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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS- UNIFEMM
Unidade Acadêmica de Ensino de Direito – UEDI
VANESSA CRISTINA DA SILVA
 
ALIENAÇÃO PARENTAL- e a guarda compartilhada como instrumento de inibir a prática da alienação parental.
SETE LAGOAS
2018
VANESSA CRISTINA DA SILVA
ALIENAÇÃO PARENTAL- e a guarda compartilhada como instrumento de inibir a prática da alienação parental.
Monografia apresentada à Unidade Acadêmica de Direito, do Centro Universitário de Sete Lagoas – UNIFEMM, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito. 
Área de concentração: Direito Civil
Orientador: Prof. Omar Narciso Goulart Junior
SETE LAGOAS
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS- UNIFEMM
Unidade Acadêmica de Ensino de Direito – UEDI
VANESSA CRISTINA DA SILVA
ALIENAÇÃO PARENTAL- e a guarda compartilhada como instrumento de inibir a prática da alienação parental.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Direito, da Unidade Acadêmica de Direito- UEDI, do Centro Universitário de Sete Lagoas- UNIFEMM, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito.
Sete Lagoas, de 2018.
Aprovado com a nota _________.
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________
ORIENTADOR: Prof. Omar Narciso Goulart Junior
____________________________________________
AVALIADOR: Prof.
RESUMO
O presente trabalho de pesquisa monográfico trata da alienação parental e da guarda compartilhada como meio de inibir a prática da alienação parental. Busca-se diferenciar a alienação parental da síndrome da alienação parental e pretende apontar os critérios de identificação da SAP, as consequências e efeitos irreversíveis que geram às crianças e aos adolescentes. Nessa perspectiva, retrata-se os direitos fundamentais dos menores assegurados pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e Adolescente. Além disso, visa apresentar uma breve análise acerca da Lei da Alienação Parental n° 12.318/2010. Por fim, pretende-se averiguar a guarda compartilhada como forma de redução da alienação parental.
Palavras-chave: Alienação Parental. Direitos Fundamentais da Criança e Adolescente. Lei 12.318/2010. Guarda Compartilhada.
ABSTRACT
The present research deals with parental alienation and shared custody as a way of inhibiting the practice of parental alienation. It seeks to differentiate the parental alienation from the parental alienation syndrome and aims to identify the identification criteria of SAP, the consequences and irreversible effects that can be generated to children and adolescents. From this perspective, the fundamental rights of minors ensured by Brazilian Federal Constitution and by the Statute of the Child and Adolescent are explained. In addition, it aims to present a brief analysis about the Law of Parental Alienation n ° 12.318 / 2010. Finally, we intend to investigate shared custody as a way to reduce parental alienation. 
 
Keywords: Parental Alienation Syndrome. Child and teenager. Law 12.318 / 2010. Shared Guard. 
 
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho monográfico busca apresentar uma análise acerca da Lei n° 12.318/10, a qual, por sua vez, trata da alienação parental, problema que, geralmente, surge em decorrência do divórcio. Nesse sentindo, investiga-se a guarda compartilhada estabelecida pela Lei 13.058/14 como meio de amenizar as condutas destinadas as práticas de alienação parental, sendo este o objetivo principal da presente pesquisa.
 
Destarte, o trabalho foi esquematizado da seguinte maneira: os primeiros dois capítulos destinam-se a conceituar e diferenciar a alienação parental da síndrome da alienação parental, sendo que a primeira condiz as atitudes do alienador de romper com todos os vínculos existentes entre os filhos e o outro genitor, e a segunda é consequência da primeira acarretando sequelas emocionais.
Já no terceiro capitulo destaca-se a identificação da síndrome da alienação parental, seus efeitos e consequências aos menores, também as formas de reconhecimento da falsa denúncia de abuso sexual e a implantação de falsas memórias.
Não obstante, no quarto capitulo serão abordados os princípios e garantias fundamentais das crianças e adolescentes assegurados pela Constituição Federal e Estatuto da Criança e do Adolescente, como o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente e o direito a convivência familiar
No que tange ao quinto capitulo, é feita uma breve análise acerca da Lei da Alienação Parental em diversos aspectos, cumpre ressaltar o objetivo e finalidade da criação da referida Lei. Em consonância com suas penalidades ao alienador podemos destacar: advertência, multa, inversão da guarda, acompanhamento psicológico, alteração da guarda unilateral para a compartilhada e etc.
Deste modo, no sexto capítulo, ergue-se as disputas pela guarda dos filhos, sendo relevante mencionar duas principais modalidades de guarda, a unilateral e a compartilhada. 
A guarda unilateral é aquela exercida por um só dos genitores, sendo assegurado ao outro genitor o direito de visitas. Nesse seguimento, a guarda compartilhada é aquela exercida por ambos os genitores que podem participar da criação e educação dos filhos conjuntamente. 
Ademais, faz-se a investigação da guarda compartilhada como um instrumento capaz de amenizar os pontos negativos deixados pelo processo de divórcio, pois ambos os genitores possuem responsabilidades com os filhos, demonstrando ser, um dos melhores meios de combater a alienação parental.
Logo, o sétimo capítulo abordará análises jurisprudenciais acerca da alienação parental, e suas consequências no mundo jurídico, sendo suas penalidades aplicadas cumulativamente ou não, e por fim, atinge- se a conclusão, momento que será comprovada a mencionada questão.
2 A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL
De acordo com Madaleno e Madaleno (2013, p.143) a síndrome da alienação parental decorre do divórcio, pois a partir desse momento, muitas das vezes, os filhos são manipulados pelo genitor que possui a guarda de modo a criar sentimentos de raiva, ódio, e repulsa contra o outro genitor, causando aos menores diversas consequências, principalmente psicológicas.
Nos dizeres de Velly (2010, p.24) a síndrome da alienação parental é uma forma de abuso ou maltrato que se caracteriza por um conjunto de sintomas, pelos quais o cônjuge alienador e detentor da guarda, manipula seus filhos, com o objetivo de impedir e destruir vínculos existentes entre os filhos e o outro genitor.
Deste modo, a síndrome da alienação parental trata-se de um conjunto de sinais e sintomas da alienação parental, a última condiz às atitudes, aos atos praticados pelo detentor da guarda dos menores, com o intuito de afastar os filhos menores do outro genitor, fato que a SAP corresponde aos efeitos decorrentes da alienação.
Assim Madaleno e Madaleno (2013, p.42) abordam o assunto dizendo que:
o “fruto do luto não elaborado acerca do fim dessa relação e as mudanças dela decorrentes somadas a um período de instabilidades emocionais, pode fazer com que os pais se utilizem de seus filhos como instrumentos da agressividade e desejo de vingança”.. 
Nesse contexto os mesmos autores elucidam que a síndrome da alienação parental:
Trata-se de uma campanha liderada pelo genitor detentor da guarda da prole, no sentido de programar a criança para que odeie e repudie, sem justificativa, o outro genitor, transformando a sua consciência mediante diferentes estratégias, com o objetivo de obstruir, impedir ou mesmo destruir os vínculos entre o menor e o pai não guardião, caracterizado, também, pelo conjunto de sintomas dela resultantes, causando, assim, uma forte relação de dependência e submissão do menor com o genitor alienante. E, uma vez instaurado o assédio, a própria criança contribui paraa alienação.
Deste modo Velly (2010, p.24), explica “Podemos dizer que o alienador “educa” os filhos no ódio contra o outro genitor, seu pai ou sua mãe, até conseguir que eles, de modo próprio, levem adiante esta situação”.
Diante do exposto, em razão do desejo descontrolado de vingar do ex-cônjuge o detentor da guarda, contribui com situações que causam o afastamento da criança ou adolescente do outro genitor provocando consequências irreversíveis, pois os mesmos aderem a campanha iniciada pelo alienador.
2.1 A Origem da Síndrome da Alienação Parental
Segundo Bhona e Lourenço (2014, p. 04), na década 70, os processos de divórcios nos Estados Unidos aumentaram de forma significativa, e como consequência os filhos de pais e mães divorciados começaram a apresentar reações emocionais de recusa em manter contato com o genitor não possuidor da guarda. Dessa forma, o ordenamento jurídico dos EUA, foi obrigado a tomar medidas de avaliação e análise desses casos.
Em 1985, um psiquiatra infantil da Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade de Columbia, New York, Estados Unidos, conhecido como Richard Alan Gardner introduziu o nome do fenômeno até então não conhecido “Associado ao incremento dos litígios de custódia de crianças, temos testemunhado um aumento acentuado na frequência de um transtorno raramente visto anteriormente, ao qual me refiro como Síndrome de Alienação Parental (SAP)”, Gardner (2002) também compreende a SAP como:
Um distúrbio da infância que aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. Sua manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral, programação, doutrinação”) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome de Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável. 
Ademais nos dizeres de Bhona e Lourenço (2014, p.4):
Para a compreensão da SAP e a dinâmica que a constitui, faz-se necessário destacar o posicionamento que os membros da relação familiar ocupam em sua consolidação. Um dos significados para o termo alienar é tornar alheio, que remete ao que não pertence a alguém. Assim, no contexto da SAP, um genitor (chamado de alienador) objetiva excluir o outro (chamado de genitor alvo da alienação ou alienado) da vida da criança. 
No entendimento de Dias (2009, p.45):
A origem da síndrome está ligada à intensificação das estruturas de convivência familiar, o que fez surgir, em consequência, maior aproximação dos pais com os filhos, quando da separação dos genitores passou a haver entre eles uma disputa pela guarda dos filhos, algo impensável até algum tempo atrás. 
Por outro lado, conforme Strucker (2014, p.27), o fenômeno da síndrome da alienação parental só foi regulamentado no Brasil no ano de 2010, com a promulgação da Lei 12.318/10, o que ficou demonstrado a dificuldade jurídica e social de identificar a SAP como problema prejudicial nas relações familiares.
A autora Strucker (2014, p.28) também ressalta que “ A falta de informação acerca da alienação parental não faz com que a mesma deixe de estar presente nos lares. Mesmo não sendo um problema novo, ele tardiamente passou a ser levado ao Judiciário”. 
Em suma, nota-se que o problema da alienação parental sempre esteve presente no contexto do divórcio e disputas pela guarda das crianças. Mas no nosso país somente 
após a criação da Lei da Alienação Parental tornou se mais fácil sua identificação nas relações familiares, e por consequência um tratamento mais eficaz.
2.2 Distinção entre Síndrome da Alienação Parental e Alienação Parental
A princípio é importante identificar critérios que diferenciem a Alienação Parental e a Síndrome da Alienação Parental. Assim, segundo Fonseca (2006, p. 164):
A alienação parental é o afastamento do filho de uns dos genitores, provocado pelo outro, via de regra, o titular da custodia. A síndrome da alienação parental, por seu turno, diz respeito às sequelas emocionais e comportamentais de quem padecer a criança vitima daquele alijamento.
Pode-se dizer que, de acordo com a autora, a síndrome da alienação parental é decorrente da alienação parental, pois a primeira diz respeito a conduta da criança ou adolescente que se recusa a ter contato com o genitor alienado, já a segunda se relaciona com o processo desencadeado pelo detentor da guarda, alienante em distanciar o outro genitor da vida do menor. 
Nesse mesmo contexto, os autores Madaleno e Madaleno (2013, p.51) dispõem “alienação parental é, portanto, um termo geral, que define apenas o afastamento justificado de um genitor pela criança, não se tratando de uma síndrome por não haver o conjunto de sintomas que aparecem simultaneamente para uma doença específica”.
Conforme definição legal prevista no art. 2º da Lei 12.318/2010, in verbis:
Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Simultaneamente Fonseca (2006, p. 164) afirma “Essa conduta alienante, quando ainda não deu lugar à instalação da síndrome, é reversível e permite – com o concurso de terapia e auxílio do Poder Judiciário – o restabelecimento das relações com o genitor preterido”. 
Vale lembrar que o mesmo não ocorre com a SAP, sendo as consequências para as crianças e adolescentes irreversíveis. Segundo Podevyn (2001) “o vínculo entre a criança e o genitor alienado serão irremediavelmente destruídos. Com efeito, não se pode reconstruir o vínculo entre a criança e o genitor alienado, se houver um hiato de alguns anos”.
Diante do exposto, a identificação da alienação parental ou da síndrome da alienação parental é o marco inicial para o tratamento do alienado, e principalmente para reconstituir os laços entre pais e filhos.
3 A IDENTIFICAÇÃO DA SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL, SEUS EFEITOS E SUAS E CONSEQUÊNCIAS
Conforme Rosa (2008, p. 17) “O primeiro passo é fazer a identicação dessa síndrome iniciando com a informação, e , em seguida, é necessário se dar conta que isso é um problema psicológico que demandará atenção especial e uma intervenção imediata no caso.” 
De acordo com Trindade (2007, p.114) “De fato, a síndrome da alienação parental exige uma abordagem terapêutica especifica para cada uma das pessoas envolvidas, havendo a necessidade de atendimento da criança, do alienador e do alienado”.
Segundo Podevyn (2001):
Para identificar uma criança alienada, é mostrada como o genitor alienador confidencia a seu filho seus sentimentos negativos e às más experiências vividas com o genitor ausente. Dessa forma, o filho vai absorvendo toda a negatividade que o alienador coloca no alienado, levando-o a sentir-se no dever de proteger, não o alienado, mas, curiosamente, o alienador, criando uma ligação psicopatológica similar a uma "folie a deux". Forma-se a dupla contra o alienado, uma aliança baseada não em aspectos saudáveis da personalidade, mas na necessidade de dar corpo ao vazio.
Desta maneira o autor Podevyn (2001) também divide a SAP em três estágios, sendo leve, médio e grave. No estágio leve as demonstrações de alienação são bem discretas, ou seja, ainda ocorrem visitas e os sintomas não são reconhecidos. 
Nesse mesmo sentido Trindade (2004, p.161) elucida características do estágio leve ”tais como a constatação de campanhas de desmoralização do alienador contra o alienado, são pequenas, assim como são pouco intensas a ausência de sentimento de ambivalência e culpa”.
 
Para o segundoestágio, o médio, Trindade (2007, p.114) explica que:
O genitor alienador utiliza uma variedade de táticas para a exclusão do outro genitor. No momento em que as crianças trocam de genitor, o alienador faz questão de escutar e acaba intensificando cada vez mais a campanha para desmoralizar. Alguns argumentos usados são absurdos, pois o alienador é completamente mau e o outro completamente bom. Num estágio médio dessa síndrome, além da intensificação das características próprias do estágio inicial, surgem problemas com as visitas, o comportamento das crianças passa a ser inadequado ou hostil, aparecem situações fingidas e motivações fúteis.
No terceiro estágio, o grave, Trindade (2007, p.114) afirma que:
Os filhos estão muito perturbados, e acabam ficando paranoicos, compartilhando as mesmas situações inexistentes que o genitor alienador tem em relação ao outro. Acabam ficando em pânico somente com a ideia de ter que ver o outro alienado, tendentes a explosões de violências. Ocorrem fortes campanhas de desmoralização do alienado. O vínculo fica seriamente prejudicado. Desaparecem a ambivalência e a culpa, pois sentimentos francamente odiosos se estabelecem contra o alienado, os quais são estendidos à sua família e aqueles que o rodeiam.
Além disso de acordo com Fonseca (2006, p. 163):
Essa alienação pode perdurar anos seguidos, com gravíssimas consequências de ordem comportamental e psíquica, e geralmente só é superada quando o filho consegue alcançar certa independência do genitor guardião, o que lhe permite entrever a irrazoabilidade do distanciamento a que foi induzido. 
Do mesmo modo, a autora Fonseca (2006, p. 166) elenca alguns elementos de identificação da SAP:
a) denigrir a imagem da pessoa do outro genitor; b) organiza diversas atividades para o dia de visitas, de modo a torná-las desinteressantes ou mesmo inibi-las; c) não comunica ao outro genitor fatos importantes relacionados à vida dos filhos (rendimento escolar, agendamento de consultas médicas, ocorrência de doenças, etc.) d) toma decisões importantes sobre a vida dos filhos, sem prévia consulta ao outro cônjuge (por exemplo: escolha ou mudança de escola, de pediatra, etc.); e) viaja e deixa os filhos com terceiros sem comunicar o outro genitor; f) apresenta o novo companheiro à criança como sendo seu novo pai ou mãe; g) faz comentários desairosos sobre presentes ou roupas compradas pelo outro genitor ou mesmo sobre o gênero do lazer que ele oferece ao filho; e etc.
Em suma Rosa (2008, p.19) pressupõe que quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico do estágio em que se encontra a SAP, poderá haver intervenção do judiciário, assistentes sociais, e psicólogos, para reverter os problemas com um tratamento eficaz, gerando menos danos emocionais aos menores.
3.1 Falsas Denúncias de Abuso Sexual
Primordialmente é relevante conceituar abuso de acordo com o Dicionário do Aurélio, “1- Usar ou consumir de forma excessiva, errada ou incoveniente. 2- Procurar relações sexuais com alguém sem o seu consentimento. 3- Insultar. 4- Agir de forma a servir apenas os próprios interessses, mesmo se prejudicando outrem”. [1: ABUSO. In: Dicionário Aurélio. 2016. Disponível em: <https://dicionariodoaurelio.com/abuso>. Acesso em: 27 mar. 2018.]
Na visão de Trindade (1996, p.181) “A criança não tem capacidade de consentir na relação abusiva, porque o elemento etário desempenha papel importante na capacidade de compreensão e de discernimento dos atos humanos”. 
Ocorre que, o abuso sexual pode acontecer em qualquer grupo familiar, sendo importante as autoridades competentes esclarecerem a verdade ou a mentira por traz desses casos.
Nessa esteira de pensamento, Madaleno e Madaleno (2013, p.48) afirmam que a falsa denúncia de abuso sexual contra a criança ou adolescente é a tática mais extrema do alienador, ele a usa quando todas as suas outras tentativas fracassaram.
Sob o mesmo ponto de vista, Rosa (2008, p.23) enfatiza que “essa falsa denúncia irá relatar um lado mais pesado da vingança, pois sacrifica o próprio filho, e lamentavelmente ocorre nos casos de separação mal resolvidos onde surge uma tendência vingativa muito grande”.
Ademais, entende Nascimento (2016, p.23) que “Além de ser a maneira mais grave de alienação parental, a falsa alegação de abuso sexual é a maneira mais rápida de afastar pai e filho, pois na esfera jurídica, basta a denúncia para o juiz determinar o afastamento do genitor alienado”.
Segundo Guazzelli (2007, p.71), “No universo jurídico, diante de uma denúncia de abuso, o juiz poderá assegurar uma proteção integral para a criança, não tendo muitas alternativas a não ser em expedir uma ordem em que determine, no mínimo numa suspensão temporária das visitas”.
Portanto, quando o alienador, consegue parcialmente uma vitória, seu objetivo de extinguir os vínculos existentes entre o alienado e o filho é alcançado em um determinado momento, até que seja esclarecida a verdade e que a inocência deste seja provada.
3.2 Implantação de Falsas Memórias
Inicialmente conforme Velly (2010,p.27), as falsas memórias “são aquelas que tem relação ao fato de ser uma crença de que um fato aconteceu sem realmente ter ocorrido”. 
Ademais, Madaleno e Madaleno (2013, p.48) mencionam que,”o genitor alienante programa falsas memorias na criança e a faz repetir como se realmente tivesse sido vitima do incesto, e dificilmente a criança percebe a manipulação que sofre”.
Além disso, Trindade (2004, p.162) assevera que: 
Não se pode esquecer que muitos abusos realmente acontecem e merecem especial atenção, necessitando sempre uma investigação. Não obstante, o fato de imputar falsamente a ocorrência de abuso, com o objetivo de prejudicar a imagem do outro, por si só, merece reprimenda social, a par de também ser um forte indicativo de alienação, porque, em última instancia, produz um sentimento de abuso na medida em que a criança passa a vivenciar situações antes comuns e aceitas, como abusivas.
Por outro lado, Madaleno e Madaleno (2013, p.49), elencam diferenças entre a síndrome de alienação parental e a verdadeira existência de abuso sexual. Sendo o abuso real “a criança recorda com facilidade os acontecimentos, sem nenhuma ajuda externa; o relato é detalhado e possui credibilidade”. Também a criança “possui conhecimentos sexuais inadequados para sua idade”, apresentando ainda sentimento de culpa, vergonha e etc. Entretanto quando se tratar de implantação de memórias falsas, “ o menor precisa de ajuda, para recordar-se os fatos”. Essa ajuda vem do alienador e a criança se sente com a necessidade de complementação dos fatos narrados, e principalmente demonstra a tentativa de aprovação por parte do alienador. Com isso a criança não tem conhecimento de práticas sexuais, e não apresenta sentimento de culpa.
Mediante o exposto, é importante identificar a implantação de memórias falsas nas crianças de forma a evitar esse abuso emocional, como também identificar memórias verdadeiras de forma a repudiar o abuso quando real.
 
3.3 Consequências Irreversíveis Para os Menores
O grave abuso psicológico sofrido por crianças quando vítimas de falso abuso sexual ou implantação de memórias falsas, formam consequências irreversíveis para os menores.
Nas palavras de Rosa (2008, p.25):
O abuso emocional, de falsas memórias, por ter essa dificuldade de avaliação, torna difícil a convivência com o genitor alienado inclusive gerando um medo por parte dos filhos. Essas notícias inclusive desencadeiam na pior situação que o profissional irá investigar e enfrentar, pois terá o dever de tomar uma atitude, pois caso se verifique que a denúncia não seja verdadeira, será traumática para a criança envolvida, pois ela foi levada a um jogo.
As crianças ou os adolescentes ficam submetidos a participarem de um jogo de vingança realizado pelo detentor da guarda, o alienador, cujas as regras e os meios utilizados não determinam quem vence ou quem perde, pois num jogo de vingança como este, os menores são os maisfragilizados. 
Conforme Trindade (2004, p.162) todo esse processo de alienação parental que o menor passa, dificulta muito na convivência com a verdade, pois são levadas constantemente a um jogo de manipulações que aprende a conviver com a mentira e passa a expressar falsas emoções.
Em consonância com Rosa (2008, p.24) “as crianças são submetidas a uma mentira, sendo emocionalmente manipuladas e abusadas, e por causa disso deverão enfrentar diversos procedimentos como análise, tanto psiquiátrica quanto judicial”.
Uma vez que a criança é a parte mais frágil desse processo de alienação, não tendo capacidade de discernir os acontecimentos, a autora Fonseca (2006, p.166) ressalta que:
Quando adulta, padeça de um grave complexo de culpa por ter sido cúmplice de uma grande injustiça contra o genitor alienado. Por outro lado, o genitor alienante passa a ter papel de principal e único modelo para a criança que, no futuro, tenderá a repetir o mesmo comportamento.
Dessa maneira, Madaleno e Madaleno (2013, p.55) dispõem “Em longo prazo ocorre um irremediável sentimento de culpa, em que o menor, na época, se vê cumplice dessa campanha contra quem ele igualmente amava”.
Por conseguinte, os autores Vieira e Botta (2013) descrevem os seguintes efeitos psicológicos sobre a saúde emocional do menor alienado:
Vida polarizada e sem nuances; depressão crônica; doenças psicossomáticas; ansiedade ou nervosismo sem razão aparente; transtornos de identidade ou de imagem; dificuldade de adaptação em ambiente psicossocial normal; insegurança; baixa autoestima; sentimento de rejeição, isolamento e mal estar; falta de organização mental; comportamento hostil ou agressivo; transtornos de conduta; inclinação para o uso abusivo de álcool e drogas e para o suicídio; dificuldade no estabelecimento de relações interpessoais, por ter sido traído e usado pela pessoa que mais confiava; sentimento incontrolável de culpa, por ter sido cúmplice inconsciente das injustiças praticadas contra o genitor alienado. 
Similarmente, Madaleno e Madaleno (2013, p.54) dizem que “A consequência mais evidente é a quebra da relação com um dos genitores. As crianças crescem com o sentimento de ausência, vazio, e ainda perdem todas as interações de aprendizagem, de apoio e de modelo”. 
Em síntese, todos esses efeitos e consequências deixados pela síndrome da alienação parental, influenciará na conduta, no comportamento, e principalmente nas decisões das vítimas alienadas por toda vida.
4 DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
Insta mencionar que após o processo judicial de divórcio dos pais, a criança ou adolescente sofre grandes traumas psicológicos e nos dizeres de Rosa (2008, p.7) “Para que a criança sofra o menos possível com esses problemas e evitar que as discussões dos pais sejam descontadas nelas, existem leis que a protegem e fazem valer seus direitos”. 
Nas palavras de Madaleno e Madaleno (2013, p.143) “ A alienação parental merece reprimenda estatal, porquanto é a forma de abuso no exercício do poder familiar e de desrespeito aos direitos de personalidade da criança e adolescente em formação”.
No entanto a Constituição Federal de 1988 garante aos menores no seu artigo 227, caput, que: 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Assim também o Estatuto da Criança e Adolescente em seu artigo 3°, caput, dispõe: 
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.
Segundo Rosa (2008, p.7) “com todos os conflitos da separação judicial e em seguida a disputa de guarda da criança, efeitos e consequências aparecem, que inclui a Síndrome de Alienação Parental, e com isso uma proteção ao menor será necessária” 
Contudo consoante Madaleno e Madaleno (2013, p.143), o ordenamento jurídico através da Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, e da Lei da Alienação Parental, visa resguardar os direitos fundamentais das crianças e adolescentes e tem como objetivo principal proibir qualquer pratica que dificulta a convivência familiar entre os menores e seus pais.
4.1 Princípios Norteadores 
A palavra princípio “vem do latim “principium” e tem significação variada, podendo dar a ideia de começo, início, origem, ponto de partida, ou, ainda, a ideia de verdade primeira, que serve de fundamento, de base para algo.” [2: BORGES, Rodrigo Lanzi de Moraes. O conceito de princípio uma questão de critério. Disponível em: <revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br>.]
Com isso, os princípios são considerados a base ou alicerce de toda uma estrutura jurídica. Dessa forma, segundo Gonçalves (2011) citado por Strucker (2014, p.20):[3: GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: direito de família. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011.]
A doutrina e a jurisprudência reconhecem uma série de princípios regentes do direito de família. O princípio fundamental é o respeito à dignidade da pessoa humana, o qual está amparado pelo artigo 1°, III da Constituição atual: ele é a base da família, pois garante o desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, em especial da criança e do adolescente.
No entanto, Madaleno e Madaleno (2013, p.23) reconhecem que “são princípios gerais a igualdade, liberdade, afetividade, convivência familiar e o melhor interesse da criança”. 
Em suma, todos os princípios são de fundamental importância para o direito das famílias, pois desempenham o papel de assegurar aos menores suas garantias fundamentais.
4.2 Principio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente
De acordo com Lôbo Netto citado por Soldá e Oltramari (2011, p.113), o princípio encontra-se consagrado na Convenção Internacional de Direitos da Criança, e dispõe que os interesses das crianças e adolescentes serão tratados com prioridades, principalmente pela família e sociedade, será observado também tanto na elaboração das leis como na aplicação destas.[4: LÔBO NETTO, Paulo Luiz. Pp. Cit., p.53 ]
Na Constituição Federal esse princípio encontra-se pautado no artigo 227, que diz ser obrigação do Estado, da família e da sociedade, assegurar aos menores todos os seus direitos com absoluta prioridade.
Acerca desse princípio do melhor interesse da criança ou adolescente, segundo o autor Gama (2008, p.80):
O princípio do melhor interesse da criança e do adolescente representa importante mudança de eixo nas relações paterno-materno-filiais, em que um filho deixa de ser considerado objeto para ser alçado a sujeito de direito, ou seja, a pessoa humana merecedora de tutela do ordenamento jurídico, mas com absoluta prioridade comparativamente aos demais integrantes da família de que ele participa. Cuida-se, assim, de reparar grave equívoco na história da civilização humana em que o menor era relegado a plano inferior ao não titularizar ou exercer qualquer função na família e na sociedade, ao menos para o direito.
Segundo Dias citada por Strucker (2014, p.21), dadoo reconhecimento dos direitos fundamentais inerentes a criança e ao adolescente dispõe “o ECA é todo voltado ao melhor interesse de crianças e jovens, reconhecendo-os como sujeitos de direito e atentando mais às suas necessidades pessoais, sociais e familiares de forma a assegurar seu pleno desenvolvimento”.[5: DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2011.]
Desta maneira, Strucker (2014, p.21) elucida que:
O princípio do melhor interesse da criança vem para garantir os direitos inerentes aos infantes, assegurando-lhes uma formação saudável e cidadã, coibindo abusos pelas partes mais fortes das relações que os envolvem. Crianças e adolescentes são considerados hipossuficientes, e por isso devem ter proteção jurídica maximizada, já que estão passivos de serem facilmente alienados se mantidos em ambientes não saudáveis à sua formação. 
Em virtude dos fatos mencionados, é possível observar que o mencionado princípio certifica aos menores e mais fragilizados dessa relação de processo de divórcio e guarda, a punição de qualquer prática de alienação, além de garantir o amplo desenvolvimento no ambiente familiar.
4.3 Princípio da Convivência Familiar
O princípio da convivência familiar, constitui um dos direitos fundamentais asseguradas as crianças e aos adolescentes, logo no caput do art. 227 da Constituição Federal e diz ser dever do Estado, da sociedade e principalmente da família, proporcionar aos menores com absoluta prioridade, a convivência familiar e comunitária. 
Igualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente regulamenta o princípio no seu art. 19 “ É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral”.
Também está esculpido na Convenção Sobre os Direitos da Criança, institui o art.9°, 3, “Os Estados Partes respeitarão o direito da criança que esteja separada de um ou de ambos os pais de manter regularmente relações pessoais e contato direto com ambos, a menos que isso seja contrário ao interesse maior da criança”. [6: BRASIL, Decreto n° 99.710, de 21 de novembro de 1990. Promulga a Convenção sobre os Direitos da Criança. 1990. Disponível em: <revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br>. Acesso em: 28.mar.2018.]
Assim sendo, Madaleno e Madaleno (2013, p.25) ressaltam que o direito dos pais a convivência familiar com os filhos não se trata de um direito ilimitado, mas sim um direito recíproco de pais e filhos. Os autores esclarecem que essa convivência não diz respeito apenas a relação de pais e filhos, mas também aos avós, e em alguns casos específicos aos tios e outras pessoas.
Os autores Madaleno e Madaleno (2013, p.25) finalizam, “Daí sobrevém o princípio da convivência familiar, que é a relação efetiva, diária e duradoura das pessoas que compõem a entidade familiar, sejam parentes ou não, no ambiente comum”.
Em decorrência desse princípio, a Lei n°12.318/10, que regulamenta as práticas da Alienação Parental, em seu art.2°, inciso IV, também proíbe qualquer prática que dificulta o exercício do direito regulamentado de convivência familiar nas relações familiares. E também no seu art.3°, destaca: “A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar”.
Em suma, em referência ao mencionado princípio, a autora Tosta (2013, p.20) reforça que “o Estado brasileiro reconhece a criança e ao adolescente como pessoas humanas especiais, colocando-se, assim, ao lado das nações que integram a comunidade internacional que afirmam a necessidade de se garantir a toda criança proteção integral para o seu pleno desenvolvimento”. 
Na medida em que no Brasil os direitos das crianças e dos adolescentes são assegurados pelo ordenamento jurídico, a autora Santos citada por Tosta (2013, p.20) destaca:[7: SANTOS, Eliane Araque dos. Criança e adolescente – Sujeitos de direitos. Disponível em: <http://revista.ibict.br/inclusao/index.php/inclusao/article/viewFile/56/78>. Acesso em: 20 maio 2013. ]
 A afirmação dos direitos da criança e do adolescente pela comunidade internacional se consolida com a adoção pela ONU, em Assembleia Geral realizada em 20 de novembro de 1989, da Convenção dos Direitos da Criança, ratificada pelo Brasil e pela quase totalidade dos países hoje existentes no mundo. Surge como consequência natural da compreensão pelas Nações Unidas de que devem à criança o melhor dos seus esforços.
Finalmente, temos todos os princípios assegurados pelo poder judiciário, seja pela nossa Carta Magna, ou Leis infraconstitucionais, ou mesmo tratados internacionais dos quais o Brasil seja parte. 
5 CONSIDERAÇÕES ACERCA DA LEI N° 12.318/10
Segundo Prado (2015) foi em 2003 que o Brasil começou a dar importância ao problema da alienação parental, pois os conflitos estavam mais que presente no direito das famílias. O judiciário iniciou então o processo de identificação desse problema com ajuda de estudiosos, psicólogos, e assistentes sociais. 
De acordo com Strucker (2014, p. 41): 
Em 07 de outubro de 2008 foi apresentado no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 4.053/2008, de autoria do Deputado Regis de Oliveira, do Partido Social Cristão (PSC), dispondo sobre a Alienação Parental. Este projeto tramitou na Comissão de Seguridade Social e Família, tendo parecer favorável, e após o substitutivo da deputada Maria do Rosário, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania foi aprovado no Senado. Posteriormente, o projeto seguiu para aprovação do então Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, sendo sancionada em 26 de agosto de 2010 a agora Lei nº12.318/2010, Lei da Alienação Parental. 
Conforme, Strucker (2014, p.37) foi com o apoio de várias associações brasileiras como, por exemplo: Associação de Pais e Mães Separados, Pais por justiça, SOS Papai e Mamãe, AMASEP e diversas outras, que o projeto de lei que tem por objetivo combater a alienação parental tramitou no Congresso Nacional. Sendo a Associação de Pais e Mães Separados (APASE) uma ONG, que desenvolve atividades relacionadas aos direitos de homens e mulheres em relação aos filhos, após o processo de divórcio, tendo em vista que a guarda dos filhos deve ser atribuída sem discriminação de sexo, e tem por objetivo central a participação na criação dos filhos por ambos os genitores.
Ainda Xaxá (2008) citada por Strucker (2014, p.38) diz ser objetivos da APASE:[8: XAXÁ, Igor Nazarovicz. A Síndrome de Alienação Parental e o Poder Judiciário. Monografia. Curso de Direito. Instituto de Ciências Jurídicas, Universidade Paulista. São Paulo, 2008. Disponível em <http:s://sites.google.com/site/alienacaoparental/textos-sobresap/Disserta%C3%A7%C3%A3o-A_SAP_E_O_PODER_JUDICI.pdf>. Acesso em: 14 out. 2014. ]
Defender os direitos de igualdade filial entre pais e mães, quando houver preconceito ou discriminação praticados por pessoas ou instituições, cujas consequências representem qualquer tipo de prejuízo às crianças, filhos de pais separados; divulga estudos, trabalhos, teses e demais matérias que tratem sobre a guarda de filhos, além de fazer a compilação de jurisprudência sobre guarda de filhos; elabora sugestões para Projetos de Lei que aperfeiçoem a legislação sobre a guarda de filhos; debate temas ligados a guarda de filhos; forma grupos de autoajuda para pessoas que estejam envolvidas em demandas judiciais, ou em conflitos decorrentes da guarda de filhos.
Ainda em conformidade com Xaxá citada por Strucker (2014, p.38) Pais por justiça, é um grupo de pais criado em junho de 2007, que não conseguem conviver com seus filhos por intervenção das mães, estas utilizando de artifícios cruéis fazem acusações falsas de abuso sexual, maustratos e etc. Estes pais lutam principalmente pela guarda compartilhada. 
 A autoraStrucker (2014,p.39) também menciona a associação SOS Papai e Mamãe, criada por pais e mães divorciados, sem fins lucrativos, visa a importancia da convivencia harmoniosa nas relações familiares. 
Ademais, Strucker (2014, p.40) reitera sobre a Associação de Assistência às Crianças, Adolescentes e Pais Separados (AMASEP). “Esta Associação defende que filhos de pais separados têm direito de serem criados por qualquer um de seus genitores, promovendo a participação efetiva de ambos no desenvolvimento dos filhos”.
Enfim todas essas associações desenvolveram papeis fundamentais para a criação da Lei da Alienação Parental, tendo por base a aplicação dos direitos e garantias fundamentais adquiridos e resguardados pelas crianças e adolescentes.
5.1 Justificativa da Lei da Alienação Parental
Os autores Madaleno e Madaleno (2013, p.143) trazem uma justificativa em relação a criação da Lei da Alienação Parental dizendo “A presente proposição tem por objetivo inibir a alienação parental e os atos que dificultem o efetivo convívio entre criança e ambos os genitores”.
Assim sendo, Madaleno e Madaleno (2013, p.144) reconhecem ser importante destacar que a referida Lei introduz a definição legal da alienação parental no nosso ordenamento jurídico além de representar um rol exemplificativo de condutas que dificultam o convívio familiar entre menor e genitor. Dessa forma a Lei não apenas reconhece de forma clara e ágil a conduta ilícita da alienação parental como também elucida a sociedade brasileira que tais condutas merecem punição civil do Estado. 
Nos dizeres de Vilela citada por Strucker (2014, p.42) ressalta que:[9: VILELA, Sandra. Anteprojeto acerca de alienação parental. In: Pai Legal. 08 mar. 2009. Disponível em: <www.pailegal.net/guarda-compartilhada/mais-a-fundo/analises/529anteprojeto-acerca-de-alienacao-parental>. Acesso em: 12 out. 2014.]
Evidente vantagem da existência de definição legal de alienação parental é o fato de, em casos mais simples, permitir ao juiz, de plano, identifica-la, para efeitos jurídicos, ou, ao menos, reconhecer a existência de seus indícios, de forma a viabilizar rápida intervenção jurisdicional. O rol exemplificativo de condutas caracterizadas como de alienação parental tem esse sentido: confere ao aplicador da lei razoável grau de segurança para o reconhecimento da alienação parental ou de seus indícios independentemente de investigação mais profunda ou caracterização de alienação parental por motivos outros.
Mediante o exposto, ainda de acordo com a mencionada autora a tipificação da alienação parental teve grande importância no nosso ordenamento jurídico brasileiro, pois com a criação da Lei 12.318/10, o poder judiciário não pode mais se abster de aplicar sanções aos genitores alienadores que praticam a alienação parental.
Sendo assim, a Lei não apenas vem com o propósito de proteger crianças e adolescentes vítimas dos casos de alienação parental, ela também definiu o que é alienação parental, como também dispôs de métodos para combatê-la e preveni-la.
5.2 Penalidades em Caso de Alienação Parental
Consoante Madaleno e Madaleno (2013, p.117), a Lei da Alienação Parental, n°12.318/2010, foi promulgada com o principal objetivo de inibir a prática da alienação parental, desde o seu começo, naqueles graus mais graves aos mais leves, ou até mesmo ao menor sinal da ocorrência da alienação. As práticas da alienação parental são representadas por ações do alienador que visam dificultar ou impedir a convivência dos menores em relação ao outro genitor.
Todavia quando detectado pelo juiz qualquer dessas práticas o artigo 6° da menciona Lei autoriza o juiz:
Art. 6º Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: 
I declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; 
II- ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III- estipular multa ao alienador; 
IV- determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 
V- determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; 
VI- determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; 
VII- declarar a suspensão da autoridade parental. 
De acordo com Madaleno e Madaleno (2013, p.119) com o mencionado artigo, o juiz mediante prova pericial psicológica ou biopsicológica, poderá declarar a ocorrência da prática de alienação parental e advertir o alienador, do esforço negativo de afastar o outro genitor da vida da criança ou adolescente. No entanto senão cessar seus atos de alienação, poderá implicar na aplicação de multas e reversão da guarda.
Ainda nesse contexto, Madaleno e Madaleno (2013, p.120) confirmam que ”uma vez detectada a alienação parental e dependendo de seu estágio, diferentes intervenções legais e terapêuticas deverão ser implementadas em função do tipo de alienação parental”.
Contudo é importante destacar que conforme o inciso V do referido artigo, quando o juiz determina a inversão da guarda em favor do genitor alienado, tem por principal objetivo proteger a criança ou adolescente, para que não continuem expostos, no ambiente familiar de conflitos, dessa forma evitando um possível agravamento do problema da alienação.
6 CONSIDERAÇÕES EM RELAÇÃO A GUARDA DOS FILHOS 
Segundo Rosa (2008, p.5) é de fundamental importância destacar que, as consequências do divórcio, na maioria dos casos tem relação com as disputas judiciais pela guarda dos filhos, no entanto podemos dizer que situações como essas envolvem uma série de fatores, tais como: Abusos e violências físicas e emocionais, e principalmente o surgimento da alienação parental.
De acordo com Madaleno e Madaleno (2013, p.33) “ A guarda é uma atribuição do poder familiar e, também, um dos aspectos mais importantes dos efeitos do divórcio de um casal, uma vez que decide questões relativas ás pessoas emocionalmente mais vulneráveis da relação”. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n° 8.069/90 dispõe em seu artigo 33 que “A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais ”.
Por outro lado, o Código Civil, Lei n° 10.406/02 em seu art.1.566, inciso IV diz, são deveres de ambos os cônjuges, o sustento, a guarda, e a educação dos filhos. Também faz menção em seu art. 1.534, que compete aos pais em relação aos seus filhos menores, tê-los em sua companhia e guarda. 
Logo, em seu art.1583, dispõe sobre as espécies e modalidades de guarda existentes:
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 1° Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 2° A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores: (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
Segundo Machado e Chinellato (2011, p.1.319) é importante conceituar ambas as modalidades de guarda, sendo que a guarda unilateral é exercida por um só dos genitores, sendo assegurado ao outro genitor o direito de visitas. Nos termos do artigo 1589 caput do nosso Código Civil “O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem comofiscalizar sua manutenção e educação”. 
Nesse seguimento a guarda compartilhada é aquela em que é exercida por ambos os genitores que podem participar na criação e educação dos filhos conjuntamente. Consoante, a Lei que regulamenta a guarda compartilha n°13.058/2014, surge como regra, ou seja, o juiz tem a obrigação de dar preferência a concessão da guarda compartilhada, visando sempre o melhor interesse da criança ou adolescente.
Ademais o Código Civil em seu art. 1.584 § 2º diz: Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada.
Dessa forma, é importante levar em consideração na atribuição da guarda dos filhos menores aos pais, não sendo possível a realização de acordo, consenso e entendimento dos pais, a guarda compartilhada deve ser decretada pelo juiz, observando os princípios de proteção da criança e do adolescente.
6.1 A Guarda Compartilhada Como Meio de inibir a Alienação Parental
A guarda compartilhada corresponde a responsabilidade conjunta dos genitores, sendo que ambos possuem o dever e obrigação de promover aos filhos menores a educação, saúde, alimentação, e etc. Podemos afirmar que com a guarda compartilhada não há um rompimento dos vínculos, nem da convivência familiar.
Em conformidade com, Freitas citado por Strucker (2014, p.57) explica que:[10: FREITAS, Douglas Phillips. Alienação parental: comentários à lei 12.318/2010. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 165 p.]
Com a convivência em vez de visita, certamente será evitada a mazela da síndrome da alienação parental, principalmente na guarda unilateral, pois o genitor não guardião, em vez de ser limitado a certos dias, horários ou situações, possuirá livre acesso ou, no mínimo, maior contato com a prole. A própria mudança de nomenclatura produz um substrato moral de maior legitimação que era aquele de visitante. O não guardião passa a ser convivente com o filho
Ainda o autor Grisard Filho (2000, p.113) discorre sobre os benéficos da guarda compartilhada:
Nesse novo paradigma pais e filhos não correm riscos de perder a intimidade e a ligação potencial. Ele é o plano mais útil de cuidado e justiça, aos filhos do divórcio, enquanto equilibra a necessidade do menor de uma relação permanente e ininterrupta com seus dois genitores, trazendo como corolário a limitação dos conflitos parentais contínuos. Ele recompõe os embasamentos emocionais do menor, atenuando as marcas negativas de uma separação. Resulta em um maior compromisso dos pais nas vidas de seus filhos depois do divórcio.
Destarte, Fogiatto e Silva (2007, p. 101) esclarece que:
Como na guarda compartilhada a vivência cotidiana é mais fácil de ser exercitada, fator que proporciona à criança, maior segurança dos seus sentimentos, diminuindo, por consequência, a possibilidade de sofrerem as influências negativas e de serem manipuladas e, ainda, pelo fato de que nenhum dos genitores poderá utilizar-se do argumento de que em razão da guarda estar consigo poderá agir com exclusividade sobre a criança, é este um importante instrumento para amenizar a ocorrência da Síndrome da Alienação Parental.
Sob esse aspecto Buosi (2012) citada por Strucker (2014, p.58) afirma que:[11: BUOSI, Caroline de Cássia Francisco. Alienação parental: uma interface do direito e da psicologia. Curitiba: Juruá, 2012.]
 “O fenômeno da alienação parental fica mais distante de instalar-se naquele núcleo familiar, pois o convívio da criança com ambos os pais gera recordações precisas, recentes e difíceis de serem apagadas, impedindo-se a implementação de falsas memórias”. 
Portanto, podemos asseverar que com a convivência e o contato constante que a guarda compartilha proporciona aos filhos com os seus pais, os menores diante disso obtém uma maior segurança a respeito de seus próprios sentimentos, o que resulta na dificuldade de manipulação, e por consequência na redução de práticas de alienação parental.
7- ANÁLISE JURISPRUDENCIAL
Após a promulgação da Lei da Alienação Parental de n°12.318/10, tornou se possível o reconhecimento do poder judiciário acerca do referido problema da alienação parental. De tal modo, no primeiro caso a ser narrado abrange a prática da alienação parental e a falsa denúncia de abuso sexual.
Ademais foi interposto um agravo de instrumento n° 70049836133/ RS no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: [12: Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Sétima Vara Cível. Agravo de Instrumento n° 70049836133/ RS.]
DIREITO DE VISITAS. PAI. ACUSAÇÃO DE ABUSO SEXUAL. PEDIDO DE SUSPENSÃO. SUSPEITA DE ALIENAÇÃO PARENTAL. 1. Como decorrência do poder familiar, o pai não-guardião tem o direito de avistar-se com a filha, acompanhando-lhe a educação, de forma a estabelecer com ela um vínculo afetivo saudável. 2. A mera suspeita da ocorrência de abuso sexual não pode impedir o contato entre pai e filha, mormente quando o laudo de avaliação psicológica pericial conclui ser recomendado o convívio amplo entre pai e filha, por haver fortes indícios de um possível processo de alienação parental. 3. As visitas. (TJ- RS AI-70049836133. Relator: Sergio Fernando de Vasconcelos Chaves, Data de julgamento 29/08/2012. Sétima Vara Cível. Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 03/09/2012).
No agravo de instrumento, em análise a recorrente e genitora alega que há indícios de abuso sexual do pai em relação a filha, e requer a suspensão das visitas. Em contrapartida o recorrido o genitor alega inocência e que jamais praticaria um ato tão sórdido.
No entanto, a psicóloga perita indicou no laudo a existência da alienação parental e recomendou a continuidade das visitas e defendeu o amplo convívio entre pai e filha. Assim o Tribunal dispôs pelo conhecimento e desprovimento do recurso. 
Por outro lado, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais na Apelação Cível n° 1.0024.11.205247-7/001, como medida de inibir a alienação parental adotou a pena de advertência para o alienador :
EMENTA: AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE ALIENAÇÃO PARENTAL - ATOS DE ALIENAÇÃO CONFIGURADOS - IMPOSIÇÃO DE ÓBICES À VISITAÇÃO E DENEGRIÇÃO DA FIGURA PATERNA JUNTO AO FILHO - ADVERTÊNCIA E IMPOSIÇÃO DE ACOMPANHAMENTO BIOPSICOSSOCIAL À ALIENANTE. 
- A alienação parental caracteriza-se pela interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
- A denegrição da figura paterna junto ao filho, bem como a imposição de óbices à visitação e convivência familiar entre pai e filho, configuram atos de alienação parental praticados pela mãe.
- Para cessar a prática de alienação parental, deve o julgador impor medidas eficazes e que visem o melhor interesse do menor.
- Preliminar rejeitada. 
- Apelos não providos.  (TJMG -  Apelação Cível  1.0024.11.205247-7/001, Relator(a): Des.(a) Heloisa Combat , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 02/07/0015, publicação da súmula em 08/07/2015)
Também, foi aplicada pena de multa pelo mesmo tribunal, no Agravo de Instrumento 1.0024.14.240618-0/001, no valor de R$6.000,00 (seis mil reais) à agravada:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - DIREITO DE FAMÍLIA - ALIENAÇÃO PARENTAL - VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES - INVERSÃO DA GUARDA: IMPOSSIBILIDADE - APLICAÇÃO DE OUTRAS MEDIDAS: CABIMENTO - DECISÃO JUDICIAL: DESCUMPRIMENTO: MULTA - PROCEDIMENTO CRIMINAL EM CURSO - MEDIDAS PROTETIVAS: COOPERAÇÃO JUDICIAL. 1. Demonstrada, por laudos competentes, a prática de alienação parental, essa que pode até mesmo ter ensejado denunciação caluniosa na seara penal, tornam-se verossímeis as alegações da parte prejudicada, impondo-se, de imediato, a aplicação das medidas estabelecidas no art. 6º da Lei nº 12.318/2010, de modo a coibir a continuidade da prática, descabida, contudo, para a espécie, a inversão da guarda ou o encaminhamento da menor para a família extensadada a gravidade dos fatos apresentados e a situação de extrema litigiosidade vigente. 2. Estabelecidos, por decisão liminar, os parâmetros para retomada dos contatos entre as vítimas da alienação, mas frustrado o desenvolvimento dos serviços por conduta renitente de uma das partes, que opõe empecilho ao cumprimento de decisão judicial vigente, resta caracterizado ato atentatório à dignidade da justiça (art. 14, V, do CPC), ensejando a aplicação da penalidade específica. 3. Diante do aparente conflito entre a esfera cível e a criminal, incumbe aos julgadores entabularem contatos para cooperação judicial, sem se furtarem do dever constitucional de prestar a jurisdição, tudo conforme legalmente determinado e incentivado por atos normativos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e deste Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Diante do exposto, atualmente os tribunais comportam se de maneira a impedir condutas de alienação parental e podendo aplicar as penalidades descritas no art 6° da Lei 12.318/10, cumulativamente ou não ao alienador. 
8 CONCLUSÃO
O presente trabalho demonstra que com o crescente aumento de divórcio e disputa de guarda no poder judiciário brasileiro, o grave problema da alienação parental ganhou força, mas somente após a promulgação da Lei da Alienação Parental (n°12.318/2010), tornou-se possível a identificação e punição da questão pelos tribunais brasileiros. 
Logo, a alienação parental pode vir ocasionar nas crianças e adolescentes consequências irreversíveis como por exemplo, depressão, ansiedade, transtornos de identidade ou de imagem, dificuldades de estabelecer relações interpessoais e etc. 
Nesse sentindo, cabe aos pais e ao poder judiciário assegurar o melhor interesse dos menores e proporcionar a eles um amplo desenvolvimento e convívio harmônico no ambiente familiar. 
Por fim, compreende-se que sendo concedida com prioridade a guarda compartilhada nos casos em que não houve acordo entre os pais, a alienação parental torna-se mais difícil de ocorrer. Se for constante a convivência entre pais e filhos, mantém-se contínuos os laços entre as partes, diminuindo as probabilidades de perda da intimidade ou de manipulação. 
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DIAS, Maria Berenice; PEREIRA, Rodrigo da Cunha (Coord.). Direito de família e o novo código civil. – 3. ed., rev. atual. e ampl., Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
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GARDNER, Richard. O DSM-IV tem equivalente para o diagnóstico de síndrome de alienação parental (sap)? Tradução de Rita Rafaeli (2002). Disponível em: <http://www.alienacaoparental.com.br/textos-sobre-sap-1/o-dsm-iv-tem-equivalente>. Acesso em: 01 mar. 2018.
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