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As Escolas Antropologicas

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Escola Evolucionista
Foi a primeira Escola que surgiu, ainda no século XIX. Segundo Wininick o evolucionismo é a “teoria segundo a qual toda vida e o universo se desenvolveram graças ao crescimento e a às mudanças”. Já Leslie White diz que é “um processo temporal-formal, contínuo e geralmente acumulativo e progressivo por meio dos quais os fenômenos culturais sistematicamente organizados sofrem mudanças, uma forma ou estágio sucedendo o outro”. 
O evolucionismo cultural seria, portanto, a aplicação da teoria geral da evolução ao fenômeno cultural. Como argumenta Tylor “fundamentam-se nas semelhanças de tipos de cultura observados em distintas praças do mundo inteiro, e na frequência dos costumes peculiares em nossa própria civilização, que só pode explicar-se como sobrevivência de outras antigas, que tinham um significado mais profundo em um período distante, e ainda se encontra em pleno vigor entre os povos primitivos.
Alguns dos teóricos e pensadores dessa escola desenvolveram suas teorias procurando descrever e explicar o desenvolvimento da civilização humana em sua totalidade. Outros limitavam-se a aspectos específicos da cultura tais como, arte, religião, família, economia, estado, etc. O objetivo desses pensadores era de compreender o ritmo de crescimento sociocultural do homem com o propósito de formular generalizações que pudessem explicar o desenvolvimento da história humana.
Os Primeiros Evolucionistas
Surgiram no século XIX e os principais nomes foram: na Inglaterra - Spencer (1820-1903) , Maine (1822-1888), Tylor (1832-1917) e Frazer (1854-1941). Na Escócia, Mc Lennan (1827-1881); nos Estados Unidos Lewis Morgan; na Alemanha, Batian (1826-1905) e Wundt (1832-1920); na Suiça, Bachofen (1815-1887). Mais tarde surgiram Radcliffe-Brown e Pitt Rivers. 
Ao contrário do que se pensa sobre a influência do pensamento de Darwin com sua teoria evolucionista, o conceito de evolução cultural é anterior a ele. Spencer foi o primeiro a utilizar o termo como também cunhou a expressão sobrevivência do mais apto, o que levou a Darwin a utilizar a expressão seleção natural. Maine já discutia a evolução do Estado e a ideia da família patriarcal como universal, enquanto Haddon a evolução das artes. 
McLennan defendeu a passagem do sistema matrilinear para o patrilinear e estabeleceu estágios na evolução do matrimônio e da família, inclusive na “captura da noiva”. Sir James Frazer postulou três etapas da evolução pelas quais passam todas as sociedades: magia, religião e ciência. Bastian, aventou a possibilidade de que as semelhanças das culturas em geral baseavam-se em uma estrutura comum de “ideias elementares”.
Edward Tylor, em seu livro Primitive Culture, considerava que a humanidade era um todo em crescimento através dos tempos, indo da infância à maturidade, estando os povos primitivos situados em um estágio infantil. Tylor procurou da cunho científico à Antropologia, usando o que chamou de “aritmética social”, ou seja, a disposição dos costumes em tabelas para ver como se relacionavam. Por isso, pode ser considerado o fundador do método comparativo, embora não usasse o termo.
Lewis Morgan apresentou evolucionista em seu livro Ancient Society (1877). Para ele, é incontestável que parte da família humana viveu em estado de selvageria, outras em estado de barbárie e outras, ainda, em estado de civilização, sendo também inegável que essas três condições distintas estavam ligadas umas às outras por uma sequência de progresso natural. Morgan trabalhou, basicamente, com os Iroqueses.
Ele distinguiu três grandes períodos: antigo, intermediário e recente, que por sua vez foram subdivididos em vários estágios . O início de cada um era marcado por uma invenção ou uma série de invenções maiores que, na realidade, nada mais eram do que pontos de referência. Cada período estava caracterizado por traços complexos correlatos entre suas características técnicas, econômicas, sociais, religiosas e políticas.
Períodos
Estágios
Superior ou Alto
Desde a invenção do arco-e-flecha.
Ex. Polinésios
Selvageria
(antigo)
Médio
Desde a dieta do peixe e o uso do fogo.
Ex. Australianos
Inferior ou Baixo
Desde a infância da humanidade.
Ex.Pré-hominídios
Superior ou Alto
Desde a fundição do ferro como uso de ferramentas. Ex. Gregos homéricos
Barbárie
(intermediário)
Médio
Desde a domesticação dos animais e culturas de milho e plantas, por meio da irrigação. Uso de tijolos,adobe epedras . Ex.Zuñis.
Inferior ou Baixo
Desde a invenção da cerâmica.
Ex. Iroqueses.
Civilização
(recente)
Desde a invenção do alfabeto fonético, com o uso da escrita, até nossos dias. Ex. as cultura modernas em todo seu desenvolvimento
Elementos Básicos da Teoria Evolucionista
Sucessão unilinear: existência de um fio singular ou evolução unilinear através de toda história cultural; mesmo havendo, em determinado momento, degeneração, a tendência geral era sempre ascendente. Consistia, portanto, em um esquema hipotético da progressão que assinala a evolução da humanidade. Isso significa que diferentes grupos humanos partiram, em tempos remotos, de uma condição geral de carência de cultura e, devido a unidade da mente humana e a consequente resposta similar à estímulos externos e internos, evoluíram em todas as partes aproximadamente do mesmo modo, parecidos.
A história cultural encontra, portanto, raízes em uma unidade psíquica pela qual todos os grupos humanos teriam supostamente o mesmo potencial de desenvolvimento evolucionário, embora alguns estivessem mais adiantados do que outros devido ao clima, ao solo e outros fatores. Enfatiza, pois, a sequência para o curso do desenvolvimento de toda sociedade. Elas passariam, dessa forma, pelos mesmos estágios de evolução, embora isoladas umas das outras.
Método Comparativo: consistia em ordenar os fenômenos observados de acordo com os princípios estabelecidos e interpretados como uma ordem cronológica. Primeiramente, os fatos ou objetos de estudo eram devidamente detalhados e depois classificados e organizados em categorias sucessivas. Todavia, o método comparativo foi usado de forma rudimentar, pois às vezes, dispunham-se os costumes arbitrariamente, em sequência de estágios regressivos, indo até aorigem.
Se o documento fosse vago ou inexistente , os evolucionistas estabeleciam, mesmo assim, certa conexão. Por exemplo: os sistemas de matrimônio supostamente originaram-se de uma estágio de promiscuidade . Outras vezes, um elemento podia ser retirado, sem que julgassem prejudicial ao contexto concreto, o que poderia levar a extrapolações contestáveis. Embora falho na aplicação, foi válido na metodologia.
Sobrevivência: elemento que persiste hoje, vindo do passado, ou seja, a perpetuação de um fenômeno originário em épocas anteriores, em condições diversas.
As críticas ao evolucionismo estavam relacionadas aos seguintes aspectos: (1) desconsideração do fator tempo e espaço; (2) ao emprego indiscriminado do método comparativo, porque usado de forma generalizada, sem considerar o alcance limitado dos fatos culturais, por isolar as instituições sociais de seu contexto cultural mais amplo e pela falta de rigor teórico, que podia levar a conclusões não fidedignas;
(3) ao conceito de sobrevivência, que teria retardado o trabalho de campo, deixando o investigador mais preocupado em atingir uma entidade rígida e autossuficiente.
Do Evolucionismo derivou, no início do século XX o Neoevolucionismo, que tem como representantes: Leslie White, Gordon Childe e Julian Steward. Para eles, o estudo da evolução social está intimamente relacionado com o da evolução tecnológica.
Também descrevem o processo da cultura tendo por base etapas de desenvolvimento. Seu maior defensor foi Leslie White que preconizou a volta da “culturologia”, que consiste na elaboração de generalizações relativas à evolução cultural. Seguiu o esquema de Morgan, embora tenha estabelecido outro critério, o da energia do homem, para a delimitação dos estágios de evolução. Renovou os conceitos através dos quais
se poderia estabelecer generalizações, ou seja, o nível de desenvolvimento cultural deve ser avaliado pela quantidade de energia de que uma sociedade dispõe. Como Morgan, criou o seguinte esquema:
Esquema de White
Períodos
Estágio
Selvageria
(Baixo)
Energia do próprio corpo , salvo exceções no emprego do fogo, vento e da água.
Barbárie
(Médio)
Energia da domesticação dos animais e cultivo das plantas;na fabricação e uso de instrumentos e de ferramentas; na invenção do calendário e da escrita.
Civilização
(Alto)
Energia na descobertae aplicação da máquina a vapor (Revolução Industrial).

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