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Aula-GeneticadoCancer-Odonto

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Biologia Molecular do 
Câncer 
Universidade de Uberaba 
 
 
Profa. Mariana Ávila 
Histórico da oncologia 
 Há registros de sua existência desde a Pré-História 
 CA ósseo em fósseis 
 Hipócrates, 400 a.C.  termos "carcinos" para 
descrever certos tipos de tumores 
 CA como doença celular 
 Virchow – século XIX  “Toda célula se origina de 
outra célula pré-existente” 
 Watson e Crick – século XX  DNA 
2 
O que é o câncer? 
 Tumor, neoplasia 
 Grego, neo = novo; plasis = formação 
Tumores 
Neoplasias 
Cânceres 
Neoplásicos 
Não neoplásicos (inflamação, hematomas, etc.) 
Neoplasias benignas 
Neoplasias malignas 
3 
INCA 
Conjunto de doenças que têm 
em comum o crescimento 
desordenado (maligno) de 
células que invadem os tecidos e 
órgãos, com capacidade de 
invadir (metástase) outras 
estruturas orgânicas 
EPIDEMIOLOGIA 
Epidemiologia 
 90-95% de todos os cânceres são esporádicos 
 5-10% são herdados 
 INCA (Instituto Nacional do Câncer): 
 60% a 90%  fatores ambientais 
 30%  não é possível identificar agentes causadores 
 Origem ocupacional: 4% a 40% dos cânceres 
 IARC – Ramos de risco: 
 Indústria do alumínio 
 Indústria de Móveis e Marcenaria 
 Tratamento do couro 
 Fundição de ferro e aço 
 Indústria da borracha 
5 
Epidemiologia 
Momentos 
diferentes... 
Doenças 
diferentes... 
População pediátrica 
 “Tumores do 
desenvolvimento” 
 Neoplasias embrionárias, 
hematopoiéticas, etc. 
População adulta 
 “Tumores da agressão 
crônica” 
 Predomínio de 
neoplasias epiteliais 
6 
Estimativa 
2008/2009 
9890 novos casos >455 mil novos casos 
Incidência 
7 
Mortalidade – Brasil 
8 
 2005  7,6 milhões de mortes no mundo (13% 
do total) 
 70% em países de média ou baixa renda 
Representação espacial das taxas brutas de mortalidade por todas as neoplasias, por 100 mil indivíduos, 
nas Unidades da Federação, em 2007 
Câncer de Pele 
Câncer Cavidade Oral 
13 
Introdução 
 
 Tumores de cavidade oral são de fácil 
diagnóstico, todavia a mortalidade é alta; 
 Mortalidade ao redor de 50% aos cinco 
anos; 
 Podem deixar seqüelas graves, estéticas 
ou funcionais, devido ao tratamento; 
 Fundamental o diagnóstico precoce e a 
prevenção. 
 
Epidemiologia 
 Alta incidência em todo o mundo; 
 Está entre a 4ª e a 8ª posição entre os cânceres 
mais freqüentes, conforme cada país; 
 Índia e alguns países asiáticos, cerca de 18 casos 
novos para cada 100.000 habitantes; 
 Europa – cerca de 5/100.000 
 Brasil, aproxima-se de 17 casos novos por ano a 
cada 100.000 habitantes; 
 Mais freqüente na 6ª década de vida e no sexo 
masculino (3:1); 
 
 
 
Etiologia 
Os principais fatores de risco são: 
 Tabagismo 
○ Fator etiológico mais importante; 
○ Cerca de 90% dos pacientes com câncer de boca; 
○ Carcinógeno principal – benzopireno; 
○ Promove alteração nas células, causando uma displasia 
que pode evoluir para carcinoma in situ. 
 Etilismo 
○ Associação sinérgica com tabagismo; 
○ Agente co-promotor ou indutor de carcinoma; 
 Ação na fase de promoção da carcinogênese 
 Ação química direta na mucosa 
 Ação indireta por déficit de vitaminas 
Etiologia 
○ Inibição do reparo do DNA, especialmente pelo gene 
p53; 
 Chimarrão 
○ Potencial agente carcinogênico, através de solvente 
de carcinógenos, como tabaco, ou por meio de 
taninos e compostos nitrosos; 
○ Não há nenhum estudo experimental comprovador. 
 Fatores Genéticos 
○ Cerca de 70% dos pacientes com câncer oral 
apresentam perda do gene supressor de tumor, 
especialmente o p53; 
○ Outros genes envolvidos: c-myc, erb B-1 e EGF-R. 
 
 
Etiologia 
 Vírus 
○ Principais: Herpevírus tipo 1 e os papilomasvírus 
humanos (HPV 16, 18 e 33); 
○ Ação direta no DNA, especialmente pela inativação do 
gene p53. 
 Sexo 
○ Expressivamente maior entre os homens que entre 
mulheres (3:1); 
○ Crescente número de mulheres acometidas; 
○ Estudos recentes apontam que as mulheres 
apresentam maior predisposição ao câncer oral. 
 
 
Etiologia 
 Fatores Físicos e Mecânicos 
○ Lesão térmica produzida pelos cachimbos, bem como 
radiação UV 
○ Lesão mecânica através de traumatismos de tecidos 
moles da boca pelos dentes ou próteses mal 
ajustada. 
 Alimentação 
○ Baixa ingesta de frutas e verduras. 
 
 
CÂNCER BUCAL 
A – CARCINOMA NO LÁBIO INFERIOR – B – CARCINOMA NA LINGUA 
CÂNCER BUCAL 
CARCINOMA BUCAL 
LEUCOPLASIA 
CÂNCER LÁBIO - TABAGISMO 
CÂNCER DE LINGUA - TABAGISMO 
CÂNCER BUCAL 
CÂNCER DE LÁBIO E LINGUA CÂNCER ORIGEM TABAGISMO 
CÂNCER POR EXPOSIÇÃO DE RAIOS SOLARES CÂNCER POR ALCOOLISMO 
Anatomia 
 Cavidade oral se estende desde lábios até a 
junção dos palatos duro e mole 
superiormente e as papilas da língua 
inferiormente. 
 Dividido em: 
 Lábios 
 Mucosa bucal 
 Rebordos alveolares inferior e superior 
 Trígono retromolar 
 Palato duro 
 Língua oral 
 Assoalho da boca 
Anatomia 
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia 
Print version ISSN 0034-7299 
Rev. Bras. Otorrinolaringol. vol.70 no.4 São Paulo July/Aug. 2004 
 
Definições Básicas 
 Leucoplasia: Mancha ou placa esbranquiçada na 
superfície da mucosa, não removível por 
raspagem. 
 Eritroplasia: Apresenta-se como uma placa 
eritematosa bem delimitada, lisa, brilhante e 
normalmente assintomática. 
 Queilite Actínica: A queilite actínica é uma reação 
inflamatória e pré-maligna do lábio, causada pela 
exposição prolongada e crônica aos raios solares. 
Acomete quase exclusivamente o lábio inferior 
 
26 
Patologia 
 Carcinomas epidermóides e variantes são 
responsáveis por 90%; 
 Podem ser: exofítico, ulcerado ou misto; 
 Subtipo verrucoso: raro (< 5%) e mais 
relacionado à má higiene, uso prótese mal 
adaptada, fumo e HPV; 
 Subtipo basalóide: agressivo e apresenta alta 
taxa mitótica. 
 Entre os demais tumores: melanomas, 
sarcomas de partes moles, sarcoma de 
kaposi, linfomas e sarcomas ósseos; 
 
 
Patologia 
 Locais acometidos: 
 Lábios (superior, inferior e comissuras) 
 Maioria em lábio inferior e 95% de ocorrência em homens; 
 Etiologia principal – tabaco 
 Lesões exofíticas ou ulceradas 
 Carcinoma escamoso é o mais comum 
 Outros: Carcinoma basocelular e glândula salivar menor (raro) 
 Propagação linfática é relativamente infrequente 
 Mucosa Bucal (labial, das bochechas, dos sulcos 
bucoalveolares) 
 Aproximadamente 8% dos cânceres de cavidade oral 
 Predomínio de carcinoma escamoso ( variante verrucoso é 
frequente) 
 Mais frequentemente exofítico 
 Invasão mandibular ou maxilar é infrequente 
 
Patologia 
 Assoalho da boca 
 Aproximadamente 15% de todos cânceres de cavidade oral 
 Frequente em homens ( 6ª década) 
 Carcinoma escamoso mais comum 
 Expansão: osso (anterior), músculo (profundamente) e 
língua (posterior) 
 Metástase é infrequente 
 Língua (dorso, face ventral, bordas laterais) – exceto 
base 
 Comum em homens (6ª década) 
 Aumento em adulto jovem 
 Carcinoma escamoso mais comum 
 Outros: glândula salivar menor, adenocarcinoma 
 Crescimento exofítico e infiltrativo 
http://www.teknon.es/consultorio/gayescoda/cancer_boca.htm 
Patologia 
 Palato Duro 
 Cerca de 5% de todos cânceres de cavidade oral 
 Carcinoma escamoso – 50% dos casos (maioria bem diferenciado) 
 Outros: glândula salivar menor, adenóide cístico e adenocarcinoma 
 Crescimento de vários padrões, incluindo infiltração profunda Metástase é pouco frequente 
 Alvéolos dentários e Trígono Retromolar 
 Correspondem a cerca 10% de todos cânceres de cavidade oral 
 Carcinoma escamoso - mais comum 
 Outros: glândula salivar menor, adenóide cístico e 
mucoepidermóide 
 Alto acometimento de linfonodo regional (nível I, II e III) 
 
Arthur Nouel 
Patologia 
 
 Critérios de agressividade histológica e de 
prognóstico: 
 Espessura do tumor; 
 Grau de diferenciação; 
 Presença de metástases regionais; 
 Invasão muscular, linfática, vascular ou 
nervosa; 
 Expressão do gene p53 mutado. 
Patologia 
 
 Disseminação: 
 Principalmente por via linfática para linfonodos cervicais 
submentonianos, submandibulares e jugulo-digástrico 
 Regionais estão presentes em cerca 30%, exceto tumores de 
lábio e palato duro; 
 Metástases em 15 a 20%, sendo mais comum no pulmão, 
seguido pelo fígado e ossos. 
Quadro Clínico 
 Precoce: 
 Dor (mucosa superficial) 
 Deslocamento de dentadura 
 Sangramento bucal 
 Tardios: 
 Dor por invasão óssea 
 Limitação de movimento lingual 
 Trismo – espasmo muscular 
 Linfonodos palpáveis 
 Perda de peso 
 Infiltração na pele 
 
 
 Biópsia 
 Essencial para o diagnóstico 
 Lesões Benignas: úlceras aftosas, granuloma 
piogênico, tuberculose e cancro 
 Lesões Pré-Malignas: 
Leucoplasia Eritroplasia 
 
 
 
 
Leuco-eritroplasia Queilite Actínica 
 
 
Diagnóstico 
http://www.odontologiadiferenciada.com.br/?cont=estom
atologia 
http://www.unievangelica.edu.br/graduacao/odontologia
/cancerbucal/lesoes.html 
http://bjorl.org/conteudo/acervo/p
rint_acervo.asp?id=3823 
Diagnóstico 
 Exames Complementares 
 Tomografia Computadorizada Cervical 
 Delimitar a lesão primária 
 Detecção de metástase cervical 
 Ressonância Nuclear Magnética 
 Esclarecimento de infiltração de partes moles 
 Determinar invasão de base de crânio 
 Radiografia Panorâmica da Mandíbula 
 Suspeita de invasão mandibular 
 Radiografia de Tórax 
 Fundamental para estadiamento 
 Endoscopia Digestiva Alta e Broncoscopia 
 Detecção de outros tumores primários 
Tratamento 
 Tratamento curativo se baseia em duas principais 
modalidades – cirurgia e radioterapia; 
 Cirúrgico é extremamente variável devido a 
grande diversidade dos subsídios anatômicos; 
 Tratamento do tumor primário pode ser dividido 
em várias modalidades: 
 Cirúrgico 
 Ressecção + sutura primária 
 Ressecção + reconstrução com enxerto 
 Ressecção + reconstrução com retalho de proximidade 
 Ressecção + reconstrução com retalho à distância 
 Ressecção + reconstrução com retalho livre com 
anastomose cirúrgica 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
Tipos de CA - nomenclatura 
 Pulmão 
 
Mama (mulher) 
 
 
 
 
 Cólon 
 
Bexiga 
 Próstata (homem) 
Sarcomas: 
 Tecido adiposo 
 Tecido ósseo 
 Tecido muscular 
Linfomas: 
 Nódulos linfáticos 
Leucemias: 
 Células circulantes 
Carcinomas: 
38 
Propriedades da célula cancerosa 
 A célula cancerosa é definida por duas 
propriedades: 
 Reproduzem-se desobedecendo aos limites normais 
da divisão celular 
 Invadem e colonizam regiões normalmente 
destinadas a outras células 
 
 Tumor ou neoplasia: é uma massa de células 
anormais continuamente em crescimento 
39 
Classificação 
 Benigno versus maligno 
40 
Evolução clonal 
 A maioria dos tumores se 
origina de uma única célula 
41 
O que causa o CA? 
 Os cânceres podem ser causados por: 
42 
cromossomo 
Filadélfia 
 Alterações genéticas 
(na seqüência de bases do DNA)  
mutações somáticas (maioria) ou 
em células da linhagem 
germinativa 
 Alterações epigenéticas (alteração da expressão 
gênica, sem alteração da molécula de DNA) 
Fatores de risco 
Alimentação 
35% 
Comportamento 
sexual e 
reprodutivo 
7% 
Infecção 
10% 
Exposições 
ocupacionais 
4% Exposição 
excessiva ao 
sol 
3% 
Álcool 
3% 
Radiações 
1% 
Outras causas 
7% 
Tabaco 
30% 
43 
Desenvolvimento tardio 
 Os tumores se desenvolvem a partir de células 
levemente alteradas 
 Câncer de pulmão em fumantes  10 a 20 anos 
 Leucemia em Hiroshima  8 anos 
 Trabalhadores de indústrias químicas do início do 
século  10, 20 ou mais anos 
44 
Instabilidade genética 
 Taxa de mutação muito aumentada 
 Nível ótimo  célula suficientemente mutável 
para que evolua sem provocar sua morte 
45 
Câncer: doença genômica 
 Instabilidade genômica 
 Perda ou ganho de DNA 
 Mudanças em nucleotídeos 
 Efeitos epigenéticos 
46 
Crescimento do CA 
Divisão 
celular no CA 
Quarta ou 
posterior 
mutação 
Terceira 
mutação 
Segunda 
mutação 
Primeira 
mutação 
Crescimento descontrolado 
Morte celular 
programada ou 
Apoptose 
Dano celular sem reparo 
Divisão celular 
normal 
47 
Metástase  Disseminação do câncer 
 Células cancerosas escapam ao controle normal 
da proliferação celular  senescência celular 
replicativa 
48 
Propriedades que capacitam as células 
a um crescimento canceroso 
 Ignorar os sinais internos e externos que 
regulam a proliferação celular (auto-suficiência 
em sinais de crescimento) 
 Tendência a evitar a apoptose (evasão) 
 Contornar os limites definidos para proliferação 
(insensibilidade a sinais de anti-crescimento), 
escapando da senescência replicativa 
programada e evitando a diferenciação 
 Ser geneticamente instável 
 Ser invasiva 
 Produzir metástase 
49 
CARCINOGÊNESE 
Etapas do CA 
 O desenvolvimento de câncer necessita de 
muitas etapas, governadas por vários fatores: 
 Constituição genética do indivíduo 
 Ambiente onde vive o indivíduo 
 Estilo de vida 
 
51 
Carcinogênese é um 
processo multifatorial 
Iniciadores e promotores 
 O desenvolvimento de um câncer pode ser 
provocado por fatores que não alteram a 
sequência do DNA da célula: 
 Iniciador de tumor  causam alterações 
irreversíveis 
 Promotor de tumor  estimulam a divisão celular 
52 
Genes críticos do câncer 
 Agrupados em duas classes: 
 Proto-oncogenes  mutação que causa sua 
hiperexpressão leva a um CA 
 Mutantes  formas hiperativas  Oncogenes 
 
 Genes supressores de tumores  Inibem 
eventos que direcionam para câncer  perigo 
decorre da perda de sua função 
53 
Proto-oncogenes 
 Os tipos de alteração genética que podem tornar 
um gene crítico para o câncer em um oncogene 
enquadram-se em três categorias: 
 Mutação ou deleção pontual 
 Amplificação gênica 
 Rearranjo de cromossomos 
54 
Genes supressor de tumor 
 Função complementar a dos proto-oncogenes 
 Mutações recessivas de perda de função 
 Genes que codificam proteínas que param 
(regulação negativa) o ciclo celular ou induzem 
(regulação positiva) a apoptose 
 Ambas as cópias do gene devem ser defeituosas 
55 
BASES 
MOLECULARES 
COMPORTAMENTO DA CÉLULA 
CANCEROSA 
Controle do ciclo celular 
 A Célula pode... 
 Permanecer estática 
 Dividir-se 
 Morrer (apoptose) 
 Diferenciar-se 
 
57 
Genes críticos do CA 
codificam proteínas 
que regulam o 
comportamento 
social das células 
Apoptose 
 Ocorre quando: 
 DNA da célula é gravemente danificado 
 Células são privadas dos sinais de sobrevivência 
 
 Resistência à apoptose  característica essencial 
das células malignas 
 Mutações em genes que regulam a apoptose 
permitem que a célula cancerosa escape do suicídio 
58Mutações que levam a metástases 
 Lacuna no conhecimento do CA – teorias: 
 Capacidade das células metastizarem não necessita 
de novas alterações genéticas 
 
 Mais aceita  formação de metástase requer um 
volume de novas mutações muito grande e 
variado, tornando difícil descobrir cada uma delas 
individualmente 
59 
Barreiras para a metástase 
 O estágio da malignidade do CA que inclui a 
passagem para a corrente sanguínea ou linfática 
é ainda mais enigmático 
60 
Tumores  Lesões genéticas  
 Geralmente cada tumor tem um conjunto 
diferente de lesões genéticas 
 Combinações diferentes de mutações são 
encontradas em pacientes distintos e 
correspondem a CA que reagem de modo 
diferenciado ao tratamento 
61 
W, X, Y e Z: alterações ainda não descobertas 
Biologia Molecular 
 Alterações ao nível do DNA  portanto a Biologia 
Molecular pode fornecer as ferramentas para 
encontrar com precisão quais genes estão 
amplificados, quais estão suprimidos e quais 
estão mutados nas células tumorais de 
determinado paciente. 
62 
BIOLOGIA 
MOLECULAR 
USO DE SUAS FERRAMENTAS NO 
CÂNCER 
Estadiamento 
 Avaliar o grau de disseminação 
 Determinação da extensão e identificação de 
órgãos envolvidos auxiliam na: 
 Obtenção de informações sobre o comportamento 
tumoral 
 Previsão das complicações 
 Obtenção de informações sobre o prognóstico 
 Seleção da terapêutica 
 Avaliação dos resultados do tratamento 
64 
Tratamento 
65 
Terapia convencional do CA 
Alvo da terapia do CA 
Tratamento 
 Cirúrgico 
 Direto, porém drástico 
 Metástases 
 Radioterapia 
 Não-invasiva, porém atinge também tecidos 
saudáveis 
 Metástases 
 Quimioterapia 
 Não-invasiva, “pode” tratar todos os CA, porém 
atinge também tecidos saudáveis 
 Imumoterapia 
 Molecular 
 Inibe especificamente processos necessários para o 
crescimento de células tumorais 
66 
Tratamento 
 Terapias anticâncer são baseadas nas 
propriedades das células cancerosas que são 
diferentes daquelas das células normais 
 Instabilidade genética 
 Torna difícil o uso de apenas um tipo de tratamento 
 Desenvolvimento de resistência às drogas terapêuticas 
 
 Desenvolvimento de terapias que bloqueiem a 
atividade das proteínas produzidas pela célula 
tumoral, da qual ela é relativamente dependente 
67 
Alvo ideal para terapia molecular 
 Alteração responsável pela carcinogênese 
 A molécula possui atividade que é: 
 indispensável para indução da doença 
 dispensável para funcionamento da célula normal 
 Anormalidade presente na maioria dos pacientes 
com a doença específica 
 Anormalidade presente na maioria dos tumores 
68 
Diagnóstico 
 Clínico 
 Histopatológico – biópsias 
 Citopatológico 
 Punção 
 Punção aspirativa (tumores sólidos) 
 Esfoliação 
 Diagnóstico molecular 
 
69 
Aplicações do diagnóstico molecular 
Criação de novas ferramentas de triagem 
Desenho de novas drogas e tratamentos 
Monitorar a efetividade do tratamento 
Predizer a resposta do paciente ao tratamento 
FISH (Hibridização in situ por fluorescência) 
70 
REARRANJOS OU TRANSLOCAÇÕES CROMOSSSÔMICAS 
 
Neoplasia Translocação Proto-oncogene 
 
Linfoma de Burkitt t(8;14) 80% of cases c-myc 
 t(8;22) 15% of cases 
 t(2;8) 5% of cases 
 
Leucemia mielóide crônica t(9;22) 90-95% of cases bcr-abl 
 
Leucemia linfocítica aguda t(9;22) 10-15% of cases bcr-abl 
FISH 
71 
FISH - Aplicações 
 Câncer de Mama 
 FISH é utilizado para demonstrar a amplificação de 
genes. 
 A superexpressão de oncogenes tem papel 
importante na progressão de vários tumores. 
 25-30% dos tumores de mama e ovário tem 
amplificação do gene HER2/neu. 
 
Cromossomo 17 em verde 
e genes HER2 em laranja 
PCR (Polymerase chain reaction) 
 Reação em cadeia da polimerase 
 Detecção de mutações em genes específicos 
 Capacidade de detecção de 1000 células tumorais 
na circulação periférica  109 células necessárias 
para detecção como massa palpável ou por 
diagnóstico por imagem 
73 
Real-time PCR 
 PCR em tempo real 
 Informações sobre expressão gênica, perda ou 
amplificação gênica e pequenas alterações 
(mutações pontuais) 
 Detecção e quantificação de vírus tumorais 
74 
Triagem do p53 em CA colorretal 
 
A mutação no gene cria um pico 
de fluorescência adicional 
Telomerase 
Ensaios com telomerase 
ainda não são utilizados na 
prática clínica de rotina 
Possível uso para 
diagnóstico e prognóstico 
Pesquisas mostram que o 
telômero é um alvo atrativo 
para o desenvolvimento de 
intervenções terapêuticas 
em diferentes tipos de 
cânceres 
(WHO, World Cancer Report 2008) 
75 
Diagnóstico baseado nos 
microarranjos de DNA 
 Caracterização individual de cada tumor ao nível 
molecular 
 Arranjos de DNA  análise do mRNA presente no 
tecido ou fluído biológico 
 Determina os níveis de expressão de milhares de 
genes simultaneamente em uma única amostra e 
compara com os níveis no tecido normal 
76 
Microarranjos 
77 
Padrões de expressão gênica no CA de 
mama. Cada ponto representa a 
expressão de um gene. Cores  nível de 
expressão (vermelho: alta; verde: baixa) 
Diagnóstico da Leucemia Aguda: 
50 genes que melhor distinguem a LLA 
(painel superior) da LMA (painel 
inferior) 
Terapia gênica 
 Tem como objetivo introduzir sinais genéticos 
corretivos em células anormais 
 Introdução é feita através do uso de vetores, 
principalmente virais 
 Recoloca genes perdidos ou alterados com genes 
saudáveis 
 Inserção de genes que estimulam a capacidade 
natural do corpo de atacar as células cancerosas 
 Inserção de genes que tornam ou a célula 
cancerosa mais sensível ou as células tronco mais 
resistentes 
 Prevenir o desenvolvimento de novos vasos 
sanguíneos (angiogênese) 
 Introdução de genes suicidas 
 
78 
Terapia gênica 
 Perigos: 
 Vírus podem infectar qualquer tipo de célula 
(saudável ou cancerosa) 
 Inserção incorreta do gene no DNA pode causar 
mutações perigosas para o DNA ou mesmo CA 
 DNA pode acidentalmente ser introduzido nas 
células reprodutivas e assim ser passado para a 
prole 
 Vetor viral pode causar inflamação ou uma reação 
imune 
 Dificuldade na implantação efetiva da terapia 
gênica para o tratamento do CA: 
 Identificação de vias mais eficientes para distribuir 
os genes para o corpo 
 79 
Conclusão 
80 
Dicas para se proteger do Câncer INCA 
 Parar de fumar 
 Evitar bebidas alcoólicas 
 Homens exame de toque 
 Mamografia anual 
 Exame ginecológico preventivo 
 Homens e mulheres acima de 50 anos devem 
fazer exame de sangue oculto nas fezes 
 Evitar exposição prolongada ao sol 
 Fazer boa higiene oral todos os dias 
 
Bibliografia 
 Alberts, B.; Johnson, A.; Lewis, J. et al. Biologia 
molecular da célula. 4ª edição. Porto Alegre: Artmed, 
2006 
 Stracham, T.; Read, A.P. Human molecular genetics 
2. http://www.garlandscience.com-textbooks-
0815341822.asp 
 Hanahan, D.; Weinberg, R.A. The hallmarks of cancer. 
Cell 100: 57–70, 2000 
 Cooper, G.M. The cell – A molecular approach. 
http://www.sinauer.com-index2.php 
 WHO. World Cancer Report 2008 
 www.iarc.fr 
 www.inca.gov.br 
82

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