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VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 1 Direito Civil II – FASNE 4º PERIODO Obrigação – é um vinculo entre duas pessoas juridicamente qualificadas, onde uma delas titulariza o direito e a outra tem o dever de cumprir o que foi acordado pelas partes ou pela lei. Execução da Obrigação: é o cumprimento da obrigação. Quando o devedor cumpre espontaneamente e/ou voluntariamente é chamado de execução voluntária ou espontânea. Quando ninguém manda você cumprir seu dever. Quando não se cumpre espontaneamente, o credor pode ir a juízo para que se cumpra o acordado, o que se dá como obrigação forçada. O ideal é que cada um cumpra com as suas obrigações sem precisar que se entre com uma ação para exigir o cumprimento. Agir pela moral, pelos valores. Há a obrigação forçada especifica, quando entrega o bem especificado no acordo, e há a obrigação forçada indenizatória, quando é dada uma indenização para sanar um bem que não pode ser mais entregue, terá que sanar o bem perdido ao credor, além de recebe multas, que tem um caráter punitivo. 1 – Subjetivo (sujeito) Partes envolvidas: credor, que é o sujeito ativo (titulariza o direito de exigir a obrigação) e o devedor, que é sujeito passivo (que tem a incumbência/dever que foi estabelecido entre as partes). Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo ou passivo (Ex: pessoa física, pessoa jurídica, etc.). Até uma pessoa não identificada pode ser sujeito credor (Ex: uma pessoa que ganhou na mega- sena e ainda não foi identificada, sabe-se somente que alguém possui um cartão premiado). 2 – Objetivo (objeto) Nós temos dois objetos: o mediato e o imediato. Objeto imediato – é o dever de dar, fazer ou não fazer (Ex: marceneiro, fazer moveis). Objeto mediato – é o próprio bem jurídico (Ex: carro, casa, dinheiro, emprestar determinado valor, etc.). Desde que os objetivos sejam lícitos, possível e tenham apreciação econômica. 3 – Abstrato (vinculo) VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 2 Liame entre duas pessoas. Vinculo tem caráter de sujeição e patrimonialidade, ou seja, se não cumprir pode ser compelido a “ressarcir ou responder” com seus bens pessoais. Obs.: A obrigação é transitória e não permanente. Quando o devedor cumprir com a obrigação ela se extingue, por isso ela é temporária. Para existir uma relação obrigacional tem que existir um intermediário, o devedor, ou seja, sujeito ativo, passivo e a obrigação. Um não existe sem o outro, o sujeito ativo não existe se não tiver o passivo. De onde surge a obrigação? A obrigação surge da vontade, o ato humano de fazer. Obrigações Dar Fazer Não fazer Fontes: Lei Vontade humana: Contratos Atos Unilaterais: Promessa de recompensa (art.850 a 860, CC). Gestão de negócio alheio (art.861 a 875, CC). Pagamento indevido (art.876 a 883). Enriquecimento sem causa (884 a 886, CC). Atos Ilícitos (art.186 e 187, CC). Títulos de credito (art.887 a 926, CC). Modalidades das obrigações VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 3 1- Quanto ao objeto a) Obrigação de dar: Coisa certa Coisa incerta b) Obrigação de fazer: Infungivel Fungível c) Obrigação de não fazer. 2- Quanto aos seus elementos: a) Simples b) Compostas (Complexas) Pela multiplicidade de objetos: Cumulativas, Alternativas e Facultativas Pela multiplicidade do sujeito: Divisíveis Indivisíveis Solidárias: Ativa Passiva Mista 3- Quanto ao conteúdo: a) Obrigação de meio b) Obrigação de resultado: Resultado Obrigação. c) Obrigação de garantia. Obrigação de meio é aquela em que o devedor se obriga tão-somente a usar de prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado, se, contudo, se vincular a obtê-lo; sua prestação não consiste num resultado certo e determinado a ser conseguido obrigado, mas tão-somente numa atividade prudente e diligente deste em beneficio do credor. Obrigação de resultado é aquela em que o credor tem o direito de exigir do devedor a produção de um resultado, sem o que se terá o inadimplemento da relação obrigacional; tem-se em vista o resultado em si mesmo, de tal sorte que a obrigação só se considerará adimplida com a efetiva produção do resultado colimado. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 4 Obrigação de garantia é a que tem por conteúdo a eliminação de um risco, que pesa sobre o credor; visa reparar as conseqüências de realização do risco; embora este não se verifique, o simples fato do devedor assumi-lo representará o adimplemento da prestação. 4- Quanto à exigibilidade: a) Civis: exigível judicialmente. b) Naturais: Não é exigível. (Ex: Divida de jogo, a lei não permite). 5- Quanto aos elementos acidentais: a) Puros: credor, devedor e obrigação a ser exigida, sem condições. b) Condicionais: evento futuro e incerto, “SE”. Tem expectativa de dar. c) A Termo: evento futuro e certo. d) Modais: subordinado a um ônus para a obrigação se concretizar. 6- Quanto ao momento em que devem ser cumpridos: a) Obrigação de execução instantânea. (Ex.compra e venda). b) Obrigação de execução diferida, é a que também se exaure em um só ato, porém, a ser realizada em data futura e não no mesmo instante em que é contraída. c) Obrigação de execução continuada, a obrigação é sucessiva (Ex: compra de objeto parcelado). 7- Quanto à liquidez: a) Liquida: certa na sua existência e determinada quanto ao seu valor (Ex: guarda chuvas, existe e é R$ 15,00). b) Ilíquida: não está certa na sua existência e não é determinada quanto ao seu valor (Ex: bater em um carro, o custo para reparar os danos causados terão que ser orçados posteriormente). 8- Quanto à independência: a) Principais: é a obrigação existente por si, abstrata ou concretamente, sem qualquer sujeição a outras relações jurídicas. (Ex: contrato entre duas pessoas, existe por si só). b) Acessórias: é aquela cuja existência supõe a da principal. (Ex: Fiador, só existe porque existe o contrato, que é o principal). VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 5 9- Obrigações hibridas (Ambulatória) Obrigação “Propter Rem” - é a que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. (Ex: num objeto incide a obrigação, no apto de um condomínio, incide uma taxa condominial). 10- Quanto ao lugar de pagamentos: Obrigação Quérable (Quesível) – o pagamento será feito no domicilio do devedor. Obrigação de Dar: Conceito: Entrega de uma prestação de sujeito passivo (devedor) para o sujeito ativo (credor). Categorias: a) de transmitir o domínio, b) de entregar, c) de restituir, Critério de determinação do objeto da prestação: I – Obrigação de dar coisa certa (Arts. 233 a 242, CC): prestação já está determinada, especifica quantidade, gênero e espécie. II – Obrigação de dar coisa incerta (Arts. 243 a 246, CC): indeterminada, mas determinada quantidade e gênero (Ex: 100 cabeças de gado nelore. Especificou quantidade e gênero, porém não individualizou os bois). Perecimento, deterioração ou melhoramento antes da tradição/Restituição da coisa. Perecimento Deterioração Melhoramento Na obrigação de dar: Perda(Art.234): VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 6 Coisa se perde + antes da tradição + sem culpa do devedor resolve-se a obrigação Coisa se perde + antes da tradição + com culpa do devedor responde pelo equivalente + Perdas e danos. Deterioração (Art.235): Coisa deteriora + antes da tradição + sem culpa do devedor o credor pode escolher: resolve- se a obrigação ou aceita a coisa com abatimento. Deterioração (Art.236): Coisa deteriora + antes da tradição + com culpa do devedor idem ao art.235 + direito de reclamar em um ou outro caso indenização pelos prejuízos. Melhoramento (Art.237): Coisa valoriza pertence ao devedor que pode exigir aumento no preço estabelecido “novo preço” ou resolve-se a obrigação. Frutos pendentes: pertencem ao credor Frutos percebidos: pertencem ao devedor Na obrigação de restituir: Perda (Art.238): Coisa se perde + antes da tradição + sem culpa do devedor (possuidor) resolve-se a obrigação. Perda (Art.239): Coisa se perde + antes da tradição + com culpa do devedor responde pelo equivalente + perdas e danos. Deterioração (Art.240): VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 7 Coisa deteriorada + antes da tradição + sem culpa do devedor o credor é obrigado a aceitar o bem em seu estado sem direito a indenização. Coisa deteriorada + antes da tradição + com culpa do devedor responde pelo equivalente + perdas e danos (igual ao Art.239). Melhoramento (Art.241): Coisa valoriza + antes da tradição + sem despesa do trabalho do devedor pertencem ao credor independentemente de indenização. Melhoramento (Art.242): Coisa valoriza + antes da tradição + com investimento ou trabalho do devedor regula-se pelas normas atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa fé (Art.1219) ou má-fé (Art.1220). Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Obrigação de Dar coisa incerta (Arts. 243 a 246, CC): O bem que será objeto da entrega está determinável (ainda não está determinado, mas está caracterizado). O bem em questão é passível de determinação no momento do cumprimento da obrigação. Está regulada pelo art. 874, segundo o qual devem ser estipulados o gênero e a quantidade da coisa. Pela regra, o gênero não perece. Escolha da prestação Obrigação de dar dinheiro (Obrigação Pecuniária) Principio do nominalismo (Art.315, CC). Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 8 Clausula de escala móvel (Art.316, CC). Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. Teria da Imprevisão (Art.317, CC). Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. A obrigação de dar dinheiro está no rol das obrigações de dar. Essa modalidade de obrigação ocorre quando o objeto da obrigação for dinheiro em si, como no caso de um empréstimo, ou quando ocorrer perda ou deterioração no objeto de determinada obrigação, que enseje a conversão desta em dinheiro. Obrigação de fazer (Arts. 247 a 249, CC): Na obrigação de fazer o devedor está vinculado a uma prestação que consiste em fazer algo em benefício do credor. Ela consiste numa conduta por parte do devedor (Ex: o devedor tem que pintar um quadro para o credor). A obrigação de fazer divide-se em: Fungível e Infungivel. Obrigação de fazer coisa fungível - Uma coisa fungível pode ser substituída por outra, da mesma espécie, qualidade e quantidade. Nas obrigações de fazer coisa fungível, outra pessoa pode cumpri-la (realizar a tarefa) no lugar do devedor. A figura do devedor não é relevante para o cumprimento da obrigação. Por exemplo: um indivíduo se obriga a lavar o carro de outro. Obrigação de fazer coisa Infungivel - A figura do devedor é relevante para o cumprimento da obrigação de fazer coisa Infungivel. O devedor não pode transferir o cumprimento da obrigação para outra pessoa. Por exemplo: um indivíduo contrata um artista famoso para pintar um quadro. Art.247 Inadimplemento (infungivel) O devedor se recusa a fazer resolve-se a obrigação + perdas e danos. Art.248 Impossível Obrigação impossível + sem culpa do devedor resolve-se a obrigação Obrigação impossível + com culpa do devedor resolve-se a obrigação + perdas e danos. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 9 Art.249 Inadimplemento (Fungível) Obrigação executada por terceiro com recusa ou mora do devedor Resolve-se a obrigação + perdas e danos ou Manda executar o fato por terceiro à custa do devedor + perdas e danos. Parágrafo único, Art.249. Caso de urgência, sem autorização judicial. Obrigação de não-fazer (Arts. 250 e 251). Na obrigação de não fazer o devedor está vinculado a uma prestação que consiste na abstenção se determinado ato (a não realização de determinada conduta) Ex: o devedor compromete-se a vender toda a sua produção para o credor, através de um contrato de exclusividade (ele se compromete a não vender a produção para mais ninguém), ou dois vizinhos pactuam que não irão construir um muro de mais de 2 metros entre as suas propriedades. Art. 250 Impossibilidade Se o devedor, sem culpa pratica o ato resolve a obrigação. Art. 251 Inadimplemento Se o devedor, com culpa pratica o ao o credor requer ao juiz um prazo para o devedor desfazer o efeito, sendo possível, havendo recusa ou mora credor solicita ao juiz que o autorize a desfazê-lo pessoalmente ou por terceiros à custa do devedor + perdas e danos + Parágrafo único. E se for possível voltar ao estado anterior terá apenas perdas e danos (Art.643, parágrafo único, CPC). VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 10 Art. 643 - Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos. Parágrafo único - Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos. Obrigação Divisível e Indivisível (Arts. 257 a 263). Quanto aos elementos Simples Compostas: Multiplicidade de objetos: - Cumulativas (E) - Alternativas (OU) – Arts. 252 a 256 - Facultativas Cumulativas: Há duas ou mais prestações, e o devedor só se desobrigam quando realizar todas elas. As obrigações podem ser de diferentes modalidades (por exemplo, uma obrigação de dar e uma obrigação de fazer). Alternativas: Há duas ou mais prestações, e o devedor só se desobrigam quando cumprir uma delas. Numa obrigação complexa alternativa, faz-se necessário escolher qual prestaçãoserá cumprida. A partir da escolha, a obrigação deixa de ser alternativa, e torna-se simples. A regra geral é que a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. Facultativa: É aquela que se apresenta como obrigação simples quanto ao objeto (só tem uma prestação), mas o devedor possui a faculdade de se desobrigar realizando prestação diversa. Multiplicidade de sujeitos Solidárias: - Ativa - Passiva - Mista Art.253, CC Impossível uma das prestações + sem culpa do devedor + subsistirá o debito quanto à outra (irrelevante a quem cabia à escolha). VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 11 Art.256, CC Impossível todas as prestações + sem culpa do devedor resolve-se a obrigação (irrelevante a quem cabia à escolha). Art.254, CC Impossível todas as prestações + com culpa do devedor + com escolha do devedor obrigado a pagar o valor da que por ultimo se impossibilitou + perdas e danos. Art.255, CC Impossível todas as prestações + com culpa do devedor + com escolha do credor credor pode exigir o valor de qualquer das prestações + perdas e danos. Art.255, CC Impossível uma das prestações + com culpa do devedor + com escolha do credor credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou valor da outra + perdas e danos. Impossível todas as prestações + com culpa do devedor + com escolha do devedor “entende-se” que o credor poderá optar pelo valor de uma ou outra + perdas e danos. Impossível uma das prestações + com culpa do devedor + com escolha do devedor o devedor entrega a prestação subsistente. Deterioração ou Melhoramento lacuna da Lei “Devem ser suprida pela interpretação analógica dos dispositivos atinentes à deterioração ou melhoramento da coisa certa”. Obrigações solidárias (Art.264 a 285, CC): Quando há mais de um credor ou mais de um devedor. Quando há mais de um credor, qualquer um deles pode exigir a dívida por inteiro. Quando há mais de um devedor, qualquer um pode ser compelido a pagar a dívida por inteiro. Espécies: Obrigação solidária ativa - Uma obrigação, dois ou mais credores (Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação, por inteiro - Art. 898). Obrigação solidária passiva - Uma obrigação, dois ou mais devedores (O credor tem direito a exigir e receber de um ou alguns dos devedores, parcial, ou totalmente, a dívida comum. No primeiro caso, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto - Art. 904). VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 12 Mista A solidariedade mista é aquele que apresenta ao mesmo tempo a combinação dos efeitos da solidariedade ativa e da solidariedade passiva na mesma relação obrigacional. Tal solidariedade não encontra previsão expressa no CC, mas por força do princípio da autonomia da vontade a mesma pode ser criada pelas partes interessadas. Cessão de crédito Cessão de débito Cessão de posição contratual Modalidades das obrigações 1 Quanto ao objeto a) Obrigação de dar (positiva), – nas obrigações de dar, segundo a propriedade e a posse da coisa objeto da prestação, pode ser classificadas em 3 categorias: no sentido transmitir o domínio, permitindo entregar o uso ou de restituir. Art. 104 CC - objeto lícito, possível e determinável (incerto) ou determinado com detalhes (certo): Coisa certa – Ex. dar uma vaca Neloi; Coisa incerta – Ex. Um bezerro que ainda vai nascer ou uma safra ainda não colhida. b) Obrigação de fazer (positiva) – praticar um ato que assumiu de fazer ou outro em seu nome. O objeto da prestação recai sobre a conduta do sujeito passivo e não sobre a coisa: Infungível – não pode ser substituída – obrigação personalíssima – intuito persona. Fungível – pode ser substituída, sem prejuízo a obrigação. c) Obrigação de não fazer (negativa) – assume o compromisso de não fazer. Ex. segredo industrial pressupõe a abstenção do ato que o sujeito passivo se obrigou a não praticar, assim, quando o ato se realiza o devedor descumpre a obrigação, tornando-se inadimplente. 4- Quanto aos seus elementos: a) Simples – quando possui um só credor, um só devedor e uma única obrigação ou prestação; b) Compostas (Complexas) – pode ser composta entre os sujeitos ou entre os objetos quando um destes ou ambos são múltiplos. Ex. comprar um carro mais acessórios ou um carro que pertence a duas pessoas. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 13 B.(1) Pela multiplicidade de objetos: É quando possui uma multiplicidade de sujeitos ou de objetos. As complexas em razão da multiplicidade do objeto podem ser cumulativas ou alternativas I) Cumulativas ou conjuntivas – tem que entregar todos os móveis. O sujeito passivo deve entregar ao sujeito ativo todas as prestações referidas. Assim, há uma pluralidade de prestações e todas devem ser solvidas; (II) Alternativas ou disjuntivas – ganhar de prémio um carro ou uma viagem internacional. É alternativa quando corresponde a mais de uma prestação e o sujeito passivo não precisa entrega- las todas para se liberar da obrigação, sendo escolhido pelo devedor ou pelo sujeito ativo- credor, conforme escolhido por eles; III) Facultativas – nem sempre é composta, só por lei ou contrato, permitindo ao devedor cumprir a obrigação de modo diverso, mas para o credor só recebe uma coisa. É aquela que, não tendo por objeto senão uma só prestação confere ao devedor à faculdade de substituí-la por outra. Tem em seu conteúdo UMA ÚNICA PRESTAÇÃO, mas concedesse ao devedor à faculdade de substituí-la por outra equivalente, pois a lei ou o contrato irá permitir ao devedor exonerar-se de vínculo obrigacional mediante, a entrega de outra prestação. (OU alternativa só para o devedor, já na facultativa é para os dois). O credor não terá escolha e só receberá uma coisa escolhida pelo devedor. B.(2) Pela multiplicidade do sujeito: I) Divisíveis – é considerado divisível quando seu objeto ou a prestação é suscetível de ser cumprido em parcelas ou em partes. Ex. sacas de café (II) Indivisíveis (calção de gratificação) – é quando o objeto não pode ser dividido. III) Solidárias: (Ativa, Passiva, Mista) se mais de um credor (ativa) ou mais de um devedor (passiva) nos dois ao mesmo tempo é mista, tem direito ou se obrigação na dívida toda. Tem que está prevista em contrato ou na lei. 5- Quanto ao conteúdo: a) Obrigação de meio é quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios, técnicas para obtenção de determinado resultado, sem, no entanto, responsabilizar-se por ele. Ex. advogado, médico. b) Obrigação de resultado: Resultado Obrigação. - é quando o devedor se exonera somente quando um fim prometido é alcançado. c) Obrigação de garantia – tem por finalidade a atenuação de riscos do credor destinando-se a assegurar o implemento da obrigação pessoal, por um instituto contratual. 6 -Quanto à exigibilidade: VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 14 a) Civis: exigível judicialmente a obrigação civil ou perfeita é quando estão presentes todos os sujeitos da obrigação: sujeito, objeto e vínculo. b) Naturais: Não é exigível. (Ex: Divida de jogo do bicho, a lei não permite, se pagou não pode exigir de volta). Também conhecida como imperfeita é o fato jurídico que apresenta características semelhantes à obrigação, isto é um vinculo entre os dois sujeitos, faltando-lhe, porém um dos elementos excenciais da obrigação, que é a sujeição do devedor ao credor. O sujeito ativo não temdireito a ação judicial contra o passivo para obter sua execução. 7 Quanto aos elementos acidentais: a) Puros: credor, devedor e obrigação a ser exigida, sem condições. É a obrigação em que a entrega da prestação pelo sujeito passivo não se encontra sujeito a condições. Ela é por isso exigível pelo sujeito ativo tão logo constituído ou se for o caso, desde que decorrido o tempo contatado. b) Condicionais (SE): evento futuro e incerto, “SE”. Tem expectativa de dar. É quando a entrega da prestação pelo Sujeito Passivo está sujeita ao implemento de condição. c) A Termo (QUABNDO): evento futuro e certo. É aquela em que as partes subordinam o efeito dos negócios a um evento futuro e certo. d) Modais: subordinado a um ônus para a obrigação se concretizar. É a obrigação que se encontra onerada por clausula assessória, que impõe um ônus ao beneficiário de uma relação jurídica. 11- Quanto à liquidez: a) Liquida: certa na sua existência e determinada quanto ao seu valor (Ex: guarda chuvas, existe e é R$ 15,00). b) Ilíquida: não está certa na sua existência e não é determinada quanto ao seu valor (Ex: bater em um carro, o custo para reparar os danos causados terá que ser orçados posteriormente). 12- Quanto à independência: a) Principais: é a obrigação existente por si, abstrata ou concretamente, sem qualquer sujeição a outras relações jurídicas. (Ex: contrato entre duas pessoas existe por si só). b) Acessórias: é aquela cuja existência supõe a da principal. (Ex: Fiador, só existe porque existe o contrato, que é o principal). 13- Quanto ao momento que devem ser cumplidas: VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 15 A. De execução instantânea – que se consome imediatamente, num só ato. Ex.: Compra e venda a vista; B. De execução diferida – se consuma num só ato, mas em momento futuro. Ex: compra para entrega futura; C. De execução continuada – que se cumpre por meio de atos reiterados. Ex. compra a prazo. 14- Obrigação hibrida (Ambulatória) Obrigação “Propter Rem” - é a que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. (Ex: num objeto incide a obrigação, no apto de um condomínio, incide uma taxa condominial). 15- Quanto ao lugar de pagamentos: Obrigação Quérable (Quesível) – o pagamento será feito no domicilio do devedor. Modalidades das obrigações de DAR: Conceito: Entrega de uma prestação de sujeito passivo (devedor) para o sujeito ativo (credor). Categorias: a) de transmitir/tradição – dar o domínio em definitivo, b) de entregar – permite o uso temporário, quando o proprietário empresta, c) de restituir – permite o uso temporário, nunca terá a propriedade, pois estará devolvendo ao dono, Critério de determinação do objeto da prestação: I – Obrigação de dar coisa certa (Arts. 233 a 242, CC): prestação já está determinada, especifica quantidade, gênero e espécie. II – Obrigação de dar coisa incerta (Arts. 243 a 246, CC): indeterminada, mas determinada quantidade e gênero (Ex: 100 cabeças de gado nelore. Especificou quantidade e gênero, porém não individualizou os bois). Critério de determinação do objeto da prestação: I – Obrigação de dar coisa certa (Arts. 233 a 242, CC): prestação já está determinada, especifica quantidade, gênero e espécie. II – Obrigação de dar coisa incerta (Arts. 243 a 246, CC): indeterminada, mas determinada quantidade e gênero (Ex: 100 cabeças de gado nelore. Especificou quantidade e gênero, porém não individualizou os bois). VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 16 Perecimento, deterioração ou melhoramento antes da tradição/Restituição da coisa. Perecimento – perda total da coisa, destruída de tal nível que deixa de ter utilidade ou valor para o sujeito ativo. Deterioração – perda parcial, que passa a ter menos utilidade ou valor para o sujeito ativo; Melhoramento – a coisa tem sua utilidade ou valor aumentado sob a perspectiva do sujeito passivo. DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA Na obrigação de dar: Perda (Art.234): Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas às partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. >>>Coisa se perde + antes da tradição + SEM culpa do devedor resolve-se a obrigação sem indenização. >>>Coisa se perde + antes da tradição + COM culpa do devedor responde pelo equivalente + Perdas e danos, irá indenizar o comprador. Deterioração (Art.235): Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. >>>Coisa deteriora + antes da tradição + SEM culpa do devedor o credor pode escolher: resolve-se a obrigação ou aceita a coisa com abatimento. Deterioração (Art.236): Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. >>>Coisa deteriora + antes da tradição + com culpa do devedor idem ao art.235 + direito de reclamar em um ou outro caso indenização pelos prejuízos. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 17 Melhoramento (Art.237): Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor à coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. >>>Coisa valoriza até a tradição pertence ao devedor que pode exigir aumento no preço estabelecido “novo preço” ou resolve-se a obrigação. (res perit domínio) REGRA GERAL: COM CULPA INDENIZAÇÃO E SEM CULPA NÃO CABE INDENIZAÇÃO. Na obrigação de restituir: Perda (Art.238): Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverão, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. >>>Coisa se perde + antes da tradição + sem culpa do devedor (possuidor) resolve-se a obrigação. Perda (Art.239): Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. >>>Coisa se perde + antes da tradição + com culpa do devedor responde pelo equivalente + perdas e danos. Deterioração (Art.240): Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. >>>Coisa deteriorada + antes da tradição + sem culpa do devedor o credor é obrigado a aceitar o bem em seu estado sem direito a indenização. Coisa deteriorada + antes da tradição + com culpa do devedor responde pelo equivalente + perdas e danos (igual ao Art.239). VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 18 Melhoramento (Art.241): Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. >>>Coisa valoriza + antes da tradição + sem despesa do trabalho do devedor pertencem ao credor independentemente de indenização. Melhoramento (Art.242): Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé oude má-fé. Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. >>>Coisa valoriza + antes da tradição + com investimento ou trabalho do devedor regula-se pelas normas atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa fé (Art.1219) ou má-fé (Art.1220). SITE CONFIÁVEL: WWW.LFG.COM.BR Seção II Das Obrigações de Dar Coisa Incerta Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. II – Obrigação de dar coisa incerta (Arts. 243 a 246, CC): indeterminada, mas determinada quantidade e gênero (Ex: 100 cabeças de gado nelore. Especificou quantidade e gênero, porém não individualizou os bois). Alguns autores dizem que a coisa é parcialmente indeterminada, pois tem que especificar o género e a quantidade. No silencio do credor o devedor escolhe o que irá entregar, mas o bem não pode ser o pior e não necessariamente o melhor. Depois da concentração ocorre a cientificacão. Caso a obrigação for pecuniária terá que ser entregue outra de mesmo valor, mesmo tendo sido roubado, atentando ao princípio do nominalismo (moeda nacional e corrente não se permitindo em moeda estrangeira). Caso concorde receber outra coisa será pagamento indireto na forma em dação em pagamento. Concentração é a escolha feita pelo credor do objeto do negócio, quando o normal é o devedor escolher e dá ciência ao credor de sua escolha. Principio do nominalismo (Art.315, CC). Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 19 Clausula de escala móvel (Art.316, CC) – para acompanhar a inflação. Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. Teria da Imprevisão (Art.317, CC). Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. A obrigação de dar dinheiro está no rol das obrigações de dar. Essa modalidade de obrigação ocorre quando o objeto da obrigação for dinheiro em si, como no caso de um empréstimo, ou quando ocorrer perda ou deterioração no objeto de determinada obrigação, que enseje a conversão desta em dinheiro. Obrigação de fazer (Arts. 247 a 249, CC): Na obrigação de fazer o devedor está vinculado a uma prestação que consiste em fazer algo em benefício do credor. Ela consiste numa conduta por parte do devedor (Ex: o devedor tem que pintar um quadro para o credor). A obrigação de fazer divide-se em: Fungível e Infungível (intuitu personae). Obrigação de fazer coisa fungível - Uma coisa fungível pode ser substituída por outra, da mesma espécie, qualidade e quantidade. Nas obrigações de fazer coisa fungível, outra pessoa pode cumpri-la (realizar a tarefa) no lugar do devedor. A figura do devedor não é relevante para o cumprimento da obrigação. Por exemplo: um indivíduo se obriga a lavar o carro de outro. Obrigação de fazer coisa Infungivel - A figura do devedor é relevante para o cumprimento da obrigação de fazer coisa Infungivel. O devedor não pode transferir o cumprimento da obrigação para outra pessoa. Por exemplo: um indivíduo contrata um artista famoso para pintar um quadro. Art.247 Inadimplemento (infungivel) O devedor se recusa a fazer resolve-se a obrigação + perdas e danos. Art.248 Impossível Obrigação impossível + sem culpa do devedor resolve-se a obrigação Obrigação impossível + com culpa do devedor resolve-se a obrigação + perdas e danos. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 20 Art.249 Inadimplemento (Fungível) Obrigação executada por terceiro com recusa ou mora do devedor Resolve-se a obrigação + perdas e danos ou Confere ao credor a possibilidade de manda executar o fato por terceiro à custa do devedor sem prejuízo da indenização cabível+ perdas e danos. Parágrafo único, Art.249 - Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Caso de urgência, sem autorização judicial. Obrigação de não-fazer – negativa (Arts. 250 e 251). Na obrigação de não fazer o devedor está vinculado a uma prestação que consiste na abstenção de determinado ato (a não realização de determinada conduta) Ex: o devedor compromete-se a vender toda a sua produção para o credor, através de um contrato de exclusividade (ele se compromete a não vender a produção para mais ninguém), ou dois vizinhos pactuam que não irão construir um muro de mais de 1 metro entre as suas propriedades. Art. 250 Impossibilidade Se o devedor, sem culpa pratica o ato resolve a obrigação. Art. 251 Inadimplemento: 1) Se o devedor, com culpa pratica o ato o credor requer ao juiz um prazo para o devedor desfazer o efeito, sendo possível, havendo recusa ou mora. 2) Credor solicita ao juiz que o autorize a desfazê-lo pessoalmente ou por terceiros à custa do devedor + perdas e danos + Parágrafo único. O credor pode exigir do devedor que o desfaça, sob pena de desfazer a custa do devedor, ressarcindo o culpado as perdas e danos. E se for possível voltar ao estado anterior terá apenas perdas e danos (Art.643, parágrafo único, CPC). Art. 643 - Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 21 Parágrafo único - Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos. CAPÍTULO II Das Obrigações de Fazer Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar a custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. CAPÍTULO III Das Obrigações de Não Fazer Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. Obrigação Divisível e Indivisível (Arts. 257 a 263). Quanto aos elementos a) Simples b) Compostas: c) Multiplicidadede objetos: 1. - Cumulativas (E) 2. - Alternativas (OU) – Arts. 252 a 256 3. - Facultativas Cumulativas: Há duas ou mais prestações, e o devedor só se desobrigam quando realizar todas elas. As obrigações podem ser de diferentes modalidades (por exemplo, uma obrigação de dar e uma obrigação de fazer). Alternativas: Há duas ou mais prestações, e o devedor só se desobrigam quando cumprir uma delas. Numa obrigação complexa alternativa, faz-se necessário escolher qual prestação será cumprida. A partir da escolha, a obrigação deixa de ser alternativa, e torna-se simples. A regra geral é que a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. Facultativa: É aquela que se apresenta como obrigação simples quanto ao objeto (só tem uma prestação), mas o devedor possui a faculdade de se desobrigar realizando prestação diversa. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 22 Multiplicidade de sujeitos - Solidárias: - Ativa - Passiva - Mista Art.253, CC Impossível uma das prestações + sem culpa do devedor + subsistirá o debito quanto à outra (irrelevante a quem cabia à escolha). Art.256, CC Impossível todas as prestações + sem culpa do devedor resolve-se a obrigação (irrelevante a quem cabia à escolha). Art.254, CC Impossível todas as prestações + com culpa do devedor + com escolha do devedor obrigado a pagar o valor da que por ultimo se impossibilitou + perdas e danos. Art.255, CC Impossível todas as prestações + com culpa do devedor + com escolha do credor credor pode exigir o valor de qualquer das prestações + perdas e danos. Impossível uma das prestações + com culpa do devedor + com escolha do credor credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou valor da outra + perdas e danos. DOUTRINA NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL: Impossível todas as prestações + com culpa do devedor + com escolha do devedor “entende-se” que o credor poderá optar pelo valor de uma ou outra + perdas e danos. Impossível uma das prestações + com culpa do devedor + com escolha do devedor o devedor entrega a prestação subsistente. Deterioração ou Melhoramento lacuna da Lei “Devem ser suprida pela interpretação analógica dos dispositivos atinentes à deterioração ou melhoramento da coisa certa”. CAPÍTULO IV Das Obrigações Alternativas Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 23 § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4o Se o título deferir à opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz à escolha se não houver acordo entre as partes. Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor à escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornarem-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E INDIVISIVEL CAPÍTULO V Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta se presume dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. (C1 + C2 > D1 +D2) Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada à razão determinante do negócio jurídico. Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. (D1 + D2 + D3 > C1) Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: (C1 + C2 + C3 > D1). I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. Art. 262. Se um dos credores remitir (PERDOAR) a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação (CONTRATO), novação (NOVA OBRIGAÇÃO), compensação (ENCONTRO DE CONTAS) ou confusão (COINCIDÊNCIA, POIS Os CREDORES SE CONFUNDEM COM O DEVEDOR EX. HERDEIRO DEVEDOR PASSA COM A MORTE DE O PAI SER CREDOR). VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 24 Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos (QUE SEMPRE SERÁ EM DINHEIRO, PASSA A SER DIVISÍVEL). COMPARAR COM O ART. 271. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. A MAIORIA DA DOUTRINA ENTENDE QUE SERIAM POR TODA A DÍVIDA E NÃO SÓ PELO BEM PRICIPAL MAIS TAMBÉM AS PERDAS E DANOS. Obrigações solidárias (Art.264 a 285, CC) – OBRIGAÇÃO DOS 3 MOSQUETEIROS UM POR TODOS E TODOS POR UM: Quando há mais de um credor ou mais de um devedor. Quando há mais de um credor, qualquer um deles pode exigir a dívida por inteiro. Quando há mais de um devedor, qualquer um pode ser compelido a pagar a dívida por inteiro. Espécies: Obrigação solidária ativa - Uma obrigação, dois ou mais credores (Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação, por inteiro - Art. 898). (C1 + C2 = D1) Obrigação solidária passiva - Uma obrigação, dois ou mais devedores (O credor tem direito a exigir e receber de um ou alguns dos devedores, parcial, ou totalmente, a dívida comum. No primeiro caso, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto - Art. 904). (C1 = D1 +D2) Mista (C1 + C2 = D1 +D2) A solidariedade mista é aquele que apresenta ao mesmo tempo a combinação dos efeitos da solidariedade ativa e da solidariedade passiva na mesma relação obrigacional. Tal solidariedade não encontra previsão expressa no CC, mas por força do princípio da autonomia da vontade a mesma pode ser criada pelas partes interessadas. CAPÍTULO VI Das Obrigações Solidárias Seção I Disposições Gerais Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da leiou da vontade das partes. Ex. um idoso pode cobrar de qualquer filho seu sustento. Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co- devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. Seção II Da Solidariedade Ativa Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 25 Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. COMPARAR COM O ART. 263 – Caso a dívida seja indivisível se torna solidária, porém ao se tornar perdas e danos, neste caso é divisível. Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção (DEFESA) pessoal ao credor que o obteve. C1 ENTROU COM AÇÃO, MAS A SENTENÇA FOI DESFAVORÁVEL NÃO ATINGE OS DEMAIS, MAS SE FOI FAVORÁVEL OS DEMAIS TERÃO DIREITO, A MENOS QUE HÁJA UMA EXCEÇÃO OU MEIO DE DEFESA PESSOAL. Seção III Da Solidariedade Passiva Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade à propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor (D1 E D2 SÃO CO-DEVEDORES DE D3). Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co- devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. D1 é insolvente C1 vai cobrar a dívida toda de D2 e de D3. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 26 Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. D1 é insolvente C1 vai cobrar a dívida toda de D2 e de D3, porém a todos irão pagar pelo insolventes. Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar. É quando um fiador paga por um locatário inadimplente e depois tem direito de cobrar do mesmo. 1 PROVA ART. 233 A 303 – OBRIGAÇÕES, DEVER, RESPONSABILIDADE, FONTES, ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO, CLASSIFICAÇÕES, MODALIDADES, EVENTOS, VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 27 II UNIDADE AULA 22/03/2013 CESSÃO: i. Cessão de crédito (art. 286 a 298 CC) É um negócio jurídico celebrado entre o credor e o terceiro no qual o credor transfere os direitos dentro de uma relação contratual, independente da anuência do devedor. Tem que haver notificação. Ex. Factorim. ii. Cessão de débito (art. 299 a 303 CC) transfere débitos ao cedente. Ex. o pai que paga a dívida de um filho; iii. Cessão de posição contratual – transfere todo débito e crédito ao cedente. Ex. Contratos atípicos, como contrato de gaveta do SFH. Partes: cedente, cessionária, cedido, Pode ser as formas CONVENCIO, LEGAL OU JUDICIAL. Quanto à espécie: onerosa ou gratuita. Quanto à responsabilidade: pro soluto e pro solvendo. TÍTULO II - Da Transmissão das Obrigações - CAPÍTULO I - Da Cessão de Crédito Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. Ex.: direitos de alimento, direito a personalidade: ao nome, Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios. Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do art. 654. (Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. § 1o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. § 2o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração trouxesse a firma reconhecida.). Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel. Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido. Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 28 apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação. Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. Art. 294.O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente. Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. PRO SOLVENDO Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. É PRO SOLUTO. Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança. Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro. QUSTÕES DE PROVA: 1) Imagine que Raul e Samuel venderam a Carlos o último frasco disponível de semem de um famoso cavalo de corrida já falecido e obrigaram-se solidariamente pela entrega. O preço foi totalmente pago de forma antecipada, porém a coisa se perdeu antes da execução da obrigação por culpa exclusiva de Raul. Diante desta situação: De quem Carlos poderá cobrar o valor da prestação perdida? Caberá indenização e se couber contra quem será? Fundamente sua resposta na legislação pertinente os conceitos envolvidos. RESPOSTA: Carlos poderá cobrar o valor da prestação perdida de ambos os devedores, pois eles são solidariamente obrigados a cumprirem a obrigação paga antecipamente sem transmissão da posse. A Raul caberá indenização por perdas e danos, que deu causa a perda do bem. A fundamentação legal para tal afirmativa se encontra nos artigos baixo do Novo Código Civil: Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 29 2) Imagine que Antônio colecionador de veículos antigos vendeu a Evaristo também colecionador um determinado voksvagem de modelo 1965 ou uma específica Harley Davidson 1970, podendo entregar qualquer uma dessas coisas certas, em cumprimento do contrato. Imaginem também que os 2 veículos estavam na oficina de Antônio para reparos e se perderam na oficina, provocado por um empregado da referida oficina, que se encontrava sob a responsabilidade dele, Antônio. Diante dessa situação responda: Como se resolve a obrigação caberá indenização? E se a escolha do bem coubesse ao credor? Fundamente sua resposta com a legislação pertinente. RESPOSTA: Na obrigação alternativa: Há duas ou mais prestações, e o devedor só se desobriga quando cumprir uma delas. Numa obrigação complexa alternativa, faz-se necessário escolher qual prestação será cumprida. A partir da escolha, a obrigação deixa de ser alternativa, e torna-se simples. A regra geral é que a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. No caso acima citado os dois bens se perderam por culpa do empregado de Antônio, por isso o devedor Antônio ficará obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Caso a escolha coubesse ao credor e ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o Evaristo reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. A fundamentação legal para tal afirmativa se encontra nos artigos baixo do Novo Código Civil: Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor à escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. 3) Comente decorrendo a cerca da assertiva abaixo, analisando sua correção ou incorreção: Explique o tipo de obrigação envolvendo os conceitos envolvidos: Na obrigação solidária passiva, o devedor poderá alegar benefício da divisão caso o credor não exija o pagamento por parte dos demais devedores. RESPOSTA: Solidariedade passiva O avalista que assina uma nota promissória declara-se solidariamente responsável com o devedor principal. Trata-se de um tipo de solidariedade passiva em que os devedores encontram- se coobrigados solidariamente a pagar ao credor a quantia prevista pelo título. Segundo Carvalho VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 30 Santos, “cada um responde in totum et totaliter como se fosse um só devedor”. 8 Assim, o credor poderá exigir de qualquer dos dois devedores toda a quantia devida. O princípio da solidariedade passiva, entre devedores, faz com que cada devedor responda pela prestação na sua totalidade. Ao credor não importa quem pague. Interessa-lhe que seja pago por qualquer um dos devedores. Dá-se a solidariedade passiva quando, na mesma relação obrigacional com pluralidade de devedores, cada um deles está obrigado ao cumprimento da prestação por inteiro, como se fosse o único devedor. Conseqüentemente, o credor tem a faculdade de exigir e obrigar de um ou de alguns ou ainda, de todos conjuntamente, o cumprimento parcial ou total da dívida comum. Se o credor escolher para acionar apenas um dos devedores solidários e não for bem sucedido ou não conseguir receber a totalidade do seu crédito, poderá acionar os demais, visto que o recebimento parcial ou a demanda contra um não quebra a solidariedade, ou seja, ela continua subsistindo. “O credor tem o direito a exigir e receber de um ou alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, - finaliza o art. 275 do CC - todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto”. Medite-se, a propósito, sobre a lição do saudoso Prof. Orlando Gomes: “Cabe a escolha ao credor. A pretensão pode ser exercida, no entanto, contra todos os devedores ou contra alguns, se o credor não quiser dirigi-la apenas contra um. A escolha não implica, de modo algum, concentração de débito. Se o escolhido não satisfizer o pagamento integral da dívida, o credor tem direito a voltar-se contra os outros, conjunta ou isoladamente”. Se um dos devedores pagar a dívida, terá direito de regresso contra os demais, isto porque, como ensina novamente o Prof. Orlando Gomes, “na relação interna, a solidariedade passiva rege-se pelo princípio de que o devedor, que paga, tem direito regressivo contra os demais, para haver, de cada qual, a parte que lhe corresponde na obligatio. A lei presume a igualdade de quotas. Opera-se, desse modo, uma espécie de sub-rogação, pleno jure. Justifica-se o direito de regresso pela idéia de fim comum, que preside a constituição da solidariedade passiva. Qualquer que seja, porém,o fundamento desse direito de reversão, é por todos reconhecido e participa da essência da solidariedade passiva, tal como a concebe o direito moderno”.89 Elucidativo, por oportuno, o art. 80 do CPC, in verbis: “A sentença, que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como título executivo, em favor do que satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na proporção que lhes tocar”. Em conclusão, o devedor que satisfaz a dívida, tem direito de exigir, de cada um dos demais coobrigados, a sua cota. Se, por acaso, um dos co-devedores encontrar-se em insolvência, a parte deste é dividida entre todos os demais. Todas essas situações estão previstas pelo art. 283 do Código Civil, nos seguintes termos: “O devedor que satisfez a dívida por inteiro, tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores” . O artigo seguinte completa: “No caso de rateio, entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente”. A lei ainda oferece solução para a hipótese da prestação se impossibilitar, por culpa de um dos devedores solidários: todos continuam a dever o pagamento pelo equivalente, “mas pelas perdas e danos só responde o culpado” (CC, art. 279). Havendo juros de mora, a responsabilidade é comum, respondendo todos por seu pagamento, mesmo se a ação for proposta somente contra um deles. Contudo, se a culpa pelo atraso couber a um dos co-devedores, responde o culpado, pelos outros, pela obrigação acrescida (CC, art. 280). VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 31 Ao tratar das causas modificativas ou extintivas da solidariedade, a lei focaliza o caso de um dos co-devedores morrer, deixando herdeiros: Cada um destes só será obrigado a pagar a quota correspondente ao seu quinhão hereditário, exceto se a prestação for indivisível. “Se um dos devedores solidários falecer - diz o art. 276 do CC - deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores”. Um exemplo esclarece melhor e, para tanto, recorremos do exemplo fornecido por Levenhagen: “Augusto, Rafael e Fernando devem, solidariamente, a João a quantia de R$ 18.000,00 reais. Augusto vem a falecer, deixando como seus únicos herdeiros três filhos: Gabriel, Orlando e Álvaro. Esses não serão obrigados a pagar senão R$ 2.000,00 reais cada um. Não ficarão obrigados a pagar a totalidade da dívida solidária (R$ 18.000,00 reais) como competia a Augusto seu pai”. CESSÃO DE DÉBITO 1) Assunção de dívida Conceito – arts. 299 a 303 do CC Espécies: Expromissão e Delegação (terá que haver a anuência do credor). Pode ser: liberatória ou cumulativa Partes: cedente x cessionário x terceiro (assuntor e adquirente) (terceiro – delegatário) x (delegado – credor) x (delegante - cedente) Ex.: Pai que assume dívida de filho. Caso o CREDOR não se manifesta ocorrerá à cessão, isto é, não o silêncio NÃO importa anuência. CAPÍTULO II Da Assunção de Dívida Art. 299. É facultado à terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. (DELEGSAÇÃO) Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. (se calar perde o direito) A regra geral é com anuência do cedido. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 32 CESSÃO DE POSIÇÃO CONTRATUAL – sem previsão legal: Cessão de contrato – transmitir a posição no contrato seja na posição de credor ou de devedor. Sempre com a anuência do credor. PARTES: Cedente, cessionário e cedido. Cessão de crédito, de débito e de contrato. PAGAMENTO DIRETO CONCEITO - forma de extinção da obrigação, através do adimplemento. Não se refere apenas em dinheiro, pois na obrigação de não fazer também ocorre pagamento. PRINCÍPIOS: O da boa fé (todos seriam presumidamente corretos) ou diligência normal, da Pontualidade (no tempo e nos moldes corretos). PAGAMENTO: direto (na forma prevista ou acordada entre as partes) e indireto (de forma diferente do previsto ou também com compensação); REQUISITOS DA VALIDADE: A) A existência de um vínculo obrigacional – entre o credor e o devedor; B) A intenção de solvê-lo (animus solvendi) – vontade de cumprir com a obrigação; C) O cumprimento da prestação; D) A pessoa que efetua o pagamento (SOLENS) – devedor ou terceiro; E) A pessoa que o recebe (ACIPIENDI) - credor. ELEMENTO SUBJETIVO: 1) SOLVENS – devedor, terceiro interessado, terceiro sem interesse: pagamento em seu próprio nome e pagamento em nome e em conta do devedor. 2) ACCIPIENS – credor, representante e credor putativo. ELEMENTO OBJETIVO: 1) Objeto prestação 2) Prova da quitação LUGAR DO PAGAMENTO: 1) Obrigação quesível – no domicílio do devedor; 2) Obrigação portável – no domicílio do credor VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 33 TEMPO DE PAGAMENTO: 1) Obrigação instantânea 2) Obrigação de execução diferida 3) Obrigação de execução continuada ART. 304 A 333 – PAGAMENTO DIRETO ART. 334 A 388 – PAGAMENTO INDIRETO TERCEIRO INTERESSADO: (ART. 304, cc)O INTERESSADO: (PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 304,CC) – o interesse é normalmente de um fiador, de um avalista, fica caracterizado o interesse (a sub rogação é legal): Paga em nome e por conta do devedor, com consentimento e anuência do devedor, não tem direito ao reembolso; TERCEIRO SEM INTERESSE – (art. 305 CC) – só pode pagar em nome próprio com a anuência do devedor e do credor; direito do reembolso, porém só pode cobrar o que pagou, só teria acréscimos se tiver interesse na dívida; TERCEIRO SEM INTERESSE (art. 306 CC) paga em nome próprio sem conhecimento ou com oposição do devedor não tem direito a reembolso, pois o devedor tinha condições de ilidir a obrigação (Ex. dívida prescrita). QUEM DEVE PAGAR (ART. 304 A 307 CC) : 1) Devedor (art. 304 cc); 2) Pessoa interessada (art. 304 CC) – tem direito a sub rogar em todos os direitos do credor; 3) Pessoa não interessada (público art. 304); 4) Pagamento efetivado mediante transmissão de propriedade (art. 307). PAGAMENTO DIRETO: A quem se deve pagar (art. 308 a 312 )? Pagamento efetuado diretamente ao credor (art. 308); Pagamento efetuado ao representante (CONVENCIONAL, LEGAL, CONVENCIONAL, JUDICIAL) do credor; Validadedo pagamento a terceiro que não é o credor; Pagamento efetuado ao credor putativo – PUTATIVO = TEM APARÊNCIA, mas não é o credor é válido. Ex.: alguém que aparenta ser herdeiro, mas não é de fato (art. 309); VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 34 Pagamento efetuado do credor cujo crédito foi penhorado (art. 312) Se o SOLVENS + ciência da incapacidade = pagamento inválido ou prove que o pagamento reverteu em proveito do incapaz; Se o SOLVENS + NÃO TINHA ciência da incapacidade = pagamento válido TÍTULO III Do Adimplemento e Extinção das Obrigações CAPÍTULO I Do Pagamento Seção I De Quem Deve Pagar Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. (só pode alienar quem tem a propriedade da coisa, se o devedor pagou a dívida com um bem de terceiros fungível e consumível o pagamento será válido, se o credor agiu de boa fé. O devedor vai cobrar de terceiro) Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. Seção II Daqueles a Quem se Deve Pagar Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. Seção III Do Objeto do Pagamento e Sua Prova Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 35 Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes. Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial. Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada. Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido. Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos. Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento. Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida. Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução. Seção IV Do Lugar do Pagamento Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem. Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. (SUPRESSIO – supressão do direito do credor pela renuncia tácidata, pois local acordado em contrato pela repetição. O Devedor passa a ser SURRECTIO – SURREÇÃO surge um novo local de pagamento) Seção V Do Tempo do Pagamento Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. (SÓ PODE SER EXIGIDA NA DATA EM QUE A CONDIÇÃO FOR IMPLEMENTADA) VALDIRENE CINTRA ALUNA DA FASNE – 4º PERIODO DE DIREITO9 jul. 12 Página 36 Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código: I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; II - se os bens, hipotecados (IMÓVEIS) ou empenhados (MÓVEIS), forem penhorados em execução por outro credor; III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias (FIANÇA E AVAL GARANTIA PESSOAL), ou reais (HIPOTECA E PNHOR), e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva (VÁRIOS DEVEDORES), não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes. CAPÍTULO II Do Pagamento em Consignação Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
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