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Responsabilidade Civil - Reginalda Brito

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Direito Civil: Responsabilidade civil
Reginalda
und1.
atividade 1 (grupo): 13/03 -1 pt.
atividade 2: 27/03 -1,5 pts.
prova: 24/04 - 7 pts.
und2.
prova: 29/05
1.Conceito:
É a reparação por conta de uma violação de um direito.
2. Pressupostos:
a) ato ilícito: conduta contraria ao ordenamento jurídico, sendo seus elementos a antijuridicidade e a imputabilidade.
a.1. Espécies:
- Indenizatório: Diante de um dano haverá indenização. Ex: aquele que por ação voluntaria ou omissão, negligencia ou imprudência violar o direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
- Invalidante: Proporciona a anulação do ato praticado de forma ilícita. Ex: Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam e, não sendo possível restitui-las, serão indenizadas com o equivalente.
- caducificante: Neste caso ocorre a perda do direito. Ex: Perderá, por ato judicial, o poder familiar, o pai ou a mãe que: castigar imoderadamente o filho; abandonar o filho.
- Autorizante: A lei autoriza pedidos diante da pratica de um ilícito.
b) culpa: Se a culpa for lato sensu irá abranger o dolo. No caso da culpa estrictu sensu, o autor não visa ao resultado, mas, pela falta de cuidado, pratica a conduta.
b.1. Pode ser:
- grave, leve ou levíssima.
Todos esses graus levam igualmente o dever de indenizar. Todavia o juiz pode reduzir equitativamente o valor da indenização, se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano. Art 944, parágrafo único.
b.2. Espécies:
- Contratual: Violação de um dever jurídico. O dano resulta da violação de um dever que decorre de contrato. Ex: transportador que tem o dever de incolumidade com o passageiro (contrato de adesão).
- Extra contratual ou aquiliana: Decorre quando entre o autor do dano e a vítima, não há nenhuma relação jurídica anterior. Ex: motorista que atropela pedestre e que sequer sabe seu nome.
- In committendo: Quando resulta de uma ação. Ex: Motorista que dirige de forma imprudente.
- In ommittendo: Quando resulta de uma omissão, negligencia, ou seja, não fazer o que deveria ser feito.
- In vigilando: Aquele que recai sobre as pessoas que tem o dever de fiscalizar o comportamento de outra que lhe é subordinada. Ex: Pai com relação aos filhos.
- In eligendo: É aquela quando o empregador escolhe como preposto, empregando pessoa inadequada, sem qualificação. Ex: Contratar motorista sem olhar o prontuário do mesmo.
- In custodiando: De quem deveria ter cuidado da coisa e não o fez. Ex: Culpa do locatário, do depositário, do comodatário, etc.
Obs: Fala-se ainda em culpa concorrente, nas hipóteses em que do lado da culpa do agente, se faz também a culpa da vítima pelo resultado danoso. Ex: abuso de direito (ilícito sem culpa).
c) dano
c.1. Pode ser: 
c.1.1. Material: Atinge interesses relativos a um patrimônio, acarretando sua perda total ou parcial.
-c.1.2.Emergente: atinge patrimônio presente da vítima.
c.1.3. Lucro cessante: atinge patrimônio futuro da vítima, impedindo seu crescimento.
Obs: Não se pode pedir lucros cessantes de atividades ilícitas.
c.1.4. Perda de uma chance: Consiste na destruição de uma possibilidade de ganho, a qual embora incerta, apresenta contornos de razoabilidade.
c.1.5. Incerto: Segundo STJ, não se pode indenizar um dano incerto, pois o mesmo não possui na ordem jurídica.
c.1.6. Material futuro: Só se sustenta quando for certo e concreto. Tal fato não seria cabível se fosse hipotético.
c.1.7. Moral: Quando há uma lesão aos direitos da personalidade.
Obs: Mero dissabor não gera ofensa moral e consequentemente não se pode falar em compensação.
c.1.7.1. Formas de fixação do dano moral:
I. Compensatória: Extensão do dano e condições pessoais da vítima.
II. Punitiva: Condições econômicas e grau de culpa do causador.
III. Direto: Lesão especifica.
IV. Indireto ou ricochete: Lesão especifica a um bem ou interesse de natureza patrimonial, mas que de modo reflexo, produz um prejuízo na esfera extra patrimonial, como no caso de furto de bem com valor afetivo. 
Obs: Sumulas do STJ com referência ao dano moral: 37; 227; 281; 326; 362; 370; 385; 387; 388; 402; 403; 404; 405.
c.1.7.2. Dano moral e sua natureza extra patrimonial: Aquele que atinge o aspecto físico da pessoa humana modificando lhe a aparência de modo duradouro ou permanente, prejudicando ou não sua capacidade laborativa.
Obs: Tanto dano moral, quanto o material podem ser acumulados na mesma ação, pelo mesmo fato.
d) nexo de causalidade: Relação de causa e efeito entre a conduta do agente e o dano.
d.1. Teoria da causalidade:
Causa é aquele antecedente mais adequado à produção do resultado.
d.2. Teoria da equivalência das condições: 
Elaborado por Von Buri, não diferencia os antecedentes do resultado danoso, de forma que tudo aquilo que ocorra para o evento será considerado causa.
d.3. Teoria da causalidade adequada:
Não se pode considerar causa toda e qualquer condição que haja contribuído para a efetiva ocorrência do resultado. Ou seja, a causa deve ser adequada e estar apta para a efetivação do resultado.
d.4. Teoria do dano direto e imediato:
Causa seria apenas o vínculo de necessidade ao resultado danoso. É indenizável todo dano.
d.5. Teoria da causalidade alternativa:
Todos os autores possíveis, isto é, os que se encontravam no grupo, serão considerados, de forma solidária, responsáveis pelo evento, em face do dano causado por um ou mais deles, ignorado o verdadeiro autor, ou autores. Ex: Na hipótese de danos causados por objetos caídos ou lançados de um condomínio edilício, não sendo possível identificar o agente, todo o condomínio será responsabilizado.
Obs: Tal responsabilidade é objetiva, e não admite como excludentes a força maior e o caso fortuito.
Obs1: Haverá, no entanto, direito de regresso contra o real causador do dano identificado posteriormente. Não sendo possível a identificação do condômino responsável, os prováveis causadores do dano poderão ser acionados na ação de regresso.
3. Excludentes de responsabilidade:
3.1. Estado de necessidade (art. 188, II):
Consiste em uma situação de agressão à um direito alheio de igual valor jurídico ou inferior àquele que se pretende proteger para remover o perigo iminente, quando as circunstâncias fáticas não autorizarem outra forma de atuação.
3.2. Legítima defesa (art. 188, I):
Obs: 
- Esbulho: ato pelo qual o possuidor se vê privado da posse violenta ou clandestina. 
- Turbação: Quando qualquer ato ilícito impede ou cria um obstáculo ao uso da posse.
- Fâmulo da posse: Não é considerado o verdadeiro dono. Mantém a posse de uma coisa que não é sua.
3.3. Exercício regular de um direito (188, I):
3.4. Caso fortuito e força maior (art. 393):
a) Caso fortuito: Toda situaçao que não decorre da intenção do homem, pode acontecer a qualquer momento.
b) Força maior: Ato de força do homem maior do que a força do devedor.
3.4.1. Pressupostos:
a) Impossibilidade da satisfação da prestação pelo devedor.
b) Fato inteiramente estranho à vontade do devedor.
3.4.2. Requisitos:
a) Imprevisibilidade
b) Inevitabilidade
c) Irresistibilidade
4. Espécies de responsabilidade civil:
a) Subjetiva:
Aquela pela qual o dano contra a vítima foi causado por culpa do agente. Portanto, a culpa, para os defensores da teoria da responsabilidade civil subjetiva, é o elemento básico que gera o dever do ofensor de reparar o dano. Sendo assim, se o dano não tiver sido emanado de uma atitude dolosa (culpa lato senso) ou culposa (culpa em sentido estrito) do agente, compete à vítima suportar os prejuízos, como se tivessem sido causados em virtude de caso fortuito ou força maior.
b) Objetiva:
Nesse tipo de responsabilidade, o dano é gerado por uma atividade lícita, mas que, embora juridicamente legal, acarreta um perigo a outrem, originando, assim, o dever de ressarcimento, pelo simples implemento do nexo causal. Por isso, a teoria do risco surgiu para preencher as brechas que a culpabilidade deixava, admitindo reparar odano sofrido, independentemente da culpa.
Obs: A teoria da culpa prevalece como direito comum ou regra geral básica da responsabilidade civil; e a teoria do risco ocupa os espaços excedentes, nos casos e situações que lhe são reservados.
c) Pré-contratual:
O tema da responsabilidade pré-contratual pode ser analisada levando-se em consideração dois aspectos: (I) a recusa em contratar e (II) o rompimento das negociações preliminares. Com relação ao primeiro aspecto, afirma-se que quem se nega a contratar, pura e simplesmente, ou quem, injustificadamente, desiste de contratar, logo após eficiente processo de negociação, pode ser obrigado a indenizar. E, com relação ao segundo aspecto, há a necessidade de que o estágio das preliminares da contratação já tenha sido imbuído o espírito dos postulantes da verdadeira existência do futuro contrato. Não ocorre indenização, no rompimento de qualquer negociação, mas daquela que já tenha ocasionado, em uma das partes, a expectativa razoável de contrato.
d) Contratual (arts. 389 e 395):
Origina-se efetivamente da inexecução de um contrato, unilateral ou bilateral. Isso quer dizer que existiu um descumprimento do acordo de vontades firmado entre as partes, originando um ilícito contratual. Vale ressaltar, esse pacto de vontade entre as partes pode se dar de forma tácita ou expressa, isto é, uma das partes tem a pretensão de ver sua solicitação atendida e a outra, da mesma forma, assume a obrigação de cumpri-la, e, mesmo que verbalmente, adquiriu uma obrigação, firmando um contrato com aquela. Violação de um dever contratual.
e) Extracontratual (arts. 186 e 927):
Refere-se à prática de um ato ilícito que origine dano a outrem, sem que possua, contudo, qualquer vínculo contratual entre as partes, e, uma vez que compete à parte lesada comprovar, além do dano, a culpa e o nexo de causalidade entre ambos. Violação de um dever legal.
f) Pós-contratual:
Caracteriza-se pela obrigação de responsabilização aos prejuízos sucedidos após a extinção do contrato, independentemente do adimplemento do dever.
Obs: Atualmente, a responsabilidade pós-contratual mostra-se de grande importância e aplicabilidade, pois resulta do inadimplemento de deveres acessórios de proteção, lealdade e informações que permanecem após a conclusão ou extinção do contrato entre as partes. 
5. Responsabilidade civil x Obrigação:
A distinção clara entre obrigações e responsabilidades são: a obrigação é um "dever principal", ela nasce de diversas fontes e quando cumprida extingue-se, e se o devedor não a cumpre, surge a responsabilidade pelo inadimplemento, resumindo, a responsabilidade é o dever de ressarcir os prejuízos, ou seja, o dever de indenizar.
a) A obrigação é sempre um direito jurídico originário; e a responsabilidade é um dever jurídico sucessivo, consequência da violação do primeiro.
b) Artigo 389 do CC:
Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
c) Na obrigação o dever originário é a conduta; na responsabilidade o dever sucessivo é o dever de reparar.
6. Responsabilidade civil x Responsabilidade penal:
a) Em razão de uma ação ou omissão, pode surgir para o agente a responsabilidade civil, penal, ou ainda as duas responsabilidades. Ou seja é possível que o agente, ao infringir uma norma civil, transgrida também a lei penal tornando-se ao mesmo tempo, obrigado civil e penalmente.
 b) No caso da responsabilidade penal, o agente infringe uma norma de direito público (o interesse lesado é a sociedade); entretanto, na responsabilidade civil, o interesse tutelado é o privado, cabendo ao prejudicado requerer a reparação caso entenda necessário
 c) A responsabilidade penal é pessoal, intransferível, ou seja, o réu responde com a privação da sua liberdade; enquanto a responsabilidade civil é patrimonial de modo que, se a pessoa não possuir bens, a vítima permanecerá sem ser ressarcida. 
d) Na responsabilidade civil não se trata de réu, mas de vítima. 
e) É necessário que haja perfeita adequação do fato concreto ao tipo penal; já no cível, conforme artigo 196, qualquer ação ou omissão pode gerar responsabilidade, a partir do momento em que há violação de direito ou prejuízo a alguém, independentemente de culpa. 
f) Com relação à culpabilidade, no âmbito civil a ela é mais ampla; já na criminal nem toda culpa acarreta a condenação do réu, pois se exige certo grau ou intensidade naquele ato praticado. 
7. Responsabilidade do empreiteiro, construtor e incorporador:
7.1. Empreiteiro:
Aquele que se obriga em entregar obra específica em regime de empreitada.
7.1.1. Subdivide-se em 2 espécies (art. 610 do CC):
a) Lavour: Refere-se apenas ao fornecimento do trabalho.
b)Mista: Quando é fornecido também materiais para a execução da empreitada, onde subtende-se também a obrigação de dar e fazer.
Obs: Art. 610, parágrafo 1°: Esta obrigação não é presumível, devendo constar expressamente no contrato firmado.
7.1.2. Responsabilidade: A responsabilidade do construtor é de resultado, porque se obriga pela boa execução da obra, de modo a garantir sua solidez e capacidade para atender ao objetivo.
7.2. Construtor:
Responsável por construir e por entregar a obra pronta e devidamente acabada.
7.2.1. Responsabilidade:
Pode subdividir-se em:
a) Contratual: Relação com o consumidor.
b) Extracontratual: Relação com a ordem pública.
Obs: O CC vigente autoriza o consumidor a rejeitar a obra caso sejam observadas imperfeições ou pedir abatimento proporcional do preço pelos defeitos presentes, que denominam-se vícios redibitórios.
7.3. Incorporador:
A incorporação imobiliária é definida pela lei 4.591/64, no parágrafo único de seu artigo 28, como sendo “atividade exercida com intuito de promover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades autônomas”.
7.3.1. art. 29 da mesma lei:
Incorporador é a pessoa física ou jurídica, comerciante ou não que, embora não efetuando a construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terrenos, objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção, sob o regime condominial, ou que meramente aceite a proposta para efetivação de tais transações, coordenando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega a certo prazo, preço e determinadas condições das obras concluídas.
Obs: O incorporador assume a obrigação de fazer.
7.3.2. Responsabilidade:
a) Entregar o prédio de acordo com o projeto de construção e memorial descritivo, vide artigos 32, “d” e “g”; e 43, II, da lei 4.591);
 b) E responderá civilmente pela execução da incorporação, devendo indenizar os adquirentes ou compromissários, dos prejuízos que a estes advierem do fato de não se concluir a edificação ou de se retardar injustamente a conclusão das obras (art. 43, IV da lei 4.591).
Obs: Responde o incorporador por qualquer espécie de dano que resulte na inexecução ou má execução do contrato de incorporação.
c) Existe solidariedade entre incorporador e construtor. Ou seja, tem legitimidade passiva e solidária entre o incorporador e o construtor.
Obs: O incorporador é o contratante. O construtor é o causador direto do dano.
7.4. Relação de consumo:
A jurisprudência pacificou o entendimento acerca da incidência da relação consumerista entre atividade de construção na pessoa jurídica do construtor e incorporador, e o futuro proprietário ou proprietário do imóvel. Logo, todos serão amparados pelo CDC.
7.4.1. Responsabilização objetiva do fornecedor por:
a) Danos ao consumidor, seja pelo defeito do produto, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos (art. 12 do CDC).
b) Danos ao consumidor pela defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos (art. 14 doCDC).
8. Responsabilidade dos Bancos e Instituições Financeiras:
8.1. Instituições financeiras (art. 17, caput e parágrafo único, da lei 4.595/64):
Consideram-se instituições financeiras, para efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.
Equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual.
8.2. Relação consumerista (Súmula n. 297 do STJ):
Os bancos, como prestadores de serviços especialmente contemplados no art. 3, parágrafo 2, do CDC, estão submetidos às disposições do CDC. A circunstância de o usuário dispor do bem recebido através da operação bancária, transferindo-os a terceiros, em pagamento de outros bens ou serviços, não o descaracteriza como consumidor dos serviços prestados pelo banco.
8.3. Natureza jurídica:
O depósito bancário se refere à “coisa fungível” – a moeda, aplicando a esse tipo de contrato as disposições do Mútuo. O depositário (ou mutuário), consoante o art. 645 do Código Civil [...] obriga-se “a restituir objetos do mesmo gênero, qualidade e quantidade”, ao mutuante. Este, por sua vez, transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, nos termos do art. 587 do Código Civil [...] por cuja conta correm todos os riscos desde a tradição.
Obs: Nas operações e contratos que realizam, os bancos agem sempre em nome próprio, não como meros intermediários. Eles são os proprietários dos depósitos feitos, se responsabilizando pela restituição dos valores depositados aos depositantes.
8.4. Responsabilidade:
a) Contratual (em relação aos clientes):
É objetiva, nos termos do art. 14 do CDC, respondendo os bancos pela reparação dos danos causados a seus clientes, por defeitos nos serviços que lhes presta, independentemente de culpa.
b) Extracontratual (em relação a terceiros):
Devem responder pelos danos que seus prepostos (pessoas que agem em nome do banco), atuando abusivamente, causarem a terceiros, sendo fundamento dessa responsabilidade o dever de vigilância e direção que essas instituições têm em relação aos mesmos, como dispões o art. 932, III, do CC, em razão de os terem escolhido. Por esse entendimento, o ato ilícito do preposto é ato ilícito do preponente (dono do banco que designa alguém para agir em seu nome (preposto)).
8.4.1. Excludentes de responsabilidade (art. 14, parágrafo 3, do CDC):
O fornecedor de serviços não será responsabilizado quando provar: I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
8.4.2. Responsabilidade por cheques falsificados (Súmula n. 28 do STF):
A falsificação ou adulteração de cheque de um correntista lesa o banco, e não o correntista. O banco, como proprietário do dinheiro, ao entrega-lo ao estelionatário, deve suportar o prejuízo, em conformidade ao princípio res perit domino.
8.4.3. Responsabilidade por violação do sistema eletrônico:
Os bancos modernizaram seus sistemas de depósito, saques, pagamentos, dentre outros, a ponto da absoluta maioria de seus serviços ser realizada por sistema eletrônico. A responsabilidade, portanto, pelos riscos do sistema eletrônico bancário, é do próprio banco.
Obs: Mesmo nos casos de erros de segurança em seu sistema, ou de violação por ação de hackers os bancos não poderiam alegar “caso fortuito”, pois fatos imprevisíveis e inevitáveis, sendo próprios da natureza da atividade exercida, se configurariam “caso fortuito interno”, o que não os eximiria de responsabilidade.
8.4.4. Responsabilidade por assalto:
O banco tem o dever legal de garantir a segurança de todas as pessoas, clientes ou não, que vão ao estabelecimento. A lei 7.102/83 estabelece, aos bancos oficiais e privados, bem como aos estabelecimentos financeiros em geral, a obrigação de que estes mantenham um sistema de segurança aprovado pelo Banco Central do Brasil, que compreende desde a presença de vigilantes adequadamente preparados, até recursos tecnológicos de alarme, câmaras, comunicação com o órgão policial, etc. para casos de assalto. Em razão dos riscos inerentes à atividade bancária, a lei suprarreferida cria esse dever de segurança para as instituições financeiras em relação ao público em geral, e, mesmo em assalto por fato doloso de terceiro, têm os bancos a responsabilidade fundada no risco integral.
Obs: A circunstância de contratar empresas de segurança não retira esse dever do banco, nem possibilita sua transferência, permanecendo exclusivamente sua a responsabilidade pelo risco do banco.
Obs1: Vale observar, também, que os bancos não podem alegar caso fortuito em situações de assalto, visto ser este um fato previsível na atividade bancária (caso fortuito interno).
Obs2: Vale destacar que a responsabilidade bancária não se restringe, apenas, ao ambiente interno, onde são prestados os serviços, mas a todos os demais, bem como ao estacionamento, que faz parte do ambiente da agência, e é oferecido para segurança e comodidade das pessoas que utilizam de seus serviços.
8.4.5. Responsabilidade pelo cofre bancário de aluguel:
Considerando que o que os clientes buscam é a segurança, e que pagam por ela, este passa a ser o objeto específico do contrato. O Banco, ao celebra-lo, assume uma obrigação de resultado, próxima ao risco integral, que não pode ser afastado, nem por caso fortuito, nem por força maior. Daí a ineficácia até mesmo de cláusula de não indenizar, eventualmente inserida no contrato.
Obs: A prova do dano caberá ao cliente, uma vez que não é conhecido o conteúdo do cofre, tendo caráter, inclusive, sigiloso.
9. Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC):
O Código Civil vigente entende que se o incapaz causar danos a terceiros, os seus responsáveis estarão comprometidos a suprir os eventuais prejuízos. Todavia, essa responsabilização poderá ocorrer de maneira subsidiária e equitativa, nos casos em que este possua patrimônio suficiente, aliado à carência econômica por parte dos responsáveis para garantir tal obrigação.
Pontue-se que a regra é que se os responsáveis tiverem meios para suprir a obrigação, decorrente do dano do incapaz, deverão fazê-lo, de forma que mas não se exclua a possibilidade regresso contra incapaz que causou o dano. 
9.1. Mínimo existencial (art. 928, parágrafo único):
Em se tratando da indenização, tem-se que existe a garantia do mínimo existencial no cômputo da indenização aplicável ao incapaz causador do dano. Como consequência, também os pais, tutores e curadores serão beneficiados pelo limite humanitário do dever de indenizar.
9.2. Lei n. 13.146/2015:
Essa lei alterou substancialmente o Código Civil quanto à capacidade civil das pessoas com deficiência, assegurando à pessoa com deficiência, como regra, o direito ao exercício de sua capacidade civil em igualdade de condições com as demais pessoas, podendo ser adotada a tomada de decisão apoiada e até mesmo a curatela, quando necessárias. 
9.2.1. Tomada de decisão apoiada (art. 1783-A do CC):
É um processo autônomo, com rito próprio, no qual a própria pessoa com deficiência indica os apoiadores de sua confiança a serem nomeados pelo juiz. Essas pessoas prestarão o apoio para decisões e práticas de atos da vida civil da pessoa com deficiência.
Do processo judicial de tomada de decisão apoiada participam, além da parte interessada e das duas pessoas apoiadoras, o juiz, que é assistido por uma equipe multidisciplinar, e o Ministério Público.
Obs: Além de apontar no pedido os limites do apoio, ele deve ser feito em relação ao compromisso dos apoiadores e ao prazo de vigência do acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada.
Obs1: Em caso de negligência do apoiador, em relação ao apoio que se comprometeu a prestar, ou se pressionar indevidamente a pessoa apoiada, ou ainda não cumprir com as obrigações assumidas,a pessoa com deficiência ou qualquer outra poderá denunciar ao Ministério Público ou ao juiz. Se a denúncia se comprovar, o juiz destituirá o apoiador e nomeará um outro, considerando a indicação da pessoa com deficiência interessada.
Obs2: A qualquer tempo a pessoa apoiada pode solicitar o término do acordo assinado em processo de tomada de decisão apoiada. O apoiador também poderá solicitar ao juiz a sua exclusão do processo de tomada de decisão apoiada, sobre a qual o juiz deverá se manifestar.
9.2.2. Curatela (art. 1767 do CC):
Curatela é o nome que se dá ao processo judicial no qual o juiz, assistido por uma equipe multiprofissional, analisa as necessidades de uma pessoa com 18 anos ou mais, exercer sua capacidade civil e praticar ou não atos relacionados ao seu patrimônio com ou sem o apoio de terceiros.
9.2.2.1. Pessoas sujeitas:
Não se admite que qualquer pessoa com deficiência intelectual (deficit cognitivo) ou com deficiência mental (saúde mental) possa estar sujeita à curatela, senão, e tão somente, aquela muito comprometida, que sequer consegue exprimir a sua vontade. Também estão sujeitas à curatela os ébrios habituais e os viciados em tóxicos.
9.2.2.2. Pedido:
É feito normalmente por pais, cônjuge, parentes próximos ou pela própria pessoa com deficiência por meio de advogado ou defensor público. Pode ser providenciado também pelo Ministério Público em casos de pessoas com deficiência mental ou intelectual (inciso I do artigo 1769 do Código Civil) ou na falta de pai, mãe, tutor, cônjuge ou no caso de algum parente próximo não existir ou não fazer o pedido; ou se estes forem menores ou incapazes.
Obs: Havendo discordância entre a vontade da pessoa em situação de curatela e seu curador, a pessoa em situação de curatela por si própria, ou por outra pessoa de sua confiança, deve procurar seu advogado, defensor público ou o Ministério Público para rever os termos da curatela.
10. Responsabilidade Civil do Transportador Aéreo e Marítimo:
10.1. Transporte marítimo:
Pode se dar de 2 maneiras:
a) Cabotagem: A cabotagem se refere na realização desse transporte entre os portos nacionais
b) Longo curso: A "longo curso" ou internacional, é tangente quanto realização, entre portos nacionais e internacionais.
10.2. Transporte aéreo: 
Pode se dar de 2 maneiras:
a) Intermodal: A intermodal, se refere apenas ao transporte de carga. 
b) Combinada: A combinada se refere ao transporte tanto de carga, como de pessoas.
10.3. Características contratuais:
Conceituando as características contratuais, podemos elencar o contrato bilateral, pois se caracteriza pela representação de vontade de ambas partes, por consequência, cria obrigações para ambas também e por adesão que ocorre quando o passageiro adere a um serviço, e as cláusulas são feitas unilateralmente pelo fornecedor.
Obs: No transporte aéreo tem: o transportador contratual, sendo aquele que firma o contrato junto ao passageiro; o transportador de fato sendo aquele que, efetivamente, irá transportar a coisa ou a pessoa e o transportador sucessivo que consiste numa cadeia de transportadores, em que há substituição de cada.
Obs1: No transporte marítimo tem: o armador é responsável por deixar o navio pronto para o empenho do transporte; o agente marítimo sendo a figura que representa o transportador marítimo, para fins de controvérsias contratuais e ações judiciais; O consignatário que é beneficiário da relação contratual, aquele que irá receber a carga, confiada ao transportador, no seu destino final; e o segurador que é responsável por, efetivamente, fazer a segurança da carga durante o transporte.
10.4. Deveres:
a) Transportador de carga:
Deve emitir o conhecimento de carga; não deve transportar a carga desacompanhada de documentação exigida por norma ou que que possam ser proibidas; receber o bem transportado nos termos estabelecido pelo contrato previamente assinado; transportar a carga com o máximo de cuidado possível e tendo a observância de cada tipo de carga; ter obrigação de cumprir os itinerários que foi previamente concordado no contrato; cumprir as leis internas.
b) Companhia aérea:
Exigibilidade do pagamento do valor contratado; definir regras disciplinadoras quanto ao transporte; finalizar o transporte do passageiro sempre que, por alguma razão, o transporte seja interrompido; além de arcar com os custos que os passageiros obtiverem com a interrupção da viagem.
c) Transportador maítimo:
Ter boas condições de navegabilidade; dar provimento adequado aos tripulantes com equipamentos e provisões; manter câmeras refrigeradas e frescas.
d) Dos passageiros aéreos (art. 61 da Portaria 676/GC-5):
Devem se apresentar no embarque munido de documento legal de identificação na hora estabelecida pelo transportador; estar trajado e calçado; se abster de atitudes que causem incomodo ou desconforto aos demais passageiros; não fazer uso de bebidas que não sejam aquelas propiciadas pelo serviço da comissária de bordo; entre outras recomendações que possam fazer o transporte de passageiros da melhor maneira possível. 
10.5. Direitos do transportador:
Retenção de bagagem caso o passageiro não cumpra o pagamento do transporte já realizado; o direito de retenção de 5% do valor pago pelo transporte em casos de cancelamento; recusar passageiros quando os mesmos não apresentarem condições de higiene e saúde.
10.6. Direitos do transportado: 
O direito do passageiro começa quando há o cumprimento integral do contrato de transporte, sendo a sua condução em segurança e integridade e tendo a sua rescisão de contrato quando o mesmo desejar. Nos casos em que o transporte for interrompido, o passageiro poderá exigir o seu cumprimento integral de seu contrato, com os gastos sendo arcados pela transportadora.
10.7. Responsabilidade do transportador:
O transportador responsabiliza-se, independentemente de culpa, pelos eventuais danos sofridos por pessoa ou coisa a que se obrigou transportar, segundo disposição do art.734 do CC: “O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente de responsabilidade”.
O CDC, ademais, em seu art.14, parágrafo 1º, define como defeituoso o serviço prestado “quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes [...]”, e coloca, entre tais circunstâncias, no inciso II desse mesmo dispositivo, “os resultados e os riscos que razoavelmente dele se esperam”.
10.7. Excludentes de responsabilidade do transportador:
No que se refere as causas de excludentes de responsabilidade do transportadores aéreo e marítimo, podemos citar o caso fortuito e força maior para ambos meios de transporte e o vício de origem para o transporte marítimo.
10.7.1. Vício de origem:
No que tange ao vício de origem, entende-se que já existiria um vício na própria coisa confiada para transporte, tais como vicio de embalagem, cuja a culpa é exclusiva do credor da obrigação. Todavia, a prova de existência do vício de origem compete ao transportador marítimo, cabendo a ele a respectiva produção de prova, normalmente feito pela perícia judicial. Ao transportador existe a possibilidade de recusar a coisa cuja a sua embalagem seja inadequada, sendo salvaguardada pelo Codigo Civil em seu art. 746, onde o mesmo pode fazê-lo caso o bem possa pôr em risco a saúde das pessoas, ou danificar o veículo e a outros bens.
10.7.2. Caso fortuito e força maior:
A caracterização do caso fortuito tem a sua relação com os pressupostos de imprevisibilidade, inevitabilidade e irresistibilidade, sendo então um evento originário de forças da natureza ou da conduta humana que impede o cumprimento regular da obrigação de transporte.
Obs: Quando o dano é produzido em decorrência de um risco inerente à atividade do transporte, não se admite excludente de responsabilidade por caso fortuito ou força maior, tratando-se de caso fortuito interno.
11. Responsabilidade civil do ShoppingCenter:
11.1. Relação com o consumidor:
A Política Nacional das Relações de Consumo possui como finalidades o respeito à saúde e à segurança do consumidor, a tutela de seus interesses econômicos e a transparência das relações de consumo, à luz do artigo 4º, caput, do CDC.
Na hipótese de um produto ou serviço não proporcionar a utilidade específica pelo qual ele foi adquirido pelo consumidor, ocorre defeito de qualidade por inadequação. Em havendo um dano à saúde ou à segurança do consumidor, ocorrendo o chamado “acidente de consumo”, ocorre o defeito de qualidade por insegurança.
11.1.2. Acidente de consumo:
Em relação aos mencionados acidentes de consumo na prestação de serviços, o artigo 14, § 1º, do CDC considera defeituoso o serviço que não fornecer a segurança que o consumidor dele poderia esperar. Enquadram-se no conceito de acidente de consumo explosões, assaltos, tiroteios, quedas, escorregões, acidentes em elevadores e escadas rolantes, pois podem provocar danos à saúde ou à segurança do consumidor.
Obs: Assim, somente se configurará o dever de indenizar do empreendedor na hipótese de que tenha havido o defeito de serviço. Pois, tendo havido o dano, porém inexistindo defeito na prestação do serviço, não estará caracterizado o dever do empreendedor de indenizar, cabendo, contudo, a este a prova de que nenhum defeito concorreu para o dano.
11.1.3. Excludentes de responsabilidade:
O fornecedor não é responsabilizado se provar que não inseriu o produto no mercado, por exemplo, no caso de produtos seus que tenham sido falsificados ou furtados.
Outra excludente da responsabilidade objetiva é a demonstração de que, apesar de o produto haver sido inserido no mercado ou de o serviço ter sido prestado, o vício alegado pelo consumidor não existe.
Também exclui a responsabilidade do fornecedor a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
11.2. Empreendedor x Lojista:
11.2.1. Responsabilidade do empreendedor:
Serão de responsabilidade do empreendedor: o não cumprimento de prazos contratuais, de forma a não ser entregue a loja, ou as obras nas áreas comuns, nas datas aprazadas; o excesso de lojas não locadas no momento da inauguração, atraindo ao empreendimento a pecha de fracasso; não preenchimento de todas as vagas destinadas às lojas-âncora, que tem por objetivo atrair o público. Cabendo ao lojista a faculdade de rescindir o contrato por culpa do empreendedor.
Quando se trata de erro mercadológico, há inexecução contratual, podendo requerer o lojista a revisão do contrato, quando o empreendimento não corresponder ao movimento esperado, por razão de falha na localização, arquitetura ou divisão desproporcional das lojas.
Se uma grande loja (loja âncora) é fechada e o administrador não consegue ocupar o espaço com um lojista de mesmo potencial comercial e importância mercadológica, poderá o comerciante que obteve um espaço próximo a tal loja requerer a revisão de seu contrato, restabelecendo-se o equilíbrio na relação contratual. Tal revisão se dá tendo em vista que o lojista contratou e pagou uma situação e por falha do empreendedor passa a vivenciar outra.
Responde o empreendedor ou administrador, dentre outros, por conflitos internos que não sejam devidamente pacificados, por concorrência predatória e atitude comercial não condizente com o pensamento seguido pelo empreendimento.
Obs: A partir do momento em que o empreendedor, diretamente ou através do administrador do shopping Center, assume o ônus da administração deste, está ciente de sua responsabilidade, pois o sucesso do negócio depende de uma diversidade de fatores, dentre eles, a boa administração dos shoppings como um todo.
Obs1: Quando o Shopping Center tiver contratado administradora, está será solidariamente responsável juntamente com o dono do empreendimento aos danos ocorridos, facultado ao consumidor/ vítima escolher contra quem deseja demandar.
11.2.1.1. Responsabilidade pré-contratual:
Irá se verificar quando o empreendedor não cumprir com o que for prometido no ato da formalização do ajuste, que poderá ser vislumbrada em duas situações:
a) Lojista efetua o pagamento de um sinal ou princípio de pagamento para reserva: de ponto comercial, da cessão de direito de uso e espaço, ou qualquer outra denominação dada pelo empreendedor a esse título.
Nesta hipótese, houve o despendimento de trabalho, tempo, despesas de toda ordem, pesquisas, correspondências, estudo e projetos que não poderão ser esquecidos, desta forma o lojista poderá pleitear os prejuízos, que deverão ser apurados e no caso de perdas e danos diante avaliação pericial. Entende-se que o lojista está enquadrado como consumidor e o empreendedor como fornecedor, desta forma o lojista deverá ser amparado pelos artigos 6º, IV e VI, 12, 18, 20 e incisos, e principalmente no disposto no Capítulo V, arts. 30 e ss. (da oferta) e 36 e ss (da publicidade), do Código de Defesa do Consumidor, cabendo inclusive danos morais.
b) Lojista não efetua qualquer pagamento ao empreendedor antes da formalização definitiva das negociações.
Nessa ocasião, o lojista terá direito a propor ação ordinária de perdas e danos cumulada com danos morais, utilizando-se como fundamento o trabalho, tempo despendido em pesquisas, correspondências e despesas havidas.
11.2.1.2. Responsabilidade civil na fase contratual:
Poderá decorrer de diversas formas, tais como, mais não se limitando a danos sofridos pelos lojistas através da má execução e administração do empreendimento, por erros mercadológicos, danos nas lojas, danos sofridos por clientes, danos decorrentes de acidentes nas áreas comuns e responsabilidade em decorrência de incêndio.
11.3. Área de parqueamento de veículos automotores (súmula n. 130 do STJ):
A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorrido em seu estacionamento. Desta forma, não há que se discutir se o estacionamento foi gratuito ou não, se houve entrega de chaves ou não, se existiu o dever de vigilância ou não, e se houve algum tipo de controle de entrada ou saída, tem-se decidido através da Sumula 130 do STJ, de que ocorrido o furto no interior do estacionamento do shopping haverá o dever de indenizar.
11.4. Furtos ocorridos no interior das lojas:
Em se tratando de furtos ocorridos no interior das lojas do shopping o princípio é o de que cada lojista é responsável pelos fatos ocorridos na área por ele ocupada, cabendo-lhe, dessa maneira, o ônus de zelar pelos seus bens, inclusive seus estoques, evitando furtos.
Obs: Se o furto das referidas mercadorias ocorrer nas áreas comuns do shopping, como, por exemplo, no momento em que estas estejam sendo transportadas para a loja, aí sim haverá responsabilidade do empreendedor pelo ressarcimento das mercadorias furtadas, desde que não haja culpa do lojista no referido sinistro.
11.5. Incêndio nas partes comuns e no interior das lojas:
Em caso de incêndio, deverá ser verificado, se possível, o seu foco inicial, se em uma das lojas, o responsável será o lojista. Se o seu início acontecer em áreas comuns ou vias de circulação, a responsabilidade será do empreendedor.
11.6. Responsabilidade pelos produtos comercializados pelos lojistas:
Não responde o empreendedor pela qualidade dos produtos e serviços prestados por lojistas no interior do shopping, sendo cada lojista pessoalmente responsável pela atividade comercial por ele desempenhada no centro de comércio, ainda que o consumidor acione diretamente o empreendedor este tratará de redirecionar responsabilidades a quem devida, no caso o lojista.
11.6.1. Casos e as formas em que os comerciantes são responsabilizados, conforme o CDC:
A responsabilização é dividida em dois segmentos, há responsabilidade pelo “fato do produto e do serviço” (art. 12 a 17 – CDC) e responsabilidade pelo “vício do produto e do serviço” (art. 18 ao 27 – CDC).
11.6.1.1. Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço:
É o dever de reparação aos danos causados ao consumidor pelos defeitos apresentados no produto, sendo que o fabricante,o produtor, o construtor e o importador possuem responsabilidade objetiva, ou seja, independe de existência de culpa. Nesses casos, conforme o art. 13 do CDC, o comerciante é igualmente responsável em três situações, estas são: quando o fabricante, o construtor ou o importador não são identificados; quando não houver identificação clara do fabricante; quando o comerciante não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
11.6.1.2. Responsabilidade pelo vício do produto ou serviço:
dever de reparação aos vícios de qualidade e quantidade apresentados pelo produto, que o torne impróprio ou inadequado ao consumo, ou ainda, diminua o seu valor. Todos os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios referidos, de acordo com o art. 18 do CDC. Nessas situações, os lojistas possuem a mesma responsabilidade dos fabricantes, construtores ou importadores. Conforme mencionado, os lojistas possuem responsabilidade sobre os produtos comercializados, e a responsabilização difere nos casos em que o vício do produto o torne impróprio ou diminua o seu valor e nas situações em que os defeitos do produto causam danos ao consumidor.
Obs: Posteriormente, o lojista poderá acionar regressivamente o fabricante ou o importador, caso tenha sido responsabilizado por vício de fabricação, para qual, evidentemente, não contribuiu.
11.7. Acidentes ocorridos nas partes comuns:
Serão de responsabilidade do shopping center os danos ocorridos em suas dependências nas áreas comuns (escadas, hall, área de lazer, estacionamento, corredores, praças de alimentação), desabamento total ou parcial do teto, conforme artigo 927 do novo código civil, ou seja, pressupõe a responsabilidade do shopping pela hipótese do mau funcionamento das coisas que se acham ali instaladas, ou o ato ilícito de seus empregados, presumindo-se a culpa com base no dever de vigilância ou de escolha. Também aplica-se o § 1ºdo artigo 14 do CDC, que considera defeituoso o serviço que não fornecer a segurança que o consumidor dele poderia esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais o modo de seu fornecimento, o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi fornecido.
Obs: Para que o empreendedor fique isento de ressarcir os damos causados a um consumidor que tenha se acidentado em área comum do shopping, deverá fazer prova de que não houve um defeito na prestação de serviço que causou prejuízo à vítima.
12. Responsabilidade no Direito do Consumidor:
A Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo é admitida em algumas condições. Entre elas, a Responsabilidade Civil pelo Fato do Produto ou Serviço (acidente de consumo), a Responsabilidade Civil dos Profissionais Liberais, a Responsabilidade Civil pelo Vício do Produto ou Serviço e a Responsabilidade Civil pela Inserção do nome do Consumidor nos Bancos de Dados.
12.1. Pelo fato do produto ou serviço:
O Produto terá tido como defeituoso quando não oferecer a segurança que dele legitimamente se espera, levando as circunstâncias em consideração: sua apresentação, o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi colocada em circulação. Trata-se da responsabilidade pelo acidente de consumo, prevista nos arts. 12 a 17. O art. 12 do Código do Consumidor, que dispõe sobre a responsabilidade decorrente de produtos defeituosos. O legislador consagrou a responsabilidade civil objetiva nas relações de consumo.
Obs: O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado do mercado.
Obs1: Se um terceiro participante da cadeia causal dos acontecimentos vier a sofrer também o dano, poderá ser considerado consumidor, por equiparação, nos termos do art. 17 do CDC.
12.1.1. Excludentes de responsabilidade:
O fabricante, o produtor ou importador só não serão responsabilizados quando provarem as seguintes hipóteses:
a) Que não colocaram o produto no mercado;
b) Que, embora hajam colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
c) A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. (Art 12 e §§1º e 3º).
Obs: Fora dessas circunstâncias somente são aceitos a excludente de responsabilidade civil em caso fortuito, ou força maior.
12.1.2. Responsabilidade do empresário ou comerciante:
Empresário ou Comerciante será responsável, quando:
a) O fabricante, o construtor, o produtor ou importador não puderem ser identificados (subsidiária);
b) O produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador.	
c) Não conservar adequadamente os produtos perecíveis (art.13, I a II e parágrafo único).
Obs: O Fornecedor de serviços, responderá independentemente de culpa, pela reparação de danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como informações insuficientes ou inadequadas.
Obs1: Mesmo nessas condições o comerciante pode acionar ação de regresso presente no art. 13 do CDC podendo ajuizar ação de regresso quando houver outros participantes solidários na medida de evento danoso.
12.2. Profissionais liberais:
O Código de Defesa do Consumidor ressalva a situação dos profissionais liberais que, nos termos do § 4.º do art. 14, somente respondem com fundamento na culpa profissional. Assim, somente é possível comprovar a responsabilidade dos profissionais liberais mediante comprovação de culpa, limiar subjetivo, responsabilidade subjetiva do agente.
12.3. Vício do produto ou serviço:
Art. 18: “Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária respeitada às variações decorrentes da sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas”.
12.3.1. São impróprios ao uso e consumo: 
a) Os produtos cujos prazos de validade estejam vendidos;
b) Os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
c) Os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam (art.18,§6).
Obs: O Código Civil classifica os produtos em “durável e não duráveis”, conferindo ao consumidor, ainda, o direito de não apenas pleitear a reparação devida, mas, também, exigir a substituição de partes viciadas.
Obs1: Consagrou-se, ademais, a responsabilidade objetiva e solidária dos fornecedores dos produtos.
Obs2: O Código estabelece que, caso o consumidor reclame a reparação do vício ou defeito, este não sendo sanado em trinta dias poderá, a seu critério, exigir alternativamente: 
a) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; 
b) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; 
c) o abatimento proporcional no preço.
12.3.2. Prazos para reclamar:
a) Vícios aparentes:
Contados a partir da entrega efetiva do produto ou da execução do serviço, nos termos do art. 26, recorre em: noventa dias, tratando-se de produtos duráveis; trinta dias, tratando-se de produtos não duráveis.
b) Vícios ocultos: o § 3.º do art. 26 estabelece que o prazo inicia-se a partir do momento em que o defeito se apresentou.
12.3.3. Vício de serviço (art. 20 do CDC):
Ao consumidor lesado abre-se a tríplice alternativa, sempre ao seu critério, de exigir: 
a) a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; 
b) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; 
c) o abatimento proporcional do preço.
Obs: A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o eximirá de responsabilidade.
12.4. Inserçãodo nome do consumidor nos bancos de dados:
Fica responsável a órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito à notificação do devedor antes de proceder à inscrição, da mesma forma pensam os autores que todos os prejuízos decorrentes de uma indevida inclusão devem ser suportados, solidariamente, pelo fornecedor responsável pela solicitação da “negativação” e pela pessoa jurídica mantedora do cadastro de proteção ao crédito, o que encontra respaldo no parágrafo único do art. 7.º c/c o art. 14, caput, do CDC.
Obs: Cabe ação de regresso de um corresponsável na direção do outro.
13. Responsabilidade médica:
13.1. Responsabilidade subjetiva do médico:
A responsabilidade médica é originária da culpa comprovada, quando não se consegue comprovar a existência da negligência, imprudência e imperícia, não há como falar em responsabilidade para esta categoria. Só cabe reparação se o médico agir com negligência, imprudência e imperícia.
a) Negligência: Se dá quando o profissional se omite em atuar em uma situação que caberia a sua ação, imprescindivelmente recomendada, para ter evitado o resultado danoso.
b) Imperícia: Também é gerada de uma atitude comissiva. Se caracteriza pela evidência da incapacidade técnica para o exercício da profissão.
c) Imprudência: É a característica atribuída ao médico que age por impulso e de forma precipitada em uma situação, onde, de forma comissiva, age sem pensar, não considerando as possíveis consequências para os seus atos.
Obs: A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais decorre da verificação da culpa, com a inversão do ônus da prova que cabe ao paciente, em vista de sua hipossuficiência em relação ao médico, assim como versa o art.14, § 4º, do CDC: “A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.”
13.2. Deveres do médico:
O médico tem a obrigação de seguir regras de conduta que na execução de sua profissão obedeçam ao dever de informação, atualização, assistência e abstenção de abuso para com os seus pacientes.
13.3. Ética médica:
A ética médica é fundamental no campo de atuação da medicina, pois, quando se age por oportunismo e não por profissionalismo, na obtenção de lucros e vantagens sobre o paciente, incorrendo a culpa por falta de respeito à sua vontade (exceto nos casos de morte prevista desse paciente), e consequentemente um dano, haverá a responsabilidade de reparar, já que configura o abuso nessa relação. 
13.4. Serviços médicos:
Alguns doutrinadores consideram os serviços médicos como obrigação de meio, ou seja, atividade que é realizada buscando a melhora do paciente, mas, não significa que encontrará a cura, e, outros consideram a obrigação de resultado, onde, há uma promessa em se ter um resultado satisfatório, como os casos das cirurgias plásticas.
a) Obrigação de meio: Inexiste a obrigação da cura, por mais que se queira, o que existe é o uso da técnica e a habilidade médica, mas não há uma promessa de resultado, pois, isso depende de diversos fatores. Para que se prove a culpa médica, o paciente deverá provar que o médico agiu com negligência, imprudência ou imperícia, caso contrário, significa que não ocorreu um descumprimento de contrato entre médico e paciente.
b) Obrigação de resultado: Já na obrigação de resultado, cabe ao profissional proporcionar o resultado prometido ao paciente, a natureza dessa obrigação está em cumprir essa promessa. Caso o resultado não seja como o esperado, há uma presunção de culpabilidade e inversão do ônus da prova que caberá ao paciente provar que o resultado não foi obtido e não houve o cumprimento da obrigação do profissional, resultando assim numa quebra contratual. 
Obs: Nos casos em que a obrigação seja de resultado, a exemplo das cirurgias plásticas, a prova da culpa do médico será irrelevante (responsabilidade objetiva), o que existe é a presunção de culpa com a inversão do ônus da prova. O Código do Consumidor prevê, em seu artigo 47, que as cláusulas estabelecidas em contrato devem ser interpretadas em favor do consumidor. 
13.5. Responsabilidade do Hospital:
O Hospital terá o dever de indenizar a vítima quando o médico na forma de empregado do hospital for considerado culpado do dano causado, responderão o médico e o hospital solidariamente.
O erro médico também pode se estender ao hospital, se ficar provado que uma equipe inteira foi responsável por um dano causado a um paciente, na aplicação de uma medicação errada, na falta de um atendimento ou na aplicação de uma técnica inversa da que deveria, o hospital será responsabilizado.
Obs: Se a vítima firmou um contrato direto com o profissional médico, na ocorrência do dano, mesmo que este se utilize das dependências do hospital para a realização de suas atividades, o hospital não será responsabilizado, visto que firmou um contrato pessoal entre médico e paciente.
13.6. Excludentes de responsabilidade civil médica:
Serão excludentes de responsabilidade os danos decorrentes de caso fortuito e da força maior (art. 393 do CC); culpa exclusiva do paciente; e a cláusula de não indenizar.
Obs: Existe a possibilidade da culpa ser atribuída tanto à vítima, quanto ao médico – culpa concorrente, nos casos em que a culpa decorreu do comportamento de um e de outro, cabendo uma repartição de indenização para ambos os culpados se porventura ao caso foi atribuído o dever de indenizar.
14. Responsabilidade dos planos de saúde:
14.1. Relação de consumo:
É importante destacar que as operadoras de planos privados de assistência à saúde são responsabilizadas frente ao Código de Defesa do Consumidor (CDC) por responsabilidade objetiva solidária em face do beneficiário lesado que ao se utilizar do seu serviço comercializado acaba por sofrer um dano que caracteriza-se como causa de indenização. Nesse sentido, se posiciona a Súmula do Superior Tribunal de Justiça – STJ dispondo que “aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de planos de saúde”.
Obs: O legislador impôs uma exceção a essa responsabilidade objetiva, prevalecendo a responsabilidade subjetiva que é a hipótese do § 4* do art. 14 do CDC, dispõe que: “a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa”.
Obs1: Ressalta-se que, nesta hipótese, além de apresentar a ação ou omissão em que ocasionou o dano (art. 186 do Código Civil combinado com o art. 927 do Código Civil) e o nexo de causalidade, é necessário se comprovar a culpa por negligência, imperícia ou imprudência do agente que se resultou no dano. Entretanto, neste caso, o responsável por comprovar a não culpabilidade através da excludente de responsabilidade, é o profissional liberal.
14.1.1. Previsão legal:
No Código de Defesa do Consumidor a responsabilidade objetiva está expressa nos artigos 12 à 14, de tal forma que não exige a comprovação da culpa como fundamento para a responsabilidade de reparar os prejuízos causados, mas apenas provar o dano e o nexo de causalidade.
A responsabilidade civil das operadoras de planos privados de assistência à saúde pode ser apurada em duas circunstâncias: em caso de defeito previsto no art. 14 do CDC; e também em caso de vício previsto no art. 20 do CDC, pois entende-se que as são fornecedoras e prestadoras de serviço.
Obs: Ao interpretar estes dispositivos legais entende-se que a responsabilidade da operadora que fornecem os serviços de planos de saúde se dá pelo fato de que foi ela quem credenciou e/ou associou o beneficiário ao serviço prestado, de modo que, a prestadora deve ser responsável por garantir a segurança do serviço prestado.
14.1.2. Responsabilidade subjetiva solidária:
As operadoras de planos privados de assistência à saúde estão sujeitas a responsabilidade subjetiva solidária entre a operadora, os estabelecimentos conveniados e aos profissionais que prestam diretamente o serviço. De modo que, não existe dúvidas sobre a responsabilidade solidária em indenizar o beneficiário do plano de saúde que sofreu um dano.
15. Responsabilidade do advogado:15.1. Características: 
a) Tem caráter contratual e decorre de um mandato.
b) É contratual, consensual, bilateral, não solene, personalíssimo.
Obs: No mandato, o advogado tem a obrigação de utilizar todos os meios de defesa e os recursos, previstos em lei, que sejam cabíveis e convenientes aos interesses do cliente. Tem dever de prestar o serviço para atingir um resultado, no entanto, ele não pode prevê-lo.
15.2. Deveres do advogado: 
Deve agir sempre com boa-fé; realizar a prestação do serviço para o qual foi contratado; deve, em cooperação com seu cliente, alcançar a finalidade do contrato ou o melhor resultado possível; manter ainda obrigações dele decorrentes, como por exemplo, o dever do advogado de guardar os documentos do seu cliente, de continuar mantendo sigilo sobre o que lhe foi revelado, de não comentar certos detalhes da demanda, de cooperar com o ex-cliente com esclarecimentos de dúvidas que possam surgir decorrentes do processo e de prestar contas.
Obs: Assim, o advogado que, porventura, tenha concluído a causa e, inadvertidamente, tenha inutilizado os documentos originais que recebeu, terá o dever de indenizar, uma vez que diante da existência do dano concreto e efetivo suportado pelo cliente em decorrência desse fato.
15.3. Responsabilidade inerente a profissão:
O advogado não está isento da sua responsabilidade no exercício da sua função. O estatuto atual da Ordem dos Advogados do Brasil deixa claro que a conduta do profissional que incidir em erros que deixem evidentes uma inépcia profissional constitui infração disciplinar (artigo 32 do estatuto).
Obs: A responsabilidade civil do advogado exige que se comprove a efetiva culpa, quando no exercício da profissão, para que se pretenda qualquer tipo de ressarcimento originado de sua conduta. Em razão da sua obrigação ser de meio e não de resultado, deve ter ele a garantia de estar isento de responsabilidade no caso de ter procedido com todo o cuidado, diligência e competência
15.4. Fundamentos legais:
A atividade da advocacia encontra-se regida pela Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB). Esse diploma estabeleceu, no seu artigo 32, que o advogado é responsável pelos atos que, no exercício da profissão, praticar com dolo ou culpa, e impôs, no artigo 33, a observância obrigatória aos preceitos estabelecidos no Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil, cujos deveres estão capitulados no artigo 2º, parágrafo único.
Porém, a responsabilidade civil dos advogados não é somente apurada com base no código de ética, pois nos seus mais diversos aspectos, está submetida a diversos preceitos, oriundos da Constituição Federal (art. 133) e do Código Civil (art. 927 c/c art. 186).
Além disso, o Advogado é fornecedor de serviços. Assim, se sujeita ao Código de Defesa do Consumidor. A orientação deste é no sentido da responsabilidade pessoal do profissional liberal, verificando-se a culpa (art. 14, §4º).

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