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DIREITO ADMINISTRATIVO SEMANA ESPECIAL OAB PROF. IGOR MACIEL APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR @ Prof. Igor Maciel Igor Maciel Advogado. Mestre em Direito pelo UNICEUB/DF. profigormaciel@gmail.com @ Prof Igor Maciel REVISÃO SEMANA ESPECIAL OAB XXVI EXAME @Prof Igor Maciel ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ❑ Para executar sua atividade administrativa de forma plena, o Estado utiliza os seguintes meios: ❑ Órgãos; ❑ Entidades; ❑ Agentes públicos; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ❑ Órgãos ❑ Não possuem personalidade jurídica; ❑ Elementos despersonalizados; ❑ Integram a estrutura da Administração; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel Administração Pública Órgãos ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ❑ Entidades ❑ Possuem personalidade jurídica; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ❑ Centralização ❑ Atuação do Estado de forma direta na prestação de atividades administrativas e serviços públicos, por meio dos agentes públicos que estão vinculados à Administração Pública; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ❑ Descentralização e Desconcentração ❑ Na DESCENTRALIZAÇÃO o Estado outorga ou delega, alguma atribuição de sua competência para que outra pessoa jurídica a execute; ❑ Passam a existir duas pessoas distintas, o Estado e a nova pessoa designada pra a execução do serviço; ❑ Apesar de o Estado repassar determinada atribuição, NÃO EXISTE hierarquia na relação fruto da descentralização. É verdade que há um vínculo entre essas duas pessoas, mas sem subordinação (possibilidade de recurso hierárquico impróprio); Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ❑ Descentralização e Desconcentração ❑ Já na DESCONCENTRAÇÃO, não se fala em duas pessoas jurídicas, apenas uma organização interna dentro de uma; ❑ Determinada entidade vai distribuir competências dentro da mesma pessoa, criando os órgãos. Com essa repartição de competências, espera-se que a prestação de serviços fique mais ágil e eficiente; ❑ Por ser apenas uma forma de organização interna, dentro de uma mesma pessoa jurídica, EXISTE hierarquia e subordinação. Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ❑ Descentralização e Desconcentração – Como decorar? Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel DesCOncentração Cria Órgãos SEM personalidade jurídica DesCEntralização Cria Entidades COM personalidade jurídica Organização da Administração Pública FGV - OAB UNI NAC/OAB/III Exame/2010 É correto afirmar que a desconcentração administrativa ocorre quando um ente político a) cria, mediante lei, órgãos internos em sua própria estrutura para organizar a gestão administrativa. b) cria, por lei específica, uma nova pessoa jurídica de direito público para auxiliar a administração pública direta. c) autoriza a criação, por lei e por prazo indeterminado, de uma nova pessoa jurídica de direito privado para auxiliar a administração pública. d) contrata, mediante concessão de serviço público, por prazo determinado, uma pessoa jurídica de direito público ou privado para desempenhar uma atividade típica da administração pública. Organização da Administração Pública FGV - OAB UNI NAC/OAB/III Exame/2010 É correto afirmar que a desconcentração administrativa ocorre quando um ente político a) cria, mediante lei, órgãos internos em sua própria estrutura para organizar a gestão administrativa. b) cria, por lei específica, uma nova pessoa jurídica de direito público para auxiliar a administração pública direta. c) autoriza a criação, por lei e por prazo indeterminado, de uma nova pessoa jurídica de direito privado para auxiliar a administração pública. d) contrata, mediante concessão de serviço público, por prazo determinado, uma pessoa jurídica de direito público ou privado para desempenhar uma atividade típica da administração pública. ADMINISTRAÇÃO DIRETA ❑ Entende-se por Administração Direta o complexo de órgãos pertencentes à determinada pessoa política; ❑ A execução das atividades na Administração Direta dar-se de forma centralizada; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ADMINISTRAÇÃO DIRETA ❑ Órgãos não possuem capacidade processual; ❑ Exceções: - Mandado de Segurança na defesa de suas prerrogativas e competências. ❑ Classificação dos órgãos: ❑ Estrutura ❑ Simples – não possuem subdivisões. ❑ Compostos – diversos órgão menores. ❑ Atuação funcional ❑ Singulares – decisões dependem de um agente. ❑ Colegiados – decisões tomadas conjuntamente. Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ❑ A Administração Indireta é caracterizada pelo conjunto de pessoas jurídicas, sem autonomia política, que exercem de forma descentralizada determinadas atividades administrativas. ❑ Autarquias; ❑ Empresas Públicas; ❑ Sociedades de Economia Mista; ❑ Fundações Públicas; ❑ Consórcios Públicos (associações públicas), também integram à Administração Pública. Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ❑ Supervisão Ministerial – vínculo da Administração direta com a indireta. ❑ As entidades que fazem parte da Administração Indireta, já citadas anteriormente, devem ser instituídas para atender um finalidade específica. ❑ Criação por meio de lei específica; ❑ Personalidade jurídica própria; ❑ Patrimônio próprio; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ❑ Autarquias ❑ Pessoa jurídica de direito público; ❑ Criada por lei; ❑ Com capacidade de autoadministração; ❑ Desempenha serviço público descentralizado. ❑ Exemplos: INSS, Universidades Federais, Banco Central, DNIT (...); Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ❑ Autarquias ❑ Desenvolvem atividades próprias e típicas de Estado; ❑ Serviço prestado de forma técnica, especializada; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel Organização da Administração Pública FGV - OAB UNI NAC/OAB/VIII Exame/2012 Quanto às pessoas jurídicas que compõem a Administração Indireta, assinale a afirmativa correta. a) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei. b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei. c) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei. d) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas para o exercício de atividades típicas do Estado. Organização da Administração Pública FGV - OAB UNI NAC/OAB/VIII Exame/2012 Quanto às pessoas jurídicas que compõem a Administração Indireta, assinale a afirmativa correta. a) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei. b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei. c) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei. d) As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas para o exercício de atividades típicas do Estado. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ❑ Fundações Públicas ❑ Pessoas jurídicas de direito público ou privado; ❑ Sem fins lucrativos; ❑ Criadas com autorização legislativa; ❑ Para executar atividades que não exijam execução por órgãosou entidades de direito público; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ❑ Fundações Públicas ❑ Autonomia administrativa; ❑ Patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção; ❑ Funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ❑Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas; ❑ Pessoas Jurídicas de Direito Privado; ❑ Criadas por autorização legal, como sociedades anônimas (SEM), cujo controle acionário pertença ao Poder Público ou qualquer tipo empresarial (EP); ❑ Exploram atividades de caráter econômico; ❑ Podem prestar serviços públicos; ❑ Exemplos: Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica Federal; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ❑ Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas; ❑ Constituição Federal: Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; EMPRESAS ESTATAIS ❑ Qual a diferença da empresa pública para a sociedade de economia mista? Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel Traços comuns Traços distintos ▪ Criação e extinção autorizadas por lei. ▪ Personalidade jurídica de direito privado. ▪ Sujeição ao controle estatal. ▪ Derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito público. ▪ Vinculação aos fins definidos na lei instituidora. ▪ Desempenho de atividade de natureza econômica e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos. ▪ Forma de organização (EP = qualquer forma admitida em direito; SEM = sociedade anônima). ▪ Composição do capital (EP = capital público; SEM = capital público e privado). EMPRESAS ESTATAIS ❑ Ambos possuem empregados públicos; ❑ Regime CLT; ❑ Necessário concurso público e tratamento isonômico nas demissões; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel Organização da Administração Pública FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVII Exame/2015 Após autorização em lei, o Estado X constituiu empresa pública para atuação no setor bancário e creditício. Por não possuir, ainda, quadro de pessoal, foi iniciado concurso público com vistas à seleção de 150 empregados, entre economistas, administradores e advogados. A respeito da situação descrita, assinale a afirmativa correta. a) Não é possível a constituição de empresa pública para exploração direta de atividade econômica pelo Estado. b) A lei que autorizou a instituição da empresa pública é, obrigatoriamente, uma lei complementar, por exigência do texto constitucional. c) Após a Constituição de 1988, cabe às empresas públicas a prestação de serviços públicos e às sociedades de economia mista cabe a exploração de atividade econômica. d) A empresa pública que explora atividade econômica sujeita-se ao regime trabalhista próprio das empresas privadas, o que não afasta a exigência de concurso público. Organização da Administração Pública FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVII Exame/2015 Após autorização em lei, o Estado X constituiu empresa pública para atuação no setor bancário e creditício. Por não possuir, ainda, quadro de pessoal, foi iniciado concurso público com vistas à seleção de 150 empregados, entre economistas, administradores e advogados. A respeito da situação descrita, assinale a afirmativa correta. a) Não é possível a constituição de empresa pública para exploração direta de atividade econômica pelo Estado. b) A lei que autorizou a instituição da empresa pública é, obrigatoriamente, uma lei complementar, por exigência do texto constitucional. c) Após a Constituição de 1988, cabe às empresas públicas a prestação de serviços públicos e às sociedades de economia mista cabe a exploração de atividade econômica. d) A empresa pública que explora atividade econômica sujeita-se ao regime trabalhista próprio das empresas privadas, o que não afasta a exigência de concurso público. EMPRESAS ESTATAIS ❑ STF e STJ – Lento processo de “autarquização” das estatais; ❑ Iniciado com a ECT; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel EMPRESAS ESTATAIS Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel O recorrente foi denunciado perante a Justiça comum estadual pela prática de receptação dolosa de uma balança de precisão furtada da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT). (...) Primeiro, note-se que as empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) são dotadas de personalidade jurídica de direito privado, mas possuem regime híbrido, a depender da finalidade da estatal: se presta serviço público ou explora a atividade econômica, predominará o regime público ou o privado. É certo que a ECT é empresa pública, pessoa jurídica de direito privado, prestadora de serviço postal, que, conforme o art. 21, X, da CF/1988, é de natureza pública e essencial, encontrando-se aquela empresa, por isso, sob o domínio do regime público. Ela é mantida pela União e seus bens pertencem a essa mantenedora, consubstanciam propriedade pública e estão integrados à prestação de serviço público. Daí que eles são insusceptíveis de qualquer constrição que afete a continuidade, regularidade e qualidade da prestação do serviço. Nesse contexto, vê-se que é plenamente justificada a tutela a bens, serviços e interesses da União diante do furto de bem pertencente à ECT, razão pela qual se atraiu a competência da Justiça Federal (art. 109, IV, da CF/1988), vista a conexão entre o furto (principal) e a receptação em questão (acessório). Também se acha albergada nessa tutela a incidência da referida majorante, não se podendo falar que foi dada, no caso, uma interpretação extensiva desfavorável ao conceito de bens da União. (...) Precedentes citados do STF: AgRg no RE 393.032-MG, DJe 18/12/2009; RE 398.630-SP, DJ 17/9/2004, e QO na ACO 765-RJ, DJe 4/9/2009. REsp 894.730- RS, Rel. originária Min. Laurita Vaz, Rel. para acórdão Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 17/6/2010. (grifo nosso) EMPRESAS ESTATAIS ❑ O STF também reconheceu alguns direitos a Sociedades de Economia Mista; Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Constitucional. Sociedade de economia mista. Regime de precatório. Possibilidade. Prestação de serviço público próprio do Estado. Natureza não concorrencial. Precedentes. 1. A jurisprudência da Suprema Corte é no sentido da aplicabilidade do regime de precatório às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. 2. A CASAL, sociedade de economia mista prestadora de serviços de abastecimento de água e saneamento no Estado do Alagoas, presta serviço público primário e em regime de exclusividade, o qual corresponde à própria atuação do estado, haja vista não visar à obtenção de lucro e deter capital social majoritariamente estatal. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido. (RE 852302 AgR, Relator(a): Min.DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 15/12/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-037 DIVULG 26-02-2016 PUBLIC 29-02- 2016) EMPRESAS ESTATAIS ❑ Quanto às Estatais: Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel RESUMO Organização da Administração Pública @Prof Igor Maciel Entidade Natureza jurídica Aquisição de personalidade jurídica Autarquia Direito público Vigência da lei criadora Empresas públicas e Sociedades de economia mista Direito privado Registro do ato constitutivo* Fundações Direito público Vigência da lei criadora Direito privado Registro do ato constitutivo* BENS PÚBLICOS @Prof Igor Maciel BENS PÚBLICOS ❑ Artigo 98, Código Civil ❑ Bens da União, Estados, Municípios e respectivas autarquias e fundações. Bens Públicos @Prof Igor Maciel Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. BENS PÚBLICOS Bens Públicos @Prof Igor Maciel Pessoa Jurídica de Direito Público Incluem-se no Conceito União Estados Municípios Distrito Federal e Territórios Autarquia Fundação Pública Não se incluem no Conceito Empresas Públicas Sociedades de Economia Mista BENS PÚBLICOS ❑ Características: ❑ Imprescritibilidade – não se pode adquirir um bem público por usucapião. ❑ Impenhorabilidade – os créditos da Fazenda Pública devem ser satisfeitos através de precatórios. ❑ Não onerabilidade – não podem ser dados em garantia. ❑ Inalienabilidade – bens afetados não podem ser alienados. Bens Públicos @Prof Igor Maciel BENS PÚBLICOS ❑ Classificação: ❑ Bens de uso comum do povo – utilização geral pelos indivíduos Ex: ruas, praças, mares e rios. ❑ Bens de uso especial – destinados à execução de serviços administrativos e dos serviços públicos em geral. Ex: prédios de repartições pública, escolas públicas, hospitais públicos. ❑ Bens dominicais – sem destinação definida. Ex: terras devolutas, prédios públicos desativados. Bens Públicos @Prof Igor Maciel BENS PÚBLICOS Lembrem-se! ❑ Os imóveis públicos não podem ser adquiridos por usucapião. Não há exceções! Bens Públicos @Prof Igor Maciel BENS PÚBLICOS ❑ Alienação ❑ Apenas os bens públicos dominicais podem ser alienados, observando as devidas exigências legais; ❑ Código Civil ❑ As exigências são: demonstração de interesse público, prévia avaliação, licitação e no caso de imóveis, prévia autorização legislativa (Lei 8.666/93, Artigo 17). Bens Públicos @Prof Igor Maciel Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. AFETAÇÃO X DESAFETAÇÃO ❑ Afetação – destinação de um bem público à finalidade pública, determinando bem de uso comum do povo ou bem de uso especial; ❑ Desafetação – fato administrativo que retira o destino público, deixando o bem de servir a uma finalidade pública. ❑ E os bens das estatais? Bens Públicos @Prof Igor Maciel EMPRESAS ESTATAIS ❑ Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas; ❑ Pessoas Jurídicas de Direito Privado; ❑ Bens Privados – Não se aplica o regime dos bens públicos; ❑ Constituição Federal: Bens Públicos @Prof Igor Maciel Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; EMPRESAS ESTATAIS ❑ STF e STJ – Lento processo de “autarquização” das estatais; ❑ Iniciado com a ECT; Bens Públicos @Prof Igor Maciel EMPRESAS ESTATAIS ❑ O STF também reconheceu alguns direitos a Sociedades de Economia Mista; Bens Públicos @Prof Igor Maciel EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Constitucional. Sociedade de economia mista. Regime de precatório. Possibilidade. Prestação de serviço público próprio do Estado. Natureza não concorrencial. Precedentes. 1. A jurisprudência da Suprema Corte é no sentido da aplicabilidade do regime de precatório às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. 2. A CASAL, sociedade de economia mista prestadora de serviços de abastecimento de água e saneamento no Estado do Alagoas, presta serviço público primário e em regime de exclusividade, o qual corresponde à própria atuação do estado, haja vista não visar à obtenção de lucro e deter capital social majoritariamente estatal. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido. (RE 852302 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 15/12/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-037 DIVULG 26-02-2016 PUBLIC 29-02- 2016) EMPRESAS ESTATAIS ❑ Os bens das estatais estão afetados a um serviço público? ❑ Regime jurídico de bens públicos; ❑ Aplica-se a impenhorabilidade; Bens Públicos @Prof Igor Maciel UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑ A Administração pode outorgar a determinados particulares o uso privativo dos bens públicos, independente da categoria a que pertençam; ❑ Juízo de conveniência e oportunidade do Administrador; ❑ Artigo 103, Código Civil: ❑ Quais os instrumentos utilizados pela Administração? Bens Públicos @Prof Igor Maciel Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Autorização de uso de bem público; ❑ Ato administrativo que consente ao particular a utilização de bem público de modo privativo; ❑ Atendimento ao interesse privado; ❑ Ato discricionário e precário; ❑ Revogável sem direito de indenização; ❑ Desnecessidade de licitação; Bens Públicos @Prof Igor Maciel UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Autorização de uso de bem público; Bens Públicos @Prof Igor Maciel Ato Discricionário Precário Sem prazo de duração Sem prévia licitação Revogável a qualquer tempo sem indenização UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Permissão de uso de bem público; ❑ Ato unilateral, discricionário e precário. ❑ Autoriza ao individuo a utilização privada do bem público; ❑ Atende ao interesse público e privado; ❑ Revogável a qualquer tempo sem indenização ao particular; Bens Públicos @Prof Igor Maciel UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Permissão de uso de bem público; Bens Públicos @Prof Igor Maciel Ato Discricionário Precário Sem prazo de duração Necessária prévia licitação, apesar de se um ato administrativo Revogável a qualquer tempo sem indenização UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Concessão de uso de bem público; ❑ Contrato administrativo; ❑ Confere a pessoa determinada o uso privativo de bem público; ❑ Revogável a qualquer tempo; ❑ Possível indenização ao particular; ❑ Pode ser gratuita ou remunerada. Bens Públicos @Prof Igor Maciel UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Concessão de uso de bem público; Bens Públicos @Prof Igor Maciel Contrato Administrativo Não Precário Com prazo de duração Necessária prévia licitação Rescisão nas hipóteses legais com indenização (se a causa não for imputada ao concessionário)UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Concessão de Direito real de uso; ❑ Direito de natureza real; ❑ Para Carvalho Filho: Bens Públicos @Prof Igor Maciel Concessão de direito real de uso é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público confere ao particular o direito real resolúvel de uso de terreno público ou sobre o espaço aéreo que o recobre, para os fins que, prévia e determinantemente, o justificaram. UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Concessão de Direito real de uso; ❑ Exclusivo para a União e está previsto no DL 271/67: Bens Públicos @Prof Igor Maciel Art. 7o É instituída a concessão de uso de terrenos públicos ou particulares remunerada ou gratuita, por tempo certo ou indeterminado, como direito real resolúvel, para fins específicos de regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas. (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007) UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Concessão de Uso Especial para fins de moradia; ❑ Previsto no Estatuto das Cidades; ❑ Objetivo de Regularização Fundiária; ❑ Concessão de terrenos públicos a pessoas de baixa renda, já que não possuem direito a adquirir a propriedade por usucapião; Bens Públicos @Prof Igor Maciel UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS ❑Concessão de Uso Especial para fins de moradia; ❑ Previsto na MP 2.220/2001: Bens Públicos @Prof Igor Maciel Art. 1º Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público situado em área com características e finalidade urbana, e que o utilize para sua moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. § 1o A concessão de uso especial para fins de moradia será conferida de forma gratuita ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo concessionário mais de uma vez. § 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, na posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. OCUPAÇÃO IRREGULAR DE BEM PÚBLICO ❑ Particular ocupa irregularmente bem público; ❑ Se o poder público retira particular que ocupa imóvel público irregularmente, caberá direito a indenização por benfeitorias realizadas? ❑ Código Civil, artigo 1.219: Bens Públicos @Prof Igor Maciel Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. OCUPAÇÃO IRREGULAR DE BEM PÚBLICO ❑ Para o STJ, contudo: Bens Públicos @Prof Igor Maciel nos casos em que o bem público foi ocupado irregularmente, a pessoa não tem direito de ser indenizada pelas acessões feitas, assim como não tem direito à retenção pelas benfeitorias realizadas, mesmo que fique provado que estava de boa-fé. OCUPAÇÃO IRREGULAR DE BEM PÚBLICO ❑ A ocupação irregular de bem público não pode ser caracterizada como posse, mas mera detenção; ❑ Natureza precária; ❑ Possuidor é aquele que exerce de fato algum dos poderes inerentes à propriedade (artigo 1.196, Código Civil), sendo a posse adquirida desde o momento em que se torna possível o exercício em nome próprio destes poderes (artigo 1.204, Código Civil). Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Bens Públicos @Prof Igor Maciel OCUPAÇÃO IRREGULAR DE BEM PÚBLICO ❑ Apenas pode ser reconhecida a posse a quem se comporta como proprietário do bem; ❑ Contudo, os bens públicos jamais serão adquiridos por usucapião; Bens Públicos @Prof Igor Maciel Artigo 183. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Artigo 191. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.’ Código Civil Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. OCUPAÇÃO IRREGULAR DE BEM PÚBLICO ❑ É característica dos bens públicos a imprescritibilidade; ❑ O particular não se comporta como posseiro pois jamais obterá a propriedade; ❑ Assim, a ocupação de área pública, quando irregular, não pode ser reconhecida como posse, mas como mera detenção, eis que seu titular não exerce quaisquer dos poderes inerentes à propriedade; Bens Públicos @Prof Igor Maciel Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. OCUPAÇÃO IRREGULAR DE BEM PÚBLICO ❑ Poderá o ente público proceder à desocupação do bem ocupado pelo particular irregularmente instalado independentemente o pagamento de qualquer benfeitoria feita no imóvel; ❑ Não enseja enriquecimento sem causa (administração terá um custo para demolir); ❑ Eventual omissão do governante não pode afastar a aplicação da norma legal, devendo ensejar a responsabilização dos agentes públicos e não a aquisição de direitos por parte dos particulares; Bens Públicos @Prof Igor Maciel OCUPAÇÃO IRREGULAR DE BEM PÚBLICO ❑ Segundo o STJ: Bens Públicos @Prof Igor Maciel PROCESSUAL E ADMINISTRATIVO. OMISSÃO. VÍCIO NÃO CONFIGURADO. BEM PÚBLICO. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. OCUPAÇÃO IRREGULAR. INDENIZAÇÃO POR MELHORIAS. DESCABIMENTO. 1. Não há violação do art. 535 do CPC/1973 quando o acórdão recorrido fundamenta claramente seu posicionamento de modo a prestar a jurisdição que lhe foi postulada. 2. A ocupação irregular de imóvel público, que caracteriza simples detenção, e não posse, não gera direito à indenização de supostas melhorias executadas no bem. Precedentes. 3. Recurso especial provido em parte. (REsp 1403126/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/09/2017, DJe 29/09/2017) INTERVALO @ Prof. Igor Maciel Igor Maciel Advogado. Mestre em Direito pelo UNICEUB/DF. profigormaciel@gmail.com @ Prof Igor Maciel RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel RESPONSABILIDADE CIVIL ❑ Responsabilidade Civil Objetiva x Responsabilidade Civil Subjetiva (diferenças); ❑ Teoria do Risco Administrativo X Teoria do Risco Integral ❑ Estado poderá alegar causas de redução ou exclusão de sua responsabilidade; ❑ Responsabilidade Civil Objetiva; Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel RESPONSABILIDADE CIVILConstituição Federal Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Código Civil Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Responsabilidade Civil @Prof IgorMaciel Item Verdadeiro. CESPE – PGE/AM - 2016 Acerca de direitos da personalidade, responsabilidade civil objetiva e prova de fato jurídico, julgue o item seguinte. A teoria da responsabilidade civil objetiva aplica-se a atos ilícitos praticados por agentes de autarquias estaduais. Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel Item Verdadeiro. CESPE – PGM/FOR - 2017 A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o item. Situação hipotética: Um veículo particular, ao transpassar indevidamente um sinal vermelho, colidiu com veículo oficial da Procuradoria-Geral do Município de Fortaleza, que trafegava na contramão. Assertiva: Nessa situação, não existe a responsabilização integral do Estado, pois a culpa concorrente atenua o quantum indenizatório. Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO LÍCITO ❑ Possível; ❑ Dano precisa ser anormal e específico; ❑ Exceder o limite do razoável; Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel ATOS COMISSIVOS X OMISSIVOS ❑ Responsabilidade Civil Subjetiva; ❑ Exceções? ❑ Dever de guarda; ❑ Presídio, Hospitais Psiquiátricos, Creches; ❑ Suicídio, assassinato, lesões; Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel ESTADO X PRESÍDIO ❑ Deve o Estado indenizar o presidiário sujeito a condições degradantes? ❑ Tradicionalmente, não; ❑ Contraditório; ❑ Opinião do STJ; Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel ESTADO X PRESÍDIO Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel Responsabilidade civil do Estado: superpopulação carcerária e dever de indenizar – 4 Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 16.2.2017. (RE-580252) PRESTADORES DE SERVIÇOS PÚBLICOS ❑ Responsabilidade objetiva; ❑ E se o particular não for usuário do serviço? ❑ Exemplos: Choque, Atropelado por motorista de ônibus; Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel Constituição Federal Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. PRESTADORES DE SERVIÇOS PÚBLICOS Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se orienta no sentido de que as pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviço público, respondem objetivamente pelos prejuízos que causarem a terceiros usuários e não usuários do serviço. VÍTIMA E AÇÃO CONTRA O AGENTE ❑ De acordo com o artigo 37, parágrafo 6º, da CF: ❑ Responsabilidade Civil do Agente: subjetiva; ❑ STF e a dupla garantia; Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel Constituição Federal Artigo 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. VÍTIMA E AÇÃO CONTRA O AGENTE STF e dupla garantia: Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel a) Uma em favor do particular lesado, considerando que a Constituição assegurou que ele poderá ajuizar ação de indenização contra o Estado sem ter que provara eventual conduta culposa ou dolosa do agente público; b) Já a segunda garantia é em favor do agente que causou o dano, visto que o artigo 37, parágrafo 6o, implicitamente teria afirmado que a vítima não poderá ajuizar a ação diretamente contra o servidor público que praticou o ato. Este só seria responsabilizado em caso de eventual ação regressiva após o Estado ter ressarcido o dano ao ofendido; Gabarito letra D. FGV/OAB XIX EXAME - 2016 Um paciente de um hospital psiquiátrico estadual conseguiu fugir da instituição em que estava internado, ao aproveitar um momento em que os servidores de plantão largaram seus postos para acompanhar um jogo de futebol na televisão. Na fuga, ao pular de um viaduto próximo ao hospital, sofreu uma queda e, em razão dos ferimentos, veio a falecer. Nesse caso, a) o Estado não responde pela morte do paciente, uma vez que não configurado o nexo de causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano. b) o Estado responde de forma subjetiva, uma vez que não configurado o nexo de causalidade entre a ação ou omissão estatal e o dano. c) o Estado não responde pela morte do paciente, mas, caso comprovada a negligência dos servidores, estes respondem de forma subjetiva. d) o Estado responde pela morte do paciente, garantido o direito de regresso contra os servidores no caso de dolo ou culpa. Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel Gabarito letra D. FGV/OAB XXI EXAME - 2016 José, acusado por estupro de menores, foi condenado e preso em decorrência da execução de sentença penal transitada em julgado. Logo após seu recolhimento ao estabelecimento prisional, porém, foi assassinado por um colega de cela. Acerca da responsabilidade civil do Estado pelo fato ocorrido no estabelecimento prisional, assinale a afirmativa correta. a) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque está presente o fato exclusivo de terceiro, que rompe o nexo de causalidade, independentemente da possibilidade de o Estado atuar para evitar o dano. b) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque não existe a causalidade necessária entre a conduta de agentes do Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal. c) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque o ordenamento jurídico brasileiro adota, na matéria, a teoria do risco integral. d) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque o poder público tem o dever jurídico de proteger as pessoas submetidas à custódia de seus agentes e estabelecimentos. @Prof Igor Maciel Gabarito letra B. FGV/OAB I EXAME - 2010 Manoel estava no interior de um ônibus da concessionária de serviço público municipal, empresa não integrante da administração pública, quando o veículo derrapou em uma curva e capotou. Em razão desse acidente, Manoel sofreu dano material e moral. Nessa situação hipotética, a responsabilidade será a) objetiva e da concessionária, com prazo de prescrição de cinco anos, conforme previsto em lei especial. b) subjetiva e da concessionária, com prazo de prescrição de cinco anos, conforme previsto no Código Civil. c) objetiva e do município, com prazo prescricional de três anos, conforme previsto em lei especial. d) subjetiva e do município, com prazo prescricional de três anos, conforme previsto no Código Civil. Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel Gabarito letra B. FGV/OAB VI EXAME - 2011 Ambulância do Corpo de Bombeiros envolveu-se em acidente de trânsito com automóvel dirigido por particular, que trafegava na mão contrária de direção. No acidente, o motorista do automóvel sofreu grave lesão, comprometendo a mobilidade de um dos membros superiores. Nesse caso, é correto afirmar que a) existe responsabilidade objetiva do Estado em decorrência da prática de ato ilícito, pois há nexo causal entre o dano sofrido pelo particular e a conduta do agente público. b) nãohaverá o dever de indenizar se ficar configurada a culpa exclusiva da vítima, que dirigia na contramão, excluindo a responsabilidade do Estado. c) não se cogita de responsabilidade objetiva do Estado porque não houve a chamada culpa ou falha do serviço. E, de todo modo, a indenização do particular, se cabível, ficaria restrita aos danos materiais, pois o Estado não responde por danos morais. d) está plenamente caracterizada a responsabilidade civil do Estado, que se fundamenta na teoria do risco integral. Responsabilidade Civil @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Brasileiros e Estrangeiros ❑ Todo brasileiro nato ou naturalizado poderá ter acesso aos cargos públicos; ❑ Os estrangeiros na forma da lei também poderão; ❑ Existem cargos privativos de brasileiros natos (Presidente, Vice Presidente, Ministro do STF, Ministro da Defesa, dentre outros – artigo 12, parágrafo 3º, CF); AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Requisitos de acesso aos cargos públicos ❑ Requisitos previstos em lei; CF. Art. 37. II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Requisitos de acesso aos cargos públicos ❑ Requisitos previstos em lei; ❑ O edital do concurso deve conter apenas exigências previstas em lei; ❑ Não pode a Administração impor restrições com base apenas em atos infralegais; STF, Súmula 14 - Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Requisitos de acesso aos cargos públicos ❑ Possível estabelecer limite de idade em concurso público? ❑ Sim, desde que se justifique pela natureza do cargo (policial militar, por exemplo); ❑ Necessária previsão em lei e não apenas no edital; Súmula 683 – STF – O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Requisitos de acesso aos cargos públicos ❑ E em que momento deve se comprovado o requisito idade? Na inscrição do concurso ou na posse? Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 7.6.2017. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. LIMITE DE IDADE. PREVISÃO EM LEI. MOMENTO DA COMPROVAÇÃO. INSCRIÇÃO NO CERTAME. 1. A idade estabelecida em lei e no edital do certame deve ser comprovada no momento da inscrição no concurso. 2. Agravo regimental a que se nega provimento, com previsão de aplicação da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC. Inaplicável o artigo 85, § 11, CPC, porquanto não houve fixação de honorários anteriormente. (ARE 979284 AgR, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Segunda Turma, julgado em 16/10/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-247 DIVULG 26-10-2017 PUBLIC 27-10-2017) AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Requisitos de acesso aos cargos públicos ❑ E os demais requisitos para investidura no cargo? Súmula 266 – STJ - O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Requisitos de acesso aos cargos públicos ❑ E limite de altura de candidatos, pode ser cobrado em concursos? ❑ Sim, desde que haja previsão em lei e no edital (STF – RE 640.284); AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Requisitos de acesso aos cargos públicos ❑ E o exame psicotécnico? Pode ser cobrado em concursos? ❑ Sim, desde que haja previsão em lei; Súmula Vinculante 44 – STF - Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Requisitos de acesso aos cargos públicos ❑ Edital do concurso – Lei entre as partes; ❑ Edital pode ser alterado após a publicação? ❑ Não, por agredir o princípio da impessoalidade (aumentar a restrição ou facilitar o acesso); AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Requisitos de acesso aos cargos públicos MANDADO DE SEGURANÇA. PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. CONCURSO PARA A MAGISTRATURA DO ESTADO DO PIAUÍ. CRITÉRIOS DE CONVOCAÇÃO PARA AS PROVAS ORAIS. ALTERAÇÃO DO EDITAL NO CURSO DO PROCESSO DE SELEÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA. (...) 2. Após a publicação do edital e no curso do certame, só se admite a alteração das regras do concurso se houver modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira. Precedentes. (RE 318.106, rel. min. Ellen Gracie, DJ 18.11.2005). (...) 4. A pretensão de alteração das regras do edital é medida que afronta o princípio da moralidade e da impessoalidade, pois não se pode permitir que haja, no curso de determinado processo de seleção, ainda que de forma velada, escolha direcionada dos candidatos habilitados às provas orais, especialmente quando já concluída a fase das provas escritas subjetivas e divulgadas as notas provisórias de todos os candidatos. (MS 27160, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2008, DJe-043 DIVULG 05-03-2009 PUBLIC 06-03-2009 EMENT VOL-02351-02 PP-00285 RSJADV maio, 2009, p. 41-46) AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVII EXAME/2015 O Estado X publicou edital de concurso público de provas e títulos para o cargo de analista administrativo. O edital prevê a realização de uma primeira fase, com questões objetivas, e de uma segunda fase com questões discursivas, e que os 100 (cem) candidatos mais bem classificados na primeira fase avançariam para a realização da segunda fase. No entanto, após a divulgação dos resultados da primeira fase, é publicado um edital complementar estabelecendo que os 200 (duzentos) candidatos mais bem classificados avançariam à segunda fase e prevendo uma nova forma de composição da pontuação global. Nesse caso, AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel FGV - OAB UNI NAC/OAB/XVII EXAME/2015 a) a alteração não é válida, por ofensa ao princípio da impessoalidade, advindo da adoção de novos critérios de pontuação e da ampliação do número de candidatos na segunda fase. b) a alteração é válida, pois a aprovação de mais candidatos na primeira fase não gera prejuízo aos candidatos e ainda permite que mais interessados realizem a prova de segunda fase. c) a alteração não é válida, porque o edital de um concurso público não pode conter cláusulas ambíguas. d) a alteração é válida, pois foi observada a exigência de provimento dos cargos mediante concurso público de provas e títulos. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel Letra A. ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Concurso Público, prazo de validade e ordem de classificação ❑ Segundo o artigo 37, da CF: III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, nacarreira; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Concurso Público, prazo de validade e ordem de classificação ❑ Candidato aprovado dentro do número de vagas do edital, possui direito subjetivo a ser nomeado; ❑ Em que prazo? ❑ Durante o prazo de validade do concurso; ❑ Ato discricionário do administrador dentro daquele prazo; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Concurso Público, prazo de validade e ordem de classificação ❑ Candidato aprovado fora do número de vagas do edital, possui mera expectativa de direito a ser nomeado; ❑ Não possui este candidato direito subjetivo a ser nomeado; ❑ Existindo quebra na ordem de classificação, surge o direito do candidato preterido; Súmula 15 – STF - Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Concurso Público, prazo de validade e ordem de classificação ❑ Além disso, terá direito subjetivo também o candidato aprovado quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima; ❑ Realização de novo concurso com certame anterior ainda vigente; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel FGV - OAB UNI NAC/OAB/XX EXAME/2016 Apolônio foi aprovado em concurso público para o provimento do cargo de auditor fiscal da receita federal, alcançando a sexta colocação na classificação geral. O edital prevê a existência de cinco vagas, a serem preenchidas ao longo do prazo de validade do concurso, que é de dois anos, prorrogável por igual período. Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta. a) Apolônio tem direito subjetivo a ser nomeado para o cargo em questão. b) A prorrogação do prazo de validade do concurso público é ato discricionário da administração. c) O prazo de validade estabelecido para o concurso viola os limites estabelecidos na Constituição da República. d) Caso venha a ser investido no cargo, Apolônio se submeterá ao regime celetista até que se expire o prazo de validade do concurso. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel Letra B. ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Concurso Público, prazo de validade e ordem de classificação ❑ No exemplo da questão, se o 5º colocado fosse nomeado e desistisse da vaga? ❑ Haveria direito subjetivo à nomeação do 6º colocado? ❑ Sim; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Concurso Público, prazo de validade e ordem de classificação ❑ Para o STJ: (...) 2. Ademais, o entendimento dessa Corte é de que o candidato inicialmente aprovado em colocação além do número de vagas previstas no edital, tem direito subjetivo a nomeação ante a desistência de candidato classificado dentro do número de vagas previsto, que permita a inclusão do candidato excedente seguinte nesse rol. (...) (AgInt no REsp 1576096/DF, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/02/2018, DJe 08/03/2018) AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Reserva de Vagas para Deficientes ❑ De acordo com o artigo 37, da CF: VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Reserva de Vagas para Deficientes ❑ Deficientes farão o concurso público normalmente; ❑ Um percentual das vagas será aos deficientes destinados; ❑ O STF exige a reserva de vagas, ainda que se trate de um cargo que, em tese, não seria possível de ser exercido por um deficiente; Súmula 377 – STJ - O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargos em comissão ❑ Exercício de funções de chefia, direção e assessoramento; ❑ Ocupados em caráter provisório; ❑ Podem ser preenchidos por qualquer pessoa, independentemente de concurso público. ❑ Escolha baseada na confiança; ❑ Cargos de livre nomeação e exoneração; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargos em comissão Artigo 37, CF: V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargos em comissão ❑ Nepotismo – o que é? ❑ É possível? ❑ Qual o fundamento para a proibição? Princípio da moralidade; ❑ Não exige lei formal para tanto; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargos em comissão Súmula Vinculante 13 – STF - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargos em comissão ❑ Para o STF, vedado também o nepotismo cruzado; Ao se editar a Súmula Vinculante nº 13, embora não se tenha pretendido esgotar todas as possibilidades de configuração de nepotismo na Administração Pública, erigiram-se critérios objetivos de conformação, a saber: i) ajuste mediante designações recíprocas, quando inexistente a relação de parentesco entre a autoridade nomeante e o ocupante do cargo de provimento em comissão ou função comissionada; ii) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e a autoridade nomeante; iii) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e o ocupante de cargo de direção, chefia ou assessoramento a quem estiver subordinada e iv) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e a autoridade que exerce ascendência hierárquica ou funcional sobre a autoridade nomeante. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargos em comissão ❑ Apenas será vedada a nomeação de parentes se a pessoa puder influenciar objetivamente na escolha; ❑ Ex: Copeira que pede a nomeação da filha como assessora; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargos em comissão EMENTA Constitucional e Administrativo. Súmula Vinculante nº 13. Ausência de configuração objetiva de nepotismo. Reclamação julgada improcedente. Liminar anteriormente deferida cassada. (...). 2. Em sede reclamatória, com fundamento na SV nº 13, é imprescindível a perquirição de projeção funcional ou hierárquica do agente político ou do servidor público de referência no processo de seleção para fins de configuração objetiva de nepotismo na contratação de pessoa com relação de parentesco com ocupante de cargo de direção, chefia ou assessoramento no mesmo órgão, salvo ajuste mediante designações recíprocas. 3. Reclamação julgada improcedente. Cassada a liminar anteriormente deferida. (Rcl 18564, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Relator(a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgadoem 23/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 02-08-2016 PUBLIC 03-08-2016) AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargos em comissão ❑ SV 13 - Não se aplica a cargos de provimento efetivo; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACESSIBILIDADE AOS CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargos em comissão EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. INCISO VI DO ART. 32 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. SERVIDOR PÚBLICO. NEPOTISMO. VEDAÇÃO AO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES SOB A DIREÇÃO IMEDIATA DE CÔNJUGE OU PARENTE ATÉ O SEGUNDO GRAU CIVIL. VIOLAÇÃO AO INCISO II DO ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. INEXISTÊNCIA. PROIBIÇÃO QUE DECORRE DO CAPUT DO ART. 37 DA CF. PROCEDÊNCIA PARCIAL PARA EMPRESTAR INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO. INCIDÊNCIA EXCLUSIVA SOBRE CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO, FUNÇÃO GRATIFICADA E CARGOS E DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO. (ADI 524, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 20/05/2015, DJe-151 DIVULG 31-07-2015 PUBLIC 03-08- 2015 EMENT VOL-03992-01 PP-00001) AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS ❑ Acumulação de Cargos Públicos ❑ Regra: Vedada, inclusive quanto à aposentadoria; ❑ Há exceções? ❑ Sim. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS ❑ Vedada apenas a acumulação remunerada de cargos públicos; ❑ Para Carvalho Filho, o intuito da regra é não prejudicar a eficiência dos servidores: em virtude da ampliação das hipóteses de vedação não mais poderão subsistir eventuais situações de acúmulo anteriormente permitidas, sendo incabível a alegação de direito adquirido por se tratar de situação jurídica com efeitos protraídos no tempo. A regra constitucional tem aplicabilidade imediata. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS ❑ Exceção: Compatibilidade de Horários; a) Dois cargos de professor; b) Um cargo de professor e outro técnico ou científico; c) Dois cargos de profissionais de saúde. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS ❑ Exceção: Compatibilidade de Horários; CF, artigo 37. XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS ❑ Exceção: Compatibilidade de Horários; CF, artigo 37. XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS ❑ Cargo privativo de saúde não alcança servidores de áreas administrativas que estejam lotados em órgãos onde se presta serviço de saúde, como hospitais, clínicas e ambulatórios; ❑ Apenas médicos, enfermeiros, odontólogos; ❑ E o que seriam os cargos técnicos ou científicos? ❑ Seriam apenas os cargos de nível superior? AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS ❑ Para Carvalho Filho: Cargos técnicos são os que indicam a aquisição de conhecimentos técnicos e práticos necessários ao exercício das respectivas funções. Já os cargos científicos dependem de conhecimentos específicos sobre determinado ramo científico. Normalmente, tal gama de conhecimento é obtida em nível superior; essa exigência, porém, nem sempre está presente, sobretudo para os cargos técnicos. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS ❑ Para o STJ: 1. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria de servidores civis ou militares com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os acumuláveis na atividade, os cargos eletivos ou em comissão, segundo o art. 37, § 10, da Constituição Federal. 2. O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que cargo técnico ou científico, para fins de acumulação com o de professor, nos termos do art. 37, XVII, da Lei Fundamental, é aquele para cujo exercício sejam exigidos conhecimentos técnicos específicos e habilitação legal, não necessariamente de nível superior. (...) (RMS 20.033/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 15/02/2007, DJ 12/03/2007, p. 261) AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel FGV - OAB UNI NAC/OAB/IX EXAME/2012 Orlando, advogado de uma empresa pública federal há quase 10 anos, resolve prestar concurso público para Fiscal de ISS de um município. Caso seja aprovado, Orlando deverá adotar o seguinte procedimento: a) Poderá cumular o emprego com o cargo na administração municipal e tal cumulação não estará sujeita ao limite remuneratório constitucional. b) Poderá cumular o emprego com o cargo na administração municipal, mas tal cumulação estará sujeita ao limite remuneratório constitucional. c) Não poderá cumular o emprego e o cargo, uma vez que tal cumulação somente seria permitida caso houvesse compatibilidade de horários. d) Não poderá cumular o emprego e o cargo, mesmo em se tratando de um ente federal e de um município. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel FGV - OAB UNI NAC/OAB/IX EXAME/2012 Orlando, advogado de uma empresa pública federal há quase 10 anos, resolve prestar concurso público para Fiscal de ISS de um município. Caso seja aprovado, Orlando deverá adotar o seguinte procedimento: a) Poderá cumular o emprego com o cargo na administração municipal e tal cumulação não estará sujeita ao limite remuneratório constitucional. b) Poderá cumular o emprego com o cargo na administração municipal, mas tal cumulação estará sujeita ao limite remuneratório constitucional. c) Não poderá cumular o emprego e o cargo, uma vez que tal cumulação somente seria permitida caso houvesse compatibilidade de horários. d) Não poderá cumular o emprego e o cargo, mesmo em se tratando de um ente federal e de um município. AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel TETO REMUNERATÓRIO ❑ E se a cumulação for permitida? ❑ Como deve ser analisada a remuneração para fins de teto remuneratório? ❑ Objetivo: evitar supersalários; ❑ A análise deve ser feita de forma global ou individual? AGENTES PÚBLICOS @Prof Igor Maciel PODER DE POLÍCIA Poder de Polícia @Prof Igor Maciel PODER DE POLÍCIA ❑ Conceito ❑ Faculdade que a Administração Pública tem para condicionar ou restringir o uso de bens, o exercício de direitos e a prática de atividades privadas, com o intuito de proteger interesses gerais da coletividade. ❑ Supremacia do interesse público. Poder de Polícia @Prof Igor Maciel PODER DE POLÍCIA ❑ Espécies ❑ Preventivo – particular necessita de anuência prévia da Administração para utilizar determinados bens ou exercer determinadas atividades que possam interferir na coletividade. Exemplos: Licença (ato vinculado e definitivo) e autorização (ato discricionário e precário). ❑ Repressivo – diz respeito à aplicação de sanções administrativas à particulares pelo descumprimento de normas de ordem pública. Exemplos: Multas administrativas, interdição de estabelecimentos comerciais, suspensão do exercício de direitos, demolição de construções, apreensão de mercadorias. Poder de Polícia @Prof Igor Maciel PODERDE POLÍCIA ❑ Atributos ❑ Discricionariedade ❑ Pode o Administrador escolher uma dentro das sanções possíveis; ❑ Autoexecutoriedade e Coercibilidade; ❑ Pode a Adminsitração executar diretamente, sem necessidade de recorrer ao Judiciário; ❑ Exemplos: interdição de estabelecimentos, apreensão de mercadorias; Poder de Polícia @Prof Igor Maciel PODER DE POLÍCIA ❑ Possível a delegação do poder de polícia? ❑ Para o STJ, existem 4 ciclos do Poder de Polícia. Estes ficam evidentes no Código de Trânsito Brasileiro: i. Legislação ou ordem – Legislação que disciplina o trânsito (CTB); ii. Consentimento – anuência prévia da Administração (verificação e entrega de carteiras de motorista, por exemplo); iii. Fiscalização – verificação de cumprimento da legislação (radares de trânsito); iv. Sanção – aplicação de medida repressiva (aplicação e julgamento das multas); Poder de Polícia @Prof Igor Maciel PODER DE POLÍCIA ❑ Possível a delegação do poder de polícia? ❑ Possível delegar→ consentimento e fiscalização; ❑ Não é possível delegar→ legislação e sanção; Poder de Polícia @Prof Igor Maciel PODER DE POLÍCIA ❑ Para o STJ: ❑ ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA APLICADA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE. 2. No que tange ao mérito, convém assinalar que, em sentido amplo, poder de polícia pode ser conceituado como o dever estatal de limitar-se o exercício da propriedade e da liberdade em favor do interesse público. A controvérsia em debate é a possibilidade de exercício do poder de polícia por particulares (no caso, aplicação de multas de trânsito por sociedade de economia mista). 3. As atividades que envolvem a consecução do poder de polícia podem ser sumariamente divididas em quatro grupo, a saber: (i) legislação, (ii) consentimento, (iii) fiscalização e (iv) sanção. 4. No âmbito da limitação do exercício da propriedade e da liberdade no trânsito, esses grupos ficam bem definidos: o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da carteira corporifica a vontade o Poder Público (consentimento); a Administração instala equipamentos eletrônicos para verificar se há respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e também a Administração sanciona aquele que não guarda observância ao CTB (sanção). Poder de Polícia @Prof Igor Maciel PODER DE POLÍCIA ❑ Para o STJ: 5. Somente o atos relativos ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público. 6. No que tange aos atos de sanção, o bom desenvolvimento por particulares estaria, inclusive, comprometido pela busca do lucro - aplicação de multas para aumentar a arrecadação. 7. Recurso especial provido. (REsp 817.534/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/11/2009, DJe 10/12/2009) Poder de Polícia @Prof Igor Maciel OBRIGADO Prof. Igor Maciel Igor Maciel Advogado. Mestre em Direito pelo UNICEUB/DF. profigormaciel@gmail.com @ Prof Igor Maciel
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