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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS - NUNICAÇÃO DE OBRA NOVA

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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA
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Noções Gerais
Direitos materiais envolvidos e em confronto: Direito de vizinhança (CC, 1.277 e 1.301) e Direito de Construir (CC, 1.228). O direito de construir integra o direito de propriedade, mas não é absoluto e ilimitado (CC, 1.229).
Conceito de “Construção”: edificação ou reforma, como a demolição, o muramento, a escavação, o aterro, a pintura e demais trabalhos destinados a beneficiar, tapar, desobstruir, conservar ou embelezar o prédio. (Hely Lopes, citado por Humberto Theodoro)
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Objeto
Obra nova a embargar, segundo o CPC, 934, é a edificação ou construção que prejudique o prédio vizinho ou o prédio comum. Já se considerou obra nova até mesmo a colocação de placa de propaganda comercial no imóvel. 
Esta ação pode ser utilizada: (I) em conflitos de vizinhança; (II) litígios entre condôminos, para evitar prejuízos ou alterações da coisa comum; (III) conflitos entre o Poder Público e os particulares, para impedir violação a regramento, lei ou postura pertinentes às construções.
Ainda que os prédios não sejam confinantes ou contíguos, desde que haja notório prejuízo decorrente da obra, é possível a utilização desta ação. 
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Finalidade e Pressuposto
Providência tomada em juízo, para o fim de embargar ou impedir o prosseguimento de construção que prejudica imóvel de outrem.
Iminente ou efetivo prejuízo a um prédio, cuja consumação se busca evitar, correspondendo este dano a uma violação ou do direito de propriedade do autor sobre o seu imóvel, sobre alguma servidão dele, ou sobre o imóvel comum ao autor e ao réu.
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Competência
Art.95, CPC - foro de situação do imóvel.
Competência absoluta, porque funcional.
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Legitimação
Ativa (CPC, 934): (I) Proprietário ou possuidor prejudicado pela edificação; (II) condômino que pretende evitar a alteração da coisa comum; (III) Município, no caso de infringência de lei, regulamento ou postura pertinente a construção (admite-se também o Estado e a União, se a postura ou o regramento violado forem de sua competência) – nesta hipótese de inobservância de regras de construção, pode também o particular exigir o cumprimento destas regras, deste que, por decorrência desta violação, o seu prédio foi prejudicado; ou seja, não basta a simples violação das regras de construção para a legitimação do particular; (IV) admite-se, ainda, a legitimação ativa do loteador, ante o descumprimento das regras convencionadas pelo empreendimento – Lei 6.766/79.
Passiva: o dono da obra, ou seja, aquele por conta de quem se executa a mesma. Não é o dono do terreno, mas quem dele esteja usufruindo para fins de edificação.
OBS: O construtor e os operários serão intimados no curso da ação, para a observância do comando proibitivo, embora não sejam partes.
OBS: Em se tratando de ação real imobiliária, indispensável a intervenção de ambos os cônjuges. 
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Embargo Extrajudicial
Consiste na atitude da parte prejudicada em notificar prévia, verbal e expressamente o dono da obra, na presença de duas testemunhas, para que interrompa o curso da obra. Terá que ajuizar a ação própria três dias após, pedindo a homologação deste embargo extrajudicial, a fim de produzir efeitos ex tunc, retroagindo a proibição judicial ao momento da notificação e transformando toda e qualquer alteração que lhe seja posterior verdadeiro atentado. 
Requisitos do Embargo Extrajudicial: (I) urgência real da medida, pela consecução efetiva do dano; (II) observância das formalidades leais (notificação ao dono da obra ou ao construtor, na presença de duas testemunhas; (III) requerimento de ratificação judicial em três dias. 
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Cumulação de Pedidos
Autorização expressa do CPC, 936.
Pedidos cumuláveis: (I) embargo liminar da obra; (II) condenação do réu à reconstituição, modificação ou demolição da obra; (III) cominação de pena pecuniária por desobediência ao embargo; (IV) condenação do réu ao pagamento de perdas e danos decorrentes da obra ilegal; (V) ordem de apreensão e depósito de materiais ou produtos.
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Embargo Liminar
Provimento de urgência e de cognição sumária, indispensável à este tipo de ação (pressuposto de desenvolvimento válido da ação, sem o qual não de procederá à citação do acionado). 
Se a prova pré-constituída não satisfaz à demonstração da ilegalidade e do prejuízo, admite-se justificação, sem interveniência do réu. A citação do réu só se dará após o cumprimento da liminar, com intimação do construtor e dos operários, para que parem a obra, sob pena de configuração de desobediência. Para o réu, ficará configurado o atentado.
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Aspectos da Especialização
Possibilidade de prosseguimento da obra em caráter excepcional e em virtude do grave comprometimento da obra pela paralisação. Exigir-se-á, neste caso, a oferta de caução mediante ação cautelar incidental própria, apensa ao processo de nunciação.
Aspectos de especialização do rito: (I) o embargo liminar; (II) citação para defesa após a execução da liminar, com prazo de resposta de 05 dias; (III) observância do rito cautelar, após a contestação (peculiaridades do rito cautelar, como a exigência do julgamento em cinco dias, caso o réu seja revel).
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Natureza da Sentença
Depende dos pedidos cumulados e do seu respectivo deferimento, podendo revelar-se, inibitória, cominatória e até condenatória, conforme o seu objeto e os meios possíveis de efetivação.
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