Prévia do material em texto
Campus: Vitória da Conquista Licenciatura em Química Gislaine Amorim QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I - Relatório nº 03 - Purificação de Sólidos por Recristalização e Sublimação Vitória da Conquista – BA 2017.1 Gislaine Amorim QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I - Relatório da Prática nº 03– Purificação de Sólidos por Recristalização e Sublimação Vitória da Conquista - BA 24/ 07/ 2017 Relatório Experimental apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação no componente curricular Química Orgânica Experimental I, no Curso de Licenciatura em Química, ministrado pelo Prof. Dr. Anderson Marques de Oliveira, no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Campus Vitória da Conquista. 1.0 Fundamentação Teórica O método mais habitual para a purificação de substâncias sólidas é a recristalização. O procedimento utiliza fundamentalmente a diferença de solubilidade, em vários solventes da substância a cristalizar. Porém a dificuldade para a cristalização é escolher um solvente, no qual o material a ser cristalizado exibe um comportamento da solubilidade desejado. A cristalização de um constituinte de uma fase líquida consiste na separação daquele por formação de uma fase sólida cristalina. Constitui um processo clássico de separação e purificação. O processo acontece pelas seguintes etapas: a) dissolução da substância impura a uma temperatura próxima do ponto de ebulição do solvente; b) filtração a quente da solução de modo a eliminar qualquer material insolúvel; c) resfriamento do filtrado; d) separação dos cristais formados; e) secagem do material. Dessa forma, o material deve ser relativamente solúvel a temperatura ambiente, e ainda solúvel no ponto de ebulição do solvente escolhido e praticamente insolúvel a baixas temperaturas, pois se a impureza foi insolúvel a quente, separa-se a mesma por filtração e, se for solúvel a frio, o composto passa ao estado sólido deixando as impurezas em solução. Ou seja, um bom solvente para a recristalização deve dissolver grande quantidade da substância em temperatura elevada e pequenas quantidades em temperaturas mais baixas, com isso o solvente ideal é aquele que dissolve pouco a frio e muito a quente. Raramente, uma mistura de dois solventes é mais conveniente, isso é definido quando um dos solventes dissolve bem a substância a frio e o outro não, mesmo a quente. A técnica consiste em aquecer o material a purificar como melhor solvente até a ebulição da solução, e adicionar lentamente o pior solvente, até aparecer uma turvação. Quando o esfriamento é rápido as impurezas são arrastadas junto com o precipitado, produzindo um produto impuro. O fator crítico na recristalização é a escolha do solvente. Figura 1 Alterações na resistência, ductilidade e microestrutura durante (a) Trabalho a frio, (b) Recuperação e (c) Recristalização. Outras condições, como a facilidade de manipulação, a volatilidade, a inflamabilidade, e o custo, devem ser também considerados. Observe a tabela abaixo onde estão listados os solventes mais frequentemente empregados em recristalização. Tabela 1 - Solventes comuns em recristalização. Fonte: https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questao/8db58ff8-f4 No tempo da solubilização de um material com alta temperatura, é imprescindível usar a menor quantidade possível de solvente para que assim não desperdice e não tenham perdas do produto por solubilização. Algumas impurezas coloridas ou resinosas podem ser removidas pela adição da pequena quantidade de carvão ativo à solução a ser aquecida. A sublimação é um processo de purificação de substâncias sólidas que têm pressão de vapor relativamente alta abaixo do seu ponto de fusão. A substância é vaporizada, por aquecimento, diretamente do estado sólido. O vapor se condensa sobre uma superfície fria. Este processo ocorre sem a formação intermediária de líquido. Poucas substâncias possuem pressão de vapor suficientemente elevada para permitir à sublimação a pressão atmosférica. Estão entre elas o naftaleno, o antraceno, o ácido benzóico e a cânfora e as quinonas. Por isso, o método é pouco usado em laboratório. 3.0 Objetivos 3.1 Objetivo Geral Aprender técnicas na purificação de compostos sólidos. 4.0 Materiais e Reagentes Cafeína Sólida (oriunda do chá preto) Etanol Propano-2ol Banho – Maria Frasco Geladeira Pipeta Graduada Dessecador 4.1 Procedimentos III Procedimento Experimental (Purificação da Cafeína por Recristalização) 1) Após a pesagem do café, obtido na prática 01; 2) Colocou-se o frasco de vidro solicitado pelo docente na estufa para secar; 3) Aqueceu-se em banho-maria, o material com 2 mL de etanol propano-2 ol, para que houvesse a completa dissolução do sólido; 4) Após esse processo, resfriou-se o material na geladeira para a completa formação dos cristais; 5) Com ajuda de uma pipeta graduada, retirou-se o sobrenadante dos cristais, e adicionou-se 1 mL de Etanol (4 x 0,25 mL) para retirar as impurezas que continham nos cristais; 6) Deixou-se no dessecador, para a formação dos cristais; 7) Após duas semanas, pesou-se o frasco na balança analítica. 5.0 Resultados e Discussão A recristalização é uma técnica bastante utilizada na purificação de compostos orgânicos sólidos. O princípio básico da técnica baseia-se na variação da solubilidade de um sólido em um dado solvente, quando o solvente é resfriado. Já na sublimação é um processo utilizado quando um dos componentes do sistema sublima, passa diretamente do estado sólido para o gasoso, sob aquecimento. No experimento, o material não foi dividido, pois se dividisse em duas partes correria o risco de desperdiçar o material de analise, dessa forma o diluímos em 3 mL de etanol, por meio de aquecimento a banho-maria, esse solvente foi escolhido por ser apolar sendo assim, iria ocorrer a solubilização das impurezas presentes de acordo com a dissolução completa do sólido. Após colocamos o material na geladeira, para obter a formação dos cristais, para o método de recristalização foi necessário deixar o material em repouso, durante alguns dias. Logo, foi retirado com ajuda de uma pipeta, o material líquido que continha no frasco que foi deixado na estufa para obtenção de cristais. Figura 2 Solubilização da cafeína. O frasco que continha a cafeína foi tampado com papel alumínio, e a mistura foi posta em repouso por sete dias. O produto estava branco, como era esperado, obtivemos uma pequena quantidade, pois o adequado era fazer a filtração a quente, pois as impurezas que estavam dissolvidas no solvente iriam sair do analito de acordo com a filtração, e depois do resfriamento iríamos ter a purificação desejada. Após mais uma semana, trocamos o papel alumínio que estava tampando o frasco, e colocamos outro para evaporação total do solvente, fizemos alguns furos e deixamos no dessecador para a obtenção de cristais. Figura 3 Obtenção de cristais. Posteriormente, em todas essas etapas obtiveram-se os cristais da cafeína de cor branca. Após, pesou-se esses cristais, como pode observar os seguintes dados: Tabela 2: Dados obtidos antes e depois da recristalização CafeínaImpura Vidro + cafeína impura Vidro + cafeína após recristalização Peso do frasco Cafeína após recristalização 0,039g 21,7995g 21,7793g 21,7605g 0,0188g Para o processo da recristalização deve-se tomar bastante cuidado, para que não há impurezas no material analisado. O solvente ideal para escolher o solvente ideal na recristalização é que este deve dissolver grande quantidade da substância em temperatura elevada e pequena quantidade em temperatura baixa. Outros fatores que levam a escolher o solvente é a facilidade de manipulação, a volatilidade, a inflamabilidade, e o custo, devem ser também considerados. A preferência pela filtração a vácuo é por ser esta ser mais eficaz e mais rápida do que a filtração comum, além de fornecer um sólido com baixo grau de umidade. Para a obtenção do rendimento dessa recristalização foi feito de acordo com a equação: %(m) = [m(cafeína após recristalização) / m (chá)] x 100 %(m) = (0,0188g / 0,039g) x 100 %(m) = 48,20% 6.0 Considerações Finais Dessa forma, após a prática pôde-se observar que o procedimento da recristalização é um método de retirar as impurezas de um composto, no qual se deve fazer com cautela para que não haja perdas do material. Porém, quando há essas perdas, podem ser reduzidas, dependendo da habilidade do operador e dos coeficientes de solubilidade dos compostos utilizados. Referências [1] ATKINS,P ; LORETT A,J. Princípios de química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3ed. Rio de janeiro: Editora Bookman, 2006. [2] DIAS, A.G., Costa, M.A. & Guimarães, P.I.C., Guia Prático de Química Orgânica, Rio de Janeiro, Editora Interciência Ltda, 2004, volume I, 128p. [3] MARQUES, J. A., BORGES, C. P. F.; Práticas de Química Orgânica. Ed. Átomo, Campinas- SP, 2007.