Buscar

Resenha Direito Tutelar do Trabalho

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho
Resenha do Estudo de Caso “Prospecção Internacional em Calçado Esportivo: Nike e Reebok”
 
Ramon de Oliveira Martins
 Trabalho da disciplina de Direito Tutelar do Trabalho
Tutor: Profª Liane Isoldi Linhares Fernandes
Diamantino/MT 
2017
Resenha do Estudo de Caso “Prospecção Internacional em Calçado Esportivo: Nike e Reebok”
“Prospecção Internacional em Calçado Esportivo: Nike e Reebok”
 
REFERÊNCIA: Rosenzweig, Philip M. Prospecção Internacional em Calçado Esportivo: Nike e Reebok. Escola de Negócios da Harvard. Rev. 14 de julho de 1994
O caso analisa a forma de contratação de serviços do grande mercado de calçados norte-americano, destacando-se neste ramo as multinacionais Nike e Reebok, que tiveram destaque internacional pelas campanhas publicitárias “de alta visibilidade”, considerando, ainda, que nelas eram utilizados atletas famosos mundialmente. Além da publicidade, as empresas focaram no desenho, não produzindo, efetivamente o produto, pois contrataram redes de empresas em países subdesenvolvidos, cuja mão-de-obra é barata e abundante, tais como: Coréia do Sul, Taiwan, China, Indonésia, Tailândia e Filipinas, que produziam os calçados seguindo rigorosamente as especificações transmitidas pelas multinacionais, assim como o cronograma e padrões de qualidade.
A manobra utilizada pelas empresas Nike e Reebok, de se preocupar com a publicidade e desenho, deixando com que outras empresas fabricassem seus produtos com custos baixíssimos, porém, mantendo o alto padrão de qualidade, impulsionaram a potencialização das marcas no mercado mundial. 
Nota-se que, apesar do valor de mão de obra reduzido, as empresas asiáticas certificavam de que não havia exploração infantil, e aspectos como segurança e saúde do trabalhador, eram respeitados.
No entanto, as condições de trabalho ainda eram precárias, embora a tentativa de regulamentação, eis que, como no caso na Indonésia, os salários eram tão baixos que não arcavam com despesas básicas.
Como visto, de um lado haviam as multinacionais com lucros que atingiam níveis estratosféricos, e do outro a precariedade na qualidade do trabalho executado nas empresas produtoras asiáticas, em total desrespeito com os direitos humanos e trabalhistas, o que foi tornando insustentável com o tempo. 
Por via de consequência, a Nike realizou uma política de tutela de direitos preceituados, no qual pediu várias certificações pelas produtoras, no atinente aos direitos mínimos ao trabalhador, propiciando um ambiente digno de trabalho, que diziam respeito, inclusive, com a tutela de direitos de mulheres grávidas e crianças.
Igualmente, a Reebok adotou um modelo de política de direitos humanos, enfatizando a não presença militar ou ditatorial nas suas operações, alguns direitos e garantias individuais e trabalhistas, bem como a desaprovação do uso da força contra direitos humanos, entre outros.
Do contexto, vislumbra-se que em países do continente asiático é comum este tipo de negociação em que empresas americanas firmam contrato com outras empresas para intermediar mão de obra local muito abaixo do valor do mercado; geralmente, estas empresas pertencem a políticos e integrantes de sindicatos que deveriam fiscalizar tais atividades; contudo, são omissos, corruptos e corruptores de direitos trabalhistas. 
Ao menos no Brasil, a tutela dos direitos trabalhistas tem-se dado de forma cada vez mais efetiva, com a intervenção do Ministério Público do Trabalho através de fiscalização nas empresas, da Justiça Trabalhista com aplicação de multas mais pesadas, assim como, com a maior atuação dos Sindicatos de Empregados nas negociações e ações coletivas, de um modo geral, devido às políticas públicas de conscientização e da próprio grau de instrução que possui o trabalhador, ele está mais conhecedor de seus direitos e, na medida do possível, reivindica-os judicialmente. 
Ora, não é pelo fato de se tratar de necessidade de obter um emprego e sustentar a sua família e atender suas necessidades básicas que o funcionário deve ser submetido às condições degradantes e exploratórias, além de exaustivamente abusivas.

Continue navegando