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Aula 06 CUMPRIMENTO DA SENTENÇA ALIMENTOS 2018 1 (1)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
Natália Rodrigues da Silva
4- CUMPRIMENTO DA SENTENÇA NO CASO DE PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA 
FUNDAMENTO LEGAL: ARTIGOS 528 A 533 C.P.C 
4.1- Início do procedimento: Requerimento do credor 
APÓS PROLAÇÃO SENTENÇA, DECISÃO INTERLOCUTÓRIA, ACÓRDÃO, AINDA QUE NÃO TRANSITADO EM JULGADO
Importante ter titulo executivo judicial
Deve fazer petição incidental
É necessário o requerimento do credor. Embora o artigo determine sentença é cabível também das decisões interlocutórias e dos acórdãos, ainda que não transitados em julgado. É cabível em alimentos definitivos e provisórios. Os definitivos são processados nos mesmos autos e os provisórios em autos apartados. Os meios executivos são os mesmos para ambos (definitivos e apartados). 
4.2- Intimação do devedor:
Intimação pessoal do devedor. A intimação é para pagar em três dias, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de fazê-lo. 
Como se trata da pena de prisão, a INTIMAÇÃO É PESSOAL DO DEVEDOR e não somente na pessoa do advogado. A intimação é para pagar em três dias, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de fazê-lo. Com relação à impossibilidade de pagamento, a legislação deixa claro que a justificativa para o não pagamento somente será aceita no caso de impossibilidade absoluta. Porém não pode ser permanente, ou seja, deve ser uma impossibilidade temporária. Desta forma, a alegação de justificativa que leve à exoneração completa da obrigação alimentar ou modificação permanente no quantum da obrigação deve ser feita pela via da ação própria, qual seja, a ação de exoneração ou de revisão de alimentos.
4.3- MEDIDAS COERCITIVAS: 
PROTESTO: Independente do requerimento da parte. 
PRISÃO CIVIL: Poderá ser, de no máximo, 03 meses. 
Caso o devedor não pague, não prove o pagamento, não justifique a ausência do pagamento, ou apresente justificativa que não seja aceita pelo magistrado, este determinará o protesto do título (decisão interlocutória, sentença e acórdão) que tenha fixado os alimentos. Tal possibilidade representa inovação legal e que possui o intuito de forçar o devedor a cumprir, o que mostra o caráter coercitivo da medida. Destaca-se que o protesto é feito independentemente de requerimento da parte, já que o código ordena ao juiz a realização de tal ato em caso de ausência de pagamento, desta forma pode agir de ofício neste sentido. 
4.3- MEDIDAS COERCITIVAS: 
Além desta medida coercitiva, mantém-se hígida a possibilidade do uso da prisão civil, que já existia no CPC/1973. Tal medida possui caráter eminentemente coercitivo e jamais punitivo. Na prática significa dizer que, com o pagamento, o devedor deve ser posto imediatamente em liberdade, sob pena de ilegalidade da prisão, o que legitima inclusive a impetração de habeas corpus.
Outro ponto que reforça o caráter coercitivo da prisão civil aqui aplicada é que o cumprimento integral do prazo da prisão não libera o devedor do pagamento, como bem dispõe o § 5º, do presente dispositivo. Importante salientar que o caráter coercitivo da prisão civil, dentro do prazo fixado pelo juiz, somente cessará com o pagamento integral do débito. Ainda, o legislador optou por manter o prazo de prisão de no máximo três meses.
O § 7° do art. 528 apenas repetiu o entendimento consolidado da jurisprudência, representado pelo enunciado da Súmula nº 309 do STJ: “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo”. Desta forma, apenas as parcelas vencidas até três meses antes do pedido de cumprimento de sentença, bem como as vincendas, poderão utilizar-se da prisão civil como meio coercitivo. Tal disposição tem causado. 
Para o uso da prisão civil, basta a inadimplência e a ausência de justificativa plausível para tanto. O que a lei veda é o uso da prisão civil para a cobrança de parcelas muito antigas, aqui entendidas aquelas anteriores a três parcelas, contadas da data do ajuizamento do pedido. 
Conforme dito, nem todas as parcelas podem ser cobradas com o uso da prisão civil, ficando esta restrita às parcelas vencidas no máximo três meses antes do ajuizamento do pedido, bem como as vincendas. Porém, não custa ressaltar que as parcelas anteriores a este período podem ser cobradas, desde que não afetadas pela prescrição, mas neste caso deve ser adotado o procedimento de cumprimento de sentença de pagar quantia certa (arts. 523 e seguintes do CPC/2015) ou o do desconto em folha (art. 528, CPC/2015), este a ser demonstrado a seguir.
Competência: domicílio do exequente, juízo que prolatou a sentença, domicílio do executado ou local do bens passíveis de penhora. Artigo 516 C.P.C. 
Um último ponto de comentário é o benefício ao alimentando no momento do início do cumprimento da obrigação alimentar. Este pode optar por realizar o cumprimento da sentença em seu domicílio, além da possibilidade de seguir as regras gerais de competência para a execução, quais sejam: juízo que prolatou a sentença exequenda, domicílio do executado ou local dos bens passíveis de penhora, nos termos do art. 516 do CPC/2015.
Desconto em folha de até 50% da remuneração líquida do devedor artigo 529 c.p.c: quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da prestação alimentícia.
Medida subsidiária: expropriação artigo 530 c.P.C 
Crime de abandono material: artigo 532 c.P.C conduta procrastinatória
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
•CÂMARA, Alexandre Freitas. O Novo Processo Civil Brasileiro. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2016.
•MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz 
•MITIDIERO, Daniel . Novo código de processo civil comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
•MEDINA, José Miguel Garcia. Novo Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
•WAMBIER, T.A.A; WAMBIER, L.R. Novo Código de Processo Civil Comparado. São Paulo. Revista dos Tribunais, 2016.
•THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil- Execução forçada, Processo nos Tribunais, Recursos e Direito Intertemporal- vol. III, 49ª ed. Rev. Atual e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

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