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Compressores Alternativos de Pistão Fernanda Mazuco Clain fernanda clain@furg.br Definição • São constituídos fundamentalmente de um receptor cilíndrico, em cujo interior se desloca, em movimento retilíneo alternativo, um êmbolo ou pistão. • A entrada e saída do fluido, no receptor, são comandadas por válvulas, localizadas na tampa, no cilindro ou no próprio êmbolo ou pistão. Definição • Um sistema de transmissão tipo biela- manivela, articulado diretamente ou por meio de haste e cruzeta com o pistão, permite a transformação do movimento rotativo do motor de acionamento em movimento alternativo do pistão (ou êmbolo). Definição Classificação • De simples ou duplo efeito; • De um ou mais estágios; • De um ou mais cilindros; • De baixa, média ou alta pressão; • Refrigerados a ar ou água; Classificação Simples ou duplo efeito Classificação Simples ou duplo efeito Classificação Simples ou duplo efeito Cruzeta Válvulas Mancal tipo Bucha Carcaça de Ferro Fundido Porta de Inspeção Mancais tipo Casquilho Classificação Simples ou duplo efeito • Vantagens do duplo-efeito – Maior vazão para um certo volume da câmara de compressão; – Maior regularidade no funcionamento; – Maior rendimento mecânico do compressor; – Menor desgaste dos anéis de segmento. Classificação Um ou mais cilindros Classificação Um ou mais estágios Classificação Baixa, média, alta e altíssima pressão • Baixa pressão, até 1000 psi (68 atm); • Média pressão, de 1000 a 2500 psi (68 a 170 atm); • Alta pressão, 2500 a 8000 psi (170 a 544 atm); • Altíssima pressão, da ordem de 10000 psi (680 atm). Classificação Refrigerados a ar ou a água • O resfriamento a ar é feito por meio de aletas colocadas externamente nas paredes e nas tampas dos cilindros. • O resfriamento a água consiste em fazer circular água em cavidades situadas nas paredes e nas tampas dos cilindros. Classificação Refrigerados a ar ou a água Classificação Refrigerados a ar ou a água Componentes • Cilindro; • Cabeçote; • Válvulas de sucção e de descarga; • Pistão; • Biela; • Eixo de manivelas; • Cárter. Componentes Cilindro • Executado em material resistente tanto a ruptura quanto ao desgaste, dispõe ou não de elementos especiais de arrefecimento (aletas ou camisa d’água). • Ferro fundido cinzento (até 7000 kPa) • Ferro fundido nodular (até 10000 kPa) • Fundidos ou forjados em aço (até 17000 kPa) Componentes Cabeçote • É a tampa do cilindro, de construção igualmente reforçada, mantém contra o cilindro, perfeita vedação. Componentes Válvulas de sucção e descarga • Podem ser de disco, de canal, de palhetas, tipo poppet, etc. Componentes Válvulas de sucção e descarga Componentes Válvulas de sucção e descarga • As de guias assemelham-se às de MCI e eram adotadas em compressores antigos. • As de canal e de disco são usadas principalmente por fabricantes de compressores de grande potência. • As de palhetas são usadas normalmente em compressores de pequena potência. Componentes Válvulas de sucção e descarga Elemento de vedação tipo retangular Elemento de vedação tipo canal Componentes Válvulas de sucção e descarga • Na quase totalidade dos casos são acionadas pela diferença de pressão. • Localizam-se no cabeçote, na parede do cilindro ou ainda no pistão (compressores de amoníaco). Componentes Válvulas de sucção e descarga • Em compressores pequenos de Freon, a aspiração é feita através do cárter. • Obturadores e sede fabricados normalmente em aço inox. Componentes Pistão • Geralmente oco de duralumínio ou de ferro, com ou sem anéis de segmento (anéis de compressão e de óleo), quando há necessidade de redução de peso; • Fabricados em ferro fundido cinzento, nodular, alumínio ou aço. Componentes Pistão Componentes Biela • Liga o pistão ao eixo de manivelas ou à haste do pistão por intermédio da cruzeta; • Dispõe de uma bucha, geralmente de bronze, onde se aloja o pino do pistão e de uma bucha bipartida (casquilhos) de metal antifricção, removível ou não, onde se conecta ao eixo de manivelas. Componentes Biela Componentes Biela Componentes Eixo de manivelas • Transforma o movimento rotativo do motor de acionamento no movimento alternativo do pistão. • Forjado em aço, é sustentado por mancais de deslizamento. • Pequenas máquinas (até 150 kW) utilizam em geral eixos fundidos e mancais de rolamento. Componentes Eixo de manivelas Componentes Cárter • Invólucro totalmente fechado que isola o conjunto de peças móveis do compressor alternativo do exterior. • Serve de depósito para o lubrificante, permitindo a lubrificação do sistema que pode se dar por salpicos (pescador) ou por circulação forçada (bomba de engrenagens). Componentes Cárter • Serve de proteção; • Em alguns casos especiais, a lubrificação do cilindro é feita por meio do próprio fluido que antes de ser admitido recebe uma injeção de óleo lubrificante. Aspectos Construtivos Gerais Selagem da Câmara de Compressão • Impedir o vazamento de fluido entre o cilindro e o pistão e entre a haste e o fundo do cilindro; • Anéis de selagem; • Na maioria dos casos utilizam-se 3 anéis de selagem no pistão; • Cada elemento de selagem da haste é formado por um par de anéis tri-partidos. Aspectos Construtivos Gerais Selagem da Câmara de Compressão • Em compressores lubrificados (cilindros) são de bronze ou teflon, em não-lubrificados são de teflon. Aspectos Construtivos Gerais Sistemas de Arrefecimento • Poder adotar, no projeto estrutural, maiores tensões admissíveis para o material do cilindro; • Reduzir a temperatura de descarga do gás; Aspectos Construtivos Gerais Sistemas de Arrefecimento • Arrefecimento da câmara de compressão: – Camisas com circulação forçada; – Camisas com circulação natural; – Camisas com líquido não-circulante; – Cilindros aletados para resfriamento a ar. Aspectos Construtivos Gerais Sistemas de Lubrificação • Lubrificação dos anéis de selagem (cilindros) por bomba alternativa dotada de múltiplos pequenos cilindros, cada qual suprindo independentemente um ponto de lubrificação. Esse sistema não tem retorno e o óleo sai arrastado pelo gás; • Lubrificação do bloco do compressor (mancais dos elementos de acionamento: eixo, biela, cruzeta...) por bomba rotativa (de engrenagens); Aspectos Construtivos Gerais Sistemas de Lubrificação • Se a contaminação do gás é intolerável recomenda-se compressores sem lubrificação dos anéis de selagem (cilindros). Aspectos Construtivos Gerais Sistemas de Lubrificação • Em compressores com lubrificação nos cilindros é possível a utilização de anéis metálicos (bronze, ferro fundido...) e em compressores não lubrificados usam-se anéis não-metálicos (teflon). Aspectos Construtivos Gerais Amortecedores de Pulsação • Devido à flutuação de pressão: – Vibrações das tubulações conectadas ao compressor; – Deterioração da performance do compressor; – Instabilidades e erro nas medições. • Alternativas: – Amortecedores de pulsações; – Projeto adequado do traçado das linhas. Aspectos Construtivos GeraisAmortecedores de Pulsação Aspectos Construtivos Gerais Volantes Reguladores • Aumentam a inércia proporcionando maior regularidade da operação, no entanto dificultam a partida do compressor, havendo a necessidade de verificar se o acionador possui sobra de conjugado suficiente para acelerar o conjunto. Compressão em Múltiplos Estágios • A temperatura de descarga é um fator limitante no projeto, notadamente para o sistema de lubrificação do cilindro e a utilização de termoplásticos compostos na vedação do pistão, válvulas e haste; • O arrefecimento do gás dentro do cilindro é limitado; Compressão em Múltiplos Estágios • A relação de compressão por cilindro não deve ser superior a 4 para a temperatura não ultrapassar 150°C (API Standard 618) e os compressores de 4 estágios são os mais utilizados (atendem a maior parte da demanda). • Proporciona menores temperaturas de descarga e possibilita o uso de menores relações de compressão por cilindro. Compressão em Múltiplos Estágios • Vantagens – Permite o uso de materiais de menor custo nas vedações; – Reduz os esforços mecânicos; – Permite um projeto mais compacto, pois há um aumento da massa específica do gás (Ta mais baixa) e um aumento na eficiência volumétrica (r mais baixa); Compressão em Múltiplos Estágios • Vantagens – Permite o uso de cilindros não lubrificados; – Melhora a lubrificação das vedações; – Minimiza a degradação do lubrificante; – Redução do consumo de energia na compressão. Compressão em Múltiplos Estágios Redução do consumo de energia na compressão Compressão em Múltiplos Estágios • Desvantagens – Custo de fabricação mais elevado (tubulações, trocadores de calor, vasos separadores, acessórios...); – Possibilidade de formação de condensado (resfriamento excessivo) reduzindo a eficiência de lubrificação e consequentemente a vida útil das vedações; Compressão em Múltiplos Estágios • Desvantagens – Maior complexidade do projeto das tubulações (maior peso do conjunto, menores frequências; maiores amplitudes de vibração natural); – Perda de pressão no sistema de inter- resfriamento. Controle de Capacidade • Parada e partida do acionador; • Recirculação; • Variação de rotação; • Estrangulamento na sucção; • Alívio das válvulas de sucção; • Variação do volume morto; • Variação do n° de cilindros no 1° estágio; • Variação do curso efetivo de compressão; • Emprego de um compressor booster; Controle de Capacidade Parada e partida do acionador • O compressor é desligado quando a pressão de descarga atinge um limite superior e religado quando é atingido o limite inferior de pressão; • Satisfatório apenas para sistemas que apresentam demanda intermitente ou muito baixa e admitam uma variação relativamente ampla da pressão de descarga. Controle de Capacidade Recirculação • A vazão que excede à demanda do sistema é resfriada e reconduzida à sucção através de uma linha de reciclo. • É o mais anti-econômico de todos, pelo desperdício de potência e pela introdução de um custo adicional referente ao resfriamento do gás recirculado. Controle de Capacidade Recirculação • O gás da descarga deve passar por um resfriador antes de recircular para a admissão para não haver elevação da temperatura de admissão com perda de qualidade da lubrificação do cilindro e redução da vida útil das vedações. • Possibilita a regulagem contínua do compressor. Controle de Capacidade Recirculação Controle de Capacidade Variação da Rotação • A implementação é relativamente simples e conduz a satisfatórios resultados econômicos para qualquer tipo de acionador, exceto os motores elétricos de corrente alternada; • Há a possibilidade de se operar numa rotação que induz a um elemento qualquer da instalação entrar em ressonância; • Alto conjugado requerido para aumentar a rotação. Controle de Capacidade Estrangulamento da Sucção • O fechamento parcial de uma válvula de controle, colocada na sucção, provoca queda na pressão de aspiração do compressor, fazendo cair o rendimento volumétrico, a massa específica do gás e, consequentemente, a vazão mássica. • Extremamente simples e possibilita a regulagem contínua da vazão. Controle de Capacidade Estrangulamento da Sucção • Com o aumento da relação de compressão, há um aumento na potência consumida, na temperatura de descarga do gás e na carga de pressão sobre a haste do compressor (devido ao maior Δp entre as duas faces do pistão). • Raramente é utilizado em processamento industrial. Controle de Capacidade Alívio das Válvulas de Sucção • Ação mecânica (descarregador) sobre os obturadores das válvulas de sucção do compressor, mantendo-as abertas, impedindo a elevação da pressão no interior do cilindro, assim a vazão cai a zero (operação em vazio). Controle de Capacidade Variação do Volume Morto • Variação artificial do volume morto do compressor através de uma ligação deste com um volume adicional externo, alterando-se o rendimento volumétrico e, consequentemente, a vazão. • Instalação de vasos de pressão com volumes previamente calculados para aumentar o volume morto. Controle de Capacidade Variação do Volume Morto • Instalação de um êmbolo metálico acionado por um sistema rosqueado. Controle de Capacidade Variação do Nº de Cilindros no 1° Estágio • Consiste em remover as válvulas de admissão do cilindro que se deseja eliminar a vazão, ou mesmo remover o cilindro; • No caso de se manter o cilindro é necessário manter a lubrificação; Controle de Capacidade Variação do Nº de Cilindros no 1° Estágio • No caso da remoção do cilindro, um contrapeso deve ser corretamente dimensionado e instalado para manter o balanceamento; • Este método só se aplica em compressores que possuam mais de um cilindro no 1° estágio. Controle de Capacidade Variação do Curso Efetivo de Compressão • É realizada através de um atuador hidráulico, com atuação proporcional à demanda de vazão; • Um CLP controla em que ponto do curso do pistão a válvula de admissão deve ser fechada; • Este método ainda apresenta um custo elevado em função de sua complexidade. Controle de Capacidade Utilização de Compressor Booster (auxiliar) • A inserção de um booster tem a função de elevar a pressão de admissão do compressor alternativo, reduzindo sua razão de compressão, aumentando sua eficiência volumétrica e, consequentemente, sua capacidade. • Na maioria das aplicações o booster tem sido do tipo dinâmico, mas o compressor de parafusos também tem sido empregado com sucesso. Controle de Capacidade • Todos os métodos devem ser bem avaliados, pois operar o compressor fora da sua capacidade nominal será sempre um fator de redução de sua eficiência energética. • Os métodos mais utilizados são o alívio das válvulas de sucção e a variação do volume morto, inclusive de forma combinada.
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