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Teoria Geral do Processo II - Proibidão

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TEORIA GERAL DO PROCESSO II
I. A relação jurídica processual 
	Doutrina majoritária: entende o processo pela definição de Below, que segrega a relação jurídica processual (natureza jurídica do processo) da relação jurídica material. 
	Sujeitos principais: Estado-Juiz, o autor e o réu. Mas a relação não se limita a este esquema tripartite, pois os sujeitos são todos aqueles que participam do contraditório (intervenção de terceiros, peritos, etc).
II. Partes e procuradores
1. Partes → Há dois conceitos de parte, como sujeitos do processo(partes do processo; todos que participam do contraditório) e sujeitos da lide (partes da demanda; quem invoca e em face de quem é invocada a tutela jurisdicional). (ex: MP entrando com ação coletiva, que nesse caso seria sujeito do processo; em benefício de vários interessados, que seriam os sujeitos da lide → parte material). Parte seria aquele que pleiteia e aquele em face de quem se pleiteia a tutela jurisdicional. Por esse conceito seriam partes apenas autor e réu (partes da demanda)
1.2 Capacidade das partes → é um requisito de validade do processo. 
	Como pressuposto de existência, basta que alguém (autor) postule diante de um órgão que esteja investido de jurisdição (Estado-Juiz). (Didier) A relação jurídica processual pode existir sem réu. 
	Já a capacidade das partes é qualificação da existência, portanto pressuposto de validade do processo. Um dos principais efeitos da ação é a existência de litispendência; e portanto gerando litispendência a ação é existente, ainda que não seja válida. Portanto o que reforça que a capacidade é pressuposto de validade, e não de existência. 
	 Fredie Didier diz que a existência de partes é um pressuposto de existência e a capacidade é pressuposto de validade. Ele fala que somente a existência de autor já é pressuposto de existência. Caso não haja réu, o juiz deverá compelir o autor a indicar um réu, e portanto a ação já seria existente; além disso, seria um vício sanável, o que poderia ser considerado assim um vício de existência. Pode-se considerar que os vícios de existência podem ser sanados, os de validade, não. 
 a) capacidade de ser parte – art. 7 do CPC. (legitimidade ad causam)
	É a aptidão para em tese ser sujeito de uma relação jurídica processual; Didier a chama de personalidade judiciária. A capacidade de ser parte é inerente a todas as pessoas e aos entes despersonalizados a que a lei atribuiu personalidade judiciária. (Ligada à capacidade de direito). A condição de não ser pessoa mas ter capacidade para ser parte é a capacidade judiciária → (não possui personalidade jurídica no direito civil). 
 b) capacidade processual – art. 7 c/c art. 8.
	É a aptidão para praticar atos dentro da relação jurídica processual sem a necessidade de representação. Não obstante possuir capacidade para ser parte é necessário que a parte ainda tenha capacidade para estar em juízo. 
 Art. 13 do CPC → Verificada a incapacidade ou a irregularidade na representação, o juiz pode suspender o processo. Se não for sanada a incapacidade: 
1) o juiz decretará a nulidade do processo, no caso do autor.
2) no caso do réu, reputar-se-á este revel. 
3) no caso de terceiro, este será excluído do processo. Portanto nem sempre a incapacidade gera a extinção do processo (no caso de ser o réu e o terceiro, por exemplo). 
	Em caso de ação real imobiliária (real = res, coisa, direito ligado a uma coisa), o cônjuge sempre precisa do consentimento do outro cônjuge para propor ações. Art. 10, §1º → Os dois cônjuges devem ser necessariamente citados; um depende do outro para ser capaz. Para ser réu e para ser autor. 
	Nas ações possessórias, o art. 10 diz que só é necessária a participação dos dois cônjuges quando há composse (posse conjunta do imóvel). 
 Art. 1647 do CC → restringe a capacidade processual do cônjuge, salvo nas hipóteses de separação absoluta de bens. O CC é lei posterior ao CPC; e complementa essa previsão do CPC. 
	E a união estável? O CPC não traz disposição sobre a união estável, mas a constituição equiparou os efeitos do casamento e da união estável. Apesar disso, Didier fala que é necessária uma definição do legislador pois o casamento é um ato solene e público, o que pode não ocorrer com a União estável. Assim, considera-se necessária também a citação dos companheiros, como no casamento. 
	
c) capacidade postulatória – art. 36 CPC. 
	Pode ser considerada a capacidade técnica. Preenchida com a constituição de advogado legalmente habilitado.
	Exceções: 1 – causas até 20 s.m. no JE; 2 – Justiça do trabalho; 3 – Habeas corpus. 
	O art. 37 do CPC diz que a falta de capacidade técnica (postulatória) geraria atos inexistentes, mas, na verdade, isso geraria um vício de validade. Também a súmula 115 do STJ repetiu essa imprecisão. 
	A questão da ADI 1539 discutiu a constitucionalidade dos artigos que dispensam a presença de advogado. A questão é pacificada pois a dispensa do advogado é superada pelo acesso à justiça; como ocorre, por exemplo, na justiça do trabalho e no juizado. 
	Curatela especial – art. 9 CPC. O juiz, de ofício, pode sanar o vício de incapacidade determinando um curador especial. Nesse caso → afasta-se a impugnação específica dos fatos e permite-se a defesa por negativa geral.
1.2.2 Incapacidade e irregularidade de representação – art. 327 do CPC
1.3 LEGITIMIDADE – é uma condição da ação, e não de pressuposto processual. 
	Quando se fala de condição da ação, esta é avaliada de acordo com a teoria da asserção. Se em tese, o menor tiver direito aos alimentos, como alegado na petição inicial? A teoria da asserção é a avaliação das condições sem entrar no mérito. 	
	
1.3.1 Classificação 
	Legitimidade ordinária e extraordinária – art. 6 CPC: 
Ordinária – regra do art. 6: É a defesa em nome próprio de direito próprio. Ninguém pode pleitear em nome próprio, direito alheio. A regra é que o sujeito da lide seja o mesmo sujeito do processo. Há legitimação ordinária quando houver correspondência entre a situação legitimante. A parte legítima é o titular do direito.
Extraordinária: é aquele que defende em nome próprio interesse de outro sujeito de direito; confere-se a alguém o poder de conduzir processo que verso sobre direito do qual não é titular ou do qual não é titular exclusivo. Mas há casos em que se pode pleitear em nome próprio um direito que não é meu. O exemplo de legitimação extraordinária é o MP numa ação coletiva (um interesse de outrem em nome próprio). 
	Pode ser autônoma (quando o legitimado extraordinária pode defender em juízo sem a presença da outra pessoa, como é o caso da ação coletiva do MP), ou pode ser subordinada (quando há a necessidade da presença do titular do interesse para ingressar em juízo). 
	b) Exclusiva: não há nenhum legitimado ordinário. Ex: não se tem legitimado ordinário na ACP. Todas as entidades agem em nome próprio defendendo direito alheo. 
	c) Concorrente: Tanto possui legitimidade o legitimado ordinário quanto o extraordinário, uma não excluindo a outra. 
	c) Isolada (simples) ou conjunta (complexa) – Na simples, o legitimado pode estar sozinho no processo; na complexa há a necessidade de formação de litisconsórcio (operando somente no pólo passivo, pois não existe litisconsórcio necessário ativo). 
	d) Total ou parcial – Total para todo o processo; parcial quando se relacionar a algum incidente processual. 
	e) Originária ou derivada – Quando já nasce com o processo, ou quando ela aparece após o início da ação. A derivada é exceção, quando dentro do processo há uma troca de sujeitos. 
		1.4. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL OU LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
	A doutrina majoritária entende que os dois termos são equivalentes. 
Efeitos ou consequências da legitimação extraordinária:
	
	a) A legitimidade extraordinária é excepcional e somente pode ser autorizada por lei (art. 6 CPC).
	
	b) O legitimado extraordinário atua no processo na qualidade de parte, e não de representante, ficando submetido, em razão disso, ao regimejurídico deste sujeito processual. Atua em nome próprio, defendendo direto alheio. Há incoincidência, portanto, entre as partes da demanda e as partes do litígio. Por exemplo na ação civil pública, o MP é parte (pois está em nome próprio).
	
	c) A regra, pelo art. 472 CPC, a coisa julgada material (a partir do momento do julgamento pelo magistrado, aquela ação não pode ser objeto de um outro processo). O art. 472 diz que a coisa julgada só gera efeito inter partes; mas na legitimação extraordinária excepciona-se o art. 472 e os efeitos da coisa julgada atingem o titular do direito; ou seja, a coisa julgada surgida em processo conduzido por legitimado extraordinário estenderá os seus efeitos ao substituído. 
	
	d) poderes do legitimado extraordinário. Como ele não é sujeito da relação jurídica material, ele só pode gerir o processo, ou seja, atuar, dentro da relação jurídica processual, e não da material. 
		LEG. EXTRAORDINÁRIA =/= REPRESENTAÇÃO
	→ Quando não há capacidade de ser parte, deve haver a representação. A parte, nesse caso, é o representante. 
	→ Há representação processual quando um sujeito está em juízo em nome alheio defendendo interesse alheio (por exemplo, a mãe, numa ação de alimentos, defende o direito do filho menor que deve ser representado, defende em nome do menor). Nesse caso, a parte é o menor, e não o representante (mãe). A mãe pode ser apenas o seu representante processual; e não o seu substituto processual.
	→ O representante processual não é parte; parte é o representado.
	→ Na legitimação extraordinária há a defesa em nome próprio, e assim o legitimado extraordinário é parte. Tutelar em nome de outrem direito de outrem, é a representação, é a regra, é a legitimação ordinária. A extraordinária é tutelar em nome próprio direito de outrem, que é a legitimação extraordinária, a exceção. 
1.5 Sucessão processual
	É a possibilidade de alteração das partes na relação jurídica processual em andamento. Art. 43 CPC. A remissão ao artigo 265 é a hipótese de suspensão do processo. 
	Art. 265 CPC → morte ou perda da capacidade processual da parte, representante ou advogado. 1) no caso de morte, só há suspensão do processo se esta ocorrer antes da audiência. Se ocorrer depois, o advogado permanece no processo. Nesse caso, o advogado torna-se parte, pois o processo fica sem parte; e o advogado defende em nome próprio direito alheio, o que configura legitimação extraordinária. 
2) em caso de perda da capacidade da parte, 
1.5.2 Alienação da coisa / direito litigioso – Art. 42 CPC
	Necessidade / importância 
	Nesse caso já houve citação do réu e já tornou-se público o litígio da coisa. A importância da alienação: se não existisse a possibilidade de alienação, bastaria a propositura da demanda e a citação do réu (que torna litigiosa a coisa, conforme art. 219), para que o bem jurídico fosse retirado de circulação. “A alienação da coisa ou do direito litigioso não altera a legitimidade das partes”.
	Efeitos
	- legitimação extraordinária Imagine-se um processo com partes A e B, que estão litigando o imóvel X. A quer retomar de B X, e num dado momento B aliena a coisa para C. → Efeitos da alienação: a regra, pelo art. 42 caput, é que a alienação da coisa não altera a legitimidade das partes, ou seja, nesse caso C não ingressa no processo. O desdobramento desse efeito é que B torna-se legitimado extraordinário (em nome próprio defendendo direito alheio) → na condição de substituto processual. 
	- eficácia da coisa julgada (art. 42, §3) Se na sentença o juiz decidir que o imóvel pertence realmente a A? O segundo efeito da alienação é que a coisa julgada atingirá o terceiro C, que realizou a compra da coisa ou do direito litigioso. Irá ocorrer um caso de venda “anondômino”, e C deverá devolver a coisa a A. O parágrafo 3 é uma exceção ao art. 472 do CPC. 
	→ Interpretação jurisprudencial e doutrinária: parece justo que C que comprou legalmente a coisa seja sempre prejudicado? A doutrina e a jurisprudência, a par da omissão da lei, tem reconhecido pacificamente que deve ser preservada a boa-fé de C, e portanto B terá o dever de indenizar C. 
	- Sucessão processual: Se operará no caso de haver consentimento de A, podendo C ingressar no processo. Vigora o princípio da liberdade das formas, pois o código não exige forma para o consentimento; este pode ser expresso ou tácito. 
	Assistência: se não houver o consentimento do adversário, C poderá entrar no processo como assistente. Trata-se de hipótese de intervenção de terceiro. Como C atuará em defesa de interesse próprio, será agora um assistente litisconsorcial.
	→ A não pode intervir na relação jurídica material, ou seja, não pode intervir na alienação da coisa, mas pode intervir na relação processual (parágrafo 1), rejeitando que C ingresse no processo, havendo caso de sucessão processual; o que evidencia a separação de Bulow entre a relação material e processual.
2. Deveres e direitos das partes e procuradores – art. 14 
2.1 Deveres
	→ Estendem-se a todos que participam de alguma forma do processo, e não somente autor e réu. 
2.1.1 A cláusula geral de boa-fé objetiva – art. 14 e 15 CPC
	II – As partes e todos que participam do processo devem proceder com lealdade e boa-fé. O que é a boa-fé aqui tratada? A boa-fé subjetiva tem como contrário a má-fé, deveria haver análise do processo intelectivo do agente, o que é muito difícil. Assim, o juiz passou a observar padrões de comportamento ético, aferindo diante de seu comportamento, sem entrar em seu pensamento, se o agente está agindo com boa-fé (que é a boa-fé objetiva). Com base no art. 14, II, CPC, pode-se falar em boa-fé objetiva no processo. Ex: RESP 656.103/DF. 
	Art. 15 – Configura o dever de probidade das partes. 
	
Art. 14, V – Ato atentatório em sentido estrito. 
	Seria obstaculizar ou impedir que as ordens (mandamentos) do juiz sejam cumpridas. Tais atos podem gerar multa de até 20% do valor da causa, sem prejuízo das sanções penais → multa é paga ao poder público. 
2.1.2 Responsabilidade das partes por dano processual (arts. 16 a 18 CPC). 
	Essa responsabilidade difere da do 14 pois só se aplica ao autor, réu e interveniente. 
	Art. 17 → Traz os casos de litigância de ma-fé. Nesses casos, a multa do art. 18 tem como destinatária a outra parte, e não mais o poder público, como no art. 14, V. 
	Interpretação doutrinária: o princípio do contraditório sempre foi entendido pela doutrina como a necessidade de dar ciência a outra parte; mas atualmente este tem sido entendido como um contraditório participativo; ou seja, ninguém poderá ser sancionado sem ter a possibilidade de influenciar o magistrado. Portanto o contraditório seria o direito de ciência e influência. O novo CPC, em seu art. 10, diz que o juiz não pode decidir acerca dessas multas sem que seja dada às partes a possibilidade de manifestação. 
* ATO ATENTATÓRIO EM SENTIDO ESTRITO X LITIGÂNCIA DE MA-FÉ – art. 14, V x art. 17
	→ A primeira diferença é a destinação da multa, que no primeiro é o poder público e no segundo é a parte prejudicada. 
	→ O art. 18, parágrafo 2, permite que a multa da litigância de ma-fé que não exceda a 1% seja cumulada a uma indenização também destinada a parte prejudicada de até 20%. 
	
2.2 Direito das partes
	As partes têm diversos direitos no processo, entre eles ser tratadas com igualdade. Mas o principal direito das partes dentro da relação jurídica processual é o acesso à justiça, a inafastabilidade da tutela jurisdicional (art. 5, XXXV). Hoje, o princípio do acesso à justiça; e entendido como o acesso à tutela jurisdicional específica; ou seja, as partes não devem somente ter a possibilidade de chegar à jurisdição, mas também ter o litígio definitivamente e efetivamente solucionado através da justiça. 
	Art. 1211, A, CPC → Direito da parte idosa (maior de 60); pode ter prioridade no andamento processual.
3. PROCURADORES (art. 36 a 40)
	A capacidade aqui é a postulatória
	Art. 38 → O advogado, para atuar em nome da parte, depende de mandato,que é conhecida como procuração. Por instrumento particular é o mais comum; só necessita de público (cartório) quando a parte é analfabeta ou não sabe ler. Na procuração, deve sempre constar a clausula ad judicia, que lhe confere poderes gerais para atuar no processo em nome da parte. Há casos em que o advogado necessita de poderes específicos: receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar, receber ou dar quitação e firmar compromisso. Esses poderes específicos são justificados pela relação jurídica material, que é a afetada por todos esses casos. 
	Art. 37 → Em casos de urgência, ou para evitar decadência e prescrição o advogado pode agir sem procuração. Dentro de 15 dias deverá juntar a procuração aos autos.
	Art. 44 → A parte pode livremente revogar o mandato; se ela desistir do advogado, ela fica sem capacidade postulatória, e por isso no mesmo ato deve constituir outro, para evitar que ela fique incapacitada de postular. 
3.1 Direitos e deveres 
	Alguns estão no estatuto da OAB. Mas o CPC traz específicos da relação jurídica processual.
	Art. 39 – Durante o processo, o advogado tem o dever de declarar o endereço para receber as intimações, pois ele deverá dar ciência dessa à parte. 
	
4. Substituição dos procuradores
	Art. 44 e 45 - 
	Em caso de morte ou perda da capacidade processual do advogado, o juiz suspende o processo e fixa um prazo de 20 dias para que a parte nomeie um novo mandatário (ver item 1). Art. 265, CPC → Se for o advogado do autor, repete-se a regra do art. 13, I. 
Ps: Pressupostos processuais: Os pressupostos de validade sempre qualificam os de existência. 
Pressupostos de existência: subjetivos (partes; que se liga a capacidade de ser parte, e juiz, que é um órgão investido de jurisdição) e objetivos ( existência de uma demanda). 
Pressupostos de validade (sempre qualificam a existência): subjetivos (juiz → deve ter competência e imparcialidade; partes → deve ter capacidade processual e postulatória), objetivos (Intrínsecos → demanda deve ter respeitado as formalidades, ou seja, deve ter regularidade formal, extrínsecos → perempção, litispendência, coisa julgada e a convenção de arbitragem. Esses são analisados de fora do processo)
Obs.: 	Perempção: Art. 268, parágrafo único, CPC. O agente perde o direito de discutir em juízo a mesma ação, pela repetição da petição por mais de 3 vezes. O fundamento da perempção é o abuso do direito de ação; art. 187 CC → configura ato ilícito o abuso de direito.
	Litispendência: Art. 267, V, CPC. A partir do momento da citação, não se pode intentar uma ação idêntica. Se houver litispendência, haverá extinção do processo sem a resolução de mérito.
	Coisa julgada: A coisa julgada formal existe quando a decisão do juiz não entra no mérito da causa, e portanto a parte pode intentar novamente a ação. Já a coisa julgada material é a qualidade da decisão que analisou o mérito, e portanto se tornou imutável.
	 Convenção de arbitragem: É gênero de uma cláusula contratual que tem como espécies: a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. A cláusula compromissória se difere do compromisso arbitral porque é anterior a controvérsia. 
 
5. Despesas processuais 
	 
	5.1 Ônus financeiro do processo – arts. 19 a 35 do CPC
	Estas se dividem em custas e todas as demais despesas existentes no processo. As custas são espécies de tributos que custeiam a prestação jurisdicional. As demais despesas são por exemplo o art. 20, §2. O CPC fala que as partes devem antecipar as despesas: sempre a parte que deu causa ao custo. Se a parte não adiantar a despesa produzida por ela, o ato não é praticado.
	5.2 Sucumbência
	O código prevê que a parte vencida custeie a parte vencedora no processo. A sucumbência recíproca ocorre quando as partes são vencidas e vencedoras no mesmo processo. 
	Obs.: Jurisdição Voluntária: A doutrina majoritária considera atualmente a jurisdição voluntária como administração pública de interesses privados, e não propriamente jurisdição. Na jurisdição voluntária, a parte deve levar a questão ao judiciário para que esta seja legitimada. Isso porque não há lide, não há partes, mas sim meros interessados, e não há também coisa julgada. O art. 24 CPC contribui para esta posição , pois fala em interessados. 
	5.3 Honorários de advogado
	O vencido deve ressarcir ao vencedor inclusive os honorários advocatícios. O exercício da advocacia é uma obrigação de meio, que são cobrados antes da demanda ser intentada, que são os honorários para sua atuação. Os honorários sucumbenciais são determinados na sentença pelo juiz. Estes independem dos honorários contratuais. 
	Casos especais: Nas ações de alimentos, o STJ entende que deve-se apurar 12 prestações mensais para fixação dos honorários sucumbenciais. 
	Nas ações de danos morais, o juiz determina por equidade se o valor pedido é justo e deve ser concedido. Sumula 326 do STJ. Se o autor ganha, ainda que o valor concedido seja inferior ao pedido, não haverão honorários sucumbenciais.
	Os honorários sucumbenciais são direitos do advogado, é ele quem executa a sentença nesse ponto. 
	5.4 Assistência Judiciária
	Em prol do acesso à justiça, a CF, art. 5, LXXIV diz que o Estado prestará a assistência judiciária. Ela abrange a assistência por advogado e a gratuidade de todas as despesas processuais. A concessão tem como parâmetro a não condição de provimento familiar caso o autor intente ação. 
7. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
	Intervenção voluntária / espontânea
	Intervenção forçada / coacta
	Assistência, oposição, recurso de terceiro. 
	Nomeação à autoria, denunciação da lide, chamamento ao processo. 
7.1. Considerações iniciais
 Pela regra do CPC, a coisa julgada só vincula as partes, (art. 472). Porém o legislador excepciona a regra e, na prática, várias vezes a decisão afeta terceiros. 
 Conceito: Humberto Teorodo Junior diz que a intervenção de terceiros ocorre quando alguém ingressa, como parte, ou coadjuvante da parte, num processo pendente entre outras partes.
 
 Fundamento: Para admitir que num processo pendente entre duas partes um terceiro possa intervir, deve haver um interesse jurídico, pois haverá tumulto processual. Esse interesse jurídico do terceiro se consubstancia no fato de ser ele um titular da relação discutida ou de possuir uma relação jurídica conexa com a discutida, o que o faz ser atingido diretamente pela decisão do processo pendente. Ou o terceiro é titular da relação ou é titular de uma relação conexa. O interesse deve ser jurídico, não econômico. Por exemplo um filho está sendo cobrado em uma ação de cobrança, e, o pai, percebendo que o filho não terá condições de arcar com o crédito, deseja entrar no processo para que seu filho não se torne um mau pagador. Então não poderá entrar, pois não há interesse jurídico, apenas moral. O interesse jurídico é condição de admissiblidade da intervenção de terceiro.
 
 Estabilização: Há uma regra que determina que o processo se torna estável com a citação do réu. A partir da citação, só se permite a alteração de partes ou de pedido se houver consentimento do réu, e ainda assim, há um limite temporal máximo pra isso; só pode ocorrer até o saneamento. A intervenção de terceiro é uma exceção, pois pode ocorrer mesmo depois da citação e pode não ser necessário o consentimento do réu. 
7.2 Conceitos relevantes
 Parte: É aquele que postula ou contra quem se postula a prestação jurisdicional. 
 Terceiro: É aquele que não é parte; ou seja, não postula e nem contra ele se postula. Excepcionalmente, o terceiro pode sim ser parte. 
7.4 Hipóteses excepcionais – não é possível intervenção
1. juizado; art. 10, lei 9.099, evitar tumulto e garantir a celeridade do processo.
2. procedimentos de controle concentrado de constitucionalidade; art. 7 e 18 da lei 9869/99. Porque no controle concentrado a ideia é discutir a constitucionalidade da norma, não há interesse subjetivo a ser discutido. Só pode amicus curiae (que apesar disso tem naturezajurídica de terceiro.) Didier propõe que se um legitimado propõe uma ação, os demais legitimados teriam interesse e poderiam ingressar como terceiros, mas o STF entende de forma contrária, não admitindo a entrada de nenhum interventor. 
3. art. 280 CPC. O procedimento sumário por prezar pela celeridade, também não permite a intervenção de terceiro, salvo a assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro (conceito que abarca a denunciação da lide e uma modalidade específica de chamamento ao processo prevista no art. 101 do CDC). 
 
7.5 Assistência
7.5.1 Considerações gerais e procedimento
	A assistência é uma modalidade de intervenção ad coadjuvandum. Haverá o ingresso de um terceiro, com interesse jurídico, com o objetivo de prestar auxílio à uma das partes para que esta obtenha uma sentença favorável. 
	Art. 50, §ú, CPC: É permitida em qualquer tempo e grau de jurisdição. O assistente recebe o processo no estado em que este se encontrar. 
	O interesse jurídico do assistente em ter ele uma relação conexa à discutida (assistência simples) ou ser verdadeiro titular da relação discutida (assistência litisconsorcial). 
Ex. 1: Numa ação de despejo proposta pelo locador contra o locatário. No caso de haver sub-locação, o sublocatário tem uma relação conexa à locação, porque ele também será despejado; essa intervenção será chamada de assistência simples, no caso, será assistente simples do locatário. O fundamento da assistência simples é o interesse jurídico, com relação conexa ou ser verdadeiro titular. Nesse caso, o sublocatário é titular de uma relação conexa (sub-locação) à discutida (locação).
Ex. 2: Sempre que se tem um litisconsórcio ativo, que é facultativo, os legitimados que não ingressaram com a ação podem ser assistentes litisconsorciais. É o caso de cônjuge que deu o consentimento para a ação mas posteriormente quis ingressar na ação; ele poderá pela assistência litisconsorcial. O fundamento aqui é ele ser titular da relação jurídica discutida, e nisso subsiste seu interesse jurídico. → assistente litisconsorcial. 
	Procedimento: O terceiro peticiona ao juiz para que sua assistência seja admitida. Em cinco dias, as partes podem impugnar a petição. Se isso ocorrer, o juiz deve julgar a impugnação em separado. Será admitido desde que tenha real interesse jurídico na causa (At. 51 do CPC). 
7.5.2 Assistência simples ou adesiva
	O assistente simples é aquele que afirma ser titular de uma relação conexa a que está sendo discutida, vai ser influenciado pela decisão do processo pendente e nisso está o fundamento da sua intervenção. Ex: sub-locação. O interesse jurídico dele é que o locatário não seja despejado. O assistente simples auxilia a parte assistida no processo. Por exemplo, ele pode produzir provas, ele pode recorrer. Todos as condutas favoráveis à parte no processo, o assistente pode tomar. O assistente não poderá tomar posturas que afetem diretamente a relação material discutida, somente a processual. Por exemplo não pode renunciar ao direito, pois não é titular da relação. As ações do assistente, entretanto, não poderão ser contrárias à vontade do assistido.
	Art. 52, §ú: Assistente como gestor de negócios: se o assistido for revel no processo, o assistente simples que já ingressou no feito pode continuar no processo, atuando como gestor de negócios. O gestor de negócios é aquele que gere todos os interesses do assistido (continua impedido de praticar atos que afetem a relação material). Fica em nome próprio defendendo direito alheio, sendo verdadeiro substituto processual. Assim, não pode ser propriamente um gestor de negócios, pois isto é instituto de direito material. A natureza jurídica do assistente nesse caso é de substituto processual, ocorrendo uma substituição processual. 
7.5.3 Assistência qualificada ou litisconsorcial – art. 54 CPC. 
	A assistência litisconsorcial ocorre porque o terceiro é o próprio titular, ou um dos titulares da relação material discutida. Ele tem uma relação direta com o adversário da parte assistida. Todos os casos de legitimação extraordinária são casos AL; litisconsórcio unitário no polo ativo são casos em que pode haver assistência litisconsorcial. 
	Obs.: Alienação da coisa ou do direito litigioso: No caso, o adquirente, que via de regra não se torna parte do processo (art. 42), pode ingressar como assistente litisconsorcial (pois o adquirente se tornou titular do direito real). O assistente se torna um litisconsorte, e nesse caso será um caso de um litisconsórcio ulterior. 
	Crítica: (1 corrente)Marinoni fala que a assistência litisconsorcial não seria modalidade de assistência, mas sim de litisconsórcio ulterior unitário; o terceiro não entra para auxiliar e sim para defender um direito próprio. (2 corrente) Câmara entende que ele será sim assistente, apesar do art. 54 considerá-lo como litisconsorte. 
	
7.5.4 Assistência e a formação do precedente 
	A doutrina propõe uma ampliação do conceito de interesse jurídico. Ex: No recurso extraordinário que busca livrar o contribuinte de um tributo, fundamentada na alegação de inconstitucionalidade da lei que institui o tributo. Muito embora o julgamento do recurso só influenciará as partes do processo, os demais contribuintes tem interesse direto na decisão, que formaria um precedente para seus casos semelhantes. Para Didier, esse seria um possível caso de assistência (não será litisconsorcial pois não será a MESMA relação, apenas a relação é semelhante). 
7.5.5 Efeito da intervenção e coisa julgada – art. 55 CPC
	 1. A grande diferença entre a assistência simples e litisconsorcial é a titularidade ou não da relação jurídica discutida (na simples, não há titularidade da relação, ele é titular de uma relação conexa). 2. Na assistência simples, a sentença atinge de maneira reflexa a relação conexa do assistente; enquanto na assistência litisconsorcial, a sentença atinge de maneira direta a relação do assistente.
	 A grande pergunta na doutrina é se o assistente litisconsorcial é parte ou apenas terceiro no processo em que ingressa.
	Argumento favorável a ele ser parte: ele é titular da relação discutida; ele está discutindo em nome próprio interesse próprio. 
	Argumento favorável a ele ser terceiro: é a estabilidade da demanda, porque se ele ingressar depois da citação, ele não pode ingressar com nenhum pedido (pela regra da estabilização), e então não seria parte (pois parte deve poder fazer pedido).
	
	Qual a importância de saber se ele é parte ou não? A importância consiste na coisa julgada. A regra do art. 55 traz a regra de como a coisa julgada afeta o assistente, no caso dele ser considerado como terceiro. O artigo diz que transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio o assistente, este não poderá em processo posterior, discutir a justiça da decisão. Justiça da decisão: a sentença é formada pelos fundamentos e pelo dispositivo. Os fundamentos são tudo que o juiz observou no processo para chegar à decisão; já o dispositivo e o provimento final. Via de regra, o a coisa julgada só incide sobre o dispositivo da sentença. Se a regra é que a coisa julgada se dê entre as partes, e o terceiro não é parte, este não fica vinculado pelo dispositivo da sentença, a coisa julgada não o atinge. 
	Assim, quando o legislador diz no art. 55 que não pode discutir a justiça da decisão, quer dizer que ele não pode mais discutir só os fundamentos da decisão. → Essa previsão se aplica indistintamente ao assistente simples, e por isso é importante saber se o assistente litisconsorcial é parte ou é terceiro. Se for considerado parte, a regra do art. 55 não se aplica a ele; ele ficará vinculado pela regra normal, a coisa julgada irá afetá-lo, se for considerado terceiro, como assistente simples, a regra do art. 55 será aplicada. 
	Ex: Imagine que há uma escritura transferindo um imóvel de A para B. Em dado momento, A ingressa com uma ação judicial, buscando a anulação dessa escritura, alegando que o tabelião, responsávelpor lavrar a escritura, agiu com dolo no momento da lavratura. O tabelião, que poderá ser acionado posteriormente pelas partes, tem o interesse reflexo no processo, e pode ingressar como assistente simples para buscar demonstrar que a escritura não deve ser anulada. O provimento final que determina a anulação da escritura não vinculará o tabelião, que não é parte no processo; mas pela regra do art. 55, ele nunca mais poderá discutir que não agiu com dolo (pois este foi o fundamento da decisão) → Isso é o que se chama de efeito da intervenção. 
	A importância de saber se o assistente litisconsorcial é parte ou é terceiro, como o assistente simples, consiste em saber se a ele se aplica a regra do art. 55, ou se ele é atingido indistintamente pela coisa julgada, como parte que é, nos termos do art. 472 do CPC.
	
7.5.6 Novo CPC – ver folha
	
7.6 Oposição 
	O terceiro pretende, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem o autor e réu. 
	É uma modalidade de intervenção ad excludendum, o terceiro entra no processo justamente pra excluir uma das partes. 
	A oposição é modalidade espontânea de intervenção de terceiro.
	Esse caso não é alteração de pedido, portanto não ofende a estabilização (podendo entrar até mesmo depois da fase de saneamento); ele fará um novo pedido. 
	Ex: A entra contra B disputando a propriedade de um imóvel X. Em oposição, C pretende como seu o imóvel que está sendo discutido em juízo. 
7.6.2 Momento
	O opositor poderá fazer o novo pedido até o momento da sentença, para que não haja supressão de instância. Como o opoente traz um pedido novo, ele no pode fazer isso no segundo grau; não se pode fazer um pedido diretamente ao segundo grau. 
7.6.3 Consequência
	 A partir do momento em que o opoente ingressa, forma-se um litisconsórcio passivo necessário por disposição de lei. Se tornarão litisconsortes os opostos. A pretensão do opoente é qual? Em relação a A, ele quer que o juiz declare que este não é titular do imóvel, muio embora tenha afirmado que é, na petição inicial. Contra o réu B, ele quer que este entregue o bem litigioso à C; tem uma pretensão condenatória em relação à B. 
7.6.4 Tipos
	Interventiva: quando o ingresso se dá antes da AIJ. Nesse caso correrá simultaneamente com a ação, sendo julgadas pela mesma sentença. 
	Autônoma: quando a oposição se dá depois da AIJ. 
	Sendo interventiva ou autônoma, a consequência dela é única. Será sempre uma questão prejudicial. A primeira consequência é que por ser uma questão prejudicial, é indispensável para que o juiz chegue ao mérito da causa. Art. 61, CPC. 
	Além do momento em que há a entrada no processo, há outras diferenças. Na interventiva, ocorrendo antes da audiência, o pedido do opoente será analisado como um incidente no processo, podendo ele se valer, por exemplo, da audiência já marcada para produzir suas provas; não há necessidade de um novo processo. Ele se aproveita do processo já em curso. Se ocorrer depois da AIJ, até a sentença, ela é chamada de autônoma, pois agora não é só mais um incidente; deverá ser feita uma nova petição inicial e esse será apensado ao processo originário.
	Oposição autônoma (art. 59 e 60) – consequências: por que a intervenção autônoma se distancia de um processo novo e se aproxima da intervenção de terceiro? 1 – a competência para julgar a nova ação é do mesmo juiz que aprecia a ação originária, seguindo a competência funcional; 2 – O segundo ponto é que ela gera a suspensão do processo entre A e B, para esperar o julgamento da oposição; 3 – Ainda que haja dois processos autônomos, quando um é suspenso, esperando o julgamento da oposição, esses dois serão julgados de forma simultânea no momento posterior (no momento do julgamento da oposição).
7.6.5 Reconhecimento da procedência do pedido
	A e B se tornam réus na demanda que C faz. Se A e B são réus, eles podem reconhecer a procedência do pedido de C. Caso isso ocorra (reconhecimento por A e B), há a extinção da ação originária e o processo é julgado de forma favorável ao oponente. 	
	Art. 58 – Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o opoente. 
7.6.6 Novo CPC
	No novo CPC não haverá mais oposição. Se o autor que a coisa, ele deve instaurar uma ação em separado. 
7.7 NOMEAÇÃO À AUTORIA
Considerações iniciais
	Existem algumas relações no mundo do direito que não são perceptíveis no mundo dos fatos. É o caso de um arrendamento de uma fazenda. Um caseiro que sempre morou ali se torna réu porque um vizinho deseja demarcar as terras e pela aparência intenta a ação contra esse caseiro. Assim, na nomeação à autoria haverá uma correção do polo passivo. O terceiro substituirá no polo passivo, promovendo uma alteração subjetiva no polo passivo. (um outro caso ocorrer na sucessão processual).
	O réu deverá ter a condição de detentor, ou seja, o réu deve deter a coisa em nome alheio. 
	É modalidade de intervenção obrigatória / forçada, sob pena de responsabilização por perdas e danos sobre aquele que tinha o dever de nomear à autoria – art. 69, CPC. 
	Só caberá nomeação à autoria no caso de ações possessórias.	
A nomeação pelo mero detentor – art. 62
	É o exemplo do caseiro citado anteriormente. O detentor não tem nenhum poder sobre o bem; não há atributos como na posse ou na propriedade. Justamente por isso não se pode demandar contra o detentor; ele só está ali em nome de outra pessoa. Assim, ele nomeará à autoria o verdadeiro proprietário ou possuidor. 
	Controvérsia: Art. 1228 do CC (ação reivindicatória) → é quando o proprietário pede a coisa ao possuidor ou ao detentor. O art. 1228 dá a entender que o proprietário pode reivindicar a coisa de sua propriedade contra o detentor; e então é feita uma interpretação restritiva desse artigo, pois isso não faz sentido. Assegurar a legitimidade passiva ao detentor, enquanto o verdadeiro possuidor ou proprietário não sabe da existência da demanda é inaceitável. (Câmara).
	Obs.: Legitimação extraordinária: se o detentor detém em nome próprio coisa alheia; se ele pudesse ser demandado em nome próprio, defendendo direito alheio, ele seria um legitimado extraordinário. Mas essa é uma situação excepcional (do art. 1228), sendo o titular originário uma pessoa de muito mais condição de discutir a relação em juízo, existindo para isso a nomeação à autoria, excluindo-se a previsão do art. 1228 do CC.
	A nomeação pelo preposto – art. 63: Numa ação indenizatória, pode haver a nomeação a autoria pelo réu sempre que este alegar que causou o dano cumprindo ordens ou instruções de outra pessoa. → Essa hipótese não é vista como nomeação à autoria. Porque pelas regras da responsabilidade civil, todo aquele que concorre para um dano é co-responsável. O máximo que esse réu faria nesse processo seria estabelecer um litisconsórcio com o terceiro; sendo um caso de chamamento ao processo. Art. 932 do CC c/cart. 942. (isso é discutível em questão aberta). 
Procedimento
	O juiz defere a petição inicial e manda citar o detentor. No prazo de defesa, ele nomeia a autoria e a pessoa certa é citada. 
	O juiz suspenderá o processo até que o autor se manifeste. 
	Com a manifestação do autor, o nomeado (proprietário ou possuidor) será citado para ingressar no processo e para que o nomeante seja excluído. 
	Na hora que o nomeado for citado, ele poderá aceitar ou não a nomeação. 
7.8 DENUNCIAÇÃO DA LIDE
	Tem por objetivo permitir a parte deduzir, no mesmo processo, pretensão de regresso.
1. A denunciação da lide é uma intervenção provocada / obrigatória (não é voluntária). O denunciado não pede para entrar no processo. Assim como na oposição, uma nova demanda é veiculada pela denunciação. A nova demanda será um direito de regresso. Há uma pretensão regressiva de quem chama em relação ao denunciado. O melhor exemplo é o contrato de seguro, pois se B for responsável por um dano, B denunciará a lide à seguradora para pedir o regresso. 
2. A denunciação da lide é uma demanda eventual, o juiz só analisará o direito de regressose o denunciante sofrer algum prejuízo. Ou seja, na eventualidade do réu ser prejudicado, o juiz analisará o direito de regresso.
Obrigatoriedade
	Art. 70. Se a denunciação da lide é uma demanda, portanto exercício do direito de ação, não deveria ser obrigatória. 
	Por ser um exercício do direito de ação, a doutrina já se pacificou no sentido de que a denunciação da lide não é uma obrigação, mas uma faculdade. 
	Obs. Doutrina: Somente seria obrigatória no inciso I, por disposição do art. 456 do CC. Nesse caso, o STJ entende que a ausência de denunciação não impede que o direito de regresso seja exercido em ação autônoma posterior, pois se isso não fosse permitido, o adquirente perderia a coisa e também o dinheiro gasto. A situação jurídica da denunciação é de um ônus, ou seja, um imperativo do próprio interesse. É sempre uma faculdade que a parte tem que lhe gera benefícios, ou seja, de receber o regresso no mesmo processo.
Situação processual do denunciado
a) em relação ao denunciante: o denunciado é a seguradora e o denunciante é o dono do carro. Em relação ao denunciante, o denunciado é réu. 
b) em relação ao adversário do denunciante: em relação à vítima, a seguradora é o que? Para uma parte da doutrina, seria litisconsorte do denunciante, ou assistente litisconsorcial; para outra parte, por ser titular de uma relação conexa e não ter qualquer relação com a vítima, o denunciado seria assistente simples.
Hipóteses de denunciação da lide – art. 70 CPC
a) Inciso I (4 correntes)
	É a hipótese de denunciação em caso de evicção. A parte do processo adquire um bem; porém esse bem é reivindicado por meio de uma ação reivindicatória pelo verdadeiro proprietário. Quando o adquirente perde a propriedade para o verdadeiro titular há evicção. Assim, quem perde o bem pode denunciar a lide ao alienante, para garantir no mesmo processo o direito de regresso.
Obs.: Art. 456 do CC → O art. 456 trata especificamente de evicção, e fala da denunciação da lide. O CC possibilita a denunciação da lide ao alienante imediato ou a qualquer dos anteriores. 
	Uma primeira corrente entende que o CC, art. 456, possibilita uma denunciação per saltum; ou seja, consiste na possibilidade de o adquirente denunciar a lide ao alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, nos casos de evicção. Tem sido amplamente aceita pela doutrina e jurisprudência. Câmara critica, pois se o adquirente denuncia a lide a um alienante que não seja o imediato, com quem não travou nenhuma relação jurídica, não haverá relação jurídica alguma sendo reproduzida em juízo.
	A segunda corrente diz que o artigo permite uma denunciação coletiva, podendo denunciar a lide a todos eles, em conjunto. 
	Para a terceira, poderia presumir-se do artigo uma relação de solidariedade entre os alienantes. Porém, pelas regras do CC, a solidariedade não pode ser presumida, ela deve ser expressa pela código. 
	A quarta corrente fala que o artigo permite uma denunciação em cadeia, ou seja, cada um denunciaria a lide a seu alienante imediato. Na mesma sentença, o juiz julgaria o direito de regresso ao seu alienante imediato, até chegar ao final da cadeia. 
b) Inciso II
	A posse indireta ocorre por exemplo nos casos de sub-locação. O inciso II permite que aquele que possua a posse indireta denuncie a lide ao possuidor direto. Ex: Ação indenizatória por danos no imóvel; o sub-locatário poderá denunciar a lide ao locatário. Difere da detenção pois lá ele não tem qualquer poder sobre o bem e por isso não tem legitimidade para estar em juízo. A posse direta, essa sim, traz com ela atributos; e portanto o sub-locatário poderá ser demandado sim, mas não deve estar sozinho. 
Obs.: A denunciação da lide é possível tanto no polo ativo quanto no polo passivo. O instituto é muito comum no polo passivo, mas pode ocorrer no polo ativo e ocorre principalmente no caso do inciso II. Pense numa ação onde o sub-locátario move uma ação contra o proprietário; e pensando na hipótese de sucumbência, ele já denuncia no começo a lide ao locador. 
c) Inciso III (concepção restritiva e ampliativa)
	Sempre poderá ser aplicado quando houver direito de regresso, legal ou contratualmente, que não se encaixa nas hipóteses anteriores. Por ser tão ampla, haverá controvérsias:
	A concepção restritiva diz que a denunciação só é cabível se derivar diretamente da lei ou do contrato; não poderá haver produção de provas. Deverá depreender-se de forma direta da sentença. O principal exemplo é da responsabilidade objetiva do Estado. Imagine-se um acidente que gerou indenização e no qual um servidor agiu com dolo ou culpa, o Estado tem o direito de regresso em relação a esse servidor. Para essa corrente, não seria possível a denunciação, pois deveria haver provas para aferir se ele agiu com dolo ou culpa, ou seja, hipótese que não se encaixa na concepção restritiva. (pois não é direto, porque há necessidade de lastro probatório).
	Para a concepção ampliativa, ainda que se demande um conjunto probatório, é possível a denunciação, mesmo que este seja condicionado a alguma situação, mesmo que não seja direto e imediato. Essa corrente abarca tanto o caso da seguradora (que é direta) quanto o caso da responsabilidade objetiva do Estado. 
	JURISPRUDÊNCIA – posição do STJ: Ela não é totalmente pacífica; há julgados em que o STJ veda expressamente a denunciação da lide se implicar grande dilação probatória, afirmando que isso prejudicaria a celeridade que a denunciação busca garantir. Há, porém, outros julgados em que o STJ não veda expressamente a denunciação nesses casos, impondo a regra de que o magistrado deve no caso concreto, observar se a denunciação vai ou não prejudicar a celeridade. 
	DIDIER: diz que não se pode aplicar uma concepção restritiva e nem uma ampliativa pura; deve-se temperar as duas previsões no caso concreto.
Procedimento da denunciação 
a) Denunciação pelo autor
	São os casos mais raros, mas que podem acontecer. A denunciação da lide pelo autor deve ocorrer na própria petição inicial. Aquele que foi denunciado, em relação ao autor, há formação de litisconsórcio passivo inicial (entre o réu originário e o denunciado). Por isso que o autor deve pedir a citação do denunciado. Em relação ao réu originário, há um litisconsórcio ativo, pois o autor e o denunciante querem a mesma coisa, que não tenham que arcar com a derrota da ação. 
	1. O autor (denunciante) deve pedir na petição inicial a citação do denunciado, já que haverá formação de litisconsórcio passivo inicial.
	2. Diante da citação, o denunciado pode se defender e não reconhecer que tem dever de regresso. Caso ele recuse a condição de denunciado, ele entrará no processo como um réu qualquer e o juiz analisará a condição de real denunciado. Caso que não se encontra no art. 74. 
	3. Ele pode se defender, assumir sua condição de denunciado, e entrar em litisconsórcio com o autor; pois se este perder, o denunciado terá que exercer o dever de regresso. A diferença prática é que se reconhecer a condição de denunciado, ele se torna um verdadeiro autor, podendo inclusive aditar a petição inicial. 
	4. Ele pode sequer comparecer ao processo e ficar como um réu revel. 	
b) Denunciação pelo réu
	O autor denuncia a lide na petição inicial. Já o réu tem que denunciar a lide no prazo de 15 dias após a citação, ou seja, no prazo para a contestação. (Art. 71, segunda parte). Obs.: o CPC só fala que no prazo da contestação ele deve denunciar a lide, não fala se deve ser junto. Posturas do denunciado:
	1. O denunciado poderá contestar o pedido e que não tem o dever de regresso, e aí será feita uma dilação probatória para comprovar tal condição.
	2. Ele pode reconhecer o pedido do autor; e essa conduta determinante só prejudicara o denunciado. O litisconsórcio não é unitário pois o juiz julga o dever de regresso e o dever de indenização.
	3. Se for revel o denunciado, o denunciante deve prosseguir na sua defesa até o final do processo. (inciso II). 
	Art. 75, III: Incompatibilidade c/ sistema processual.Quando o denunciante é o réu, ele faz isso no prazo da contestação, mas não necessariamente junto com a contestação, estas não devem ser simultâneas. Até porque o art. 72 fala que o réu pedirá a citação do denunciado e com isso o processo é suspenso. A revelia do denunciado gera efeitos para o denunciado; e o principal efeito é a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo denunciante, ou seja, de que há dever de regresso. 
	No momento em que o denunciante pediu a citação do denunciado, houve a suspensão do processo, para aguardar a postura do denunciado. Quando o denunciado fica revel, como o denunciante pode ainda ter prazo para contestar, ele pode optar por também ficar revel. Assim, por que o art. 75, II o denunciante DEVE prosseguir com a defesa no caso de revelia do denunciado? Ele poderá optar por ficar revel se assim desejar. 
	Corrobora para a incompatibilidade o art. 456 do CC; porque fala que na evicção, se houver manifesta procedência, o adquirente pode deixar de contestar. 
7.8 CHAMAMENTO AO PROCESSO
	O réu chama ao processo todos aqueles que com ele deve responder. O chamamento ao processo é fundado na solidariedade (que não se presume, devendo estar presente no contrato ou na lei). É também uma hipótese de intervenção provocada, pois só é feita pelo réu. 
Finalidade
	Art. 77: a finalidade é trazer ao processo outros co-obrigados quando só um co-obrigado foi demandado; para que na mesma sentença o juiz condene a todos. 
Característica
	A principal característica (que diferencia da denunciação) é que os chamados tem uma relação direta com o autor da ação principal; são legitimados ordinários para aquela ação (pois a ação versa sobre um direito próprio deles) e deveriam estar na ação desde o princípio.
	Chamamento x denunciação: NA denunciação, não há relação entre denunciado e a parte principal, só ha discussão de direito de regresso. No chamamento, eles são legitimados ordinários, estão no processo pois deveriam realmente estar no processo. 
Casos (hipóteses) – Art. 77. 
	1.Quando o fiador, demandado diretamente, chama ao processo o devedor principal. 
	2. Quando um fiador, demandado sozinho, chama ao processo outros fiadores. 
	3. Quando um devedor solidário demandado sozinho, chama ao processo os demais devedores. 
	4. CDC – art. 101, II 		5. Art. 1698 (ação de alimentos em face de um só responsável).
Obs.: A fiança é uma garantia eventual, que só pode ser invocada se o devedor principal não arcar com a dívida; 
Regra geral
	A regra é que o réu chama ao processo quem tem a mesma obrigação ou obrigação superior à dele, havendo sempre uma relação direta entre o chamado e o autor da ação principal. 
7.9 Questões complementares
1. A denunciação da lide e o chamamento ao processo no CDC (arts. 88 e 101, CDC). 
	A denunciação da lide nas relações de consumo é vedada, segundo o art. 88 do CDC. O art. 12 estabelece uma responsabilidade solidária na cadeia de consumo; inclusive o comerciante. O art. 13 estabelece que na cadeia, quando só um participante da cadeia de consumo for acionado, este poderá entrar com uma ação de regresso em ação autônoma (não cabe denunciação) ou na mesma ação contra os demais. O art. 88 veda a denunciação da lide nessa ação de regresso, sendo necessário para isso uma ação autônoma. 
	Quando o CDC fala que todos os participantes da cadeia são solidários; seria um caso de chamamento ao processo (art. 75, III), como entende Didier (corrente minoritária). A regra do art. 88 para a doutrina majoritária veda a denunciação da lide, não sendo caso de chamamento. 
	Fundamento: a denunciação da lide no CDC poderia gerar o atraso do processo, em prejuízo ao consumidor. 
	Art. 101, II, CDC – intervenção fundada em contrato de seguro: o fornecedor, tendo um contrato de seguro para arcar com os danos ao consumidor, pode chamar ao processo o seguro. Para proteger o consumidor hipossuficiente, o CDC estabelece uma responsabilidade solidária entre a seguradora e o fornecedor. Haverá caso de chamamento ao processo no CDC em caso de contrato de seguro. 
	Fundamento: É caso de chamamento para que o consumidor seja protegido.
2. Intervenção da União e das pessoas jurídicas de direito público (art. 5, §ú, lei 9469)
	
A intervenção ampla
	Qualquer pessoa jurídica de direito público (município p. ex.) pode intervir em qualquer causa na qual ela tenha um interesse econômico, ainda que indireto, ou seja, em causas que possam gerar consequências econômicas em sua esfera, independentemente de demonstração de interesse jurídico. Imagine uma causa movida por uma associação de moradores contra um grande hotel, que gerará muito lucro para a cidade. Então o ente da federação poderá intervir na causa, pois há interesse econômico (ainda que indireto). 
	A pessoa jurídica de direito público, quando intervem, provoca um deslocamento de competência para a justiça federal; justamente pela intervenção do ente público. 
	O problema aqui é que quando a ação originariamente está em uma cidade onde não há vara federal, a ação será deslocada para a vara mais próxima, o que prejudicaria o acesso à justiça. O segundo problema é que a pessoa jurídica de direito público pode intervir em qualquer momento da ação, inclusive na fase recursal. Ocorre que a intervenção da PJDP na fase recursal provoca o deslocamento da competência para o TRF→ o que configuraria uma inconstitucionalidade, pois o TRF só pode julgar recursos advindos da justiça federal (segundo art. 108 da CF), e nesse caso a ação correria em vara cível comum e iria diretamente para o TRF. 
	→ Dispensa de interesse jurídico:
	Art. 5: A União poderá intervir nas causas em que figurarem como autoras ou rés autarquias, fundações públicas, sociedade de economia mista e empresas públicas federais. 
	Parágrafo único: As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico (…) hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão consideradas partes”.
3. A intervenção do amicus curiae
	A função do amicus curiae não é intervir para as partes, mas sim para auxiliar o juízo a garantir a melhor decisão. Para o STF, a possibilidade do amicus curiae seria uma relativização da proibição de intervenção de terceiro em processo objetivo (controle concentrado). Mas perfeitamente não se adequa a intervenção de terceiro, porque em processo objetivo não há discussão de partes, e sim há uma norma sendo discutida. 
4. A nova intervenção de terceiros na ação de alimentos
	Ascendentes em primeiro grau são os primeiros responsáveis pelos alimentos, em segundo lugar, na ausência dos pais, os avós, em terceiro lugar os descendentes e em quarto lugar os irmãos. 
	O alimentando porém pode intentar a ação contra todos os obrigados. Se a ação for intentada contra apenas um obrigado, os demais são chamados ao processo, no caso de apenas esse obrigado não ter a capacidade de suportar a obrigação. Isso porque cada um só pode ser acionado na medida de sua possibilidade (binômio necessidade possibilidade), não sendo caracterizada uma obrigação solidária. É também uma intervenção sui generis. Não é chamamento ao processo porque não há obrigação solidária. 
	No caso de vários réus no polo passivo; avós, pais, irmãos p. ex., se o juiz analisa somente a situação do pai e obriga este ao pagamento integral, nem sequer analisando a situação dos demais obrigados, será um caso de litisconsórcio eventual. 
Obs.: cada obrigado só paga na medida de sua possibilidade; mas o estatuto do idoso previu que a obrigação alimentar em face do idoso é solidária. No caso de um ser acionado, ele deverá pagar de forma integral. 
UNIDADE II
						COMPETÊNCIA
1. Considerações iniciais
	A jurisdição é una, exercida em todo o território nacional, sem limitações. Ms para garantir o melhor exercício desse poder é necessário uma divisão. O conceito é que a competência é justamente o resultadoda distribuição do poder jurisdicional, é o poder de exercer a jurisdição dentro de determinados limites. 
	
Perpetuação – art. 87
	Quando se dá a definição da competência? Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta, a perpetuação da jurisdição (pois o juiz será competente até o final). A ação se considera proposta no momento da distribuição nas comarcas em que há pluralidade de varas. Se houver vara única, no momento do despacho de admissão ou não da ação. A partir desse momento a competência será perpétua. Há dois casos em que a competência pode ser alterada mesmo depois da propositura, em que ela não vai se perpetuar: 1 – supressão de vara, quando esta é extinta; 2 – por razões de alteração de competência absoluta. 
2. Competência por distribuição – art. 251
	A regra é que a competência seja definida pela distribuição da ação. E é nesse momento em que se define o juiz natural da causa. 
	
3. Classificação da competência
a) competência territorial e do juízo
	Determina qual a comarca, o território competente para conhecer da causa. A competência do juízo é diferente, ele será determinado após a definição do foro competente. Ex: A discussão de um imóvel situado em JF. Em regra, a competência é do local onde se situa o imóvel (art. 95, CPC). O foro competente será um dos juízos cíveis da comarca de JF. O juízo competente será determinado no momento da distribuição
b) competência originária e derivada
	A competência originária é a competência para conhecer a causa em primeiro lugar. Geralmente, essa competência é atribuída a juízes singulares de primeiro grau de jurisdição; mas nada impede que um Tribunal tenha competência originária. Um exemplo é a ação rescisória, que é originária do Tribunal. A ação rescisória busca a desconstituição de uma coisa julgada que foi proferida por um juiz de 1 grau; portanto, não pode ser julgada por um juiz de mesmo grau de jurisdição, sendo necessária a interposição direta ao Tribunal. Trata-se de um caso de competência originária de TJ. 
	Mas nem sempre a competência será do TJ; pode ser que o próprio juízo de primeiro grau reveja sua decisão, nos embargos de declaração. Quando uma decisão é omissa, contraditória ou obscura, cabem embargos de declaração (art. 535, CPC) para que um mesmo juiz esclareça sua decisão.
c) competência absoluta e relativa 
	
	ABSOLUTA
	RELATIVA
	Sempre fixada em razão do int. público. Ex: matérias de família, alimentos, menores. 
	Atende ao interesse das partes. 
	Por ser relativa ao int. público, a competência absoluta pode ser reconhecida de ofício pelo juiz. Se o juiz é absolutamente incompetente, ele poderá declinar sua competência e remetê-la a outro juízo. Há uma penalidade para a parte que não suscita a incompetência: arca com as custas do retardamento do processo. 
	A competência relativa deve ser arguida pelo réu, no prazo de defesa, que é de 15 dias após a citação, sob pena de prorrogação. O juízo que não era competente vai se tornar competente para a causa. Não pode ser reconhecida de ofício (com exceção do caso de cláusula de eleição de foro em contrato de adesão – art. 112, §ú.). 
	
	A competência territorial é sempre uma competência relativa. Se a competência territorial é do domicílio do réu, mas o autor propõe a ação em BH, e o réu não argui isso a tempo, a ação continuará em BH. 
	A competência absoluta não precisa de peça própria, podendo ser alegada de qualquer forma dentro do processo, a qualquer momento, por qualquer das partes, ou de ofício. 
	A competência relativa precisa de exceção de competência, que é uma petição simples que o réu interpõe no processo, o qual será suspenso até que a competência seja julgada. 
	Gera nulidade de todos os atos decisórios(e não todos do processo)do processo, sendo estesanuladose reformadospelo juízo competente. 
	No caso de incompetência, não há anulação, o juízo competente recebe a causa do jeito que ela está e prossegue. 
	As partes não pode alterar a competência absoluta. Por exemplo uma ação de divórcio não pode ser proposta fora de uma vara de família. 
	As regras de competência relativa admitem alteração (por exemplo quando há o silêncio do réu). 
	
	
	
	
	
	
	No momento que a incompetência é percebida ela será remetida ao juízo competente. 
4. Critérios de fixação da competência	
→ CAUSA DE COMPETÊNCIA ABSOLUTA
	Em razão da MATÉRIA, da PESSOA (menores p. ex.) e competência FUNCIONAL (recursal, p. ex.). Art. 109 diz que quando há interesse da União, a competência será da JF. 
→ CASOS DE COMPETÊNCIA RELATIVA
	Em razão do valor (juizado especial estadual p. ex.) e competência territorial (domicílio do réu p. ex.). 
OBS.: Embora também seja definida pelo valor da causa, a competência do juizado especial federal é absoluta. Em primeiro lugar, define-se a matéria com base no art. 109 da CF para saber se a causa é ou não da JF, e só depois se analisa o valor. Por exemplo uma ação contra o INSS (autarquia federal). 
4.1 Considerações iniciais 
Competência internacional 
	1. Em primeiro lugar, deve-se saber o Estado nacional competente para conhecer da causa. Art. 88: determina as causas que podem ser propostas na justiça brasileira (competência concorrente) 
Art. 89: determina as causas que devem ser propostas na justiça brasileira (competência exclusiva). 
COMPETÊNCIA INTERNA – critérios que devem ser analisados para a fixação de competência. 	2. Parte-se para os critérios internos de competência. Objetivo, funcional e territorial. 
→ 1ª análise: Critério Territorial: 
Regra geral: foro do domicílio do réu (art. 94) – demanda fundada em direito pessoal e direito real sobre bem móvel.
Exceções: §2º: réu com domicílio incerto ou desconhecido: foro do domicílio do autor ou onde o réu for encontrado. 
	 §3º: autor sem domicílio ou residência no Brasil: foro do domicílio do autor. Se os dois morarem no exterior: competente qualquer foro no Brasil. 
Ações fundadas em direito real sobre bem imóvel – art. 95: foro da situação da coisa (fórum rei sitae). Exclusiva nos casos de propriedade, posse, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras, nunciação de obra nova. → Casos de competência territorial mas que é absoluta. Nas demais também poderá ser domicílio do réu ou foro de eleição. 
Foro privilegiado: Se houver ação de alimentos, a ação deve ser proposta no domicílio do alimentando; foro da mulher no caso de separação e divórcio. 
→ 2ª análise: Critério objetivo: define a competência em razão da matéria e do valor da causa. A pergunta a se fazer é basicamente “qual a justiça competente para conhecer da causa, federal ou estadual?” Isso se dará em razão da matéria, e dentro da matéria, do valor da causa. A Competência da JF é analisada em primeiro lugar pela observância do art. 109 da CF. A competência estadual é definida residualmente. 
→ 3ª análise: Critério funcional: O critério funcional divide os órgãos do Judiciário de acordo com funções. Por exemplo um tribunal de segunda grau tem a função de julgar recursos. A função de executar um título executivo pode ser de outro órgão jurisdicional. Se não há função específica, ou se há, deve-se determinar a competência territorial. 
	
Processo lógico para definição do juiz competente
1. A competência é da justiça brasileira de maneira exclusiva ou concorrente? (Art. 88 e 89, CPC)
2. Qual a justiça competente para conhecer a causa (art. 109 da CF)? A justiça estadual terá competência residual.
3. Qual o foro competente para conhecer da causa? (art. 94, 95. CPC). 
4. Dentro do foro, da comarca, qual o juízo competente para o conhecimento da ação? Com a distribuição, define-se o juízo competente para conhecer da causa. 
	Ex: A e B reivindicando um imóvel X. A primeira pergunta é onde se situa o imóvel, para saber se é da justiça brasileira. Segundo, ver se há alguma hipótese do art. 109. A comarca é onde se situa o imóvel, de acordo com o art. 89. 
4.2 Foros concorrentes e o princípio dacompetência adequada
		Existem casos de competência concorrente. Nesses casos, como se determina o competente? Se aplica nos arts. 88 (competência concorrente da brasileira com outro Estado) e em algumas regras de concorrência interna. 
		Exemplos de competência int. concorrente: Art. 95, 2 parte: foro do domicílio ou de eleição
		Art. 100, parágrafo único: dano sofrido em razão de acidente, o foro será do o do fato ou o do autor. 
		Art. 475-P. A regra que o cumprimento de sentença se dê onde ela foi proferida. Mas aquele que executa a sentença pode optar pelo local onde estão os bens que serão expropriados ou pelo domicílio do executado. 
		Sempre que existirem foros concorrentes, incide uma teoria que é da do forum shopping. 
a) “Forum shoping”
		O demandante pode escolher o foro. Ele analisará as regras que mais lhe beneficiam (qual o local que as regras que mais lhe beneficiam) ou o local que lhe trará uma decisão mais favorável, pois terá mais condições de acompanhar o processo. 
b) O princípio da boa-fé processual e do devido processo legal
		No momento da escolha, deve-se observar esses dois pedidos. Não se deve escolher o foro somente para prejudicar o réu. 
c) “Forum non conveniens”
		Se for evidenciado que no caso concreto o demandante propôs a ação e escolheu um dos foros concorrentes violando o princípio da boa-fé e do devido processo, aquele juiz que é competente e foi escolhido pelo demandante poderá excluir sua própria competência por entender que não é o juízo mais conveniente para a causa. Não haverá caso de incompetência, mas haverá inconveniência. 
	
d) O princípio da competência adequada
	Criou-se em torno disso o princípio da competência adequada. A definição deve ser feita no caso concreto, em atenção ao interesse de ambas as partes, observando o princípio do devido processo legal. Por exemplo em um acidente onde os envolvidos residem em JF, mas o acidente foi em BH e A propõe ação contra B em BH: o juiz de BH pode abdicar de sua competência em nome da competência adequada (que seria de JF). Para isso, deve haver uma fundamentação adequada do juiz (há subjetividade do juiz), sendo que essa decisão é passível de recurso. 
	
5. Manifestações do “forum non conveniens” no ordenamento brasileiro
		A aplicação do fórum non conveniens não é pacifica no BR, pois poderia se afrontar o princípio do juiz natural.
a) art. 112, §ú, CPC – único caso de exceção que a comp. relativa pode ser arguida de ofício
		Os contratos de adesão são contratos em que o aderente não manifesta sua vontade, são contratos previamente estipulados, em que não há manifestação de vontade. Geralmente ocorrem nas relações de consumo. Nesses casos, se houver foro de eleição e ele for abusivo para a parte contrária, o juiz reconhecerá a nulidade de ofício. Isso nada mais é que uma hipótese de competência relativa, o juiz é competente, mas ele excepciona sua competência, por não ser o juiz mais adequado, e remete a competência para outro juízo. Caso de foro de eleição é caso de competência relativa. Via de regra, essa incompetência deveria ser alegada. Mas embora seja relativa, é o único caso no CPC em que pode ser arguida de ofício.
b) art. 475-P, parágrafo único
		Se se optar por um foro que prejudica o que está sendo executado, o juiz também poderá 
c) art. 93, II, CDC e art. 2, Lei 7347
		Se houver um dano em relação de consumo ou qualquer dano transindividual de âmbito regional ou nacional, a ação será proposta na capital do estado ou no distrito federal. Ex: Uma ação coletiva, de dano ambiental em várias cidades de MG, de caráter regional; então a ação será proposta em BH. Mas a ação será proposta muito distante da ocorrência do dano, e o juiz de BH poderá declinar a competência para o local do fato. 
6. Conclusões 
	Aquele que exerce o poder jurisdicional, mais do que abstratamente competente, deve ser concretamente competente; deve garantir a adequada participação dos interessados na ação. Um processo devido é um processo conduzido por um juízo adequadamente competente. 
7. Jurisprudência 
4.3 Competência internacional
		Busca saber qual o espaço nacional para o conhecimento da causa. É o primeiro passo para a definição da competência. É regida pelo princípio da efetividade. Só haverá competência onde for possível efetivar as próprias decisões, sob pena de ofensa à soberania de outro Estado. 
	Art. 12 da LINDB, 88, 89 e 90 do CPC → Regem a competência internacional. 
Competência internacional concorrente ou cumulativa – art. 88 CPC
		Quando é competente tanto a jurisdição brasileira quanto outro Estado. Se outro Estado decidir a causa, como a decisão gera efeitos no Brasil? 
		Como efetivar as decisões de outros Estados no Brasil? → Sentenças de outros Estados, para gerarem efeitos no Brasil, devem ser homologadas pelo STJ. (art. 105, I, i, CF). Além de sentenças estrangeiras, o STJ garante o exequatur de cartas rogatórias enviadas ao Brasil. Isso porque o STJ deve garantir que as sentenças não afrontem a soberania nacional. A competência para homologação e exequatur sempre foi originária do STF, mas a EC. 45 a transferiu para o STJ. (Requisitos para homologação de sentença → art. 215 e 216 do RI do STF). 
		A possibilidade de escolha é o fórum shopping.
Competência nacional exclusiva – art. 89
		Traz casos em que a ação deve ser proposta no Brasil (“com exclusão de qualquer outra”). A decisão jamais terá eficácia no Brasil, se for proposta fora, pois não haverá homologação pelo STJ, pela falta de competência. 
	I – Se um argentino é proprietário de um imóvel situado na cidade de SP, e ele vende seu imóvel a outro argentino; nesse negócio, descobre-se evicção. Qualquer ação que envolva esse negócio será sempre proposta no Brasil. → Imóvel situado no Brasil
	II – Ainda que toda a linda sucessória seja estrangeira, se houver ao menos um bem situado no Brasil, essa parte da sucessão terá sua ação proposta no Brasil. →Inventário / partilha com bem no BR. 
	Portanto analisa-se primeiro se há um caso de competência exclusiva, que é absoluta e não sofre influência da vontade das partes. 
Competência concorrente e litispendência – art. 90 
		Litispendência (art. 219 CPC): uma vez promovida a citação em uma ação, esta citação induz litispendência, ou seja: não mais poderá ser proposta nenhuma outra ação com o mesmo objeto (pedido, partes e causa de pedir). Se isso ocorrer, a segunda ação será extinta sem julgamento de mérito (art. 267, V, CPC), sem a possibilidade de repropositura da ação. 
		Assim, o art. 90 diz que uma causa proposta no estrangeiro não gera litispendência no Brasil → só se aplica à competência concorrente. 
		A litispendência nada mais é do que um efeito decorrente da propositura da ação. Se esta ação estrangeira só gera efeitos no Brasil quando houver sentença homologatória pelo STJ, e se a litispendência nada mais é do que um efeito da ação, por óbvio, esse efeito não se aplica no Brasil. 
		Uma vez definida se é competente a jurisdição brasileira, passamos à análise dos critérios determinativos de competência par definir a competência interna. Para saber se há justiça específica competente, vara privativa, até chegar ao foro e ao juízo competente. 
4.4 Analisando os critérios determinativos de competência
		Em todas as ações, há critérios determinativos de competência. 
a) Critério objetivo → alude ao objeto do processo, que é a demanda. Esse critério é orientado pela demanda; a qual possui elementos. 
Em razão da pessoa (partes) → há situações que determinam o órgão competente pela parte envolvida na demanda. É competência absoluta (não permite disposição). Ex: Crimes comuns praticados pelo Presidente. Art. 102, I. Art. 109 CF define a competência da JF em razão da presença na causa da União, entidade autárquica ou empresa pública. 
Em razão da matéria (fatos e fundamentos jurídicos – causa de pedir) → em razão da natureza da relação jurídica envolvida na causa. Por isso causa de natureza penal é proposta em juízo criminal.Dentro das causas penais, há os crimes de menor potencial ofensivo, que são julgadas pelo juizado. Causas que envolvem relações de família são julgadas nas varas de família e sucessões. 
Em razão do valor da causa (pedido) → Conteúdo econômico do pedido. É uma competência relativa, assim como a territorial. Em razão da causa, o principal caso é da competência do juizado especial estadual, que julga causa de até 40 salários-mínimos. Já nos juizados especiais federais, Lei 10.259, é o art. 3 que define o valor da causa, que é de 60 salários-mínimos. A parte poderá optar no juizado estadual; mas no juizado federal a competência de causas de até 60 salários é absoluta, pois envolve competência em razão de parte (envolvendo a União, art. 109). 
b) Critério funcional 
b.1 no plano horizontal (dentro do mesmo processo, tem-se atribuições conferidas a órgãos jurisdicionais diferentes). Se dá pela fase do processo e por objeto. Exemplos: 
	
Cognição e execução (por fase do processo) → Sentença penal condenatória. É um exemplo de divisão de funções. Uma sentença penal condenatória pode condenar a uma pena privativa mas também condenar a uma indenização mínima para a vítima; que será executada no juízo cível. (ação civil ex delicto). Também no processo penal há a cognição pelo juízo penal, mas executada por outra vara, de execuções. 
Declaração de inconstitucionalidade (por objeto do juízo) → Incidenter tantum. Uma decisão de inconstitucionalidade, no controle difuso, deve ser remetida ao pleno do Tribunal; não pode ser feita por uma câmara comum. 
Crimes dolosos contra a vida (objeto do juízo) → por disposição constitucional expressa, art. 5, XXXVIII, para processar e julgar os crimes dolosos contra a vida. No tribunal do juri há dois órgãos jurisdicionais, dividido em duas fases. A primeira fase busca aferir se houver um crime doloso contra a vida, e ao final desta, o juiz presidente: pode desclassificar, pode absolver sumariamente, pode resolver a pronúncia (passado ao conselho de sentença). Aí se inicia a segunda fase do júri. Uma vez pronunciado, o acusado é submetido ao conselho de sentença que condenará ou absolverá. Havendo condenação, a atividade novamente passará ao juiz presidente, que será responsável pela dosimetria da pena. Há uma distribuição clara de atribuições entre dois órgãos jurisdicionais no mesmo processo (no plano horizontal). 
b.2 Plano vertical (competência originária e recursal)
b.3 Competência funcional e competência territorial absoluta
		Em razão da regra do art. 111, a competência funcional é absoluta, portanto inderrogável. A competência territorial é o principal exemplo de competência relativa. Toda vez que uma competência territorial é considerada absoluta, ela é chamada de funcional. 
		Casos: 
art. 95, CPC: Nas ações reais (imóveis), é competente o foro da situação da coisa, mas por ser competência territorial, e portanto relativa, pode o autor eleger outro foro. Esta é a regra. De forma contrária, não poderá escolher outro foro se o litígio recair sobre um dos direitos expressos na segunda parte do art. 95 do CPC. É competência territorial mas é absoluta. A doutrina justifica essa competência territorial absoluta como sendo uma competência funcional. 
Art. 2, da Lei 7347 (Lei de ACP): As ações ligadas à lei de ACP serão propostas no foro do local em que ocorreu o dano. Se há definição de foro, há um caso de competência territorial. Porém, o legislador disse expressamente que este foro tem competência funcional para processar e julgar a causa.
At. 209, ECA. 
Art. 80 do estatuto do idoso. 
	* Como são casos de direitos muito relevantes, o legislador quis evitar que a competência fosse alterada em prejuízo desses direitos, e por isso tratou a competência territorial como uma competência funcional, distribuída para o juízo com melhores condições de exercer sua função. 
b.4 Competência funcional e princípio da identidade física do juiz
		Está no art. 132 do CPC. O juiz que presidiu a produção de provas será sempre o juiz que julgará as causas. A competência funcional, embora divida as funções entre órgãos diferentes, no mesmo processo, ou em grau de jurisdição distintos, não pode afetar o princípio da identidade física do juiz. O maior exemplo é o tribunal do júri, onde há produção de provas em todas as fases, e os vários juízes que julgam tem contato com a produção de provas. 
c) Critério territorial
	A competência territorial determina o foro competente para o conhecimento da causa. É uma competência relativa que portanto pode ser alterada pelas partes. 
Regra geral: domicílio do réu (art. 94, CPC). - direito pessoal e direito real sobre bem móvel. 
	
2. CDC (art. 100, I, CDC) – As ações de direito do consumidor serão em regras processadas no domicílio do consumidor, que nessas ações, é o autor.
 
3. Estatuto do idoso – serão propostas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal dos Tribunais sup. 
4. Ações reais imobiliárias (art. 95, CPC) – Em se tratando de bem imóvel, a regra é o foro da situação da coisa. 
		Regra do art. 95, 1ª parte: não haverá possibilidade de escolha, devendo a ação necessariamente ser proposta no foro da situação da coisa. 
				2ª parte: pode o autor optar pelo foro do domicílio do réu ou de eleição; salvo se a ação versar sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova. 
5. Foro de sucessão (art. 96, CPC)
		Se a ação trata de direito sucessório (inventário e partilha), a ação deve ser proposta no domicílio do de cujus. Mas uma ação de usucapião em que o espólio é réu, embora envolva direito sucessório, é proposta no foro da situação da coisa, de acordo com o art. 95, 2 parte, que excepcionalmente é um caso de competência territorial absoluta, que derroga a regra do art. 96.
6. Réu ausente (art. 97, CPC)
		Ações que envolvam o ausente serão propostas no foro do seu último domicílio. 
7. Ações contra incapaz (art. 98)
		O domicílio do incapaz é o domicílio do seu representante. Ações que envolvam o incapaz como réu serão propostas no domicílio do representante. 
8. Foro da residência da mulher (art. 100, I)
		Ações de divórcio e anulação de casamento são propostas no domicílio da mulher. A principal crítica a esse dispositivo é acerca de sua constitucionalidade (Art. 5, I, isonomia) e art. 226, parágrafo 5 (igualdade de direitos entre homem e mulher).
	Tem-se 3 correntes:
1. Defende a constitucionalidade, porque a mulher ainda é hipossuficiente na relação conjugal.
2. Defende a inconstitucionalidade por violação aos artigos supracitados. 
3. (Didier) Defende a análise em concreto da constitucionalidade da norma, avaliando se no caso concreto há algum tipo de hipossuficiência da mulher. É atualmente a mais coerente; porém o STF no julgamento do RE 22714/11 decidiu pela constitucionalidade.
9. Ações de alimentos (art. 100, II)
	 A regra é do domicílio do alimentando. 
10. Pessoa jurídica (art. 100, IV)
	 Se a PJ for ré, deverá a ação ser proposta no foro de sua sede.
	 Se a ação discute obrigações contraídas por uma agência de uma PJ, a ação deve ser proposta onde está a agência ou sucursal. 
 	No caso de PJ SEM personalidade jurídica a ação é proposta onde ela exerça sua atividade.
 
11. Ações que exijam o cumprimento de obrigações (art. 100, IV, “d”)
	 Toda ação que discuta o cumprimento de uma obrigação deve ser proposta no local onde a obrigação deveria ser satisfeita. 
 
12. Responsabilidade civil extracontratual (art. 100, V)
	 A responsabilidade civil pode ser contratual, advinda do contrato. Ações que discutam responsabilidade extracontratual devem ser propostas no local do ato ou do fato. Obs.: Acidente de trânsito é um exemplo de responsabilidade extracontratual. Há uma regra específica, do art. 100, parágrafo único, que dá a possibilidade de ser proposta a ação no foro do domicílio

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