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DEZEMBRO 2016 | REVISTA LEITE INTEGRAL 
1
RevISTA TÉCnICA dA bOvInOCUlTURA de leITe - nÚmeRO 93 - AnO 10 | dezembRO 2016 
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estância Silvania, 
Caçapava/Sp
Cultura de leite 
na fazenda
dr. drauzio varella enaltece os 
benefícios do consumo de leite
participe do 
#nATAlCOmleITe!
Com conteúdo da
ÍNDICE
Reprodução
Tudo que você precisa 
saber sobre IATF
20 
Efeito de substituição ajuda a sustentar 
preços do leite em pó no varejo
24 
O sono da beleza
30 
O que, de fato, diz o famoso
artigo de Harvard sobre o leite?
32 
Sol de verão
38 
Ponto de Encontro
44 
MilkPoint Radar: dados de produtores 
apontam para fortes quedas no preço 
do leite
Animais jovens
Estresse pré-parto e 
desempenho das bezerras
m2 magazine
Cultura de leite 
na fazenda
Retrospectiva 
10 anos
Uma poderosa ferramenta
participe do #nATAlCOmleITe
14 60
40 68
46 
Quanto mais, melhor!
50 
Um brinde à qualidade do leite!
52 
Programa Leite Saudável
56 
5 passos para garantir que no fi nal de 
2017 ainda estarei produzindo leite
64 
Francês aceita pagar mais por 
leite do país para ‘salvar’ setor
66 
Bayer realiza evento para 
estimular o consumo de lácteos
estância Silvania, 
Caçapava/Sp
dr. drauzio varella enaltece os 
benefícios do consumo de leite
06
26
REVISTA LEITE INTEGRAL | DEZEMBRO 2016
14
O uso de protocolos hormonais para IATF com o intuito de aumentar a fertilidade e a eficiência reprodutiva 
é uma realidade crescente em rebanhos leiteiros. Entretanto, uma avaliação dos índices reprodutivos da 
propriedade, das condições de manejo atuais e do custo-benefício de tal ferramenta devem ser levados em 
conta na tomada de decisão em relação à adoção da IATF, e de qual protocolo hormonal utilizar.
Tudo que você precisa 
saber sobre IATF
Texto: Philipe Pimenta Nunes, Sílvio Costa e Silva, Virgílio Barbosa de Andrade, 
Ana Carolina Leite, Telma da Mata Martins, Álan Maia BorgesREPRODUÇÃO
A pecuária leiteira vem se tornando cada vez mais competitiva e tecni-
ficada. Para se manter na atividade, mui-
tos produtores buscam aumentar a pro-
dutividade de seus rebanhos e reduzir os 
custos com a produção leiteira, criação 
de bezerras e novilhas geneti- camente 
superiores. Entretanto, o aumento da 
produção leiteira por hectare tem sido 
acompanhado pela redução da fertili-
dade dos rebanhos, caracterizada pelas 
baixas taxas de gestação, e consequen-
temente, menor rentabilidade da ativi-
dade devido ao menor número de be-
zerras nascidas e diminuição da vida útil 
das vacas de alta produção. Além disso, 
o número de fêmeas bovinas inférteis 
ou subférteis, devido à alta incidência de 
afecções durante o período puerperal, 
também aumentou, contribuindo para 
a redução da fertilidade. Diante desse 
panorama e da grande dificuldade rela-
tada pelos pecuaristas em aumentar a 
taxa de detecção de estros em vacas de 
alta produção e realizar a inseminação 
no momento mais adequado, muitos 
produtores viram na inseminação artifi-
cial em tempo fixo (IATF) a solução para 
o problema. Entretanto, antes de ado-
tar essa ferramenta reprodutiva em sua 
propriedade, o produtor precisa anali-
sar alguns pontos que serão discutidos 
a seguir.
DEZEMBRO 2016 | REVISTA LEITE INTEGRAL 
15
1. quais são os índices reprodutivos 
do rebanho?
Assim como em qualquer atividade 
econômica que visa a obtenção de 
lucro, o pecuarista necessita conhe-
cer o seu sistema produtivo e possuir 
métodos de monitoramento da sua 
efi ciência. A identifi cação individual 
dos animais e as anotações periódicas 
são de suma importância para detectar 
os gargalos do sistema de produção e 
elaborar medidas estratégicas para um 
melhor desempenho reprodutivo, pro-
dutivo e, principalmente, fi nanceiro.
Em rebanhos leiteiros, especialmente 
na área reprodutiva, o produtor ne-
cessita conhecer índices como taxa de 
serviço ou inseminação (número de 
vacas inseminadas em relação ao to-
tal de vacas aptas à reprodução), taxa 
de concepção (número de vacas inse-
minadas que se tornam gestantes no 
primeiro diagnóstico de gestação após 
a inseminação), taxa de gestação (nú-
mero de vacas aptas à reprodução que 
se tornam gestantes a cada 21 dias), in-
tervalo do parto à concepção, intervalo 
de partos e número de serviços (cober-
turas ou inseminações) por gestação.
Com tais índices em mãos, o produtor 
consegue monitorar a efi ciência repro-
dutiva de seu rebanho entre estações e 
ao longo dos anos, avaliar se o manejo 
reprodutivo adotado atingiu ou não 
as metas pré-estabelecidas, comparar 
seu sistema com outros sistemas de 
produção, além de avaliar os índices 
obtidos com os índices esperados. A 
anotação individual proporciona um 
levantamento do histórico do animal 
e prediz a possível resposta do mesmo 
frente à adoção de protocolos de IATF e 
sua viabilidade. Sem essas informações 
e sem o acompanhamento de um mé-
dico veterinário, o produtor se torna in-
capaz de monitorar e avaliar a efi ciência 
reprodutiva de seu rebanho.
2. quais são os índices esperados 
com o uso da IATF?
A IATF é uma biotécnica reprodutiva 
que consiste na utilização de hormô-
nios para sincronização do cresci-
mento folicular, indução do estro e da 
ovulação em vacas aptas à reprodução, 
aliada à inseminação artifi cial em mo-
mento pré-determinado, sem que haja 
a necessidade de observação de estros. 
Com a IATF, a taxa de serviço pode al-
cançar 100%, desde que nenhuma vaca, 
por problemas sanitários ou de manejo, 
deixe de ser inseminada. Dessa forma, a 
IATF pode proporcionar maiores taxas 
de concepção e gestação, encurtar o in-
tervalo de partos, aumentar a produção 
de bezerras e a produtividade da fêmea 
bovina durante sua vida útil.
Nos rebanhos que adotam a IATF, as ta-
xas de concepção e gestação esperadas 
(Tabela 1) variam muito e dependem 
de diversos fatores como raça, cate-
goria animal, nível de produção das 
vacas, condição corporal dos animais, 
manejo sanitário, qualifi cação da mão 
de obra e protocolos hormonais utili-
zados. Além de fatores relacionados à 
qualidade dos gametas, condição do 
ambiente uterino, status metabólico da 
vaca e qualidade do embrião, tais índi-
ces são diretamente infl uenciados pela 
alta incidência de mortalidade embrio-
nária, que pode chegar a 20% quando 
se utilizam protocolos hormonais para 
sincronização do estro e da ovulação.
3. A IATF realmente dispensa a detec-
ção de estros?
Uma das características da IATF citada 
como a maior vantagem em sua apli-
cação é a inseminação de vacas aptas 
à reprodução sem a necessidade de 
detectar o estro, permitindo assim 
um menor desgaste da mão de obra 
e a inseminação de um maior número 
de animais no mesmo dia. Entretan-
to, é recomendado observar o cio das 
fêmeas que foram submetidas a IATF. 
Alguns animais manifestam cio após a 
inseminação em tempo fi xo e podem 
ser reinseminados. Convém ressaltar 
também que as fêmeas não gestantes 
irão manifestar cio dentro de 17 a 24 
dias, podendo ser inseminadas nova-
mente sem a necessidade de se iniciar 
um novo protocolo. A adoção de tais 
manejos resulta no aumento da taxa 
de gestação no rebanho.
Em propriedades leiteiras com boas 
práticas de manejo e acompanhamento 
veterinário constante, porém com baixa 
taxa de detecção de estro, a IATF apre-
senta o potencial de aumentar a efi ciên-
cia reprodutiva das vacas em lactação, 
podendo atingir taxas de gestação pró-
ximas a 60%, dependendo do nível de 
produção. Sendo assim, o emprego da 
IATF é mais indicado para rebanhos com 
taxa de detecção de estro inferior a 50%. 
Baixa taxa de serviço aliada à baixa taxa 
de concepção em vacas de alta produ-
ção resultamem baixa taxa de gestação. 
Dessa forma, o emprego da biotécnica 
pode ser uma alternativa viável para 
aumentar os índices reprodutivos, uma 
vez que a taxa de serviço pode chegar 
a 100%. Quando a taxa de detecção de 
estro é superior a 50%, a taxa de ges-
tação pode não aumentar com o em-
prego da IATF e o custo com protocolos 
pode impactar negativamente na ren-
tabilidade do sistema.
4. A IATF pode ser empregada em 
qualquer categoria animal?
Os índices reprodutivos com o empre-
Tabela 1. Taxas de concepção e gestação médias obtidas com o emprego 
de protocolos de IATF em função da categoria animal.
Novilhas
Vacas de alta produção
Vacas de baixa produção
Categoria animal Taxa de concepção (%) Taxa de gestação (%)
20 a 50 %
20 a 50 %
60 a 70 %
20 a 30 %
40 a 60 %
50 a 60 %
REVISTA LEITE INTEGRAL | DEZEMBRO 2016
16
go da IATF variam entre as categorias 
de animais. As novilhas apresentam o 
maior potencial genético e são consi-
deradas a categoria de maior fertilidade 
no rebanho. Quando bem manejadas, 
as novilhas podem iniciar a vida repro-
dutiva precocemente. Entretanto, essa 
precocidade deve ser acompanhada de 
desenvolvimento corporal compatível 
com a sua composição genética, peso 
vivo, idade e desenvolvimento ade-
quado do sistema reprodutivo. O canal 
pélvico da novilha deve possibilitar a 
passagem do bezerro, evitando assim 
problemas durante o parto por incom-
patibilidade de tamanho entre a pelve 
e o feto.
O uso de protocolos hormonais para in-
dução da puberdade em novilhas, com 
associação de implante de progesterona 
e estrógeno, representa uma alternativa 
para acelerar o início da ciclicidade re-
produtiva e o desenvolvimento uterino, 
principalmente em novilhas mestiças 
Holandês x Zebu. A adoção desses pro-
tocolos com o objetivo de fazer uma 
pré-sincronização do estro antes da 
IATF tem resultado em melhores taxas 
de gestação. Entretanto, a eficiência dos 
protocolos, traduzida em alta taxa de 
gestação, somente será alcançada se os 
animais apresentarem desenvolvimen-
to corporal e reprodutivo. Além disso, 
recomenda-se sempre a observação de 
cio após a IATF para elevar ainda mais a 
taxa de gestação nessa categoria.
As vacas em lactação, principalmente 
as de alta produção, apresentam menor 
fertilidade dentro do rebanho quando 
comparadas às novilhas e às vacas de 
média e baixa produção. A reprodu-
ção dessa categoria é influenciada por 
diversos fatores, tais como condição 
corporal, afecções puerperais, produ-
ção leiteira, ordem de parto, manejo 
nutricional e sanitário, além de falhas 
reprodutivas inerentes ao animal ou 
ao manejo deficiente. Vacas desafia-
das por alguma alteração dos fatores 
citados anteriormente apresentam di-
ficuldades para se tornarem gestantes, 
resultando em menor taxa de gestação, 
maior intervalo do parto à concepção, 
mais serviços por concepção e maior in-
tervalo de parto. A redução do intervalo 
de parto nessa categoria animal é ex-
tremamente desejável, pois reflete em 
maior produção de bezerras e de leite.
Com o objetivo de aumentar a taxa de 
gestação e reduzir o intervalo de parto 
das vacas em lactação, muitas vezes a 
IATF é adotada sem assistência vete-
rinária e sem a avaliação criteriosa do 
status do aparelho reprodutivo, veri-
ficando-se resultados catastróficos e 
perdas econômicas expressivas. Caso 
os problemas de manejo não sejam 
corrigidos previamente, apesar de au-
mentar a taxa de serviço, a IATF pode 
não alterar ou até mesmo reduzir a taxa 
de gestação do rebanho, onerar ainda 
mais a atividade, impactando negativa-
mente na rentabilidade e sustentabili-
dade do sistema.
5. A nutrição influencia no 
resultado da IATF?
A ausência de ovulações, condição tam-
bém conhecida como anestro, é muito 
comum em vacas leiteiras após o perí-
odo voluntário de espera. A ausência 
de ciclicidade ovariana é diretamente 
influenciada pela condição corporal 
das vacas ao parto e pelo nível nutri-
cional no início da lactação. Quanto 
melhor a condição corporal ao parto e 
a nutrição após o mesmo, menor será 
o desequilíbrio energético decorrente 
da lactação, menor a mobilização de 
reservas corporais, melhor a condição 
metabólica e hormonal, o que reflete 
em maior crescimento folicular após o 
parto e ovulação precoce.
Animais em anestro, mas que apre-
sentam boa condição corporal após o 
período voluntário de espera, podem 
ser submetidos a protocolos de IATF. 
Os fármacos utilizados no protocolo 
irão mimetizar a ação dos hormônios 
endógenos do animal, proporcionan-
do desenvolvimento folicular, indu-
ção do estro e ovulação do folículo 
dominante, seguida de formação de 
um corpo lúteo funcional. Em animais 
com baixa condição corporal não é 
recomendada a adoção de protocolos 
hormonais, pois estes não são capazes 
de reesta- belecer o desenvolvimento 
folicular adequado para ocorrência 
REPRODUÇÃO
Para aumentar a taxa de gestação, recomenda-se reinseminar as fêmeas que 
foram submetidas a protocolos hormonais e manifestaram cio após a IATF
“A IATF deve ser adotada em 
propriedades bem maneja-
das, que visam aumentar a 
eficiência reprodutiva, e não 
apenas como uma ferra-
menta emergencial para 
corrigir erros de manejo”
DEZEMBRO 2016 | REVISTA LEITE INTEGRAL 
17
da ovulação. Existem protocolos que 
associam a gonadotrofi na coriônica 
equina (eCG) para estimular o desen-
volvimento folicular de forma satisfa-
tória, aumentando a chance de ocorrer 
a ovulação. Entretanto, tais protocolos 
são mais onerosos, necessitando uma 
avaliação prévia do custo/benefício 
antes da sua adoção em animais com 
baixa condição corporal.
Em alguns casos, a simples correção do 
manejo nutricional será mais efi ciente 
para aumentar a efi ciência reproduti-
va e resultará em melhores resultados 
que a adoção de protocolos de IATF 
mais elaborados.
6. e o manejo sanitário?
Em muitos rebanhos, principalmente 
os de alta produção, as incidências 
de doenças metabólicas e puerperais 
são muito altas. Muitas vacas acometi-
das se tornam repetidoras de serviço, 
ou seja, fêmeas submetidas a três ou 
mais inseminações após o período vo-
luntário de espera, com manifestação 
de estro em intervalos regulares e que 
não se tornam gestantes. O aumento 
crescente de fêmeas repetidoras de 
serviço impacta diretamente na efi -
ciência reprodutiva de um rebanho, 
como é possível ver na Tabela 2.
Muitos produtores utilizam protocolos 
de IATF na tentativa de reintroduzirem 
animais subférteis no manejo reprodu-
tivo e, consequentemente, no sistema 
de produção. Entre-tanto, a taxa de 
gestação esperada para IATF em ani-
mais subférteis varia de 15 a 30%. Des-
sa forma, a adoção de protocolos hor-
monais deve ser precedida por exame 
físico do animal e avaliação criteriosa 
do trato reprodutivo das fêmeas, com o 
objetivo de identifi car animais “proble-
ma”. Tais animais devem ser tratados de 
acordo com a afecção diagnosticada e, 
quando não for possível tratamento, 
deverão ser descartados do rebanho. 
Recomenda- se também que todas as 
fêmeas aptas à reprodução estejam com 
o calendário de vacinação em dia para as 
principais doenças reprodutivas. Além 
Novilha Holandesa em trabalho de parto. É necessário ter compatibilidade en-
tre o canal pélvico e o tamanho do bezerro para evitar a ocorrência de distocias
Para terem condições de responder favoravelmente ao protocolo de IATF, as 
vacas devem parir com boa condição corporal, nem magras, nem gordas
Tabela 2. Relação entre a porcentagem de vacas repetidoras de serviço e a 
taxa de concepção (adaptado de Brunner; Cesar et al., 2010).
70%
60%
50%
40%
30%
20%
Taxa de concepção Vacas gestantes com 
até três serviços
Vacas repetidoras 
de serviço
97%
94%
88%
78%
66%
49%
3%
6%
12%
22%
34%
51%
disso, énecessário fornecer condições 
ambientais favoráveis para o conforto 
e bem-estar dos animais. O aumento 
do desafi o ambiental, principalmente o 
estresse calórico, está associado a uma 
maior taxa de mortalidade embrionária 
precoce, o que contribui para a obten-
ção de menores taxas de gestação.
REVISTA LEITE INTEGRAL | DEZEMBRO 2016
18
7. qual o melhor protocolo hormonal 
a se utilizar?
Existem diversos protocolos hormonais 
disponíveis no mercado, alguns mais 
simples, compostos por uma ou duas 
doses de prostaglandina (PGF2α), e ou-
tros mais sofi sticados, que usam asso-
ciações mais complexas, envolvendo o 
hormônio liberador de gonadotrofi nas 
(GnRH), implantes de progesterona, 
prostaglandina, estrógenos, gonado-
trofi na coriônica equina (eCG) e go-
nadotrofi na coriônica humana (hCG), 
dentre outros fármacos. Os primeiros 
são mais econômicos, porém os últimos 
sincronizam melhor o crescimento fo-
licular, induzindo o estro e a ovulação, 
além de garantir uma melhor qualidade 
do oócito ovulado e do ambiente uteri-
no para receber o embrião.
Devido à grande variação dos resulta-
dos, os protocolos de IATF devem ser 
avaliados criteriosamente por um mé-
dico veterinário, com o intuito de iden-
tifi car o (s) mais indi-cado (s) para cada 
propriedade, pois cada rebanho tem 
suas particularidades e a efi ciên-cia do 
protocolo depende de diversos fatores, 
como citado anteriormente.
8. É recomendado o uso de sêmen se-
xado na IATF?
O processo de sexagem do sêmen re-
duz a qualidade dos espermatozoides 
e, consequentemente, a sua viabilidade 
no trato genital da fêmea. Dessa manei-
ra, o uso do sêmen sexado em proto-
colos tradicionais de IATF resultam em 
baixas taxas de concepção e gestação 
ao fi nal do processo, quando compara-
dos aos que utilizam sêmen convencio-
nal (Figura 1).
Para obter maior efi ciência na utilização 
de sêmen sexado, recomenda-se que o 
mesmo seja utilizado em novilhas cícli-
cas, após a detecção de estro natural. 
Com a adoção de tal medida, a taxa 
de gestação em novilhas pode chegar 
a 50%. Em propriedades que utilizam 
protocolos hormonais para sincroniza-
ção e indução do estro e da ovulação, 
recomenda-se o uso de sêmen sexado 
REPRODUÇÃO
Figura 1. Efeito do momento da IATF (54 ou 60 horas após a retirada do implan-
te de progesterona) e do tipo de sêmen (convencional ou sexado) na taxa de 
concepção de novilhas cíclicas da raça Jersey (adaptado de Sales et al., 2010).
Além da aplicação correta dos hormônios, recomenda-se ter cuidado com o 
horário da IATF, com a higiene dos animais e o local da aplicação do sêmen
apenas na primeira inseminação, prece-
dida pela detecção de estro.
9. É necessário ter mão de obra espe-
cializada para uso da IATF?
Devido a uma predominância de mão 
de obra sobrecarregada e não espe-
cializada na maioria das propriedades 
leiteiras do país, muitos produtores 
adotaram a IATF como ferramenta es-
sencial para corrigir falhas de manejo, 
aumentar a efi ciência reprodutiva e re-
duzir a sobrecarga de trabalho dos fun-
cionários, concentrando as atividades. 
DEZEMBRO 2016 | REVISTA LEITE INTEGRAL 
19
www.laboratorioprado.com.br
0800 646 2026
Entretanto, dependendo do protocolo 
de sincronização adotado para realizar 
a IATF, os animais devem ser manejados 
de três até dez vezes, e o momento da 
aplicação dos fármacos deve ser respei-
tado, para que os mesmos possam mi-
metizar a endocrinologia dos animais. 
Dessa forma, recomenda-se maior 
incentivo à capacitação dos funcioná-
rios, reciclagem anual das técnicas de 
inseminação artificial, além de com-
prometimento dos funcionários com a 
implementação, aplicação e condução 
dos protocolos.
Diferentemente de rebanhos de corte, 
vacas leiteiras são manejadas diaria-
mente. Dessa forma, a mão de obra para 
a realização de protocolos de IATF não 
é concentrada como no gado de corte, 
o que desmistifica a vantagem de con-
centração de serviços. O que normal-
mente ocorre é a concentração mensal 
de grupos de fêmeas bovinas que se-
rão protocoladas para IATF. Entretanto, 
as fêmeas não gestantes e as que não 
entraram no grupo (por alguma pato-
logia, p. ex.) serão manejadas somente 
no mês seguinte, o que pode prolongar 
o intervalo de parto do rebanho. Dessa 
forma, para que a IATF seja viá-vel, os 
custos com protocolos hormonais não 
devem ultrapassar os custos com a con-
tratação de mão de obra adicional para 
detecção de estros.
10. Relação custo/benefício
Para qualquer tomada de decisão, é 
de extrema importância a avaliação 
da relação custo/benefício, principal-
mente quando se refere à produção de 
leite e reprodução dos animais. A IATF, 
quando empregada em grande escala, 
possui um valor expressivo dentro do 
sistema de produção; no entanto, deve- 
se avaliar o quanto a mesma irá trazer 
de melhorias ou retorno financeiro. O 
produtor, assessorado pelo Médico 
Veterinário, deve ter em mente que a 
ferramenta não é uma salvação para 
corrigir erros de manejo. No caso de 
mão de obra desqualificada, por exem-
plo, falhas na adoção dessa biotécnica 
poderão resultar em grandes perdas 
econômicas e inviabilidade da ativi-
dade leiteira.
Conclusão
O uso de protocolos hormonais para 
IATF com o intuito de aumentar a ferti-
lidade e a eficiência reprodutiva é uma 
realidade crescente em rebanhos lei-
teiros. Entretanto, uma avaliação dos 
índices reprodutivos da propriedade, 
das condições de manejo atuais e do 
custo-benefício de tal ferramenta de-
vem ser levados em conta na tomada 
de decisão em relação à adoção da 
IATF e de qual protocolo hormonal uti-
lizar. Vale ressaltar que a IATF deve ser 
adotada em propriedades bem mane-
jadas, que visam aumentar a eficiência 
reprodutiva, e não apenas como uma 
ferramenta emergencial para corrigir 
erros de manejo.
Philipe Pimenta Nunes
Mestrando em Ciência Animal
Escola de Veterinária da UFMG
Sílvio Costa e Silva
Mestrando em Ciência Animal
Escola de Veterinária da UFMG
Virgílio Barbosa de Andrade
Graduando em Medicina Veterinária
Escola de Veterinária da UFMG
Ana Carolina Leite
Doutoranda em Ciência Animal
Escola de Veterinária da UFMG
Telma da Mata Martins
Pós-doutoranda em Reprodução Animal
Escola de Veterinária da UFMG
Álan Maia Borges
Professor Associado do Departamento de 
Clínica e Cirurgia Veterinárias
Escola de Veterinária da UFMG

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