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Conceitos e História da Geriatria Capítulos 1 e 2 Gerontologia e Geriatria Gerontologia: do grego gérõn-ontos (velho) e logos (estudo) -Trata dos aspectos biológicos, sociais, psíquicos, legais entre outros e promove pesquisas que possam esclarecer os fatores envolvidos na sua gênese. -Disciplina científica, multi e interdisciplinar, cujo objetivos são estudo das pessoas idosas, características da velhice (fase final do ciclo de vida) e o processo de envelhecimento e seus determinantes biopsicossociais. Geriatria: do grego gérõn-ontos (velho) e yatreia (tratamento). - Ramo da medicina que aborda os aspectos clínicos, preventivo, terapêutico e social do paciente idoso. História - 1903: Elie Metchnikoff (sucessor de Pasteur) – defende a criação de uma nova especialidade a Gerontologia. - 1909: Nascher cria a especialidade Geriatria/1912 criação da Sociedade de Geriatria de NY - Stanley Hall psicólogo publica em 1922 o livro Senescence: the last half of life - 1935 - Londres: Dra. Marjore Warren: trabalho pioneiro em Geriatria - Desenvolvimento de um plano de cuidados, a longo prazo, que aumente a precisão diagnóstica, para melhorar a saúde geral do idoso, reduzir riscos da polifarmácia, de internações e de institucionalização. - 1942: American Geriatric Society - 1946: Gerontological Society of America - 1961: No Brasil criada a Sociedade Brasileira de Geriatria e em 1968 passou a ser designada Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Conceitos 1.Idade Cronológica x Idade Biológica Idade cronológica Idade Biológica -65 anos países desenvolvidos -60 anos países em desenvolvimento -Depende do meio, idade física, fumo, etilismo, entre outros 2.Idade Cronológica x Idade Psicológica Idade Cronológica Idade Psicológica -Maturidade intelectual -Percepção, aprendizagem, memoria 3.Idade Cronológica x Idade Social Idade Cronológica Idade Social -Avaliação da capacidade de adequação do idoso ao desempenho de papeis e comportamentos esperados para a pessoa de sua idade Papel do idoso na sociedade OBS: Envelhecimento Processo Velhice Fase da vida Velho ou idoso Resultado final Envelhecimento Fisiológico (Senescência) Refere-se aos processos biológicos inerentes aos organismos e são inevitavelmente involutivos. Provavelmente, essas transformações sofrem influência do ambiente físico e social. Entretanto, ainda não se sabe a extensão do impacto ambiental, principalmente devido à dificuldade de desenvolvimento de um método que separasse a fração de declínio fisiológico inerente ao organismo daquelas advindas dos estresses ambientais anteriores ao envelhecimento. Envelhecimento: Processo dinâmico e progressivo no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de doenças. Envelhecimento Usual ou Comum e Bem Sucedido ou Saudável A)Envelhecimento Usual ou Comum: -Apresenta prejuízos significativos, mas não são qualificados como doentes, influenciado por fatores extrínsecos (tipo de dieta, sedentariedade, causas psicossociais). B)Envelhecimento Bem Sucedido ou Saudável: -Perda fisiológica mínima, com preservação da função robusta em uma idade avançada. -O processo de envelhecimento é puro, isento de danos causados por hábitos de vida inadequados, ambientes inapropriados e doenças. -Baixo risco de doenças e de incapacidade funcionais, funcionamento mental e físico excelente e envolvimento ativo com a vida. Envelhecimento Normal e Patológico (Senescência e Senilidade) A) Senescência: -Alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento normal. B) Senilidade: -Refere-se ao envelhecimento na presença de traumas e doenças que “desviam” a curva de capacidade para baixo. -Modificações determinadas por afecções que frequentemente acomete a pessoa idosa - Diabetes mellitus por Obesidade - Osteoartrose por esforço repetitivo - DPOC por tabagismo OBS: Hábito + Genética = Patologia Patologia + Envelhecimento Usual = Envelhecimento Patológico Envelhecimento Saudável X Envelhecimento Patológico - Autonomia: capacidade de decisão, de comando - Independência: capacidade de realizar algo com seus próprios meios, só pode existir em relação a alguma coisa - Qual o mais útil para o idoso? (Evans, 1984) O que se procura obter é a manutenção da autonomia e o máximo de independência possível melhora da qualidade de vida. Funcionalidade: É um termo que abrange todas as funções do corpo, atividades e participação. Incapacidade: É um termo que abrange deficiências, limitação de atividades ou restrição na participação. Teorias do Envelhecimento - Envelhecimento Biológico Teorias Estocásticas 1. Teoria do “Uso-Desgaste”: O envelhecimento e a morte seriam resultado da constante exposição dos diversos tecidos às injúrias ambientais. 2. Teoria das “Proteínas Alteradas”: O envelhecimento derivaria do acúmulo de proteínas que tiveram “erros” nos processos de transcrição (colágeno e elastina) 3. Teoria das “Mutações Somáticas”: O envelhecimento seria consequência do acúmulo de mutações somáticas com o avançar da idade, alterando a função dos diversos órgãos corporais. 4. Teoria do “Erro Catastrófico”: Falhas no aparato protéico da célula causariam a ação errônea da proteína no ambiente celular, mesmo com a integridade do códon. A somatória desses erros chegaria a um ponto incompatível com a vida Morte. 5. Teoria da “Desdiferenciação”: A célula perderia a diferenciação, ou parte dela, e passaria a produzir proteínas e produtos celulares exógenos aquele tecido Quebra da Homeostase. 6. Teoria do “Dano Oxidativo e Radicais Livres”: O envelhecimento seria resultante da sobreposição dos mecanismos lesivos sobre os reparadores. Teorias Sistêmicas 1.Teoria da “Taxa de Vida”: Quanto mais lento o metabolismo de um ser, maior sua longevidade. 2.Teoria do “Dano Mitocondrial”: Dano do Oxigênio sobre a Mitocôndria levando a uma menor eficiência respiratória da mesma. 3. Teoria Genética: modificações na expressão gênica seriam responsáveis pelas alterações observadas nas células senescentes – Teoria dos Telômeros – expressão telomerase. 4. Apoptose: Morte celular programada, ativada por fatores extra celulares. 5. Teorias Neuroendócrinas: Desregulação dos sistemas neuroendócrinos afetando a Homeostase (Hipotálamo- Hipófise- Adrenal) 6. Teoria Imunológica: Alterações qualitativas e quantitativas no sistema imunológico levariam a perda da Homeostase. 7. Teoria Epigenética: Conjunto de modificações no genoma que são herdadas pelas gerações subseqüentes, mas não alteram a seqüência do DNA. Conclusão - Nenhuma das teorias, sozinha, consegue explicar todos os passos deste complexo processo que é o envelhecer. - Em cada uma delas encontramos “pedaços” da “verdade” biológica do envelhecer. - A busca pela explicação do processo de envelhecimento não acaba, pois, o desejo da eternidade move os homens desde a antiguidade e nunca vai parar. Transição Demográfica, Transição Epidemiológica, Fisiologia do Envelhecimento Transição Demográfica: - A população acima de 60 anos representa, atualmente, 9% da população brasileira. - Representa cerca de 30 a 40% da demanda dos serviços de saúde. - Em 2020 projeta-se que a população idosa representará 15% da população brasileira. - Demanda dos serviços de saúde em 2020 70%???? Etapas da transição demográfica - Considerando-se a fecundidade e a mortalidade: - Quando as taxas de fecundidade e mortalidade, principalmente infantil, são elevadas, a população é jovem e estável - Com a redução da mortalidade, principalmente por doenças infecciosas, não acompanhada da redução da fecundidade (permanece elevada), há ganho de vidas em todas as idades, o ritmo de crescimento populacional aumenta e a população permanece jovem. - Quando a fecundidade começa a diminuir, mantidoo decréscimo da mortalidade, é que efetivamente a população inicia o seu processo de envelhecimento, diminuindo o ritmo de crescimento populacional. Como ocorre a transição - Nos países industrializados, a transição demográfica foi lenta e gradual (fim do sec.XIX e início do séc. XX); - Melhorias sociais e econômicas No Brasil: Mortalidade - Começa a declinar a partir de 1940. Declínio muito rápido. Domínio e tratamento das doenças infecciosas e parasitárias. Programas de vacinação em massa. Melhoria nas condições sanitárias. - O declínio muito rápido dos níveis de mortalidade aliado à manutenção dos altos níveis de fecundidade causou um aumento do volume populacional. - Taxa de crescimento do Brasil durante a década de 60 próxima dos 3% ao ano. Fecundidade - Permanece constante em níveis elevados até os anos 60. - Queda da fecundidade - começa no final da década de 60 e início dos anos 70, acentuando-se durante a década de 80. Transição Demográfica no Mundo Transição Epidemiológica - Diminuição da morbi-mortalidade causada por doenças infecto contagiosas. - Aumento da morbi-mortalidade causada por doenças crônico degenerativas. - Modificação do paradigma médico do curar Aprender a evitar a Incapacidade, não só a Morte. Mortalidade proporcional por quatro causas de óbitos selecionadas Capitais Brasileiras – 1930-1990 Transição Epidemiológica no Brasil - Sobreposição de modelos. - Reaparecimento de doenças seculares (Dengue, Febre Amarela, Leishmaniose, TBC, Hanseníase dentre outras). - Aumento expressivo das causas externas violência urbana - Aumento na prevalência das doenças Cardiovasculares - A Transição Demográfica é muito mais acelerada do que a Transição Epidemiológica. Envelhecimento dos Sistemas Fisiológicos Principais - Capítulo 14 - Composição corporal / Nutrição / Antropometria - Metabolismo hidroeletrolítico - Imunossenescência - Termorregulação - Órgãos dos sentidos (visão e audição) - Estruturas envolvidas na voz, fala, motricidade oral e cavidade oral - Pele e anexos - Sistema endócrino - Sistema cardiovascular - Sistema respiratório - Sistema gênito-urinário - Sistema gastrointestinal - Sistema nervoso COMPOSIÇAO CORPORAL -↓ celularidade diminui reduzindo as funções dos órgãos -↓ agua intracelular idoso desidratado Aumenta o risco de confusão mental -↓ musculatura ↓ força muscular -↑ massa gordurosa alteração da silhueta cintura pélvica -Drogas lipofílicas para dormir (ex: benzodiazepínicos) se ligam a massa gordurosa Aumenta o tempo do fármaco no organismo do idoso Leva a sonolência diurna, quedas e fraturas de fêmur. -drogas hidrofílicas : digoxina, digitálicos ( vomito e diarreia), furosemida, ranitidina ( aumenta risco confusão mental) -Digitálicos: são drogas toxicas Aumenta risco de hipotensão postural. ANTROPOMETRIA - Estatura: 1 a 1,5 cm/década - Peso: até 70 anos - IMC (kg/m2): 22 a 27 NUTRIÇÃO As alterações fisiológicas do envelhecimento que comprometem as necessidades nutricionais ou ingestão alimentar são: - Redução do olfato e paladar: - Redução do metabolismo basal: redução de 100 Kcal por década ( massa magra e da atividade física); - Aumento da necessidade protéica: síntese e ingestão - Redução da biodisponibilidade da vitamina D: redução da absorção intestinal de cálcio OBS: vitamina D: ↑ força muscular, ↓ risco de quedas. - Deficiência da utilização da vitamina B6 - Redução da acidez gástrica: B12, Ferro, cálcio, ácido fólico e zinco OBS: omeoprazol reduz a acidez gástrica - Insuficiência dos mecanismos reguladores da sede, fome e saciedade; - Aumento da toxicidade de vitamina lipossolúveis: vitamina A, D, E, K - Maior dificuldade na obtenção, preparo e ingestão de alimentos; - Xerostomia (boca seca) Termorregulação - Disfunção Hipotalâmica - Menor potencial pirogênico (febre) - Maior potencial hipotérmico - Febre > 37,2 graus C ou aumento de > de 1,1 em relação ao basal - Diminuição da transpiraçãoMenor tolerância ao calor Desidratação Envelhecimento Oftalmológico Halo Senil Visão Normal Catarata Degeneração da mácula -Perda do ponto central Glaucoma -Comprime o nervo óptico -Perda do campo visual -Pupilas não são fotoreativas estão sempre dilatadas -Na conjuntivite: pupilas são fotoreativas, presença de secreção Audição Ouvido Externo: - Pelos do trago (característica sexual secundária) se tornam mais grossos, maiores e proeminentes. - Glândulas da cera se atrofiam cera mais seca - Atrofia e ressecamento da pele prurido. Ouvido Médio: - Estreitamento do espaço articular dos ossículos + calcificação cartilagem articular degeneração articular. Ouvido Interno: - Degeneração das células do órgão de Corti (equilíbrio) e da cóclea (audição) - Redução da sensibilidade vestibular - Hipoacusia - A prevalência de disfunção auditiva é de cerca de 24% na faixa etária de 65 a 74 anos e aumenta para 39% na população com idade superior a 74 anos. Pacientes institucionalizados apresentam a mais alta prevalência. - Perda bilateral, Lenta e progressiva para tons de alta frequência. PELE E ANEXOS O foto-envelhecimento é caracterizado por rugas, amarelamento, aspereza, atrofia, pintas pigmentadas, máculas amarronzadas e vasodilatação. Envelhecimento Oral - O envelhecimento, por si só, não causa perda dentária significativa, mas causa alterações com consequências importantes, e algumas vezes incapacitantes, que comprometem a higiene bucal, e estão listadas abaixo: - Dentes: gengivite + osteoporose - Articulação osteoartrose dor - ↓ Palatabilidade dos alimentos desnutrição - Dificuldade de deglutição disfagia aspiração - Xerostomia - Dificuldade de fala: presbifonia - Neoplasia Envelhecimento Do Sistema Imune Sono Aumento de despertares. -Estagio 1 e 2: aumenta -Estagio 3 e 4: diminui menos proeminente no idoso Modificados na esquizofrenia e depressão. -REM: sono profundo (sonhos) No idoso, o sono REM praticamente não se altera. Já no sono não REM ocorre aumento dos estágios 1 e 2 (facilidade no despertar) e diminuição dos estágios 3 e 4 que são exatamente os dois períodos de sono mais profundo Com a noite mal dormida ocorre sonolência durante o dia, mau humor, diminuição da memória, cefaleia e até depressão. Nesse período podem ser observadas arritmias cardíacas e hipertensão pulmonar. Ciclo do Sono NREM (III e IV): menos proeminentes no idoso modificados na esquizofrenia e depressão. Envelhecimento Cardiovascular -Frequencia cardíaca máxima durante exercício diminui com a idade: FC máxima: 220 – idade O Envelhecimento Dos Vasos - Diminui elasticidade do vaso (aumento da rigidez) - Acúmulo intra e extracelular de lipídeos; - Calcificação, deposição de tecido adiposo OBS: Elastina desorganiza vaso rígido diminui capacidade de absorver a Pressao arterial Aumento da pressão sistólica isolada Miocardio: coração fica mais duro B4 é fisiologico no idoso O Envelhecimento Do Coração - Tecido de condução: perda gradual de fibras marca-passo - Valvas tornam-se mais rígidas - Miocárdio: espessamento da parede ventricular - Esqueleto fibroso: calcificação ATEROSCLEROSE - Formação de placas (ateromas) - Calibre do vaso diminuído - Coração e cérebro: geralmente fatal -Comprometimento da camada íntima (endotelial) VARIZES - Dilatações ou tortuosidades - Veias perdem elasticidade - Disfunção das válvulas - Geralmente em membros inferiores - Em geral a partir dos 30 anos Envelhecimento Respiratório Complacência Pulmonar - Enrijecimento da caixa torácica. - Redução das forças musculares que promovem expansão. - Maior colabamento das vias aéreas. - Com envelhecimento o diafragma enfraquece até 25%. Pressão Parcial de Oxigênio - Declínio linear da pressãoPaO2, numa taxa de aproximadamente 0,3% ao ano. PaO2 = 109 - (0.43 × idade) - PaO2 permanece estável em 83 mmHg a partir dos 75 anos. (Ocorre em paralelo com a redução da força elástica e o aumento fisiológico do espaço morto). Outras Alterações - Diminuição da FC e FR, em resposta à hipoxemia e hipercapnia. - Hiporesponsividade dos quimioreceptores periféricos e centrais. - Redução do transporte mucociliar. - Redução do reflexo da tosse. - Redução da resposta aguda aos antígenos extrínsecos e da imunidade celular (aumento da taxa de reativação de tuberculose). -Enzima alfa 1 ( anti tripsina): produz surfactante impede o colabamento do alvéolo -Maioria dos músculos sofre um certo grau de sarcopenia ↓ força e resistência da musculatura respiratória Leva a piora da função pulmonar ( ↓ força de tosse) + ↓ função mucociliar Dificulta a limpeza de partículas inaladas e favorece infecção. Aumento de bronquíolos Aumento de ductos alveolares Achatamento dos sacos alveolares PAREDE TORÁCICA - Osteoporose e Osteoartrose - Calcificação das cartilagens condroesternais. - Alterações nas articulações costovertebrais. Músculos Respiratórios - Substituição do tecido muscular por tecido gorduroso - Maior participação do diafragma e dos músculos abdominais... - Menor participação dos músculos torácicos - O volume de ar inspirado contido no espaço morto aumenta de 1/3 para ½ do volume corrente. - O fechamento prematuro das pequenas vias aéreas ocasiona uma desproporção na relação ventilação/perfusão. - ↓ complacência torácica - ↓ força dos músculos respiratórios - Redução da capacidade vital - O mecanismo de clareamento encontra-se reduzido. - Atrofia do epitélio colunar ciliado - Atrofia das glândulas da mucosa brônquica Envelhecimento Genito-urinário Fluxo sangüíneo renal - Redução de 10% por década a partir dos 30 anos. Taxa de filtração glomerular - Declínio progressivo, caindo 8 mL/minuto/1.73 m2/década após os 40 anos. - Aproximadamente 30% dos idosos não apresentam redução da taxa de filtração glomerular. - Há uma redução paralela da produção de creatinina devido à sarcopenia. A creatinina plasmática pode permanecer estável. - Para evitar erros recomenda-se a utilização da fórmula de Cockcroft-Gault: Clerance estimado = (140 – idade x peso)/ (72 * creatinina) (Mulheres: multiplicar por 0,85) -O resultado do ClCr em idosos não é precisa Pois a creatinina é uma proteína muscular e sua produção está diminuída enquanto sua secreção tubular está aumentada fazendo com que a creatinina plasmática permaneça estável mesmo com a diminuição da filtração glomerular -A ingestao de 2,5 a 3 litros de liquido/dia mantém função renal estável -Idosos tem diminuição da capacidade renal de concentração e conservação do sódio O uso de diuréticos ou dietas restritivas Aumentam riscos de hiponatremia e à hipopotassemia. - A disfunção erétil NÃO é uma conseqüência inevitável do envelhecimento normal. - Ocorre em 15 a 25% dos idosos maiores de 65 anos e em 50% dos homens maiores de 80 anos. - Causas emocionais, endócrinas, vasculares, neurológicas e drogas devem ser investigadas. - O Sildenafil (Viagra) e seus semelhantes são drogas eficazes e devem ser recomendadas, exceto na presença de insuficiência coronariana grave EM USO DE NITRATO (efeito sinérgico venodilatação redução da pré-carga hipotensão arterial). - Não existem evidências suficientes para atribuir ao Sildenafil os casos de cegueira recentemente detectados. Envelhecimento Gastrointestinal OBS: AINE: Ibuprofeno, diclofenaco Gera gastrotoxicidade: hemorragia digestiva. -Citocromo P450: metabolizador de droga no organismo -Constipação intestinal: queixas mais comuns devido a alimentação pobre em fibras, baixa hidratação oral, falta da prática de exercícios físicos regulares, coordenação das contrações alterada e o aumento da sensibilidade aos opioides. -Sistema reticuloendotelial liso dos hepatócitos diminui e está relacionado com a redução da capacidade de metabolizar substâncias Aumenta a suscetibilidade do idoso à intoxicação por medicamentos. -Síntese proteica não se altera -Sintese de colesterol diminui -Síntese bile diminui agrava deficiência de vitaminas lipossolúveis -A composição biliar tem alto índice litogênico, predispondo o idoso à formação de cálculos por colesterol. -O conteúdo do citocromo P450 diminui Provoca alentecimento da metabolização de algumas substâncias -Menor quantidade de antagonistas da vitamina K necessária para anticoagular idosos é consistente com diminuição da síntese de fatores de coagulação vitamina K dependentes, relacionada com a idade. Envelhecimento Sistema Nervoso - Redução do peso (10%), fluxo sanguíneo cerebral (15-20%), dilatação dos ventrículos a partir dos 50 anos - Redução progressiva e irreversível do número de neurônios cerebrais (particularmente no hipocampo), cerebelares e medulares; - Deposição neuronal de liposfuscina; - Degeneração vascular amilóide; - Aparecimento de placas senis e degeneração neurofibrilar; - Comprometimento da neurotransmissão dopaminérgica e colinérgica. - Lentificação da velocidade da condução nervosa -Drogas que possuem menos efeito no SNC: tricíclicos, amitriptilina -O fluxo sanguíneo e o consumo de oxigênio são iguais no adulto jovem e no idoso, na ausência de doenças. -Na presença de aterosclerose o fluxo sanguíneo é reduzido e o cérebro, para se proteger, extrai mais oxigênio do sangue Leva a Isquemia, hipoxia e hipoglicemia. -A barreira hematencefálica com o envelhecimento torna-se permeável a muitas substancias toxicas Possível causa de Demência. Exame Neurológico na Pessoa Idosa - Lentificação do reflexo pupilar - Lentificação do olhar conjugado vertical (superior > inferior) - Força muscular (simétrica) - Discreto aumento do tônus muscular, sem produzir “roda dentada” - Preservação dos reflexos tendinosos, exceto o reflexo Aquileu, que pode estar ausente. - Sensibilidade vibratória abaixo dos joelhos ausentes. - Ataxia: lentificação da marcha, com passos curtos e arrastados, flexão do corpo, olhar para o chão. Domínios Cognitivos 1.Inteligência 2.Atenção 3.Função Executiva 4.Memória 5.Linguagem 6.Habilidades Visoespaciais 7.Funções Psicomotoras Inteligência Preservado: Testes medindo habilidades cristalizadas, e habilidades verbais estão inalteradas. Alterado: Inteligência fluida que envolve resolução de problemas, inteligência não verbal e velocidade de processamento das informações. Atenção Preservado: Atenção sustentada, atenção em uma tipo de informação por um período. Alterado: Atenção dividida, ou habilidade de concentrar-se em mais de um tipo de informação no mesmo tempo (possivelmente). Função Executiva Preservado: Funções executivas necessárias para realização das tarefas do dia-a-dia. Alterado: Diminuição das performance nos testes neuropsicológicos. Pode ser devido, em parte, à redução da velocidade de execução dos testes (evitar testes cronometrados). O envelhecimento bem sucedido parece não afetar as funções executivas necessárias para realização das tarefas do dia-a-dia. Memória Preservada: Memória remota, procedural e memória semântica. Alterada: Aumento da dificuldade de aprender novas informações. Menor curva de aprendizado e menor quantidade de informações aprendidas. Entretanto, a memória do paciente é suficiente para as demandas e garante a independência funcional. Linguagem Preservada: Compreensão, vocabulário, habilidades sintáticas. Alterada: Recuperação de palavras espontâneas, fluência verbal. Habilidades Visoespaciais Alterações: Rotação mental de objetos, cópias complexas, união de objetos e habilidades espaciais abstratas. Redução clara da velocidade de performance nestes testes. Habilidades Psicomotoras Alterações: Redução significativa do tempo de resposta, relacionado tanto no processamento cognitivo quanto nas habilidades motoras.Testes que necessitam de velocidade e respostas rápidas aos estímulos: estarão provavelmente reduzidas. Avaliar o risco e a segurança do paciente continuar dirigindo. Sistema Esquelético - Sustentação - Mobilidade - Proteção - Síntese - Armazenamento Remodelação Óssea Maior pico de massa óssea na terceira década de vida Osteopenia Consequências Do Envelhecimento - Perda de massa óssea - Maior risco de fraturas - Alterações na postura e no caminhar OSTEOPOROSE OMS: - 1/3 das mulheres brancas acima dos 65 anos são portadoras de osteoporose - Homens brancos acima de 60 anos têm 25 % de chance de ter uma fratura osteoporótica. Fraturas Comuns - Ossos da pelve - Coluna - Punho - Costelas Osteoartrite - Desgaste da cartilagem - Após os 55 anos, é mais comum em mulheres - Tratamento: minimizar a dor - Dor - Perda da flexibilidade - Perda da mobilidade Sistema Muscular Sarcopenia - A massa muscular diminui - As fibras musculares diminuem em 15% a partir da década de 50, após 70 30 % - Há redução das unidades motoras Conseqüências da Sarcopenia -A massa muscular diminui quase 50% entre os 20 e 90 anos, e a força muscular, que é máxima por volta dos 30 anos, sofre perda de 15% por década a partir dos 50 anos. -Essa redução ocorre tanto em número quanto no volume das fibras. -A força muscular do diafragma sofre pouca alteração, enquanto a força da musculatura da panturrilha diminui significativamente ao longo dos anos -O trabalho muscular é necessário para a manutenção de quase todas as funções do corpo como postura, locomoção, respiração e digestão. -A atividade física, independentemente da idade, aumenta a força e a velocidade muscular, além de prevenir perda óssea, quedas, hospitalizações e melhorar a função articular. -Os exercícios praticados com regularidade diminuem os fatores de risco para doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer, promovem o bem-estar, melhoram o ritmo do sono e alcançam benefícios para além do físico. EXAME FÍSICO DO IDOSO – Cap. 16 Importância - Aumento progressivo da população geriátrica - Os sinais e sintomas das doenças podem não ser específicos - Abolir o preconceito de que tudo é “da idade”. Essências - Sistematizar o atendimento - Prover assistência integral - Estimar a saúde pelo nível de independência funcional e autonomia Manifestações clínicas - Atenuadas ou ausentes - Maior limiar para dor - Valorizar mais achados inespecíficos como “mudança de estado” Definição - Multidisciplinaridade - Interdisciplinaridade Avaliação multidisciplinar - Avaliação orgânica - Avaliação psicológica - Avaliação social - Avaliação cultural - Avaliação nutricional - Avaliação familiar Anamnese - Requer mais tempo e paciência - Dificuldades: hipoacusia, baixa visão, déficit de memória, confusão mental, falta de um bom informante. - Muitas vezes o idoso é levado à consulta - O paciente é muito mais velho que o médico Anamnese - Queixa Principal - H.M.A. - História Pregressa: cirurgias, etilismo, tabagismo, neoplasias, cognição, autonomia e independência. - História social - História familiar - História medicamentosa - História dietética - Interrogatório sobre diversos aparelhos: COONG, A.R., A.C.V., A.G.U., A.G.I. - A.L.M. - A. Tegumentar: lesões em áreas expostas ao sol, escaras, piodermites, lesões fúngicas. - Avaliação mental: S.N.C. e Sintomas psiquiátricos - Avaliação funcional e de A.V.D. - Quedas - Vacinação - Oftalmologia - Ginecologia - Urologia - Hábitos fisiológicos - Humor - Cognição - História familiar - História Social - Auto-percepção da saúde do idoso Particularidades - Imobilidade - Instabilidade postural - Incontinência - Insuficiência cerebral - Iatrogenia Apresentação atípica das doenças: - Quedas - Perda funcional - Delírium - Imobilidade - Alterações bruscas do humor - Incontinência urinária e fecal - Perda do vigor Exame Físico em Geriatria - Ectoscopia: observar o grau de autocuidado e sinais de negligência, comportamento, grau de orientação e capacidade cognitiva, marcha, independência, edemas, mucosas, hidratação, perfusão, icterícia, cianose... - Dados vitais: temperatura, FC, F.R., P.A. - Dados antropométricos - Pele e mucosas: pele senil, grau de higiene, intertrigo, escaras, dermatites (fraldas) - Pesquisa de linfonodos - Palpação das glândulas tireóideas - Palpação dos pulsos, auscultar carótidas, observar jugulares a 45º - Oroscopia, otoscopia, fundo de olho Aparelho cardiovascular: - Inspeção, - Palpação, - Percussão, - Ausculta, - P.A. nas 3 posições, estudo dos vasos arteriais e venosos, incluindo palpação de aa temporais OBS: P.A nas 3 posiçoes: importante para avaliar hipotensão postural Palpação aa. Temporais: avaliar arterite de células temporais: -Pode vir acompanhada de polimialgia reumática -Sintomas: dor a palpação, turvação, dor ao pentear o cabelo. -Exame laboratorial: VHS elevado, anemia -Tratamento: corticoide 1mg/Kg por 2 anos Aparelho respiratório: - Inspeção, palpação, percussão, ausculta - Redução da expansão torácica, levando a aumento do volume residual e da P. intratorácica - Aumenta a cifose torácica - Crepitações bibasais podem ser fisiológicas - Aumento da F.R. é um grande sinal no idoso OBS: idoso pode ter pneumonia apenas com aumento da FR sem dar febre Aparelho Gastrointestinal: - Cavidade oral: queilite, próteses, eritroplasias, leucoplasias, tumores, monilíase, estomatites. - Abdome: Inspeção, palpação, percussão, ausculta Redução da musculatura pode dar falsa impressão de distensão abdominal Palpar Ao, pesquisar bexigoma, massas, hérnias - Toque retal OBS: Palpaçao da aorta abdominal (Ao): risco maior em tabagistas Aparelho Genitourinário: - Mamas - Exame de períneo: pesquisa de sinais de incontinência urinária, cistocele, retocele e prolapso uterino. - Palpação testicular - Toque retal Aparelho locomotor: - Avaliação geral: postura, equilíbrio e marcha - Avaliação articular e muscular global: ectoscopia, palpação, circunferência panturrilha Obs: Teste da circunferência panturrilha: avalia edema, trombose e sarcopenia avalia massa muscular, ideal é > 31 cm. - Coluna, pés, articulações de MMII, mãos - Possibilidade de fraturas patológicas - Osteoporose, osteomalácia, Doença de Paget. Síndrome de Imobilidade Sistema Nervoso Central e Periférico: - Consciência, Grau de alerta - Avaliação cognitiva: clínica é o mais importante. Testes podem ser utilizados, permitindo melhor seguimento da cognição - Avaliação dos sintomas do humor em todos os pacientes - Avaliação do grau de independência funcional - Tremores - Pares cranianos - Motricidade - Sensibilidade - Postura, equilíbrio e marcha - Linguagem - Irritação meníngea - Reflexos Conclusão - Lista de Problemas - Plano propedêutico - Plano terapêutico - Reabilitação Lista de problemas - Funcional - Cognição - Humor - Mobilidade - Quedas - Órgãos do sentido - Saúde oral - Nutricional - Suporte familiar - Suporte social Gerontologia - Avaliação multi-interdisciplinar Fisioterapia - Preservar a função motora - Prevenir incapacidades. - Orientações posturais. - Observação e modificações ambientais. - Avaliar e reabilitar disfunções ortopédicas, respiratórias, reumatológicas, urológicas, neurológicas, cardiovasculares. - Treinos funcionais: marcha, equilíbrio, propriocepção. - Obter o mais alto grau de independência e autonomia. - Emitir parecer para a equipe sobre capacidades funcionais e motoras atuais. Terapia Ocupacional - Utilizar tecnologias orientadas para emancipação e autonomia de pacientes com incapacidade temporária ou definitiva, levando a dificuldades para independência funcional e participação social. - Estimular as funções preservadas e desenvolver mecanismos compensatórios para as funções alteradas. - Níveis de intervenção: desempenho funcional, cognitivo,motor, social e de lazer. - Auxílio à adaptação, com estratégias para conviver com as incapacidades. - Ações individualizadas, atuações individuais ou em grupo - Definir e orientar a necessidades de equipamentos que auxiliem na capacidade funcional: 1.Equipamentos para alimentação 2.Equipamentos de mobilidade 3.Equipamentos para higiene 4.Modificações ambientais. Serviço Social -Avaliar o conjunto de problemas, necessidades, interesses e dificuldades que atingem a pessoa, grupos sociais e comunidades. -Prestar assistência à situação-problema. -Prevenir problemas sociais, promover a reabilitação e a reinserção social. -Reconhecer condições que favoreçam ou dificultem o tratamento da pessoa idosa -Apresentar ao idoso seu estatuto. -Auxiliar o idoso em situações de risco, auxiliar o encaminhamento para especialidades médicas, reabilitação, aquisição de medicamentos. -Auxiliar na liberação de verbas para idosos, junto às prefeituras -Auxiliar a aquisição de benefícios de previdência privada, como aposentadoria, auxílio doença Enfermagem -Atividades de educação, cuidado, assistência direta, assessoria, planejamento e coordenação de serviços, orientação e avaliação das ações da saúde dos idosos. -Níveis de atuação: individual, comunitário, ambulatorial, centros de saúde, domicílios, casas geriátricas, instituições de longa permanência e hospitais. -Cuidar do idoso de forma global: orgânica, psicossocial, ambiental, contribuindo para recuperação de problemas agudos e crônicos. -Comandar o tratamento de feridas, úlceras de pressão. Planejar ações preventivas de proteção ao surgimento de escaras e complicações das doenças do idoso. Estimular deambulação precoce. Gerenciar procedimentos em saúde. Nutrição -Avaliar o estado nutricional: condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo, utilização e necessidade de nutrientes. -Identificar precocemente e tratar desnutrição protéico-calórica e outros estados carenciais -Avaliar de forma completa o idoso: ingestão de alimentos, história clínica, dados antropométricos, dados bioquímicos, informações psicossociais, exame clínico, uso de medicamentos, estado mental/cognitivo, estado funcional, saúde oral. -Avaliar idosos com necessidade de dietas especiais: insuficiência cardíaca congestiva, IRC, neoplasias, estados carenciais, úlceras de pressão, constipação intestinal, disfagia, síndrome de imobilidade, dietas enterais, diabetes, obesidade. Fonoaudiologia -Avaliar os transtornos da comunicação: audição, fala, voz e linguagem. -Avaliar transtornos da deglutição. Queixas mais freqüentes: sensação de alimento parado na garganta, necessidade de engolir várias vezes, tosse e engasgos com alimentos e saliva. -Educação dos familiares e cuidadores. Odontologia -Avaliação da saúde oral do idoso. -Identificação de processos patológicos em dentes, periodontais, mucosa bucal, palato, língua, lábios, glândulas salivares. -Avaliação de próteses. -Contribuição para qualidade de vida do idoso, capacidade de mastigação e estado nutricional, deglutição, melhoria da estética facial e da auto-estima. Psicologia -Avaliar o estado mental, funcional, emocional e comportamental do idoso, dentro de seus contextos culturais e biopsicossociais. -Avaliação da personalidade. -Avaliação do contexto familiar, do cuidador, das relações sociais e de lazer da pessoa idosa. -Avaliar os desejos do idoso, suas tristezas, angústias, preocupações... -Avaliação neuropsicológica. Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) – Capitulo 15 AGA ou avaliação geriátrica multidimensional (AGM) ou avaliação geriátrica global (AGG) e é considerada o padrão ouro para a avaliação de idosos, ou seja, é chamada de “coração e alma da medicina geriátrica” Objetivos principais: realizar um diagnóstico global e desenvolver um plano de tratamento e reabilitação, gerenciando os recursos necessários para as intervenções terapêuticas e reabilitatórias. AGA: processo diagnóstico multidimensional que tem como meta determinar as condições médicas, funcionais e psicossociais do idoso e como objetivo desenvolver um plano global de tratamento e acompanhamento a médio e longo prazos Por que é necessária uma avaliação ampla? Complexidade do Idoso -Doenças ocultas -Coexistência de múltiplas doenças (Multimorbidade) -Polifarmácia -Incapacidade e perda funcional -Síndromes Geriátricas -Fragilidade -Apresentações atípicas -Maior probabilidade de morte / final da vida / doença sem perspectiva de cura Avaliar: 4 principais dimensões: capacidade funcional, condições médicas, funcionamento social e saúde mental. Parâmetros avaliados pela AGA: -Equilíbrio, mobilidade e risco de quedas -Função cognitiva -Condições emocionais -Deficiências sensoriais -Capacidade funcional -Estado e risco nutricional -Condições socioambientais -Polifarmácia e medicações inapropriadas -Comorbidades e multimorbidade -Outros. Fenômeno Iceberg nos Idosos O que é multimorbidade? Coexistência, em um mesmo indivíduo, de duas ou mais doenças crônicas, sem relação de causa e efeito e sem que nenhuma delas possa ser considerada como problema principal. - Multimorbidade torna-se progressivamente mais comum a medida que idade avança •Está associada a elevada mortalidade, declínio funcional e aumento do uso de serviços de saúde ambulatoriais e hospitalares •Idosos procuram, na maior parte das vezes, ajuda médica para seus vários problemas e não apenas para uma doença especial -Comorbidade: atualmente usada para descrever os efeitos combinados de doenças adicionais sobre uma “doença índice” (condição principal apresentada pelo paciente), como é caso das comorbidades em um paciente com câncer. -Multimorbidade: ocorrência em um mesmo indivíduo de duas ou mais doenças crônicas. -No idoso, o que mais se observa é a presença de multimorbidade, pois a prevalência de doenças crônicas aumenta com a idade e, na maioria das vezes, é difícil estabelecer qual seria a doença principal já que elas interagem entre si para determinarem o quadro clínico e todas contribuem para aumentar os riscos de desfechos desfavoráveis como perda funcional, fragilidade, síndromes geriátricas e morte. NÚMERO DE DOENÇAS CRÔNICAS POR GRUPOS DE IDADE Polifarmácia: Mais que 4 medicamentos Prescrição, administração e/ou uso de muitos medicamentos CONCEITO OPERACIONAL Qual é o número? 4 ou mais Incapacidade Funcional -Incapacidade funcional = dificuldade para realizar atividades típicas e pessoalmente desejadas na sociedade. -A avaliação da capacidade funcional dos idosos é importante para se conhecer como eles vivem os anos adicionais ganhos com o aumento da longevidade. -Atividades básicas de vida diária (ABVD): se referem ao autocuidado, são as atividades fundamentais necessárias para realiza-lo: tomar banho, vestir-se, promover higiene, transferir-se da cama para a cadeira, ter continência, capacidade de alimentar-se e deambular. - A incapacidade de executar estas atividades identifica alto grau de dependência e exige uma complexidade terapêutica e um custo social e financeiro maior. - Atividades instrumentais da vida diária (AIVD): Para uma vida independente e ativa na comunidade, executando as atividades rotineiras do dia a dia, o idoso deve usar os recursos disponíveis no meio ambiente. - Relacionadas com a realização de tarefas mais complexas, como arrumar a casa, telefonar, viajar, fazer compras, preparar os alimentos, controlar e tomar os remédios e administrar as finanças. De acordo com a capacidade de realizar essas atividades, é possível determinar se o indivíduo pode ou não viver sozinho sem supervisão. -Muitos idosos, mesmo recebendo o tratamento adequado para as doenças que os acometem, continuam apresentando incapacidade para executar as AIVD e/ou AVD. -Isso implica em comprometimento da qualidade de vida e pode significar que existam doenças ainda não diagnosticadas. -A incapacidade funcional prévia é fator preditivo independentede desfecho desfavorável em idosos com doenças agudas. Síndromes Geriatricas (5 is) -Insuficiencia cognitiva -Incontinencia urinaria e/ou fecal -Instabilidade postural e quedas -Imobilidade -Iatrogenia Sarcopenia/ Fragilidade: -Geralmente tem múltiplas etiologias -Não constituem risco de vida iminente, mas associam-se a maior mortalidade -Podem ocorrer concomitantemente e copmpartilham fatores de risco entre si -Associam-se a perda funcional e comprometem a qualidade de vida -São de extrema complexidade terapêutica Síndrome clínica tradicional -Uma única alteração que resulta em múltiplos fenômenos clínicos Síndrome Geriátrica: -Múltiplas alterações que concorrem simultaneamente para um único fenômeno clinico. Riscos da Fragilidade Coorte: -Cardiovascular Health Study (CHS) - N = 5011 Prevalências e sobreposição de comorbidade, incapacidade e fragilidade entre idosos da comunidade participantes do cardiovascular health study APRESENTAÇÕES ATÍPICAS -Sinais e sintomas que embora não clássicos de uma doença, mas trazem pistas de uma ou mais doenças que podem estar envolvidas no processo. -É necessário um alto índice de suspeição, pois geralmente são responsáveis por diagnósticos tardios e atrasos no tratamento. - O não reconhecimento do quadro clinico leva a: mais hospitalizações; hospitalizações tardias; hospitalizações prolongadas e aumento da mortalidade. EX: SINAIS E SINTOMAS DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES NO IDOSO Típicos: dispneia, dor, taquicardia, tosse, broncoespasmo, síncope e edema. Atípicos: confusão mental, inapetência, incontinência, declínio funcional, insônia, depressão, desconforto abdominal e quedas. É necessário transferir a ênfase dos programas governamentais de saúde destinados ao idoso do objetivo da cura e da sobrevivência para o da melhora ou da manutenção do estado funcional. A AGA É A FORMA MAIS ADEQUADA DE SE AVALIAR O IDOSO E PLANEJAR AS INTERVENÇÕES VISANDO A MANUTENÇÃO E/OU A RECUPERAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL Definição -AGA: processo diagnóstico multidimensional, freqüentemente interdisciplinar, que serve para determinar as deficiências ou habilidades dos pontos de vista médico, psicossocial e funcional, com o objetivo de formular um plano terapêutico e de acompanhamento , coordenado e integrado, a longo prazo visando a recuperação e/ou a manutenção da capacidade funcional. -Difere do exame clínico padrão por enfatizar a avaliação das capacidades cognitiva e funcional e dos aspectos psicossociais da vida do idoso e por basear-se em escalas e testes que permitem quantificar o grau de incapacidade. -A avaliação geriátrica ampla (AGA) é a resposta a complexidade e multiplicidade de problemas apresentados pelos idosos. -O coração e a alma da Medicina Geriatrica Convém ressaltar que a AGA detecta as deficiências, incapacidades e desvantagens, mas é imprecisa, quanto realizada isolada do exame clínico tradicional, para diagnosticar o dano ou lesão responsável por elas. DIMENSÕES E SUBDIMENSÕES DA AGA Métodos para uma Avaliação Estruturada -Testes de desempenho -Questionários sistematizados por meio de escalas que aferem os principais componentes da dimensão a ser avaliada (instrumentos de avaliação) -Método de administração: A)Observação direta; B)Questionários auto aplicados; C)Entrevistas com o próprio indivíduo; D)Entrevista com o acompanhante (familiar ou cuidador). -Características 1.uso amplo e inespecífico (não se confinam a um único ambiente ou doença específica); 2.fácil compreensão e treinamento; 3.curtos (menos de 100 itens ou com tempo de aplicação menor que meia hora). Como escolher o Instrumento da Avaliação Depende: -do ambiente operacional (hospital, instituição de longa permanência, ambulatório) -dos objetivos (acompanhamento clínico, estudo epidemiológico, estratificação de risco) -do tempo necessário à aplicação -da forma como será aplicado (entrevista direta ou com o acompanhante, auto-preenchimento) -da validade -da confiabilidade QUAIS SÃO OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO? Time Get Up go Test (teste de levantar e andar cronometrado) A interpretação é a seguinte: - Menor ou igual a 10 s – independente, sem alterações; - Entre 11 e 20 s – independente em transferências básicas, baixo risco de quedas; - Maior ou igual a 20 s – dependente em várias atividades de vida diária e na mobilidade, alto risco de quedas. BENEFÍCIOS Nível individual: -Melhora a acurácia do exame clinico tradicional -Estabelece o grau e a extensão da incapacidade -Identifica idosos em risco de declínio funcional Nível populacional: -Instrumento utilizado em estudos clínicos para a avaliação da capacidade funcional e da qualidade de vida. -Identifica populações de risco -Deve ser utilizado para o planejamento de politicas publicas para o envelhecimento. EFICÁCIA DA AGA As evidencias tem demonstrado que a AGA só é eficaz se: -Existir um processo de identificaçao dos idosos que realemnte podem se beneficiar de sua aplicaçao. -A avaliaçao resultar em um plano de cuidado -O plano de cuidado for implementado e, preferencialemnte por equipe interdisicplinar As evidencias demonstram que podem se beneficiar com a AGA os idosos: -Frageis -Com incapacidade funcional -Portadores de comorbidades -Portadores de Síndromes Geriatricas -Portadores de neoplasias malignas -Portadores de insuficiencia cardiaca ou de outras insuficiencias organicas -Hospitalizados com doenças agudas PONTOS RELEVANTES O idoso deve ser avaliado globalmente. Seus órgãos e sistemas não podem ser vistos separadamente. Assim como, a sua capacidade funcional e aspectos sociais, psicológicos e culturais nunca devem deixados para o segundo plano. O objetivo da AGA é detectar as incapacidades e desvantagens e fazer o planejamento terapêutico e de reabilitação focalizando as suas ações não só no diagnóstico e tratamento de doenças especificas, mas principalmente na manutenção e recuperação da capacidade funcional. OBS: Dor total: É a dor física, espiritual, social e emocional. *
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