pectina(vindas da maça), Carvão ativado - Probióticos - Suco de fezes: Coleta as fezes de cavalo adulto, suspende em água e administra na sonda nasogástrica, repositor de microbiota intestinal 4-) Síndrome de asfixia neonatal – Síndrome de desajustamento neonatal - São fatores que culminam na diminuição ou inibição da oxigenação do sistema nervoso central, pode levar a hemorragia, edema e necrose tecidual - 7 segundos sem oxigênio os problemascomeçam, mas de 5 minutos sem oxigênio tem lesão do sistema nervoso - É uma doença congênita - Partos distócicos e demorados ocorrendo aspiração de líquidos placentários anormalidades placentárias(placentite prévia, irriga mal esse feto) e aspiração de mecônio - Sofrimento fetal, ocorre por restrição de espaço do feto ou por inadequação de posição OBS: Parto eutócico - Apresentação: Anterior - Posição: Cérvico-sacral, a cérvix do potro precisa estar direcionada para o sacro da mãe - Atitude: Cabeça e membros anteriores estendidos para mergulhar para o parto • História: - Potros moribundos e sem reflexos após o nascimento, além de distocias em alguns casos(índice de Apgar baixo, 1-3) - Éguas com corrimento vaginal pré parto, pode ser indício de placentite • Sintomas: - Variam, depende do grau das lesões do sistema nervoso central - Daria para dar o grau de lesões do sistema nervoso central, para saber se é reversível ou não, fazendo uma tomografia, mas esse exame é muito caro e não é usualmente realizado em equinos - Apatia, decúbito, perda da relação com a mãe - Sem a maioria dos reflexos normais, hipotonia(perda de tônus muscular), dispneia - Rigidez espástica dos membros(ficam esticados no chão), tremores, perturbação nervosa, convulsões • Tratamento: - ITU, cuidados intensivos para manutenção das funções vitais, precisa fazer o amadurecimento desse sistema nervoso - Fluidoterapia, oxigenação e termoterapia - Administração de DMSO(Dimetilsufóxido), anti-inflamatório potente, atravessa rapidamente a barreira hematoencefálica, administrar a 10%, IV para não causar hemólise. Utilizado para diminuição do edema do sistema nervoso central - Prognóstico reservado
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