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Análise Dimensional e Semelhança A solução dos problemas da mecânica dos fluidos sempre dependeu, em grande parte, dos resultados experimentais, pois escoamentos reais tem solução analítica complexa. Análise Dimensional e Semelhança Soluções empíricas do escoamento real, desenvolvidas sem análise e revisão cuidadosa dos dados experimentais, são dispendiosas e pobres ou inadequadas do ponto de vista do desempenho O trabalho experimental em laboratório é demorado e caro. Portanto, o objetivo é obter o máximo de informações com um mínimo de experiências. A análise dimensional auxilia para atingir esse objetivo. Análise Dimensional e Semelhança A análise dimensional permite a correlação de dados para a apresentação sucinta do fenômeno estudado, usando o menor número possível de gráficos A análise dimensional também é necessária e utilizada em estudos de semelhança dinâmica Exemplo de Aplicação da Análise Dimensional Deseja-se conhecer a força de arrasto (F) sobre uma esfera lisa, estacionária, imersa em um escoamento. Quantos e quais experimentos devem ser conduzidos para se determinar a força de arrasto sobre a esfera? Exemplo de Aplicação da Análise Dimensional A experiência com escoamentos indica as grandezas relevantes para a determinação da força de arrasto: tamanho da esfera (D); velocidade do fluido (V); viscosidade do fluido (); massa específica do fluido (). A suspeita de que um dado fenômeno depende de certa grandeza, deverá incluí-lo. Se a suspeita for correta, a experiência prática demonstrará que a grandeza deve ser incluída para a obtenção de resultados consistentes; se a suspeita for incorreta, a experiência prática indicará que tal grandeza deverá ser desconsiderada. Atenção Portanto para encontrar uma relação: F= f (D, V, , ) Uma série de experimentos para se determinar a dependência de F com relação a D, V, e iria requerer, por exemplo: - 10 testes para estabelecer a relação de F x V, mantidos constantes D, e - outros 10 testes fazendo-se variar D e mantendo as demais grandezas constantes; - 10 testes variando ρ - e outros 10 variando 104 testes deveriam ser realizados!!! O tempo necessário seria enorme, com elevados custos e dificuldades para utilizar os resultados. Com a análise dimensional estabelece-se a relação funcional entre apenas 2 parâmetros adimensionais: em que a forma da função precisa ser determinada experimentalmente. Em lugar de 104 experimentos, serão necessários apenas 10 experimentos, onde apenas pode-se variar p. ex., V ou D VD )(122 VD f DV F )(122 VD f DV F Teorema Pi de Buckingham É um procedimento formalizado para deduzir grupos adimensionais representativos para um dado problema de mecânica dos fluidos é um enunciado da relação entre uma função expressa em termos de parâmetros dimensionais e uma função correlata expressa em termos de parâmetros adimensionais. Qual é o número de grupos adimensionais necessários para substituir a relação original de variáveis? Uma equação dimensionalmente homogênea que envolve n variáveis pode ser reduzida a uma relação entre (n-m) produtos adimensionais independentes onde m é o número mínimo de dimensões de referência necessários para descrever todas as variáveis originais da equação. (teorema básico da análise dimensional) Teorema Pi de Buckingham Um problema físico envolvendo n grandezas (variáveis), nas quais comparecem m dimensões (MLT ou FLT), as grandezas podem ser agrupadas em n-m parâmetros adimensionais independentes (produto de grandezas π ). Sejam A1, A2, A3… , An as grandezas envolvidas (pressão, velocidade, viscosidade, massa específica, … ), sendo todas essenciais à solução logo, existe uma: A1 = f (A2, A3,… , An) Teorema Pi de Buckingham Na relação apresentada a dimensão da variável do lado esquerdo da equação deve ser igual a dimensão de qualquer termo isolado presente no lado direito. Portanto, a partir do Teorema de Pi de Buckingham a equação pode ser rearranjada em um conjunto de produtos adimensionais (termos pi) de modo que: π 1 = G (π 2, π 3,....., π n-m) Onde π 1, π 2, … representam grupos adimensionais das grandezas A1, A2, … , An, com m dimensões envolvidas. Teorema Pi de Buckingham m é normalmente o número mínimo de dimensões independentes (r) requerido para definir as dimensões de todas as grandezas envolvidas em geral m = r (mas nem sempre) Normalmente as dimensões de referência necessárias para descrever as variáveis originais são as dimensões M, L e T ou F, L e T. Em alguns casos, apenas duas dimensões como L e T, são necessárias e em outros apenas uma. Em alguns casos excepcionais as variáveis podem ser descritas por alguma combinação de dimensões básicas, tal como M/T2 e L, neste caso r é igual a dois, ao invés de três. . Teorema Pi de Buckingham O teorema não prediz a forma funcional da função G. A relação funcional entre os parâmetros π adimensionais independentes deve ser determinada experimentalmente. Teorema Pi de Buckingham Determinação dos termos π 1 – Fazer uma lista com todas as variáveis envolvidas no problema. – obtidas a partir do conhecimento experimental e/ou leis físicas aplicáveis. - variável: qualquer quantidade, constantes dimensionais ou adimensionais importantes no fenômeno estudado. - por exemplo: - geometria do sistema: diâmetro, comprimento, área, etc... - propriedade do fluido: viscosidade, massa específica, etc.. - efeitos externos: gravidade, gradiente de pressão, etc... * as variáveis devem ser independentes entre si!!!! Determinação dos termos π 2 – Expressar as variáveis em dimensões básicas. usar M, L e T ou F, L e T e outras necessárias .... Determinação dos termos π 3 – Determinar o número necessário de termos pi número de pi = n - r n – número de variáveis r – número mínimo de dimensões de referência necessários para descrever estas variáveis Determinação dos termos π 4 – Escolher as variáveis repetidas. O número de variáveis repetidas é igual ao número de dimensões repetidas (r). As variáveis escolhidas devem incluir todas as dimensões primárias e devem ser dimensionalmente independente umas das outras.. Essas variáveis serão combinadas com cada um dos parâmetros remanescentes, um de cada vez, para determinar um termo pi Não escolher a variável dependente Determinação dos termos π 5 – Construir os termos pi pelo produto de cada variável não repetida com as variáveis repetidas elevadas a um expoente que torne a combinação adimensional. Cada termo pi terá a forma onde: Ai é uma das variáveis não repetidas e A1, A2 e A3 são as variáveis repetidas a, b e c são expoentes a serem determinados de modo que a combinação seja adimensional. cba i AAAA 321 (Atenção: se apenas 2 dimensões estiverem envolvidas, deve-se selecionar 2 grandezas A para formar a base, e haverá apenas 2 equações a 2 incógnitas para cada π ) Determinação dos termos π 6 – Expressar o resultado da análise como uma relação entre os termos pi e analisar o significado da relação obtida. A relação dos termos pi apresenta a forma: π 1 = G (π 2, π 3,....., π n-m) onde 1 deve conter a variáveldependente no numerador. EXEMPLO 1: EXEMPLO 2: um adimensional pode ser elevado a qualquer potência que não perde seu caráter de adimensional EXEMPLO 3: Principais grupos adimensionais: Número de Reynolds Relação entre Forças de Inércia e Forças Viscosas; Um número de Reynolds "crítico"diferencia os regimes de escoamento laminar e turbulento em condutos na camada limite ou ao redor de corpos submersos. Principais grupos adimensionais: Número de Froude Relação entre Forças de Inércia e Peso (forças da gravidade). Aplica-se aos fenômenos que envolvem a superfície livre do fluido. É útil nos cálculos de ressalto hidráulico, no projeto de estruturas hidráulicas e no projeto de navios. Principais grupos adimensionais: Número de Euler Relação entre Forças de Pressão e as Forças de Inércia. Tem extensa aplicação nos estudos das máquinas hidráulicas e nos estudos aerodinâmicos. Principais grupos adimensionais: Número de Mach Relação entre Forças de Inércia e Forças Elásticas. É uma medida da relação entre a energia cinética do escoamento e a energia interna do fluido. Principais grupos adimensionais: Número de Weber Relação entre Forças de Inércia e Forças de tensão Superficial. É importante no estudo das interfaces gás-líquido ou líquido- líquido e também onde essas interfaces estão em contato com um contorno sólido. Principais grupos adimensionais: Número de Strouhal Relação entre Forças de Inércia (local) e Forças de Inércia (convectiva) Escoamentos transitórios com frequência característica de oscilação – desprendimento de vórtices V l St Modelos em escala: - Vantagens econômicas (tempo e dinheiro); - Podem ser utilizados fluidos diferentes dos fluidos de trabalho; - Os resultados podem ser extrapolados; - Podem ser utilizados modelos reduzidos ou expandidos (dependendo da conveniência); Para ser possível esta comparação entre o modelo e a realidade, é indispensável que os conjuntos de condições sejam Fisicamente Semelhantes. Modelos em escala: O termo Semelhança Física é um termo geral que envolve uma variedade de tipos de semelhança: - Semelhança Geométrica - Semelhança Cinemática - Semelhança Dinâmica Semelhança geométrica: - Semelhança de forma; - A propriedade característica dos sistemas geometricamente semelhantes é que a razão entre qualquer comprimento correspondente é constante. - Esta razão é conhecida como Fator de Escala. Deve-se lembrar que não só a forma global do modelo tem que ser semelhante como também a rugosidade das superfícies deve ser geometricamente semelhante. Muitas vezes, a rugosidade de um modelo em escala reduzida não pode ser obtida de acordo com o fator de escala - problema de construção/ de material/ de acabamento das superfícies do modelo. Semelhança cinemática: Quando dois fluxos de diferentes escalas geométricas tem o mesmo formato de linhas de corrente. É a semelhança do movimento. Exemplo de semelhança cinemática: Planetário. O firmamento é reproduzido de acordo com um certo fator de escala de comprimento e, ao copiar os movimentos dos planetas, utiliza-se uma razão fixa de intervalos de tempo e, portanto, de velocidades e acelerações. Semelhança dinâmica: É a semelhança das forças; Dois sistemas são dinamicamente semelhantes quando os valores absolutos das forças, em pontos equivalentes dos dois sistemas estão numa razão fixa. Origem das forças que determinam o comportamento dos fluidos: - Forças devido à diferenças de Pressão; - Forças resultantes da ação da viscosidade; - Forças devido à tensão superficial; - Forças elásticas; - Forças de inércia; - Forças devido à atração gravitacional. Semelhança: Exemplos de estudos em modelos: - Ensaios em túneis aero e hidrodinâmicos; - Escoamento em condutos; - Estruturas hidráulicas livres; - Resistência ao avanço de embarcações; - Máquinas hidráulicas.
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